Programa de Recapitalização Estratégica do Banco de Fomento perde mais uma empresa. É a terceira

Inapal Metal entra na listas das empresas a apoiar pelo Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) no âmbito da Recapitalização Estratégica. Solana Fruits desistiu da recapitalização.

Não há duas sem três. O Programa de Recapitalização Estratégica perdeu mais uma empresa beneficiária. Desta vez foi a Solana Fruits, que perdeu o interesse em avançar com a operação, ao que o ECO apurou. Mas entrou para a lista a Inapal Metal.

Inicialmente foram aprovadas candidaturas de 12 empresas (a 30 de junho de 2022) para beneficiar, no âmbito do Quadro Temporário de Auxílio Estatal, do apoio do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) para reforço de capital e ajuda à solvência. A chamada janela B do Programa de Recapitalização Estratégica apenas podia apoiar empresas viáveis.

Ainda antes de ser assinado o primeiro contrato e já Mário Ferreira, da Pluris e acionista do ECO, desistia do apoio que consumia mais de metade da dotação destinada a estas empresas. O empresário optou por vender ativos para recapitalizar a empresa devido à pressão mediática em torno da operação. Depois foi a vez da Orbitur, que se candidatara a 1,95 milhões de euros. A razão? A “evolução bastante favorável da sua atividade” no verão, como noticiou o Público.

Agora, de acordo com o balanço mais recente da instituição, que data de quarta-feira da semana passada, a Solana Fruits deixou de constar da lista de empresas beneficiárias, libertando assim mais 2,35 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR). Porquê? Porque a “Solana Fruits SGPS SA alterou a sua composição acionista no final do ano passado, não existindo da atual estrutura interesse em dar continuidade ao processo”, explicou ao ECO Nuno Pereira, o presidente executivo desta empresa do setor agrícola.

A Solana Fruits SGPS SA alterou a sua composição acionista no final do ano passado, não existindo da atual estrutura interesse em dar continuidade ao processo.

Nuno Pereira

CEO da Solana Fruits

A Solana Fruits foi fundada pelo Grupo Hubel, “mas atualmente não integra o perímetro” deste grupo, “sendo o seu acionista maioritário o Fundo Vallis Sustainable Investments”, como disse ao ECO Tiago Andrade, o diretor-geral do Grupo Hubel. Este é “um grupo de empresas de capitais familiares”, que “integra no seu perímetro, entre outras, as empresas Hubel Verde, a Hubel Engenharia e Sustentabilidade e a Hubel Infraestruturas e Serviços”, explicou. Ora a Solana Fruits era, originalmente, a Hubel Agrícola SGPS.

Mas o Fundo Vallis já desinvestiu da Solana em 2022, como se pode ler no site do Fundo.”O Fundo investiu pela primeira vez na Solana em 2012, tendo em vista o aumento da capacidade de produção de 13 para 47 ha e a construção de estufas inovadoras. Uma vez concluída a expansão da área de produção, a Solana Fruits concentrou-se na diversificação de clientes, variedades produzidas e mercados”, lê-se no site do Fundo. O ECO pediu mais detalhes sobre os novos investidores a Nuno Pereira, mas o CEO explicou que estão “enquadrados por um non-disclosure agreement” que não os “permite partilhar detalhes”.

O leque de empresas, a beneficiar do apoio do Programa de Recapitalização Estratégica, não ficou reduzido a nove, porque entrou uma nova empresa para a lista: a Inapal Metal. Assim, os apoios a conceder baixaram apenas em 1,28 milhões porque a empresa, fundada em 1973, só está a ir buscar 1,06 milhões ao Fundo já que tem um coinvestidor que entra com mais 457 mil euros.

O ECO questionou o Banco de Fomento sobre se esta empresa – que produz peças estampadas e embutidas, suportes de baterias, apoios de motor, suportes de suspensão, estruturas de assentos, componentes para airbags, componentes para carroçaria, componentes para assentos e barras estabilizadoras – viu a sua candidatura aprovada no âmbito da janela B ou A do programa. Mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.

Ou seja, as restantes empresas, que constam da lista, foram escolhidas ao abrigo do quadro temporário de auxílios de Estado Covid-19 (Janela B) e para serem elegíveis tem de apresentar uma quebra de vendas de, pelo menos, 15% em 2020 ou 2021 face ao ano de referência de 2019; resultados líquidos negativos em, pelo menos, um dos exercícios económicos de 2020 ou 2021; e fluxo de caixa negativo em, pelo menos, um dos exercícios económicos de 2020 ou 2021. Mas as candidaturas tinham de ser entregues até 30 de junho precisamente por causa do quadro temporário de auxílios.

Mas, a Inapal Metal pode já ter visto a sua candidatura aprovada no âmbito da janela A que, de acordo com as informações do Banco Português de Fomento a 12 de janeiro, ainda não tinha candidaturas aprovadas. Consequentemente os prazos para investimento foram dilatados para 30 de junho de 2023, após a republicação do aviso a 29 de dezembro. As regras ditam que as verbas libertadas da janela B transitam para a janela A que, em conjunto, têm uma dotação de 400 milhões de euros.

Para serem elegíveis para a Recapitalização Estratégica no âmbito da janela A as empresas têm de ser viáveis, terem contabilidade organizada, terem um plano de negócios que sustentem a viabilidade operacional e financeira da empresa no médio/longo prazo após a realização do investimento, não ter dívidas ao Fisco ou à Segurança Social ou relativas a fundos europeus.

Em meados de janeiro, o Banco de Fomento tinha 39 candidaturas em análise, que representam um investimento de 187,61 milhões de euros caso venham a ser aprovadas. O ECO pediu ao Banco de Fomento o balanço mais recente do número de candidaturas, mas não obteve resposta.

Este balanço do Banco de Fomento de 1 de fevereiro também dá conta da assinatura do contrato com a Viagens Abreu, tal como o ECO já tinha avançado em primeira mão.

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5 coisas que vão marcar o dia

Costa e Zelensky no Conselho Europeu em Bruxelas. Greve em todos os setores vai provocar perturbações. INE revela o salário médio dos trabalhadores portugueses.

Prepare-se para um dia de perturbações nos serviços por causa da greve geral convocada pela CGTP. Fora de Portugal, o foco estará no Conselho Europeu especial, com a presença de Zelensky. No plano dos dados económicos, o Instituto Nacional de Estatística (INE) atualiza os dados do salário médio mensal e o organismo homólogo alemão estima a evolução da inflação em janeiro na maior economia da União Europeia (UE). Nos mercados, espere mais um dia atarefado de apresentações de resultados trimestrais.

Costa e Zelensky no Conselho Europeu

Arranca esta quinta-feira um Conselho Europeu especial de dois dias para discutir a guerra da Ucrânia, a economia europeia e as migrações. Portugal faz-se representar pelo primeiro-ministro António Costa, que confirmou no Parlamento esta quarta-feira aquilo que já se especulava em Bruxelas: o encontro vai ter a presença do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Além da ajuda aos ucranianos e do processo de adesão da Ucrânia à UE, os líderes deverão discutir a possível flexibilização das ajudas de Estado na UE para responder às medidas protecionistas da Administração Biden do outro lado do Atlântico.

Dia de greve em todos os setores

Internamente, esperam-se perturbações nos serviços em quase todos os setores. A CGTP convocou um “dia nacional de indignação, protesto e luta” pelo aumento geral dos salários, controlo dos preços, regulação dos horários de trabalho, defesa da contratação coletiva, entre outras reivindicações. Os transportes serão um dos setores mais afetados, sendo pouco provável que consiga viajar de comboio em Portugal. Mas está longe de ser o único.

INE mostra quanto recebem os portugueses

No final do terceiro trimestre de 2022, a remuneração bruta total mensal média por trabalhador em Portugal era de 1.353 euros, um aumento de 4% face ao mesmo período do ano anterior. Esta quinta-feira, o INE prevê atualizar estes dados com a evolução referente ao quarto trimestre, dando detalhes sobre os salários médios que são pagos no mercado de trabalho do país. Os cálculos têm em conta os muitos milhões de trabalhadores portugueses que são beneficiários da Segurança Social ou subscritores da Caixa Geral de Aposentações.

Alemanha mede o pulso à inflação

O organismo oficial de estatística da Alemanha divulga esta quinta-feira de manhã a estimativa do Índice de Preços no Consumidor em janeiro, permitindo aferir a evolução da inflação na maior economia da UE. Em dezembro, a taxa de inflação homóloga recuou para 8,9%, em comparação com os 10% calculados para novembro. Janeiro poderá trazer uma ligeira aceleração, mês em que o Governo alemão estimou que a inflação deverá fechar 2023 nos 7%. Até lá, muito pode acontecer.

Investidores atentos a resultados

Depois da volatilidade causada pelas declarações do presidente da Fed na terça-feira, perspetiva-se que os mercados voltem gradualmente o foco para a temporada de apresentação de resultados trimestrais atualmente em curso. Entre as companhias que vão prestar contas aos acionistas esta quinta-feira estão algumas bem conhecidas, como Toyota, PepsiCo, L’Oreal, AstraZeneca, Philip Morris, Siemens, PayPal e Credit Suisse, entre muitas outras. Mas quem também vai apresentar resultados é a Euronext, o grupo que gere a bolsa de Lisboa.

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Tarifas da água devem subir em média 2% em 2023, alerta regulador

Aumentos tarifários superiores a 2% podem justificar-se, indica a presidente do regulador, Vera Eiró. Mas a decisão cabe aos municípios.

A Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR) calcula que parte da tarifa que chega aos consumidores, a chamada tarifa em alta, deve ser atualizada, em média, em torno dos 2% em 2023. “Os custos na baixa são diferentes e podem justificar aumentos tarifários superiores”, indica a presidente da entidade, Vera Eiró. Mas a decisão cabe aos municípios. O regulador, no que diz respeito às tarifas, tem apenas o papel de recomendar de acordo com a avaliação que faz de cada uma das entidades gestoras em baixa.

“Nós temos o setor dividido em alta e em baixa. A alta está relacionada com a captação e tratamento na origem. Depois chega à baixa, para os municípios distribuírem pelos consumidores”, explica a presidente.

Ora, os 2% que a entidade estima como o aumento, que deveria acontecer em alta, correspondem à inflação associada a estes serviços, mas também à evolução contínua e aperfeiçoamento dos serviços, uma vez que “há atividades que têm que ser desenvolvidas e que vão implicar maiores custos de operação, tanto na área do abastecimento de água, saneamento, mas também de gestão de resíduos urbanos”, continua.

Questionada sobre se 2%, em média, é um aumento ajustado à realidade do setor, Vera Eiró responde que “depende muito de sistema para sistema”, mas reitera que “pelo menos o aumento da alta deve ser contabilizado na baixa, porque isso é um custo que aumenta”.

As declarações da presidente da ERSAR foram feitas no âmbito de uma entrevista dada ao Capital Verde, a ser lançada na edição deste ano do Yearbook, a revista anual do Capital Verde, e que será posteriormente publicada no site.

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Portugal é dos países que menos ajudas de Estado concede

Auxílios de Estado serão um dos temas fortes do Conselho Europeu que arranca esta quinta-feira, com alguns países a oporem-se a uma flexibilização e outros a temerem que crie ainda mais desigualdades.

O tema das ajudas de Estado está quente na União Europeia e será um dos temas fortes no Conselho Europeu desta quinta e sexta-feira, onde os líderes dos 27 Estados-membros vão discutir a forma de responder à Lei de Redução da Inflação dos EUA. Só que mesmo dentro UE há uma grande desigualdade na utilização destes auxílios públicos, com países como Portugal a ficarem muito longe dos gigantes europeus.

Dados da Comissão Europeia mostram que Portugal concedeu 2.381 milhões de euros em ajudas de Estado ao abrigo do Quadro Temporário de Crise, aprovado em março de 2022, para apoiar a economia na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia. O montante nacional equivale apenas a 0,35% do total de auxílios atribuídos na UE. Um peso que é baixo do ponto de vista relativo, tendo em conta que o PIB português representou 1,5% do total dos 27 Estados-membros em 2020 (que foi um ano de crise mais aguda no país), de acordo com o Eurostat.

Portugal é, de resto, um dos países que menos recorre a auxílios de Estado, o que não é alheio às restrições orçamentais que obrigam a reduzir o défice e a dívida pública. O State Aid Scoreboard 2021 da Comissão Europeia, divulgado em setembro último, mostra que o país foi o 12º que menos ajudas de Estado concedeu em percentagem do PIB em 2020, ano marcado pelas ajudas para combater os efeitos da pandemia e para as quais a UE também criou um quadro excecional. Excluindo as medidas da Covid-19, Portugal é o quarto país em que os apoios à economia mais caíram (-11,5%). É também um de quatro países em que o valor nominal das ajudas foi em 2019 mais baixo do que em 2010. Os outros são a Grécia, Irlanda e Chipre.

Já as maiores economias beneficiam desproporcionadamente. Os dados, ainda provisórios, relativos ao quadro temporário adotado após guerra na Ucrânia mostram que a Alemanha concedeu 52,92% das ajudas de Estado, muito mais do que o seu peso no PIB da UE (25,1%) em 2020. A França vem em segundo com 24,04%, também mais do que os 17,2% que a sua economia representa no conjunto da UE. Juntos representam 77% do bolo, uma supremacia que se acentua. Segundo o State Aid Scoreboard, a Alemanha atribuiu 36% das ajudas de Estado na UE em 2020 e a França 16,7%, somando 52,7%.

Tudo o que possa pôr em causa o normal funcionamento do mercado interno favorece os países que têm mais capacidade orçamental, resultando numa vantagem competitiva para as suas empresas em detrimento das concorrentes dos países com menos capacidade.

Francisco Seixas da Costa

ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus

Os dados ilustram o receio de alguns países de que uma nova flexibilização das regras de ajudas de Estado vá beneficiar sobretudo as grandes economias, retirando competitividade às pequenas. “Tudo o que possa pôr em causa o normal funcionamento do mercado interno favorece os países que têm mais capacidade orçamental, resultando numa vantagem competitiva para as suas empresas em detrimento das concorrentes dos países com menos capacidade”, considera Francisco Seixas da Costa, antigo secretário de Estado dos Assuntos Europeus. “Ao longo do tempo verificamos que a França e a Alemanha têm mais facilidade em convencer a UE sobre a atribuição de ajudas de Estado. É a capacidade que os grandes da UE têm em ser úteis a si próprios”, acrescenta.

O Governo português está no grupo dos que defende claramente uma mudança das regras, mas que é necessário acautelar desigualdades. “É imprescindível no atual contexto que haja uma flexibilização das ajudas de Estado, que sejam focadas nos setores em risco de perda de competitividade”, defendeu o primeiro-ministro esta quarta-feira no Parlamento, no debate que antecede o Conselho Europeu. António Costa defendeu ainda que “as ajudas de Estado não devem comprometer a integridade do mercado interno e devem evitar a sua fragmentação”, lembrado que “elas dependem da diferente capacidade orçamental dos Estados, o que cria necessariamente essa fragmentação”.

O chefe de Governo defendeu duas medidas para contrariar estes riscos, propostas por Portugal e que constam da comunicação da Comissão Europeia sobre o tema. Uma é a garantia de que se um Estado-membro atribui ajuda a uma empresa com presença noutros Estados-membros não pode existir uma deslocalização da atividade, assegurando a manutenção da capacidade produtiva. No fundo, impedir que aconteça na UE o que se quer evitar em relação aos EUA. A outra é uma majoração do limites às ajudas de Estado quando se formam consórcios entre países, em particular entre países de pequena e média dimensão, ajudando a equilibrar a capacidade orçamental diferenciada.

Nas prioridades do Governo está também o “reforço das condições de financiamento às empresas europeias”, com a criação de uma espécie de fundo soberano, que António Costa entende que não deve ter financiamento apenas dos Estados mas através de dívida da própria UE, um tema sempre fraturante no bloco. O primeiro-ministro defende que, numa fase inicial, se recorra às verbas não usadas do NextGenerationEU e do RepowerEU. “O mecanismo das ajudas de Estado tem de ser complementado com a existência deste financiamento comum”, sustentou no Parlamento.

A discussão segue esta quinta-feira e sexta-feira em Bruxelas, onde a par da participação de Volodymyr Zelensky e o tema das migrações, os 27 se vão debruçar sobre “como assegurar a competitividade a longo prazo, a prosperidade e o papel dos EUA no palco global”, segundo o resumo da agenda. É aqui que entra o Green Deal Industrial Plan, a resposta da Comissão Europeia à Lei de Redução da Inflação dos EUA (IRA, na sigla inglesa) para evitar que novos investimentos e até fábricas já existentes migrem para o outro lado do Atlântico, seduzidos por 369 mil milhões de dólares em subsídios à economia verde.

É inevitável que a União Europeia tenha uma política industrial, que não pode ser financiada só pelas empresas. Têm de ser também os Estados a apoiar.

Pedro Siza Vieira

Ex-ministro da Economia

Dentro do Green Deal Industrial Plan está o Net-Zero Industry Act, que cria um novo quadro de flexibilização das ajudas de Estado para os investimentos relacionados com a transição energética. Nem todos os Estados-membros acolhem a proposta de braços abertos, com os países nórdicos, a Bélgica e a Holanda entre os tradicionais opositores às distorções na concorrência e no mercado interno. Mesmo dentro da Comissão Europeia há visões diferentes. A dinamarquesa Margrethe Vestager (que tem a pasta da Concorrência), o letão Valdis Dombrovskis e o holandês Frans Timmermans escreveram um artigo de opinião no Financial Times onde defendem que “não devemos deixar que a resposta à Lei da Redução da Inflação ameace a existência de mercados funcionais e justa concorrência” e que é necessário “manter uma atitude aberta ao comércio global”. Como grande exportadora, a UE tem a ganhar com uma economia global funcional, argumentam.

“É inevitável que a União Europeia tenha uma política industrial, que não pode ser financiada só pelas empresas. Têm de ser também os Estados a apoiar”, defende Pedro Siza Vieira, apontando que foi o que fizeram os chineses e norte-americanos. O antigo ministro da Economia defende que se repliquem os Important Projects of Common European Interest (IPCEI), usados para o hidrogénio e as baterias, “concedendo auxílios de Estado no contexto de tecnologias emergentes”, que se não forem desenvolvidas na Europa terão de ser compradas à China ou aos EUA. Considerando que “toda a economia europeia beneficia se os grandes estiverem mais fortes”, defende também que “os auxílios sejam condicionados à inclusão de empresas de países da convergência através de consórcios”. “Vamos aceitar a mudança de paradigma mas condicionar a que tenha disseminação pelo espaço europeu”, reitera.

A Business Europe, uma confederação de associações empresariais europeias, deixou quarta-feira um apelo aos líderes dos 27 Estados-membros. Salientando que estão já fragilizadas pelo choque assimétrico da guerra na Ucrânia e os preços elevados da energia, “os incentivos e subsídios de alguns dos principais parceiros comerciais da Europa está a levar para fora o investimento”. “Os líderes europeus têm de melhorar urgentemente as condições de investimento na União Europeia para fortalecer a competitividade das companhias europeias, fazer a descarbonização e dar uma resposta credível à Lei da Redução da Inflação americana“, diz o comunicado da Business Europe.

Só que enquanto os subsídios de Joe Biden já estão no terreno, a flexibilização das ajudas de Estado na UE ainda vai demorar a chegar. Num encontro esta semana com o ministro das Finanças Português, a ministra dos Assuntos Económicos espanhola, Nadia Calviño, disse que espera que a Comissão Europeia apresente um projeto legislativo, o quanto antes, para se chegar a um acordo na segunda parte do ano”, quando Espanha ocupa a presidência rotativa da UE.

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CCR transfere controlo da CCR Re

  • ECO Seguros
  • 9 Fevereiro 2023

A CCR continua a ser um parceiro minoritário na sua própria filial, juntamente com um consórcio que lidera agora a segunda maior companhia resseguradora internacional em Paris.

A CCR celebrou, nesta quarta-feira, um acordo exclusivo com o consórcio formado pelas seguradoras SMA BTP e MACSF, com vista a transferir o controlo da CCR Re, a sua filial de resseguro. A venda deverá estar concluída no final do primeiro semestre de 2023, na sequência do processo de informação e consulta dos organismos representativos do pessoal em causa e sujeita à aprovação das autoridades competentes, nomeadamente da Autorité de contrôle prudentiel et de résolution (ACPR).

Criada em 2016 para acolher a atividade de mercado do ressegurador público, a CCR Re é agora propriedade exclusiva do Estado francês. Presente em França e a nível internacional, nos ramos imobiliário e de acidentes, resseguro de vida e certos ramos especializados, tais como crédito, marítimo, aviação, espaço, ou agro, alcançou um volume de negócios próximo dos mil milhões de euros em 2022.

Bertrand Labilloy, atualmente presidente e CEO da CCR Re, continuará a ser o CEO até nomeação de novo presidente.

A atual operação prevê a venda pela CCR de 70% do capital da CCR Re em primeira instância, a sua avaliação com base no capital próprio económico aproxima-se dos 1 bilião de euros antes de um aumento de capital. No âmbito do consórcio, três quartos do capital serão atribuídos à SMA BTP, sendo o trimestre restante atribuído ao MACSF.

As participações serão diretas na CCR Re, sem a constituição de uma holding intermediária. O aumento de capital de 200 milhões será totalmente financiado pelo consórcio, subindo assim a sua participação para 75%. A CCR tornar-se-á um parceiro minoritário, com uma participação de aproximadamente 25%, juntamente com o consórcio.

A empresa-mãe concordou com uma promessa de venda, permitindo a venda da sua participação remanescente em 2026. A SMA BTP, como acionista maioritário, assumirá então o controlo da CCR Re. “O desenvolvimento do CCR Re vai permitir-lhe tornar-se o segundo maior ator no resseguro internacional em Paris, depois do Scor”, sublinha Jacques Le Pape, Presidente do CCR.

A atual gestão da CCR Re permanecerá em vigor. Bertrand Labilloy, atualmente presidente e CEO da CCR Re, continuará a ser CEO até que um presidente seja nomeado pelo consórcio de compradores. O atual pessoal, de 120 funcionários da CCR Re, pode ser complementado por transferências de especialistas informáticos da CCR até ao final de 2024, uma vez que o acordo de serviço inclui o destacamento da plataforma informática AGIR, desenvolvida pela CCR e pela CCR Re, do principal sistema de gestão da CCR.

Realizámos uma consulta aos potenciais acionistas da filial CCR Re e selecionámos uma série de candidatos”, afirmou Jacques Le Pape. Duas excelentes ofertas destacaram-se, a deste grupo de seguradoras mútuas, SMA BTP e MACSF. Ambos os concorrentes tinham um projeto industrial que integrava o plano proposto pela direção da CCR Re. A diferença estava no preço de avaliação”.

Um preço próximo de mil milhões, posicionando o CCR Re como um “unicórnio”. Com o aumento de capital de 200 milhões, a CCR Re atingirá um valor de cerca de 1,2 mil milhões. “Isto é para nós uma grande satisfação, porque este preço está no topo da gama que pretendíamos quando lançámos a operação”, disse Jacques Le Pape, salientando de passagem que as renovações e retrocessões da CCR Re a 1 de janeiro “correram muito bem”.

“O ganho de capital sobre o valor contabilístico da CRR Re chega no momento certo”, disse ele, “num contexto em que o balanço da CCR não era o mais robusto que se poderia desejar, face às reivindicações ligadas às alterações climáticas, que se têm vindo a multiplicar nos últimos anos, e enquanto está sob forte pressão sobre ganhos de capital não realizados em obrigações. Esta transação fortalece o balanço da CCR e proporciona-lhe os meios para lidar com grandes créditos, caso ocorram.

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EACOP: Marsh acusada de violar diretrizes internacionais

  • ECO Seguros
  • 8 Fevereiro 2023

Processos impróprios de aquisição de terras, consultas inadequadas às comunidades afetadas e danos irreversíveis aos ecossistemas locais são alguns dos danos apontados à corretora Marsh no EACOP.

Uma organização não-governamental sediada na Carolina do Norte, nos E.U.A., disse, nesta terça-feira, que apresentou uma queixa ao Departamento de Estado contra a Marsh LLC devido à sua intervenção de corretagem no projeto do oleoduto de 1443 km que atravessa o Uganda e a Tanzânia.

A queixa da Inclusive Development International, apresentada a 10 organizações de direitos humanos e ambientais, sediadas nos países africanos atingidos, alega que a Marsh violou as diretrizes internacionais de conduta empresarial responsável ao servir como corretor de seguros para o oleoduto da África Oriental.

A queixa alega que, ao prestar serviços de corretagem, a Marsh está a contribuir para os danos graves que o projeto EACOP já causou, e os previstos, incluindo processos impróprios de aquisição de terras, consultas inadequadas às comunidades afetadas e danos irreversíveis aos ecossistemas locais.

Várias companhias recusaram envolvimento no projeto EACOP, que consiste na inserção de um oleoduto massivo, que atravessa o Uganda e a Tanzânia, e que exige aquecimento elétrico superior a 50ºC ao longo dos seus 1443 kms.

A Marsh & McLennan Cos. Inc. recusou-se a comentar a queixa, citando a sua política de longa data de não confirmar a identidade dos clientes.

“Estamos empenhados em ajudar as empresas a desenvolver modelos empresariais de baixo carbono e a gerir os riscos associados à transição dos combustíveis fósseis para as energias renováveis”, disse a corretora, em comunicado.

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Seguradoras britânicas aguentam stress test lançado pelo Bank of England

  • ECO Seguros
  • 8 Fevereiro 2023

Entre outras foi testada a possibilidade da Cloud ir abaixo mais de 10 dias, da Bolsa cair 33%, ou de um sismo de grau 7 ocorrer na Califórnia. A simulação abrangeu 54 seguradoras.

A Prudential Regulation Authority (PRA), organismo do Bank of England que controla solvabilidade e capitais necessários de todas as instituições financeiras no Reino Unido, divulgou os resultados do teste de stress de seguros que realizou, em 2022, a 54 seguradoras seguradoras britânicas, 16 especializadas em Vida, 17 de seguros gerais e 21 sindicatos da Lloyd’s. No Reino Unido, a PRA trata de regulação prudencial enquanto a Financial Conduct Authority (FCA) regula a área comportamental, funções que em Portugal são ambas exercidas pela ASF.

Lançado em maio passado, o teste de stress para seguradoras gerais e sindicatos do Lloyd’s avaliou a sua posição de solvência contra um conjunto de catástrofes naturais seguradas e perdas cibernéticas, enquanto as seguradoras de vida examinaram a sua posição de solvência após um cenário económico adverso e um aumento na longevidade.

Dirigindo-se aos participantes no teste, a diretora executiva de supervisão de seguros, Charlotte Gerken, comentou: “os resultados indicam que o setor de seguros do Reino Unido é resiliente aos cenários especificados pela PRA, quando sujeito a uma série de medidas de mitigação”.

“No conjunto dos participantes do IST 2022, a cobertura do requisito de capital de solvência (SCR) do setor de seguros de vida caiu de 162% para 123% e a cobertura de SCR do setor de seguros gerais permanece acima de 120% em todos os cenários.”

A PRA constatou que os impactos de baixa de notações de crédito, choques no mercado imobiliário e melhoria da longevidade no cenário de stress foram as maiores causas do declínio na cobertura de solvência para seguradoras de vida, enquanto o principal atenuante de perdas para seguradoras gerais é o resseguro de terceiros e resseguradores de partes relacionadas.

“Este exercício também identificou algumas lacunas comuns em dados e modelos e destacou exemplos de melhores práticas em gestão de riscos”, acrescentou Gerken.

Testando os extremos

Para além de um cenário de aumento de longevidade dos segurados, no caso das seguradoras Vida os testes incidiram sobre um choque no mercados financeiros e no aumento de longevidade dos segurados. Num primeiro momento, existe uma baixa repentina de taxas de juro e de índices bolsistas para, rapidamente, esta evoluir para uma descida das notas de rating dos ativos financeiros e numa baixa dos ativos imobiliários. Este cenário evolui rapidamente, e, simultaneamente, a liquidez dos mercados baixou significativamente. O valor de SCR (cuja fronteira limite é 100, sendo, valores abaixo deste, preocupantes para a solvabilidade de uma seguradora) baixou no caso do aumento de longevidade, de pouco mais de 160 para 135, e para 123, no caso de aumento de longevidade.

Um segundo cenário de efeitos adversos foi testado nas seguradoras Não Vida relacionado com riscos catastróficos. Foram ensaiadas as situações de uma temporada agressiva de furacões nos Estados Unidos, um terramoto de escala 7 na Califórnia e tempestades e cheias no Reino Unido.

Finalmente, também um grupo de ataques ciber foi experimentado. Uma falha de 10 dias nos principais servidores de Cloud, um roubo de dados generalizado e um ransomware de dimensão sistémica. As seguradoras aguentaram estes choques, a PRA concluiu que está assegurada alguma resiliência nos sistemas e processos, e, principalmente, na gestão de riscos por parte das seguradoras.

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Plataforma da WTW compara riscos ESG em tempo real

  • ECO Seguros
  • 8 Fevereiro 2023

A ESG Clarified usa "bases de dados internas e externas que combinam dimensões como a resiliência financeira, força de trabalho, a reputação corporativa, riscos climáticos e ambientais, entre outras”.

A WTW, especializada em consultoria, corretagem e soluções, anunciou o lançamento da ESG Clarified, uma plataforma analítica que “gera novos insights para ajudar as organizações a compreenderem e a abordarem melhor o risco e exposições climáticas, relativas a sustentabilidade e ESG”, informam em comunicado.

A aplicação incorpora um extenso conjunto de fontes de dados externas e internas de propriedade, numa solução analítica SaaS self-service, que promete analisar e pontuar exposições ESG em tempo real, com vista a compreender métricas financeiras, de capital humano e de reputação. A plataforma compara os riscos ESG de uma organização com os dos seus pares, enquanto gera relatórios sobre exposições relacionadas.

“Procuramos contribuir para que as empresas tenham um mapa mais claro para a sua abordagem em matéria de ESG”, afirmou Nuno Arruda, Head da WTW Portugal.

A WTW apresenta a ESG Clarified como “uma solução abrangente e analítica, sustentada por múltiplas fontes de dados validadas, para ajudar na perceção de tendências, análise de cenários e relatórios”, segundo comunicado.

Nuno Arruda, Head da WTW Portugal, apontou: “são muitas as organizações que dispõem de diversas fontes de dados relacionados com ESG, mas acabam por despender muito tempo para perceber o seu real valor e a definir prioridades, num exercício pouco eficiente, que prejudica a sua capacidade de tomar decisões ágeis, efetivas e informadas. Com o ESG Clarified procuramos contribuir para que as empresas tenham um mapa mais claro para a sua abordagem em matéria de ESG.”

Quando abordados por ECOseguros, para esclarecer detalhes sobre a plataforma, a WTW preferiu manter reservas, “por uma questão de proteção da própria solução”. Mas a empresa esclareceu: “usamos fontes e bases de dados internas e externas que combinam dimensões como a resiliência financeira, força de trabalho, a reputação corporativa, riscos climáticos e ambientais, entre outras”.

Sobre o mapa ESG explicam: “o ESG Clarified possibilita uma perspetiva adaptada e customizada a cada organização, em tempo real, do seu progresso nos indicadores ESG, assim como uma visão granular de forças e fragilidades permitindo definir planos de atuação, mitigação e investimento”.

Desafio ESG

A União Europeia (UE) exige que as empresas forneçam relatórios transparentes sobre as prioridades de proteção ambiental, assuntos sociais e prevenção da corrupção ao longo de toda a cadeia de valor que compõe a ESG. Este requisito, que inicialmente se aplicava a empresas cotadas, foi alargado a companhias de média dimensão, de modo a incluir cerca de 15 mil entidades. No seu Regulamento de Taxonomia, a UE exige a responsabilização por negócios sustentáveis no volume de negócios das empresas, bem como nos seus investimentos e despesas operacionais de ativos e processos em curso. Na prática, as grandes empresas poderão ter de calcular estes três rácios para 25 áreas de negócio diferentes.

Na UE, as questões ESG são menos polarizadas do que, por exemplo, nos E.U.A., mas ainda assim complexas. O conjunto de regras de 7 mil páginas da UE “é demasiado detalhado, especialmente para as pequenas e médias empresas”, afirmava o CEO do Deutsche Bank, Christian Sewing.

Mas importância da questão é apoiada por estudos da empresa de consultoria PwC. Peritos avançaram que investimentos ESG deverão aumentar em 84%, para quase 34 triliões de dólares, até 2026.

O atual panorama ESG encontra-se em rápida evolução e apresenta múltiplos desafios para as companhias, que procuram comunicar a sua estratégia de ESG e gerir os riscos associados. “A capacidade de compreender e gerir eficazmente múltiplas fontes de dados é central para capacitar as organizações a tomar decisões informadas e mais inteligentes”, sublinha a WTW.

Ben Fidlow, Global Head of Core Analytics na WTW, concluiu: “estamos motivados por apresentar o ESG Clarified como um complemento do nosso portefólio de soluções analíticas e tornámo-las acessíveis através da nossa plataforma Risk Intelligence Quantified (RiskIQ).”

Jonathan Weatherly, Líder Global de Produtos da ESG na WTW, acrescentou: “os nossos clientes têm solicitado uma plataforma analítica abrangente, que utilize uma vasta gama de fontes de dados de qualidade para compreender os riscos da ESG, o que levou a WTW a criar a ESG Clarified. Esta plataforma oferece aos nossos clientes a capacidade de aferir os seus riscos de ESG para negócios particulares e criar relatórios únicos para audiências-chave.”

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Pedro Nuno Santos será comentador da SIC Notícias em Setembro

  • ECO
  • 8 Fevereiro 2023

O ex-ministro das Infraestruturas e Habitação terá um espaço semanal na SIC Notícias, tal como acontece atualmente com José Miguel Júdice.

Pedro Nuno Santos prepara-se para ser comentador na SIC Notícias, avança o Público. O ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, que se demitiu no final de 2022, terá um espaço de comentário semanal no canal do grupo Impresa a partir de dezembro. O formato e dia da semana ainda não é conhecido.

O ex-governante, que saiu na sequência do caso da indemnização da TAP a Alexandra Reis, está com o mandato suspenso como deputado até julho deste ano, prazo que pediu recentemente para ser estendido até ao limite.

A colaboração com a SIC Notícias deve ter início após o fim dos trabalhos da comissão de inquérito parlamentar à TAP, onde Pedro Nuno Santos terá de explicar um conjunto de pontas soltas, entre as quais os detalhes do ok à indemnização da antiga administradora da TAP e, depois, o convite a Alexandra Reis para presidente da NAV.

O diário indica também que o ex-ministro deve dar uma grande entrevista à SIC antes do verão.

 

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Google perde 100 mil milhões em bolsa após erro cometido pelo chatbot Bard

Estratégia de inteligência artificial da Google para responder à concorrência do ChatGPT não começou da melhor forma. Programa cometeu um erro e investidores castigaram ações da Alphabet na bolsa.

O plano da Google para responder à ameaça do ChatGPT não está a convencer os investidores, desencadeando uma forte pressão vendedora sobre as ações da casa-mãe Alphabet esta quarta-feira e tirando à empresa 100 mil milhões de dólares em valor de mercado, segundo a Reuters.

Os títulos do grupo fecharam a sessão a cair cerca de 7,5%, mas estiveram a perder 9% a certo ponto, depois de ser tornado público que um anúncio promocional da Google ao novo chatbot Bard mostra o programa a dar uma resposta factualmente errada a uma pergunta.

Esta quarta-feira, a Google apresentou novas funcionalidades assentes em inteligência artificial, numa altura em que a concorrente Microsoft se tem aproximado do ChatGPT, um modelo desenvolvido pela OpenAI capaz de responder em linguagem natural às perguntas dos humanos e que atingiu 100 milhões de utilizadores em dois meses de existência.

A alternativa da Google chama-se Bard, mas um anúncio partilhado pela empresa no Twitter contém um erro factual. A notícia foi avançada pela Reuters e representa uma humilhação para a companhia, ao mesmo tempo que lança luz sobre os riscos inerentes a este tipo de tecnologias.

Segundo a agência, o anúncio promocional da Google (no tweet abaixo) mostra o Bard a responder erradamente a uma questão. À pergunta “Que novas descobertas do telescópio espacial James Webb posso contar ao meu filho de nove anos?”, o programa devolve uma lista de opções, incluindo que o telescópio em questão foi usado para tirar as primeiras fotografias de um planeta fora do sistema solar. Mas a Reuters confirmou através de informação da NASA que as primeiras imagens destes exoplanetas foram captadas pelo Very Large Relescope, do Observatório Europeu do Sul, em 2004.

Confrontada com esta situação, fonte oficial da Google disse à Reuters que este caso “destaca a importância de processos de teste rigorosos”, que foram iniciados “esta semana”. “Vamos juntar o feedback externo aos nossos próprios testes internos para garantir que as respostas do Bard seguem um alto padrão de qualidade, segurança e fundamentação em informações do mundo real”.

A imprensa internacional tem dado conta de que o crescimento acelerado da popularidade do ChatGPT fez soar alarmes na Google. O ChatGPT é gratuito e responde aos pedidos dos utilizadores, mas a OpenAI aponta que o programa não tem informação de eventos ocorridos depois de 2021. Além disso, o modelo ChatGPT também comete erros factuais nas respostas, algo que os especialistas em inteligência artificial chamam de “alucinações”.

Mesmo assim, a Microsoft prepara-se para investir dez mil milhões de dólares na OpenAI, na expectativa de que o modelo que serve de base ao ChatGPT possa dar impulso aos serviços da empresa e ao motor de busca Bing. Os títulos da Microsoft chegaram a ter uma forte subida durante a sessão, mas fecharam a cair 0,31% esta quarta-feira.

O braço de ferro entre Google e Microsoft na inteligência artificial marcou a sessão nas bolsas norte-americanas, num dia em que os principais índices corrigiram dos ganhos da sessão prévia. O S&P 500 caiu 1,04%, o industrial Dow Jones cedeu 0,54% e o tecnológico Nasdaq recuou quase 2%.

(Notícia atualizada pela última vez às 21h47)

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Greve na CP suprime 17% comboios até às 20:00

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2023

Entre as 00:00 e as 20:00 estavam programados 1.218 comboios, tendo sido realizados 1.012 e suprimidos 206.

A greve dos trabalhadores da CP, que começou esta quarta-feira e se prolonga até ao dia 21 de fevereiro, suprimiu, até às 20:00, 206 comboios, disse fonte oficial da operadora ferroviária à Lusa. Assim, entre as 00:00 e as 20:00, estavam programados 1.218 comboios, tendo sido realizados 1.012 e suprimidos 206.

No serviço de longo curso estavam programados 71 e foram realizadas 33 composições. No caso do regional, dos 303 programados foram realizados 223. Por sua vez, nos urbanos de Lisboa, dos 571 programados foram realizados 541 e no Porto, onde estavam programados 273, foram realizados 215. Numa nota publicada no seu site, a CP alertou para perturbações na circulação a partir de hoje e até ao dia 21 de fevereiro.

“Por motivo de greves, convocadas pelos Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) e Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), ocorrerão fortes perturbações na circulação de comboios, a nível nacional, no período entre as 00:00 do dia 08 de fevereiro de 2023 e as 24:00 do dia 21 de fevereiro de 2023”.

A operadora recordou que “não foram decretados serviços mínimos para este período de greves”. A CP garantiu ainda que “aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional será permitido o reembolso, no valor total do bilhete adquirido, ou a sua revalidação gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe”.

Este reembolso “pode ser solicitado nas bilheteiras e em cp.pt através do preenchimento do formulário online, com o envio da digitalização do original do bilhete e indicação de Nome, Morada postal, IBAN e NIF, até dez dias após terminada a greve”, sendo que a “revalidação gratuita pode ser feita nas bilheteiras e em myCP na área ‘Os seus bilhetes’ (para bilhetes adquiridos na bilheteira ‘online’ e App CP) até aos 30 minutos que antecedem a partida do comboio da estação de origem do cliente”.

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Presidente da República concorda com envio de três Leopard 2 para Kiev

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2023

"Era muito importante para a paz no continente e para a paz no mundo que realmente tivéssemos um epilogo o mais rápido possível" na guerra, disse também Marcelo.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostrou-se esta quarta-feira de acordo com o envio dos três tanques Leopard 2 para a Ucrânia, afirmando que a ajuda de Portugal está “em linha” comparativamente à capacidade de outros países. “Foi aquilo que o primeiro-ministro comunicou ao Presidente da República e, como Comandante Supremo das Forças Armadas, eu concordei”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à margem da cerimónia de entrega do Prémio Bial de Medicina Clínica, que decorreu na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

O chefe de Estado destacou que a ajuda de Portugal está “na linha daquilo que faz sentido”, comparativamente à capacidade de cada país e permitirá “acorrer de imediato a uma situação”, face à necessidade daquele equipamento militar por parte da Ucrânia. Marcelo Rebelo de Sousa admitiu a possibilidade de, “mais tarde”, o Governo ponderar “outras hipóteses adicionais” de ajuda.

“Não quer dizer que mais tarde o Governo não possa ponderar outras hipóteses adicionais, mas para já pareceu-me bem a proposta do Governo e o contributo português”, acrescentou. O primeiro-ministro, António Costa, anunciou esta quarta-feira que Portugal tem em execução o plano de manutenção dos tanques Leopard 2 e que está em condições de dispensar três para a Ucrânia no próximo mês de março.

Questionado sobre a presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na reunião do Conselho Europeu de quinta-feira, em Bruxelas, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que “não se pode criar expectativas para depois serem frustradas”, referindo-se às expectativas da Ucrânia, mas também dos líderes da União Europeia que estão no processo de negociações.

“Isso significa que é um processo difícil, mas que deve ser visto de boa-fé e determinação porque envolve muitas mudanças. Envolve mudanças políticas, o centro da Europa com a adesão de novos membros a leste irá mais para leste, mudanças institucionais, a adesão da Ucrânia significa a adesão de um país que tem e terá um peso na União Europeia em termos de presença nos órgãos muito significativo”, disse, notando que a adesão de novos países terá também implicações no “funcionamento” da União Europeia.

“Um alargamento de 27 [países], que são hoje, a mais de 30 [países] é uma transformação importante”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, apontando ainda as “consequências económicas”, seja ao nível da “recuperação económica da Ucrânia”, seja de atribuição de “fundos europeus” aos novos países.

A par da “frente político diplomática” que enfrenta a Ucrânia, o chefe de Estado realçou que a frente militar “pode ser mesmo determinante nos próximos meses”. “Era muito importante para a paz no continente [europeu] e para a paz no mundo que realmente tivéssemos um epilogo o mais rápido possível e que fosse favorável aos ideais da carta das Nações Unidas e do direito internacional”, observou.

O primeiro-ministro confirmou hoje que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, vai marcar presença na reunião do Conselho Europeu de quinta-feira, em Bruxelas, estando em discussão o apoio à Ucrânia e a sua adesão à União Europeia.

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