Inflação deve cair para 5,5% este ano com alívio na energia

Alívio nos preços do petróleo e do gás levam Banco de Portugal a rever em baixa a projeção para a inflação este ano e no próximo. Centeno reitera mensagem de apoios direcionados aos vulneráveis.

O Banco de Portugal reviu em baixa a projeção para a inflação este ano e no próximo, por conta da redução dos preços energéticos e também alimentares.

A instituição aponta agora para uma taxa de inflação de 5,5% este ano, recuando para 3,2% no próximo ano, abaixo das anteriores projeções de 5,8% (2023) e 3,3% (2024), de acordo com o Boletim Económico de março divulgado esta sexta-feira.

“A redução da inflação em 2023 é mais expressiva do que o projetado no exercício de dezembro, traduzindo o ajustamento nos mercados energéticos, visível nos dados já observados e nas hipóteses para o preço do petróleo e do gás nos mercados internacionais”, justifica a entidade liderada por Mário Centeno.

A descida da inflação a ocorrer nos próximos trimestres assentará também na evolução dos preços dos bens alimentares, acrescenta. “Mas a sua magnitude é incerteza”, nota ainda.

Por outro lado, “a moderação no aumento dos preços dos outros bens e serviços será mais lenta, devido a efeitos desfasados dos preços dos bens energéticos, à recuperação das margens de lucro e ao crescimento dos salários”.

O Banco de Portugal destaca que, excluindo bens energéticos, os preços no consumidor deverão aumentar mais do que o esperado (0,7 pontos percentuais), “refletindo maiores pressões internas”, sendo este o principal risco para a evolução da taxa de inflação.

Por isso, sublinha que “é fundamental a coordenação das políticas económicas para conter as pressões inflacionistas”. O Banco de Portugal reitera a mensagem de que “as medidas de apoio que visam mitigar o impacto da inflação elevada deverão ser temporárias e direcionadas aos mais vulneráveis, evitando-se estímulos generalizados e persistentes sobre a procura”. Ainda esta sexta-feira o Governo avançou com um pacote de medidas de mitigação do aumento do custo de vida. O banco central diz que o Executivo deve manter como prioridade a sustentabilidade das finanças públicas.

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Banco de Portugal mais otimista com crescimento económico em 2023 à boleia do turismo

Maior dinamismo do turismo leva Banco de Portugal a rever crescimento em alta para 1,8% este ano, acima das previsões de Bruxelas, FMI e CFP. Alerta para impacto da turbulência na banca.

O Banco de Portugal está um pouco mais otimista com o crescimento da economia portuguesa em 2023. A nova projeção aponta agora para uma expansão da atividade em 1,8% este ano, 0,3 pontos percentuais acima da anterior previsão e também melhor do que as projeções das outras instituições.

Apesar de o crescimento em 2022 ter ficado ligeiramente abaixo do que previa em dezembro, o Banco de Portugal revê em alta os números para 2023 “refletindo uma evolução mais favorável das exportações de turismo e, em menor grau, do consumo privado no início do ano”, segundo aponta no Boletim Económico de março divulgado esta sexta-feira. Esta projeção de 1,8% não é uma surpresa, depois de o número ter sido desvendado pelo Presidente da República na véspera.

A previsão da instituição liderada por Mário Centeno fica acima das perspetivas das outras instituições, incluindo do Governo (1,3%), Conselho de Finanças Públicas (1,2%) e FMI e Comissão (em ambos os casos de 1%).

Apesar de rever em alta, o Banco de Portugal avisa para os riscos que podem afetar a atividade, nomeadamente a normalização da política monetária, o escalar do conflito na Ucrânia e ainda as “recentes tensões nos mercados financeiros”, provocada pela queda de vários bancos tantos nos EUA como na Europa (Credit Suisse) e cujo impacto tem ainda uma “magnitude incerta”.

É feito, aliás, um aparte para clarificar que as projeções que constam do boletim foram finalizadas antes das tensões financeiras que, admite o banco central, “que envolvem riscos de um agravamento das condições de financiamento e de deterioração da confiança dos agentes económicos”. “O potencial impacto sobre a atividade é difícil de avaliar nesta fase”, diz.

A economia deverá acelerar um pouco mais nos dois anos seguintes, com taxas de crescimento de 2% em 2024 e 2025. Em relação a 2025 trata-se de uma revisão em alta face aos 1,9% que projetava anteriormente. “A dissipação dos constrangimentos nas cadeias de fornecimento, a redução da incerteza, a recuperação do rendimento real das famílias e o recebimento dos fundos europeus deverão contribuir para a aceleração do PIB, parcialmente contrariada por condições financeiras mais restritivas”, explica o Banco de Portugal.

Enquanto a subida dos juros do Banco Central Europeu (BCE) irá condicionar o consumo das famílias, o Banco de Portugal antecipa uma retoma do investimento, “beneficiando do maior recebimento de fundos”, ainda que o indicador de formação bruta de capital fixo tenha sido revisto em baixa nos três anos da projeção.

Em todo o caso, a instituição indica que Portugal “deverá continuar a convergir com a área do euro” nos próximos anos apresentando “uma trajetória de crescimento sustentado” e fala numa melhoria dos equilíbrios macroeconómicos. Entre 2023 e 2025, o país “volta a registar um excedente nas contas externas – projetando-se um saldo de 2,3%, em média, neste período –, o que permite manter a trajetória de redução da posição devedora face ao exterior”.

Isso irá refletir “um aumento da poupança das famílias e das empresas” e na dívida pública em rácio do PIB, “situando-se em valores inferiores a 100% no final do horizonte de projeção”.

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“Pólvora seca” e “brincadeira”. As reações dos partidos às novas medidas do Governo

  • Joana Abrantes Gomes e Lusa
  • 24 Março 2023

PSD e Chega consideram que medidas ignoram classe média e empresas, enquanto partidos à esquerda apelam a controlo dos preços dos bens.

Desde acusações de que o Governo “anda a brincar com o desespero das famílias” e a perpetuar o empobrecimento a comparações com um “orçamento retificativo”, os partidos, da esquerda à direita, já reagiram às medidas apresentadas esta sexta-feira pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, que incluem a redução do IVA dos bens alimentares essenciais, um novo aumento salarial de 1% para a função pública, a subida do patamar de tributação no subsídio de alimentação ou um apoio de 30 euros mensais às famílias mais vulneráveis.

PSD: apoios tardios e “perpetuam empobrecimento”

Em declarações aos jornalistas, o líder parlamentar dos social-democratas, Joaquim Miranda Sarmento, afirmou que “qualquer apoio às famílias mais vulneráveis é positivo”. Porém, ressalvou, “é um apoio que vem tarde”.

“O PSD tem insistido que o Governo já devia ter apoiado mais as famílias“, continuou Miranda Sarmento, dizendo ainda que os apoios anunciados pelo Governo “são curtos”, “perpetuam o empobrecimento dos portugueses” — porque o Executivo “cobra receita fiscal como nunca cobrou e redistribui uma pequena parte” — e “ignoram completamente a classe média”.

BE: “brincar com o desespero das famílias”

O Governo “anda a brincar com o desespero das famílias” porque “tinha uma almofada financeira que não usou em devido tempo” e “deixou passar tempo que é precioso para responder às dificuldades“, denunciou o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, em declarações a partir dos Passos Perdidos, na Assembleia da República.

Para o deputado do BE, as medidas apresentadas são “insuficientes” e devolvem menos às famílias do que a almofada financeira que o Governo tem ao seu dispor. Por isso, adiantou, o Bloco apresentou uma interpelação ao Governo para garantir que, na próxima quarta-feira, o ministro da Economia responde no Parlamento sobre estas matérias.

“O Governo insiste em não perceber que é no salário, no rendimento, na pensão que está a diferença fundamental para responder a esta crise. E, ao insistir em não usar a almofada financeira e ao não fazê-lo na dimensão que ela tem, deixa que a pobreza aumente”, criticou Pedro Filipe Soares.

IL: uma espécie de Orçamento retificativo

O presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, considera que as medidas apresentadas por Fernando Medina são um Orçamento retificativo. Isto “quer dizer que o Orçamento que entrou em vigor em janeiro era uma absoluta ficção ou então temos de admitir que Medina errou as suas previsões”, apontou.

O sucessor de Cotrim de Figueiredo ironizou ainda que “teria sido melhor agradecer aos portugueses e até pedir-lhes desculpa, porque enquanto [eles] estão com cada vez mais dificuldades, o Governo não cessa na cobrança de impostos e vem agora dar com uma mão aquilo que tirou nos últimos meses“.

PS: elogio às contas certas

“Tal como fez em 2022, o Governo continua em 2023 a apoiar os mais vulneráveis, a apoiar a recuperação de rendimento dos funcionários públicos”, disse o líder parlamentar do Partido Socialista, Eurico Brilhante Dias, frisando também o “bom resultado nas contas públicas”.

Os socialistas realçaram ainda a medida da redução do IVA, através do acordo com a distribuição e os produtores de bens alimentares, confiando que essa diminuição será “imediatamente transferida para as pessoas”.

PCP: apoios não respondem a problemas

Para a líder da bancada comunista, Paula Santos, as medidas anunciadas “não só não respondem aos problemas, como consolidam o aumento dos preços de bens essenciais e não combatem, de facto, a especulação com que muitos grupos económicos têm ganho“. “A descida do IVA não vai significar aquilo que é necessário na redução dos preços dos bens essenciais”, acrescentou, lembrando a redução do ISP nos combustíveis, que “acabou por ser absorvida pelas petrolíferas”.

Os comunistas continuam a defender a necessidade de “aumentar os salários e as pensões” e “valorizar o poder de compra”, o que se deve traduzir numa intervenção do Governo para controlar e fixar os preços dos bens essenciais, “para que não haja componentes especulativas nos seus preços”.

Livre: um pacote “demasiado pouco”

O deputado único do Livre, Rui Tavares, apontou que as medidas de apoio às famílias e empresas apresentadas pelo Governo são “demasiado pouco”, surgem “demasiado tarde” e “não se entendem bem”.

“O Governo apresenta uma série de medidas que vêm demasiado tarde, constituindo demasiado pouco, que não se entendem bem, e que não vêm na altura certa da curva da inflação, que teria ajudado, não só a nossa economia a resistir melhor, mas acima de tudo os nossos concidadãos a não terem sofrido tanto”, sustentou o deputado único do Livre, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

Chega: “tiro de pólvora seca”

Para o presidente do Chega, o pacote de ajudas anunciado pelo Governo para mitigar o aumento do custo de vida é um “tiro de pólvora seca” e um “exercício de propaganda”. “A confiança que temos na eficácia destas medidas é zero”, afirmou André Ventura.

Tal como o PSD, André Ventura também considera que estes apoios “esquecem em absoluto a classe média e as empresas” e vão “ser muito pouco, um quase nada para os portugueses” face à inflação e à “crise efetiva de rendimentos”.

PAN: “encher bolsos” em vez de “dar a mão às famílias”

O PAN acusou o Governo de estar a “encher os bolsos” em vez de “dar a mão às famílias”, considerando que as medidas anunciadas “pecam por tardias”. Em declarações aos jornalistas no Parlamento, a deputada e porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, salientou que o partido já propôs o IVA zero para o cabaz essencial nos Orçamentos do Estado para 2022 e 2023, tendo alertado “desde o primeiro momento para o impacto do custo de vida”.

Por outro lado, lembrou que o PAN já fez uma recomendação ao Governo para que seja obrigatório um relatório mensal sobre os preços praticados nas grandes superfícies, aconselhando o Executivo a incluir esta proposta no acordo que está a negociar com a produção e a distribuição.

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Costa mantém apoio a proibição de novos carros a combustão após 2035

  • Lusa
  • 24 Março 2023

Primeiro-ministro garantiu que Portugal vai manter o apoio à proposta de proibição das vendas de automóveis novos a combustão a partir de 2035.

Portugal mantém o apoio à proposta de proibição das vendas de automóveis novos a combustão a partir de 2035, no âmbito do Pacto Ecológico Europeu, e que a Alemanha e Itália anunciaram querer rever, disse esta sexta-feira o primeiro-ministro.

“Não, Portugal não está a pensar mudar de posição, acho que é muito claro que devemos manter as nossas metas para a transição ecológica“, disse António Costa, em declarações aos jornalistas no final do Conselho Europeu.

O primeiro-ministro destacou a necessidade da descarbonização da economia, que deve ser concretizada “tendo uma visão aberta sobre o conjunto das tecnologias que pretendem alcançar este objetivo”, de atingir a neutralidade climática da União Europeia (UE) até 2050.

Costa salientou a existência de alternativas aos motores de combustão a gasolina e diesel, como as baterias a lítio, e que a tecnologia está em constante evolução, como no que respeita ao hidrogénio.

A Comissão Europeia propôs a proibição de venda, na UE, de novos automóveis ligeiros com motores de combustão a partir de 2035, num esforço de luta contra as alterações climáticas.

Recentemente, a Alemanha contestou esta decisão, com a qual já tinha concordado, propondo uma exceção para veículo movidos a biocombustível.

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60 milhões para a Tenax Capital, parte do Grupo Fidelidade

  • ECO Seguros
  • 24 Março 2023

O programa InvestEU, parte do Fundo Europeu de Investimento, concedeu garantias para facilitar o acesso ao financiamento por parte de pequenas e médias empresas italianas orientadas para ESG.

A Tenax Capital, empresa de gestão de ativos que integra o Grupo Fidelidade, recebeu garantias no valor de 60 milhões de euros, concedidas pelo Fundo Europeu de Investimento (FEI), no âmbito do programa InvestEU.

Massimo Figna fundou a Tenax Capital em 2005, e, em 2020, a Fidelidade assumiu uma participação maioritária na empresa.

As garantias concedidas destinam-se ao fundo Tenax Sustainable Credit Fund, que visa facilitar o acesso ao financiamento por parte de pequenas e médias empresas italianas ligadas às áreas da sustentabilidade, inovação e digitalização. As transações são apoiadas pelo programa InvestEU, que visa mobilizar investimentos de pelo menos 372 mil milhões de euros para as prioridades políticas da União Europeia até 2027.

O Tenax Sustainable Credit Fund, onde a Fidelidade é um dos investidores institucionais, é o quarto fundo de dívida privada da Tenax Capital e foi recentemente lançado em parceria com o banco Intesa Sanpaolo para investir no mercado empresarial italiano. A dimensão alvo que o fundo pretende alcançar, envolvendo investidores institucionais italianos e europeus, ativos no mercado da dívida privada, é de 300 milhões de euros.

O fundo cumprirá o Artigo 8º do Regulamento de Divulgação de Informação Financeira Sustentável (SFDR) para promover as características ambientais, sociais e de governação (ESG).

A Garantia de Inovação e Digitalização InvestEU permitirá que o Tenax Sustainable Credit Fund apoie ainda mais as empresas orientadas para a inovação e digitalização. Em comunicado, a Fidelidade explicou que a iniciativa “permitirá que o fundo forneça apoio adicional para a transformação sustentável da economia, bem como investimentos ecológicos por pequenas empresas e empresas de média capitalização”.

A Tenax Capital é uma empresa de gestão de ativos, sediada em Londres, especializada na gestão de fundos direcionados para seguradoras e bancos privados, centrada na construção de produtos com baixo peso de capital nestas instituições financeiras.

Atualmente, a empresa conta com cerca de 800 milhões de euros em ativos sob gestão em diversos fundos de ações, obrigações e investimentos alternativos.

Detida em 20% pela direção e em 80% pela Fidelidade, a Tenax é desde 2015, é um dos poucos gestores de ativos na Europa a ter a garantia oferecida pelos programas do Fundo Europeu de Investimento que apoiam as pequenas e médias empresas.

Massimo Figna fundou a Tenax em 2005, e em 2020, a Fidelidade assumiu uma participação maioritária na empresa.

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Sobe para seis euros o patamar do subsídio de refeição isento de IRS

  • Ana Petronilho
  • 24 Março 2023

A partir de abril, sobe para seis euros o patamar a partir do qual o subsídio de refeição pago em dinheiro fica isento de IRS.

A partir de abril, sobe para seis euros o patamar a partir do qual o subsídio de refeição pago em dinheiro fica isento de IRS. A subida deste patamar tem efeitos para os trabalhadores da Função Pública e do setor privado.

O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e acompanha o aumento do valor diário do subsídio de refeição em 80 cêntimos, passando de 5,20 euros para seis euros. “A subida do subsídio de refeição para seis euros traduz-se também na subida do patamar de isenção fiscal”, afirmou esta sexta-feira o ministro das Finanças, Fernando Medina.

Fernando Medina falou numa conferência de imprensa conjunta com as ministras da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e do Trabalho e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, para apresentar o novo pacote de ajudas para mitigar o aumento do custo de vida.

Caso o subsídio de refeição seja pago através de cartão bancário, o patamar da isenção sobe de 8,32 euros para 9,6 euros.

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EasyJet abre porta a serviços mínimos para greve em abril

  • Lusa
  • 24 Março 2023

“Estamos agora a discutir com o sindicato SNPVAC e as autoridades portuguesas, a fim de estabelecer serviços mínimos", refere líder da easyJet em Portugal.

A easyJet está a analisar serviços mínimos com autoridades portuguesas e o sindicato para a greve da tripulação de cabine do início de abril, entre 01 e 03, lamentando a perturbação, mas garantindo “porta aberta à discussão”.

“Estamos agora a discutir com o sindicato [Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil – SNPVAC] e as autoridades portuguesas, a fim de estabelecer serviços mínimos”, avançou à agência Lusa o diretor da easyJet em Portugal, José Lopes.

Numa entrevista à Lusa dada ao lado do diretor da easyJet para a Europa, Thomas Haagensen, José Lopes garantiu que a companhia aérea de baixo custo assume a responsabilidade “de proteger as pessoas que escolhem voar” com a transportadora, “mesmo quando há estas perturbações”.

“É nisso que estamos a trabalhar, a fim de termos uma operação que proteja, da melhor forma possível, as pessoas que escolhem voar com a easyJet durante este período. Esperamos que as coisas corram o melhor possível dentro deste período, durante o qual teremos alguma perturbação, claro”, adiantou o responsável português.

Thomas Haagensen salientou à Lusa, por seu lado, que a transportadora aérea britânica está “bastante desapontada por estar neste tipo de posição”.

“Temos sido um empregador responsável durante muitos anos em Portugal e oferecemos opções muito competitivas no mercado local, portanto, estamos desapontados, mas a porta permanece aberta para a discussão, quando o sindicato julgar que é o momento certo”, adiantou o diretor para a Europa.

Os tripulantes de cabine da easyJet em Portugal convocaram uma greve para 01, 02 e 03 de abril, depois de um impasse nas negociações com a empresa, anunciou o SNPVAC.

Na nota divulgada na semana passada, a estrutura sindical recordou que, desde a última assembleia, em 09 de março passado, ficou mandatada pelos associados desta companhia aérea “para continuar o processo negocial e para recorrer a qualquer meio de luta que fosse considerado pertinente, incluindo o último recurso: o direito à greve”.

“Tendo em consideração o atual momento das negociações, o impasse vivido e a postura intransigente e incompreensível por parte da easyJet, foi hoje enviado ofício à empresa, ao Ministério das Infraestruturas, Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ministério da Economia e do Mar e DGERT, comunicando um pré-aviso de greve para os dias 01, 02 e 03 de abril de 2023”, indicou o SNPVAC na altura.

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UTAD lança rede global de embaixadores com antigos estudantes

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) lança rede de embaixadores com antigos estudantes de vários países para posicionar a academia no mapa internacional.

Levar a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) além-fronteiras, posicionando-a como “destino universitário cada vez mais global“, mediante o reforço da cooperação com outras instituições académicas, científicas, associativas e empresarias. Além da criação de oportunidades de emprego e de empreendedorismo, e captação de novos estudantes. É esta a missão dos 37 embaixadores da academia — o mesmo número que os anos de vida desta instituição –, que vivem em dezenas de países europeus, americanos, asiáticos e africanos.

A rede de embaixadores Alumni UTAD foi lançada por altura das comemorações da academia. “Ao longo de várias gerações, foram muitos os estudantes que fizeram a sua formação na UTAD e cada qual é, hoje, um capital humano inalienável e um ativo crucial para a construção do futuro desta academia”, começa por afirma o reitor da academia transmontana, Emídio Gomes.

Estes primeiros embaixadores desenvolvem a sua atividade profissional em pontos nevrálgicos do globo e, por isso, são a nossa melhor marca internacional. Continuaremos a trabalhar para manter esta comunidade ativa, unida e em contínuo crescimento.

Emídio Gomes

Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)

Distribuídos por 28 países, estes embaixadores passam a “reforçar a cooperação entre a UTAD e outras instituições académicas, científicas, associativas e empresarias”, assim como desenvolver atividades de mentoria e promover oportunidades de emprego e de empreendedorismo. Além de ajudar na captação de novos estudantes nacionais e/ou internacionais.

“Estes primeiros embaixadores desenvolvem a sua atividade profissional em pontos nevrálgicos do globo e, por isso, são a nossa melhor marca internacional. Continuaremos a trabalhar para manter esta comunidade ativa, unida e em contínuo crescimento”, realça o reitor da UTAD.

Com diferentes formações académicas e experiências profissionais — desporto, ciências agrárias, engenharias, novas tecnologias –, os embaixadores também “serão a força motriz de um networking à escala global”, completa Emídio Gomes.

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Estádio de Espinho pode custar até 13 milhões e processo segue para o Ministério Público

  • ECO e Lusa
  • 24 Março 2023

Câmara de Espinho diz que, afinal, o estádio municipal pode custar até 13 milhões de euros e que o respetivo processo será remetido ao Ministério Público por práticas lesivas do erário público.

A presidente da Câmara de Espinho, Maria Manuel Cruz, revelou esta sexta-feira, após averiguações motivadas pelas suspeitas de corrupção, envolvendo dois antecessores, que o estádio municipal pode custar até 13 milhões de euros e que o respetivo processo será remetido ao Ministério Público.

“Por estarem reunidos dados suficientes que indiciam práticas lesivas do erário público, todo o processo do Estádio Municipal de Espinho será remetido ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público“, assegurou a autarca socialista Maria Manuel Cruz que a 16 de janeiro, sucedeu a Miguel Reis, entretanto detido e em prisão preventiva.

Durante uma conferência de imprensa, a autarca socialista Maria Manuel Cruz revelou mais detalhes sobre a auditoria independente encomendada para análise da empreitada do Estádio Municipal. Destinando-se a funcionar como sede do Sporting Clube de Espinho, este equipamento foi adjudicado por 4,5 milhões de euros em 2020, no mandato do seu antecessor, o social-democrata Joaquim Pinto Moreira. Só que, devido a trabalhos suplementares de vária ordem, pode vir a custar muito mais.

Por estarem reunidos dados suficientes que indiciam práticas lesivas do erário público, todo o processo do Estádio Municipal de Espinho será remetido ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público.

Maria Manuel Cruz

Presidente da Câmara Municipal de Espinho

“Perante os dados que temos neste momento, a obra poderá facilmente atingir valores totais entre os nove e os 13 milhões de euros, quando foi publicamente anunciada [na fase inicial do processo, em 2018] por apenas 2,5 milhões”, declarou a autarca do município do distrito de Aveiro.

Maria Manuel Cruz não rejeita que é do interesse municipal construir o estádio. Mas, atendendo a que os referidos valores já se antecipam como demasiado próximos dos máximos legais permitidos pela contratação pública, a autarca avisa que “qualquer decisão sobre o futuro da empreitada ficará condicionada àquilo que vierem a ser as conclusões da auditoria” que foi encomendada ao Instituto da Construção da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Entre as alegadas irregularidades incluem-se situações como o facto de o projeto arquitetónico para o novo equipamento desportivo da cidade ter sido anunciado como apto a cumprir os requisitos exigidos pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional para jogos de alta competição e, posteriormente, ter sido alterado, com “a retirada do sistema de iluminação e a cobertura de três bancadas“.

Perante os dados que temos neste momento, a obra poderá facilmente atingir valores totais entre os nove e os 13 milhões de euros, quando foi publicamente anunciada [na fase inicial do processo, em 2018] por apenas 2,5 milhões.

Maria Manuel Cruz

Presidente da Câmara Municipal de Espinho

 

Segundo Maria Manuel Cruz, a empreitada em curso também não contempla o arranjo da envolvente nem o acesso viário até ao local a partir da Nave Desportiva, sendo que a própria rede de águas pluviais do estádio “não é compatível com as infraestruturas existentes na vida pública”.

Devido à necessidade de corrigir esses e outros aspetos da obra, a autarca sublinhou que é preciso “aferir as consequências legais, administrativas e contratuais do não cumprimento dos limites impostos pelo Código os Contratos Públicos e determinar se a empreitada tem viabilidade e sustentabilidade financeira” — sobretudo atendendo a que é integralmente suportada pelo orçamento municipal, sem recurso a mecanismos de apoio ao financiamento.

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“Não me compete procurar adivinhar” eventuais pedidos de inconstitucionalidade à Lei do Trabalho

Patrões consideram que a nova Lei do Trabalho, promulgada esta semana pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tem medidas inconstitucionais.

“A mim não me compete procurar adivinhar” sobre eventuais pedidos de inconstitucionalidade à nova Lei do Trabalho pelas confederações patronais, reage Miguel Fontes, secretário de Estado do Trabalho, ao ECO.

“Tivemos um processo normal, cumpriu as suas etapas e agora estamos a trabalhar para que, assim que a agenda entre em vigor, todas as suas normas e os seus dispositivos legais que operem em completo na sociedade portuguesa”, considera o governante, falando à margem da apresentação da primeira fase do projeto da semana de quatro dias, piloto que está a ser promovido pelo Governo.

As alterações ao Código do Trabalho, aprovadas pelo Parlamento no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, foram promulgadas esta quarta-feira por Marcelo Rebelo de Sousa, deixando desiludidos os representantes do patronato, que tinham alertado, em carta enviada ao Presidente da República, para o que consideram ser medidas inconstitucionais.

O Conselho Nacional das Confederações Patronais já tinha anunciado que ia requerer audiências aos diferentes grupos parlamentares para dar conta no que, no seu entender, reside a inconstitucionalidade das alterações das normas.

“Além de uma profunda desilusão com esta decisão e posição do Senhor Presidente da República e após a aprovação pela maioria do PS na Assembleia da República desta medidas, o CNCP está seriamente preocupado com os efeitos negativos para a vida das empresas que irão surgir, tanto a curto como a médio prazo, em particular numa altura tão desafiante e vulnerável para as empresas como aquela que enfrentamos”, reagiu, em comunicado, quando foi conhecida a promulgação do diploma.

O caminho fez-se. O Parlamento trabalhou em cima dessa proposta de lei, alterou ainda algumas normas. O senhor Presidente promulgou. São as instituições a funcionar, sem nenhuma dificuldade. E agora cá estaremos para trabalharmos com novas leis, com este objetivo, [com o qual] acho que estamos todos de acordo: queremos um país mais inclusivo, com menos precariedade laboral, com melhor respeito por quem trabalha, que promova essa conciliação [vida pessoal e profissional] e que valorize o diálogo social”, considera Miguel Fontes.

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Pinto Moreira vai pedir suspensão de mandato de deputado após ser constituído arguido

  • Lusa
  • 24 Março 2023

O ex-presidente de Espinho Pinto Moreira anunciou que vai pedir a suspensão do mandato como deputado do PSD na Assembleia da República, após ser constituído arguido no âmbito da Operação Vórtex.

O ex-presidente da Câmara de Espinho Pinto Moreira anunciou que vai pedir a suspensão do mandato como deputado do PSD na Assembleia da República, após ser constituído arguido no âmbito da Operação Vórtex.

“Como eu já tinha dito, eu sou coerente com as minhas palavras e com as minhas posições. Apesar de sair daqui constituído arguido e com um mero TIR [Termo de Identidade e Residência], o que é certo e o que eu disse é que se fosse constituído arguido iria suspender o mandato. É exatamente isso que eu irei fazer pelo tempo que entender por conveniente“, afirmou Pinto Moreira aos jornalistas à saída do Tribunal de Instrução Criminal do Porto, onde foi ouvido por procuradores do Ministério Público (MP).

O arguido disse que “respondeu a todas as perguntas” colocadas pelos procuradores do MP, reiterando que “sempre agiu no superior interesse” dos espinhenses e da cidade de Espinho, no distrito de Aveiro.

Em causa está a “alegada prática” de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político – “eventualmente agravado” se a vantagem “for de valor elevado” ou “consideravelmente elevado” -, prevaricação, tráfico de influência e abuso de poderes, segundo o parecer da Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados que, em 10 de fevereiro, confirmou a autorização do levantamento da imunidade parlamentar do deputado do PSD Joaquim Pinto Moreira.

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Complemento Garantia para a Infância será pago às famílias “nos próximos dias”

Ministra diz que "está a ser processado" o pagamento que garante que todos os menores com abono de família recebem um valor fixo (600 ou 492 euros) no conjunto do abono e da dedução do IRS.

A ministra da Segurança Social confirmou esta sexta-feira que o pagamento do novo Complemento Garantia para a Infância “está a ser processado” e chegará às famílias “nos próximos dias”. A portaria que regulamenta a medida foi publicada no início de março. Ana Mendes Godinho falava na conferência de imprensa do Governo em que também foi anunciado um novo apoio de 30 euros mensais para as famílias vulneráveis e a majoração do abono de família em 15 euros por mês.

Como noticiou o ECO na altura, o Complemento Garantia para a Infância, inserida num programa com o mesmo nome, pressupõe uma transferência única para garantir que todos os menores em Portugal que beneficiem de abono de família recebem, pelo menos, 600 euros por ano (até aos seis anos de idade) ou 492 euros (entre os sete e os 17 anos — à data de 31 de dezembro do ano em que é pago o abono) no conjunto do abono e da dedução ao IRS.

Assim, por exemplo, uma criança de três anos cujo abono de família e a dedução à coleta (em conjunto) não chegue aos 600 euros num dado ano recebe a diferença no primeiro trimestre do ano seguinte. Para as crianças a partir dos sete anos, o valor de referência desce para 492 euros. É tida em conta a liquidação de IRS do ano em que foi pago o abono.

Este apoio é pago pela Autoridade Tributária e Aduaneira, que vai ter de passar a disponibilizar no Portal das Finanças, até à data-limite de pagamento do complemento, informação detalhada sobre o apuramento do valor, a sua atribuição e a ordem de transferência. O ECO vinha a questionar o Ministério da Segurança Social e o Ministério das Finanças sobre a disponibilização dessa informação, sem obter resposta.

Nos termos da portaria publicada no início do mês, o pagamento do complemento é feito “no primeiro trimestre do ano seguinte ao do pagamento do abono, que é o ano de referência”. A transferência é feita, regra geral, para o IBAN associado ao registo do Portal das Finanças.

O complemento é uma das três medidas do programa Garantia para a Infância. Este inclui também o pagamento, já operacionalizado, de uma prestação adicional ao abono de família às crianças em “situação de pobreza extrema” para que o abono alcance 1.200 euros anuais em 2023 e o aumento do abono de família às crianças e jovens com idade inferior a 18 anos que se integrem nos primeiro e segundo escalões.

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