Nas notícias lá fora: Stablecoins, Tesla e Meta

TerraUSD cai até aos 60 cêntimos de dólar após Fed subir taxas de juro. Meta estreia nova loja em Silicon Valley, e Espanha aumenta a compra de gás natural à Rússia, apesar da invasão da Ucrânia.

Os jornais dão destaque esta terça-feira à Tesla, que interrompeu a produção na sua fábrica em Xangai, mas também ao referendo na Suíça que irá decidir se as plataformas de streaming terão de investir no cinema local cedendo 4% das receitas no país.

Bloomberg

Nem as stablecoins escapam ao sell-off nos mercados

Os últimos dias têm deixado os investidores numa pilha de nervos. Entre ações, obrigações e criptomoedas, tudo parece afundar, depois da decisão da Fed de subir as taxas de juro na passada quarta-feira. Mas o sentimento negativo também está a testar a solidez das stablecoins, cujo valor está, habitualmente, indexado ao dólar. A TerraUSD, por exemplo, desceu até aos 60 cêntimos de dólar na segunda-feira, levantando dúvidas sobre as garantias usadas para suportar o valor deste tipo de criptoativo.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado).

The Guardian

Tesla interrompe produção em Xangai por falta de componentes

A Tesla interrompeu a produção na sua fábrica de Xangai devido a dificuldades no abastecimento de componentes, sendo que a unidade projeta fabricar menos de 200 elétricos nesta terça-feira, abaixo dos habituais 1.200. A fábrica em causa também esteve encerrada anteriormente por 22 dias, tendo voltado ao ativo em 19 de abril, sendo que Xangai se encontra na sexta semana de confinamento por causa da subida no número de infeções por Covid-19. O confinamento tem causado constrangimentos na movimentação de pessoas e materiais, dificultando o objetivo da Tesla em aumentar a produção diária para 2.600 elétricos naquela unidade.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre/conteúdo em inglês).

Reuters

Suíça vota obrigar plataformas de streaming a investir no cinema local

A Suíça vai lançar um referendo este domingo para decidir se as plataformas de streaming terão de investir 4% das receitas no país na produção de filmes locais, à semelhança das televisões. A “Lex Netflix” poderá ainda determinar que 30% dos conteúdos das plataformas de streaming consistam em filmes ou séries produzidas na Europa. Além desta medida, a Suíça decide também no domingo se irá investir na agência de segurança fronteiriça da Europa, Frontex.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

Reuters

Dona do Facebook revela a sua primeira loja física

A Meta, dona do Facebook, revelou a sua primeira loja física em Silicon Valley, na Califórnia, onde irá vender hardware, como os smart glasses que desenvolveu com a marca Ray Ban, os dispositivos Portal e auscultadores para os Oculus, uns óculos de realidade virtual. A loja irá contar ainda com uma tela onde serão exibidos jogos de realidade virtual, bem como salas para testes. A medida faz parte da mais recente aposta da tecnológica no “metaverso”, um termo utilizado para descrever mundos virtuais paralelos.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

El Economista

Espanha aumenta compra de gás à Rússia

A Espanha aumentou a importação de gás natural à Rússia apesar da invasão da Ucrânia. Segundo dados mensais fornecidos pela Enagás, a evolução de gás russo recebido pelo país vizinho passou de 5% em fevereiro para 8% em abril, com a Rússia a continuar a ser o quarto maior fornecedor de gás. Em primeiro lugar estão os EUA (com uma quota de 30,7%), depois a Argélia (23,4%) e a Nigéria (16,9%).

Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre/conteúdo em espanhol).

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Pré-publicação: “101 Vozes pela Sustentabilidade”. Não há futuro sem sustentabilidade

  • Trabalho
  • 10 Maio 2022

A Pessoas faz a pré-publicação de um dos 101 artigos do livro “101 Vozes pela Sustentabilidade”. Neste texto Paula Viegas aborda os desafios para que as novas gerações possam ter uma vida digna.

“Com nota introdutória de António Guterres, o novo livro do ISCTE Executive Education, coordenado por Mónica Bello, junta textos de personalidades de inúmeros setores da vida pública portuguesa sobre um dos temas que mais une – ou que mais devia unir – todos aqueles para quem não há futuro sem sustentabilidade. Este é, provavelmente, o mais completo livro sobre o tema publicado em Portugal.” É assim que a LeYa descreve o livro “101 Vozes pela Sustentabilidade – Por um Desenvolvimento Sustentável”, que acaba de chegar às livrarias.

Ao longo de quase 800 páginas, os leitores serão confrontados com realidades, termos e palavras-chave, uns que conhecem bem e outros que vão passar a fazer parte do seu léxico: da transição energética ou transição verde aos ODS das Nações Unidas, passando por Natureza Positiva, NetZero, descarbonização, ESG, desperdício, viver com menos, gestão da água, circularidade, desigualdades, os 3 P’s da sustentabilidade, e ainda Sociedade Sustentável ou Igualdade de Género.

A Pessoas faz a pré-publicação do artigo intitulado “Abraçando o velho embondeiro de Libombo”, escrito por Paula Viegas, consultora de sustentabilidade e marca e antiga diretora de marca, comunicação e sustentabilidade da Caixa Geral de Depósitos. Neste texto, Paula Viegas aborda os desafios que as pessoas e as empresas em todo o mundo enfrentam para que as novas gerações possam, no futuro, ter a vida digna que merecem e beneficiarem do melhor da Humanidade.

Abraçando o velho embondeiro de Libombo

As novas gerações aguardam uma evolução estruturante, que permita que os valores universais da Humanidade, concertados com a nova economia de mercado, se robusteçam como pilares da vida digna que cada pessoa merece ter. Novos paradigmas emergem para que indivíduos, agentes económicos, institucionais e sociais saibam estar à altura dos desafios. Há um mundo que aguarda o melhor da Humanidade.

Vivemos, efectivamente, um período desconcertante e profundamente transformador da história mundial, e também portuguesa, para o qual a importância de pensamento e a participação colectiva em proveito da sustentabilidade, em geral, e do desenvolvimento sustentável, em particular, serão críticos. Reflectir sobre as ameaças, os desafios e as oportunidades que presentemente se nos afiguram prováveis a curto prazo e necessárias a longo termo confere um exercício que terá consistência, pertinência ou validade se confrontado com outras reflexões. Por isso, definir, pensar ou abordar a sustentabilidade deverá juntar dois provérbios africanos – “a sabedoria é como o tronco de um embondeiro; uma pessoa sozinha não consegue abraçá-lo” e “se queres ir depressa, vai sozinho; se queres chegar longe, vai em grupo” – para que o sucesso da sustentabilidade resida em sermos capazes de trabalhar em conjunto para benefício da Humanidade e do planeta.

Ontem, hoje e amanhã. A transição tecnológica, a globalização e a demografia afirmam-se como vectores decisivos para as grandes tendências que estão a mudar a sociedade, a economia e o próprio planeta. Linhas de influência que consideram as alterações climáticas, o poder dos consumidores, a rápida urbanização e a evolução das tecnologias de informação – p. ex. internet of things, cloud computing e inteligência artificial – como alavancas de inovação disruptiva e variáveis críticas à nossa existência sob o espectro da paz social, da utilização responsável e preservação dos recursos naturais. Sobretudo, porque milhares de milhões de pessoas precisam de suprir necessidades fisiológicas diárias como alimentos adequados, água potável, energia eléctrica e condições de saneamento. Acresce a incerteza geopolítica e o crescimento económico desigual à escala global. Neste quadro, os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) são, desde 2015, um guia orientador e universalmente aceite para que os Estados-Nação e entidades em geral possam satisfazer os reptos vertidos na Agenda 2030. Vinculam 17 objectivos interligados e sustentados por 169 metas, concebidos como um plano para um futuro melhor e mais sustentável, permitindo que as organizações compreendam os desafios iminentes e concentrem os seus esforços em oportunidades concretas, na identificação e gestão de riscos variados. Macrosectores como a agricultura e alimentação, cidades e mobilidade, energia e recursos, saúde e bem-estar dependem da concretização das premissas afectas ao desenvolvimento sustentável, bem como da inovação tecnológica e capacidade da indústria financeira em concretizar modelos e soluções sob o desígnio das “finanças sustentáveis”. A rede blockchain, a par com a inteligência artificial, robotização e machine learning, é uma tendência reformuladora que ajuda a concretizar os ODS por via, p. ex., do sector financeiro, dos mercados globais de energia, da distribuição de alimentos e cadeias de aprovisionamento e de transacções que permitem combater a fraude, corrupção e evasão fiscal, promovendo a justiça e instituições mais fortes.

Diferentes entre iguais. A complexidade da economia global dificulta a mensuração das suas próprias externalidades, sem soluções transversais para os obstáculos enfrentados por sectores e agentes económicos. Desde os millennials, aos “novos” investidores (islâmicos) e às mulheres, os segmentos demográficos emergentes – ascendentes sobre carteiras de investimento e mercados de consumo – exigem que a inclusão sócio-financeira, alterações climáticas, governação ética e transparência sejam indicadores associados a instrumentos e modelos de financiamento. Exemplo de um indicador e acelerador de tendências, o índice de igualdade de género da Bloomberg valoriza as empresas que garantem inclusão e equilíbrio entre sexos e géneros. Organizações com programas de diversidade de género nas suas equipas executivas têm mais 15% de probabilidade de auferirem uma rendibilidade acima da média, face às suas concorrentes (McKinsey, 2018). Combater a exclusão baseada nestes atributos é um elementar exercício de respeito pelos direitos humanos, a par com a erradicação do trabalho forçado, escravidão humana, tráfico de seres humanos e eliminação de todas as formas de trabalho infantil. Nestes compromissos reside uma parte importante e transversal da evolução humana e do crescimento económico, ao elevar os padrões da força de trabalho, nas organizações e cadeias de valor, investimento ou abastecimento.

Valor(es) da sustentabilidade. Algumas indústrias serão especialmente afectadas pelas exigências da Agenda 2030, por pactos climáticos, custos associados à transição energética e descarbonização da economia, por investimentos necessários para acompanhar a Indústria 4.0 e inovação tecnológica, ameaças à paz social, mudanças nos eixos macroeconómicos, escassez de recursos, matérias-primas e expectativas dos seus stakeholders. Compreender e integrar as dinâmicas da “Década da Ação sobre os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável” será fundamental para evitar a perda de rendibilidade e quota de mercado, ou de falta de informação necessária a investidores e stakeholders essenciais. Atributos como o rigor, transparência e percepção do desempenho ético permitirão melhorar a detecção de riscos de gestão, sociais e ambientais, de reputação e negócio. O relatório “Our Future on Earth 2020” fornece uma análise de riscos resultante do inquérito internacional realizado a 222 peritos em sustentabilidade, incluindo cientistas, que identificaram cinco riscos globais com impactos graves: (i) alterações climáticas, (ii) clima extremo, (iii) perda de biodiversidade e colapso dos ecossistemas, (iv) crises alimentares e (v) crises hídricas.

A realidade das empresas – gerida entre necessidades de tesouraria e expectativas de rendibilidade a curto prazo – alinha-se com um sistema que dificulta um foco complementar, para além dos resultados sazonais, e que tende a não ponderar outros riscos com impacto nos intangíveis da organização, seu desempenho financeiro e social, pegada ambiental e, não menos importante, nos modelos de decisão (mais pobres) e estratégias (pouco visionárias). De acordo com a iniciativa Global Compact, da ONU, “muitas empresas respondem às pressões dos contextos onde operam através da redução das despesas em I&D, renunciando a oportunidades de investimento com um valor líquido positivo a longo prazo. Como resultado, são desencorajadas de desenvolver produtos, investir em medidas operacionais de eficiência, promover o seu capital humano ou de integrar a avaliação de riscos sociais e ambientais nos seus negócios”. Novas
directivas europeias, referenciais e pactos internacionais, indicadores mais exigentes para aceder ao financiamento e outros normativos sectoriais, impelem à divulgação de informações não financeiras, verificadas, que permitam uma melhor compreensão das abordagens macro, conduzam a melhor alocação de capital e estratégias de investimento mais fortes. Esta premência “de conformidade”, ou compliance, tem efeitos positivos junto dos investidores, financiadores e stakeholders, contribuindo para um crescimento mais inclusivo e próspero. A necessidade de conciliar factores humanos e ambientais é abordada por outra iniciativa internacional, também apoiada pela ONU, Race to Resilience, que pretende “catalisar a mudança na ambição global pela resiliência climática, colocando as pessoas e a natureza em primeiro lugar na procura por um mundo resiliente onde não sobrevivamos apenas aos choques e tensões climáticas, mas consigamos prosperar apesar deles”. Sustenta a promessa associada à Agenda 2030 para os ODS – “Leave No One Behind” – através de soluções alicerçadas na natureza, acções de adaptação que coloquem mulheres, jovens, deficientes, pessoas com necessidades especiais, deslocados e povos indígenas no centro da concepção, tomada de decisões e implementação de acções necessárias para combater a pobreza extrema e apoiar comunidades vulneráveis às alterações climáticas situadas em áreas rurais, urbanas e costeiras. Assiste-se a um novo paradigma da gestão: a Governance, considerada o elemento “mais importante” do acrónimo ESG.

The Times They Are a-Changin’. Enquanto espécie, Humanidade, precisamos de sobreviver e acreditar que os nossos descendentes terão, também eles, um futuro no qual se afirmarão e construirão o seu legado. Enquanto país, há um caminho por fazer em áreas que teimam em progredir de forma tímida ou neutra. Algumas guardam importantes contributos para a prosperidade de Portugal e das suas gerações: desde os modelos de gestão à pouco expressiva educação/ formação para desenvolver o espírito empreendedor e a aptidão em formar parcerias; à desvalorização das franjas demográficas; à pouco ambiciosa capacidade inclusiva da própria sociedade, organizações e instituições públicas; até à modesta aposta na apreciação do património natural e biodiversidade, Portugal tem, ainda, muitas avenidas para percorrer. Caminhos que revelam oportunidades e forças potenciadoras do talento, das capacidades extraordinárias, meios e recursos singulares nacionais. A sustentabilidade é, pois, importante para que o nosso desenvolvimento se sintonize com o futuro que devemos ter, com a mudança que deveremos assegurar, defendendo o repto de Gro Brundtland de “não comprometermos a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas necessidades, ao preenchermos, hoje, as nossas”. Há 35 anos, a sua visão desafiava a Humanidade a “olhar” para o futuro e para a equação basilar do desenvolvimento sustentável – planeta, pessoas, prosperidade e responsabilidade, sob um manifesto que perdura: “O Nosso Futuro Comum”. Hoje, como ontem, o essencial permanece como linha condutora que define o plano de preservação da Humanidade enquanto espécie integrante da biodiversidade da Terra.

O futuro que nos desafia. Corremos contra o tempo, essa medida que também define padrões climáticos adversos à nossa sobrevivência, sendo-nos difícil aceitar que a vida que imaginámos não é sustentável, sequer para quem a vive. Não a conseguiremos sustentar num mundo onde qualquer pessoa tem igual direito a querer viver com dignidade e bem-estar, em paz e no pleno exercício dos seus direitos. Não num planeta onde 8 mil milhões de pessoas podem ter o mesmo sonho e lutar para o concretizar. Na lista de desejos para o futuro estará a transição para uma economia circular, hipocarbónica e mais eficiente quanto aos recursos (naturais) utilizados, capaz de redefinir modelos de produção, distribuição e consumo e de garantir a competitividade de economias soberanas. E da nossa, também. Neste quadro global, seis megatendências foram identificadas pela University of Sydney Business School (USBI) para a primeira metade do século xxi: (i) tecnologia de impacto; (ii) pressão e mutação demográfica; (iii) urbanização acelerada; (iv) “amplified individuals”; (v) mudança do poder económico, e (vi) segurança climática, alimentar e dos recursos naturais.

Viver a tecnologia de impacto. Estamos na quarta revolução industrial. Um ritmo de mudança acelerado pelas tecnologias que reforçam o poder computacional e o crescimento exponencial de bases de dados de informação, permitindo grandes avanços tecnológicos: inteligência artificial, computação quântica, drones e veículos autónomos, realidade virtual e aumentada, impressão 3D, robótica, blockchain e dispositivos conectados, entre outros. De acordo com a USBI, nos últimos dois anos foram produzidos 90% dos dados (data) mundiais. Nos últimos cinco anos o número de utilizadores da Internet cresceu 83% e neste momento milhares de milhões de dispositivos estão ligados, estimando-se que atinjam os 50 mil milhões em 2030. Uma rede global de dispositivos interligados junta produtos de consumo a infra-estruturas – p. ex. iluminação urbana, gestão do tráfego e recolha de resíduos. Estamos apenas no início. A aceleração e o robustecimento tecnológico sustentam programas de inteligência artificial, incitam a utilização de algoritmos, robotização de actividades e tarefas, bem como a produção de informação a distribuir por dispositivos móveis e plataformas digitais. A “internet das coisas” não trará apenas oportunidades e benefícios, mas, também, ameaças e desafios pela forte influência tecnológica no nosso quotidiano e extinção de segmentos inteiros de trabalho, incluindo empregos de alta qualificação. Subsiste, ainda, uma desigualdade que se acentua com a difusão da tecnologia à escala global: digital divide, ou a exclusão digital de camadas sociais que vão ficando à margem da integração e crescimento tecnológico. E, no entanto, poderá ser este, conforme exemplos do continente africano e Índia, o meio para a inclusão socioeconómica e financeira de comunidades carenciadas ou abaixo do limiar da pobreza, bem como de segmentos etários menos preparados para a transição digital em curso. Reptos, como a segurança e privacidade cibernética, a crescente desigualdade e automatização do trabalho, entre outros, desafiam a tecnologia a ser pensada quanto ao seu modelo de impacto, que se exige positivo, responsável, ético e inclusivo.

Urbanos sob pressão demográfica. Seremos mais, viveremos mais tempo e privilegiaremos as cidades. O mundo atingirá 8,5 mil milhões de pessoas até 2030, com um crescimento expressivo da população com idade superior a 65 anos, maioritariamente afecta às economias desenvolvidas onde o envelhecimento demográfico coloca desafios adicionais quanto à empregabilidade, saúde, reformas, etc. A Europa e Portugal, em particular, terão que revisitar a composição da sua força de trabalho, por via da igualdade de género e diversidade, aumentando a participação das mulheres e dos seniores – “Silver Economy”, a experiência de primeiro emprego, o empreendedorismo e integração dos imigrantes, para sustentar a empregabilidade. A demografia tem vindo a ser influenciada por ocorrências ligadas, também, a outra megatendência, a segurança climática, alimentar e dos recursos naturais, sob a qual as migrações se constituem como uma das consequências mais flagrantes. A mudança demográfica tem ritmos diferentes no mundo. Em 2050, África será o maior contribuinte para o crescimento da população global, através do aumento da sua população jovem. O “mundo desenvolvido” envelhece ao mesmo tempo que África enfrenta os desafios de gerir uma sociedade rejuvenescida, pulsante e exigente de políticas diferentes que firmem o desenvolvimento económico. Ainda nesta previsão temporal e de acordo com o barómetro “Ageing Europe 2021”, Portugal será o país mais envelhecido da União Europeia e um dos mais envelhecidos do mundo, atingindo 32,2% de pessoas idosas em 2100, obrigando a estratégias de adaptação a uma sociedade envelhecida. Promover a inversão do declínio da natalidade em Portugal, através de soluções que promovam o seu crescimento e reponham a substituição geracional, deverá ser um primado estratégico da governação do país. Um estímulo que poderá passar por: melhor conciliação entre as esferas da vida profissional, pessoal e familiar; incentivos fiscais e melhor acesso a condições financeiras para famílias muito jovens; maior e melhor empregabilidade das mulheres e acesso às carreiras profissionais; descentralização de residência e oferta de emprego; melhor convivência social, jurídica e fiscal com os novos paradigmas e dinâmicas familiares (p. ex. monoparentais); maior e melhor integração das comunidades imigrantes na sociedade e economia do país; melhores condições de apoio aos primeiros 10 anos de vida da criança; apoio e integração socio económica de mães e pais jovens, estudantes e ou integrados em comunidades precárias, entre outras dimensões que assumam as nossas crianças como os maiores activos para o futuro de Portugal.

A idade é apenas um número. O envelhecimento do país encerra, em contraponto, uma abordagem igualmente interessante sobre a capacidade de adultos, com mais de 65 anos, usarem os meios digitais acima dos conhecimentos básicos. Novamente, o barómetro “Ageing Europe 2021” evidencia que entre a Suécia, onde 42% dos seniores dominam as novas tecnologias, e Portugal, com uma média de 10% para o mesmo indicador, existe um desafiante caminho por fazer que representa, per si, uma oportunidade para retirar vantagens sociais, instrutivas e económicas, em benefício da capacitação de cidadãos, da governação e da paz social do país. Portugal tem sido exemplar e visionário na promoção do empreendedorismo de base tecnológica, colocando várias empresas no patamar inimaginável de “unicórnios”. Mas este sucesso deverá, também, orientar-se para um desempenho mais sustentável e estruturante, onde a inovação social inspire soluções que invertam a ameaça de exclusão sócio-económica e cultural. O stresse demográfico do país também afecta as empresas por via da força de trabalho, perfil de clientes ou mercados alvo, contribuindo para um “envelhecimento” que será rentável se a produção de bens e serviços considerar a população sénior como economicamente viável, concretamente em zonas periféricas e afastadas dos grandes centros urbanos. As mudanças demográficas e sociais impulsionarão a inovação e a gestão de desafios duais perante a coexistência das duas maiores gerações da história, millennials e baby boomers, que impulsionam a economia sob necessidades e expectativas muito diferentes. Conciliar os extremos geracionais será um requisito essencial à aplicação eficiente e eficaz, estruturante e rentável dos princípios da sustentabilidade, porquanto ambos influenciam a inovação, o conhecimento, relações e expectativas, mobilidade, serviços sociais comuns e prosperidade.

“Amplified individuals”, influenciadores de outras realidades. A realidade global integra pessoas habilitadas pelas tecnologias e pela inteligência colectiva das suas redes sociais a desenvolverem actividades anteriormente acessíveis apenas a grandes organizações. Os “amplified individuals” são pontuais “influenciadores” capazes de inquietar grandes empresas de software, organizar movimentos sociais capazes de destruir reputações, comprometer exercícios políticos ou influenciar comunidades e utilizadores digitais quanto a hábitos de consumo e causas universais. A necessidade de construírem o que sentem estar em falta no mundo, leva-os a mobilizar recursos que tenham à disposição, procurando soluções em modelo colaborativo, sem necessidade de instalações de produção em escala. São inovadores na abordagem, meios e temas que escolhem e fazem da experiência, personalização e capacidade de influência desígnios essenciais. À medida que mais indivíduos se ligam a serviços baseados na internet e que grandes plataformas inovam nas formas de atrair pessoas para os seus ecossistemas digitais, maior é o risco de desinformação, conteúdos nocivos e extremistas que se misturarão com a realidade comum. Fora dos ambientes virtuais, uma outra realidade alerta para o crescimento de taxas de depressão e ansiedade, com ênfase nos jovens, correlacionada com o aumento da utilização de meios digitais, redes sociais e adopção expressiva de smartphones. Novas formas de organização, concretamente nas “Gig economies”, também induzem reflexões à escala global sobre as responsabilidades das empresas e os direitos dos trabalhadores. Economias “gigantes”, como os EUA, China, Brasil, Japão e Índia, são mercados de trabalho globais que privilegiam a actividade “por conta própria”, temporária ou por contrato individual, contrariamente a compromissos permanentes e a tempo inteiro com entidades empregadoras. Os “Gig workers”, indivíduos que integram estas economias, trabalham para uma ou várias empresas, sem fuso horário, em actividades de curto prazo e de partilha de bens – aplicações de transporte de pessoas e mercadorias, plataformas de entrega de alimentos e aluguer de alojamentos, etc. A crise pandémica da COVID-19 colocou em evidência esta forma de organização e distribuição de serviços, promovendo o seu crescimento e outros benefícios associados à produtividade e empregabilidade. Mas expôs, também, as fragilidades de alguns modelos e relações de trabalho. Compreender esta tendência dependerá da capacidade de aprender a negociar e respeitar as fronteiras entre o acesso e a privacidade, entre a capacitação e o isolamento.

A mudança do poder económico. A economia mundial muda à medida que a Ásia se transforma na maior região comercial mundial, alimentando a ascensão de comunidades abastadas, classes médias, organizações corporativas e tecnológicas. Até 2030, China e Índia representarão 35% da população mundial e 25% do PIB global. Esta megatendência determinará que as economias não inscritas na OCDE representarão 57% do PIB mundial, no mesmo prazo temporal, prevendo-se que em 2040 as sete maiores economias emergentes (E7) duplicarão o valor económico associado, hoje, aos países do G7.

Em 2030, mais de metade da população do planeta necessitará de recursos naturais, energéticos e hídricos para suprimir as suas necessidades e ambições de desenvolvimento e o poder de compra das novas classes médias e abastadas terá impacto nos novos mercados e modelos de consumo. A globalização tem produzido retornos desiguais ao longo do tempo. E o aumento das desigualdades traz incerteza e instabilidade, conflitos sociais, comerciais e a aplicação crescente de medidas proteccionistas. Renegociar as expectativas de indivíduos, organizações e governos à escala global, será um dos maiores desafios de concertação – social, legislativa, tributária, económica, etc. – para corresponder às exigências da nova era. Internacionalizar e competir neste contexto será, também, um desafio para Portugal, que poderá aproveitar a sua influência junto dos mercados da lusofonia para se posicionar relativamente à mudança do eixo económico global, valorizando o seu papel histórico de conhecimento e intermediação, pelo idioma falado, junto, nomeadamente, das economias do Índico.

A segurança climática, alimentar e dos recursos naturais. Até 2050, a procura de alimentos e água irá colocar os recursos sob pressão: a produção de alimentos aumentará entre 60% a 100%, cerca de 5 mil milhões de pessoas enfrentarão uma crise hídrica e o aprovisionamento mundial de peixe estará em iminente colapso com 88% em sobrepesca. Esta procura e erosão sem precedentes dos recursos da Terra acontece em simultâneo com o mais acelerado registo de alterações climáticas na história do planeta. A mudança climática é uma nova “normalidade”, com o registo de eventos meteorológicos mais frequentes, secas prolongadas, aumento do nível do mar capaz de ameaçar áreas habitáveis e deslocar milhões de pessoas, aceleração da crise global da biodiversidade que colocará um milhão de espécies no limiar da extinção, entre outras previsões igualmente preocupantes. Paradoxalmente, quanto mais esgotamos os recursos do planeta e degradamos os ecossistemas, mais o bem-estar humano médio melhora a nível global. O Painel Intergovernamental da ONU para as Alterações Climáticas reforçou a imperiosidade de se inverter a tendência das emissões de carbono para que o aumento da temperatura global não ultrapasse 1,5 oC. Os resultados da mudança climática serão implacáveis, especialmente para a Humanidade, incapaz de se adaptar à velocidade das transformações nos ecossistemas e recursos necessários à sua (sobre) vivência. Teremos que enfrentar as limitações de recursos naturais e matérias-primas se mantivermos os volumes das mercadorias devidas à inovação e crescimento económico – p. ex. tecnologias renováveis, baterias, carros eléctricos e híbridos, smartphones e outros dispositivos digitais dependem de cerca de 60 metais raros. Urge, assim, assumir a economia circular e os seus modelos, com especial foco na redução de materiais virgens utilizados. O stresse hídrico imporá um melhor aproveitamento deste recurso essencial à vida, catalisando investimentos para a tecnologia aplicada à gestão da água, em particular à dessalinização. Neste panorama, as empresas deverão afirmar a sua missão e assegurar um contributo efectivo para o bem-estar económico, social e ambiental, à medida que o “capitalismo responsável” determina que os líderes empresariais definam propósitos orientados para a criação de valor a longo prazo junto de todos os seus stakeholders.

Abraçando a Humanidade. As novas gerações aguardam uma evolução estruturante, que permita que os valores universais da Humanidade, concertados com a nova economia de mercado, se robusteçam como pilares da vida digna que cada pessoa merece ter. Novos paradigmas emergem para que indivíduos, agentes económicos, institucionais e sociais saibam estar à altura dos desafios emergentes. E há um mundo que aguarda o melhor da Humanidade. Saibamos honrar o privilégio de cuidar de um planeta que nos foi “emprestado” pelos nossos filhos, “devolvendo-o com as condições que lhes permitirão passar igual testemunho aos seus descendentes. Saibamos celebrar a nossa Humanidade, cientes de que um ecossistema verdadeiramente extraordinário, Gaia, nos permitiu evoluir, usando os seus recursos e coabitar na sua biodiversidade. E saibamos, finalmente, (re)aprender a ser parte da comunidade que abraça o velho embondeiro.

(a autora escreve segundo o antigo acordo ortográfico)

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Já foram entregues 3,5 milhões de declarações de IRS

Já foram entregues cerca de 3,5 milhões de declarações de IRS, sendo que já foram liquidadas mais de 2 milhões, segundo o Fisco.

Os portugueses já entregaram mais de 3,5 milhões de declarações de IRS, de acordo com as estatísticas disponíveis no Portal das Finanças. Os reembolsos já estão a ser processados, sendo que a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) já devolveu cerca de 1.253 milhões de euros em IRS até dia 4 de maio.

Até ao momento, foram entregues 3.538.026 declarações de IRS, segundo os dados da Autoridade Tributária e Aduaneira. São aproximadamente mais 500 mil do que há pouco mais de uma semana. No primeiro dia em que foi possível submeter a declaração, o número ficou ligeiramente acima das 450 mil até às 18h, de acordo com o comunicado do Ministério das Finanças.

Os reembolsos do IRS têm vindo a “cair” na conta bancária dos contribuintes, demorando “cerca de três dias úteis entre o processamento da ordem de reembolso (após liquidação da declaração) e a entrada na conta bancária do contribuinte”, de acordo com as Finanças.

Segundo o balanço divulgado pelo Ministério na semana passada, entre os cerca de dois milhões de declarações já liquidadas, cerca de 1,3 milhões levaram a reembolsos aos contribuintes.

No total, é expectável que sejam entregues mais de seis milhões de declarações de IRS, tendo em conta o número fixado em 2021. Os contribuintes têm até ao final de junho para o fazer, mas muitos procuram acelerar este processo, obtendo mais rapidamente o reembolso, caso exista lugar a tal.

A entrega da declaração de IRS em 2022, referente aos rendimentos auferidos em 2021, é feita exclusivamente através do Portal das Finanças, sendo que os contribuintes podem recorrer à linha de apoio da AT (217 206 707).

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Gás natural em mínimos de três semanas com subida das temperaturas

Tempo mais quente e estabilidade no abastecimento tem pressionado os preços do gás natural na Europa. Futuros de referência caem há três dias, para mínimos de meados de abril.

Os preços do gás natural na Europa recuam há três sessões consecutivas, num contexto de redução da procura e estabilidade da oferta.

O deslize é explicado por fatores como a subida das temperaturas e a manutenção do abastecimento por parte da Rússia, mesmo depois de o Kremlin ter cortado o gás à Polónia e à Bulgária.

Segundo a Bloomberg, os futuros de referência do gás natural no continente negoceiam num mínimo de três semanas. Pelas 7h40 em Lisboa, caíam 4,3%, para 88,75 euros por MWh (megawatt-hora), um preço que não era visto desde 19 de abril.

Preços do gás natural TTF em Amesterdão (em euros/MWh):

Fonte: Barchart

“Os preços da energia vão continuar a focar-se, sobretudo, nas ações políticas este mês e na forma como estas poderão apertar ou aliviar a situação no médio a longo prazo”, disse Andy Sommer, responsável da Axpo Solutions, citado pela agência.

O ultimato de Moscovo para que o gás seja pago em rublos continua a ameaçar este mercado, dado que a Europa mostra apreensão no uso do mecanismo criado para esse efeito, por receios de que as sanções sejam violadas.

Como o ECO noticiou, a Alemanha está a preparar-se para um cenário de emergência em que a Rússia corte subitamente o gás ao país. As autoridades estão a desenhar um plano que pode permitir ao Estado assumir o controlo de empresas consideradas críticas.

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33 empresas públicas estavam em falência técnica no final de 2020

As companhias do setor dos transportes como o Metro do Porto, a TAP, a CP e a STCP destacam-se por serem das empresas públicas com capitais próprios mais negativos.

Havia 33 (37,5% do total) empresas públicas, entre as 143 que existem, em falência técnica, isto é, com capitais próprios negativos, no final de 2020. Esta é uma das conclusões que o Conselho das Finanças Públicas tirou depois de passar a pente fino a situação das empresas públicas no ano da pandemia, tendo acesso a informação que anteriormente não tinha.

O Conselho das Finanças Públicas publica esta terça-feira o relatório “Setor Empresarial do Estado, SEE 2019-2020” que, segundo a entidade liderada por Nazaré Costa Cabral, constitui “um documento pioneiro sobre este setor, tornado agora possível, em grande medida, pelo acesso a informação disponibilizada pelas várias entidades relevantes”.

“Eram 33 as empresas públicas que no final de 2020 apresentavam capitais próprios negativos (estando assim na situação de falência técnica)”, salienta o CFP no comunicado de imprensa que enviou às redações, explicando que a deterioração do capital próprio agregado reflete os resultados negativos do exercício de 2020, “os quais absorveram boa parte das entradas de capital realizadas pelo Estado nesse ano (+1,5 mil milhões de euros)”.

Em 2020, cinco das maiores empresas públicas do setor dos transportes e armazenagem estavam com capitais próprios negativos: era esse o caso do Metro do Porto (-3,5 mil milhões de euros), a TAP (-2,1 mil milhões de euros), a CP (-1,9 mil milhões de euros), a STCP (-325 milhões de euros) e a Transtejo (-58 milhões de euros). Porém, como mostra o gráfico seguinte, a empresa com mais capitais próprios negativos é a Parvalorem, empresa criada para gerir os créditos tóxicos do Banco Português de Negócios (BPN), com 3,99 mil milhões de euros.

No total, as cinco empresas com maiores capitais próprios negativos “concentram quase 90% do valor negativo global do setor” dos transportes e armazenagem.

Como explica o CFP no relatório, este é um risco orçamental no futuro para o Estado uma vez que é o acionista principal ou é responsável pelo controlo de gestão das entidades públicas. “Tal acontece quando é chamado a intervir financeiramente em entidades que estejam em situações de falência técnica, que acumulem prejuízos económicos ou que sejam ineficientes na gestão do seu negócio“, concretiza o Conselho. A CP, por exemplo, vai ver a sua dívida ser limpa pelo Orçamento do Estado para 2022.

“Este risco orçamental ganha mais relevo quando esta intervenção ocorre em entidades públicas não reclassificadas, razão pela qual importa analisar em particular o nível de endividamento dessas empresas”, nota o CFP.

Do lado oposto está a Infraestruturas de Portugal com capitais próprios positivos maiores, num total de 8,5 mil milhões de euros, seguindo-se as Águas de Portugal (1,7 mil milhões), o Metro de Lisboa (1,5 mil milhões), a Parque Escolar (1,26 mil milhões) e a empresa que gere parte do imobiliário do Estado, a ESTAMO (912 milhões).

20% das garantias do Estado são para empresas públicas

O relatório do CFP revela ainda que cerca de 20% das garantias dadas pelo Estado até ao final de 2020 estavam associadas a empresas públicas que estão classificadas fora do perímetro do setor das administrações públicas.

As garantias ascendem a 1,3 mil milhões de euros, “as quais podem vir a ter impacto no défice e na dívida pública”, alerta o CFP, se forem acionadas, isto é, se houver um incumprimento por parte da empresa pública no pagamento do empréstimo coberto pela garantia estatal. A maior é a garantia de 1,1 mil milhões de euros prestada ao grupo Águas de Portugal.

No total, as responsabilidades contingentes sob a forma de garantias do Estado correspondiam a 6,4 mil milhões de euros, ou 3,2% do PIB, no final de 2020.

“A segunda forma de responsabilidades contingentes mais relevante resulta do endividamento das empresas públicas, nomeadamente daquelas que estão fora do setor das Administrações Públicas, cujo montante global de endividamento se manteve perto dos 2,3 mil milhões de euros, em 2020 (1,2% do PIB)“, quantifica ainda o Conselho.

No final, o CFP deixa conselhos para a gestão futura destas empresas públicas: “Mais até do que as entidades do setor público administrativo, as empresas públicas deverão hoje, nos seus instrumentos de gestão de médio e de longo prazo, proceder a uma correta identificação dos diferentes riscos, avaliação (preditiva) dos seus impactos e adoção das necessárias medidas de prevenção e contenção“.

Além disso, pede que haja o “desenvolvimento e aprovação tempestiva de instrumentos de gestão promotores da melhoria dos principais indicadores financeiros, de eficiência operacional e de solvabilidade” e a “definição de orientações verdadeiramente estratégicas para as empresas nas diferentes áreas” por parte do Estado. O objetivo é que as empresas públicas evitem “ser instrumento de absorção ineficiente de recursos públicos e se afirmem como promotoras de desenvolvimento económico, de competitividade do país, de “crowding-in” do setor privado e ainda (mas não menos importante) de cabal satisfação do interesse público”.

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J+Legal assessora a Lisbon Roots em operação de reorganização societária e aumento de capital

A operação de reorganização societária e aumento de capital da Lisbon Roots foi feita sob a coordenação do sócio Jaime Carvalho Esteves.

A J+Legal assessorou a LISBONROOTS – Heritage Exclusive Tours (“Lisbon Roots”), uma empresa de capital 100% português fundada em 2015, numa operação de reorganização societária e realização de um aumento de capital social subscrito por uma sociedade investidora institucional.

A operação de reorganização societária foi feita sob a coordenação do sócio Jaime Carvalho Esteves e operacionalizada pelo associado sénior Lourenço Côrte-Real e pela advogada estagiária Carolina Serrano Correia.

Segundo explicam em comunicado, esta operação de reorganização societária e aumento de capital da Lisbon Roots vai-lhe permitir reforçar o investimento no segmento de atividade em que atua.

“Apesar da entrada do novo investidor institucional, a gestão e o controlo das operações manteve-se na esfera do seu fundador, Duarte de Calheiros e Menezes, que, de resto, refere que o investimento feito na estrutura da Lisbon Roots é um sinal claro no sentido da retoma do turismo, após o período de paralisação vivido como consequência da pandemia provocada pela Covid-19“, explicaram.

A Lisbon Roots é uma sociedade portuguesa que opera no setor do turismo exclusivo e tailor made, que organiza viagens e excursões diversas, quer em território nacional, quer estrangeiro e sempre acompanhadas por guias turísticos com enorme experiência e conhecimento sobre os locais visitados.

 

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Juros da dívida pública aliviam após tumulto de segunda-feira

Yields das obrigações soberanas dos países do euro recuavam esta terça-feira, depois do "sell-off" de segunda-feira na generalidade dos mercados de capitais.

Os juros da dívida pública portuguesa recuavam em todas as maturidades esta terça-feira de manhã, no rescaldo do tumulto de segunda-feira que afundou os preços das ações e das obrigações nos mercados globais.

A yield dos títulos a dez anos cedia 2,7 pontos base no mercado secundário, para 2,226%, depois de terem atingido um máximo desde novembro de 2017. A cinco anos, a queda era de 1,1 pontos base, para 1,494%. (Os juros movem-se no sentido inverso do preço das obrigações.)

O maior alívio registava-se na dívida a dois anos, cuja yield recuava 5,4 pontos base, para 0,448%, segundo dados da plataforma Investing.com.

A mesma tendência era observada nos títulos de dívida de outras economias europeias, como a alemã. A yield das bunds com maturidade a dez anos, a taxa de referência, recuava um ponto base, para 1,082%.

Quedas semelhantes eram registadas na dívida de Espanha, Grécia, Irlanda e Itália.

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Ucrânia não recebeu armas suficientes para “libertar Mariupol”, diz Zelensky

  • ECO
  • 10 Maio 2022

Diante dos deputados do Parlamento de Malta, o Presidente ucraniano disse que, apesar dos pedidos, a Ucrânia não recebeu a quantidade de armas que necessita para romper o cerco a Mariupol.

Segundo Volodymyr Zelensky, os defensores “vão prosseguir a resistência na fábrica de Azovstal”. “Estamos a recorrer a todos os instrumentos diplomáticos possíveis para os salvar, mas a Rússia não tem aceitado nenhuma das opções propostas. Pedimos aos nossos parceiros que forneçam armas com o objetivo de libertar Mariupol e salvar o pessoal civil e militar”, adiantou.

No decurso da sua intervenção por videoconferência, disse que, no entanto, não foram fornecidas as quantidades de armas necessárias. Zelensky explicou que várias cidades e outras povoações ucranianas foram atingidas por 2.250 mísseis nos dois meses e meio de invasão. “Os bombardeamentos não param, nem durante o dia, nem durante a noite”, disse.

O Presidente ucraniano disse ainda que o bloqueio russo dos portos no Mar Negro e no Mar de Azov estão a impedir a exportação de produtos cerealíferos e outros, que irá originar uma crise no mercado de alimentação à escala global.

Se não podemos exportar trigo, cevada, sementes de girassol, óleo de girassol, isso significa que a população do norte de África e Ásia vai ficar com falta de comida e os preços vão subir”, disse Zelensky. “Mais tarde, poderá haver um novo caos e uma nova crise migratória, e penso que vão sentir esta crise nas regiões vizinhas de Malta”.

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Garrigues, Cuatrecasas e Uría Menéndez foram os escritórios que mais faturaram em Espanha em 2021

Segundo dados revelados pelo jornal Expansión, a Garrigues foi o escritório que mais faturou em 2021, com 361,4 milhões de euros. Cuatrecasas e Uría Menéndez no top 3.

A Garrigues foi o escritório de advogados que mais faturou em Espanha em 2021, totalizando o valor de 361,4 milhões de euros. Segundo os dados divulgados pelo jornal espanhol Expansión, o crescimento da firma foi de 7,3% em relação ao ano de 2020.

Próxima do topo da tabela ficou a Cuatrecasas com uma faturação de 285,9 milhões de euros, que se traduz num crescimento de 3,6% face a 2020. Em terceiro lugar surge a Uría Menéndez com 206,8 milhões de euros, uma subida de 6%.

Fonte: Cartórios, Registro Mercantil e cálculos próprios da Expansión. Nota: No caso de empresas internacionais que não apresentam contas em Espanha e encerram o exercício a 30 de abril, foram considerados os dados estimados a 27 de abril.

A fechar o top 5 estão também a PwC Tax & Legal, com uma faturação de 169,3 milhões de euros, e a EY Abogados, com 151,2 milhões.

Entre os escritórios com uma maior variação em relação a 2020 estão o Squire Patton Boggs (38,6%), que surge na posição 53 com uma faturação de 10,4 milhões de euros, e a Pérez-Llorca com uma variação de 32,8%, faturando 91 milhões de euros.

Relativamente à evolução do setor jurídico, a taxa de faturação anual cresceu entre 2020 e 2021, de 1,9% para 7,7%. Ainda assim, este valor foi inferior ao ano de 2019, pré-pandemia, em que a taxa rondou os 8,8%.

Fonte: Ranking de Expansión

No que concerne ao volume global de negócios, a Garrigues volta a ocupar a posição cimeira com um valor de faturação de 414,2 milhões de euros, um crescimento de 7,1%. A fechar o top3 está ainda a Cuatrecasas, com 350 milhões, e a Uría Menéndez, com 264,4 milhões de euros.

 

 

Inclui o volume de negócios total das sociedades de advogados espanholas em todo o mundo. Fonte: Cartórios, Registro Mercantil e cálculos próprios da Expansión

Já a Cuatrecasas é a sociedade de advogados a operar em Espanha com maior atividade no exterior, totalizando uma faturação de 64 milhões de euros. Em segundo lugar na tabela surge a Uría Menéndez, com 57,6 milhões, e a Garrigues, com 52,8 milhões de euros.

Fonte: Cartórios, Registro Mercantil e cálculos próprios da Expansión

Em termos de faturação por profissional, a Allen & Overy é a que possui a faturação mais elevada, com 3.364.706 euros por sócio e 529.630 por profissional. No top 3, está também a Herbert Smith Freehills, como 2.767.513 euros por sócio e 512.502 por profissional, e a Linklaters, com 3.467.421 euros por sócio e 499.098 por profissional.

Por fim, no que concerne à evolução da contratação, a Fieldfisher é a que mais contrata com uma variação de 85% relativamente ao número de profissionais e 61,8% relativamente ao número de trabalhadores. No top 3 está ainda a LaBE Abogados e a ETL Global.

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Médicos de família com utentes que fizeram aborto podem ser penalizados

  • Lusa
  • 10 Maio 2022

Médicos de famílias com utentes que fizerem aborto voluntário podem vir a ser penalizados caso o Governo aceite uma proposta com novos critérios de avaliação nas Unidades de Saúde Familiar modelo B.

Médicos de famílias com utentes que fizerem aborto voluntário podem vir a ser penalizados caso o Governo aceite uma proposta com novos critérios de avaliação nas Unidades de Saúde Familiar modelo B (USF-B).

De acordo com o Público, os médicos de família, assim como os restantes elementos das equipas, podem vir a ser avaliados por interrupções voluntárias da gravidez (IVG) realizadas pelas utentes da sua lista e pela existência de doenças sexualmente transmissíveis(DST) nas mulheres.

Em causa está a eventual introdução de novos critérios de avaliação nas USF-B “nas atividades especificas, que é uma componente que permite às equipas receber, de acordo com o cumprimento de metas, um valor adicional ao ordenado-base”.

O modelo B de USF em comparação com o modelo A é mais exigente, com maior autonomia e mais incentivos financeiros.

Os novos critérios foram propostos pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), validados pela Direção-Geral da Saúde (DGS), e o Grupo de Apoio às Políticas de Saúde na área dos cuidados de saúde primários, e foram enviados ao Ministério da Saúde no ano passado, que ainda está a analisar, refere o jornal.

O coordenador para a reforma dos cuidados de saúde primários, João Rodrigues, sublinhou em declarações ao Público que “o objetivo do planeamento familiar é evitar a gravidez indesejada e [que os médicos] têm de ser avaliados por isso”.

“A qualidade é evitar a gravidez indesejada. É preciso criar condições para que existam consultas de pré-concepção, consultas para quem quer iniciar a sua vida sexual. Se não tiver este indicador nunca vou criar estímulos para isso. Esse indicador pode e deve ajudar na aposta que se deve fazer na prevenção”, disse.

João Rodrigues recusou igualmente a ideia de penalização, sublinhando que “o que existe é uma discriminação positiva”. “Quem faz bem, recebe um suplemento”, refere, já que além do ordenado-base existe esta componente remuneratória associada à qualidade segundo indicadores da DGS.

A coordenadora da Comissão Nacional de Medicina Geral e Familiar da Federação Nacional de Médicos (FNAM), Carla Silva, disse ao jornal que esta proposta foi uma surpresa completa.

“Contestamos estes indicadores. Isto tem implicações na remuneração e nada foi discutido com os sindicatos”, referiu a médica ao jornal, realçando que as atividades especificas das USF-B foram definidas por um decreto-lei e que este não sofreu qualquer alteração.

Carla Silva destacou igualmente que “os indicadores da IVG e DST podem provocar uma prática de desigualdade de género nos cuidados de saúde primários” e, por isso, a FNAM enviou uma exposição à Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.

No documento enviado, a FNAM “repudia vivamente a desigualdade de género introduzida com esta vigilância” e defende “a reformulação imediata desta variável”.

A FNAM diz que a “monitorização de doenças sexualmente transmissíveis nas mulheres – monitorização que não tem paralelo nos homens – configura uma discriminação de género” e é “sinal de um retrocesso civilizacional”.

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Berardo avança contra bancos e pede 900 milhões de indemnização

  • ECO
  • 10 Maio 2022

Comendador afirma que Fundação José Berardo se viu "despojada" para cobrir as dívidas contraídas junto do BCP, CGD, Novobanco e BES.

Joe Berardo avançou com uma ação em tribunal contra quatro bancos a exigir uma indemnização de 900 milhões de euros, sobretudo para compensar a Fundação José Berardo, que se viu “despojada” para cobrir as dívidas contraídas junto dos bancos, avança o Diário de Notícias.

O comendador acusa o BCP, CGD, BES e Novobanco de terem lesado a Fundação e a Metalgest ao não terem dado informação sobre o risco real das instituições quando comprou ações com recurso a crédito. E pede ainda uma compensação de 100 milhões de euros por danos morais, ao mesmo tempo que acusa o Governo de “conluio” para ficar com a sua coleção de arte.

De acordo com a ação que deu entrada no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, Berardo diz ter sido enganado pelos bancos “acerca das circunstâncias relativas à situação interna dos bancos e do sistema financeiro português”, tendo a Fundação contraído “empréstimos para a aquisição de participação qualificada no BCP”. E aponta-lhes a culpa por as ações empenhadas como garantia dos empréstimos terem perdido valor.

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Bolsas europeias recuperam. Lisboa no verde com subida de 3% do BCP

Bolsa de Lisboa acompanha as subidas do resto da Europa, animada pelo desempenho do BCP e da EDP Renováveis, depois do "sell-off" de segunda-feira.

Depois do sell-off de segunda-feira, a bolsa de Lisboa recupera agora algumas das perdas, acompanhando a tendência do resto da Europa. Os títulos do BCP são a estrela desta sessão, ao dispararem quase 3%, mas a EDP Renováveis também está a dar força ao índice. CTT e REN estão em queda.

O PSI-20 está a subir 0,56%, para 5.689,8 pontos, com apenas três cotadas em terreno negativo. Os CTT recuam 0,52%, para 3,815 euros, enquanto a REN cai 0,18%, para 2,845 euros e a Nos perde 0,21%, para 3,77 euros.

Ora, a contribuir para o desempenho positivo do índice de referência nacional estão os títulos do BCP, que disparam 2,78% para 0,1444 euros. Destaque ainda para a EDP Renováveis, que sobe 1,35%, para 20,34 euros, e para a EDP, que avança 0,16%, para 4,349 euros.

Ainda no setor energético, a Galp Energia soma 0,54%, para 10,305 euros, e a GreenVolt valoriza 0,31%, para 6,45 euros. No retalho, a Jerónimo Martins sobe 0,89% e no setor do papel a Navigator soma 0,15%.

Lisboa acompanha, assim, a tendência positiva do resto da Europa, no dia em que o índice de referência europeu, Stoxx 600, recupera 0,63%.

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