Mota-Engil lucra 12 milhões com negócios e encomendas recorde

Construtora lidera por Gonçalo Moura Martins registou uma carteira de encomendas recorde, acima dos nove mil milhões de euros, com conquista de projetos no México e África. Lucro foi de 12 milhões.

A Mota-Engil EGL 4,47% fechou o primeiro semestre do ano com uma carteira de encomendas recorde, de 9,2 mil milhões de euros, o que representa uma forte subida de 22% em relação ao ano transato, refletindo a “adjudicação significativa” de vários projetos em mercados como México e África.

O grupo dá conta de um projeto de construção de uma estrada no México no valor de 295 milhões de euros e de várias obras no continente africano como Uganda (de construção de infraestruturas energéticas no valor de 261 milhões de dólares) ou Costa do Marfim (projeto de engenharia industrial no valor de 231 milhões de dólares).

De resto, as unidades de negócio de engenharia e construção em África e América Latina representam 84% do total de encomendas, adianta a construtora, que revela que durante o terceiro trimestre “novos contratos e extensões de contratos em curso relevantes foram assinados recentemente em Angola (64%), México (28%) e Brasil (8%), totalizando 2,2 mil milhões de euros”.

“Os novos contratos respeitam maioritariamente a infraestruturas de transporte, quer para clientes públicos, quer para clientes privados, e apresentam uma duração entre 18 e 36 meses”, explica a empresa liderada por Gonçalo Moura Martins.

O volume de negócios subiu 19% para 1.354 milhões de euros, “atingindo-se o valor mais alto de sempre nos primeiros seis meses de um ano”. A Mota-Engil fala em “normalização da atividade pandémica e do arranque de alguns novos projetos” para ter conseguido este desempenho.

Os fortes contributos dos negócios de engenharia e construção de África (+54% para 449 milhões) e da América Latina (+36% para 430 milhões), refletindo a efetiva execução da carteira de encomendas angariada, ajudaram. Assim como a subida de 9% do volume de negócios no ambiente para 220 milhões.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subiu 14% para 207 milhões de euros, “embora impactado pelo crescente aumento de preços verificado em alguns fatores de produção, nomeadamente nos associados à energia e aos produtos derivados do petróleo”.

Quanto ao lucro líquido, registou uma subida de 37% para 11,7 milhões de euros, “no seguimento da melhoria significativa ocorrida no desempenho operacional e financeiro”.

A dívida líquida da Mota-Engil baixou cerca de nove milhões de euros, atingindo os 1.117 milhões, que correspondem a 2,6 vezes o EBITDA dos últimos 12 meses.

Já o investimento ascendeu a 108 milhões no primeiro semestre do ano.

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Petróleo aprofunda queda e negoceia nos 92 dólares

Brent acumula perda superior a 4% esta semana, negociando esta quinta-feira abaixo do patamar dos 95 dólares. Investidores temem quebra na procura com política monetária agressiva da Fed e do BCE.

O petróleo Brent, referência para as importações portuguesas, recuou 3,14% nesta quinta-feira, negociando abaixo dos 93 dólares por barril (92,64 dólares). Os investidores receiam que as subidas de juros que estão a ser realizadas pelos principais bancos centrais mundiais travem a economia e penalizem a procura pela matéria-prima.

“Os receios crescentes sobre uma menor procura por combustíveis devido às subidas agressivas das taxas pelos bancos centrais dos EUA e da Europa ofuscaram as preocupações sobre em torno da oferta global apertada”, disse à Reuters o diretor-geral da Nissan Secrities, Hiroyuki Kikukawa.

A queda desta quinta-feira soma-se ao recuo de 2,84% no preço do Brent registado na sessão anterior, bem como à descida de 5,5% de terça-feira, depois de uma escalada maior do que 4% no arranque da semana.

Evolução do preço do Brent

Além da política monetária, a evolução negativa do crude esta quinta-feira está a ser justificada com o aperto das restrições relacionadas com a pandemia em Shenzhen, na China, onde foram cancelados os grandes eventos e iniciativas de entretenimento em sítios fechados para os próximos três dias na região mais populosa da cidade.

Do outro lado do Atlântico, os futuros do WTI seguem a cair, também, cerca de 2,79%, para 887 dólares por barril. Na quarta-feira, os EUA revelaram que as reservas de crude caíram em 3,3 milhões de barril, enquanto as de gasolina encolheram em 1,2 milhões de barris, segundo dados citados pela Reuters.

(Notícia atualizada às 18h35)

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Petroleiro que saiu de Portugal bloqueou canal do Suez durante cinco horas

  • Lusa
  • 1 Setembro 2022

Navio-tanque Affinity V encalhou no canal do Suez às 18h15 de Lisboa, tendo sido libertado por volta das 23h00, segundo a operadora da infraestrutura.

Um petroleiro que saiu de Portugal bloqueou o canal do Suez durante cinco horas, anunciou a operadora do canal, originando receios de uma interrupção no tráfego marítimo semelhante à causada em março de 2021.

O navio-tanque Affinity V “encalhou no canal do Suez às 19h15” de quarta-feira (18h15 em Lisboa), disse um porta-voz da Autoridade de Gestão do Canal de Suez à televisão egípcia Extra News.

“O trânsito está restabelecido e o petroleiro Affinity V foi libertado com sucesso” pouco depois da meia-noite (23h00 em Lisboa), anunciou a operadora do canal, adiantando que mobilizou os “serviços de salvamento do canal numa operação que mobilizou mais de cinco reboques”.

O incidente foi causado por uma “falha técnica ao nível do leme que levou à perda de controlo do navio”, indicou a autoridade. O canal do Suez é uma das rotas marítimas mais movimentadas do comércio mundial.

O navio-tanque de bandeira de Singapura Affinity V tem 252 metros de comprimento e 45 metros de largura, partiu de Portugal e dirige-se ao porto saudita de Yanbu.

É a primeira vez que um navio bloqueia o canal estratégico desde o incidente causado pelo Ever Given, um navio porta-contentores de quase 200 mil toneladas cuja proa encalhou na margem leste do canal durante uma tempestade de areia em março de 2021. O navio bloqueou durante seis dias a principal rota de tráfego entre a Europa e a Ásia, onde passa cerca de 10% do comércio marítimo mundial. A operação de resgate custou a vida de um agente da Autoridade de Gestão do Canal de Suez.

O presidente egípcio Abdel Fattah el-Sisi aprovou em maio um plano para ampliar e aprofundar ainda mais a parte sul do canal em que o navio ficou preso.

De acordo com a operadora, o Egito perdeu até 15 milhões de dólares (15 milhões de euros) por dia devido ao bloqueio, enquanto as seguradoras estimaram milhares de milhões de dólares em perdas por dia para o comércio marítimo mundial.

O Canal de Suez anunciou em julho um lucro recorde de 7 mil milhões de dólares (7 mil milhões de euros) no ano fiscal de 2021-2022, após aumentar repetidamente as taxas de trânsito de navios.

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Creches do setor social e solidário gratuitas para crianças do 1º ano a partir de hoje

Gratuitidade abrange crianças nascidas a partir de 1 de setembro de 2021. Medida será implementada de forma faseada e tem como objetivo chegar a 100 mil crianças até 2024.

A partir desta quinta-feira, entra em vigor a gratuitidade das creches para todas as crianças nascidas a partir de 1 de setembro de 2021 que frequentem creches do setor social e solidário. A medida será implementada de forma faseada e tem como objetivo chegar a 100 mil crianças até 2024.

O acordo com as organizações representativas do Setor Social e Solidário (União das Misericórdias, CNIS, Confecoop e União das Mutualidades) para operacionalizar esta medida foi concluído no final de julho.

“Até 2024, a gratuitidade das creches será implementada de forma faseada, aumentando anualmente mais um ano de creche abrangido, até à globalidade das crianças da rede social e solidária”, anunciou o Governo aquando o acordo. As crianças abrangidas pela medida vão manter a gratuitidade durante todos os anos que estiverem na creche.

No acordo, ficou definida “uma priorização na atribuição de vagas para as crianças: com deficiência e ou incapacidade; de famílias mais carenciadas; cujos progenitores sejam cuidadores informais principais; de agregados monoparentais ou famílias numerosas e cujos pais residam ou trabalham na área, assim como a obrigatoriedade de integração de crianças sinalizadas em risco pelas CPCJs ou pelos Tribunais, com indicação de frequência em creche”.

O Governo vai então assumir as comparticipações que eram pagas pelas famílias. A Segurança Social pagava 293 euros por cada criança a frequentar as creches do setor social e solidário e as famílias pagavam um valor de comparticipação variável adicional. “Com a implementação da gratuitidade, a Segurança Social passa a assumir também o valor diferencial das comparticipações que estava a cargo das famílias, ou seja, o custo técnico total da resposta no valor de 460 euros”, indicou o Executivo.

A gratuitidade inclui todas as atividades pedagógicas desenvolvidas (exceto, atividades extra projeto pedagógico), a alimentação, os custos com inscrições e seguros, assim como os custos com períodos de prolongamento do horário de funcionamento.

É de salientar que o diploma que regulamenta a medida estabelece que a gratuitidade da frequência das creches está dependente da capacidade dos estabelecimentos, sendo a única exceção os casos de crianças em risco que poderão obrigar a criar uma vaga extra.

No início de agosto, o primeiro-ministro sinalizou a intenção de criar mais 10 mil lugares em creches nos próximos anos. Este aumento dos lugares de creche está previsto no acordo que o Governo celebrou e será feito no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do Portugal 2030.

Está também previsto que as crianças nascidas depois de 1 de setembro de 2021, que não tiverem vaga nas IPSS, vão poder usufruir da gratuitidade no setor privado, contudo, apenas a partir de janeiro de 2023.

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Nos prevê manter preços dos serviços “até ao final deste ano”

Operadora liderada por Miguel Almeida não tem previstos aumentos de preços "até ao final deste ano". Todavia, não indica se as mensalidades vão subir a partir de 1 de janeiro.

Os preços praticados pela Nos NOS 0,41% deverão manter-se até ao final deste ano, disse ao ECO fonte oficial da operadora de telecomunicações, sem indicar se estão previstos aumentos a partir de janeiro, em resposta aos atuais níveis de inflação. A empresa assume uma “posição cautelosa” e está “a monitorizar” a evolução dos preços na economia.

“A Nos está a adotar uma posição cautelosa em relação ao aumento generalizado nos preços, independentemente do impacto que este aumento tem nos custos dos nossos serviços. É uma situação que temos vindo a monitorizar e não temos previsto neste momento qualquer aumento de preços até ao final deste ano”, declarou a empresa numa resposta enviada esta quarta-feira, depois de ter sido noticiado que a taxa de inflação homóloga em Portugal em agosto terá desacelerado ligeiramente, para 9% em agosto.

[A escalada a inflação] é uma situação que temos vindo a monitorizar e não temos previsto neste momento qualquer aumento de preços até ao final deste ano.

Fonte oficial da Nos

Também na quarta-feira, o ECO noticiou que as principais empresas de telecomunicações têm resistido a anunciar alterações nos preços nesta altura, apesar de o poderem fazer, dada a escalada do Índice de Preços no Consumidor (IPC) para máximos de muitas décadas.

“A esta data, não é possível antecipar a expressão ou timings [o momento] de eventuais alterações de preços”, disse fonte oficial da Vodafone Portugal esta terça-feira. Já a Meo, detida pela Altice Portugal, insistiu na resposta que tem vindo a dar desde o segundo trimestre: “O contexto de inflação está a ser monitorizado pela equipa de gestão da Altice Portugal com o objetivo de mitigar efeitos na estrutura e na operação. De momento não há qualquer plano para alteração de preços.”

A declaração da Nos junta-se às das empresas concorrentes, que dizem também ainda não estar preparadas para indicar o sentido que os preços das telecomunicações vão seguir a partir de 1 de janeiro de 2023. No entanto, o setor não é imune ao aumento dos custos e terá dificuldades em não os passar, ainda que parcialmente, para a respetiva base de clientes, como tem vindo a ser feito no início de cada ano. A Altice, por exemplo, confirmou recentemente que 75% dos clientes da Meo têm contratos ligados à evolução da inflação.

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Da dívida pública de 280 mil milhões às obrigações verdes: 5 desafios do novo líder do IGCP

Vai gerir uma dívida pública de 280 mil milhões de euros e Medina deu-lhe a missão de tirar Portugal do grupo de países mais endividados. Miguel Martín inicia funções no IGCP a partir de hoje.

Foi a escolha de Fernando Medina para “tirar Portugal do grupo das economias com maior dívida pública na Europa”. Miguel Martín inicia esta quinta-feira funções de presidente do IGCP, a agência que gere a dívida pública. O ex-administrador da Ascendi sucede a Cristina Casalinho no cargo, sabendo que a tarefa que tem pela frente será tudo menos tranquila. Desde logo porque tem de gerir uma dívida pública de 280 mil milhões de euros num contexto de alta dos juros e inflação. Mas tem mais desafios à sua espera.

Gerir dívida pública de 280 mil milhões

No próximo mês, o IGCP vai ter de devolver um cheque de 8,4 mil milhões de euros aos investidores. A antecessora disse ao ECO em maio que a agência estava em “posição confortável” para pagar o empréstimo.

Portugal tem um calendário de reembolsos exigente nos próximos anos, que resulta sobretudo de ter uma elevada dívida pública. Os últimos dados do Banco de Portugal dão conta de 280 mil milhões de euros de endividamento público.

Também é ambicioso o plano do Governo para baixar a dívida nos próximos anos, sobretudo se atendermos ao atual momento mundial de alta inflação (que está a obrigar a novas medidas de apoio às famílias e empresas) e subida dos custos de financiamento. O rácio da dívida pública situa-se nos 126,7% do PIB.

O ministro Fernando Medina, que foi quem escolheu Miguel Martín para liderar o IGCP, quer tirar “Portugal do grupo de economias com maior dívida pública da Europa” e aponta para um rácio de perto de 100% em 2026.

Lidar com subida dos juros

Se Cristina Casalinho beneficiou de um longo período de taxas de juro baixas, em função das políticas ultra expansionistas do Banco Central Europeu (BCE), Miguel Martín terá de lidar agora com um contexto completamente diferente. O banco central está a apertar as condições financeiras na Zona Euro para travar a escalada da inflação. Já subiu as taxas de juro em 50 pontos base em julho e dentro de dias anunciará outra subida de 50 pontos ou mais.

Para os países com elevadas dívidas, a inversão da política monetária – ainda que rumo à sua normalização – não é uma boa notícia. Juro mais elevado significa que vai ter de pagar mais pelo serviço da dívida. Mas como Fernando Medina já teve oportunidade de sublinhar, o efeito não é imediato. Portugal ainda vai emitir dívida este ano com um custo inferior ao custo médio da dívida, o que significará que continuará a poupar. Mas a janela de oportunidade está a fechar-se rapidamente.

O trabalho de casa realizado por Cristina Casalinho na gestão ativa da dívida, através de operações de recompra antecipada, de troca de dívida e de alongamento dos prazos, ajuda nesta missão.

Aumentar confiança dos investidores

Miguel Martín chega ao IGCP com uma boa notícia: a DBRS acabou de elevar o rating de Portugal para o nível “A”, a melhor posição desde 2011, o ano do resgate da troika.

Mas o impacto desta decisão será limitado, como reconheceram os analistas ao ECO. Para o país tirar partido de melhores condições de financiamento, as outras agências de rating – as big three – também terão de aumentar a notação de risco. A Fitch e S&P dão nota BBB (perspetiva estável) e a Moody’s atribui Baa2 (perspetiva positiva) a Portugal, três níveis abaixo da notação que dá atualmente a DBRS.

Apresentar-se no mercado com um rating A reforça a confiança dos investidores na capacidade de um país, empresa ou banco reembolsarem o que lhes foi emprestado. A melhoria do rating não depende diretamente do que Miguel Martín fizer no IGCP, pois há indicadores económicos e políticos que são considerados pelas agências de notação de risco.

Fazer primeira emissão verde

Outra das missões de Miguel Martín: realizar a primeira emissão de dívida verde de Portugal. Várias empresas e bancos nacionais já realizaram operações de financiamento através da emissão de obrigações sustentáveis, que visam financiar projetos amigos do ambiente ou com preocupações sociais. Falta a República dar esse passo e o exemplo num mercado que já não é só uma moda, mas um modo de assegurar financiamento junto de uma cada vez maior granja de investidores.

Há algum tempo que o Governo está a olhar para este tema. O anterior secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, lembrou que o país vai precisar de “mil milhares de milhões de euros” até 2050 em investimento público e privado para ser neutro em carbono. “A maior dos investimentos será feito em infraestruturas, tecnologia e edifícios eficientes”, sublinhou. A guerra e o fim da dependência energética da Rússia veio acelerar este movimento.

Manter produtos do Estado atrativos para as famílias

Os últimos anos foram terríveis para os aforradores. A política do BCE praticamente eliminou os ganhos com poupança. O Estado teve um papel importante ao manter uma oferta de produtos de aforro com rendibilidades mais atrativas.

Com as taxas de juro a subir, o Estado poderá começar a sentir maior concorrência do mercado na captação de poupanças dos particulares. Os tradicionais certificados de aforro estão a ressurgir com a alta dos juros. Os certificados do Tesouro, ainda que as condições tenham piorado ao longo dos anos, continuam a ser um dos produtos mais populares. As Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) poderão fazer um grande regresso, se Portugal sentir um grande aperto nos mercados de dívida.

Outro aspeto importante: a digitalização dos serviços do IGCP. Atualmente, os produtos são vendidos nos balcões dos CTT. A possibilidade de poder subscrever dívida do Estado a partir de casa poderá ser um trunfo para captar mais fundos junto dos particulares.

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Meio milhão de famílias vão ter aumentos de 11 a 35 euros nas rendas

Os proprietários vão poder aumentar as rendas em 5,43% em janeiro. Governo diz que está preocupado e inquilinos pedem norma travão igual à de Espanha.

Milhares de inquilinos vão pagar mais pela renda da casa a partir de janeiro. Depois do congelamento do valor das rendas em 2021 (porque a inflação em 2020 foi negativa) e do aumento de apenas 0,43% este ano, as rendas vão aumentar 5,43% em janeiro. Para meio milhão de famílias, isto significa aumentos entre 11 e 35 euros/mês.

Em Portugal existem 922.921 contratos de arrendamento, sendo que cerca de 200 mil são rendas antigas de pessoas idosas e com baixos rendimentos. Estas “rendas antigas” – anteriores a 1990 (no caso do arrendamento habitacional) ou as anteriores a 1995 (no caso do arrendamento comercial) – têm regras diferentes de atualização e estão protegidas contra a atualização de 5,43% em janeiro.

Para os restantes contratos, haverá um aumento acentuado no valor das rendas. Os proprietários não são obrigados a atualizar as rendas (se chegaram à conclusão, por exemplo, que o inquilino não tem capacidade financeira para suportar o aumento) mas, se quiserem, a lei permite aumentos de até 5,43% em janeiro, sem necessidade de acordo com o inquilino.

Dos 922.921 contratos de arrendamento existentes em Portugal, a grande maioria – mais de 60% – paga rendas de 200 a 649,99 euros, segundo os dados do Censos de 2021. São mais de meio milhão de famílias (566.974) que terão aumentos entre 11 a 35 euros/mês (ver tabela em baixo).

Para 6% das famílias (com rendas entre 650 a 999,99 euros), os aumentos serão de 35 a 54 euros. E ainda existem cerca de 20 mil inquilinos que vão ter de suportar uma subida superior a 54 euros por terem rendas acima dos 1.000 euros.

O Governo, entretanto, já veio dizer esta quarta-feira que está preocupado com o impacto do aumento das rendas. Em declarações à agência Lusa, fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e da Habitação afirmou que o Executivo “está a acompanhar as preocupações que têm sido manifestadas sobre este tema, nomeadamente pelas várias associações do setor”.

Do lado das associações de inquilinos, o apelo é para que o Governo avance com uma norma travão, semelhante àquela que Pedro Sánchez adotou em Espanha, onde, independentemente do valor da inflação em 2023, as rendas não vão poder subir mais de 2%.

“Se o valor da inflação para efeitos do aumento das rendas for de 5,43%, do nosso ponto de vista é complementarmente incomportável para a maioria das famílias”, disse à Lusa Romão Lavadinho, da Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL).

O que achamos é que o Governo deve emitir uma norma travão para evitar que os aumentos ultrapassem 1%”, disse, sublinhando que este valor foi definido tendo em conta o aumento salarial de 0,9% da função pública em 2022 e que a AIL já em junho defendeu esta medida junto do Governo.

As associações dos proprietários estão contra tetos administrativos nas rendas e receiam que tal venha a acontecer. “Se tudo subiu, porque é que as rendas não devem também ser atualizadas? Não vemos motivo para que tal não aconteça”, disse esta quarta à Lusa o presidente da Associação Nacional de Proprietários, António Frias Marques. Um inquérito da Associação Lisbonense dos Proprietários publicado esta semana mostra que um terço dos proprietários temem que o Governo venha a congelar as rendas por causa da inflação.

O primeiro-ministro António Costa prometeu para a próxima segunda-feira um Conselho de Ministros extraordinário para anunciar novas medidas de apoios às famílias por causa a inflação. Não se sabe se deste pacote irá constar alguma medida para ajudar os inquilinos.

Uma ajuda poderá também chegar da Assembleia da República, tendo os socialistas já prometido medidas, não para travar os aumentos, mas para ajudar os inquilinos com maiores dificuldades financeiras.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 1 Setembro 2022

Resultados da Mota Engil do semestre, as intervenções nas conferências do Estoril e a visita de Roberta Metsola são alguns dos temas em destaque esta quinta-feira.

O mês de setembro e da rentrée arranca com as Conferências do Estoril, que contam com a presença do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e do governador Mário Centeno, os resultados da Mota-Engil e a visita a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, a Portugal. Miguel Martín inicia hoje funções de presidente da agência que gere a dívida pública, sucedendo a Cristina Casalinho no cargo.

Conferências do Estoril discutem o “reequilíbrio do nosso mundo”

A sétima edição das Conferências do Estoril arranca esta quinta-feira e terminam no dia 2 de setembro. Destaque para a abertura, com a intervenção do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, e para o painel “Capitalismo Financeiro e Sustentabilidade”, que conta com o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, como orador. Também o CEO do Santander Espanha, António Simões, marca presença no painel “Escalar a Ambição Global: A Viagem para ‘Net Zero'”.

Roberta Metsola inicia visita a Portugal

A presidente do Parlamento Europeu está de visita ao país, convidada pelo presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva. Na agenda política, a maltesa Roberta Metsola tem encontros marcados com o Presidente da República e o autarca Carlos Moedas, antes de uma conversa com os atletas da Equipa Portugal para falar sobre a igualdade de género, inclusão e desporto.

Mota-Engil apresenta resultados do primeiro semestre

A construtora, liderada por Gonçalo Moura Martins, divulga os resultados do primeiro semestre de 2022. A Mota-Engil registou, no ano passado, lucros de 22 milhões de euros, face aos prejuízos de 20 milhões em 2020. Em 2021, o volume de negócios cresceu 9%, para 2.656 milhões, e o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) aumentou 8% para 411 milhões de euros.

IGCP tem novo presidente a partir de hoje

Miguel Martín inicia esta quinta-feira funções de presidente da agência que gere a dívida pública. O ex-administrador da Ascendi sucede a Cristina Casalinho no cargo do IGCP, onde irá gerir uma dívida pública de 280 milhões de euros num momento de aumento dos juros e inflação.

António Costa marca presença na Cimeira Luso-Moçambicana

O primeiro-ministro desloca-se a Maputo para a V Cimeira Luso-Moçambicana, onde devem ser assinados vários instrumentos de cooperação entre os dois países. O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, acompanham o chefe de Governo português.

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Wall Street tem pior mês de agosto em sete anos

Os três principais índices sofreram as maiores quedas percentuais mensais em agosto desde 2015. Discurso agressivo da Fed tem levantado preocupações.

Wall Street terminou a sessão com a quarta queda diária consecutiva, consolidando o desempenho mais fraco de agosto em sete anos. A pesar no sentimento dos investidores continuam as preocupações com os aumentos agressivos das taxas de juros da Reserva Federal dos Estados Unidos.

Os índices de referência têm estado a cair desde que o presidente do Fed, Jerome Powell, reafirmou na sexta-feira a determinação do banco central de aumentar as taxas de juros mesmo perante uma economia em desaceleração.

Nesta que foi a última sessão do mês de agosto, o índice industrial Dow Jones perdeu 0,88%, para 31.509,75 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 caiu 0,79%, para 3.954,70 pontos. Já o Nasdaq, onde estão listadas as principais empresas de tecnologia, caiu 0,58%, para 11.814,80 pontos.

Os três principais índices sofreram as maiores quedas percentuais mensais em agosto desde 2015. Depois de atingir máximos de quatro meses em meados de agosto, o S&P 500 tropeçou nas últimas semanas, ao cair mais de 7% até o fecho de terça-feira.

“Neste momento, estamos num mercado de oscilação para frente e para trás, muita volatilidade, preocupações que o rali que tivemos foi apenas um rali de bear market (de baixa), com provavelmente alguma preocupação de que voltaremos a novos mínimos”, apontou Tim Ghriskey, da Ingalls & Snyder, à Reuters.

Entre as principais quedas nesta sessão, é de destacar a fabricante de computadores HP, que caiu 7,74% para os 28,71 dólares, depois de ter apresentado resultados fracos, bem como uma revisão em baixa das previsões de crescimento para o resto do ano.

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Biden promete a primeiro-ministro israelita que Irão “nunca” terá armas nucleares

  • Lusa
  • 31 Agosto 2022

“Israel e os Estados Unidos estão seguros no seu compromisso partilhado de impedir um Irão nuclear”, referiu o primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, no Twitter.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu esta quarta-feira ao primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, que vai trabalhar para que o Irão nunca tenha armas nucleares. “Israel e os Estados Unidos estão seguros no seu compromisso partilhado de impedir um Irão nuclear”, afirmou no Twitter Lapid, após ter conversado com Biden por telefone.

As autoridades israelitas não esconderam nas últimas semanas o seu desconforto com a possível reativação do acordo de 2015 que, entre outras questões, contempla a flexibilização das sanções contra o Irão em troca de algumas concessões em matéria nuclear.

“Conversámos sobre a ameaça que representam o programa nuclear e a atividade terrorista do Iraque”, insistiu.

Na conversa, Biden “sublinhou o compromisso de nunca permitir que o Irão adquira uma arma nuclear”, segundo uma nota da Presidência dos Estados Unidos. Biden reconheceu ainda que o Irão continua a representar “ameaças” à estabilidade regional e internacional.

O Irão indicou esta quarta que, após receber a contraproposta dos Estados Unidos, está a analisá-la “com o devido cuidado e rapidez”, mas precisa de “garantias mais sólidas” de Washington para reativar o acordo nuclear de 2015.

Nós levamos a sério a chegada a um acordo bom, forte e estável. Um dos temas que foram tidos em consideração no nosso diálogo com as partes negociais, mas que devemos fortalecer no texto, é que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) deve distanciar-se do seu [atual] comportamento”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amirabdolahian.

Nesse sentido, o responsável explicou que o organismo de monitorização nuclear da ONU “deve concentrar-se apenas nos seus deveres e responsabilidades”, pelo que Teerão não permitirá que “nenhuma parte” interfira na esfera de independência do Irão, noticiou a agência Mehr.

Numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, o MNE iraniano referiu-se assim às investigações da AIEA sobre os vestígios de urânio enriquecido encontrados em três locais não-declarados. Segundo Amirabdolahian, a AIEA deverá sobretudo “distanciar-se de condutas políticas e cumprir de forma profissional as suas funções técnicas”.

No domingo, foi divulgado que o acordo poderia dividir-se em quatro fases “para cimentar a confiança entre as partes” e entraria plenamente em vigor 165 dias após a sua assinatura. O Irão libertaria vários presos e regressaria aos termos do pacto em troca da manutenção do seu atual ‘stock’ de urânio e do levantamento das sanções, ao passo que a Guarda Revolucionária iraniana continuaria na lista das organizações terroristas.

Esta versão do texto poderá alterar o acordo final, já que o Irão está presentemente a rever a resposta enviada pelos Estados Unidos a um texto de acordo inicial apresentado pela União Europeia, cujo conteúdo foi parcialmente divulgado pelo diário israelita Haaretz.

Embora não seja ainda conhecida uma data exata, o Irão poderá dar a sua opinião sobre a revisão norte-americana no início de setembro, indicou no domingo o jornal digital iraniano Nour News, alinhado com o Conselho Supremo de Segurança Nacional (SNSC) do Irão.

As potências mundiais passaram quase 18 meses a tentar negociar um acordo que restabelecesse limites rígidos à atividade nuclear do Irão, em troca de os Estados Unidos aliviarem algumas das sanções à economia da república persa, entre as quais a imposta às suas exportações de petróleo.

O Irão está há 16 meses em negociações com a Alemanha, França, Reino Unido, Rússia, China e, de forma indireta, com os Estados Unidos – os signatários do pacto original –, para salvar o acordo nuclear de 2015, que limitava o programa nuclear iraniano a fins civis como contrapartida para o levantamento de sanções económicas e que foi unilateralmente abandonado em 2018 pelo então Presidente norte-americano, Donald Trump, que reimpôs as sanções ao Irão, fazendo com que este deixasse também gradualmente de cumprir os compromissos assumidos.

A União Europeia apresentou um “texto final” na última ronda de negociações em Viena em princípios deste mês. O Irão enviou a 16 de agosto as suas considerações sobre o texto à UE, que funciona como intermediária entre Teerão e Washington, e o Governo norte-americano respondeu na passada quarta-feira às suas exigências.

O Alto Representante da União Europeia para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, mostrou-se hoje esperançoso na obtenção da renovação do acordo nuclear iraniano “nos próximos dias”, depois de receber comentários “muito razoáveis” ao texto apresentado por ele, pelos Estados Unidos e pelo Irão.

“Há compreensão mútua e toda a gente sabe o que tem que fazer”, disse o chefe da diplomacia europeia numa conferência de imprensa no final de um conselho informal de Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE em Praga. Por isso, o político espanhol afirmou esperar que “nos próximos dias não se perca esta dinâmica e se possa concluir [um acordo], tendo em conta, claro, os comentários feitos tanto pelos Estados Unidos como pelo Irão ao texto apresentado”.

Neste momento, disse que está a partilhar o texto “para tentar concluir um acordo”. “Recebi comentários da parte dos Estados Unidos e do Irão. Creio que os comentários são muito razoáveis e o caminho a seguir é bastante claro”, afirmou, ao ser questionado sobre o ponto das negociações, que a equipa de Borrell coordena desde há 16 meses em nome da UE.

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Liz Truss promete “ousadia”, Rishi Sunak “honestidade”

  • Lusa
  • 31 Agosto 2022

A eleição, realizada por voto postal entre cerca de 180.000 militantes do partido, encerra às 17:00 de sexta-feira.

A candidata a primeira-ministra britânica, Liz Truss, prometeu esta quarta-feira ser “ousada” e governar “de maneira diferente” se for eleita, enquanto o rival Rishi Sunak defendeu a necessidade de ser “honesto” sobre as dificuldades que o país enfrenta.

Na abertura do último debate da eleição para a liderança do Partido Conservador, Truss, atual ministra dos Negócios Estrangeiros que lidera as sondagens, salientou entre as medidas que defende eliminar as leis herdadas da União Europeia (UE) até fim de 2023, reformar setor dos serviços financeiros e cortar impostos.

“Temos de ser ousados e fazer as coisas de forma diferente e é isso que pretendo fazer se for eleita primeira-ministra”, afirmou. Truss disse ainda que “foi um erro aumentar a contribuição para a Segurança Social”, garantindo que será possível ainda assim “pagar a dívida nacional nos próximos três anos”.

O debate entre os dois candidatos finalistas é o último de 12 realizados durante o verão em várias partes do país, antes do anúncio do vencedor na segunda-feira às 12:30. O evento apenas para militantes Conservadores decorre na Wembley Arena, em Londres, uma sala com capacidade para 12.500 pessoas, quase lotada.

O antigo ministro das Finanças Rishi Sunak, o outro finalista a suceder a Boris Johnson, defendeu que o próximo chefe de governo deve ser “honesto” e criticou o recurso a mais endividamento público para pagar cortes fiscais durante a crise. “Não escolhi dizer o que as pessoas querem ouvir, mas aquilo que elas precisam de ouvir”, argumentou no discurso de introdução, invocando Margaret Thatcher para defender o controlo da despesa pública e redução da dívida.

Aludindo à crise económica, afirmou que “aguentar a tempestade não é suficiente” e que quer usar a “experiência como gestor para deixar a economia pronta para o futuro”. O agravamento da crise do custo de vida tem dominado até agora a campanha, aumentando a pressão sobre ambos para que apresentem medidas de apoio aos britânicos mais afetados pelo aumento da inflação e preços da energia.

A eleição, realizada por voto postal entre cerca de 180.000 militantes do partido, encerra às 17:00 de sexta-feira. Na terça-feira, o primeiro-ministro, Boris Johnson, deverá apresentar a demissão à rainha Isabel II, o que acontecerá pela primeira vez em 70 anos de reinado no castelo de Balmoral, no norte da Escócia, em vez do Palácio de Buckingham em Londres.

A monarca de 96 anos tem vindo a piorar dos problemas de mobilidade que a levantaram a faltar a vários eventos este ano e a delegar a representação aos herdeiros, em especial o filho primogénito, príncipe Carlos. O sucessor de Johnson, e 15.º chefe de Governo no reinado de Isabel II, será também recebido na Escócia na terça-feira pela monarca, que deverá então indigitar o novo primeiro-ministro (ou primeira-ministra) para que forme um novo governo enquanto líder do partido com maioria parlamentar.

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Sindicato acusa Portway de ameaçar com despedimentos em reação à greve

Empresa enviou email aos colaboradores onde diz que sustentabilidade financeira da empresa de "handling" não está garantida e "vários cenários possíveis se encontram em avaliação".

Num comunicado interno onde reage à greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) para o último fim de semana, a Portway afirma que a paralisação teve “um forte efeito reputacional e comercial” e que a sustentabilidade da empresa não está garantida, estando vários cenários em avaliação. O sindicato considera o email uma “ameaça”.

“A greve convocada por um dos sindicatos com representação na empresa, o SINTAC, nos passados dias 26, 27 e 28 de agosto, teve um forte efeito reputacional e comercial na Portway, e os impactos financeiros terão ainda que ser avaliados”, começa o comunicado obtido pelo ECO. Segundo o balanço da empresa, que faz parte do grupo ANA, detida pela Vinci Airports, foram cancelados 196 voos nos três dias de paralisação.

“A Portway é uma empresa privada, cuja única fonte de receita são os contratos com os seus clientes, pelo que as consequências para o seu futuro serão em função da capacidade da empresa se manter sustentável financeiramente e competitiva face à concorrência, situação que não está neste momento garantida, sendo que os vários cenários possíveis se encontram em avaliação“, continua a missiva assinada pela administradora-delegada, Helena França.

Palavras que, para o SINTAC, representam uma “ameaça ao sindicato e aos trabalhadores que fizeram greve”. “No documento, a empresa faz uma ameaça velada ao SINTAC, revelando a sua clara agenda escondida – que já se constava há bastante tempo – que passa por despedimentos, mais uma vez encapotados, situação que já não é virgem nesta empresa”, afirma a estrutura sindical num comunicado divulgado esta tarde.

“É notório que a Portway está a tentar aproveitar-se desta situação, levando-nos a questionar quem de facto desejou esta greve”, diz ainda o SINTAC.

“Gostaria de agradecer a todos os que garantiram que a operação durante o fim de semana acontecesse em segurança e com a menor perturbação para os aeroportos e passageiros, apesar do elevado número de cancelamento de voos verificado”, diz também o email enviado aos colaboradores.

O SINTAC mantém que a empresa “não tem cumprido com a legislação e regulamentação aplicáveis, uma vez que os feriados continuam a não ser pagos a 100%” e critica a ausência de progressões salariais, que são atribuídas apenas às chefias e a um número reduzido de trabalhadores.

A Portway contrapõe que “cumpre com toda a legislação e regulamentação aplicáveis, incluindo os Acordos de Empresa em vigor e os direitos laborais dos seus trabalhadores, que fez atualizações remuneratórias no valor de 11%, desde o exercício de 2019 até à presente data, e que paga “os feriados com um acréscimo de 150% face ao valor/hora”.

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