Produção de eletricidade retomada na barragem do Alto Lindoso

  • Lusa
  • 18 Novembro 2022

A barragem ainda não atingiu a cota mínima para a produção de eletricidade, 329 metros, mas a previsão meteorológica para os próximos dias aponta para “bastante precipitação”.

A produção de eletricidade na barragem do Alto Lindoso, Ponte da Barca, suspensa desde outubro, foi retomada dia 12, por estar “a 70% da sua capacidade de armazenagem” e face à previsão de precipitação para os próximos dias.

“A informação que temos é a de que a barragem do Alto Lindoso está a cerca de 70% da sua capacidade de armazenamento de água. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deu autorização para o arranque da produção de energia na última sexta-feira que a EDP iniciou, no dia seguinte”, afirmou esta sexta-feira Augusto Marinho.

Em declarações à agência Lusa, o autarca social-democrata adiantou que a autorização da APA, apesar de não ter sido atingida a cota mínima para a produção de eletricidade, 329 metros, foi justificada com a previsão meteorológica para os próximos dias, que aponta para “bastante precipitação”.

No dia 1 de outubro, a APA suspendeu, temporariamente, a produção hidroelétrica em 15 barragens, entre elas a do Alto Lindoso e Touvedo, no concelho de Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo, até que serem alcançadas as cotas mínimas da sua capacidade útil.

Antes, em finais de janeiro, a EDP tomou a iniciativa, atendendo à situação de seca severa que afetava a região, de suspender a produção de energia elétrica, dias antes do Governo restringir o uso de várias barragens para produção de eletricidade e para rega agrícola.

A barragem do Alto Lindoso e Touvedo foi uma das quatro cuja água só podia ser usada para produzir eletricidade cerca de duas horas por semana, garantindo valores mínimos para a manutenção do sistema de abastecimento de água para consumo humano. Augusto Marinho adiantou que apesar da chuva intensa que se tem feito sentir a barragem tem demorado a encher, estando ainda com bastante capacidade de armazenamento disponível”.

“É um cenário bem mais animador”, disse, adiantando que o município está “apreensivo” quando ao “efeito que a chuva tem tido nas linhas de água do concelho”.

“Verificamos que há muitos resíduos e matéria orgânica na água, consequência dos fogos florestais. Estas chuvas, com a força com que vieram dificultam a sua penetração nos solos. Isso verifica-se nas linhas de água que temos na zona das albufeiras, mais concretamente na barragem de Touvedo, mas também noutros locais onde tivemos fogos florestais e que levou à intervenção da proteção civil. A quantidade de água que tem caído é muita e a capacidade de retenção dos terrenos é muito reduzida”, disse.

O autarca alertou para “a necessidade de uma intervenção mais rápida e mais acentuada”, logo após os fogos florestais. “Se não houver celeridade na intervenção após os fogos florestais poderemos ter problemas mais sérios, como derrocadas ou outros efeitos, como os que já estamos a sentir ao nível das linhas de água”, avisou. Relativamente ao setor agrícola, Augusto Marinho disse que o município “não tem nenhum feedback negativo”, decorrente da “chuva intensa e prolongada que tem atingido o distrito de Viana do Castelo.

“Não nos chegaram dados de que a precipitação esteja a causar danos significativos nalguma colheita. A água fazia falta, portanto, ainda bem que veio para repor o equilíbrio que estava em défice”, especificou. Quantos aos “benefícios” decorrentes da pluviosidade intensa que se tem feito sentir na região referiu “serem há muito esperados e desejados”.

“A chuva veio trazer um novo equilíbrio às nossas serras, aos campos agrícolas e às pastagens que agora estão verdejantes e ricas. Estão como é natural estarem”, concluiu. A albufeira da barragem hidroelétrica do Alto Lindoso situa-se no rio Lima, entre as freguesias de Lindoso e Soajo (concelhos de Ponte da Barca e Arcos de Valdevez, respetivamente), dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG).

A barragem foi projetada em 1983 e concluída em 1992. Inaugurada em março de 1993 pelo então primeiro-ministro Cavaco Silva, a sua utilidade é a produção de energia elétrica.

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Whatsapp vai permitir encontrar empresas e comprar produtos

  • ECO
  • 18 Novembro 2022

Whatsapp vai permitir aos utilizadores encontrar empresas, iniciar conversas e comprar produtos através da aplicação. Ferramenta ainda não está disponível em Portugal.

Depois dos grupos de amigos, família e trabalho o Whatsapp vai permitir aos utilizadores encontrar empresas, iniciar conversas e comprar produtos através da plataforma. A ferramenta foi lançada na quinta-feira no Brasil.

Com esta atualização os utilizadores vão poder encontrar uma empresa no Whatsapp utilizando a barra de pesquisa da plataforma, sem ser necessário ir procurar números de telemóvel em sites nem guardar o contacto no telemóvel. De acordo com o comunicado divulgado no blog oficial da aplicação do grupo Meta, esta funcionalidade vai começar a funcionar no Brasil, Indonésia, México e Reino Unido.

Além disso os utilizadores vão poder iniciar conversas com as empresas e efetuar pagamentos com cartão crédito ou débito a partir de uma conversa de Whatsapp. “Esta experiência de pagamento simples será decisiva para as pessoas e empresas que querem comprar e vender no WhatsApp sem ter de aceder a um site, abrir outra aplicação ou pagar pessoalmente”, adianta a app, em comunicado.

Ao que o ECO conseguir apurar, até ao momento de publicação do artigo, estas ferramentas ainda não estão disponíveis em Portugal.

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Um em cada três europeus prevê falhar pagamentos nos próximos 12 meses

  • Lusa
  • 18 Novembro 2022

Seis em cada 10 inquiridos estão a mudar a forma como gastam o dinheiro e afirmam estar cada vez mais conscientes de custos desnecessários, como refeições fora de casa.

Um em cada três europeus acredita que não terá dinheiro suficiente para pagar as suas contas de serviços públicos nos próximos 12 meses, segundo o estudo European Consumer Payment Report 2022 da Intrum, divulgado esta sexta-feira.

A inflação desencadeou uma onda de “ansiedade da fatura”, à medida que as famílias lutam para equilibrar os seus rendimentos e despesas, refere a Intrum, empresa de serviços de gestão de crédito sediada na Suécia. De acordo com o relatório, baseado num inquérito em 24 países europeus, incluindo Portugal, feito entre julho e setembro, mais de oito em cada dez inquiridos demonstram preocupação face ao impacto do aumento dos preços dos bens alimentares e da energia no seu bem-estar financeiro.

As respostas dos cerca dos 24 mil consumidores europeus que participaram no inquérito levaram à conclusão de que um em cada três europeus acredita que não terá dinheiro suficiente para pagar as contas de serviços públicos nos próximos 12 meses.

“Após longos anos de inflação baixa e de fraca política monetária, a subida dos preços e o aumento das taxas de juro tornaram os consumidores europeus profundamente pessimistas quanto ao futuro. Muitos consumidores que não foram severamente afetados durante a pandemia estão hoje a sentir as consequências“, realça o presidente executivo da Intrum, Andrés Rubio, citado num comunicado.

“Os choques de custos terão naturalmente um impacto significativo nos padrões de despesa dos consumidores, com riscos acrescidos de incumprimento para faturas de menor prioridade”, acrescenta o responsável. Segundo o estudo, seis em cada 10 inquiridos estão a mudar a forma como gastam o dinheiro e afirmam estar cada vez mais conscientes de custos desnecessários, estando a cortar nas refeições fora de casa, “o que é uma má notícia para o setor da hotelaria e outros que estavam a começar a recuperar” após a pandemia de covid-19.

Entre os consumidores que esperam falhar o pagamento das faturas nos próximos 12 meses, a maioria afirma ser provável não pagarem as faturas do comércio eletrónico e das lojas online. O ECPR demonstra ainda que mais de metade dos inquiridos acredita que uma inflação elevada irá durar anos, apesar da intervenção governamental, sugerindo pouca fé na capacidade dos seus líderes em controlar os preços.

As incertezas económicas estão também a causar a preocupação de uma maioria (seis em cada 10 dos inquiridos) que considera que não está a poupar o suficiente para o futuro, não sendo capaz de se reformar confortavelmente. Perante este cenário, três em cada 10 inquiridos indicam que em breve irão pedir um aumento salarial, uma resposta que sobe para 41% entre os inquiridos com crianças pequenas.

“Embora ainda não tenhamos visto o ‘círculo vicioso’ de uma espiral salários-preços na Europa, a percentagem relativamente elevada de pessoas que dizem que vão exigir um aumento salarial indica que a paciência dos consumidores com a queda dos salários reais está a diminuir. Isto irá colocar mais em evidência a capacidade dos bancos centrais em conter a inflação”, afirma Andrés Rubio.

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ISEG revê em alta crescimento da economia para 6,7% em 2022

  • Lusa
  • 18 Novembro 2022

"O crescimento mais provável em 2022 será de 6,7%, valor que, apesar do pessimismo e da queda da confiança registada depois do 1.º trimestre, ultrapassa as expectativas iniciais", indica ISEG.

Os economistas do ISEG reviram em alta ligeira as previsões de crescimento da economia portuguesa para este ano, estimando agora um aumento de 6,7%, acima dos níveis pré-pandemia em 3,2%, segundo a Síntese de Conjuntura divulgada esta sexta-feira.

“Em termos anuais, atendendo ao crescimento registado até ao 3.º trimestre considera-se que o crescimento mais provável em 2022 será de 6,7%, valor que, apesar do pessimismo e da queda da confiança registada depois do 1.º trimestre, ultrapassa as expectativas iniciais“, pode ler-se no documento.

Em outubro, o grupo de análise económica do ISEG previa um crescimento da economia portuguesa para este ano entre 6,4% e 6,6% do Produto Interno Bruto (PIB). O grupo de economistas do instituto de economia e gestão da Universidade de Lisboa, acrescentam que, caso se verifique o crescimento em 6,7% este ano, “o PIB de 2022 terá recuperado o nível pré-pandemia e situar-se-á cerca de 3,2% acima do registado em 2019”.

“Esta recuperação, em dois anos, compara favoravelmente com a recuperação média da Área Euro”, realça o ISEG.

Quanto ao quarto trimestre do ano, os economistas referem que há ainda poucos dados disponíveis, salientando também que o último trimestre está “sujeito aos impactos da inflação e das medidas compensatórias” não sendo possível definir ainda “se a economia irá crescer ou decrescer em cadeia”.

O ISEG admite que, em qualquer dos casos (descida ou subida) “as variações serão reduzidas” na evolução em cadeia. Em termos homólogos, no quarto trimestre, o ISEG indica que “é esperada uma desaceleração do crescimento devido a efeitos base positivos mais reduzidos (face aos trimestres anteriores), previsivelmente para valores ligeiramente abaixo ou em torno de 3%”.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), o Governo estima um crescimento do PIB de 6,5% em 2022.

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Propostas para fundo de Perdas e Danos multiplicam-se. Cimeira do clima prolongada até sábado

Países não reúnem consenso em Sharm el-Sheikh e prolongam cimeira do clima até sábado. Fundo de Perdas e Danos e fim aos combustíveis fósseis são os principais impasses.

A 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas de 2022 (COP 27) estava prevista para terminar esta sexta-feira, 18 de outubro, mas à medida que nos aproximamos do fim do dia, as expectativas quanto a um acordo entre as partes continuam a afastar-se.

O presidente da COP, Sameh Shoukry, anunciou esta tarde estar “determinado a terminar esta conferência amanhã“, apelando às partes para que façam “a uma velocidade superior” as negociações, inicialmente previstas para terminar esta sexta-feira. “Continuo preocupado com o número de questões por resolver, nomeadamente sobre financiamento, mitigação, perdas e danos e as suas ligações”, afirmou o responsável. “Apelo às partes para que trabalhem em conjunto para resolver estas questões remanescentes o mais rapidamente possível“.

Em cima da mesa está o Pacto de Sharm el-Sheik, cuja versão preliminar divulgada nas últimas horas deixou muito a desejar. Não só estão longe de reunir consenso entre os líderes mundiais, mas também pecam pela falta de um acordo ambicioso e justo em matérias cruciais como o fundo de Perdas e Danos e o fim aos combustíveis fósseis.

“Por esta hora, já deveria estar terminada a COP27. Não é assim, porque muito aspetos ainda faltam ser acordados“, refere o presidente da associação ambientalista Zero, esta sexta-feira, à margem da cimeira, acrescentando que “em cima da mesa estão várias discordâncias”, nomeadamente, os detalhes em relação ao fundo de Perdas e Danos.

Depois de o G77 e a China terem apresentado uma nova proposta relativamente este o fundo, que servirá para cobrir prejuízos imediatos nos países mais pobres de catástrofes agravadas pelas alterações climáticas, a União Europeia reagiu com alguma relutância. Ao vice-presidente da Comissão Europeia, a experiência indica-lhe que “leva tempo a que um fundo seja criado, e mais tempo ainda até que comece a ser preenchido” pelos países visados, os mais ricos. Para Frans Timmermans, os “instrumentos atualmente disponíveis” poderiam acelerar esse processo, mas uma vez que os “G77 estão colados à ideia do fundo, teremos que concordar”. Mas existem contrapartidas.

No documento relativamente ao fundo em causa, e que chegou durante a madrugada desta sexta-feira, Bruxelas sugere que o mecanismo seja financiado por uma “ampla base de doadores” e destinado aos países mais vulneráveis, isto tendo em conta realidade económica dos países em 2022, e não de 1992, ano em que foi assinada a Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, tal como sugere a proposta dos G77 e da China.

O ano de referência torna-se assim num detalhe importante, uma vez que a China — o país que mais emite gases com efeito de estufa (GEE) e a segunda maior economia mundial — foi classificada como um país em desenvolvimento na convenção de 1992. Ao abrigo desta proposta, Pequim ficaria assim ilibado de financiar o fundo de Perdas e Danos.

Mas o ano de referência pode suscitar também algumas dúvidas quanto aos países mais vulneráveis, uma vez que corre o risco de abranger apenas os países menos desenvolvidos — lista da qual várias nações, como o Paquistão, ficariam de fora. O Paquistão serve de exemplo uma vez que as inundações deste ano provocaram a morte de mais de 1.700 pessoas e 13.000 feridos.

A ministra paquistanesa para as Alterações Climáticas, Sherry Rehman, atual presidente do poderoso grupo de negociação G77 e China reagiu à proposta, dizendo ser “aceitável” mas “com algumas mudanças”.

A esta condição no texto sobre o fundo, acrescem ainda a condição de que no acordo final entre as partes fique presente uma linguagem clara sobre o fim dos combustíveis fósseis e o apelo de Bruxelas para que os países cumpram com o objetivo de reduzir as emissões de GEE. Frans Timmermans argumenta que a “mitigação, adaptação, Perdas e Danos, tudo isto funciona em conjunto. Se a proposta europeia for aceite, tudo isto funciona como um pacote”.

Dentro das salas, as delegações dos mais de 190 países presentes irão avaliar mais duas opções para a concretização deste fundo: que a recolha de verbas só comece a partir do próximo ano, na COP28, altura em que surgirão “novos e aprimorados acordos de financiamento para ajudar os países em desenvolvimento”, lê-se no documento. E uma segunda, que sugere a criação de um mecanismo alternativo ao fundo de Perdas e Danos que sirva o mesmo propósito mas que tenha outras fontes de financiamento.

Segundo Francisco Ferreira, esta “divergência” acontece uma vez que países como os Estados Unidos, Suíça e Japão “consideram que avançar com um fundo nessa matéria seria assumir a responsabilidade causa-efeito do ponto de vista jurídico das alterações climáticas e as suas consequências. É como abrir um precedente“, diz.

Quanto ao fim dos combustíveis fósseis, as partes ainda não foram capazes de chegar a um compromisso claro e vinculativo. No documento rascunho, lê-se apenas que a presidência egípcia “incentiva a continuação de esforços para acelerar as medidas para a redução gradual da energia de carvão inabalável e eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis fósseis”.

Para Francisco Ferreira, a primeira versão do texto final está “longe do que é necessário”, nomeadamente no que toca à linguagem sobre os combustíveis fósseis, que diz estar “praticamente igual” ao acordo de Glasgow, da COP26; e ainda a “ambição para a redução das emissões, que é crucial para revolvermos os problemas”.

Certo é que a conferência que deveria terminar esta tarde, ao fim de 15 dias de negociações, deverá prolongar-se, pelo menos, até sábado. O secretário-geral das Nações Unidas exortou os governos a entregarem um acordo “forte” resultante desta cimeira do clima,

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Portugal tem 3,1 milhões de animais de companhia registados

  • Lusa
  • 18 Novembro 2022

Em 2022 os apoios para o bem-estar animal aumentaram para 12 milhões de euros, enquanto em 2021 rondaram os oito milhões.

Portugal tem atualmente 3,1 milhões de animais de companhia registados e desde 2021 foram inscritos mais 800 mil, foi divulgado esta sexta-feira. Estes números foram revelados por ocasião da 2.ª Conferência de Bem-Estar Animal, organizada pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e que decorreu no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

Segundo aquele organismo do Estado, em 2022 os apoios para o bem-estar animal aumentaram para 12 milhões de euros, enquanto em 2021 rondaram os oito milhões, que permitiram a criação de 47 novos Centros de recolha, a par da modernização e ampliação de 24 instalações já existentes.

Os dados, divulgados numa nota enviada à agência Lusa, dão conta de que só no ano passado foram registados no Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC) cerca de 800 mil, tendo o número de esterilizações no último ano aumentado 64,12%, para 28.990 animais. Os animais mais esterilizados foram gatas (10.840) e gatos (6.560), seguindo-se as cadelas (6.511) e os cães (5.079).

A informação enviada refere que os 800 mil animais de companhia inscritos no SIAC “é um dos indicadores mais claros da necessidade de evolução social e legislativa em matéria de bem-estar animal, para reforçar a resposta aos problemas que ainda subsistem neste domínio”.

De acordo com a mesma nota, durante a 2.ª conferência hoje realizada no Porto foram abordadas algumas das medidas que têm sido colocadas em prática em áreas como a garantia de proteção dos animais de companhia ou os planos de controlo de alojamento de animais de companhia, sendo que para dar corpo a estas estratégias, “os apoios estatais disponibilizados em 2022 podem ascender até aos 12 milhões de euros”.

O ICNF adianta que a análise aos apoios referentes a 2021 permitiu concluir que dos 10,7 milhões de euros de verbas disponibilizadas para projetos de bem-estar animal foram atribuídos cerca de 8,1 milhões.

Os dados provisórios de 2022, também divulgados na conferência, indicam que, desde a formação do Departamento de Bem-Estar de Animais de Companhia, em 2021, foram realizadas pelo ICNF 522 vistorias a alojamentos animais já existentes e emitidos 304 registos para criação de novos espaços. Neste período deram entrada no ICNF 291 denúncias, maioritariamente relacionadas com omissão de cuidados no alojamento.

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Lojas tentam “desembrulhar” milhares de trabalhadores para o Natal

Retalhistas como a Fnac, Worten ou El Corte Inglés admitem dificuldade adicional em encontrar trabalhadores temporários para a época festiva, que é também de azáfama para as empresas de recrutamento.

Depois de dois Natais vividos com as restrições da pandemia, com os consumidores a recearam os contactos e as próprias lojas a funcionarem com várias limitações, as empresas retalhistas estão a preparar o reforço das equipas para o próximo período festivo – que em alguns casos arranca já este mês com a Black Friday –, reconhecendo ao ECO as dificuldades que estão a enfrentar para recrutar estes milhares de trabalhadores temporários para as lojas ou armazéns.

É o caso do El Corte Inglés, que para o período do Natal, que “representa um volume de negócio muito significativo” para a empresa, prevê contratar cerca de 500 pessoas a nível nacional, maioritariamente para funções de venda, mas também para outras de apoio, como o serviço ao cliente (presencial e online) ou o armazém. As primeiras contratações foram feitas ainda em outubro e vão decorrer até ao início de dezembro, com os colaboradores contratados para esta altura do ano a passarem igualmente por um período de formação inicial.

“Não negamos que os níveis de desemprego têm trazido desafios acrescidos ao processo de recrutamento e seleção, que estão a ser sentidos um pouco em todos os setores, mas, nesta altura, por razões óbvias, sobretudo no comércio e distribuição. É inevitável que o processo seja mais exigente, acentuando-se também o volume de candidaturas em gestão. Registámos um aumento de 50% na captação de candidatos, e diminuímos em 30% a conversão, ou seja, [precisamos] de entrevistar mais de quatro candidatos para escolher um. Com tudo o que isso implica, se pensarmos que o volume de candidaturas ronda nesta época os 1.500 currículos por mês”, relata o grupo de origem espanhola.

Não negamos que os níveis de desemprego têm trazido desafios acrescidos ao processo de recrutamento e seleção. Registámos um aumento de 50% na captação de candidatos, e diminuímos em 30% a conversão, ou seja, precisamos de entrevistar mais de quatro candidatos para escolher um.

El Corte Inglés

Fonte oficial

Para conseguir “dar resposta a todos estes desafios sem grandes sobressaltos”, fonte oficial do El Corte Inglés diz ao ECO que tem usado “metodologias de recrutamento mais orientadas para avaliar o perfil do candidato” que chega nesta altura do ano, e recorrido a “dinâmicas de formação cada vez mais assentes na experiência prática e com valor acrescentado”. Por outro lado, destaca a “inesgotável disponibilidade de todas as nossas pessoas para acolher os novos colaboradores, em meses particularmente intensos”.

Nuno Pardalejo, diretor de exploração da Fnac, admite igualmente que, apesar da “força e características diferenciadoras” da marca auxiliarem o recrutamento, de facto, nota este ano “alguma dificuldade adicional no âmbito do recrutamento”. Um feito que indica que tem conseguido reduzir com um “planeamento de recursos humanos bastante antecipado” e com recurso a soluções inovadoras, como a ação “Recomendas um Amigo”, direcionado para trabalhar ali neste período de Natal, “havendo a possibilidade de permanecer na empresa depois desta época”.

Nuno Pardalejo, diretor de exploração da Fnac

Para este Natal, período que vale habitualmente 30% das vendas totais do ano, a cadeia francesa de artigos de cultura, tecnologia e lazer vai reforçar as equipas em Portugal com cerca de 300 pessoas. São “significativamente mais, comparando com anos anteriores, tendo sobretudo em conta as expectativas que temos para a época natalícia de 2022”. Grande parte será alocada no serviço ao cliente, em particular para a operação nas caixas de pagamento; e outra ficará no atendimento específico aos Aderentes, “que nestes períodos acorrem massivamente” às mais de três dezenas de lojas espalhadas pelo país.

Na eletrónica de consumo, “atendendo às previsões de aumento de vendas” nesta altura, a MediaMarkt volta este ano a reforçar o staff, com o diretor regional para o mercado português, Miguel Sousa, a traçar o perfil para os colaboradores de loja: “Procuramos profissionais dinâmicos, com conhecimentos de tecnologia e excelente capacidade de atendimento ao cliente”. Com perto de 200 lojas físicas por todo o país, a concorrente Worten quer “pessoas com forte orientação para a satisfação dos clientes”, focadas em resultados e que gostem de trabalhar em equipa e de tecnologia, além de terem disponibilidade horária, nomeadamente aos fins de semana.

Iniciámos este recrutamento na segunda quinzena de outubro. (…) Sendo uma altura em que muitas empresas reforçam os seus quadros, é natural haver algum desafio na celeridade. Estamos ainda em processo de reforço das nossas equipas.

Worten

Fonte oficial

Sem revelar o número específico, a empresa do grupo Sonae fala ao ECO em “centenas de contratações”, maioritariamente para as lojas (vendedores) e entreposto logístico, para corresponder ao maior fluxo de clientes. E iniciou esse processo de recrutamento logo na segunda quinzena de outubro “para garantir que [tem] as pessoas necessárias para os picos de vendas associados às campanhas Black Friday e Natal”. “Sendo uma altura em que muitas empresas reforçam os seus quadros, é natural haver algum desafio na celeridade do processo. Estamos ainda em processo de reforço das nossas equipas”, acrescenta fonte oficial.

Com perto de 200 lojas físicas, a Worten (grupo Sonae) está a fazer “centenas de contratações” para esta época alta de vendas.

Quem começou também cedo a procurar reforços para o quadro de funcionários, em preparação para a Black Friday e para o Natal, foi a Parfois, num processo seletivo 100% online e com todas as vagas para período integral. No total, a conhecida empresa portuguesa de acessórios de moda abriu um total de 250 vagas para integrar os seus armazéns de Canelas (Vila Nova de Gaia) e Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.

Porém, há grupos retalhistas que optam por outra estratégia para responder ao pico de procura nesta altura do ano. É o caso da GMS Store, cujos vendedores têm de ter formação e conhecimentos específicos da Apple, marca com que trabalha. “Não queremos sacrificar o nosso ADN de retalhista especialista Apple (…). No entanto, as nossas equipas têm horários reforçados, não têm férias neste período e têm todo o gosto em estar em loja e viver o Black Friday com os clientes, como período festivo do retalho que é, iniciando o Natal para nós”, resume o CEO, André Marques da Silva.

E depois há o caso da Via Outlets, dona do Freeport e do Vila do Conde Outlet, que criou um espaço de descanso e lazer onde os colaboradores das lojas parceiras vão poder usufruir de massagens, snacks e jogos. A diretora de marketing, Catarina Tomás, contextualiza que esta é uma altura de maior afluência aos centros e em que as equipas “trabalham de forma árdua e com um esforço adicional”, compensado desta forma este esforço com “momentos de distração, descanso e lazer, para que as equipas possam recarregar energias”.

Azáfama contagia as empresas de recursos humanos

Já do lado das empresas de recrutamento com área de trabalho temporário, esta é igualmente uma altura de maior azáfama. Cláudia Ferreira, diretora de vendas e operações de Inhouse na Randstad Portugal, descreve ao ECO uma maior pressão nas áreas da logística e da distribuição, sobretudo para a frente de loja, picking, embalamento e preparação de encomendas; e um “pico” na indústria mais focada em produção e nas áreas digitais associadas à gestão de e-commerce, como serviços de apoio ao cliente em chamada, chat, social media e website.

É verdade que a escassez de talento é um desafio geral que todos as áreas e setores vivem, e não é diferente para os setores com picos de produtividade associados ao final do ano.

Cláudia Ferreira

Diretora de vendas e operações de Inhouse na Randstad Portugal

A responsável da Randstad, que abriu mais de mil vagas para esta quadra, reconhece que “é verdade que a escassez de talento é um desafio geral que todas as áreas e setores vivem – e não é diferente para os setores com picos de produtividade associados ao final do ano”. Ainda assim, salienta que “é possível responder a estes momentos e colocar pessoas orientadas para estas áreas, seja logística ou apoio ao cliente, pois as empresas estão cada vez mais a ter em conta o que os colaboradores mais valorizam e a trabalhar as suas estratégias de atração nesse sentido”.

No caso da Multipessoal, o aumento do recurso ao trabalho temporário é evidente em funções como “operadores de embrulhos”, de armazém e assistentes de apoio ao cliente, sendo a área da cosmética e perfumaria apontada como uma das que apresenta maiores necessidades de recrutamento na época festiva. Salete Carvalho, staffing director, refere ao ECO que “a escassez de recursos no mercado de trabalho continua a ser uma realidade e representa um desafio para as empresas, particularmente, nesta época de acréscimo de atividade sazonal”.

Salete Carvalho, staffing director da Multipessoal

Para fazer face a este desafio, a Multipessoal frisa que tem tentado inovar os processos e serviços que oferece, com Salete Carvalho a destacar o lançamento do Clan, que apresenta como uma solução de emprego 100% digital para todos os candidatos e colaboradores. “Conseguimos agilizar e otimizar os processos de recrutamento, que acontecem de forma totalmente online, o que nos permite aumentar a capacidade de resposta, assegurando que estamos prontos quando e onde somos precisos”, conclui.

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Finlândia vai construir vedação na fronteira com a Rússia

  • Lusa
  • 18 Novembro 2022

O principal objetivo da vedação é ajudar os guardas fronteiriços a vigiar e prevenir a migração ilegal em larga escala. O projeto tem um custo estimado de 380 milhões de euros .

A Finlândia anunciou esta sexta-feira a construção de uma vedação de arame farpado ao longo da fronteira com a Rússia a partir de 2023, justificada pelas preocupações de segurança do país nórdico após a invasão russa da Ucrânia.

Os primeiros três quilómetros da vedação serão colocados no verão de 2023 num ponto de passagem na cidade de Imatra (leste). Eventualmente, a sua extensão poderá ser prolongada para um máximo de 200 quilómetros, indicou a agência noticiosa Associated Press (AP). A fronteira da Finlândia com a Rússia, que se estende por 1.340 quilómetros, é a maior entre todos os países da União Europeia fronteiriços com o país eslavo.

Em outubro, a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, disse existir um consenso entre os deputados para a construção de uma vedação que abrangesse algumas zonas da fronteira com a Rússia, num projeto com um custo estimado de 380 milhões de euros que deverá ficar concluído em 2026. De acordo com Marin, o principal objetivo da vedação é ajudar os guardas fronteiriços a vigiar e prevenir a migração ilegal em larga escala.

O seu Governo não se referiu publicamente à guerra da Rússia na Ucrânia ou à decisão da Finlândia em aderir à NATO para justificar a construção da vedação. No entanto, Helsínquia tem manifestado preocupação pelos desenvolvimentos da situação na Rússia e na Ucrânia, e ainda face às ameaças de retaliação de Moscovo em caso de adesão do país vizinho à aliança militar ocidental.

Políticos e peritos têm referido a quase impossibilidade de construir uma vedação ao longo de toda a fronteira leste do país, que atravessa densas florestas. Em alguns locais, a fronteira russo-finlandesa está apenas assinalada por postes de madeira com barreiras destinadas a travar a deslocação de gado.

A vedação, inicialmente proposta pela Guarda fronteiriça finlandesa, deverá ser erguida por fases, desde um comprimento de cinco quilómetros até ao de 52 quilómetros. Será colocada essencialmente no sudeste da Finlândia, onde ocorre a maioria do tráfego fronteiriço com a Rússia, mas deverão ser ainda construídas pequenas secções na região do norte da Carélia e na região da Lapónia, no Ártico.

Na perspetiva das autoridades fronteiriças, a construção desta estrutura deverá permitir um reforço significativo do controlo fronteiriço. A vedação terá uma altura de três metros, com uma extensão de arma farpado no topo. Para além de patrulhas motorizadas, a Guarda fronteiriça finlandesa utiliza instrumentos eletrónicos e outras ferramentas para monitorizar a atividade na fronteira.

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30% dos cheques dentista ficam por usar. Governo vai avaliar medida

  • Lusa
  • 18 Novembro 2022

Entre 30 e 40% dos cheques dentista ficam por usar, segundo o ministro da Saúde, que adianta que em 2021 a medida teve um custo de 14 milhões.

O cheque dentista foi utilizado no ano passado por 400 mil crianças, mas 30 a 40% ficam por utilizar, disse esta sexta-feira o ministro da Saúde, anunciando a realização de um estudo para avaliar as razões desta subutilização. “Não pode deixar de perturbar um decisor político o facto de uma parte significativa dos cheques dentista distribuídos não serem utilizados”, afirmou Manuel Pizarro na cerimónia de abertura do 31.º Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas (OMS).

O governante defendeu que é preciso aprofundar “se não é nas comunidades mais desfavorecidas”, onde os cheques são “mais importantes”, que a sua utilização é menos relevante. No caso de esta situação se verificar, disse: “Isso significa com clareza que nós temos que dirigir um fortíssimo esforço de literacia com essas comunidades”. Dirigindo-se à diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, também presente no congresso, Manuel Pizarro disse que o desafio que têm é tornar evidente o resultado deste programa.

“Se o queremos alargar, temos de tomar consciência do valor do investimento que fazemos, que é, apesar de tudo, significativo”, disse, indicando que em 2021 foi de 14 milhões de euros. O ministro disse ainda estar “profundamente convencido” de que este é um instrumento decisivo para melhorar no futuro a saúde oral dos portugueses: “A cárie não é uma inevitabilidade, pode ser evitada”.

À margem do congresso, em declarações aos jornalistas, Manuel Pizarro avançou que vai ser realizado no início de 2023 um estudo para perceber porque é que uma parte “muito significativa” dos cheques não são utilizados. “Espero estar em condições, no final do primeiro semestre, de ter uma análise do impacto deste programa ao longo dos últimos anos e de acordarmos em conjunto com a Ordem dos Médicos Dentistas, que é o nosso parceiro no programa Cheque Dentista, as iniciativas de desenvolvimento deste programa para dar mais e melhor acesso às crianças e a outras camadas da nossa população”, salientou.

Questionado sobre a importância da reformulação deste programa, o bastonário da OMD, Miguel Pavão, disse que, “mais do que uma reformulação exclusiva ao cheque dentista, é uma reformulação às políticas de mais investimento da saúde oral”.

Miguel Pavão explicou que estas políticas não se prendem só com o cheque dentista, mas também com a integração dos médicos dentistas no Serviço Nacional de Saúde, sublinhando que o que está por fazer na medicina dentária “são 40 anos em que a medicina dentária ficou aquém de reformas e de investimento”.

“Aquilo que esperamos do novo ministro é que apareça um novo ministro da Saúde, um António Arnaut [fundador do SNS] para a saúde oral, e Manuel Pizarro tem uma atenção especial por perceber bem toda esta matéria e o impacto que a saúde oral tem em termos de saúde geral”, sublinhou o bastonário.

Relativamente aos gabinetes de saúde oral no SNS, o ministro da Saúde referiu que têm vindo a ser paulatinamente instalados desde 2016 e que agora têm financiamento assegurado, através do Programa de Recuperação e Resiliência. “Isso vai permitir generalizar estes gabinetes de saúde oral a todos os agrupamentos de centros de saúde do país”, disse, acrescentando que, para isso, também são necessários mais médicos dentistas.

Por isso, adiantou, a Lei do Orçamento de Estado para 2023 define que haverá um modelo de integração dos profissionais do âmbito dos médicos dentistas no SNS para que estes gabinetes possam funcionar de forma mais corrente, mais global. O Barómetro da Saúde Oral 2022, divulgado esta sexta, conclui que a utilização dos cheques dentista tem vindo a diminuir, sobretudo nas idades entre os 10 e os 15 anos.

Segundo o estudo, da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), 51,8% dos menores utilizam o cheque dentista quando recorrem a uma consulta, menos 8,5 pontos percentuais relativamente a 2021. O estudo revela também que 65,2% das crianças até aos seis anos nunca foram ao dentista, uma percentagem que reduziu face a 2021 (73,4%) e que inverteu a tendência que se verificava desde o barómetro de 2016.

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Caixa passa banco de investimento para a gestora de participações

Banco público passou a posição de 95% no CaixaBI para a Caixa Participações, que gere as posições do grupo noutros bancos. Gestora vai comprar ações que ainda não detém, expulsando minoritários.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) passou os quase 95% de ações que tinha no Caixa Banco de Investimento (CaixaBI) para a Caixa Participações, que gere as posições do grupo noutros bancos internacionais como Brasil, Macau e Moçambique. Esta operação visa “centralizar” aquela posição na gestora de participações, com o grupo CGD a dar seguimento à simplificação da sua estrutura que vem realizando nos últimos anos após a recapitalização de 2017.

A Caixa Participações – totalmente detida pela CGD – já era dona de 5,72% do CaixaBI, tendo agora adquirido 94,05% ao banco público, com a participação a aumentar para 99,77%. Mas não vai ficar por aqui: lançou uma oferta para comprar as ações que ainda não detém, pagando uma contrapartida de 4,32 euros por cada um dos 182 mil títulos que estão na posse de acionistas minoritários. Prevê um investimento de 790 mil euros com esta operação.

Se não conseguir adquirir todas as ações, a entidade liderada por Miguel Rosa irá exercer o direito potestativo de aquisição dos títulos remanescentes, ao abrigo do Código das Sociedades Comerciais, ao mesmo preço, segundo se lê no anúncio relativo à operação.

Nas últimas duas décadas, o CaixaBI andou de mãos em mãos, mas sempre controlado pelo grupo do banco público. Em 2003 era detido em 89% pela Gerbanca e 10,38% pela seguradora Fidelidade. Em 2010, a Fidelidade alienou a sua posição à Gerbanca, que passou a controlar 99,7%. Em 2015, com a liquidação da Gerbanca, a estrutura acionista passou a ser aquela que se manteve até agora, com a CGD a controlar diretamente o banco de investimento.

A operação foi submetida ao Banco de Portugal em maio, como revela a Caixa Participações no relatório e contas de 2021, falando no tal “objetivo de centralizar” as participações relativas ao CaixaBI na gestora de participações. Adiantava ainda que, “com a obtenção da autorização prévia por parte do supervisor, a sociedade passará a ser uma entidade sujeita a supervisão do Banco de Portugal”.

“Concluída a oferta de aquisição e de aquisição potestativa, a Caixa Geral de Depósitos, S.A., titular de 100% do capital social da Caixa-Participações, passará a ser titular, indireta, de 100% do capital social do CaixaBI”, segundo anuncia o banco em comunicado enviado ao mercado.

A Caixa Participações é detida integralmente pelo grupo CGD e as contas são consolidadas nesta entidade. Gere participações no BCI Moçambique, BNU Macau, BCG Brasil (à venda) e Caixa Imobiliário.

Nos últimos anos, o grupo CGD desfez-se de mais de duas dezenas de empresas e sociedades para cumprir as ordens de Bruxelas: simplificar a estrutura e cortar “gorduras” para tornar-se mais eficiente.

O banco público chegou a setembro com lucros de 692 milhões de euros, uma subida de 61% em relação ao mesmo período do ano passado, prometendo entregar ao Estado o maior dividendo da sua história.

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Greve na Autoeuropa sem impacto na produção planeada, garante administração

A greve de dois dias dos trabalhadores da Autoeuropa teve adesão de 37% e não afetou o "volume de produção planeado para estes dias", garante administração. Informação contraria dados dos sindicatos.

A greve dos trabalhadores da Autoeuropa, que arrancou na quinta-feira e termina esta sexta-feira, teve uma adesão de 37% “do total” dos trabalhadores e não afetou o “volume de produção planeado para estes dias”, garante a fábrica de Palmela, em comunicado.

A informação contraria os dados divulgados pelos sindicatos SITE-Sul (afeto à CGTP) e STASA, que apontavam para níveis de adesão, respetivamente, de 70% e de 50% dos operários em todos os turnos, segundo a agência Lusa.

O volume de produção planeado corresponde ao número médio diário de carros que passa por todos os controlos de qualidade na linha de montagem e que se dirige para o canal de venda. A linha de montagem da Autoeuropa produz, em média, 890 carros por dia.

Apesar da greve parcial dos últimos dois dias, a administração da Autoeuropa reitera que “continua empenhada em ir ao encontro das necessidades dos trabalhadores”, na sequência das “dificuldades económicas” sentidas devido à inflação. Está prevista para a próxima sexta-feira, 25 de novembro, uma reunião entre administração e comissão de trabalhadores da fábrica de Palmela. Pela primeira vez, a administração da fábrica abre a porta à discussão de medidas salariais adicionais.

A comissão de trabalhadores pede um aumento de 5% em dezembro com retroativos a julho e uma nova atualização em janeiro de 2023, que conjugue os dados da inflação deste ano e o acordo laboral. Assim se a taxa de inflação em 2022 for de 8%, os trabalhadores querem uma atualização, no início do ano, de 2% relativos ao acordo e mais 1% que reflete a inflação. Até agora, a administração apenas se comprometeu com o pagamento de um prémio extraordinário de 400 euros no salário de dezembro.

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Health Talk #4: OE 2023 e o que faltou para o setor da saúde

  • ECO
  • 18 Novembro 2022

A quarta webtalk do ciclo Health Talks recebeu Xavier Barreto, vogal da direção da APAH, que deu o seu ponto de vista sobre o que o novo Orçamento do Estado representa para o setor da saúde.

O impacto do novo Orçamento do Estado aprovado para 2023 na área da saúde foi o mote da quarta conversa do ciclo das Health Talks, um conjunto de webtalks em torno do setor da saúde, numa iniciativa do ECO em parceria com a consultora EY.

O convidado deste quarto episódio é Xavier Barreto, vogal da direção da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), que expôs a sua opinião relativamente ao Orçamento do Estado para 2023 neste setor e ainda abordou outras medidas que gostaria de ver contempladas.

Para este tema haverá, ainda, mais quatro webtalks que contarão com a opinião de outros quatro líderes das principais entidades que representam o setor da saúde.

Este orçamento dá respostas às necessidades atuais dos portugueses no que diz respeito à saúde? O regime do trabalho em dedicação plena será o caminho acertado? Pode encontrar a resposta a estas e a outras questões nesta webtalk.

 

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