Reprogramação do PRR só será entregue no final de abril

Pedido do terceiro cheque à Comissão Europeia vai resvalar, mas não vai faltar dinheiro. Portugal quer receber terceiro e quarto cheques da bazuca este ano.

Portugal, afinal, só vai entregar formalmente o pedido de reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no final de abril, um atraso que vai condicionar o pedido de pagamento do terceiro cheque da bazuca. No entanto, não haverá falta de dinheiro para pagar aos beneficiários do PRR, garante o presidente da estrutura de missão Recuperar Portugal.

“A meta definida pelo Governo é submeter até final de abril a reprogramação do PRR à Comissão Europeia”, disse Fernando Alfaiate, numa conferência realizada sexta-feira na Maia, reconhecendo que, anteriormente, o Executivo tinha “uma previsão de final de março”.

“O regulamento da Comissão Europeia entrou em vigor a 1 de março. Há uma recomendação no próprio regulamento que os Estados-membros devem colocar essa reprogramação até final de abril”, precisou o responsável.

A meta definida pelo Governo é submeter até final de abril a reprogramação do PRR à Comissão Europeia.

Fernando Alfaiate

Presidente da estrutura de missão Recuperar Portugal

O processo de reprogramação, “que está em curso numa discussão informal”, visa resolver duas questões: enquadrar os 1,6 mil milhões de euros adicionais que Portugal vai receber, já que uma parte da distribuição das subvenções do PRR dependem da variação do PIB em 2020 e 2021, e os 785 milhões do RePowerEU. Além disso, é também necessário “encontrar uma solução que consiga ter mais prazo ou mais dinheiro para a concretização dos investimentos afetadas por atrasos decorrentes de concursos que ficaram desertos e os aumentos de preços derivados da inflação”, explicou o presidente da estrutura de missão. Habitação, saúde ou infraestruturas são as três áreas há muito identificadas como problemáticas.

“O processo de negociação com a CE, sendo informal, ajuda bastante a confirmar as intenções passíveis de serem aceites do lado da Comissão, mas leva sempre algum tempo”, sublinhou Fernando Alfaiate. Mas, “do ponto de vista de decisão política/estratégica nacional, ainda não está confirmada toda a decisão, nomeadamente sobre os investimentos a colocar no RePowerEU e no adicional que Portugal vai receber”.

O RepowerEU é o plano da Comissão Europeia para tornar a Europa independente dos combustíveis fósseis russos antes de 2030, adotado na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, e, segundo, João Galamba o Governo vai destinar à eficiência energética uma parte das verbas.

Fernando Alfaiate reiterou que “o pagamento do terceiro cheque está condicionado à reprogramação”, ou seja, agora só poderá acontecer no final de abril. “Temos atualmente cerca de 31% da dotação transferida e essa é suficiente para, nos próximos meses e ao logo do ano, podermos fazer as transferências de fundos para os beneficiários necessárias à implementação dos projetos”, explica o presidente da estrutura de missão. “Não vai faltar dinheiro”, garante.

Temos atualmente cerca de 31% da dotação transferida e essa é suficiente para, nos próximos meses e ao logo do ano, podermos fazer as transferências de fundos para os beneficiários necessárias à implementação dos projetos.

Fernando Alfaiate

Presidente da estrutura de missão Recuperar Portugal

A estratégia de Portugal vai ser “juntar o terceiro e quarto pedidos num momento diferenciado muito curto”, explicou. Recorde-se que os Estados-membros só podem fazer dois pedidos de pagamento por ano à Comissão. O objetivo é que “se façam ainda a tempo de o reembolso de ambos chegar antes do final do ano”, acrescentou Fernando Alfaiate.

Inicialmente, estava previsto que o terceiro pedido de pagamento das verbas da bazuca, após o cumprimento de 20 metas e marcos, fosse feito no final de março. Uma possibilidade reforçada depois do Presidente da República ter promulgado o diploma das Ordens profissionais que tinha sido enviado para o Tribunal Constitucional.

“Não vamos pedir o terceiro cheque no final de março. Faremos mais tarde depois da decisão de reprogramação financeira já incorporando as consequências dessa reprogramação, o que tem benefícios, porque a dotação vai aumentar e por isso fazemos este compasso de espera, recuperando depois no quarto, de forma a que ambos sejam pagos antes de dezembro”, explicou o responsável. Ou seja, a formalização será feita em setembro para que o dinheiro seja transferido por Bruxelas.

Além disso, na reprogramação será já contemplada a decisão de Portugal de recorrer a uma fatia maior de empréstimos da bazuca. Segundo Fernando Alfaiate, Portugal deverá usar apenas os 2,3 mil milhões que estavam desde o início pré-reservados em Bruxelas. Apesar de a subida das taxas de juro tornar agora os empréstimos da bazuca mais atrativos, como sublinhou o presidente da Comissão de Acompanhamento do PRR, Pedro Dominguinhos, a opção do Executivo é de prudência já que Portugal tem um elevado nível de endividamento (113,9% do PIB, o nível mais baixo desde 2011).

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Novo fundo de 28 milhões quer ajudar PME da economia azul

Ideia é investir em oito a 12 empresas com bilhetes de capital ou quase-capital na faixa de 1,5 a 3,5 milhões dos setores alimentar e do pescado, das energias renováveis e da biotecnologia azul.

A economia azul vai passar a contar com mais 28 milhões de euros. Esta segunda-feira vai ser lançado o Growth Blue I, que visa apoiar o crescimento e a internacionalização de PME, de elevado potencial, que desenvolvam atividades na área da economia azul, em especial nos setores alimentar e do pescado, das energias renováveis e da biotecnologia azul, avançou ao ECO fonte oficial do Ministério da Economia.

“Este instrumento financeiro tem um fundo público alocado de 28 milhões de euros, dos quais 14 milhões serão provenientes do Fundo Azul, encontrando-se na fase de levantamento de capital privado”, precisou a mesma fonte.

O Growth Blue I é o segundo fundo da economia azul lançado no âmbito do Portugal Blue e coinvestido pelo instrumento do Fundo Europeu de Investimento, o InvestEU Blue Economy. Está, presentemente, no processo final de registo e aprovação na CMVM, mas já estão a ser analisados os primeiros investimentos potenciais, apurou o ECO.

O fundo tem como objetivo atingir os 50 milhões de euros, incluindo financiamento da Portugal Blue, InvestEU e compromissos privados de investidores institucionais estratégicos. Em termos de metas, a ideia é investir em oito a 12 empresas com bilhetes de capital ou quase-capital na faixa de 1,5 a 3,5 milhões de euros.

Este novo fundo vai investir em PME e Small & Mid Caps e tem “um amplo foco setorial com preferência para empresas que operam na cadeia de valor de aquacultura, energia offshore, green shipping e biotecnologia azul que contribuem para a descarbonização, a redução de plástico e a conservação dos ecossistemas marinhos”, explica fonte oficial do Ministério tutelado por António Costa Silva.

O Growth Blue I vai ser gerido pela Growth Partners Capital – uma das capitais de risco selecionada pelo Banco de Fomento para receber 50 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência no âmbito do Programa Consolidar – nomeadamente por uma nova equipa de investimento liderada por Miguel Herédia e Juan José Navarro.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Ana Petronilho
  • 27 Março 2023

É hoje conhecido o valor atribuído pelos bancos às casas avaliadas em fevereiro. A gasolina volta a subir esta semana 1,5 cêntimos por litro. O gasóleo desce 0,5 cêntimos.

Numa altura em que a discussão sobre o problema da habitação está na ordem do dia, o INE divulga os dados sobre os valores que os bancos atribuíram às casas, em fevereiro, na hora de conceder os créditos. O Banco de Portugal também vai revelar as estatísticas de empréstimos e depósitos bancários de empresas e particulares e depois de ter descido a gasolina volta a subir.

INE divulga avaliação bancária na habitação

O Instituto Nacional de Estatística (INE) revela esta segunda-feira a avaliação bancária na habitação – valor que os bancos atribuíram às casas, antes de concederem financiamento – durante o mês de fevereiro. Em janeiro, este indicador subiu para 1.485 euros por metro quadrado.

Gasolina volta a subir, gasóleo desce

Esta semana a gasolina volta a subir 1,5 cêntimos por litro. Já o gasóleo deverá baixar 0,5 cêntimos por litro. Os consumidores deverão contar pagar 1,462 euros por litro de gasóleo simples e 1,668 euros por litro de gasolina simples 95, de acordo com os valores médios praticados nas bombas na semana passada, publicados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). Estes preços já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras, mas os valores cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Turbulência na Banca continua?

Depois de o Deutsche Bank ter caído mais de 8% em bolsa na semana passada, os receios com a solidez da banca internacional estão de regresso. Com o início de uma nova semana, os investidores estarão atentos ao desempenho do setor em bolsa para aferir se a turbulência nos mercados foi ou não contida com a compra relâmpago do Credit Suisse pelo UBS há uma semana.

Empréstimos e depósitos bancários do Banco de Portugal

O Banco de Portugal publica hoje as estatísticas de empréstimos e depósitos bancários de empresas e particulares atualizadas para fevereiro de 2023. Em janeiro, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes reduziu 2,5 mil milhões de euros, totalizando 179,9 mil milhões de euros no final do mês. Foi a maior redução de depósitos de particulares desde 1979.

Como evoluem as importações de produtos energéticos na UE?

O Eurostat divulga esta segunda-feira dados relativos às importações de produtos energéticos na União Europeia (UE) referentes a 2022. No final do terceiro trimestre do ano passado, a energia russa valia 15,1% das importações desta matéria-prima no bloco comunitário, o que compara com os 25,1% verificados nos primeiros três meses de 2022. São menos 6,1 mil milhões de euros em importações.

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Portugal já paga 3,5% pela nova dívida, maior taxa desde a saída da troika

Taxas em mercado secundário recuam após turbulência na banca ter aproximado os bancos centrais do fim do ciclo de subida dos juros. Mas custo de financiamento de Portugal duplicou no início do ano.

O custo de financiamento de Portugal disparou no arranque do ano, perante o impacto da subida das taxas de juro no mercado. A República portuguesa pagou uma taxa média de 3,5% nas primeiras emissões realizadas em 2023, entre janeiro e fevereiro, a mais elevada desde 2014, o ano da saída do programa da troika.

Em relação a 2022, o custo médio da nova dívida praticamente duplicou, mostram os dados mais recentes da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP). Ao longo do ano passado, os investidores exigiram uma taxa média de 1,7% nas operações de financiamento, já acelerando em comparação com 2020 (0,5%) e 2021 (0,6%), mas ainda sem refletir na totalidade a inversão da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) iniciada na segunda metade do ano.

Custo da nova dívida dispara

Fonte: IGCP

Nos últimos anos, fruto da política ultra expansionista do banco central, com medidas menos convencionais como a compra de títulos no mercado, Portugal (e os cofres públicos) beneficiaram de condições muito favoráveis no que toca ao financiamento público.

Isso está refletido na mudança do perfil do credor do país na última década: em 2013 eram sobretudo investidores nacionais (47%) e internacionais (36%); atualmente, mais de 50% da dívida pública portuguesa está no balanço do Banco de Portugal e do BCE ao abrigo dos programas de compra lançados nos últimos anos.

Desde julho do ano passado o cenário mudou completamente, com o BCE a dar uma “guinada” nas taxas de juro com o objetivo de controlar a escalada da inflação: em apenas nove meses aumentou os juros em 350 pontos base, já incluindo a subida de 50 pontos na reunião de há duas semanas, agravando de forma expressiva o preço do dinheiro para todos, famílias, empresas e também Estado. Também do lado da política monetária menos convencional o banco central está a rever os instrumentos que colocou em cima da mesa nos últimos anos no sentido de reduzir o seu balanço de dívida pública.

De acordo com o BCE, a carteira do programa de compra de ativos (APP) irá descer a uma média de 15 mil milhões de euros por mês até junho, sendo que depois irá avaliar o ritmo subsequente. Os bancos centrais do Eurosistema deixaram de reinvestir a totalidade dos reembolsos. Já no que respeita ao programa de compra de ativos devido à emergência pandémica (PEPP), o BCE irá continuar com a política de reinvestimentos até final de 2024, pelo menos, segundo anunciou a instituição há uma semana quando aumentou as taxas diretoras em 50 pontos base.

Com menos um investidor de peso como o BCE no mercado, aumentará a pressão sobre os juros da dívida pública e os cofres dos governos. É neste cenário que o ministro das Finanças português, Fernando Medina, sublinhou a necessidade de continuar a reduzir o endividamento do Estado português e tirar o país do grupo dos mais endividados. A dívida pública terá diminuído para 113,9% do Produto no final do ano passado, revelaram os últimos números do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Taxas em queda desde falência do SVB

Se o agravamento dos juros da dívida se manteve imparável no último ano, a recente instabilidade no setor financeiro de alguma forma travou a tendência. O colapso do Silicon Valley Bank (SVB) a 10 de março e a forte instabilidade no setor bancário – que culminou com a queda do Credit Suisse no fim de semana — veio mexer com as expectativas dos investidores em relação ao aperto monetário. A ideia nos mercados é que os últimos acontecimentos tenham aproximado os bancos centrais do fim do ciclo de subidas dos juros.

Disso mesmo deu conta o presidente da Reserva Federal americana (Fed), Jerome Powell, quando afirmou na quinta-feira que a turbulência financeira — que voltou a reacender na sexta-feira com a pressão a incidir agora sobre o Deutsche Bank — deverá provocar restrições no acesso ao crédito por parte das famílias e empresas, provocando um impacto na procura e na inflação equivalente a uma subida das taxas de juro do banco central. “Ou talvez mais do que isso”, apontou o presidente da Fed.

As yields da dívida pública da Zona Euro estão em queda no mercado secundário desde a décalage do SVB. A taxa das obrigações portuguesas a dez anos caiu mais de 30 pontos base, situando-se nos 3,084%. Praticamente não se agravou o risco de Portugal, tendo em conta que os juros da dívida alemã também cederam 30 pontos base no mesmo período.

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Banco de Fomento tem duas novas demissões. Administrador executivo e presidente da comissão de auditoria apresentaram demissão

O administrador executivo Tiago Simões de Almeida e o presidente da comissão de auditoria, António Joaquim Andrade Gonçalves, apresentaram a demissão. Ambos vinham da equipa de Beatriz Freitas.

A instabilidade voltou ao board do Banco Português de Fomento. Tiago Simões de Almeida, administrador executivo que transitou da equipa de Beatriz Freitas para a de Ana Carvalho e Celeste Hagatong, e o presidente a comissão de auditoria, António Joaquim Andrade Gonçalves, apresentaram a demissão, confirmou o Ministério da Economia, depois de questionado pelo ECO.

A nova presidente executiva do Banco de Fomento no primeiro balanço da atividade do banco no Parlamento, sublinhou que só em janeiro a equipa tinha ficado completa e por isso, de alguma forma, a atividade da instituição ressentia-se. “A estrutura de gestão societária do BPF está, neste momento, pela primeira vez, completa. Estava prevista a existência até 11 administradores e uma segregação entre a chairman e CEO, mas isso não tinha sido alcançado. Neste novo mandato, desde 14 de novembro, essa situação está ultimada”, disse Ana Carvalho na Comissão de Economia e Obras Públicas, a 11 de janeiro, numa referência à escolha de Celeste Hagatong escolhida para chairman do Banco de Fomento, por oposição ao acumular de funções que Beatriz Freitas teve de aceitar (CEO e chairman) depois de Vítor Fernandes ter sido preterido na sequência do seu envolvimento na Operação Cartão Vermelho.

Temos cinco administradores não executivos e cinco executivos, dois dos quais entraram há uma semana, após as validações do Banco de Portugal”, revelou a gestora aos deputados. Em causa estavam os nomes de Sofia Machado e Pedro Ventaneira, com os pelouros da conformidade e da gestão de risco, respetivamente.

Mas agora o Banco de Fomento volta a ter a equipa incompleta com a saída de Tiago Simões de Almeida e António Joaquim Andrade Gonçalves, ambos responsáveis que vinham da administração anterior. O Ministério da Economia avançou ao ECO que já se iniciou o processo de substituição de ambos. Os novos nomes deverão ter de passar pelo crivo do Banco de Portugal — no processo de fit and proper — à semelhança do que aconteceu com todos os outros elementos. Os motivos das saídas prendem-se com um distanciamento face aos novos elementos da comissão executiva, ao que o ECO apurou.

Ana Carvalho e Celeste Hagatong têm tentado marcar a diferença face à administração anterior, imprimindo novas dinâmicas como o “Roadshow Fomento”, que arranca a 29 de março em Matosinhos, para promover “cultura de gestão e boas práticas de governança corporativa” e demonstrar como influenciam as soluções de financiamento. Mas também aumentando a pressão para demonstrar resultados, depois de o banco ter sido múltiplas vezes acusado de não corresponder às expectativas para as quias foi criado. Mas, nem todos consideram o rumo que as coisas têm levado seja positivo, porque transparece a ideia de que tudo o que existia anteriormente era mau, incluindo as equipas.

Estas demissões fazem recordar o verão de 2022 quando saiu o diretor de compliance, João Martins, a administradora responsável pela pasta do Risco e Conformidade, Susana Bernardo, além de vários elementos das equipas que levaram a instituição a lançar um amplo processo de recrutamento. Um recrutamento que já teve momentos polémico nomeadamente com a escolha de Manuel Queiroz Ribeiro, ex-adjunto do ex-ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, contratado por ajuste direto para prestar serviços de jurídicos, consultoria estratégica e relações institucionais, mas que agora já ocupa um cargo de diretor, ao que o ECO apurou.

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Lista de IVA zero vai integrar 35 a 40 produtos

  • ECO
  • 26 Março 2023

Luís Marques Mendes revelou no comentário semanal na SIC que já há um acordo entre o Governo e a distribuição para garantir descida de preços de bens essenciais. Falta acordo com a produção.

O Governo já terá fechado um acordo com a associação representativa da distribuição, a APED, para garantir que a redução do IVA para zero por cento num conjunto de bens alimentares essenciais vai ter efeito no preço final a pagar pelos consumidores, garantiu Luís Marques Mendes no comentário semanal na SIC.

Segundo Marques Mendes, estão escolhidos 35 a 40 produtos alimentares, dos mais vendidos, e de acordo com as indicações do Ministério da Saúde tendo em conta critérios nutricionais. E segundo o comentador, a lista vai integrar produtos como batata, arroz, massa, cebola, cenouras, tomate, leite meio gordo, frango, pão, fruta (maçã, laranja e banana), feijão, iogurtes, queijo, vários legumes (brócolos, curgetes, alho francês), peixes (salmão e pescada), carne de porco, azeite e ovos.

Marques Mendes adiantou que já há um acordo entre o Governo e a APED, mas o ECO não conseguiu confirmar a informação. E acrescentou que ainda falta um entendimento com os produtores, através da CAP.

O advogado, que tem um comentário ao domingo no jornal da noite da SIC, elogiou a decisão do Governo de aumentar a Função Pública, mas criticou o facto de ter deixado de fora o setor privado e os pensionistas. Marques Mendes reconheceu também a importância do apoio de 30 euros por mês às famílias mais vulneráveis, mas considerou que chegam tarde.

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Swiss Re diz que “o maior risco é não estar segurado”

  • ECO Seguros
  • 26 Março 2023

Jérôme Jean Haegeli anseia pela estabilidade dos preços. A inflação torna as reivindicações ainda mais caras. O economista chefe do Grupo Swiss Re aconselha os consumidores a não pouparem em seguros.

De acordo com a publicação alemã Frankfurter Allgemeine Zeitung (F.A.Z.), a indústria seguradora está atualmente a debater-se com duas condições. Se, por um lado, os danos causados por catástrofes naturais, tais como tempestades ou inundações, continuam a aumentar, por outro, a inflação torna cada vez mais cara a reparação dos danos.

Devemos ter novamente estabilidade de preços, caso contrário, não é possível alcançar um crescimento sustentável”, afirma Jérôme Jean Haegeli, em entrevista a F.A.Z..

O ano passado foi o segundo consecutivo em que as perdas seguradas ultrapassaram a marca dos 100 mil milhões de dólares, de acordo com dados apurados pela Swiss Re. Em 2022, as perdas seguradas causadas por catástrofes naturais somaram 125 mil milhões de dólares, o que corresponde a mais 4 mil milhões de dólares do que no ano anterior. Em comparação, a média de dez anos é de 81 mil milhões de dólares.

A inflação desempenha um papel significativo neste desenvolvimento, escreve o diário alemão. Em 2022, atingiu, em média, 7% nos países industrializados e 9% nos países emergentes. O aumento dos preços tornou nominalmente mais caros edifícios, veículos e outros bens seguráveis, o que também aumentou as perdas de seguros relacionadas com catástrofes naturais, argumenta a Swiss Re.

“A tempestade económica ainda não terminou e dada a pressão inflacionista existente, as taxas de juro terão provavelmente de subir ainda mais. Como isto conduz a custos de financiamento mais elevados, é provável que os fornecedores de capacidade se mantenham cautelosos por várias razões”, diz Haegeli.

No entanto, o economista chefe suíço rejeita a ideia de que as seguradoras estão sob tanto stress como os bancos: “é uma tempestade perfeita de perdas acentuadamente aumentadas, consequência de catástrofes naturais aliadas a uma inflação recorde. Mas a tempestade perfeita pode ser moldada. Não haverá bancos geridos por seguradoras“, está convencido.

É claro que as seguradoras, que têm de investir prémios com o maior rendimento possível, estão também expostas às perturbações no mercado financeiro. Mas investem principalmente em títulos do Estado seguros. O facto de as seguradoras deterem títulos AT1 dos bancos é geralmente invulgar no setor.

O principal fator é o preço. “Todos os anos, em dezembro e janeiro, quando os novos prémios são negociados, assistimos a aumentos de preços muito acentuados, e estes foram necessários”, diz Haegeli, “quando a inflação decresce, os preços dos seguros também se estabilizam”.

Aí reside também o perigo de os consumidores pouparem nos seguros. Mas, segundo Haegeli, isto verifica-se há muito tempo: “globalmente, existe uma diferença de seguro de 60%“, o que significa que apenas 40% dos sinistros estão segurados. “A taxa na Alemanha é um pouco melhor a 55 a 60%”, diz ele. “Nos EUA, por exemplo, apenas um em cada seis está segurado contra danos causados por inundações. Mas metade pensa que estão adequadamente segurados”, acrescentou o especialista.

Na Alemanha, por exemplo, menos de 30% dos danos causados pelas cheias foram efetivamente segurados em 2021, acrescenta Haegeli. “O maior risco para os consumidores é não estar segurado ou estar subsegurado”, adverte o economista-chefe Swiss Re.

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Allianz renova naming da Arena do Bayern por 130 milhões de euros

  • ECO Seguros
  • 26 Março 2023

A seguradora, que também é acionista do Bayern de Munique, renovou por 10 anos o naming do estádio Allianz Arena, o maior destino turístico da Baviera com 3,5 milhões de visitantes anuais.

A Allianz renovou até 2033 o naming do estádio do Bayern de Munique por um valor total de 130 milhões de euros. O patrocínio estende-se às equipas de futebol masculina, feminina e das categorias jovens. Na equipa principal feminina a Allianz tem o principal destaque nas camisolas desde 2013.

O estádio com o nome da Allianz é o maior destino turístico da Baviera, com muitos visitantes recebidos para além dos dias de jogo.

A seguradora está ligada ao Bayern de Munique desde o ano 2000 e esteve na origem do novo estádio inaugurado cinco anos depois. Este tem capacidade para 75 mil espetadores e é o destino turístico mais visitado do estado da Baviera, com 3,5 milhões de entradas por ano.

O Bayern obteve 17 milhões de lucro líquido e receitas de 665 milhões de euros no exercício anual 2021/22, dos quais 68 milhões provenientes de receitas de bilheteira, 207 milhões de direitos televisivos e 378 milhões de origem comercial. É um dos valores mais elevados entre clubes, depois dos líderes Manchester City com 731 milhões e Real Madrid com 714 milhões de receitas.

O clube FC Bayern München eV detém 75% do capital da FCB AG, a sociedade desportiva que tem ainda como parceiros a Allianz, a Audi e a Adidas com 8,33% do capital cada.

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Insurtech Mudey lança “o seguro mais democrático de sempre”

A mediadora digital fundada pela irmãs Ana Teixeira e Sónia Teixeira já atingiu 20.000 clientes online e avança com um seguro de vida Grupo inovador para inaugurar a entrada no mercado de empresas.

Ana Teixeira, CEO de Mudey, revela objetivos: “em julho de 2020, chegámos aos 5 mil utilizadores. Em fevereiro deste ano, alcançámos o número de 20 mil utilizadores. Otimistas com o futuro da empresa, queremos chegar aos 60 mil utilizadores em dezembro de 2024”.

Depois de atingir o objetivo de 20 mil utilizadores da sua plataforma, a mediadora insurtech Mudey vai entrar no segmento empresas e nada como um seguro de Vida Grupo para lançar a oferta. É o “seguro mais democrático de sempre”, garante a CEO Ana Teixeira, que em julho de 2020 lançou esta insurtech com a sua irmã Sónia, reunindo um investimento de 720 mil euros, de investidores de Portugal, Brasil e Estados Unidos.

Ana Teixeira é economista pela FEP e MBA por Cambridge, trabalhou em sites comparadores de seguros em França e Holanda e em seguros de Vida online no Reino Unido como a Deadhappy, uma irreverente – como o nome indica – insurtech de seguros de vida.

Partindo de Vila Nova de Gaia, a juventude da Mudey aproveitou a pressa de digitalizar provocada pela pandemia. Agora, conta com 11 colaboradores e já tem 18 parcerias muito significativas: Allianz, Liberty, Lusitania, Europ Assistance, April, MetLife, Asisa, Real Vida, Tranquilidade, Prévoir, Mapre, Saúde Prime, Innovarisk, Victoria, RNA, Domestic&General, MGEN e Arag.

Ana Teixeira explicou a ECOseguros como será esta nova fase da ainda curta vida da Mudey.

Porque chama ao novo produto para empresas o “seguro mais democrático de sempre”? Em que seguradora o vai colocar?

Lançámos a área Mudey Empresas, com particular destaque para o Seguro de Vida Grupo. Este seguro, que colocamos na MetLife, é contratado por empresas para os seus colaboradores. Designamos este seguro como o “seguro de vida grupo mais democrático de sempre”, por poder ser subscrito por qualquer tipo de empresa, independentemente do seu tamanho, número de colaboradores ou, com raras exceções, setor de atividade. Não necessita de questionários médicos, pode ser comprado de forma 100% digital através da plataforma Mudey Empresas, o que a torna opção única no mercado para este tipo de seguro. Para além disso, a empresa que contrate este seguro com a Mudey fica com acesso à Wallet Empresa, um conjunto de serviços associados, onde pode gerir os seguros da sua empresa totalmente online. Com esta oferta e forma de contratação, a Mudey torna possível às micro e pequenas empresas acederem, de forma simples e sem burocracias, a este tipo de seguro.

Quais os parceiros seguradores mais ativos para a Mudey?

A conquista do mercado tem-se feito não apenas junto dos clientes, mas também junto das seguradoras. Isto é, desde o início, foi necessário provar as valências, segurança e praticidade do 100% digital, junto dos operadores. Sem dúvida que o momento em que a Mudey surgiu foi o ideal para abrir portas nesse sentido – estávamos ainda em plena pandemia, com as necessidades de digitalização e de desmaterialização de processos a apresentarem-se como urgentes para as seguradoras. Este contexto ajuda a compreender o crescente interesse por parte das seguradoras parceiras: das quatro com que começámos, em julho de 2020, passámos para as atuais 18. Temos sentido um papel muito ativo por parte destas, inclusive em darem resposta às necessidades concretas do utilizador Mudey.

O momento em que a MUDEY surgiu foi o ideal para abrir portas nesse sentido – estávamos ainda em plena pandemia, com as necessidades de digitalização e de desmaterialização de processos a apresentarem-se como urgentes para as seguradoras

Têm comparador para clientes ou mediadores ou pré-selecionam a melhor escolha para os 24 produtos?

Quando criámos a primeira plataforma 100% digital de mediação de seguros em Portugal, sustentámos o nosso modelo de negócio na mediação digital de seguros, amparada por literacia financeira. Estamos plenamente convictos que este é um dos fatores distintivos da Mudey. Durante a simulação online, e com base nas informações prestadas pelo cliente, a Mudey apresenta opções de seguro personalizadas, de acordo com as suas necessidades, interesses, ocupação profissional, e até hobbies. O objetivo é que o cliente encontre o seguro mais adequado à sua situação específica, idealmente, por uma conjugação equilibrada entre coberturas de seguro e preço. Depois, informado, opta pelo seguro mais indicado para si. Como exemplo do foco da Mudey em contribuir, de uma forma clara e relevante, para a literacia financeira, temos a recém-lançada calculadora, que permite verificar se existe poupança efetiva, ou não, em transferir o Seguro de Vida Crédito Habitação para fora do Banco.

Qual o objetivo de entrar em empresas? Dirigem-se a Micro? PME? Porquê?

Nestes dois anos de atividade, constatamos que muitos dos utilizadores da plataforma Mudey, eram de facto pequenos empresários, que procuravam uma solução simples e acessível para os seguros das suas empresas. A Mudey Empresas surge para dar resposta a este segmento empresarial, garantindo que encontram uma forma de pesquisar, contratar e gerir os seus seguros de forma totalmente digital, com linguagem simplificada e acessível. Sabemos que a proposta da nossa plataforma é, sobretudo, interessante para as micro e pequenas empresas, que representam 99,3% do tecido empresarial português, com mais de 1,4 milhões de empresas. Apesar de os níveis de literacia financeira dos pequenos empresários portugueses terem mostrado bons resultados, num inquérito recente da OCDE, estas empresas continuam a enfrentar maiores dificuldades no acesso a recursos humanos e técnicos ligados à área financeira. No caso particular dos seguros, sentimos que existe ainda uma lacuna no acesso a informação simples, diretamente pensada, nas condições e na linguagem, para empresas de micro e pequena dimensão. Assim, mais do que ser a plataforma tecnológica que traz essa simplificação aos processos, acreditamos que conseguiremos ser um real apoio às empresas e empresários que procuram não só garantir os seguros obrigatórios para a sua empresa, mas também investir naqueles que, cada vez mais, são vistos como regalias, que integram o pacote salarial dos colaboradores, como é o caso dos seguros de saúde e de vida.

E que outros seguros vão oferecer a empresas?

Coberturas pensadas diretamente para elas – seguro contra riscos cibernéticos, seguro de saúde e de acidentes de trabalho. E, claro, o seguro Vida Grupo – a mais diferenciadora oferta da Mudey Empresas.

Os resultados, numa empresa jovem e da tipologia da MUDEY, devem ser aferidos pelo crescimento do número de seguros no portefólio, seguradoras parceiras, serviços e utilizadores

Quais os objetivos que tem em negócio na oferta para empresas? A captação será apenas online? Ou por métodos de captação de clientes mais tradicionais?

Estamos a dar os primeiros passos na Mudey Empresas, já com algumas empresas como clientes e com muitas outras interessadas no serviço. A captação de novos clientes empresariais é feita de duas formas: em primeiro, online e diretamente na plataforma da companhia, tal como já acontece com os clientes particulares. A segunda passa por parcerias com players estratégicos B2B com ligação a empresas, através dos quais a Mudey, via sua plataforma, disponibiliza a compra e gestão de seguros com a simplicidade, a acessibilidade e a transparência que a caracteriza.

Têm alguma preocupação especial com o pós-venda ou deixam esse trabalho para as seguradoras que receberam os seguros?

O pós-venda é muitíssimo relevante para a Mudey. É nossa convicção que a fidelização do cliente passa por um pós-venda excelente, com um acompanhamento próximo, constante quando necessário e direcionado. Em simultâneo, defendemos uma concreta separação de responsabilidades na cadeia de valor – “a cada um o que lhe pertence”. Esta definição é fundamental para existir clareza para o consumidor final. Como exemplo, acompanhamento e contacto direto com a cliente a cargo da mediação, e análise de risco e gestão de sinistros a cargo das seguradoras.

Como asseguram a ligação direta aos clientes? 100% online?

Assentamos num modelo digital de distribuição de seguros, robustecido por um suporte omnicanal. Os nossos utilizadores podem contactar-nos através de diversos canais, como chat, WhatsApp, e-mail e telefone. Desta forma, o nosso serviço está disponível 24/7 e em qualquer lugar, adaptando-se às necessidades e ritmo de cada utilizador.

A empresa tem pelo menos 3 negócios? Tecnologia, apoio a mediadores independentes e venda direta ao público?

A Mudey tem um propósito: a mediação digital de seguros. Isso importa tecnologia, clientes e parceiros de co-mediação e seguradoras

Já conseguem ter outros mediadores a trabalhar através da Mudey?

Durante os últimos 18 meses tivemos vários contactos, o que nos levou a repensar a nossa atuação nesta área. Teremos novidades ainda este ano.

Os resultados, em 2020 e 2021, foram bastante negativos devido a ser fase de investimento? Como foi 2022 em receitas, custos, capitais e resultados?

Somos uma insurtech. Como previsto, concentrámos o esforço inicial no desenvolvimento da plataforma online de mediação de seguros, ímpar no mercado. A tecnologia, como é sabido, tem um custo. No nosso entender, os resultados, numa empresa jovem e da tipologia da Mudey, devem ser aferidos pelo crescimento do número de seguros no portefólio, seguradoras parceiras, serviços e utilizadores. Os resultados atingidos, até agora, deixam-nos confiantes de que estamos a progredir no sentido certo.

Quais os produtos-estrela?

Na Mudey Empresas, estamos certos de que será o Seguro Vida Grupo, por ser uma proposta de contratação simples e com valores interessantes para as empresas. Já nos seguros dedicados a particulares, os obrigatórios (casa, vida crédito) mantêm sempre uma procura estável e, desde o nosso início de atividade, que os seguros ligados à segurança pessoal (saúde, nomeadamente) são um franco destaque. Para além disso, temos seguros que se evidenciam de forma mais sazonal, como é o caso dos seguros de viagens.

Estamos focados em fazer crescer a nossa área de parcerias estratégicas B2B. Para além disso, a consolidação e crescimento no mercado nacional mantém-se como prioritária, apesar de estarmos a dar os primeiros passos junto de parceiros internacionais, nomeadamente, no Brasil.

O que pensa do futuro? O mercado? A empresa? Os produtos? Novos clientes particulares e empresas? Parcerias novas? Acionistas?

Estamos bastante confiantes relativamente ao futuro, pois acreditamos ter uma proposta de serviço e de valor para o futuro. Ou seja, a digitalização, que se tornou uma necessidade para o setor mediador e segurador, será um caminho de continuidade, com cada vez maior integração entre os vários intervenientes da cadeia de valor, para uma resposta mais imediata e ajustada aos clientes. Porém, estamos certos de que esta confiança tem de refletir-se em passos estáveis de evolução progressiva. Neste momento, estamos focados em fazer crescer a nossa área de parcerias estratégicas B2B. Para além disso, a consolidação e crescimento no mercado nacional mantém-se como prioritária, apesar de estarmos a dar os primeiros passos junto de parceiros internacionais, nomeadamente, no Brasil.

O negócio está a correr conforme previsto?

O primeiro objetivo foi alcançado: no primeiro ano de atividade, em julho de 2020, chegar aos 5 mil utilizadores. E o segundo superado: em fevereiro deste ano, alcançámos o número de 20 mil utilizadores, que estava previsto para julho de 2023. Otimistas com o futuro da Mudey, definimos um novo objetivo, o de chegar aos 60 mil utilizadores em dezembro de 2024.

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Senado brasileiro quer reformular setor dos seguros

  • ECO Seguros
  • 26 Março 2023

O Senado do Brasil desarquivou um projeto-lei que propõe reformulação do setor de seguros. A iniciativa unifica regras que concernem consumidores, corretores, seguradoras e órgãos reguladores.

Em votação simbólica, o Plenário do Senado brasileiro aprovou, na passada terça-feira, requerimento de reabertura do projeto-lei PLC 29/2017, que regula os contratos do setor de seguros privados no país, e visa unificar regulamentação, e que concerne consumidores, corretores, seguradoras e órgãos reguladores.

“O PLC protege seguradoras, segurados, empresas e pessoas físicas, assim como corretores. Este trará transparência e segurança. O projeto é equilibrado e significará um grande avanço”, acredita Ernesto Tzirulnik, sócio fundador e presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Seguro (IBDS).

O projeto aborda princípios, carências, prazos, prescrição, de condutas específicas para seguros individuais e coletivos, bem como de deveres e responsabilidades dos segurados e das seguradoras.

O presidente da Confederação das Seguradoras (CNSeg) acredita que é necessário discutir ainda pontos-chave. “O projeto ficou parado durante cinco anos, período em que aconteceram muitas mudanças no setor de seguros”, comentou, em conferência de imprensa.

Ernesto Tzirulnik, sócio fundador e presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Seguro (IBDS), disse à publicação especializada Sonho Seguro: “não há regra alguma antiquada. Foram revistas em 2017. O PLC protege seguradoras, segurados, empresas e pessoas físicas, assim como corretores. Este trará transparência e segurança. O projeto é equilibrado e significará um grande avanço”.

O advogado Walter Polido, especializado em responsabilidade civil e que trabalhou 24 anos no IRB Brasil, a única resseguradora no Brasil até 2007, e 10 anos na Munich Re, afirma que há artigos no referido PLC 29/17, que, diante da transformação regulatória altamente positiva que a Superintendência de Seguros Privados (Susep) promoveu entre 2019-2022, destruirão as vantagens obtidas, fazendo o mercado de seguros “retornar ao passado, depois de anos de boas transformações”.

“É necessário entender que o PLC 29/17, se traz determinados aspetos modernizadores para o setor de seguros, por outro lado, retrocede, prejudicando-o”.

Polido cita, por exemplo, os riscos. “Sem distinção alguma em relação aos seguros massificados, o PLC determina que as seguradoras somente poderão oferecer condições de coberturas previamente registadas na Susep, contrariando a regulamentação vigente, que estabelece a possibilidade de negociar caso a caso, como ocorre no mundo todo, sem registo dos clausulados na Susep. O registo prévio ‘engessa’ e ‘padroniza’ as garantias para riscos que são naturalmente desiguais, reduz a criatividade do mercado e burocratiza a operação da iniciativa privada”, afirmou o advogado.

O texto, que prossegue, desde 2004, no Congresso Nacional, divide opiniões. Aborda ainda formatação de contratos, com o objetivo de maior transparência nas regras e nos termos usados, até ao pagamento de prémios, valores de garantia e indemnizações.

  • a atividade seguradora será exercida de modo que se viabilizem os objetivos da República, os fins da ordem económica e a plena capacidade do mercado interno nos termos da Constituição Federal;
  • estipula que o Poder Executivo da União terá competência para expedir atos normativos, atuando em proteção dos interesses dos segurados e seus beneficiários;
  • considera integrantes da atividade seguradora, além dos contratos de seguro, os necessários à sua plena viabilidade, como o resseguro e a retrocessão;
  • aponta instrumentais à atividade seguradora, às corretagens de seguros e resseguros.

O projeto de lei serviu de base para países como Portugal, França, Itália, Argentina e Peru, aponta o advogado Ernesto Tzirulnik, presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Seguro (IBDS). “Houve muitas discussões e muitas audiências públicas, e o texto foi sendo aperfeiçoado por uma série de substitutivos”, explica.

Em de abril de 2017, o PL obteve um parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça, mas foi arquivado no Senado Federal no ano passado, sendo reativado agora.

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PCP diz que sem fixação de preços contra especulação medidas “são paliativos”

  • Lusa
  • 26 Março 2023

Secretário-geral do PCP defende que IVA zero “são paliativos que se perderão ao longo do tempo”.

O secretário-geral do PCP defende que a medida que pode fazer frente à especulação e travar o aumento dos preços é a fixação destes, considerando que o resto “são paliativos que se perderão ao longo do tempo”.

Paulo Raimundo falava hoje perante um pavilhão cheio de militantes, no almoço comemorativo do 102.º aniversário do PCP, que decorreu em Corroios, no concelho do Seixal, distrito de Setúbal.

O ‘IVA zero’ para os bens essenciais, adiantou, não resolverá o problema central da especulação nem reduzirá os preços dos bens essenciais aos níveis que se impõe, tendo o mesmo acontecido com a redução do imposto sobre produtos petrolíferos (ISP), nos combustíveis.

“Afirma o Governo que está em negociação com a distribuição, é caso para dizer que o Governo está com uma grande ‘fezada’ na sensibilidade social da grande distribuição. Uma ‘fezada’ que não tem nenhuma sustentação na sua prática relativamente aos preços e muito menos no que toca aos salários dos seus trabalhadores”, disse.

Mas, adiantou o líder comunista, se o Governo está disponível para avaliar o IVA, “então concretize, tal como o PCP propõe há muito, a redução do IVA na eletricidade, no gás e nas telecomunicações”.

Relativamente aos apoios do Governo a famílias vulneráveis, Paulo Raimundo disse serem importantes mas limitados defendendo que o que realmente se impõe é o aumento dos salários, reafirmando a ideia do PCP que se trata de uma emergência nacional.

“O aumento dos salários é uma emergência nacional, que reponha o poder de compra que todos os meses é perdido e não só os 60 cêntimos que o Governo se disponibiliza a dar à administração pública. Façam as contas e verão de quanto são limitadas e insuficientes as medidas agora avançadas”, disse.

Paulo Raimundo acusou PS, PSD, CDS, IL e Chega de estarem alinhados em tudo o que é central e decisivo, classificando-os como uma orquestra que toca a mesma melodia concretizando os objetivos de quem considera que decide efetivamente, os grupos económicos.

“Uma orquestra que toca sempre a mesma melodia afinada pelo diapasão dos verdadeiros maestros que são os grupos económicos. Uns cumprem o turno da governação, outros anseiam por ela, outros batem os pratos e outros tocam violino”, disse Paulo Raimundo, adiantando que cada um cumpre o seu papel nesta orquestra “que inferniza a vida da grande maioria da população”.

Paulo Raimundo reforçou a imagem, afirmando que uns são mais acelerados, outros mais contidos, mas todos tocam a mesma música enquanto as condições de vida para a esmagadora maioria da população se degrada.

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Dojo, a loja autónoma da Sensei onde se treina o algoritmo para o retalho do futuro

Num investimento de 2 milhões de euros, a Sensei inaugurou um laboratório onde potenciais clientes e investidores podem testar as potencialidades da tecnologia ao serviço das lojas sem caixas.

Em tudo parece um supermercado normal mas, na Dojo paga-se sem passar pela caixa e os ‘funcionários’ são câmaras e sensores que detetam o que os clientes colocam na sua cesta. É a maior loja autónoma criada pela portuguesa Sensei. Um verdadeiro showroom tecnológico onde se pode vislumbrar por onde poderá passar o futuro do retalho.

Dojo é um sítio onde se pratica artes marciais. No caso da loja da Sensei é um laboratório onde se treina o algoritmo para o que será o retalho no futuro. Cada vez mais autónomo. Criado em conjunto com a Hewlett Packard Enterprises (HPE), num investimento de cerca de 2 milhões de euros (cofinanciado pela União Europeia), o espaço de 500m2 pretende demonstrar que a tecnologia desenvolvida pela scaleup portuguesa — e já visível, por exemplo, no Continente Lab, no Arco do Cego, em Lisboa — é escalável e está preparada para qualquer dimensão, desde um supermercado de rua com 150m2, a um hipermercado com mais de 1.500m2.

O espaço é, em todos os aspetos, um supermercado. Mas está rodeado de uma malha tecnológica invisível. Acima das prateleiras, fora do alcance da vista, 450 câmaras, espalhadas pela loja, identificam o cliente a partir do momento em que entra no local e acompanham-no enquanto faz as suas compras. Sensores embutidos nas prateleiras detetam quando um produto é retirado, sendo toda a informação recolhida enviada para servidores HPE ProLiant, através dos quais os modelos de Inteligência Artificial da Sensei processam grandes quantidades de dados em tempo real.

http://videos.sapo.pt/cQPyKFcTkwz8ebMUhdmI

À saída, o cliente nem tem de passar por uma caixa. Linhas separam os clientes por meio de pagamento sem a necessidade de qualquer colaborador. O cliente pode escolher entre pagamento, em numerário, com cartão de débito ou crédito, ou ainda através de uma aplicação associada a um cartão. Além disso, a Dojo conta com um terminal de pagamento automático, sendo este interativo e capaz de assistir utilizador nos passos a tomar. Em nenhum momento irá encontrar quaisquer cancelas à entrada ou na saída.

O resultado, é uma “experiência sem fricções à entrada” e “intuitiva” com opções de pagamento “100% inclusivas” à saída, garante o CEO e cofundador, Vasco Portugal, ao ECO.

A malha tecnológica que envolve a loja permite saber à saída quais os produtos que um determinado cliente leva, sem a necessidade de fazer um scan, bem como qual o stock de artigos disponível a qualquer momento, facilitando a sua reposição. A vantagem do uso de IA é que, além de permitir uma experiência de retalho mais fluida, dá ainda insights sobre os padrões de consumo dos potenciais clientes e os seus hábitos de compra.

O projeto surge numa altura em que a scaleup nacional — uma das oito a integrar o programa da fábrica de unicórnios — está a dar impulso ao seu processo de internacionalização, tendo já fechado acordo com um retalhista alimentar brasileiro, o Grupo Muffato, a sexta maior cadeia de supermercados no Brasil, marcando a entrada da empresa portuguesa na América Latina.

A Sensei já recebeu um investimento total de 6,1 milhões de euros (Techstars, Seaya Ventures, Iberis, Bright Pixel, Ideias Glaciares e alemã METRO AG) e, ambiciona agora, entrar em cinco novos países e crescer a sua equipa de cerca 40 para 100 pessoas.

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