Governo prevê subida de 11 cêntimos no gasóleo e na gasolina esta semana

Ao abastecer esta segunda-feira vai pagar 1,8 euros por cada litro de gasóleo simples e 2,066 euros por litro na gasolina simples, de acordo com as previsões do Governo.

Esta segunda-feira, quando for abastecer a sua viatura vai voltar a pagar mais por litro de combustível. De acordo com as previsões do Ministério das Finanças, o litro de gasóleo, mas também de gasolina vão subir 11 cêntimos, já tendo em conta as alterações ao nível da carga fiscal, de acordo com os dados que o Ministério das Finanças enviou ao ECO.

Esta semana, o Executivo reduziu a carga fiscal sobre os combustíveis em 0,5 cêntimos no caso da gasolina e em 0,3 cêntimos no caso do gasóleo. “Na próxima semana, o alívio global temporário da carga fiscal sobre os combustíveis totalizará 21,8 cêntimos por litro de gasóleo e 25,1 cêntimos por litro de gasolina”, avançou o comunicado do Ministério liderado por Fernando Medina, na sexta-feira. “Esta evolução da carga fiscal sobre os combustíveis representa uma redução adicional de 0,5 cêntimos no caso da gasolina e de 0,3 cêntimos no caso do gasóleo”, acrescentou o mesmo comunicado.

Este desconto do ISP equivalente à redução do IVA para 13% entrará em vigor esta segunda-feira e vai manter-se ao longo do mês de junho, o último em que a medida se aplica, ainda que o decreto-lei publicado em Diário da República preveja que se possa prolongar até dezembro.

Isto significa que ao abastecer esta segunda-feira vai passar a pagar, em média, 1,8 euros por litro de gasóleo simples e 2,066 euros por cada litro de gasolina simples.

Na semana passada, o Governo apontava para uma subida de 2,8 cêntimos no litro de gasóleo e de 0,2 cêntimos no litro da gasolina simples 95. Mas, observando os preços médios publicados na terça-feira pela Direção Geral de Energia e Geologia, o litro de diesel subiu 2,4 cêntimos (menos 0,4 cêntimos do que o esperado) e o litro de gasolina afinal subiu 3,9 cêntimos (mais 1,5 cêntimos). Isto significa que é preciso recusar a 9 de maio de 2016 para encontrar uma diferença tão grande entre os dois tipos combustíveis. Esta semana o gap será de 26,6 cêntimos, o mesmo da semana passada, que representa um máximo de seis anos.

Nas próximas duas semanas, por causa dos feriados, o Ministério das Finanças não irá fazer a habitual atualização semanal do ISP, pelo que o valor não sofrerá alterações. O valor do imposto voltará a ser atualizado a 17 de junho através do mecanismo de ajuste que devolve a receita adicional de IVA ditada pelo aumento dos preços dos combustíveis.

O preço da gasolina e do gasóleo volta às subidas significativas e sem grandes diferenças entre si. Nas últimas semanas o diesel tinha descido — refletindo uma menor procura, já que a subida de temperaturas na Europa dispensa o uso de gasóleo para aquecimento — e a gasolina subido.

O agravamento dos preços dos combustíveis, em resultado da subida da cotação do petróleo, resulta do acordo europeu relativamente ao sexto pacote de sanções contra a Rússia, decidido na cimeira extraordinária da semana passada; do levantamento de restrições impostas na China para travar a propagação da Covid-19; e ainda das persistentes preocupações em torno da oferta. Os investidores têm dúvidas de que a OPEP possa aumentar a produção de petróleo em quantidade suficiente para compensar a quebra na oferta por parte da Rússia. Ainda que a organização tenha surpreendido na semana passada ao decidir aumentar a produção em 648 mil barris por dia, em julho e agosto.

O brent, que serve de referência ao mercado europeu, fechou a valorizar 1,8% na sexta-feira, com o barril a cotar nos 119,72 dólares. Ou seja, fechou mais uma semana de ganhos consecutivos. As importações de gasolina dos Estados Unidos também têm pressionado os preços em alta com o início da driving season.

Brent segue em alta

Por outro lado, esta semana os portugueses não contaram com a ajuda do mercado cambial, que também influencia o comportamento dos preços dos combustíveis. O euro desvalorizou face ao dólar 0,25% para 1,071 dólares, reflexo dos dados do mercado laboral nos Estados Unidos e que poderão levar a Reserva Federal a manter um caminho de subida das taxas de juro.

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IL corrige contas. Afinal teve lucro em 2021

A Iniciativa Liberal tinha o maior "prejuízo" nas contas de 2021 até corrigir as contas esta segunda-feira. Já o PCP volta a ser o partido com o maior "lucro", depois de no ano passado ter sido o PSD.

A recuperação das receitas com a angariação de fundos permitiu ao PCP “lucrar” 1,67 milhões de euros em 2021, de acordo com as contas anuais entregues na semana passada na Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP). Do lado oposto, estava o CDS – que perdeu deputados na atual legislatura – estava com um resultado negativo de 110 mil euros. Numa primeira versão, a Iniciativa Liberal tinha o maior “prejuízo”, no valor de 114 mil euros. Mas esta segunda-feira entrou na ECFP, a pedido do partido, uma correção das contas de 2021 onde passa de prejuízo a um lucro de 27.996 euros.

O segundo partido com maior “lucro” foi o PSD, com 976 mil euros, consolidando uma tendência de resultados positivos que Rui Rio imprimiu às contas dos social-democratas. Em menor grau, mas com uma tendência também de melhoria, estão as contas dos socialistas: o PS conseguiu um “lucro” de 353 mil euros em 2021.

Este foi o resultado líquido anual dos partidos com assento parlamentar no ano passado, o qual agrega todas as receitas, como subvenções públicas, quotas e angariações de fundos, e todas as despesas, como os gastos correntes e as despesas específicas com campanhas eleitorais.

Resultado líquido dos partidos em 2021

Fonte: Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP). Os dados da Iniciativa Liberal foram corrigidos a pedido do partido.

A seguir ao PS, surge o Chega com um resultado anual positivo de 149 mil euros e o PAN com quase 70 mil euros. Já o Bloco de Esquerda manteve as contas no negativo, tal como tinha acontecido em 2020, com um “prejuízo” de quase 73 mil euros.

O PEV, que ainda estava no Parlamento em 2021 (tal como o CDS), não consta desta análise porque não entregou as contas no prazo estabelecido pela lei (31 de maio).

Uma análise mais fina às contas do PCP mostra que uma das principais diferenças entre 2020 e 2021 está nas receitas com a angariação de fundos (da qual faz parte a Festa do Avante), as quais passaram de 918 mil euros para 1,7 milhões de euros. Ainda assim, este valor fica bastante aquém dos quatro três milhões de euros de receitas que o PCP conseguia em angariações de fundos antes da pandemia.

Do lado das despesas, os gastos com pessoal dos comunistas baixaram de 3,2 milhões em 2020 para 2,6 milhões em 2021, o que também ajudou a melhorar as contas anuais.

Mesmo com as quotizações (quase triplicaram), doações (16 vezes mais) e angariação de fundos (12 vezes mais) a subir bastante no ano passado, tal não foi suficiente para compensar os maiores gastos do partido, incluindo em despesas com pessoal e nas campanhas eleitorais.

(Notícia atualizada com os novos dados entregues pela Iniciativa Liberal à ECFP)

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Como está a situação financeira dos partidos? PSD e PS em lados opostos

Todos os partidos melhoraram a sua posição financeira em 2021, à exceção do Bloco de Esquerda e da Iniciativa Liberal. O PS continua a ter o maior passivo e o PCP superou o PSD nos ativos.

Os partidos entregaram na semana passada as contas relativas a 2021 à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) e o ECO analisou a situação financeira dos que tinham assento parlamentar nesse ano. O PSD mantém-se como o partido que tem atualmente a melhor situação financeira, seguindo-se o PCP e o BE, enquanto o PS e o CDS continuam em falência técnica. Já os partidos mais pequenos têm uma situação saudável, proporcional à sua dimensão.

Há várias formas de olhar para a situação financeira dos partidos, mas entre as variáveis observadas destacam-se os capitais próprios, ou seja, a situação líquida — a medida mais direta da saúde da empresa em determinado momento. Genericamente, esta corresponde à diferença entre os ativos e o passivo, neste caso dos partidos.

Nesta ótica, o PSD está no topo com 21,7 milhões de capitais próprios positivos, o que compara com a situação do PS de 2,8 milhões de euros de capitais próprios negativos.

Os dois maiores partidos portugueses melhoraram a sua situação financeira face a 2020, mas têm uma diferença significativa: enquanto o passivo dos social-democratas é de 5,6 milhões, o dos socialistas é de 22,8 milhões de euros.

Nível de capitais próprios (ativos – passivos) dos partidos com assento parlamentar em 2021

Em segundo lugar está o PCP com 18,7 milhões de euros — depois de ter registado um “lucro” de 1,67 milhões em 2021 — e depois, bem mais longe, Bloco de Esquerda com 2,35 milhões de euros.

Segue-se o PAN com 433 mil euros, melhorando face a 2020, e o Chega com 239 mil euros, também melhor do que no ano anterior. Já a Iniciativa Liberal viu os seus capitais próprios positivos deteriorarem-se em 2021 para 32 mil euros.

O CDS — que ainda tinha representação parlamentar em 2021 — tem capitais próprios negativos de 163 mil euros, mas tal representa uma melhoria significativa face há uns anos quando o partido chegou a ter perto de um milhão de euros de capitais próprios negativos.

Não há uma análise às contas do PEV — que, a par do CDS, também tinha representação parlamentar em 2021 — porque o partido não entregou as contas anuais de 2021 até ao prazo definido pela lei (31 de maio).

O Livre não se encontra nesta análise uma vez que a deputada eleita desvinculou-se do partido. Apenas nas eleições legislativas antecipadas de janeiro de 2022 é que o partido reconquistou um lugar no Parlamento com a eleição de Rui Tavares.

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De saída, Rui Rio deixa contas certas no PSD

As contas do PSD relativas a 2021 consolidam a herança de Rio em endireitar a situação financeira do partido, apesar das duras derrotas eleitorais.

A 30 de janeiro, na noite eleitoral em que o PS conseguiu a almejada maioria absoluta, Rui Rio fez questão de dizer no seu discurso que, apesar da dura derrota, as contas certas estavam garantidas. Desde 2018 que definiu o reequilíbrio financeiro do partido como um dos seus objetivos e conseguiu-o: as últimas contas anuais relativas a 2021, as quais foram entregues na semana passada à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP), mostram que o PSD é o partido com a situação financeira mais saudável.

“Queria agora também dizer uma coisa que toda a gente que me conhece sabe que é importante o que eu vou dizer. O resultado eleitoral ficou substancialmente abaixo daquilo que pensávamos que íamos ter, mas fizemos o nosso orçamento de campanha de tal forma que, mesmo com este resultado, nós não vamos ter qualquer défice nem há qualquer dívida por culpa desta campanha eleitoral“, afirmou Rui Rio no discurso de concessão da derrota.

E, de seguida, reforçou: “É normal, como sabem, que os partidos políticos saem das campanhas eleitorais totalmente endividados. Nem da outra, nem particularmente desta, não há dívida nenhuma”.

As contas do PSD dos últimos anos sugerem que há um antes e um depois do rioísmo. Após quatro anos com Rui Rio ao leme, o qual será agora substituído por Luís Montenegro, o Partido Social-Democrata passou de ter capitais próprios negativos (estava em “falência técnica”) de 1,3 milhões de euros no final de 2017 — o portuense tomou as rédeas no início de 2018 — para ser o partido com os maiores capitais próprios positivos, no valor de 21,7 milhões de euros no final de 2021.

Evolução do resultado líquido anual

Com a melhoria da sua situação financeira ao longo dos últimos quatro anos, o PSD destronou o PCP como o partido com os capitais próprios (diferença entre o ativo e o passivo) mais sólidos.

Os resultados anuais positivos dos últimos quatro anos — incluindo os 976 mil euros de “lucro” em 2021 — foram determinantes para este desempenho, com Rio a implementar uma gestão financeira apertada desde que chegou à Rua de São Caetano à Lapa.

Evolução dos capitais próprios do PSD

O próprio assumiu esta tarefa de melhorar as contas do partido como uma das principais do seu mandato, a nível interno. O partido começou assumidamente a conter-se nos gastos e a registar resultados líquidos positivos, abatendo no passivo, que passou de 14,4 milhões para 5,6 milhões de euros em apenas quatro anos.

Mas houve também um efeito contabilístico que acabou ter ser crucial para a evolução das contas social-democratas. Logo em 2018, o PSD procedeu a uma reavaliação do património que levou os ativos tangíveis de cinco milhões para cerca de 25 milhões de euros, o que teve um papel determinante no ativo e, por isso, nos capitais próprios do partido.

Foi esta valorização quatro vezes superior que permitiu ao PSD ultrapassar o PCP como o partido que tem contas mais sólidas, do ponto de vista dos capitais próprios.

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5 coisas que vão marcar o dia

Combustíveis mais caros, taxas Euribor a subir: dois problemas para as famílias. Se tem uma empresa, termina hoje o prazo para a entrega do IRC. Também há dados económicos para conhecer.

Más notícias para as famílias portuguesas: os combustíveis estão mais caros e as Euribor não param de subir. Esta segunda-feira, a taxa que mais afeta os portugueses na prestação da casa pode renovar um máximo. Conheça alguns dos temas que vão marcar o dia.

Combustíveis sobem até 14 cêntimos

Se tem um dos cerca de 5,6 milhões de automóveis que circulam nas estradas portuguesas, vai pagar mais para abastecer o depósito a partir desta segunda-feira. De acordo com as previsões do Ministério das Finanças, o litro de gasóleo, mas também de gasolina vão subir 11 cêntimos, já tendo em conta as alterações ao nível da carga fiscal (redução do ISP de 0,5 cêntimos no gasolina e 0,3 cêntimos no gasóleo). A subida é o efeito do aumento dos preços do petróleo na semana passada, em que os líderes europeus chegaram a um acordo para banir parcialmente as importações de petróleo russo. O levantamento de restrições da Covid-19 da China, o maior importador de crude do mundo, também contribuiu para engordar o preço do barril.

Preços dos combustíveis aumentaram esta segunda-feiraJOSÉ SENA GOULÃO / LUSA

De olhos postos nas Euribor

O Banco Central Europeu (BCE) ainda não tocou nas taxas de juro, mas a perspetiva de aperto da política monetária na Zona Euro já se reflete nas Euribor, das quais depende a prestação mensal do crédito da casa. Em 12 de abril, a Euribor a 12 meses regressou a terreno positivo, o que não acontecia desde fevereiro de 2016. Quase dois meses depois, a taxa já vai nos 0,486%. As restantes taxas mantêm-se abaixo de zero, mas, provavelmente, não por muito mais tempo. Na sexta-feira, a Euribor a 6 meses, a que mais afeta as famílias portuguesas, fixou-se em -0,008%. Se passar a terreno positivo esta segunda-feira, renova um máximo de pelo menos sete anos.

Termina o prazo para entrega do IRC

Acaba hoje o prazo para a entrega da declaração do IRC, referente aos rendimentos obtidos em 2021. Normalmente, a data terminaria no final de maio, mas o Governo decidiu dar mais tempo às empresas para o cumprimento desta obrigação fiscal, à semelhança do que aconteceu na campanha anterior. Mesmo assim, a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) defende que não é suficiente. Há meses que apela ao Executivo o alargamento do período de entrega até ao dia 30 de junho, sem sucesso, aparentemente.

É dia de keynote da Apple

Arranca hoje a conferência anual de programadores da Apple, também conhecida por WWDC. Habitualmente, a fabricante do iPhone aproveita a ocasião para anunciar novidades no campo do software, mas também novos produtos. Os fãs da vão estar atentos aos detalhes do iOS 16 e esperam também novos portáteis MacBook Air, de acordo com a imprensa especializada. Mas o mercado estará particularmente atento às ambições da Apple no campo da realidade aumentada (RA), ainda que a Bloomberg tenha assegurado que a empresa não vai lançar já uns óculos de RA. A apresentação está agendada para as 18h de Lisboa.

Transportes em recuperação

Mais de dois anos depois, a atividade dos transportes ainda não recuperou totalmente do choque da pandemia. No quarto trimestre do ano passado, o número de passageiros nos aeroportos portugueses ainda estava quase 27% abaixo do registado no mesmo período de 2019, pré-Covid. Será um dos vários indicadores que o Instituto Nacional de Estatística (INE) atualiza esta segunda-feira. Desta vez, a informação diz respeito aos primeiros três meses de 2022.

Número de passageiros nos aeroportos ainda não recuperou da pandemiaEPA/WILL OLIVER

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Allianz vende parte maioritária da sua operação na Rússia

  • ECO Seguros
  • 5 Junho 2022

Transação assegura continuidade de serviço aos clientes e empregos, justifica o Grupo Allianz antecipando impacto negativo de 400 milhões de euros na conta de ganhos e perdas.

O Allianz Group cedeu uma participação maioritária da sua operação na Rússia à Zetta Insurance, companhia detida pela Interholding LLC. O acordo, que se enquadra na decisão da seguradora de se retirar da federação russa, tem objetivo de assegurar continuidade de serviço aos clientes e garantir empregos, adianta a companhia alemã indicando que a venda carece ainda de validação por parte dos organismos reguladores.

Após a conclusão da transação que, segundo estima o grupo alemão, terá impacto negativo de 400 milhões de euros no saldo de ganhos e perdas (boa parte deste efeito antecipado como consequência da reavaliação e impacto cambial sobre capitais próprios), a Allianz manterá uma participação minoritária de 49,9% na empresa combinada. Ainda, segundo refere a nota da companhia seguradora, os níveis de solvência e a situação de tesouraria do Grupo não serão afetados.

Com mais de um milhão de clientes, além de uma carteira de fregueses do segmento empresarial (PME), a Zetta opera uma rede de vendas com mais de 120 pontos de distribuição na Rússia e 6 500 agentes distribuídos por mais de 150 cidades russas, indica ainda o comunicado da Allianz, acrescentando que a adquirente tem parcerias estabelecidas com 350 concessionários automóveis e 30 bancos comerciais com atividade na Rússia.

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Espanha: Por cada euro gasto contra fraude nos seguros, clientes ganham 37 euros

  • ECO Seguros
  • 5 Junho 2022

27 por hora é a frequência estimada dos golpes que procuram defraudar os seguros em Espanha. Volume e peso económico das tentativas de burla cresceram em 2021, revela estudo setorial no país.

As tentativas de fraude afetam diversos seguros, sendo que os mais propensos à ação dos golpistas em Espanha são os do ramo Automóvel e de Responsabilidade Civil. Num evento dedicado ao tema Lucha contra el fraude en seguros: falsedad documental y falso positivo, organizado pela ICEA – Investigación Cooperativa entre Entidades Aseguradoras y Fondos de Pensiones, a entidade que acumula cerca de seis décadas como referência em pesquisa e análise no setor divulgou conclusões do seu relatório anual “El Fraude al Seguro Español” relativo a 2021.

Em 1,6% de todos os processos de sinistro, tramitados pelas seguradoras em 2021, foi detetada uma fraude. Esta incidência é superior ao volume calculado em 2020 (1,18%) e em 2019 (1,38%). Quanto ao dinheiro envolvido, o crescimento da fraude “tornou-se mais claro e consistente”, dado que a pegada económica passou de 2,4%, das indemnizações reclamadas em 2019, para 2,56% em 2020 e 2,95% em 2021, observa a Unespa (Unión Española de Entidades Aseguradoras y Reaseguradoras). Na análise aos dados do relatório produzido pela ICEA, a Unespa refere que, atualmente e com base nos casos investigados, um terço das tentativas de fraude contra as seguradoras envolve valor reclamado inferior a 500 euros. Os outros dois terços implicam pagamentos de montantes mais elevados.

O estudo revela que 66% das suspeitas de fraude investigadas ocorre no ramo automóvel, estimando-se que nove em cada 100 acidentes de trânsito com danos corporais encobrem tentativas de fraude. Da mesma forma, uma em cada seis participações de roubo de veículos são falsas e 2,22% dos danos materiais indicados em veículos segurados são fraudulentos. Atrás do seguro automóvel, surgem as linhas “diversos,” reunindo 30% das tentativas de burla. Nesta categoria englobam-se apólices Habitação, seguros de estabelecimentos comerciais, condomínios, empresas e de Responsabilidade Civil (RC). O restante 3% corresponde a tentativas de fraude nos ramos de Vida, Acidentes e Saúde.

Ainda na perspetiva do impacto económico, assumem destaque as coberturas de RC. Embora apenas 1,76% dos sinistros associados a estas apólices escondam tentativas de fraude, o peso das indemnizações reclamadas pelos golpistas sobre o total é bastante maior. O relatório também mostra crescimento anual assinalável das tentativas de fraude e das quantias reclamadas nos ramos de Vida e nas apólices de Responsabilidade Civil.

Gasto das seguradoras no combate à fraude compensa

Baseado em informação fornecida por 32 companhias de seguros que representam quota agregada de 59% do mercado espanhol, o relatório quantifica 237,2 mil suspeitas de fraude investigadas pelas seguradoras em 2021. Segundo a Unespa, os números do estudo não correspondem à totalidade tentativas de fraude ocorridas no país. Mas bastam para perceber que, a cada hora, acontecem em Espanha, pelo menos, 27 tentativas de fraude no setor.

O investimento médio de uma seguradora para investigar uma fraude ronda 59 euros, um valor que varia de alguma forma consoante a linha de negócio em causa. Nos seguros individuais, como Vida e Saúde, entre outros, o gasto médio fica ligeiramente acima de 38 euros por processo, subindo aos 66 euros nos seguro Auto e a cerca de 44 euros para desmontar as tentativas de golpe nas coberturas de RC.

O rendimento obtido por cada euro investido na investigação das tentativas fraudulentas é estimado em cerca de 37 euros. Neste indicador também se verificam variações em função do tipo de fraude que cada seguradora decida investigar. Enquanto nos seguros pessoais, se evitou pagar (indevidamente) 243 euros por cada euro gasto a investigar, no seguro automóvel, cada euro em esforço de investigação aplicado pelas seguradoras poupou aos clientes – e evitou beneficiar os golpistas em – cerca de 29 euros.

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Sinistro Automóvel: Indemnizações do FGA por lesões corporais cresceram 47% em 2021

  • ECO Seguros
  • 5 Junho 2022

Em 95% dos processos registados pelo Fundo de Garantia Automóvel, no ano passado, o responsável pelo sinistro não possuía seguro obrigatório de RC válido, revela relatório da ASF.

O Fundo de Garantia Automóvel (FGA), fundo público autónomo gerido pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), registou no ano passado 3 181 novos processos de sinistros, menos 13% do que em 2020. Do total, em 3 025 dos casos o responsável pelo acidente não possuía seguro de responsabilidade civil (RC) automóvel válido. Nos restantes 156, o responsável não foi identificado.

Além de terem sido participados 16 acidentes mortais, mais um do que em 2020, os processos relativos a danos materiais representaram 82,9% do universo, com 2 636 ocorrências, enquanto os de lesão corporal foram 529 (16,6% do total).

As indemnizações pagas pelo fundo de garantia totalizaram 8 931 650 euros (8,93 milhões de euros), montante que representa uma variação homóloga de mais 1,4%, quantifica o Relatório Estatístico do FGA relativo a 2021.

Quanto ao montante desembolsado pelo Fundo, a reparação dos danos materiais representou 3,2 milhões de euros, menos 17% relativamente ao ano anterior. Em 2021 “foram pagos 5 226 121 euros em indemnizações por lesão corporal, um considerável acréscimo de 47% face a 2020,” indica a ASF, recordando que as indemnizações por lesão corporal incluem danos não patrimoniais, danos patrimoniais futuros, despesas médicas, medicamentos, transportes e outros danos emergentes.

As indemnizações por morte totalizaram 484 215 euros, “o que se traduziu num decréscimo homólogo significativo de 65%,” refere o documento.

Satisfeitas as indemnizações, o Fundo de Garantia tem direito de exigir aos responsáveis civis incumpridores da obrigação de celebrar o seguro de responsabilidade civil automóvel, o reembolso dos montantes despendidos. Em termos de reembolsos dos responsáveis, o Fundo recuperou cerca de 2,45 milhões de euros.

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Empresas angolanas mais confiantes, apesar de construção continuar desfavorável

  • Lusa
  • 5 Junho 2022

Falta de materiais, taxas de juros elevadas e insuficiência na procura são os constrangimentos identificados pelos empresários no setor da construção, que é única exceção nos indicadores de confiança.

Os indicadores de confiança das empresas angolanas mantiveram tendência ascendente no primeiro trimestre de 2022, com a conjuntura a apresentar-se favorável para todos os setores analisados, exceto a construção.

Os dados constam da Folha de Informação Rápida (FIR) sobre a conjuntura económicas às empresas no primeiro trimestre de 2022 divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revelando a intensidade das principais variáveis do indicador de confiança (IC) dos setores da Indústria Extrativa, Indústria Transformadora, Construção, Comércio, Turismo e Transportes, tendo em conta as opiniões de 1.638 empresas distribuídas nas 18 províncias angolanas.

O objetivo do inquérito é analisar o Clima Económico em Angola, tendo a maior parte dos setores em análise apresentado tendência e evolução homóloga positiva e uma favorável conjuntura económica para as empresas.

Dos dados obtidos no primeiro trimestre de 2022, observou-se que o clima económico permaneceu favorável, com o IC a manter a tendência ascendente dos seis últimos trimestres consecutivos, evoluindo positivamente em relação ao período homólogo e permanecendo acima da média da série iniciada em 2008.

Os indicadores de confiança do setor da indústria transformadora e da construção apresentaram tendência positiva, evoluíram favoravelmente em relação ao período homólogo e permaneceram acima da média da série, indica o INE.

A conjuntura das empresas passou a ser favorável para as indústrias transformadoras e permaneceu desfavorável para o setor da construção, apesar de o IC manter tendência ascendente há sete trimestres consecutivos.

A falta de materiais, o nível elevado das taxas de juros e a insuficiência da procura foram os principais constrangimentos identificados pelos empresários do setor, associados ao excesso de burocracia e à deterioração das perspetivas de venda.

A conjuntura económica é também favorável às empresas do setor de Indústria Extrativa e do Turismo, pois os indicadores apresentaram tendência ascendente e evoluíram positivamente em relação ao períodos homólogo, permanecendo acima da média da série

A conjuntura económica é favorável ainda às empresas do setor da Comunicação e dos Transportes, tal como no caso do comércio, não obstante a tendência negativa do indicador

No parecer dos empresários ligados ao comércio, a insuficiência da procura, as dificuldades financeiras, o excesso de burocracia e regulamentações estatais foram os principais constrangimentos no trimestre. A rutura de stocks e os preços de venda demasiado elevados, também afetaram as atividades das empresas comerciais.

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ISEC avança com cursos de dupla titulação com universidades do Brasil

Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) vai avançar com cursos de dupla titulação com universidades brasileiras. Engenharias Civil e Mecânica deverão ser as primeiras a arrancar.

O Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC) está a desenvolver diligências no sentido de avançar com cursos de dupla titulação com universidades brasileiras, devendo ser as engenharias Civil e Mecânica as primeiras a arrancar. Os estudantes passam a frequentar aulas presenciais no instituto português e nas respetivas universidades no Brasil, mas têm aulas online em comum, avançou o ISEC em comunicado.

A internacionalização do ensino e a investigação aplicada ao mercado do Brasil é uma das prioridades do ISEC neste momento”, frisa o presidente do instituto português, Mário Velindro, depois de ter reunido, em Brasília, com o Ministério da Educação do governo federal. A 7 de julho é a vez do ministro da Presidência do Brasil, general Luiz Ramos, visitar as instalações do ISEC, em Coimbra.

Com esta iniciativa, alunos brasileiros podem completar ciclos de estudos em Coimbra e os do ISEC podem fazer o mesmo no Brasil. No final dos cursos, os estudantes são simultaneamente diplomados pelo ISEC e pela universidade brasileira correspondente. O presidente do instituto português, Mário Velindro, acredita por isso, que existe “um grande potencial” nos mercados de estudantes brasileiros e empresarial do Brasil, sublinhando que se está “a construir uma enorme janela de oportunidades para os próximos anos”.

A internacionalização do ensino e da nossa investigação aplicada ao mercado do Brasil é uma das prioridades do ISEC neste momento.

Mário Velindro

Presidente do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra

Além dos processos de dupla titulação, também deverá ser criado um observatório para o acompanhamento de alunos bolseiros Erasmus+. Entretanto, o ISEC e a escola de negócios privada IBMEC – especializada em Gestão de Negócios, Gestão Industrial, Engenharia Civil, Engenharia Eletrotécnica e Direito – passam a “desenvolver áreas de investigação conjunta entre docentes das duas instituições, assim como a trabalhar na modernização de conteúdos programáticos na área da engenharia e da gestão industrial“, divulga o ISEC na mesma nota enviada às redações.

Em cima da mesa está ainda a realização de pós-graduações online com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) do Brasil, no âmbito de parcerias com empresas portuguesas e brasileiras de vários setores da engenharia. Será, para isso, constituído um grupo internacional de docentes e de responsáveis pelas relações internacionais, do ISEC e de outras instituições de ensino superior do Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

Foi ainda firmada outra colaboração entre o presidente do ISEC e o coordenador-geral de cooperação internacional do Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), Lelio Fellows Filho. Desta pareceria resulta, adianta o instituto português, a colaboração do ISEC com “a plataforma internacional de desenvolvimento científico e tecnológico do CNPQ-Brasil e a participação num grupo de reflexão sobre como se deverá processar, no futuro, a investigação científica no âmbito da engenharia, nas instituições de ensino superior”. Segundo Mário Velindro, o objetivo do grupo de reflexão consiste em “potenciar a investigação aplicada para que ela tenha um maior output empresarial”.

Ainda no âmbito das diligências desenvolvidas no Brasil, Sandoval Feitos, presidente da entidade reguladora energética daquele país, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), vai integrar a comitiva que participa em setembro, em Coimbra, na conferência internacional sobre energia. Esta iniciativa é organizada pelo ISEC e pela ANEEL sob a temática “Os desafios para o setor energético na próxima década”, contando ainda com a participação de académicos e responsáveis estatais de Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

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“Praedicate Evangelium”. A nova reforma da Igreja em sete pontos

  • Joana Abrantes Gomes
  • 5 Junho 2022

Este domingo entra em vigor a nova Constituição da Igreja, que procede a uma redução de "ministérios", criando também Dicastérios para a Cultura ou a Evangelização e defende a proteção de menores.

O Papa Francisco promulgou e publicou no dia 19 de março a nova Constituição que reforma o governo da Igreja, chamada “Praedicate Evangelium” (em português, “Pregai o Evangelho”), documento no qual trabalhou durante quase nove anos, juntamente com o Conselho de Cardeais.

Com 52 páginas e 250 artigos, a nova Constituição entra em vigor este domingo, data em que é revogada e substituída a “Pastor Bonus”, promulgada por João Paulo II em 1988. Da redução de Dicastérios às funções dos fiéis católicos, quais as principais mudanças introduzidas pela “Praedicate Evangelium”?

1. Reforma da estrutura da Cúria Romana

A Cúria Romana, o corpo administrativo que até aqui auxiliava o Papa a exercer o seu poder, vai passar a estar ao serviço também de todas as dioceses e não apenas para verificar o seu funcionamento. “A Cúria Romana não se coloca entre o Papa e os Bispos, mas coloca-se ao serviço de ambos, segundo as modalidades que são próprias da natureza de cada um”, lê-se no Vatican News.

A nova Constituição insiste também na necessidade de criar mecanismos de colaboração e trabalho em rede entre os Dicastérios (nome dado aos departamentos do governo da Igreja Católica que compõem a Cúria Romana), assinalando que os seus membros devem ter “integridade pessoal e profissionalismo”.

São criados a Secretaria de Comunicação, que reúne as diferentes fontes de informação do Vaticano, e o Serviço de Desenvolvimento Humano, considerado uma das “maiores mudanças” do novo documento ao assumir a missão de promover e defender “modelos equitativos de economia e estilos de vida sóbrios, sobretudo promovendo iniciativas contra a exploração económica e social dos países pobres, relações comerciais assimétricas, especulação financeira e modelos de desenvolvimento que criam exclusões”.

Entre outras novidades, a Secretaria de Estado passa a ser definida como “Secretaria Papal” e o Escritório do Pessoal da Cúria é transferido para a Secretaria para a Economia, com a indicação de que a Administração do Património da Sé Apostólica (APSA) deve atuar por “meio da atividade instrumental do Instituto para as Obras de Religião”, popularmente conhecido como Banco do Vaticano.

2. Menos Dicastérios

A “Praedicate Evangelium” reduz o número de Dicastérios, juntando aqueles cuja finalidade era muito semelhante ou que se complementavam com o objetivo de “racionalizar as suas funções” e “evitar sobreposições de competências”, para tornar o trabalho mais eficiente.

Ao mesmo tempo, os Pontifícios Conselhos e as Congregações são abolidos para serem denominados, todos eles, Dicastérios. “A Cúria Romana é composta pela Secretaria de Estado, pelos Dicastérios e pelos Organismos, todos juridicamente iguais entre si”, precisa o Papa.

A Cúria Romana passa assim ser constituída pela Secretaria de Estado, 16 Dicastérios, três tribunais, os organismos económicos, três departamentos e outras instituições ligadas à Santa Sé.

3. Dicastério para a Evangelização

A Evangelização é um dos “ministérios” da Santa Sé no qual são unificadas as funções da Congregação para a Evangelização dos Povos e do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. Da fusão de ambos nasce, então, o Dicastério para a Evangelização, presidido diretamente pelo Papa e que conta com dois pró-prefeitos para cada uma das suas secções.

4. Maior atenção à Proteção de Menores

Os abusos sexuais na Igreja Católica têm sido fonte de atenção em vários países nos últimos anos, incluindo em Portugal, através da criação de comissões independentes para a sua investigação. Como tal, a Comissão para a Proteção de Menores do Vaticano, criada em 2013, passa agora a fazer parte do Dicastério para a Doutrina da Fé, o segundo elencado na nova reforma da Igreja.

Ainda que continue a funcionar com as suas próprias regras e tenha os seus próprios presidente e secretário, nomeados pelo Papa, a tarefa “é aconselhar o Romano Pontífice e também propor as iniciativas mais adequadas para a proteção dos menores e de pessoas vulneráveis”.

5. Dicastério para o Serviço da Caridade

Com a nova Constituição, nasce também o Dicastério para o Serviço da Caridade, o terceiro na ordem e que promove a Esmola Apostólica, valorizando a opção da Igreja pelos pobres. Este “ministério” será responsável por realizar assistência e ajuda em qualquer lugar do mundo aos necessitados em nome do Papa, mas reforça o seu papel dentro da Cúria Romana como “uma expressão especial da misericórdia“.

“Partindo da opção pelos pobres, os vulneráveis e os excluídos, exerce em qualquer parte do mundo a obra de assistência e ajuda-os em nome do Romano Pontífice, o qual, nos casos de particular indigência ou de outra necessidade, disponibiliza pessoalmente as ajudas a serem destinadas”, indica o artigo 79 da “Praedicate Evangelium”.

6. Foco na Cultura para promover “antropologia cristã”

Outra importante alteração prevista na Constituição Apostólica é a fusão do Pontifício Conselho para a Cultura e da Congregação para a Educação Católica, a partir da qual nasce o Dicastério para a Cultura e a Educação, que será dividido em duas secções: uma dedicada à promoção cultural e animação pastoral; e a outra visa desenvolver os princípios da educação nos centros de estudos católicos. Este novo Dicastério quer promover os valores da “antropologia cristã”.

7. Qualquer fiel pode dirigir um Dicastério

A “Praedicate Evangelium” permite que os leigos e leigas assumam funções de governo na Cúria Romana, como a liderança de Dicastérios ou outros organismos, por decisão pontifícia. “Todos os cristãos, em virtude do Batismo, são discípulos missionários, na medida em que encontraram o amor de Deus em Cristo Jesus. Não se pode ignorar isso na atualização da Cúria, cuja reforma, portanto, deve incluir o envolvimento de leigas e leigos, também em papéis de governo e responsabilidade”, sublinha o preâmbulo do documento.

O Papa propõe ainda a sinodalidade, termo que significa “caminhar juntos”, como modalidade de trabalho habitual para a Cúria Romana, preconizando uma “sã descentralização” que ofereça novas competências aos bispos diocesanos e conferências episcopais. Esta questão tem estado em destaque durante o magistério do Papa Francisco.

Por outro lado, a nova Constituição consagra o princípio de que clérigos e religiosos em serviço na Cúria Romana devem cumprir um mandato de cinco anos, que pode ser renovado por mais cinco anos, devendo no final regressar às dioceses e comunidades de referência.

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Fidelidade atinge 99 milhões de euros de prémios em França

  • ECO Seguros
  • 5 Junho 2022

Apoiada na distribuição por corretores e pelas agências da Caixa Geral de Depósitos, a companhia quer atingir em França 135 milhões de euros em prémios em 2025. Festejou 25 anos em Paris.

A Fidelidade acaba de celebrar 25 anos da sucursal francesa revelando que atingiu 99 milhões de euros de negócios no ano passado. Desde 2018, ano em que faturou 66 milhões de euros e até 2021, os prémios subiram 50% e a companhia ambiciona um crescimento de 35% para os próximos três anos, pretendendo faturar 135 milhões de euros em 2025.

Francisco Brás de Oliveira, diretor geral da Fidelidade em França, tem como objetivo crescer prémios em 35% nos próximos 3 anos.

“A celebração de 25 anos de uma seguradora portuguesa em França, um país que tem um mercado 20 vezes maior do que o de seguros em Portugal, é um motivo de orgulho, que ilustra como temos conseguido acompanhar a diáspora portuguesa em França, os seus negócios e empresas, e, em paralelo, fazer evoluir e crescer para além desse nosso mercado natural”, disse Rogério Campos Henriques durante o encontro realizado no Embaixada de Portugal em Paris para celebrar a data que reuniu corretores, resseguradores, clientes, representantes da Caixa Geral de Depósitos e do Grupo Fosun.

Celebração na embaixada portuguesa: Jorge Torres Pereira, Embaixador de Portugal em França e Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade.

O crescimento da Fidelidade em França tem sido fomentado pela rede de distribuição, assente no canal de cerca de 30 corretores grossistas e em bancassurance, operando através de 49 agências da Caixa Geral de Depósitos em França, com quem a seguradora assinou, em setembro de 2020, um novo acordo de distribuição de seguros com fixação de objetivos de crescimento até 2023 e redefinição do modelo de remuneração. A companhia contava no final do ano passado com ativos financeiros de 410 milhões de euros e 67 colaboradores diretos.

A Fidelidade comercializa em França produtos Vida e Invalidez, Poupança Reforma, Saúde, para além de cobertura de riscos em habitações e responsabilidade civil e profissional junto de empresas e particulares.

A companhia já conta com 35% do volume total dos prémios proveniente das operações internacionais e, pela primeira vez na sua história, a Fidelidade ultrapassou, em 2021, a barreira dos mil milhões de euros de prémios gerados fora de Portugal. Na maioria dos principais países onde está presente ocupa o Top 3 do ranking das maiores seguradoras.

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