Investimento francês em Portugal triplica em 2021

  • ECO
  • 21 Janeiro 2022

França foi o maior investidor estrangeiro em Portugal em 2021 e a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa prevê que essa dinâmica continue em 2022.

O investimento de empresas francesas em Portugal triplicou no ano passado face a 2020 (mais de 400 milhões de euros nesse ano), atingindo até setembro 1.207 milhões de euros. Este valor põe França como o maior investidor estrangeiro em Portugal no ano passado, de acordo com o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa (CCILF), citado pelo Jornal de Negócios esta sexta-feira.

Este reforço conseguido em 2021 eleva o montante do investimento acumulado de empresas francesas em Portugal para 13 mil milhões de euros, deixando França na quarta posição. “2020 já foi excecional, mas não estávamos em primeiro“, diz Fabrice Lachize, presidente da CCILF, assinalando que há mais de 700 empresas francesas a operar em território nacional, sendo responsáveis por mais de 60 mil postos de trabalho.

Para 2022 há mais intenções de investimento por parte das empresas francesas nos setores ligados à investigação científica, biotecnologia, economia do mar, assim como a indústria e a construção. “2022 vai ser um ano muito dinâmico para o investimento francês“, antecipa Fabrice Lachize, presidente da CCILF, prevendo mesmo que tal se prolongue a 2023 e 2024.

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Presidente da Câmara de Nova Iorque vai receber primeiro salário em critptomoedas

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2022

Eric Adams, "mayor" de Nova Iorque desde o princípio do ano, vai receber esta sexta-feira o primeiro salário em bitcoin e Ethereum, duas criptomoedas.

Eric Adams, presidente da Câmara de Nova Iorque, EUAKrystalb97 via Wikimedia Commons

O presidente da autarquia nova-iorquina, Eric Adams, que assumiu o cargo em 1 de janeiro, vai receber esta sexta-feira o seu primeiro salário em moeda virtual, tal como tinha anunciado em novembro.

Adams informou, em comunicado, que o seu primeiro cheque vai ser convertido automaticamente nas criptomoedas Ethereum e bitcoin.

“Nova Iorque é o centro do mundo e queremos que seja o centro das moedas digitais e outras inovações financeiras”, disse Adams, que, na sua mensagem depois de ter sido eleito, informou que iria receber os seus primeiros salários em bitcoins.

Adams revelou então a sua intenção de converter a metrópole nova-iorquina no centro da indústria de critpomoedas e outras indústrias inovadoras de crescimento rápido.

Antes de os fundos ficarem disponíveis, o primeiro cheque de Adams vai ser convertido automaticamente em moeda digital através da Coinbase, uma plataforma em linha, através da qual se compra, vende, transfere e armazena este tipo de moeda.

Devido às normas do Departamento do Trabalho, a autarquia de Nova Iorque não pode pagar aos seus empregados em moda digital, mas, explicou-se no comunicado de Adams, ao usar um sistema de troca, qualquer pessoa que pague em dólares pode converter os fundos antes de serem depositados na sua conta.

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Cientistas mantêm Relógio do Juízo Final em 100 segundos para a meia-noite

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2022

"Doomsday Clock" ou Relógio do Apocalipse nasceu em 1947 para ilustrar a gravidade das ameaças para a humanidade e para o planeta.

Os cientistas que gerem o designado Relógio do Juízo Final (“Doomsday Clock” ou Relógio do Apocalipse) decidiram mantê-lo a 100 segundos da meia-noite para salientar a gravidade da situação internacional, em função de várias crises existenciais.

Este indicador é usado para ilustrar a vulnerabilidade do mundo a uma catástrofe oriunda das armas nucleares, alterações climáticas e tecnologias disruptivas em outros domínios. Os autores do documento, publicado pelo Boletim dos Cientistas Atómicos (BCA), salientaram que a alteração da liderança política nos EUA em 2021 alimentou esperanças de que a corrida para a catástrofe pudesse ser interrompida.

Porém, esta mudança, só por si, foi “insuficiente para reverter as tendências negativas na segurança internacional”, que se alongaram e continuaram através do horizonte de ameaças em 2021. Assim, as relações tensas dos EUA com a Rússia e a China estão a ter desenvolvimentos, designadamente, no domínio das armas, que “podem marcar o início de uma nova corrida às armas nucleares”.

Acresce “a imensa distância entre os compromissos para a redução a longo prazo das emissões de gases com efeito de estufa e as ações que estão a ser tomadas no curto e médio prazo. Depois, a resposta mundial à pandemia do novo coronavírus permanece “inteiramente insuficiente”.

A este propósito, no documento apontou-se: “Os planos para uma rápida distribuição global de vacinas colapsaram, o que deixou os países pobres largamente por vacinar e permitiu que novas variantes do coronavírus ganhassem terreno”. E, para mais, “além da pandemia, preocupantes lapsos na biossegurança tornaram claro que a comunidade internacional precisa de dar uma atenção séria à gestão da investigação biológica à escala global”.

Ainda a este propósito, os autores realçam que “o estabelecimento e desenvolvimento de programas de armas biológicas marca o início de uma nova corrida às armas biológicas”. Por outro lado, “apesar do novo governo do EUA ter restabelecido o papel da ciência e das provas na política pública, a corrupção do ecossistema de informação manteve-se em 2021”.

Considerando este ambiente de ameaças diversificado, em que alguns desenvolvimentos positivos tiveram por contrapartida tendências negativas, preocupantes e em intensificação, o BCA considerou que o mundo não está mais seguro do que em 2020, o que os levou a manter o ‘Doomsday Clock’ nos 100 segundo ara a a meia-noite.

Esta decisão, porém, não sugere, “de forma alguma” que a situação na segurança internacional estabilizou. “Pelo contrário”, afirmaram, de forma explícita. “O Relógio permanece o mais próximo que alguma esteve do apocalipse terminal da civilização, porque o mundo permanece em um momento extremamente perigoso. Em 2019, designámos esta situação como ‘o novo anormal’, o que infelizmente persiste”, alertaram.

Em termos gerais, descreveram a situação da seguinte forma: “No ano passado, apesar de esforços louváveis de alguns líderes e do público, as tendências negativas nas armas nucleares e biológicas, nas alterações climáticas e uma variedade de tecnologias disruptivas – exacerbadas por uma eco esfera de informação corrompida, que mina processos racionais de tomada de decisão – mantiveram o mundo à beira do apocalipse”.

Recuar deste abismo, na sua opinião, requer várias medidas, como que EUA e Federação Russa limitem as armas nucleares, que EUA e outros acelerem a descarbonização, que EUA e outros trabalhem na Organização Mundial de Saúde para reduzir os riscos biológicos de todo os tipos, que os EUA persuadam aliados e rivais assumirem o princípio de não serem os primeiros a usar a arma nuclear, que a Federação Russa regresse ao Conselho NATO-Rúsia, que os investidores troquem as aplicações em projetos de combustíveis fósseis por outros amigos do ambiente, que os cidadãos de todo o mundo questionem os seus políticos, a todos os níveis, sobre o que vão fazer para resolver as alterações climáticas.

O BCA foi fundado em 1945 por Albert Einstein e cientistas da Universidade de Chicago que ajudaram a desenvolver as primeiras armas atómicas, no Projeto Manhattan, e criou o “Doomsday Clock” dois anos depois, usando a imagem do apocalipse (meia-noite) e o idioma contemporâneo da explosão nuclear (contagem para zero), para ilustrar a gravidade das ameaças para a humanidade e o planeta.

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IGF deteta 3,1 mil milhões de euros em subvenções atribuídas sem controlo

  • ECO
  • 21 Janeiro 2022

As subvenções públicas entregues ao setor privado aumentaram entre 2018 e 2019, mas a IGF detetou que quase metade dessas verbas foram atribuídas sem o controlo exigido pelas orientações europeias.

Uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) identificou que 3,1 mil milhões de euros, dos 6,7 mil milhões de euros de subvenções atribuídas em 2019 a entidades do setor privado, foram entregues sem controlo por parte do Estado, segundo o Jornal Económico desta sexta-feira. O valor de subvenções aumentou antes da pandemia cerca de mil milhões de euros, tendo sido de 5,7 mil milhões de euros em 2018.

A principal crítica da IGF à atribuição destas verbas é a ausência de avaliação da utilização da subvenção enquanto instrumento de financiamento. Em segundo lugar, a entidade de controlo financeiro do Estado assinala a inexistência de políticas de gestão de conflito de interesses e de fixação de indicadores-chave de desempenho e apuramento do impacto.

O total de subvenções atribuídas em 2019, excluindo do cálculo uma série de situações em que não ocorreu fluxo monetários (cedências de património, doações ou benefícios fiscais), totalizou os 5.728 milhões de euros, o que corresponde a 6,3% da despesa consolidada do Estado e 2,7% do PIB. A auditoria da IGF versa sobre 17 entidades onde “persistem aspetos críticos”.

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Chega diz que foi alvo de ataque informático no “site” e portal

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2022

André Ventura diz que o partido ficou sem o "domínio total de muitas das funcionalidades" do site e do portal, sem saber responder como detetaram o ataque informático.

O líder do Chega, André Ventura, disse que o partido foi esta quinta-feira alvo de um ataque informático no portal partidário e no seu site e que irá apresentar na sexta-feira participação na Procuradoria-Geral da República (PGR).

Pouco depois de ter respondido a perguntas dos jornalistas antes do jantar-comício em Chaves, distrito de Vila Real, André Ventura voltou a chamar a comunicação social para uma comunicação, em que disse que o partido foi alvo de um ataque informático ao fim da tarde, que terá afetado o site e portal do Chega. A Lusa consultou o site do partido e aparentemente está a funcionar.

Segundo o líder do partido de extrema-direita, o Chega “não tem o domínio total de muitas das funcionalidades, quer do site, quer do portal”. “Há e-mails que não estão a funcionar”, referiu, numa comunicação onde não soube esclarecer se os ataques levaram à subtração de dados ou outro tipo de informação alojada naquelas duas plataformas.

Com uma página A4 com um gráfico, André Ventura explicou que os picos que se viam estavam relacionados com os vários ataques, com alguns deles a terem tido origem em servidores alojados em países terceiros. “A situação neste momento é algo complexa”, referiu, lamentando que a situação ocorra “no meio de uma campanha eleitoral”.

Questionado pela agência Lusa sobre como foi identificado o ataque, André Ventura não soube responder — “percebo muito pouco disto” –, tendo também escusado divulgar a empresa de cibersegurança que está a reportar a situação. No final, a Lusa pediu a página A4 que apresentava na comunicação, mas o líder do Chega referiu que só a irá divulgar após a participação à PGR, que deverá decorrer na sexta-feira.

Antes dessa comunicação, André Ventura reagiu às últimas sondagens, salientando que o partido surge agora “isolado no terceiro lugar”, repetindo a ideia de que “não haverá nenhuma maioria de direita sem o Chega”. “Rui Rio tem que lidar com isto”, vincou.

Questionado sobre os insultos de que foi alvo a líder do PAN, Inês de Sousa Real, em Beja, em que estavam pessoas ligadas ao Chega, André Ventura salientou que a sua atitude “será sempre de reprovação” de insultos, “seja quem for o envolvido”. “É sabido o que penso do PAN, mas outra coisa é insultos e violência. Em política, todos perdemos quando isso acontece”, acrescentou.

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Futebol português perde um milhão de adeptos nas bancadas

  • ECO
  • 21 Janeiro 2022

Na primeira volta de 2021/2022, os 153 jogos disputados foram assistidos por 775.804 pessoas, menos 951.250 do que na primeira metade da Liga de 2019/20.

A pandemia também teve impacto no futebol, esvaziando as bancadas devido às várias restrições que foram sendo decretadas no que toca à limitação dos estádios. De acordo com o Jornal de Notícias (acesso pago), a Covid tirou um milhão de adeptos às bancadas, levando a perdas de receitas para os clubes.

Os números mostram que, na primeira volta de 2021/2022, os 153 jogos disputados foram assistidos por 775.804 pessoas, menos 951.250 do que na primeira metade da Liga de 2019/20, que teve um total de 1.727.054 espetadores, segundo aquele jornal. A média de assistência por jogo baixou de 11.287 para 5.070 pessoas, uma descida de 55%.

O Benfica é o clube com mais público e assistiu a uma perda de mais de 50% no número de adeptos. O FC Porto perdeu 32,3% das pessoas nas bancadas e o Sporting perdeu 28,2%. Juntos, os três clubes, perderam 43,3% da assistência total. O clube com a maior quebra foi o Boavista (-76,1%), que teve quase menos 80 mil pessoas no Bessa.

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Da flat tax ao choque desburocrático e o emagrecimento do Estado. Eis o programa económico da Iniciativa Liberal

Apostada em mostrar que o "liberalismo funciona", a Iniciativa Liberal concentra o seu discurso no crescimento e na redução de impostos e defende o emagrecimento do Estado.

O país vai a votos no dia 30 de janeiro. Até lá, todos os dias, vamos analisar à lupa para os temas económicos dos programas eleitorais dos partidos com representação parlamentar. Os salários, os impostos, as prestações sociais, as pensões, as carreiras, as regras laborais e os apoios às empresas. Afinal, o que querem os partidos para a economia.

Crescimento económico é a “prioridade política absoluta”. Tem sido este o foco da campanha e de todo o percurso da Iniciativa Liberal, queixando-se diversas vezes por este não ser o tema principal dos debates. Fazendo um retrato dramático da evolução da economia portuguesa durante as últimas duas décadas, o partido liderado por João Cotrim Figueiredo propõe um choque fiscal, um choque desburocrático e o emagrecimento do Estado para dar mais liberdade aos cidadãos e empresas.

O raio-X feito no programa eleitoral é o de que “duas décadas de estagnação económica e de marasmo social colocaram Portugal na cauda da Europa“, com “poucas oportunidades para os portugueses, pouca mobilidade social, poucos recursos para políticas sociais, pouca energia criativa”. O partido atribui isso a “políticas socialistas geradoras de dependência face ao Estado”, em contraste com as políticas de “cariz liberal” que propõem.

É por isso que “pôr Portugal a crescer, com menos impostos e mais salários líquidos” é um dos objetivos do programa da Iniciativa Liberal, assim como “emagrecer o Estado, libertando os contribuintes das empresas públicas ineficientes”. “Um país que cresce nestas dimensões torna-se mais atrativo para quem investe, para quem não queira emigrar ou deseje imigrar, para quem queira construir família e um projeto de vida em Portugal“, argumentam.

Choque fiscal liberal e a polémica flat tax

Com um discurso muito focado na descida da carga fiscal, os liberais portugueses propõem a polémica flat tax (taxa única de IRS) sobre os rendimentos através da “simplificação e desagravamento do IRS com introdução de taxa única de 15%, começando de forma gradual com duas taxas de 15% e 28%, de forma a aumentar imediatamente os salários líquidos dos portugueses”. A proposta inclui ainda uma isenção de IRS (equivalente ao mínimo de existência) para quem ganha até 664 euros por mês.

No IRS, o partido propõe ainda a “isenção adicional de 200 euros mensais por filho dependente e por progenitor (400 euros em caso de famílias monoparentais)” e a “eliminação de todas as deduções e benefícios fiscais em sede de IRS”, exceto as relacionadas com filhos. Com esta proposta, “o imposto sobre rendimento seria passível de ser retido na fonte de forma exata, eliminando a necessidade da maioria dos contribuintes preencher declaração de IRS“, lê-se no programa eleitoral.

Ainda nos cidadãos, a IL quer apostar na “simplificação fiscal através da eliminação de taxas e contribuições e de um choque desburocrático, bem como alteração do IMI e IMT”, onde se inclui a eliminação do IMT para habitação própria e permanente e uma maior liberdade para as autarquias definirem o IMI consoante a tipologia e dentro de um intervalo maior (de 0,15% a 0,90%, face aos 0,3% a 0,45% atuais).

Para as empresas há a descida do IRC para 15%, em linha com o valor fixado para a taxa mínima de IRC no acordo internacional dos países da OCDE (e outros países), a eliminação da derrama estadual e a revisão das tributações autónomas, “bem como a revisão e progressiva abolição do Imposto do Selo”. Para o setor da construção, o partido propõe a redução do IVA da construção imobiliária para habitação de 23% para 6% e o fim do adicional ao IMI, que ficou conhecido como o imposto Mortágua, cuja receita é consignada à Segurança Social.

Meter o Estado a fazer dieta e privatizações da TAP, CGD e TAP

Para emagrecer o Estado português, o programa eleitoral propõe o conceito de Orçamento de Base Zero na administração pública. Na prática, isto significa que todos os anos cada euro gasto tem de voltar a ser justificado: “Todos os serviços terão de justificar as despesas com aquisição de bens e serviços previamente à sua aquisição, indicando quantitativamente qual o resultado previsto pela realização dessa despesa“, escreve o partido, referindo que nas maiores despesas terá de haver uma comparação de eficácia/custo da mesma face a alternativas existentes.

Após um ano e meio de ataque ao Governo pela intervenção na companhia aérea, a Iniciativa Liberal faz questão de “não colocar nem mais um euro na TAP” o seu lema. O partido quer a “abertura imediata de um processo de privatização da companhia aérea por concurso público nos termos da Lei, a ser concluído no prazo mais curto possível dentro da legislatura”. Em alternativa, caso tal não seja possível propõe-se a declarar a insolvência da empresa e a venda dos seus ativos tangíveis e intangíveis. Além da TAP, a IL quer privatizar a RTP e a CGD.

Outro dos pontos importantes para a Iniciativa Liberal é a nomeação dos líderes das entidades reguladoras, os quais propõe que sejam escolhidos através de concurso internacional com a supervisão da CRESAP, e o fim dos benefícios fiscais para partidos, assim como a redução das subvenções das campanhas eleitorais.

Salário mínimo municipal e o regresso do banco de horas individual

O partido propõe ainda uma reversão da geringonça, que foi uma reversão da troika: o regresso do banco de horas individual, “por comum acordo entre empregado e empregador, podendo o horário normal de trabalho ser aumentado até duas horas por dia, 50 por semana e 150 por ano“. O partido quer ainda um maior detalhe de informação no recibo de vencimento para conhecer os custos do empregador e o valor pago pelos serviços públicos. Quanto ao salário mínimo, quer substituir o valor nacional por um valor municipal ajustado à realidade local.

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Hoje nas notícias: Subvenções, CP e futebol

  • ECO
  • 21 Janeiro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Esta sexta-feira a atualidade noticiosa passa por uma auditoria da IGF que identificou 3,1 mil milhões de euros de subvenções dadas pelo Estado sem o devido controlo, assim como pela notícia de que a Segurança Social e a CP estão a disputar a propriedade de um conjunto de edifícios no centro de Lisboa avaliados em 20 milhões de euros. Nota ainda para o investimento francês em Portugal que triplicou em 2021 e o futebol português que perdeu um milhão de espetadores.

IGF deteta 3,1 mil milhões de euros de subvenções sem controlo

Uma auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) identificou que 3,1 mil milhões de euros, dos 6,7 mil milhões de euros de subvenções atribuídas em 2019 a entidades do setor privado, foram entregues sem controlo por parte do Estado. A principal crítica da IGF à atribuição destas verbas é a ausência de avaliação da utilização da subvenção enquanto instrumento de financiamento. Em segundo lugar, a entidade de controlo financeiro do Estado assinala a inexistência de políticas de gestão de conflito de interesses e de fixação de indicadores-chave de desempenho e apuramento do impacto.

Leia a notícia no Jornal Económico (acesso pago).

Futebol português perde um milhão de adeptos nas bancadas

A pandemia também teve impacto no mundo do futebol, tirando um milhão de adeptos às bancadas — uma queda de 55% –, na sequência das várias restrições à lotação dos estádios que foram sendo impostas pelo Governo. As consequências nas contas dos clubes também foram sentidas, com o FC Porto, por exemplo, a admitir perdas de 1,4 milhões de euros em receitas devido às lacunas nas vendas de bilhetes.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível).

Segurança Social e CP disputam edifícios de 20 milhões de euros

A Comboios de Portugal (CP) e a Segurança Social, ambos entidades do Estado, estão a disputar em tribunal a propriedade da sede da empresa ferroviária. Em causa está um conjunto de edifícios situados no centro de Lisboa cuja posse legal está a alimentar uma guerra entre a CP e a Segurança Social. Ambos dizem ser proprietários destes imóveis, que têm um valor a rondar os 20 milhões de euros, tendo o problema sido colocado há uns anos quando a CP tentou vender os edifícios, mas sem sucesso. O caso acabou por chegar aos tribunais num processo em que o Estado está a disputar, de certa forma, consigo mesmo.

Leia a notícia completa no Expresso (ligação indisponível).

Investimento francês em Portugal triplica em 2021

O investimento de empresas francesas em Portugal triplicou no ano passado face a 2020 (mais de 400 milhões de euros nesse ano), atingindo até setembro 1.207 milhões de euros. Este valor põe França como o maior investidor estrangeiro em Portugal no ano passado, de acordo com o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa (CCILF). Este reforço conseguido em 2021 eleva o montante do investimento acumulado de empresas francesas em Portugal para 13 mil milhões de euros, deixando França na quarta posição.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Nova diretiva da UE dá poderes ao Fisco para identificar empresas fictícias

A nova diretiva europeia de combate à evasão fiscal que os 27 países da União Europeia (UE) têm de pôr em prática a partir de janeiro de 2024 vai reforçar a capacidade e os poderes do Fisco na identificação de empresas fictícias, aumentando o escrutínio sobre a origem geográfica dos lucros e sobre a atividade dos trabalhadores e responsáveis das empresas. Com isto, o Fisco português terá de fazer uma espécie de triagem automática para identificar fatores de risco. Uma vez aprovada, a diretiva terá de ser transposta para o direito nacional até 30 de junho de 2023.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

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Lesados do BPP “não têm legitimidade” para demitir comissão liquidatária

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2022

Comissão liquidatária do falido BPP considera que o pedido de destituição feito pela Privado Clientes não cumpre os requisitos legais, pois a associação "não tem legitimidade", garantiu.

A Comissão Liquidatária do Banco Privado Português (BPP) esclareceu que a associação de lesados “não tem legitimidade” para formular um pedido de destituição, indicando que “não se encontram verificados” os requisitos legais para o processo.

“A Comissão Liquidatária do Banco Privado Português, S.A. – Em Liquidação tomou esta tarde conhecimento de que, em 19.01.2022, a associação denominada “Privado Clientes”, deu entrada no processo de liquidação, pendente no Tribunal de Comércio de Lisboa, de pedido de destituição desta Comissão”, lê-se num comunicado, ao qual a agência Lusa teve acesso. A Comissão Liquidatária do BPP adianta ainda que dará resposta, “na sede própria, que é o mencionado processo judicial”.

A associação de clientes lesados pelo BPP pediu ao Tribunal do Comércio a destituição da Comissão Liquidatária do BPP, que vem acusando de arrastar o processo de liquidação do banco há mais de 11 anos.

“A falta de transparência e de comunicação, a enorme ausência de atividade da Comissão liderada pelo Dr. Manuel Mendes Paulo, junto com uma série de questões que tem sido notícia na comunicação social ao longo dos últimos meses e a ausência de respostas da entidade responsável pela massa falida do BPP, levou a Privado Clientes entender não estarem reunidas condições para que a atual Comissão Liquidatária possa prosseguir a sua atividade”, disse a Privado Clientes – Lesados do BPP em nota enviada à Lusa. O pedido de destituição foi feito esta quarta-feira através da plataforma Citius.

A Privado Clientes espera que a nomeação de uma nova Comissão Liquidatária seja “um passo no sentido de tornar a liquidação do BPP num processo mais célere, claro e transparente”. A associação que junta clientes lesados pelo BPP diz que, ao longo do último ano, tentou por várias vezes contactar a Comissão Liquidatária, mas “sempre sem sucesso”.

A associação de clientes lesados pelo BPP tem sido muito crítica para com a atuação da Comissão Liquidatária, que acusa de se querer perpetuar nos cargos à custa de credores que esperam há mais de 11 anos para serem compensados. Os lesados dizem ainda que a comissão liquidatária não cumpre a ordem do tribunal de indicar quanto cada credor tem a receber. Defendem ainda que haja já pagamentos aos credores, mesmo que parciais.

No ano passado, após consultar o processo no Tribunal do Comércio, a Privado Clientes considerou um “escândalo” os 4,1 milhões de euros gastos, em 2020, em ordenados e outros custos administrativos pela Comissão Liquidatária. Os lesados disseram ainda que o processo não indica quem são os 28 trabalhadores nem o valor de remuneração de cada um deles, acrescentando que se for feita “uma conta rápida”, então, “em média, cada um desses 28 colaboradores custa mais de 70 mil euros anuais, pagos com o dinheiro dos credores”.

Quanto a valores fixo mensais, indicou que, de concreto, o processo apenas refere as remunerações mensais propostas pelo Banco de Portugal e que o tribunal aceitou e fixou para 2021: o presidente, Manuel Paulo, ganha 4.650 euros por mês e os vogais José Pedro Simões e José Vítor Almeida ganham cada um 3.500 euros mensais.

Em 2020, a Comissão Liquidatária do BPP teve um prejuízo de 4,2 milhões de euros, ainda segundo o último relatório desse ano consultado pelos lesados do BPP. Já desde o início da liquidação, a Privado Clientes diz que foram gastos cerca de 45 milhões de euros em custos de gestão.

A associação disse ainda que, ao ler o processo, ficou a saber que, em 2016, a Comissão liquidatária pediu autorização para fazer aumentos salariais, mas que, “para sorte dos credores, o Banco de Portugal refutou os argumentos da Comissão e negou a necessidade de qualquer aumento na remuneração”.

Em setembro, após uma manifestação de lesados do BPP em Lisboa, a Comissão Liquidatária fez um anúncio do Expresso em que disse que há 6.000 credores que têm a receber quase 1.600 milhões de euros, dos quais 450 milhões de euros são créditos garantidos (do Estado), 950 milhões de euros de créditos comuns e 200 milhões de euros de créditos subordinados.

Já os ativos líquidos, aquando da liquidação do banco, valiam 700 milhões de euros, pelo que o BPP tinha uma situação líquida negativa de 900 milhões de euros, “o que resulta, desde logo, na impossibilidade de satisfação integral de todos os créditos comuns reconhecidos”, avisou a Comissão Liquidatária.

Sobre pagamentos, a Comissão Liquidatária disse que dos 450 milhões de euros devidos, pagou ao Estado 305 milhões de euros diretamente, a que se somam 100 milhões de euros resultantes da afetação de outros ativos do BPP e de terceiros, assim como ao Fundo de Garantia de Depósitos e ao Sistema de Indemnização aos Investidores.

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O que está em causa no processo que colocou Rui Moreira no banco doa arguidos? Sentença conhecida esta sexta-feira

Ministério Público acusa Rui Moreira de ter tentado favorecer a Selminho, imobiliária da família, da qual era sócio, e pede perda de mandato do autarca independente.

É já esta sexta-feira que Rui Moreira, autarca do Porto, vai conhecer a decisão do coletivo de juízes do Porto, no âmbito do caso Selminho.

O Ministério Público, que acusa Rui Moreira de ter tentado favorecer a Selminho, imobiliária da família, da qual era sócio, defende a perda de mandato do autarca independente, depois de, em 18 de maio do ano passado o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto ter decidido pronunciar (levar a julgamento) Rui Moreira, “nos exatos termos” da acusação do MP que imputa ao arguido o crime de prevaricação.

No centro da polémica está um terreno no Douro, vendido por um casal que o registou por usucapião, à imobiliária Selminho, em 2001, e que o tribunal considerou ser propriedade municipal, na sequência de uma outra ação movida pela autarquia em 2017.

Como começou este caso?

Em julho de 2016, o DIAP do Porto anunciava a abertura de um inquérito, na sequência de uma denúncia anónima sobre a empresa Selminho, da família de Rui Moreira, que detinha, há vários anos, um conflito judicial com a Câmara do Porto, devido a terrenos da escarpa da Arrábida.

Em dezembro do mesmo ano, a CDU apresentava em dezembro de 2016 uma queixa no MP sobre a Selminho, com quem a autarquia fez um acordo extrajudicial, em 2014, comprometendo-se a devolver, no âmbito da revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), capacidade construtiva ao terreno na calçada da Arrábida, classificado como escarpa em 2006. Mas esta queixa acabou arquivada em julho de 2017, tendo o Ministério Público (MP) entendido não existir “qualquer sinal de proveito pessoal do autarca ou de terceiros ou de prejuízos patrimoniais para a autarquia”.

De que é acusado Rui Moreira?

O Ministério Público acusou, em 2020, o autarca do Porto de prevaricação por, alegadamente, favorecer a imobiliária durante o seu mandato, em 2013, em detrimento da autarquia.

No debate instrutório de 29 de abril de 2021, o MP reiterou que Rui Moreira, enquanto presidente do município, agiu em seu benefício e da família, em prejuízo do município, no negócio dos terrenos da Arrábida.

Segundo o MP, Rui Moreira ordenou ainda ao advogado, que naquela ação representava a câmara, a celebração de compromisso arbitral e de transação judicial onde aquele se obrigava a alterar o Plano Diretor Municipal, de acordo com a pretensão da Selminho, no ano de 2016, ou a indemnizar a empresa, caso tal não se viesse a verificar, e que, “ao fazê-lo, retirava a causa da esfera do tribunal judicial administrativo para a entrega a um tribunal arbitral, sem qualquer fundamento para tal”.

Como se defende Rui Moreira?

A defesa de Rui Moreira acusou – durante o julgamento — o Ministério Público de fazer “um ataque indescritível à honra” do presidente da Câmara do Porto, considerando que, em julgamento, ficou provado que o autarca “não teve qualquer intervenção” no processo Selminho.

“Peço a vossas excelências que absolvam o arguido e digam que não é verdade o que vem na acusação e que não é verdade que beneficiou a Selminho em detrimento do município”, afirmou o advogado Tiago Rodrigues Bastos.

Tiago Rodrigues Bastos classificou as alegações do procurador do MP de “ataque indescritível à honra de uma pessoa que dedicou o seu tempo, o seu saber e a sua energia em prol do interesse público e em prol dos seus concidadãos”.

“[Isto é uma] Violência sem paralelo. O que nos é dito é que Rui Moreira, que se candidatou contra os partidos, por um movimento independente de cidadãos, num espaço de oito meses esteve a cuidar dos interesses da sua família. Isto é uma ideia intolerável e inaceitável. Se isto não é um ataque indescritível à honra de uma pessoa, não sei o que é”, frisou o advogado.

Tiago Rodrigues Bastos lembrou que o MP requereu a inquirição de 17 testemunhas, sublinhado “que nenhuma delas referiu que tivesse, direta ou indiretamente, [recebido] qualquer instrução” do presidente da Câmara do Porto no processo Selminho.

“Porque é que estas pessoas mentem?”, questionou o advogado, aludindo aos depoimentos, nomeadamente do advogado Pedro Neves de Sousa, da ex-chefe do departamento jurídico da câmara Raquel Maia ou de Guilhermina Rego, antiga vice-presidente de Rui Moreira.

A defesa de Rui Moreira criticou o procurador do MP por recorrer e valorar a prova indireta e ignorar a prova direta, ao desvalorizar os depoimentos das testemunhas.

Segundo o advogado, a única intervenção de Rui Moreira no processo Selminho “limitou-se à outorga” de uma procuração com poderes especiais ao advogado Pedro Neves de Sousa “porque lhe foi solicitada”, salientando que esse é um “ato inócuo” e sem relevância para o processo em julgamento.

A procuração permitiu ao advogado, em nome do município, chegar a acordo com a Selminho, assinado em 24 de julho de 2014, que previa o reconhecimento da edificabilidade do terreno em causa, por alteração do Plano Diretor Municipal (PDM), ou, se isso não fosse possível, indemnizar a imobiliária num valor a ser definido, mas em tribunal arbitral, caso houvesse lugar ao eventual pagamento de indemnização.

Tiago Rodrigues Bastos considerou que este acordo não permitiu qualquer vantagem ou benefício à Selminho, em prejuízo da Câmara do Porto, defendendo que “não há nenhuma ilegalidade no acordo” firmado entre as partes.

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Pharol, Ramada e Novabase na porta de saída do PSI-20

Presidente da bolsa de Lisboa admitiu que “duas ou três” cotadas podem abandonar o índice de referência em março por não cumprirem mínimo de 100 milhões de euros de capital disperso em bolsa.

Pharol, Ramada e Novabase estão na pole position para abandonarem o índice de referência bolsista português a partir de março, quando entrarem em vigor as novas regras do PSI-20.

Isabel Ucha, a presidente da Euronext Lisbon, admitiu esta quinta-feira que “duas ou três” cotadas que integram atualmente o PSI-20 estão na porta de saída daquele índice, que passará a ter exclusivamente empresas com um mínimo de 100 milhões de euros de capitalização bolsista dispersa no mercado (o chamado free float) a partir do final de março.

De acordo com a Reuters, há três cotadas que não cumprem atualmente este requisito. A tecnológica Novabase apresenta um free float de apenas 37,8 milhões de euros, tendo apenas 22% do seu capital disperso em bolsa, ou seja, há margem para reverter a saída. A Ramada está na mesma situação: tem um free float de 41 milhões de euros, correspondendo a 22% da sua capitalização bolsista de 180 milhões de euros.

Por seu turno, a Pharol, que tem como ativos uma participação na operadora brasileira Oi e ainda dívida da Rioforte, apresenta um free float de 54,8 milhões, cerca de 66% do capital.

Se estas três cotadas chegarem ao final de março com o free float abaixo dos 100 milhões, deixarão de figurar na principal montra acionista de Portugal porque o PSI (assim passará a ser designado o índice, deixando cair o 20) deixará de ter um número mínimo de cotadas no seu índice (18 é o número mínimo atualmente). Esta é outra das alterações em vista.

Com um free float de 113,5 milhões de euros, a Ibersol, que explora o Burger King, Pizza Hut, KFC, entre outras cadeias de restaurantes, também arrisca a saída do PSI se as ações tiverem um mau desempenho nos próximos meses e cair abaixo da fasquia “mágica”.

Isabel Ucha explicou aos jornalistas que as novas regras visam dar maior dinâmica ao PSI-20, que vinha perdendo fulgor por causa das cotadas mais pequenas.

“Se queríamos ter um índice mais forte e atrativo, não podíamos ter empresas pequenas”, frisou.

“Um índice que não serve os investidores, também não serve os emitentes. (…) Observamos que havia produtos indexados ao índice que começaram a desaparecer e outros cuja negociação começou a cair progressivamente”, explicou.

Admitiu ainda que as empresas que estão para sair têm um peso de 1% no índice e que a saída do PSI-20 terá um impacto “muito limitado” naquilo que é a sua negociação em bolsa.

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5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que continua a audição do ex-banqueiro João Rendeiro, é também feita a leitura do acórdão do "Caso Selminho".

A audição do ex-banqueiro João Rendeiro é retomada após o envio formal do pedido de extradição pelas autoridades portuguesas. Na agenda está também a leitura do acórdão do “Caso Selminho”. O Ministério Público pediu a condenação e perda de mandato de Rui Moreira. A semana está a terminar e esta sexta-feira é também dia de ficar a saber quantas casas foram transacionadas no terceiro trimestre de 2021 na União Europeia e de como está a correr o Mecanismo de Estabilidade Europeu. É também o último dia da “Agenda de Davos” 2022.

Retomada audição do ex-banqueiro João Rendeiro

É retomada esta sexta-feira a audição de João Rendeiro, que está em prisão preventiva. O ex-presidente do Banco Privado Português (BPP) foi preso em dezembro, num hotel na África do Sul, ao fim de três meses a fugir à Justiça. Foi condenado em três processos relacionados com o colapso do banco, tendo o tribunal dado como provado que João Rendeiro retirou do banco 13,61 milhões de euros.

Dia de leitura do acórdão do “Caso Selminho”

Está marcada para esta sexta-feira a leitura do acórdão do processo Selminho, no qual Rui Moreira é acusado de favorecer a imobiliária da família (da qual era sócio) em detrimento do município do Porto. Nas alegações finais, o procurador do Ministério Público pediu a condenação do atual presidente da Câmara do Porto a uma pena suspensa, além da perda do mandato. Já o advogado de Rui Moreira defendeu a sua absolvição.

Quantas casas foram vendidas na Zona Euro no terceiro trimestre de 2021?

O Eurostat vai revelar esta sexta-feira quantas casas foram transacionadas na União Europeia (UE) no terceiro trimestre de 2021. Os dados mais recentes, referentes ao segundo trimestre, indicam que o número de transações de habitação aumentou em dez dos 11 países da UE. O maior aumento foi observado na Eslovénia (+80,2%) e a maior queda nos Países Baixos (-2,1%).

DBRS publica relatório sobre Mecanismo de Estabilidade Europeu

A agência de rating DBRS vai publicar esta sexta-feira um relatório sobre o Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE), uma instituição financeira criada pelos Estados-membros da Zona Euro, que presta assistência aos países afetados ou ameaçados por sérios problemas de financiamento. A capacidade máxima de financiamento do MEE é de 500 mil milhões de euros.

Termina reunião virtual “Agenda de Davos” 2022

Esta sexta-feira é o último dia da reunião virtual “Agenda de Davos” 2022, que arrancou no início da semana em Davos, na Suíça. O evento conta com a participação de Chefes de Estado e de Governo, CEO e outros líderes mundiais que discutem os desafios críticos que o mundo enfrenta atualmente e apresentam as suas ideias sobre a forma de os enfrentar. A presidente do BCE e a diretora-geral do FMI vão marcar presença.

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