BCE seriamente preocupado com possível subida dos créditos de cobrança duvidosa

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2022

O BCE alerta que as taxas de juro mais elevadas e uma possível recessão podem dificultar a capacidade das famílias e empresas fortemente endividadas de pagar a sua dívida.

O Banco Central Europeu está seriamente preocupado com o possível aumento dos créditos de cobrança duvidosa devido ao aumento das taxas de juro e à subida acentuada dos preços da energia e apela aos bancos para fazerem provisões suficientes.

O Banco Central Europeu (BCE) publicou esta segunda-feira as suas prioridades de supervisão para os próximos três anos, de 2023 a 2025, e considera necessário observar “sinais de alerta precoce” no que respeita a créditos duvidosos, apesar de até ao terceiro trimestre estes terem caído na Zona Euro.

O volume de empréstimos improdutivos caiu em junho para um mínimo de 1,8% do total de empréstimos na zona euro. “Os dados preliminares de supervisão sugerem que esta tendência descendente continuou também no terceiro trimestre”, segundo o BCE.

Mas, acrescenta, taxas de juro mais elevadas e uma possível recessão podem dificultar a capacidade das famílias e empresas fortemente endividadas de pagar a sua dívida.

“Porque a materialização das perdas de crédito tende a atrasar-se em relação às perdas por risco de mercado numa recessão económica, é importante olhar mais além da tendência geral para a baixa dos créditos não rentáveis por possíveis sinais de alerta precoce”, diz o BCE.

O rácio de empréstimos em vigilância especial (fase 2) e os empréstimos totais, um sinal de alerta precoce, aumentou para 9,7% em junho de 2022, acima do pico observado durante a pandemia, tendo-se mantido no mesmo nível durante o terceiro trimestre.

O aumento dos empréstimos em vigilância especial (fase 2) tem sido generalizado entre as empresas e as famílias, mas as empresas mais sensíveis ao aumento dos preços da energia e aos problemas da cadeia de abastecimento são mais afetadas.

Trata-se de empresas de setores económicos relacionados com “a produção e transformação de matérias-primas, fornecedores de energia e setores intensivos em energia, como a agricultura e os transportes aéreos, terrestres e marítimos”, de acordo com o BCE.

Os preços elevados dos fatores de produção também afetam a construção em alguns países da Zona Euro.

Os problemas de fornecimento de gás “podem também prejudicar os principais consumidores de gás, tais como os produtores de metais, químicos, alimentos e bebidas”, adverte o banco.

As condições nos mercados imobiliários comerciais parecem estar a estabilizar-se depois de uma forte correção dos preços no início da pandemia.

No entanto, o BCE considera que “o setor dos escritórios europeu continua a ser fortemente afetado pela subida das taxas de juro e pelo aumento acentuado dos custos de construção, que estão a contribuir para ao efeito da transição para o teletrabalho como consequência da pandemia”.

Os preços das casas aumentaram na primeira metade de 2022, ampliando ainda mais a diferença com os preços de aluguer e apesar da sobrevalorização na Zona Euro.

“Esta situação, combinada com o aumento do custo de vida, a diminuição dos salários reais e o aumento das taxas de juro, suscita preocupações, especialmente para os bancos que operam em países com uma elevada percentagem de hipotecas de taxa variável”, diz o BCE.

Um empréstimo é considerado duvidoso quando há sinais de que o mutuário não será capaz de o reembolsar, ou quando passaram mais de 90 dias sem que tenha pago as prestações acordadas.

Isto pode ocorrer quando um indivíduo perde o seu emprego e não pode pagar a sua hipoteca como acordado ou quando uma empresa está a passar por dificuldades financeiras.

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UE discute nono pacote de sanções à Rússia

  • Mariana Marques Tiago
  • 12 Dezembro 2022

A UE prepara um novo pacote de sanções à Rússia. Josep Borrell espera um entendimento por parte dos ministros da aliança europeia até terça-feira.

Os ministros dos negócios estrangeiros da União Europeia (UE) preparam-se para discutir um novo pacote de sanções à Rússia, avançou esta segunda-feira a agência Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês). O novo pacote de sanções colocaria quase 200 entidades e indivíduos na lista de negra da aliança europeia.

De acordo com Josep Borrell, não existe ainda um entendimento relativamente ao novo pacote de sanções. No entanto, o chefe da diplomacia da UE acrescentou que espera que tal venha a surgir esta segunda ou terça-feira.

A agência noticiosa acrescentou que os ministros vão também discutir uma ajuda adicional de dois mil milhões de euros em armas para Kiev.

Até ao momento, o apoio económico e militar exclusivamente americano já ultrapassou os 50 mil milhões de dólares (cerca de 47 mil milhões de euros). De acordo com Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, o apoio continuará “enquanto for preciso”. Yellen sublinhou ainda, no programa “60 Minutos”, da CBS, que o fim da guerra era o melhor feito que o seu país podia fazer pela economia global.

Segundo o presidente norte-americano, Joe Biden, o apoio por parte do país tem como prioridade a defesa aérea da Ucrânia.

G7 reúne-se esta segunda-feira

Esta segunda-feira, o chanceler alemão, Olaf Scholz, irá marcar presença numa reunião com os líderes do G7 que terá como foco a guerra na Ucrânia (e na qual se espera a presença de Zelensky).

No dia anterior o presidente ucraniano aproveitou para reunir com os presidentes dos EUA, França e Turquia. Zelensky afirmou que o país está “constantemente a trabalhar com parceiros” e que espera que as próximas reuniões internacionais tenham “resultados importantes”.

De acordo com Zelensky, as conversas foram “muito específicas” com Erdogan acerca da exportação dos cereais ucranianos, já que a Turquia assumiu o papel de mediador e trabalhou lado a lado com as Nações Unidas para estabelecer um acordo que levou à abertura dos portos em julho.

Cortes de energia e ataques russos continuam

Estas conversações acontecem numa altura em que os ataques russos em território continuam. Algumas áreas ucranianas estão também a viver situações “muito difíceis” devido à falta de energia no país, de acordo com o presidente ucraniano. É o caso da capital e de toda a região de Kiev.

Nos últimos dias, as Forças Armadas ucranianas afirmam ter impedido ataques russos em quatro localidades na região de Donetsk e em oito localidades na região de Lugansk. De acordo com a informação, citada pela Reuters, as forças russas levaram a cabo mais de 60 ataques com recurso a mísseis, tendo como alvo infraestruturas civis em Kherson.

As tropas de Moscovo também bombardearam áreas da região de Zaporizhzhia. Segundo a Reuters, Kiev, por seu lado, bombardeou postos de controlo, armazéns de munição e outros alvos russos.

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Leyen diz que corrupção no Parlamento Europeu “é muito grave” e defende criação de órgão de ética

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2022

“As alegações contra a vice-presidente do Parlamento Europeu suscitam a maior preocupação, são muito graves", disse a presidente da Comissão Europeia, defendendo a criação de um órgão de ética.

A presidente da Comissão Europeia admitiu esta segunda-feira que as alegações de corrupção contra a vice-presidente do Parlamento Europeu Eva Kaili são “muito graves” e defendeu a criação de um órgão independente de ética aplicável a todas as instituições europeias.

As alegações contra a vice-presidente do Parlamento Europeu suscitam a maior preocupação, são muito graves. Está em causa a confiança das pessoas nas nossas instituições. E esta confiança nas nossas instituições exige elevados padrões de independência e integridade”, começou por declarar Ursula Von der Leyen, quando questionada sobre o assunto durante uma conferência de imprensa na sede da Comissão, em Bruxelas.

Lembrando que “há regras muito claras para todos os comissários” e que o executivo comunitário já tem o seu código de conduta e pública de forma transparente o registo de reuniões de membros do colégio com representantes de interesses, Von der Leyen recordou que, em março passado, já propôs “a criação de um órgão de ética independente que abranja todas as instituições da União Europeia (UE)”, a ser estabelecido “com os mais elevados padrões”.

“Escrevi uma carta em março dirigida não só ao Conselho e ao Parlamento Europeu, mas também, por exemplo, ao Tribunal de Justiça Europeu, ao Banco Central Europeu, ao Tribunal de Contas, a todas as instituições. Para nós, é fundamental que tenhamos não só regras fortes, mas também as mesmas regras que cubram todas as instituições europeias, e que não permita qualquer tipo de exceções”, declarou a presidente do executivo comunitário.

“É uma questão de transparência, de regras muito claras, e todas as instituições europeias devem obedecer às mesmas regras que estabelecermos”, frisou.

A eurodeputada grega Eva Kaili, vice-presidente do Parlamento Europeu e membro da bancada dos Socialistas europeus (grupo dos Socialistas e Democratas, S&D), encontra-se detida na Bélgica, por alegado envolvimento num caso de corrupção relacionado com subornos do Qatar para influenciar as decisões do Parlamento Europeu relativas à realização da edição de 2022 do Mundial de futebol naquele país.

Um juiz belga decidiu no domingo acusá-la juntamente com outras três pessoas – incluindo o seu companheiro, o italiano Francesco Giorgi – pelo crime de participação em organização criminosa, branqueamento de capital e corrupção.

Bens de Kaili e familiares mais próximos na Grécia confiscados

A Autoridade de Combate ao Branqueamento de Capitais grega confiscou esta segunda-feira os bens (imóveis, contas bancárias, empresas) no país da vice-presidente do Parlamento Europeu (atualmente suspensa do cargo) e dos seus familiares mais próximos.

A apreensão dos bens de Kaili e dos seus familiares mais próximos na Grécia foi ordenada pelo chefe da Autoridade de Combate ao Branqueamento de Capitais e procurador-adjunto da Supremo Tribunal grego, Jaralabos Vurliotis, com a justificação de que é possível que sejam provenientes de atividades ilegais.

O pai de Kaili também está envolvido no caso, já que na sexta-feira a polícia o deteve em flagrante num hotel com um saco com 600 mil euros em dinheiro, com o qual pretendia fugir. Segundo os meios de comunicação gregos, outros 150.000 euros foram encontrados em malas numa busca realizada na casa de Kaili em Bruxelas.

Os socialistas do Parlamento Europeu decidiram no sábado suspender Kaili do grupo parlamentar, enquanto as suas funções como vice-presidente foram suspensas pela presidente do Parlamento Europeu, a maltesa Roberta Metsola.

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Petróleo cai pela sétima sessão com brent nos 75 dólares

Preços do petróleo desvalorizam há sete sessões consecutivas, estando sob pressão devido às preocupações relativas a uma possível recessão global. Brent toca mínimos de 23 de dezembro.

Os preços do petróleo nos mercados internacionais estão a recuar há sete sessões consecutivas. O barril de Brent está a negociar nos 75,48 dólares, tocando mínimos de 23 de dezembro, isto é, de quase um ano.

Pelas 12h15 de Lisboa, o barril de Brent, de referência para a Europa, desvaloriza 0,78% para 75,48 dólares, tocando um mínimo desde 23 de dezembro, isto é, antes da invasão russa à Ucrânia (24 de fevereiro de 2022). Só este mês, os preços do Brent já tombaram cerca de 11%, o pior mês desde agosto deste ano.

Já o WTI, a negociar em Nova Iorque, cai 0,52% para 70,66 dólares, isto é, o valor mais baixo desde 21 de dezembro, ou seja, também de quase um ano. Este mês, os preços do WTI acumulam perdas de 11,83%, isto é, o pior mês desde novembro de 2021, quando caíram mais de 20%. Ambos os contratos os contratos de referência desvalorizam há sete sessões consecutivas.

Petróleo em queda

Os preços do barril têm estado sob pressão devido às preocupações relativas a uma possível recessão global, numa altura em que os bancos centrais continuam a subida dos juros para travar a inflação, o que poderá ter impacto na procura por petróleo. Além disso, a influenciar a negociação está ainda o aumento de casos Covid na China, o maior consumidor de crude do mundo, apesar de Pequim ter aliviado as restrições em vigor.

“Os mercados de petróleo provavelmente permanecerão voláteis a curto prazo a meio da incerteza sobre o impacto do embargo da UE ao petróleo russo, as notícias sobre a política Covid na China e as decisões do banco central nos EUA e Europa”, disseram os analistas do UBS, citados pela agência Reuters.

Na semana passada, entrou em vigor um teto ao petróleo russo pela UE, G7 e Austrália. Isto significa que as empresas de transporte marítimo estão proibidas de fazer circular o petróleo russo a não ser que ele seja vendido abaixo do teto estabelecido, os 60 dólares.

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“Combate” ao Quiet Quitting e Quiet Firing

  • PESSOAS + EY
  • 12 Dezembro 2022

O mercado de trabalho está em constante mutação, evolução e revolução. O que serão as novas “tendências” de “quiet quitting” e “quiet firing” que chegaram até nós através das redes sociais?

Nos últimos meses o mercado de trabalho tem-se encontrado envolto num “nevoeiro” de notícias que se centralizam nas tendências de “quiet quitting” e “quiet firing”. Aliás, as redes sociais, um dos maiores condutores de informação (correta ou não) do século vinte e um, estiveram ao rubro com conteúdo focalizado nestas temáticas.

A definição dos conceitos ajuda sempre a compreender os mesmos. O “quiet quitting” assenta raízes na lógica dos colaboradores delinearem um limite vincado entre o trabalho e a vida pessoal. Além do mais, baseia-se no pressuposto de que o valor de um indivíduo como pessoa não se restringe ao seu desempenho profissional. Analisando o mercado de trabalho, esta abordagem parece vir acoplada ou ser uma extensão do conceito de “great resignation”. Na área tecnológica, principalmente, vimos um boom ao nível das oportunidades de trabalho disponíveis para o colaborador após o período inicial da pandemia. Este fator pode ter também contribuído para o surgimento desta “tendência” uma vez que o aumento da procura leva a uma maior “descontração” perante a perspetiva de efetuar uma mudança de emprego ou até mesmo de carreira.

O “quiet firing” aparenta ser a “resposta” ao movimento de “quiet quitting”. Sucintamente representa a adoção de determinados comportamentos que conduzem a um baixo desenvolvimento da carreira dos colaboradores dentro das empresas, em associação direta ao seu evidente baixo nível de comprometimento com a organização.

Um estudo realizado pela Gallup, nos Estados Unidos, identificou que, com base nos resultados, os “quite quitters” perfazem cerca de cinquenta por cento da força de trabalho no país. Alguns dos registos analisados estão em linha com análises realizadas anteriormente o que faz pensar que este comportamento poderia já existir, apenas “viralizou” devido às redes sociais. Contudo, registou-se um aumento na adesão a esta “tendência” no número de colaborares com menos de 35 anos, o que também parece indiciar que o grupo mais “jovem” do mercado de trabalho procura agora uma resposta diferente das organizações a que pertencem.

Considerando que estes comportamentos seriam ambos adotados em contexto empresarial, estaríamos perante um loop interminável, com resultados danosos para as organizações, sendo que tanto os empregadores como colaboradores serão indubitavelmente prejudicados.

Assim, este tipo de notícias levou a que viesse ao de cima cada vez mais a importância de uma boa gestão de pessoas e o facto de as empresas terem cada vez mais de investir em pacotes de benefícios que não incluem simplesmente uma boa compensação monetária.

Deste modo é vital que as empresas compreendam as dinâmicas de mercado e o contexto atual e apostem cada vez mais nas denominadas soft skills. Os colaboradores querem-se sentir incluídos e parte do projeto, sendo que promover conversas regulares (abordagem de crítica construtiva e feedback sustentado), estabelecer objetivos e recompensar o cumprimento dos mesmos e criar planos de melhoria podem diminuir a probabilidade de comportamentos quer de “quiet quitting” quer de “quiet firing”. Além do mais, o foco no conceito de work-life balance também será de vital importância para a retenção de colaboradores. Aliás, mais do que reter colaboradores, o objetivo final será conseguir que estes estejam satisfeitos no seu local de trabalho, o que aumentará sempre a sua produtividade e desempenho. Algumas estratégias como flexibilidade de horários, tardes livres no verão perante cumprimento de objetivos, semana de 4 dias de trabalho (sempre que aplicável pela natureza do negócio), manter a abordagem de facilitar trabalho remoto (novamente sempre que aplicável), etc., serão cada vez mais um fator decisivo na mente da força de trabalho.

Por fim, a componente de aprendizagem contínua e progressão na carreira serão sempre valorizadas pelo colaborador. Todavia, é igualmente importante alinhar se esta progressão será na vertical ou na horizontal, que tipo de carreira o colaborador pretende ter, etc. Resumindo, uma comunicação efetiva será sempre o conceito chave.

Concluo com a lógica de que todo este processo implicará sempre o estabelecimento de uma relação de simbiose em que o colaborador recebe os benefícios desejados, mas contribui de forma sustentada e efetiva para os bons resultados da organização a que pertence. As bases da nossa vida em sociedade assentam numa lógica de “luta” pelos direitos, mas também no cumprimento dos deveres.

Assim, e como diria Rui Nabeiro, “parto sempre do princípio de que todas as pessoas são boas trabalhadoras. É preciso saber motivá-las”.

Artigo escrito por Ana João Rodrigues, Senior Consultant EY, People Advisory Services.

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Alerta Emprego tem mais de 100 vagas para Setúbal

Mercadona, Tezenis, JYSK, Tiger, Fujitsu, ZU e Emdipra são algumas das empresas que estão a contratar.

Existem mais de 100 vagas de trabalho para Setúbal, disponíveis no portal do Alerto Emprego. Mercadona, Tezenis, JYSK, Tiger, Fujitsu, ZU e Emdipra são algumas das empresas que estão a contratar. Do leque de oportunidades fazem parte cargos de comercial, gestor de loja, analista de dados, engenheiro eletrotécnico, gestor de seguros e motorista de TVDE.

“À beira da Serra da Arrábida e a pouco mais de 30 minutos de Lisboa, Setúbal pode ser a oportunidade ideal para os jovens e até famílias que pretendem sair do ritmo lisboeta, sem perder a proximidade com a cidade e terem uma carreira de sucesso. Estas vagas são a prova de que Portugal se continua a desenvolver e a descentralizar e que há cada vez mais regiões onde é possível crescer profissionalmente”, comenta Joana Piteira, general manager do Alerta Emprego, em comunicado.

As vagas estão disponíveis no site do Alerta Emprego, onde os candidatos podem encontrar todas as informações de que precisam para apresentarem a sua candidatura e ainda prepararem o seu currículo, de acordo com as necessidades das empresas que achem atrativas.

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Roteiro para introdução de renováveis na indústria começa nos energeticamente intensivos

Roteiro para a Introdução dos Gases Renováveis no Setor Industrial Nacional elaborado pela Floene vai ser 100% financiado pelo PPEC. Implementação decorrerá ao longo de 24 meses.

Será nos setores eletrointensivos que vai arrancar o Roteiro para a Introdução dos Gases Renováveis no Setor Industrial Nacional. O projeto elaborado pela Floene, financiado pelo Plano de Promoção Eficiência no Consumo de Energia Elétrica (PPEC) e aprovado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), foi apresentado esta segunda-feira e irá ser implementado ao longo de dois anos.

A grande maioria da indústria é abastecida pelas redes de distribuição. Precisamos de todos os players do setor para fazer esta transição”, começou por referir Gabriel Sousa, esta manhã durante a apresentação da iniciativa, dando conta que o objetivo deste projeto passa pela promoção da eficiência energética e pela utilização de gases renováveis em setores industriais energeticamente intensivos em Portugal, nomeadamente, a produção de vidro, cerâmica, metalurgia, siderurgia e plásticos. Entre estes, explica o CEO ao ECO/Capital Verde, “os desafios são diferentes”.

Segundo o responsável pela distribuidora de gás, deve ser reconhecido o papel dos gases renováveis, em particular, do hidrogénio e o biometano, enquanto “vetor de descarbonização”. Desta forma, o roteiro irá promover um aumento da eficiência energética, motivado pela utilização de equipamentos mais eficientes e adaptação dos consumos, promovendo também a redução de gastos internos ao nível dos combustíveis fósseis utilizados.

O roteiro terá um custo de 400 mil euros e será totalmente financiado pelo PPEC. De todos os projetos submetidos a concurso, o roteiro foi o que obteve a pontuação mais alta tanto da parte da ERSE, como da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

A implementação da iniciativa assenta num plano estruturado em cinco ações principais e distribuídas cronologicamente ao longo de 24 meses. As ações definidas contemplam diversas iniciativas, incluindo workshops, seminários setoriais e cursos de formação e a disponibilização de uma ferramenta de autodiagnóstico.

“Queremos garantir uma economia e sociedade descarbonizada. Precisamos de integrar as diversas soluções na industria para alcançar este objetivo”, referiu Gabriel Sousa durante a apresentação, dando conta que a Floene, em 2021, foi responsável pela distribuição de 18,1 terawatts-hora de energia através de nove empresas de distribuição de gás situadas entre o norte e o sul do país.

O Roteiro para a Introdução dos Gases Renováveis no Setor Industrial Nacional vai em linha com a estratégia da antiga Galp Gás Distribuição de alcançar a descarbonização até 2050. Além desta, a Floene tem em curso a concretização do Green Pipeline Project, um projeto em Portugal com injeção de hidrogénio na rede de gás natural; H2 Village e a substituição de equipamento de baixa eficiência por alternativas mais eficientes. Esta última deverá ficar concluída em 2026, altura em que 5% da rede construída ainda em aço ou ferro dúctil será modernizada.

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Von der Leyen diz que “chegou a altura de avançar com compras conjuntas de gás”

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2022

A Comissão Europeia está já em “discussões com os países parceiros dos Estados-membros e empresas” para concretizar estas compras conjuntas de gás, que deverão avançar na primavera de 2023.

A presidente da Comissão Europeia instou esta segunda-feira os Estados-membros a darem luz verde às compras conjuntas de gás na União Europeia (UE), salientando ter chegado “a altura” de tornar esta “uma realidade”, dadas as perturbações no fornecimento russo.

Chegou a altura de tornarmos as compras conjuntas de gás uma realidade. Temos a plataforma de energia em funcionamento e temos de a operacionalizar agora porque cada dia de atraso na implementação do mecanismo de compra conjunta acarreta um preço”, salientou Ursula von der Leyen, falando em conferência de imprensa em Bruxelas.

Um dia antes de os ministros europeus da tutela se reunirem num Conselho de Energia na capital belga, a líder do Executivo comunitário apelou a “um acordo sobre o regulamento de emergência proposto a 18 de outubro”. “Precisamos dele agora”, vincou Ursula von der Leyen, apontando que a Comissão Europeia está já em “discussões com os países parceiros dos Estados-membros e empresas” para concretizar estas compras conjuntas de gás, semelhante ao que fez para aquisição comum, em nome da UE, de vacinas contra a Covid-19. Previsto está que tais compras conjuntas no gás só avancem na primavera de 2023.

“Esta noite vou discutir este assunto com o primeiro-ministro norueguês [Jonas Gahr Støre], por exemplo, e podemos lançar o primeiro concurso para agregação da procura até ao final de março, mas, para isso, precisamos de ter um acordo”, reforçou Ursula von der Leyen.

"Chegou a altura de tornarmos as compras conjuntas de gás uma realidade. Temos a plataforma de energia em funcionamento e temos de a operacionalizar agora porque cada dia de atraso na implementação do mecanismo de compra conjunta acarreta um preço.”

Ursula von der Leyen

Presidente da Comissão Europeia

Os ministros europeus da Energia chegaram, no final de novembro, a um acordo informal sobre compras conjuntas de gás e reforço da solidariedade, mas ainda terão de aprovar formalmente num Conselho extraordinário que decorre esta terça-feira, juntamente com o teto na bolsa do gás.

Falando à imprensa ao lado do diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, no dia em que é apresentado um relatório com perspetivas para o fornecimento de gás da UE em 2023, Ursula von der Leyen adiantou que “muitas das medidas” propostas nos últimos meses pelo Executivo comunitário foram “adotadas em velocidade recorde” pelos Estados-membros.

“Contudo, algumas das nossas propostas estão ainda em discussão e são essenciais para a nossa preparação energética, pelo que apelo ao Conselho para que as adote rapidamente porque a preparação para o próximo inverno de 2023-2024 começa agora”, exortou a responsável.

Ursula von der Leyen disse ainda que o trabalho da UE para enfrentar a crise energética “só estará concluído quando as famílias e empresas tiverem acesso a energia acessível e segura”.

Na terça-feira, os responsáveis pela tutela da Energia da UE deverão então aprovar formalmente duas medidas de emergência anteriormente propostas pela Comissão Europeia para enfrentar a crise energética, referentes a coordenação para compras de gás e ao reforço da solidariedade, para disponibilização a todos os Estados-membros em caso de emergência, como por exemplo numa rutura no abastecimento russo.

Acresce a estas uma discussão sobre a proposta para criação de um mecanismo de correção do mercado destinado a limitar os picos excessivos dos preços do gás, apresentado no final de novembro pelo executivo comunitário e que já gerou críticas entre os 27.

Em causa está uma “medida de último recurso” para enfrentar situações de preços excessivos do gás natural, estabelecendo um preço dinâmico máximo a que as transações de gás natural podem ocorrer com um mês de antecedência nos mercados do TTF, a principal bolsa europeia de gás natural.

UE “está a salvo” no inverno apesar de “chantagem russa”

A presidente da Comissão Europeia garantiu que a União Europeia (UE) está “a salvo” este inverno no fornecimento energético, após a “chantagem da Rússia ter falhado”, mas pediu investimentos em energia limpa, financiados por novo fundo soberano.

“O resultado de todas as ações [apresentadas pela Comissão Europeia] é que estamos a salvo para este inverno e que a chantagem da Rússia falhou. No entanto, algumas das nossas propostas ainda estão em discussão e são essenciais […] porque a preparação para o próximo inverno de 2023-2024 começa agora”, declarou Ursula von der Leyen, em conferência de imprensa, em Bruxelas.

Falando ao lado do diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, no dia em que é apresentado um relatório com perspetivas para o fornecimento de gás da UE em 2023, a líder do executivo comunitário apontou que, “a médio prazo, é necessário acelerar” investimentos em energia limpa, gerada sem a emissão de poluentes, como a solar, eólica e hídrica, por exemplo.

Dados do executivo comunitário revelam que, apesar das medidas para enfrentar a atual crise energética, a UE ainda poderá ter uma diferença de até 30 mil milhões de metros cúbicos de gás no inverno do próximo ano, razão pela qual tenta diversificar já o seu cabaz energético.

Trabalharemos na criação de um fundo soberano para assegurar que a Europa continua a ser líder mundial em tecnologias limpas”, anunciou Ursula von der Leyen.

A responsável salientou que a UE deve “ajudar a indústria neste ambiente de elevados preços de energia para fazer a transição para uma energia limpa e ‘verde’, que seja acessível e segura”.

“Por conseguinte, este financiamento é necessário. O nosso trabalho tem sido bom este ano e vemos o que já alcançámos, mas sabemos que não terminámos o nosso trabalho até que as famílias e empresas da União Europeia tenham acesso a energia que seja acessível, que seja segura”, reforçou a presidente da Comissão Europeia.

Em 2022, a UE registou melhores condições para a produção de energia eólica e solar, esperando Bruxelas que o mesmo aconteça no próximo ano, permitindo substituir cerca de 12 mil milhões de metros cúbicos de gás por fontes renováveis.

Ursula von der Leyen admitiu uma “revisão intercalar do orçamento” comunitário de 2023 para “abrir a porta à criação de um fundo soberano”, que, de acordo com a responsável, “certamente não seria apenas alimentado pelos fundos europeus existentes e em vigor, mas teria também de ser aumentado por outras fontes” a médio prazo.

“Com as políticas corretas em vigor, podemos até duplicar a capacidade de energia renovável que adicionamos ao mercado no próximo ano”, concluiu a líder do executivo comunitário.

As tensões geopolíticas devido à guerra na Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu porque a UE ainda depende dos combustíveis fósseis russos como o gás (apesar de ter reduzido as importações por gasoduto de 40% para menos de 10%), temendo cortes e perturbações no fornecimento este inverno.

O abastecimento de gás russo por gasodutos à UE caiu 80% em setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

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TTR: Operações de M&A em Portugal somam até novembro 2.387 milhões de euros. PLMJ lidera

Segundo o relatório da TTR, até novembro as maiores operações de M&A foram assessoradas pela PLMJ, Garrigues e Linklaters. A PLMJ lidera por valor total das operações, cerca de 2.387,59 milhões.

O recente ranking da TTR – Transactional Track Record, que analisa o período entre 1 de janeiro e 30 de novembro de 2022, revela quais foram os principais escritórios de advogados e legal advisors, nas principais operações de M&A, Venture Capital, Private Equity e Asset Acquisition. A PLMJ lidera por valor total das operações, cerca de 2.387,59 milhões de euros. Já a Garrigues lidera o ranking de assessores jurídicos por número de transações, com 30.

Segundo o relatório da TTR, nos 11 meses de 2022 foram realizadas 409 transações que se traduziram num valor total de 11.322 milhões de euros. Das quatro áreas, M&A destacou-se com 175 transações (4.479 milhões de euros), seguida por Asset Acquisition com 101 transações (3.152 milhões de euros), Venture Capital com 94 transações (970 milhões de euros), e Private Equity com 40 transações (2.721 milhões de euros).

O volume de operação registou até novembro uma diminuição de 23%, face a 2021. O setor de Real Estate foi o mais ativo neste período, com 87 transações.

O TTR selecionou como transação do mês a aquisição de uma participação de 8,71% no Banco CTT pela Generali., com um valor de transação de 25 milhões de euros. A operação contou com a assessoria jurídica dos escritórios da Morais Leitão e Vieira de Almeida. Do lado financeiro, a transação foi assessorada pela Arcano Partners.

Veja aqui todos os rankings.

M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions

As sociedades em destaque são a PLMJ, com um valor de 2.387,59 milhões de euros, seguida pela Garrigues, com 1.705,82 milhões e a fechar o top 3 a Linklaters com um valor total de 1.450 milhões de euros. Logo abaixo na tabela ficou a Morais Leitão, com 1.170,75 milhões, e a Uría Menéndez-Proença de Carvalho, com 941,50 milhões de euros.

No que concerne ao número de transações em M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions a liderar a tabela ficou a Garrigues, com 30 transações, seguida da Morais Leitão, com 29, e PLMJ, com 23.

Já relativamente aos “dealmakers“, advogados que centram a sua prática na área de M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions, cinco sociedades de advogados estão representadas no top 10, face ao valor de transações, sendo a PLMJ, a Morais Leitão e a Linklaters os escritórios com o maior número de distinções, três cada. Duarte Schmidt Lino, sócio da PLMJ, ocupa o lugar cimeiro da tabela com 11 transações que se traduzem em 1.253,04 milhões de euros.

Os dealmakers que somaram um maior número de transações nestas áreas foram Luís Roquette Geraldes, sócio da Morais Leitão, com 19; Paulo Bandeira, sócio da SRS, com 12; Duarte Schmidt Lino, sócio da PLMJ, e Mário Lino Dias, sócio da Garrigues, com 11 cada.

Os “rising star dealmakers” na área de M&A, Private Equity, Venture Capital e Asset Acquisitions, por valor de transações, pertencem a três firmas: PLMJ, com sete destacados, a Garrigues com quatro, e a Linklaters com dois advogados. Diogo Barros Pereira, managing associate da Linklaters, ocupa o primeiro lugar com um valor total de transações de 1.300 milhões de euros.

Private Equity

Na área de Private Equity as sociedades em destaque são a PLMJ, com 1.517 milhões, a Linklaters, com 1.450 milhões, e a Morais Leitão, com 909,70 milhões.

Já relativamente ao número de transações, a Garrigues somou sete transações, seguida da SRS Legal, com cinco, e PLMJ, Morais Leitão, Uría Menéndez-Proença de Carvalho, Cuatrecasas e VdA, com quatro cada.

Venture Capital

Na área de Venture Capital as sociedades em destaque são a PLMJ, com um valor de 172,22 milhões de euros, a Uría Menéndez-Proença de Carvalho, com 120 milhões, e a Morais Leitão, com 87,41 milhões. Já relativamente ao número de transações, a Morais Leitão fica em primeiro lugar, com 17 transações, seguida pela SRS Legal, com 12, e a PLMJ, com sete.

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Portugal é terceiro país da UE onde a população se sente menos saudável

  • Mariana Marques Tiago
  • 12 Dezembro 2022

Em 2021, apenas 50,2% dos portugueses classificava o seu estado de saúde como saudável ou muito saudável. País está abaixo da média da União Europeia.

Apenas cerca de 50% dos portugueses se consideraram saudáveis ou muito saudáveis em 2021, uma diminuição face ao ano anterior. De entre os membros da União Europeia, Portugal é o terceiro país que regista valores mais baixos, seguindo-se a Letónia (49.8%) e a Lituânia (47,9%).

Em 2021, apenas 50,2% dos portugueses classificava o seu estado de saúde como saudável ou muito saudável, sendo os homens aqueles que mais consideram ter uma saúde boa ou muito boa (54,2% da amostra, face a 46,6% de mulheres).

A boa perceção de saúde dos portugueses diminuiu face a 2020, ano em que 51,3% dos portugueses considerava ser saudável ou muito saudável. O país encontra-se abaixo da média da UE, onde 69% dos inquiridos considera a sua saúde boa ou muito boa. A média da aliança diminuiu também face a 2020 (69,5%).

Os dados foram avançados pela Eurostat esta segunda-feira, que refere que, de entre os países membros da UE (e por oposição à realidade portuguesa), os países onde a maior parte da população com 16 ou mais anos se diz sentir saudável ou muito saudável são a Irlanda (81,2%), Grécia (78,3%), Chipre (77,2%) e Luxemburgo (76,5%).

Em média, no último ano, sete em cada dez pessoas da UE com 16 ou mais anos classificou o seu estado de saúde como bom ou muito bom (o que corresponde a 69% da amostra). À semelhança da realidade portuguesa, são os homens quem mais apresenta uma perceção positiva da sua saúde, nomeadamente 72% face a 67% das mulheres.

A única exceção é a Irlanda. No país do noroeste europeu são as mulheres aquelas que mais consideram ter uma saúde boa ou muito boa, apesar de a diferença não ser muito expressiva (81,4% das mulheres para 81% dos homens).

De acordo com os dados do Eurostat, a perceção de uma saúde boa ou muito boa diminuiu com a idade em 2021. A faixa etária dos 16 aos 24 anos é aquela que se considera mais saudável, registando-se uma diminuição gradual até aos 85 anos ou mais, onde apenas 2,4% dos inquiridos se considera muito saudável.

Também o fosso relativamente à perceção da saúde entre homens e mulheres aumentou com a idade. Nos grupos etários mais velhos, a diferença de pontos percentuais entre sexos foi maior do que nos grupos etários mais novos.

Na faixa etária dos 75 aos 84 anos, registou-se um fosso de 6,3 pontos percentuais entre homens e mulheres. Por sua vez, na faixa etária dos 85 anos ou mais registou-se um fosso de 5 pontos percentuais.

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Governo espanhol vai prolongar lei “anti-OPA” por mais dois anos

  • Joana Abrantes Gomes
  • 12 Dezembro 2022

Em vigor desde 2020, este "escudo" permite ao Executivo de Pedro Sánchez vetar a entrada de capital estrangeiro em empresas de setores considerados estratégicos, desde o transporte à energia.

O Executivo espanhol prepara-se para aprovar a prorrogação por mais dois anos da lei anti-OPA, que entrou em vigor em 2020, em plena pandemia de Covid-19, para proteger as empresas de setores-chave contra ofertas estrangeiras, avança o Cinco Días. A medida deveria expirar no último dia deste mês, mas, sendo prolongada até 31 de dezembro de 2024, o Governo liderado por Pedro Sánchez continuará a poder vetar a entrada de capital estrangeiro em setores como o dos transportes, água, robótica, media, cibersegurança, telecomunicações, energia, infraestruturas e defesa.

Segundo o jornal espanhol, o “escudo” anti-OPA divide-se em dois Decretos Reais. O primeiro, que entrou em vigor em março de 2020, permite ao Executivo vetar propostas de investidores de fora da União Europeia (UE) que queiram adquirir mais de 10% de uma empresa considerada estratégica por mais de 500 milhões de euros. O segundo, aprovado meses mais tarde, veio evitar que investidores extracomunitários contornassem o sistema criando empresas num dos 27 Estados-membros da UE, o que fez com que a lei também afetasse investidores de países da UE.

Esta segunda regra estava prevista expirar, inicialmente, no final de 2020. E, após duas prorrogações (a última em novembro do ano passado), deveria expirar dentro de três semanas. Ou seja, esta é a terceira extensão da lei — e mais longa do que as anteriores. Ao prolongar a lei por dois anos, evita-se assim que, se fosse prorrogada por apenas mais um ano, como tem sido a norma, o fim do regulamento coincidisse com as eleições legislativas no país.

Além disso, as regras que regem esta legislação terão novidades. Para reforçar a segurança jurídica e o controlo sobre investimentos, o Governo espanhol vai estender a aplicação da lei anti-OPA à venda de ativos ou ramos de negócios, mesmo que não envolvam o controlo da empresa, sempre dentro dos setores considerados estratégicos, segundo fontes governamentais. O texto anterior apenas contemplava as transferências de sociedades.

Esta mudança reforça o controlo, em particular, nos setores da energia e das infraestruturas, em que as vendas de ativos são moeda comum. As autoestradas são frequentemente cobiçadas por fundos estrangeiros, tendo em conta o seu perfil como fonte segura e estável de rendimento. Nos últimos anos, o setor energético também se tem tornado apelativo para estes fundos, com grandes empresas a venderem ativos ou procurarem parceiros para financiar os seus planos de transformação de energia, como é o caso, em Espanha, da Iberdrola e da Repsol.

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Menos de 20% das organizações veem futuro do trabalho na agenda do CEO

Existe uma lacuna entre a expectativa e a realidade. Apesar de o futuro do trabalho ser encarado como um tema importante nas organizações, são poucas as que estão efetivamente a implementar medidas.

O futuro do trabalho é mais do que estabelecer políticas relativas aos modelos híbrido ou remoto. Implica melhorias em áreas como a liderança, aprendizagem e desenvolvimento e modelos de talento. No entanto, embora quase todos os executivos encarem estes temas como dimensões importantes do futuro do trabalho, menos de 20% dos inquiridos acredita que são tidos como uma prioridade na agenda do seu CEO. Poucos são os que estão efetivamente a traduzir a convicção de que é importante criar um futuro do trabalho melhor em ações, revela um novo estudo da Boston Consulting Group (BCG).

“A nossa pesquisa demonstra a importância de garantir que as iniciativas relacionadas com o futuro trabalho estão na agenda do CEO”, começa por afirmar Debbie Lovich, líder global da BCG para o futuro do trabalho e coautora do relatório.

“Os resultados do inquérito tornam-no claro: quando estas iniciativas estão na agenda do CEO, as empresas têm cinco vezes mais probabilidades de se tornarem líderes do futuro do trabalho”, acrescenta.

Mais de 90% dos inquiridos considera a liderança importante para um futuro do trabalho melhor, embora também afirmem que as suas empresas não estão a dar o apoio adequado para assegurar que os líderes têm o que precisam para ter sucesso nesta frente. Por exemplo, apenas 20% vê uma melhoria da cultura organizacional e dos comportamentos dos líderes seniores e apenas 15% considera requalificar os gestores para gerir, inspirar e treinar equipas distribuídas, como prioridades para o CEO.

Empresas com maior percentagem de trabalhadores deskless estão a ficar para trás

O estudo revela ainda que, quando se trata de implementar novas iniciativas, mais em linha com aquilo que se pensa que será o futuro do trabalho, as organizações e indústrias com uma elevada percentagem de trabalhadores deskless, que têm que estar fisicamente na empresa para desempenhar a sua função, estão a ficar para trás face às que possuem mais funções de secretária e que, portanto, são mais passíveis de adotar modelos remoto.

As indústrias de telecomunicações, tecnologia e seguros, que têm aproximadamente um quarto ou menos dos seus colaboradores em funções necessariamente presenciais, apresentam melhores níveis de preparação para o futuro do trabalho.

Já os setores da energia, dos bens de consumo e de retalho – cuja maioria dos postos corresponde a trabalhadores deskless – são os que obtêm uma classificação mais baixa. Em 38% de todas as organizações inquiridas falta ainda implementar novas iniciativas, tais como horários flexíveis e benefícios diferenciados para este tipo de trabalhadores.

Globalmente, apenas 4% das empresas se consideram líderes da indústria em termos de preparação para adequar o modelo de trabalho aos trabalhadores presenciais e apenas 8% dos CEO consideram o aumento do apoio aos trabalhadores na linha da frente uma prioridade. Estes números ilustram o facto de os empregados que continuaram a trabalhar em fábricas, lojas e no terreno durante a pandemia carecerem do apoio dos seus empregadores, depois de terem sido anteriormente aclamados como heróis.

Sebastian Ullrich

Managing director e partner da BCG e coautor do relatório

Um dado que, cruzado com uma das conclusões do último inquérito global sobre empregabilidade da BCG — que mostrava que 37% do talento dedicado a funções deskless estava em risco de abandonar os seus empregos nos seis meses seguintes por razões como a falta de flexibilidade, de oportunidades de progressão na carreira e compensação — assume ainda maior importância. Para evitar níveis de rotatividade tão significativos, as empresas devem priorizar os esforços que assegurem um melhor ambiente de trabalho para os trabalhadores que não têm a opção de modelo híbrido.

“Globalmente, apenas 4% das empresas se consideram líderes da indústria em termos de preparação para adequar o modelo de trabalho aos trabalhadores presenciais e apenas 8% dos CEO consideram o aumento do apoio aos trabalhadores na linha da frente uma prioridade”, comenta Sebastian Ullrich, managing director e partner da BCG e coautor do relatório.

“Estes números ilustram o facto de os empregados que continuaram a trabalhar em fábricas, lojas e no terreno durante a pandemia carecerem do apoio dos seus empregadores, depois de terem sido anteriormente aclamados como heróis”, completa.

O estudo “The Future of Work is More Than Where to Work” baseia-se num inquérito global a líderes seniores de 47 países, incluindo Portugal, dos quais um terço ocupa cargos executivos, de aproximadamente 350 empresas de diferentes indústrias, representando mais de seis milhões de empregados, e pretende identificar a sua progressão na criação de um futuro do trabalho melhor.

Pode ser consultado na íntegra aqui.

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