O papel dos RH: a opinião do area manager da zona centro da Adecco

  • Pessoas + Adecco
  • 6 Julho 2022

A forma como o departamento de RH é visto nas empresas tem vindo a mudar? Qual a sua importância para o mundo empresarial? Miguel Saúde, área manager da zona centro da Adecco, responde.

Miguel Saúde, area manager da zona centro da Adecco, reconhece que o papel dos departamentos de Recursos Humanos (RH) das empresas está a mudar. De acordo com o especialista, licenciado em sociologia pela Faculdade e Economia da Universidade de Coimbra, em muitos casos, são já encarados como business partners. Fizemos-lhe três questões sobre o papel dos RH nas empresas.

  1. Porque é que é tão importante o papel da empresa de Recursos Humanos (RH)?
    Há uma mudança de paradigma relativamente à forma como o departamento de RH das empresas é encarado pelos gestores que passaram, em muitos casos, a ser considerados como business partners. A ação do departamento passou a ser considerada ainda mais crítica para o negócio, num contexto de crescentes desafios na componente de atração e retenção de colaboradores. Tornou-se crucial para as empresas terem parceiros especialistas que os suportem nos desafios mencionados ou, em alguns casos, que permitam libertar o departamento de RH para ações de desenvolvimento críticas para a organização. Desta forma, as empresas de consultoria de RH também se tiveram de adaptar a esta realidade, na medida em que as motivações que levam uma empresa a recorrer aos seus serviços se modificaram também. A expetativa dos clientes é que abracemos um papel efetivo de consultora. Na nossa ação têm de estar pressupostas medidas que nos permitam recolher informação crítica, nomeadamente: qualidade do onboarding dos colaboradores; adaptação ao posto de trabalho; satisfação com o nosso acompanhamento; entrevistas de desvinculação, etc.; e a coordenação de ações corretivas com o cliente.
  2. O que torna um recrutamento eficaz e o que leva os candidatos a preferir uma consultora de RH?
    A eficácia do recrutamento afere-se quando todo o processo decorre para garantir o match entre aquilo que são as expetativas do cliente e do candidato. Na Adecco, preconizamos que os nossos profissionais de recrutamento e seleção obtenham o máximo de informação possível sobre determinado posto de trabalho (clima social, condições físicas, estilo de management, funções, qualificações) para reduzir a margem de erro que poderá ocorrer neste ‘jogo’ de expetativas. Mas de nada servirá se, enquanto empresa RH, eu não tiver a credibilidade e a capacidade para atrair os melhores candidatos e colaboradores. E esta fiabilidade só é garantida pelas empresas de RH com procedimentos e regras muito claras e transparentes no que diz respeito à interação com o referido público. Garantir canais de comunicação eficientes para responder/resolver as suas questões, promover a comunicação atempada em toda a jornada do candidato na sua relação com a empresa de RH, sermos rigorosos no cumprimento das nossas obrigações enquanto entidade patronal e consultora, sermos atenciosos e recetivos quer nas nossas instalações físicas quer remotamente.
  3. Quais os fatores de diferenciação da consultora no mercado?
    Os fatores de diferenciação da Adecco no mercado são o reflexo de uma cultura organizacional bastante enraizada, tendo como pedras basilares: o trabalho de equipa, a complementaridade e interdisciplinaridade, melhoramento contínuo de processos, rigor na aplicação de procedimentos e legislação. Estes pressupostos têm como objetivo uma completa orientação dos nossos profissionais internos para os colaboradores, candidatos e clientes com o principal objetivo de encontrar as skills certas entre candidatos e clientes. Um serviço de excelência não se decreta numa brochura comercial ou num discurso mais ou menos trabalhado de um representante comercial. Este é o resultado de um trabalho consolidado, disciplinado sob o chapéu dos valores certos até ao ponto que qualquer elemento que integre a equipa se veja rapidamente imerso nesta cultura. É, no entanto, importante consubstanciar esta diferenciação na perspetiva dos nossos clientes, colaboradores e candidatos. Uma das características mais importantes é a preocupação com a proximidade, demonstrado na nossa rede alargada de agências e estruturas on site, que visa um acompanhamento desejavelmente presencial, que envolve conhecimento da realidade local, indispensável para a apresentação de soluções adaptadas. A nossa orientação para o cliente, colaboradores e candidatos é exatamente o resultado desta interação direta proporcionada pela nossa abrangência física. Outro atributo é o portefólio de soluções, revelando a Adecco como uma ‘one stop shop’, onde o cliente pode obter soluções transversais para os seus desafios e os candidatos podem esperar soluções de trabalho ecléticas. Por fim, salientaria a preocupação com o diagnóstico contínuo, utilizando um conjunto de ferramentas que nos permitem apurar métricas críticas para a avaliação do nosso desempenho com o rigor que preconizamos na preparação imediata dos respetivos planos de ação.

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Nas notícias lá fora: Reino Unido, Revolut e Amazon

O novo chanceler do Tesouro do Reino Unido quer reduzir os impostos. A Amazon vai ter de partilhar dados com rivais, como parte de um acordo alcançado na União Europeia.

O Governo britânico sofreu uma remodelação “forçada” após uma nova vaga de demissões e o novo ministro das Finanças quer reduzir os impostos. A Revolut juntou-se à Stripe para avançar no setor dos pagamentos na Europa, enquanto a Amazon terá de partilhar mais dados com os rivais, como consequência de um acordo celebrado com a União Europeia. Fique a par destas e de outras notícias que marcam a atualidade internacional.

Financial Times

Novo chanceler do Tesouro do Reino Unido quer rever planos fiscais do Governo

Nadhim Zahawi, escolhido para o cargo de chanceler do Tesouro do Reino Unido após Rishi Sunak ter apresentado a demissão, quer rever os planos do Governo britânico de aumentar os impostos sobre as empresas a partir de abril. Após a vaga de demissões de terça-feira, que fragilizou ainda mais o controverso primeiro-ministro Boris Johnson, o titular da pasta das Finanças deverá considerar cortes nos impostos e a reversão de aumentos, numa tentativa de recuperar o apoio do público.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

Financial Times

Amazon vai partilhar mais dados com rivais após acordo com UE

A Amazon terá aceitado partilhar mais dados com os rivais e oferecer aos compradores uma escolha mais ampla de produtos, como parte de um acordo com os reguladores da concorrência da União Europeia, encerrando duas das investigações mais importantes que têm lugar em Bruxelas. Os detalhes do acordo estão a ser apresentados aos rivais da Amazon para garantir que resolvem as preocupações antes do anúncio oficial por parte da Comissão Europeia.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

El Economista

Inflação leva a despesa adicional de 13 mil milhões com pensões espanholas

Com a inflação espanhola a ultrapassar os 10% em junho, um recorde desde a década de 1980, a Autoridade Independente para a Responsabilidade Fiscal (AIReF) alertou para os gastos adicionais com pensões indexadas ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC) médio. Em causa pode estar uma despesa adicional de quase 13 mil milhões de euros com a valorização das pensões, aprovada seis meses antes.

Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre/conteúdo em espanhol).

Bloomberg

Revolut faz parceria com a Stripe para pagamentos na Europa

A fintech Revolut juntou-se à Stripe para oferecer suporte a pagamentos no Reino Unido e na Europa. A Revolut vai facilitar os pagamentos através da infraestrutura existente da Stripe, sendo que poderá usar a plataforma em mais regiões no futuro, já que pretende expandir o negócio para mercados como a América Latina, Índia e Filipinas.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

New York Times

Subvariante da Ómicron torna-se dominante nos EUA

A subvariante BA.5 da Ómicron, que é altamente transmissível, tornou-se a variante de coronavírus dominante nos EUA, correspondendo a quase 54% das infeções por Covid-19 na semana passada, de acordo com estimativas dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças. Os casos têm estado a aumentar no país e as empresas farmacêuticas trabalham em reformular as vacinas para abranger novas variantes do vírus conhecidas pela capacidade de contornar os anticorpos.

Leia a notícia completa no NewYork Times (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

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Da cozinha ao computador, estas são as 10 profissões que mais crescem na União Europeia

Em contrapartida, os trabalhadores da agricultura, silvicultura e pesca registaram o decréscimo mais acentuado na UE entre o primeiro trimestre de 2021 e o mesmo período de 2022, revela o Eurostat.

O número de europeus que trabalhavam como assistentes de cozinha no primeiro trimestre do ano disparou 25,1% face ao trimestre homólogo, saltando de quase 1,1 milhões para 1,4 milhões de pessoas. Esta profissão, de assistente de preparação de alimentos, foi a ocupação que mais cresceu no período na União Europeia (UE). Depois estão os trabalhadores da área dos serviços pessoais, como assistentes de viagens, cabeleireiros ou empregadores de mesa, e os profissionais das tecnologias da informação e comunicação (TIC), revela o Eurostat.

No primeiro trimestre, havia 1,4 milhões de assistentes de cozinha na UE e 7,6 milhões de pessoas que trabalhavam na área dos serviços pessoais, o que inclui assistentes de viagens, motoristas, guias, cozinheiros, empregados de mesa e de bar, cabeleireiros, esteticistas e supervisores de limpeza. Este grupo registou um aumento de 15,6%.

O terceiro grupo que mais cresceu entre o primeiro trimestre de 2021 e o mesmo período de 2022 foi o dos profissionais das TIC, que contava, no primeiro trimestre do ano, com 4,5 milhões de trabalhadores na UE, tendo aumentado 9,6%.

Mas houve mais dois grupos que cresceram na ordem dos 9%. É o caso dos profissionais da área legal, social e cultural (9,4%) e dos gestores de hospitalidade, comércio e retalho (9,1%). No primeiro trimestre deste ano, estes grupos contavam com 3,5 e 2,4 milhões de trabalhadores, respetivamente.

Fonte: Eurostat

Seguem-se no “top 10” das profissões com maior aumento percentual no número de empregados os profissionais do comércio e da administração (7,4%), artesãos e tipógrafos (6,7%), técnicos de informação e comunicação (5,9%), profissionais da ciência e engenharia (5,7%) e, finalmente, os gestores de produção e de serviços especializados (5,3%).

Em contrapartida, os trabalhadores da agricultura, silvicultura e pesca registaram o decréscimo mais acentuado na União Europeia do primeiro trimestre de 2021 para o primeiro trimestre de 2022, tendo caído 12,6%.

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Costa fala em “estabilidade política” e contas certas para tentar cativar empresários alemães

  • Lusa
  • 6 Julho 2022

Primeiro-ministro afirmou, perante várias dezenas de empresários alemães, que Portugal é um país de confiança, sendo um dos poucos com estabilidade política, defendeu.

O primeiro-ministro afirmou na terça-feira, perante várias dezenas de empresários alemães, que Portugal é um país de confiança, sendo um dos poucos com estabilidade política e que apresenta uma trajetória de consolidação orçamental mesmo na atual conjuntura internacional.

Esta posição foi assumida por António Costa no final de um jantar promovido pela Câmara do Comércio e Indústria Luso Alemã, que se destinou a assinalar a presença deste ano de Portugal como país convidado na Feira Industrial de Hanôver, uma das maiores do mundo.

Num discurso com cerca de 30 minutos, perante uma plateia de empresários, o líder do Executivo socialista reconheceu a dificuldade da atual conjuntura internacional, mas defendeu a tese de que Portugal tem uma posição geográfica ideal para estar na linha da frente da transição digital, é forte na aposta das energias renováveis, superou um antigo défice ao nível das qualificações e tem por aplicar os fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência e do Portugal 2030.

“Para além da posição geográfica, para além do capital humano, para além das oportunidades de financiamento, a verdade é que temos um quadro institucional, geopolítico e financeiro que pode ser um fator adquirido de confiança. Portugal tem estabilidade política, como raros países têm”, acentuou o primeiro-ministro.

Neste contexto, António Costa advogou que Portugal será “o quarto país mais seguro do mundo – e em tempos de guerra isto não é pouco – e tem conseguido manter uma trajetória firme de consolidação das contas públicas”.

“Apesar de o Pacto de Estabilidade estar suspenso, já no ano passado conseguimos ficar abaixo do limiar dos 3% de défice e este ano ficaremos seguramente abaixo ou pelo menos muito próximo do objetivo, um défice de 1,9%”, declarou.

De acordo com o líder do executivo, em 2021, apesar dos apoios extraordinários concedidos pelo Estado para o combate à Covid-19, “Portugal conseguiu retomar a inversão do peso da dívida no Produto Interno Bruto (PIB)”.

“Com confiança podemos dizer que chegaremos com um rácio da dívida do PIB de 100% no final desta legislatura. Podemos continuar a manter os objetivos mesmo neste cenário de incerteza que nos rodeia, o que é um fator muito importante de confiança. Neste contexto, as agências de rating têm continuado a melhorar o outlook [perspetiva] sobre Portugal”, completou.

No seu discurso, António Costa advogou que Portugal tem a sétima inflação mais baixa do conjunto da Zona Euro, “essencialmente por causa de um fator e que tem a ver com a intensidade da utilização das energias renováveis

“Cerca de 60% da luz que consumimos já vem de fontes renováveis e daqui a quatro ano já será 80% de fontes renováveis, o que nos poupa a ter de discutir, como outros, se é necessário ou não dar passos atrás no processo de descarbonização da economia”, assinalou.

Neste ponto, o primeiro-ministro referiu que nos últimos dois leilões de energia solar o país obteve em dois anos sucessivos “o recorde mundial do preço mais baixo, o que nos permite estar na linha da frente dos investimentos para a produção de hidrogénio verde, que é decisivo para as indústrias intensivas no consumo de gás”. “Ora, o hidrogénio verde é um gás renovável, limpo, descarbonizado e que pode assegurar o futuro”, defendeu.

Mas António Costa foi ainda mais longe em defesa das vantagens competitivas de Portugal, dizendo que “o lastro mais pesado”, que tinha a ver com as qualificações, “é um lastro que as novas gerações não vão ter de suportar”.

“Temos hoje o capital humano, que se junta à trajetória de crescimento, à oportunidade do ponto de vista da energia, à conectividade digital, para sermos um país não só parceiro da Feira de Hanôver, mas um país que efetivamente pode ser parceiro neste reposicionamento das cadeias de valor na Europa”, sustentou.

Segundo o primeiro-ministro, esta “é uma oportunidade que Portugal tem”. “E das duas uma: Ou a agarramos, ou não agarramos. Portanto, só há uma alternativa, que é a de agarrar esta oportunidade. Sabemos bem que os tempos têm imensos desafios, uma guerra, um ciclo inflacionista forte, mas também sabemos que, independentemente da gravidade do momento, já houve outros momentos de enorme gravidade que tivemos de enfrentar”, acrescentou.

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Governador de Donetsk apela à evacuação de 350.000 civis face ao avanço russo

  • ECO
  • 6 Julho 2022

Governador de Donetsk apela à retirada dos 350 mil civis da província após retirada do exército ucraniano de Lysychansk, com Putin a declarar vitória sobre Lugansk. Continua a batalha por Sloviansk.

O Governador de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, apelou à retirada dos 350.000 civis desta região da Ucrânia, dado o risco iminente de uma ofensiva russa. O responsável referiu ainda que “o destino de todo o país será decidido pela região de Donetsk”.

O apelo surge após Vladimir Putin declarar vitória sobre a região de Lugansk, que, juntamente com Donetsk, compõem o centro industrial do Donbass. As tropas ucranianas confirmaram na passada terça-feira a retirada da cidade de Lysychansk, na região de Luhansk, estando neste momento em curso a batalha por Sloviansk.

Segundo o governador de Donetsk, a retirada das 350.000 pessoas que permanecem na província é necessária não só para salvar vidas, mas para permitir também que o exército ucraniano defenda melhor as suas cidades do avanço russo.

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Nos Alive começa hoje com regresso dos The Strokes e estreia de Stromae

  • Lusa
  • 6 Julho 2022

Festival Nos Alive regressa ao Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, com o regresso dos The Strokes, Jungle, e a estreia de Stromae. São esperadas 210.000 pessoas para os quatro dias de festival.

Depois de duas edições adiadas por causa da Covid-19, o festival Nos Alive regressa a partir de esta quarta-feira ao Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, acolhendo vários regressos, como The Strokes e Jungle, e a estreia do belga Stromae.

Esta será a 14.ª edição do festival de música, que se estenderá até sábado com 165 atuações, repartidas por sete palcos, a começar no pórtico de entrada dos espectadores, passando por um coreto, um palco dedicado à comédia, outro à música eletrónica ou o palco maior, com os cabeças-de-cartaz.

Esta semana, o promotor Álvaro Covões contou à agência Lusa que nos quatro dias do festival são esperadas 210.000 pessoas, de 98 nacionalidades. Os bilhetes para sexta-feira e sábado já estão esgotados.

Esta quarta-feira, pelo festival vão passar nomes como a fadista Cuca Roseta, o músico Eu.Clides, os Modest Mouse e os Fontaines DC. No palco maior do Alive estarão a cantora brasileira Mallu Magalhães, os britânicos Jungle, os norte-americanos The War on Drugs e The Strokes – todos de regresso a palcos portugueses.

Este palco fechará com a estreia em Portugal do músico e produtor belga Stromae, nome artístico de Paul Van Haver, cuja sonoridade cruza eletrónica, pop, ritmos africanos e hip hop.

O músico tem três álbuns de estúdio: “Cheese” (2010), “Racine carrée” (2013) e “Multitude”, lançado em março passado. “Alors on dance”, “Formidable”, “Papaoutai” e “Santé” são alguns dos temas mais conhecidos de Stromae.

Até sábado, o Nos Alive acolherá, entre outros, os Metallica, Da Weasel, Dino D’Santiago, Florence + The Machine, Imagine Dragons, Manel Cruz, Phoebe Bridgers, St. Vincent, Two Door Cinema Club, DJ Vibe e Três Tristes Tigres.

Em relação a edições anteriores, não há alterações substanciais no recinto do festival, na disposição dos sete espaços, e das zonas de restauração, exceto numa maior dispersão de pontos de acesso às casas de banho.

Todas as informações sobre o festival estão disponíveis em www.nosalive.com.

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Dos créditos fiscais aos fundos de reestruturação: a auditoria do Novobanco em 7 pontos

Dos créditos fiscais aos fundos de reestruturação, passando pela venda em Espanha e os grandes devedores, eis o relatório de 400 páginas da auditoria da Deloitte ao Novobanco resumido em sete pontos.

O Novobanco passou a avaliar os fundos de reestruturação “significativamente” abaixo das avaliações dos outros bancos que também participam nesses fundos, depois da reavaliação feita por um perito externo e que resultou perdas de mais de 300 milhões ao banco liderado por António Ramalho em 2020.

Esta é uma das conclusões do relatório de auditoria da Deloitte cuja versão rasurada foi tornada pública esta terça-feira. Mas há mais reparos da auditora ao banco, nomeadamente quanto à venda da sucursal espanhola, aos abates de créditos e à forma como procura bens de devedores em incumprimento. O fisco aprovou mais créditos fiscais no valor de 133 milhões. Veja o resumo da auditoria em sete pontos.

Fisco aprova mais 133 milhões em créditos fiscais

O Governo pediu um capítulo específico sobre os ativos por impostos diferidos e a Deloitte cumpriu o pedido, confirmando que a Novobanco vai receber 133 milhões por conta disto. “A 6 de janeiro de 2022, o banco recebeu o relatório de inspeção tributária referente ao período de tributação de 2018, tendo confirmado o valor do crédito tributário de 133 milhões de euros”.

Este montante — que já tinha sido adiantado pela deputada Mariana Mortágua no Parlamento — soma aos créditos fiscais de 381 milhões de euros que a Autoridade Tributária já aprovou relativamente a 2015, 2016 e 2017.

Foi através da conversão dos créditos fiscais relativos a 2015 que o Estado passou a deter uma participação direta no Novobanco no final do ano passado de 1,56%, diluindo a participação do Fundo de Resolução. De acordo com o banco, por conta dos ativos por impostos diferidos, o Estado poderá vir a assumir uma posição direta de quase 17%.

Novobanco quer Fundo de Resolução a pagar custos com auditorias

O Novobanco e o Fundo de Resolução têm várias disputas em tribunal por causa de pedidos de capital que o banco fez, mas que o fundo liderado por Máximo dos Santos recusou pagar. Uma das disputas tem por base estas auditorias especiais da Deloitte: a instituição financeira considera que as auditorias de 2018 e 2019 estão relacionadas com Mecanismo de Capital Contingente (CCA) e que o custo de sete milhões deve ser imputado ao Fundo de Resolução, que entende “que não são qualificáveis como perdas CCA”.

Fundos de reestruturação avaliados “significativamente” abaixo dos outros bancos

Em outubro de 2019, o banco contratou um perito externo para fazer uma avaliação completa dos seis fundos onde participa: Discovery Portugal Real Estate Fund, Fundo de Recuperação Turismo, Fundo Flit-PTREL, Fundo Aquarius, Fundo de Recuperação FCR ECS e Fundo de Reestruturação Oxy Capital.

A reavaliação dos fundos de reestruturação veio resultar em perdas de 313 milhões de euros em 2020, “resultantes essencialmente de um processo de reavaliação por entidade externa promovido pelo Novobanco, que resultou numa desvalorização média de cerca de 47% face ao Net Asset Value (NAV) apresentado nas contas dos referidos fundos”.

A Deloitte lembra que até 2019 o Novobanco valorizava a suas participações financeiras nos fundos com base no NAV divulgado pelas respetivas sociedades gestoras, que são supervisionados pelos reguladores e cujas contas são auditadas. “Os relatórios de auditoria dos fundos com referência a 31 de dezembro de 2020 não continham reservas”, enfatiza a Deloitte.

Contudo, mudou de política e, em resultado da reavaliação efetuada em 2020, “as cotações para estes fundos subjacentes ao valor de balanço registado pelo Novobanco em 31 de dezembro de 2020 eram em média significativamente inferiores às valorizações utilizadas por outras instituições financeiras portuguesas que participavam nos mesmos fundos.

Venda de Espanha sem “racional”

A venda da sucursal em Espanha é outro dos braços-de-ferro entre o Novobanco e o Fundo de Resolução, mas o valor reclamado é bem superior: o negócio gerou uma imparidade de 166 milhões de euros, levando o banco a pedir 147 milhões de euros ao abrigo do mecanismo de capital contingente.

A Deloitte diz que “não está documentado o racional para a decisão do conselho de administração de desinvestimento na sucursal do Novobanco em Espanha, incluindo a sua relação com o projeto de reestruturação da sucursal iniciado em 2019” – inicialmente, o banco ia reestruturar a unidade espanhola, mas mudou de ideias e decidiu alienar um negócio que só dava prejuízos e para se concentrar exclusivamente no mercado português.

Por outro lado, o banco antecipava que as perdas com a venda de Espanha iam ser “anuladas” com a libertação de capital que a operação ia permitir. Ou seja, era expectável que tudo ocorresse em 2020, mas não foi o que aconteceu: as perdas foram reconhecidas em 2020, mas a libertação de capital só aconteceu em 2021. O Fundo de Resolução entende que este desfasamento provocou um “aumento artificial nas necessidades de capital do banco em 2020”.

A comissão de acompanhamento do Novobanco está do lado do Fundo de Resolução, tendo observado que “a execução de boa-fé do CCA (…) poderia levar que o montante de imparidade de 166,0 milhões de euros constituída relativamente à descontinuação da operação do Novobanco em Espanha, fosse desconsiderado para o efeito da call de 2020”.

Abates no crédito sem justificação aparente

O Novobanco realizou abates parciais de dívida no valor de 155 milhões de euros em relação a três credores em 2020 para os quais a Deloitte não encontrou suporte ou suporte suficiente para justificar as decisões.

Destes abates, em relação a 77 milhões de euros não foram obtidos os suportes para o valor do abate parcial realizado, enquanto para os restantes 78 milhões de euros o suporte disponibilizado não era suficiente para evidenciar o racional subjacente ao cálculo do valor do abate parcial realizado.

O banco garante que, apesar de os abates ocorrerem “em casos em que não é economicamente viável a continuação de tentativas de recuperação, a generalidade dos créditos que são abatidos continuam a ser acompanhados internamente como créditos exigíveis, continuando a desenvolver esforços de recuperação”.

Limitações a pesquisar e executar bens dos devedores

“O processo de pesquisa do património dos devedores e avalistas apresenta limitações ao nível da sua abrangência e do seu timing de execução”, concluiu a Deloitte.

Deu o exemplo de um grande devedor que gerou perdas de 40 milhões de euros ao Novobanco em 2020. Para este cliente, o banco tinha uma estratégia assente na perspetiva de recuperação da dívida através da execução dos colaterais. Porém, “verificámos que a pesquisa de bens deste devedor e dos avalistas foi efetuada internamente pelo banco, circunscrita a ativos imobiliários localizados em Portugal”, isto apesar de a atividade económica deste devedor estar “concentrada fora de Portugal”.

Os auditores destacaram ainda que para 13 devedores da amostra, que provocaram perdas de 80 milhões, “não foram obtidas evidências do processo de pesquisa de ativos dos devedores e/ou avalistas”.

Banco implementou metade das medidas de correção das falhas

A Deloitte fez ainda um ponto de situação da implementação das 49 medidas que foram identificadas nas anteriores auditorias e identificou que apenas 27 delas estão concluídas e implementadas.

Entre as medidas em incumprimento, 12 apresentam atrasos na sua implementação face à data inicialmente definida e duas medidas encontram-se por iniciar. Quatro medidas dizem respeito a “processos de melhoria contínuos que se irão manter como foco de atuação do banco” e outras quatro estão em curso, acrescenta a Deloitte.

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PSI sobe em dia de ganhos na Europa, mas EDP trava ganhos

As principais bolsas europeias registam ganhos de mais de 1% no início da sessão. Lisboa tem arranque mais tímido, com EDP a impedir uma valorização mais expressiva.

A sessão desta quarta-feira começa positiva para a bolsa de Lisboa, que segue os ganhos das praças europeias, onde se registam subidas de mais de 1% no arranque. A Galp Energia e a Jerónimo Martins também sobem mais de 1% e impulsionam o desempenho do principal índice de referência nacional, mas a EDP impede maiores ganhos.

Na Europa, o dia começa com ganhos expressivos. O índice de referência Stoxx 600 valoriza 1%, enquanto o francês CAC-40 sobe 1,3% e o espanhol IBEX-35 ganha 1,1%. Já o britânico FTSE 100 soma 1,2% e o alemão DAX ganha 1,6%.

Em Lisboa, o PSI também regista ganhos, apesar de mais contidos. Avança 0,26%, para 5.894,80 pontos, com a maioria das 15 cotadas a negociar em terreno positivo.

A impulsionar o PSI encontra-se a Jerónimo Martins, que ganha 1,13%, para 21,40 euros, e a Galp Energia, que avança 1,32%, para 10,32 euros. Isto numa altura em que o petróleo começa a recuperar, após uma queda de 10%.

Destaque também para a Mota-Engil, que ganha 1,17%, para 1,21 euros, e para os CTT, que somam 1,32%, para 3,06 euros.

Já no vermelho, e a pesar no desempenho do índice de referência nacional, encontra-se a EDP. A elétrica cai 0,90%, para 4,49 euros, enquanto a subsidiária EDP Renováveis oscila entre ganhos e perdas.

Nas quedas, nota também para a Greenvolt, que recua 1,82%, para 7,55 euros, depois de ter registado ganhos na última sessão. A empresa liderada por João Manso Neto anunciou na terça-feira ter “concluído com sucesso” o aumento de capital no valor de quase 100 milhões de euros, sendo que os investidores portugueses ficaram com 42% das novas ações da companhia.

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Hoje nas notícias: Salários, Santana Lopes e PRR

  • ECO
  • 6 Julho 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Portugal foi o país europeu em que a carga fiscal sobre os salários mais baixos mais subiu nos últimos dez anos. Conheça esta e outras notícias em destaque esta quarta-feira.

Carga fiscal portuguesa sobre salários baixos foi a que mais subiu na UE

A carga fiscal sobre os salários mais baixos em Portugal foi a que mais aumentou nos últimos dez anos na União Europeia (UE), até 2021, segundo o estudo Taxation trends in the European Union. No documento, a Comissão Europeia assinala que são apenas oito os Estados-membros onde se verificou uma redução anual de impostos para trabalhadores com baixos rendimentos.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Inflação pode absorver parte dos 1.634 milhões de euros do PRR

A inflação elevada pode absorver uma parte dos 1.634 milhões de euros adicionais do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) a fundo perdido, por causa dos elevados custos. Essas verbas adicionais poderão ser usadas para o reforço de alguns dos investimentos já contratualizados, admitiu o presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, Fernando Alfaiate, no Parlamento, numa altura em que a escalada dos preços está a pôr em causa os orçamentos previstos.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

Montenegro convida Santana Lopes a voltar ao PSD

O novo presidente do PSD, Luís Montenegro, terá convidado o antigo líder Pedro Santana Lopes para voltar ao partido. O ex-primeiro-ministro é atualmente presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, depois de deixar o partido Aliança, que fundou em 2018. Segundo o Observador, Santana não fechou completamente a porta a um regresso ao PSD, mas tal não acontecerá para já.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

Governo financia a 100% requalificação das 458 escolas

O acordo entre o Governo e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), no âmbito do processo de descentralização na Saúde e na Educação, ainda não foi fechado, mas o Governo terá cedido na maioria das reivindicações dos autarcas. O Executivo admite agora dedicar uma maior parcela para as manutenções, refeições e transporte escolar, bem como encargos com funcionários, estando o Governo a assumir despesas como seguros de acidentes de trabalho, e substituição de funcionários, com este grupo de medidas a estender-se à área da Saúde. Desta forma, as 458 escolas a requalificar serão financiadas a 100%.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Chineses e japoneses afastados da maior compra de comboios para a CP

Os chineses da CRRC Tangshan e os japoneses da Hitachi tinham participado no concurso para a maior compra de comboios de sempre para a CP, mas foram afastados do negócio. Do lado da CRRC, a documentação não permitiu determinar se a certificação emitida respeita os critérios e requisitos da União Europeia. Já a Hitachi “não apresentou qualquer informação ou documentação na sequência do primeiro relatório final”, segundo o relatório do concurso.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

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Montenegro convida Santana Lopes a voltar ao PSD

  • ECO
  • 6 Julho 2022

Santana Lopes não fechou completamente a porta a um eventual regresso ao PSD, mas tal não acontecerá para já, segundo o Observador.

O novo presidente do PSD, Luís Montenegro, terá convidado o antigo líder social-democrata Pedro Santana Lopes a voltar ao partido. Segundo o jornal Observador, Santana Lopes não fechou completamente a porta a um eventual regresso ao PSD, mas tal não acontecerá para já.

O ex-primeiro-ministro é atualmente presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, depois de deixar o partido Aliança, que fundou em 2018. Montenegro encontrou-se com Santana Lopes num “encontro discreto” que não foi incluído nas agendas oficiais de ambos, e admitiu mesmo ao Diário das Beiras o regresso do antigo líder, perspetivando mais conversas.

A hipótese não terá sido recusada à partida por Santana Lopes, refere o Observador, que deixou a porta aberta a essa possibilidade. Ainda assim, o ex-primeiro-ministro terá sinalizado que este regresso não será discutido para já, sendo uma hipótese de futuro. Montenegro tomou posse na liderança do PSD neste fim de semana, sendo que o encontro com Santana Lopes aconteceu no primeiro dia enquanto presidente.

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Santos Silva é presidente da Assembleia da República há 100 dias

  • Lusa
  • 6 Julho 2022

Augusto Santos Silva completa 100 dias no exercício do cargo de presidente da Assembleia da República para o qual foi eleito pelos deputados em 29 de março, sucedendo a Eduardo Ferro Rodrigues.

Augusto Santos Silva completa esta quarta-feira 100 dias no exercício do cargo de presidente da Assembleia da República para o qual foi eleito pelos deputados em 29 de março, sucedendo ao também socialista Eduardo Ferro Rodrigues.

Em declarações à agência Lusa, na terça-feira, o presidente do Parlamento fez um balanço dos primeiros 100 dias do seu mandato, defendendo a sua independência no exercício do cargo e salientando que nem é contrapoder nem eco da maioria absoluta do PS, recusando mesmo alguma vez ter favorecido a bancada socialista.

“Não sou o contrapoder à maioria absoluta do PS, nem sou o eco da maioria absoluta do PS. Sou o presidente de todos os deputados, que exerce o seu cargo com a independência necessária. No meu discurso de posse, prometi uma presidência aglutinadora, isenta e imparcial – e é isso que tenho procurado fazer”, sustentou.

Deputado do PS eleito pelo círculo Fora da Europa nas últimas eleições legislativas, o ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros reforçou que a sua função “é tratar todos os deputados por igual”.

“Cada deputada e cada deputado que está na Assembleia da República está porque o povo o elegeu e tem os mesmos direitos. Depois, em função dos resultados eleitorais, portanto em função das escolhas do eleitorado, há grupos parlamentares maiores e grupos parlamentares menores, e há uma certa composição partidária do parlamento, do qual nesta legislatura resulta que há uma maioria absoluta de um só partido”, observou.

Depois, numa alusão ao PS, completou: “Esse partido tem todas as condições para executar o seu programa e nenhuma desculpa para não o executar no que à Assembleia da República diz respeito.”

Marcelo Rebelo de Sousa e Augusto Santos Silva nas comemorações do 25 de AbrilEPA/MANUEL DE ALMEIDA 25 Abril, 2022

Augusto Santos Silva considerou que tudo o que fez decorreu do que foi anunciado no seu discurso de posse há 100 dias.

“Em primeiro lugar, a ideia de que o Parlamento é a casa da palavra e que todas as palavras são admissíveis no Parlamento, exceto os discursos que incitem ao ódio e violência contra minorias, contra seja quem for, atentatórios da dignidade humana”, disse.

Em segundo lugar, o seu objetivo passou por “valorizar o facto de pela primeira vez o Parlamento ter como presidente um deputado eleito por um círculo da emigração — e isso significar uma nova centralidade da relação com as comunidades no parlamento português”.

“Por outro lado, sendo o Parlamento a casa da pluralidade e da diversidade, não só territorial, como também política e ideológica, nós devíamos cultivar a cordialidade na relação uns com os outros, para que essa diversidade política, ideológica e territorial prevaleça e não propriamente os pequenos casos, ou expressões demasiado rudes ou ofensivas”, realçou.

Para Augusto Santos Silva, entre os seus principais desafios para esta legislatura, que termina apenas em outubro de 2026, está o objetivo de “consolidar o parlamento português como a casa da democracia”.

“Há uma certa tentação de ver no Parlamento mais os seus aspetos que mereçam crítica do que os aspetos que mereçam aplauso, mas entendo que uma das minhas funções é chamar a atenção para os muitos aspetos em que o parlamento português merece aplauso em comparação com congéneres da Europa e de outros continentes”, assinalou.

Segundo o ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, “o nível de animosidade do debate político em Portugal não tem comparação com o nível que se encontra em outras democracias”. “O nosso nível de animosidade é muito baixo, senão mesmo inexistente”, acrescentou.

Por outro lado, o presidente da AR assumiu estar “atento” e “curioso” quanto aos resultados do processo de revisão do Regimento do Parlamento e defendeu que já existe uma “panóplia” de instrumentos para o primeiro-ministro prestar contas.

“Noto que pelo nosso ordenamento parlamentar, o primeiro-ministro já comparece na Assembleia da República muitas vezes: Nos debates sobre políticas geral, de cadência bimestral; na discussão do Orçamento do Estado; nos debates europeus, que são obrigatoriamente feitos em plenário antes de qualquer Conselho Europeu; nos debates de moções de censura; e no debate do Estado da Nação”, apontou.

O ex-ministro observou que “na anterior legislatura, “por proposta do maior partido da oposição, o PSD, a cadência de debates com o primeiro-ministro foi alterada”.

“Estou curioso para saber quais as propostas que vão ser apresentadas e consensualizadas no grupo de trabalho. A fiscalização do Governo é uma das missões mais importantes do parlamento e faz-se de diferentes maneiras complementares, como audiências a ministros em comissões parlamentares ou debates setoriais, de urgência ou temáticos. Há uma panóplia de figuras regimentais que favorecem o escrutínio e a fiscalização dos atos do Governo”, salientou.

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Presidente e CEO da ANA ouvidos hoje no Parlamento sobre problemas nos aeroportos

  • Lusa
  • 6 Julho 2022

José Luís Arnaut, presidente do Conselho de Administração da ANA, e Thierry Ligonnière, presidente da comissão executiva, são ouvidos esta quarta-feira no Parlamento a pedido do PSD.

O presidente do Conselho de Administração e o presidente executivo da ANA são ouvidos esta quarta-feira no Parlamento, por requerimento do PSD, para esclarecimentos sobre os problemas nos aeroportos de Lisboa e do Porto.

Em causa está a classificação do site alemão AirHelp, que se dedica à defesa dos passageiros aéreos, e divulga anualmente um ranking mundial dos aeroportos, no qual o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, surge na 132.ª posição, a última, com uma avaliação geral de 5.76 em 10 pontos, entre os 132 aeroportos avaliados, ou seja, em último lugar. Já o Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, aparece como o oitavo pior, com uma pontuação geral de 6.46.

Como parâmetros avaliados estão, entre outros, os atrasos nas partidas e chegadas, a qualidade do serviço e os espaços comerciais e de alimentação.

“Para um país que depende muito significativamente das receitas do turismo e da sua imagem, este tipo de notícias é causador de danos reputacionais com reflexos na atividade turística”, lê-se no requerimento apresentado pelo grupo parlamentar do PSD, que entende ser “relevante conhecer a razão de tais classificações e o que está a ser feito em relação às mesmas”.

No requerimento, o grupo parlamentar do PSD pedia a audição do presidente do Conselho de Administração da empresa gestora de aeroportos, que pertence ao grupo francês Vinci, José Luís Arnaut, mas fonte oficial da ANA confirmou à Lusa que vai também comparecer o presidente da Comissão Executiva, Thierry Ligonnière.

A audição acontece numa altura em que estão a ser cancelados vários voos, diariamente, nos aeroportos europeus, devido à falta de pessoal, greves e outros fatores externos agravantes, nomeadamente climáticos, relacionados com a Covid-19 ou com imprevistos.

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