Passageiros e contas da Metro do Porto só se aproximam do pré-pandemia em 2023

  • Lusa
  • 14 Janeiro 2022

Metro do Porto prevê que os passageiros e as contas da empresa se aproximem dos valores pré-pandemia apenas em 2023, superando 2019 nalguns indicadores só em 2024.

A Metro do Porto prevê que os passageiros e as contas da empresa se aproximem dos valores pré-pandemia apenas em 2023, superando 2019 nalguns indicadores só em 2024, segundo o Plano de Atividades e Orçamento (PAO) de 2022.

Pressupõe-se que apenas em 2023 será possível atingir valores de procura semelhantes aos apurados em 2019, ou seja, o volume de passageiros em 2023 será de cerca de 96% do registado em 2019 (ano recorde de procura do sistema de Metro)”, pode ler-se no documento.

Em 2019, o Metro do Porto transportou 71,3 milhões de passageiros, valor que será ultrapassado, segundo as previsões da empresa, apenas em 2024.

Entretanto, o transportador de ferrovia ligeira da Área Metropolitana do Porto contabilizou 39,3 milhões de passageiros em 2020 (sendo que em abril os validadores estiveram desligados), e para 2021 a projeção do PAO eram 46,6 milhões.

Para 2022 e 2023, as previsões da Metro apontam a 56,5 milhões e 68,6 milhões de passageiros (96% do valor de 2019), respetivamente, ainda abaixo dos valores de 2019.

Indicadores que consta no Plano de Atividades e Orçamento do Metro do Porto de 2022Fonte: Metro do Porto

Em 2024, acrescenta o documento, prevê-se um aumento significativo dos passageiros, transportando-se 87,5 milhões, algo que a empresa atribui às “inaugurações das extensões da rede de metro em curso (linha Amarela e Rosa) e da linha de BRT [Bus-Rapid Transit, ‘metro-bus’ da Boavista]”.

Quanto às contas da empresa, a Metro ainda não prevê um excedente operacional em 2021 ou 2022, “em consequência da quebra de procura e receita originada pela situação de pandemia”, depois de o ter atingido em 2019.

“Preveem-se taxas de cobertura dos gastos pelos rendimentos operacionais de cerca de 82% em 2021, 98% em 2022, 107% em 2023, 128% em 2024 e 130% em 2025”, uma evolução “consistente com a recuperação da procura e, consequentemente, das receitas de bilhética e acessórias”, aponta a Metro.

Relativamente ao volume de negócios, “comparando o volume de negócios previsto para 2022 com o de 2019, verifica-se um valor 9% inferior (menos 5,4 milhões de euros)”, pode ler-se no PAO.

Também neste indicador apenas em 2024 se superam os valores de 2019, o que alinha com as previsões de crescimento de passageiros.

No ano imediatamente anterior à pandemia de Covid-19, o volume de negócios da Metro atingiu os 57,1 milhões de euros, valor que baixou para 39,9 em 2020, primeiro ano da pandemia.

Para 2021, a projeção da empresa liderada por Tiago Braga aponta, no documento, para 42,4 milhões de euros de rendimentos, valor que é previsto subir para 51,7 milhões este ano e 55,8 milhões de euros em 2023, ainda assim abaixo dos valores de 2019.

Em 2024 está previsto um aumento significativo do volume de negócios da Metro do Porto, que atingirá os 71,8 milhões de euros, de acordo com o plano de atividades de 2022.

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Inflação, juros e novas variantes ameaçam correção na bolsa, alerta CMVM

CMVM alertou para eventuais correções no mercado acionista se inflação alta persistir e os bancos centrais forem mais agressivos na subida dos juros. Novas variantes também preocupam regulador.

Alta inflação, aumento rápido dos juros pelos bancos centrais e novas variantes do coronavírus podem provocar correções significativas nos preços das ações, alertou o regulador do mercado esta sexta-feira.

Os preços das ações encontram-se em “níveis historicamente elevados”, e há mesmo “segmentos do mercado com indícios de alguma exuberância”. As cotações beneficiaram das ações dos bancos centrais e governos para travar a pandemia nos últimos dois anos. “Mas são cada vez mais fortes os sinais de inversão da política monetária”, avisa a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) no relatório Risk Outlook para 2022, publicado esta sexta-feira.

“Se as taxas de juro diretoras aumentarem mais cedo e mais do que o previsto, os mercados obrigacionistas tenderão a reagir, com o consequente aumento das yields. A preocupação com o risco de inflação tem crescido nos mercados financeiros”, explica o regulador liderado por Gabriel Bernardino.

O alerta para uma bolha nas bolsas não é novo. Agora o aviso é para os investidores se precaverem face a uma correção num quadro de aceleração dos preços que vai obrigar os bancos centrais a atuarem de forma mais agressiva do que o previsto, como já indiciou a Reserva Federal norte-americana na semana passada, com os mercados a mostrarem-se muito nervosos. Na Zona Euro, com a inflação em máximos de desde a criação da moeda única, nos 4,9%, o Banco Central Europeu (BCE) está sob pressão para começar a apertar a política monetária, apesar de Lagarde insistir que a alta taxa de crescimentos dos preços se baseia em fatores temporários.

Neste quadro, “o eventual aumento da taxa de inflação e das taxas de juro poderá inverter o ritmo de ganhos no mercado acionista” e “essas correções de preços poderão ser exacerbadas devido à excessiva alavancagem de alguns investidores, que poderão ser forçados à alienação de posições”.

Acrescenta ainda o polícia dos mercados que “um aumento abrupto e rápido nas taxas de juros de longo prazo, ou o surgimento de novas variantes do SARS-CoV-2 que sejam resistentes às vacinas existentes, poderão igualmente originar correções nos mercados financeiros”.

O relatório da CMVM adverte ainda para os riscos decorrentes da digitalização, nomeadamente os riscos de “ciberataques, cibercrime e de fraude, e ainda riscos decorrentes da prática de intermediação financeira não autorizada, da oferta de instrumentos a investidores com poucos conhecimentos financeiros e da disseminação de informação inexata”, e ainda relativo ao rápido crescimento de ativos alternativos e digitais, como os criptoativos, “que se encontram, maioritariamente, fora do quadro regulamentar”.

O regulador também salienta os riscos associados às externalidades negativas que a atividade humana tem no ambiente, na sociedade e na governação das empresas (riscos ESG).

(Notícia atualizada às 14h21)

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Garrigues assessorou a Aernnova em operação de 151 milhões de euros

A equipa da Garrigues foi liderada pelos sócios Susana Pimenta de Sousa e Ricardo Villanueva Vielba e pelo associado principal Pedro Lemos Carvalho.

A sociedade de advogados Garrigues assessorou a Aernnova na operação de compra à Embraer das suas fábricas em Évora, operadas pela Embraer Portugal Estruturas Metálicas e Embraer Portugal Estruturas em Compósitos. A operação está avaliada em cerca de 151 milhões de euros.

A equipa da Garrigues foi liderada pelos sócios Susana Pimenta de Sousa (Garrigues Lisboa) e Ricardo Villanueva Vielba (Garrigues Bilbau) e pelo associado principal Pedro Lemos Carvalho (Garrigues Lisboa), tendo contado igualmente com a participação dos associados Mariana Velosa e Ferreira (Garrigues Lisboa) e Guillermo Arbulu (Garrigues Bilbau) e outros profissionais das distintas áreas de prática envolvidas no projeto.

A Embraer Metálicas e a Embraer Compósitos têm, respetivamente, 37.100 e 31.800 metros quadrados, e juntas empregam cerca de 500 pessoas. As duas unidades combinam tecnologias avançadas no fabrico de aeroestruturas metálicas e de compósitos com um elevado nível de digitalização e automação dos processos produtivos. Ambas produzem componentes para asas e estabilizadores verticais e horizontais para programas aeronáuticos da Embraer, entre outros e receberam 34,65 milhões de euros em incentivos do Portugal 2020.

Com esta parceria, a Aernnova assumirá a operação das fábricas em Évora e, ao mesmo tempo, assegurará o fornecimento para a produção de aeronaves Embraer, aumentando a previsão de receitas de longo prazo dos espanhóis, que se estima em mais cerca de 170 milhões de dólares.

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Diretores admitem fecho de escolas devido a aumento de funcionários infetados

  • Lusa
  • 14 Janeiro 2022

“Os casos positivos têm subido muito e se a situação continuar assim poderei ter de encerrar a escola na próxima semana”, admite, por exemplo, diretor de agrupamento na Póvoa de Varzim.

O aumento de casos de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2 entre os assistentes operacionais das escolas está a preocupar alguns diretores escolares que admitem ter de encerrar estabelecimentos caso a situação se agrave.

No Agrupamento Cego do Maio, na Póvoa de Varzim, há oito assistentes operacionais em casa devido à Covid-19. “Os casos positivos têm subido muito e se a situação continuar assim poderei ter de encerrar a escola na próxima semana”, disse à Lusa Arlindo Ferreira, diretor do agrupamento onde habitualmente trabalham cerca de duas dezenas de funcionários.

Na segunda-feira, arrancou a campanha de testagem à Covid-19 a professores e trabalhadores não docentes, mas no agrupamento da Povoa de Varzim o processo está agendado apenas para a próxima semana. Os casos de infetados que Arlindo Ferreira tem recebido são de testes realizados por iniciativa dos próprios trabalhadores. O diretor teme que na próxima semana possam aumentar.

O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, sublinha que as escolas “fazem tudo para não fechar, mas se houver uma vaga poderá ser impossível impedir que tal não aconteça”.

Filinto Lima disse à Lusa que os diretores podem pedir aos assistentes operacionais que estão a trabalhar numa escola para irem temporariamente para outra, podem também reduzir os horários de alguns serviços, como o bar ou a biblioteca, libertando trabalhadores para outros setores. “Podemos recorrer à Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, que nos apoia colocando pessoas para colmatar estas ausências pontuais. As escolas têm reservas de recrutamento e podemos ir à lista contratar outros funcionários”, afirmou Filinto Lima, garantindo que “os diretores fazem tudo para evitar chegar a um caso dramático de fechar uma escola”.

Segundo o presidente da ANDAEP, os casos de escolas fechadas serão “pontuais e nunca generalizados”. “Tenho falado com diretores de norte a sul e até ao momento ninguém me reportou esse tipo de situação”, afirmou, lembrando que a falta de funcionários nas escolas é um problema do passado.

A ideia é confirmada pelos sindicatos que representam esses trabalhadores. O secretário-geral da Federação Nacional de Educação, João Dias da Silva, lembrou que houve “um crescimento generalizado de assistentes operacionais, apesar de alguns concursos terem demorado mais tempo a concluir e algumas escolas poderem ainda não ter todos os funcionários, mas serão casos pontuais”.

No entanto, sublinhou João Dias da Silva, “quando há trabalhadores em situação de doença num número elevado isso pode tornar a situação difícil na escola”.

No início do atual ano letivo, a FNE realizou um levantamento junto das escolas e concluiu que “havia uma aproximação às necessidades das escolas, podendo haver algumas necessidades, mas sem a dimensão do passado em termos de assistentes operacionais”, recordou João Dias da Silva. O problema foca-se agora na falta de técnicos especializados e técnicos superiores.

“Há uma aproximação das necessidades, podendo haver pontualmente a necessidade de assistentes operacionais numa ou noutra escola”, afirmou, sublinhando que estas falhas são o resultado de uma portaria de rácios que foi melhorada, mas ainda “sem ter em conta a especificidade de cada escola”.

Por exemplo, a portaria de rácios define o número de assistentes operacionais tendo em conta o número de alunos com necessidades educativas, mas a FNE defende que deveria ter em conta as diferentes tipologias de alunos, ou seja, se esse estudante tem ou não necessidades profundas. “A dimensão da biblioteca, que tipos de laboratórios existem, se existem mais oficinas” são outros dos exemplos dados por João Dias da Silva que defende que “existem fatores que deveriam implicar outro ajustamento” da portaria.

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Já pode concorrer aos 84 milhões do PRR para investir na economia do mar

  • Lusa
  • 14 Janeiro 2022

Com dotação de 84 milhões de euros e a concluir “até ao final de 2025”, estes investimentos visam “criar uma plataforma em rede física e digital para dinamizar a bioeconomia azul".

Oito avisos convite do Fundo Azul para investimento na economia do mar no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com dotação de 84 milhões de euros, foram publicados e devem estar concluídos até final de 2025.

“Foram publicados os oito Avisos Convite do Fundo Azul para os polos a serem financiados pelo PRR, com vista à criação do Hub Azul de infraestruturas em rede para dinamizar a Economia Azul em Portugal”, refere o Ministério do Mar num comunicado divulgado hoje.

Com dotação de 84 milhões de euros e a concluir “até ao final de 2025”, estes investimentos visam “criar uma plataforma em rede física e digital para dinamizar a bioeconomia azul e outras áreas emergentes da economia do mar descarbonizante, em Portugal e na Europa”.

Segundo a tutela, os consórcios que irão receber as verbas do PRR, através do Fundo Azul/DGPM enquanto Beneficiário Intermediário, levarão a cabo a dinamização dos seguintes polos de inovação e industrialização, em zonas portuárias: Lisboa, Oeiras, Peniche, Aveiro, Porto-Matosinhos (I e II) e Algarve.

Outro polo diz respeito ao novo conceito de Hub Blue School, que agrega instituições de educação/formação em várias localidades de Portugal continental e ilhas.

“Para além de novas PME [Pequenas e Médias Empresas] e startup, em parceria com as cidades, universidades e centros de I&D [investigação e desenvolvimento] regionais, este Hub Azul deverá integrar grandes empresas como faróis de fomento ao desenvolvimento, atuando como clientes e dinamizando novas cadeias de valor”, realça o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, citado no comunicado.

O Governo pretende “fomentar um modelo de negócio da economia do mar que seja dinamizador da transferência de conhecimento e tecnologia entre empresas, academias, autarquias e outros agentes”, apontando entre as “atividades mais promissoras” a energia renovável de fonte ou localização oceânica, a aquicultura em mar aberto (‘offshore’), a robótica, os cabos submarinos e a bioeconomia azul, nomeadamente produtos para as indústrias têxtil, alimentar farmacêutica e a cosmética.

Segundo explica, “o Hub Azul incluirá infraestrutura em terra e no mar, com o acesso a novos equipamentos de monitorização marinha e seus dados, e disponibilizará acesso a horas de navios de investigação oceanográfica para bioprospeção, mapeamento e conhecimento científico, assim como para alavancar a experimentação de soluções inovadoras em contexto real, no mar”.

Para dar suporte legislativo a esta estratégia foi recentemente publicado em Diário da República o decreto-lei nº123/2021, de 30 de dezembro, com a Revisão do Fundo Azul, que passou a ser beneficiário intermediário dos fundos europeus do PRR.

Outro “importante passo da reforma” referido pelo ministério foi a publicação da resolução do Conselho de Ministros (RCM) n.º 182/2021, de 24 de dezembro, de alteração à Estratégia para o Aumento da Competitividade da Rede de Portos Comerciais do Continente−Horizonte 2026, que alarga o âmbito da Rede Port Tech Clusters à bioeconomia azul.

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Turismo pode gastar 10 milhões a promover Portugal como destino até 2023

  • Lusa
  • 14 Janeiro 2022

Turismo de Portugal autorizado a gastar até 10 milhões de euros em campanhas de publicidade digital para a promoção de Portugal como destino turístico, tendo sido lançado procedimento pré-contratual.

O Governo autorizou o Turismo de Portugal a gastar nos próximos dois anos até 10 milhões de euros para campanhas de publicidade digital, verba na maioria (7,5 milhões de euros) destinada a aplicar em 2022, segundo portaria publicada esta sexta-feira.

As secretárias de Estado do Turismo, Rita Marques, e do Orçamento, Cláudia Joaquim, pelo despacho assinado no final de dezembro e publicado esta sexta-feira, autorizam encargos plurianuais decorrentes da contratação de serviços de planeamento, implementação, otimização e acompanhamento de compra de meios para a campanha de publicidade digital do Turismo de Portugal, até ao montante de 10 milhões de euros.

Para promover Portugal como destino turístico, o Turismo de Portugal vai executar em 2022/2023 uma campanha internacional de turismo em meios digitais.

Segundo o diploma, já foi lançado um procedimento pré-contratual para um acordo-quadro, “celebrado com uma entidade” nos termos do Código dos Contratos Públicos, destinado à aquisição de serviços de planeamento, implementação, otimização e acompanhamento de compra de meios para a campanha de publicidade digital do Turismo de Portugal.

“Assim, importa preparar as condições para que o Turismo de Portugal, cumprindo as responsabilidades que lhe estão cometidas, possa, face ao contexto existente, preparar a execução de campanha de publicidade, no âmbito do acordo-quadro celebrado”, justificam as governantes.

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Despedidos do Santander acampam em Belém e querem ser recebidos por Marcelo

Hoje é o último dia para dezenas de trabalhadores do Santander. Depois do trabalho, farão uma vigília em frente ao Palácio de Belém, onde querem ser recebidos pelo Presidente da República.

Os trabalhadores que foram alvo de despedimento coletivo no Santander Totta vão acampar esta sexta-feira em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, à espera de serem recebidos pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com o objetivo de impedir que o banco continue a despedir.

É inadmissível o alheamento do poder político perante este crime social”, diz um panfleto do Movimento de Ação Anti Despedimento distribuído entre os trabalhadores do banco, a que o ECO teve acesso, que começa logo com uma provocação: “Será que o Presidente Marcelo fará uma selfie com os trabalhadores despedidos?

“Os banqueiros colocaram no desemprego e destruíram vidas a milhares de trabalhadores que ao longo de décadas contribuíram para os lucros milionários da banca em geral. Só o Banco Santander Totta, nos últimos dez anos, entregou cerca de quatro mil milhões para encher os cofres dos banqueiros espanhóis”, acrescenta.

Não é por acaso que a vigília está marcada para esta sexta-feira, sendo que admitem passar a noite em Belém até serem recebidos.

Hoje é o último dia para dezenas de trabalhadores no banco que foram alvo do despedimento coletivo encetado pelo Santander no ano passado. Serão menos de 50 cujo despedimento se efetivará a partir das 16h30, depois de não terem aderido ao plano de rescisões por mútuo acordo e reformas antecipas implementado no início de 2021 e que levou à saída de centenas de funcionários da instituição. Assim que saíram do posto de trabalho vão para Belém. Mais colegas se juntarão à concentração.

“Calculamos que passem lá mais de uma centena de colegas durante a tarde e a noite. Além dos trabalhadores despedidos também se juntarão outros colegas que estiveram no plano de saída em solidariedade. Uns dez ou 15 vão passar lá a noite e vão sendo revezados”, explica ao ECO João Pascoal, ex-trabalhador reformado do banco.

Não sei se vamos ser recebidos pelo Presidente ou não, mas foi feito este desafio. Queremos chamar a atenção ao poder político que deixaram que em dois grandes bancos [Santander e BCP] se destruíssem mais de dois mil postos no ano passado e são bancos que apresentaram lucros. Não podem continuar a fechar os olhos”, frisou.

Há outra queixa que estes trabalhadores querem entregar a Marcelo: pretendem saber por que razão foi permitido que o banco utilizasse a base militar de Beja para a realização de uma reunião interna, com mais de 100 quadros do banco, “passando a mensagem de força e impunidade com a utilização de um património das Forças Armadas portuguesas, já no decorrer deste processo de despedimento coletivo”.

“O Chefe máximo das Forças Armadas devia explicar como isto aconteceu”, indica o panfleto.

Sobre este encontro, fonte oficial do banco explicou que acordou em 2019 com Comando aéreo uma parceria para o patrocínio de um evento de acrobacia aérea, o qual também prevê a utilização da base aérea para um evento de colaboradores e clientes.

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Fnac angaria mais de 30 mil euros para expansão do Café Joyeux em Portugal

O valor, conseguido através de campanha de responsabilidade social promovida pela Fnac no final do ano passado, vai servir para apoiar os custos de abertura do Café Joyeux Lisboa.

A Fnac conseguiu reunir 32.800 euros para a expansão do Café Joyeux em Portugal, através de uma campanha de responsabilidade social promovida o ano passado. O valor angariado inclui as receitas geradas através de donativos feitos nas lojas físicas e no site da cadeia, assim como das vendas de artigos de merchandising Joyeux. Em Portugal, o primeiro Café Joyeux, espaço que emprega pessoas com necessidades especiais, abriu em novembro em Lisboa e há planos para uma segunda abertura, em Cascais.

“É bastante gratificante para a Fnac apoiar e promover este tipo de causas. Sabemos que podemos continuar a cultivar a diferença, contribuindo para uma sociedade mais justa e tolerante. Acreditamos que o valor angariado através da nossa campanha vai ajudar significativamente o desenvolvimento do Café Joyeux, um projeto que mudará a vida de centenas de pessoas em Portugal”, afirma Inês Condeço, diretora de marketing e comunicação da Fnac Portugal, em comunicado.

Nascido em França, o café Joyeux chegou a Lisboa em novembro com o objetivo de empregar e formar pessoas com dificuldades intelectuais e do desenvolvimento, promovendo a sua inclusão no meio laboral e na sociedade. O primeiro café-restaurante em terras lusas, na Calçada da Estrela, emprega nove pessoas.

Mas o objetivo é mais ambicioso: durante o primeiro semestre de 2022 deverá abrir um segundo estabelecimento, em Cascais. E, até 2026, através da abertura de outros cafés-restaurantes e da contratação de talento para eventos, a Associação VilacomVida, responsável por este projeto, pretende empregar cerca de uma centena de pessoas com dificuldades intelectuais e de desenvolvimento, como a trissomia 21 ou o autismo.

Para este caminho, contribuirão os fundos angariados pela companhia de retalho não alimentar. “Estamos profundamente gratos à Fnac Portugal e a toda a sua incrível equipa, pelo apoio e empenho que deram para que o lançamento da missão Joyeux em Portugal seja um sucesso. Com o valor angariado será possível apoiar os custos de abertura do Café Joyeux Lisboa, nomeadamente, na aquisição do equipamento necessário para a promoção da autonomia dos colaboradores que contratamos para formar, bem como dos seus uniformes de trabalho”, diz Filipa Pinto Coelho, presidente da direção da Associação VilacomVida.

“Fazemos votos que mais empresas sigam o bom exemplo da Fnac Portugal e possam apoiar esta missão tão ambiciosa quanto necessária para mostrar à sociedade a grande mais-valia na diferença”, apela.

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Piratas informáticos atacam sites do Governo e embaixadas na Ucrânia

Ataques informáticos tiveram como alvos sites do Governo e embaixadas na Ucrânia, tendo sido publicada a mensagem “Tenham medo e esperem o pior”. Origem dos ataques ainda por confirmar.

Mais de uma dúzia de sites do Governo ucraniano e de embaixadas no país foram pirateados esta sexta-feira. Nos sites dos ministérios da Educação e dos Negócios Estrangeiros foi ainda publicada a mensagem “Tenham medo e esperem o pior”, avançou a BBC (acesso gratuito e conteúdo em inglês).

Os ataques informáticos, cujos alvos incluíram as embaixadas do Reino Unido, Estados Unidos da América (EUA) e Suécia na Ucrânia, surgem um dia após uma nova ronda inconclusiva de conversas diplomáticas entre a Rússia e os países ocidentais.

A origem dos ataques ainda não foi confirmada, embora um porta-voz da Ucrânia já tenha admitido que, no passado, a Rússia esteve na origem de ataques informáticos. Do lado russo ainda não foi prestada nenhuma declaração oficial.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, já condenou o ciberataque e anunciou a convocação de uma reunião de emergência dos embaixadores do Comité Político e de Segurança, de modo a analisar como pode a UE “prestar assistência técnica” a Kiev e “aumentar a sua capacidade de resistência a este tipo de ataques”.

“Infelizmente, já esperávamos que isto pudesse acontecer. Evidentemente, não podemos apontar o dedo a ninguém, pois não temos provas, mas podemos imaginar”, acrescentou Borrell à entrada para uma reunião informal de ministros dos Negócios Estrangeiros dos membros da UE em Brest, França.

As tensões entre a Rússia e a Ucrânia e, subsequentemente, o mundo ocidental, têm crescido nas últimas semanas após a concentração de dezenas de milhares de tropas russas junto da fronteira com a Ucrânia. Entre as exigências do lado russo estão incluídas concessões a nível de segurança, bem como a promessa de não aceitar a Ucrânia na UE, avançou o The New York Times esta sexta-feira (acesso condicionado e conteúdo em inglês).

O presidente francês, Emmanuel Macron mostrou-se também satisfeito, esta terça-feira, com o “interesse renovado” dos EUA na questão da Ucrânia, embora tenha sublinhado que, quando se trata da segurança europeia, “é a Europa que deve falar”. O presidente admitiu considerar “bom” que os Estados Unidas e a Rússia falem sobre a questão europeia, visto tratar-se de uma questão de “segurança coletiva”.

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Mais portugueses foram ao Algarve e à Madeira em 2021 do que em 2019

Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o Algarve e a Madeira tiveram mais dormidas de turistas nacionais em 2021 do que em 2019.

Com os dados de 2021 quase concluídos, os números do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que, de janeiro a novembro, o Algarve e a Madeira registaram mais dormidas de residentes do que no mesmo período de 2019, antes da pandemia, o que mostra uma preferência dos portugueses por estas duas regiões quando se trata de fazer férias em território nacional, uma realidade acentuada pelas restrições da pandemia.

Entre janeiro e novembro de 2021, com o processo de vacinação e um menor nível de restrições principalmente durante o segundo semestre, houve mais dormidas de residentes no Algarve do que no mesmo período de 2019 (5,13 milhões versus 4,8 milhões), o que sugere que os portugueses trocaram idas ao estrangeiro (ainda condicionadas pela Covid-19) por mais idas ao Algarve.

O mesmo aconteceu na Madeira: houve mais dormidas de residentes entre janeiro e novembro de 2021 (ligeiramente acima de um milhão) do que no mesmo período de 2019 (887 mil). Foi a ida de mais portugueses ao arquipélago madeirense que permitiu que esta região, isolando os meses de outubro e novembro, já tenha uma atividade turística acima dos níveis de 2019, o que é um indicador positivo para a recuperação do setor.

Comparando com o mês de novembro de 2019, apenas a RA Madeira apresentou um crescimento (+0,8%) no número de dormidas (+23,7% nos residentes e -2,0% nos não residentes)“, nota o gabinete de estatísticas no comunicado divulgado esta sexta-feira sobre a atividade turística em Portugal em novembro.

Porém, tal não aconteceu nas restantes regiões. No Norte, no Centro, na Área Metropolitana de Lisboa, no Alentejo e nos Açores, as dormidas de residentes no ano passado continuaram abaixo dos valores registados em 2019, apesar de terem recuperado significativamente face a 2020, aproximando-se assim dos níveis pré-pandemia.

Mais dramática é a situação do setor no que toca às dormidas de não residentes. Os turistas estrangeiros vieram mais a Portugal em 2021 do que em 2020, mas os números continuam significativamente abaixo dos valores registados em 2019. Por exemplo, no Algarve o número de dormidas de não residentes corresponde em 2021 a um terço do valor de 2019. Na Madeira, corresponde a metade.

Daí que a importância dos residentes para a recuperação do turismo. Segundo os dados do INE, “entre janeiro e novembro de 2021, as dormidas de residentes representaram 50,7% do total, significativamente acima da quota verificada em 2019 (29,8% do total)“. Ou seja, metade das dormidas em Portugal corresponde a residentes, preenchendo parcialmente a “lacuna” deixada pela falta de turistas estrangeiros.

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Preços das casas com subida de 8,8% na Zona Euro no terceiro trimestre de 2021

  • Joana Abrantes Gomes
  • 14 Janeiro 2022

Estes valores, que correspondem à variação homóloga, representam o maior aumento anual para a Zona Euro desde 2005, e desde o segundo trimestre de 2007 para a UE.

Os preços das casas registaram aumentos de 8,8% na Zona Euro e 9,2% na União Europeia (UE) no terceiro trimestre de 2021 na comparação homóloga, divulgou esta sexta-feira o Eurostat. Trata-se do maior aumento anual para a Zona Euro desde 2005, ano em que começaram a ser recolhidos dados dos preços da habitação, e desde o segundo trimestre de 2007 para a UE.

Face ao segundo trimestre de 2021, no qual os preços da habitação subiram 6,8% na Zona Euro e 7,3% no conjunto dos 27 Estados-membros, os aumentos foram de, respetivamente, 3,3% e 3,1%.

Fonte: Eurostat

As subidas homólogas mais baixas verificaram-se no Chipre (+2,2%) e em Itália e Espanha (+4,2% cada), enquanto os principais avanços foram registados na República Checa (+22,0%), Lituânia (+18,9%), Estónia (+17,3%) e Países Baixos (+16,8%).

Acima dos 10% na variação homóloga ficaram ainda o Luxemburgo (+13,4%), a Áustria e a Eslovénia (+12,9% cada), a Letónia (+12,7%), a Hungria (+12,6%), a Alemanha (+12,0%), a Suécia (+11,3%), a Irlanda (+10,6%) e a Dinamarca (+10,3%).

Em Portugal, o indicador aumentou 9,9% na comparação homóloga e 3,6% na variação em cadeia.

Rendas subiram 16% desde 2010

A par com os preços da habitação, as rendas também continuaram o seu aumento constante no período de julho a setembro de 2021, subindo para 1,2% na comparação com o período homólogo de 2020, de acordo com o gabinete de estatísticas da UE. Desde 2010, as subidas foram de 16% para as rendas e de 39% para os preços das casas.

Observando a evolução de ambos os preços desde 2010 até ao segundo trimestre de 2011, os preços e as rendas da habitação na UE tiveram percursos semelhantes, mas a partir do segundo trimestre de 2011, os preços passaram a divergir significativamente: enquanto as rendas têm vindo a aumentar de forma constante ao longo do tempo, os preços das casas têm flutuado consideravelmente.

Fonte: Eurostat

Desde 2010, comparando com o terceiro trimestre de 2021, os preços da habitação mais do que duplicaram na Estónia (+141%), Hungria (+118%), Luxemburgo (+117%), Letónia (+106%) e Áustria (+104%). Nesse período, registaram-se diminuições apenas na Grécia (-28%), Itália (-12%), Chipre (-6%) e Espanha (-0,5%).

Quanto às rendas, na comparação do terceiro trimestre de 2021 com 2010, os preços aumentaram em 25 Estados-membros e diminuíram apenas em dois, com o maior aumento a verificar-se também na Estónia (+162%), seguida da Lituânia (+111%) e da Irlanda (+68%). A Grécia e o Chipre foram os únicos países a registar diminuições: respetivamente, de -25% e -3%.

No mesmo período, os preços das casas aumentaram mais do que as rendas em 18 países do bloco comunitário, incluindo Portugal, que, desde 2010, teve um aumento dos preços da habitação entre 50 e 60% e das rendas entre 20 e 30%.

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TAP responde a Rui Rio sobre o voo para São Francisco. “É a lei da oferta e da procura”

No debate ontem com António Costa, Rui Rio disse que a TAP cobrava mais aos portugueses do que aos espanhóis por uma viagem a São Francisco. A TAP já respondeu.

A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener. MIGUEL A. LOPES/LUSA

A TAP foi um dos temas a marcar o debate entre os líderes do PS e PSD que concorrem às legislativas de 30 de janeiro. Já no final do debate, Rui Rio acusou a TAP de cobrar mais aos portugueses do que aos espanhóis numa viagem para os EUA, afirmando que a companhia serve o país “de forma absolutamente indecente”.

O líder do PSD confrontou António Costa com um quadro com as tarifas de um voo da TAP de Madrid para São Francisco, e que faz escala em Lisboa.

“Um voo da TAP que faz Madrid-São Francisco, e faz escala em Lisboa. Sabe quanto paga o espanhol? 190 euros de Madrid a São Francisco com escala em Lisboa. O português, se apanhar o avião em Lisboa para ir para São Francisco, paga 697 euros”.

Rio referiu ainda que a TAP é uma “companhia de bandeira, mas é companhia de bandeira espanhola ou de outro país qualquer. Quem paga somos nós. Isto é revoltante”.

A TAP já reagiu. Numa mensagem escrita enviada ao ECO, a companhia aérea explica a diferença de preços com o facto de um voo ser direto e o outro não. Ou seja, para encher um voo para os EUA têm de ir buscar passageiros a outras paragens, e só consegue convencer os espanhóis se cobrar uma tarifa competitiva. Já os voos diretos, diz a empresa, são normalmente mais caros do que os voos com escalas.

Os preços são determinados pela lei da oferta e da procura. Há uma forte concorrência na oferta de voos de qualquer aeroporto da Europa para os EUA. Para a TAP atrair passageiros que desejam voar entre Madrid ou Barcelona e um destino nos EUA — o exemplo dado, mas válido para quase todos os casos — deve ter um preço que seja competitivo com a oferta de companhias aéreas que operam voos diretos na mesma rota, ou com uma escala em qualquer outro hub. Esta é uma política de preços comum à maioria das companhias aéreas”, explica a TAP.

A empresa liderada por Christine Ourmières-Widener afirma ainda que “os voos diretos entre dois destinos têm sempre uma maior procura do que os voos com escalas. A lei da oferta e da procura funciona, pelo que são normalmente mais caros do que os voos com escalas, um produto mais demorado, menos confortável e pior, desse ponto de vista”.

Debate entre António Costa e Rui Rio para as Legislativas 2022 - 13JAN22

Rio quer vender a TAP “o mais depressa possível”

No debate ontem no Capitólio, o líder do PSD mostrou-se contra a injeção de 3,2 mil milhões de euros de dinheiros públicos na TAP, calculando que as ajudas à empresa quase que equivalem à receita anual de IRC em Portugal. O líder do PSD voltou a criticar a transportadora aérea por “apenas servir o Aeroporto de Lisboa e não ligar nada ao resto do país”, notando que, “mesmo Lisboa, serve de maneira indecente”. E, por isso, defende a privatização da empresa.

Questionado sobre a meta temporal para a privatização, Rio respondeu que devia ser “o mais depressa possível”. “Mas não pode ser amanhã porque senão vende-se mal e tem de se vender bem”.

Costa quer alienar 50% do capital

No debate, António Costa também disse que ia abrir o capital da empresa a privados, mas não a maioria.

Afirmou acreditar que o próximo Executivo estará “em condições de poder alienar 50% do capital”, notando que “já há companhias interessadas” em ficar com a transportadora aérea.

E defendeu a intervenção realizada assim que chegou a primeiro-ministro: “Se o Estado não tivesse readquirido o capital alienado, a TAP teria ido para o buraco com o Sr. [David] Neeleman. Foi por isso que conseguimos salvar a TAP”.

Rio: “fechava a TAP e criava uma empresa ao lado”

Já esta sexta-feira, no rescaldo do debate, Rui Rio foi confrontado novamente pelos jornalistas com o tema da TAP e reiterou que a empresa “acumulou prejuízos ao longo dos anos e que esses prejuízos têm vindo a ser pagos por impostos dos portugueses”.

Reconhece que a pandemia complicou a vida da empresa, mas diz que depois da injeção de 3,2 mil milhões de euros, a TAP voltará a ser “igual àquilo que ela sempre foi, de mão estendida ao contribuinte português”.

Daí defender a privatização que foi feita pelo Governo PSD de Pedro Passos Coelho, recordando que mais tarde António Costa viria a reverter essa privatização.

O que é que Rio teria feito de diferente? “Fechava a TAP e fazia ao lado, de raiz, uma companhia nova, que é o que foi feito noutros países”. O caso mais recente é o da Italia Trasporto Aereo (ITA), uma nova empresa criada para suceder à Alitalia.

“Agora, como já foi metido lá muito dinheiro, mais vale capitalizar e procurar alguém que queira comprar a participação [do Estado] e a assuma a gestão”, conclui o líder do PSD.

(Notícia atualizada com mais informação às 12h36)

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