Taxa de juro no crédito à habitação atinge valor mais elevado desde março de 2012

"Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu de 3,139% em janeiro para 3,409% em fevereiro", adianta o INE.

A taxa de juro implícita no crédito à habitação voltou a atingir um novo máximo, desta vez chegando ao nível mais elevado desde março de 2012. O valor fixou-se, no conjunto dos contratos de crédito à habitação, nos 2,532% em fevereiro, segundo revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira.

É uma subida de 34,9 pontos base (p.b.) face a janeiro (2,183%). Já “nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu de 3,139% em janeiro para 3,409% em fevereiro”, adianta ainda o INE, referindo-se aos novos contratos.

Fonte: Banco de Portugal

Olhando especificamente para os contratos para financiamento da Aquisição de Habitação, o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, “a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu para 2,528% (+34,0 p.b. face a janeiro)”. “Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, a taxa de juro subiu 25,1 p.b. face ao mês anterior, fixando-se em 3,396%”, notam.

Estes valores têm impacto no valor da prestação, sendo que “considerando a totalidade dos contratos, o valor médio da prestação subiu 7 euros, para 322 euros, valor mais elevado desde março de 2009″. “Deste valor, 132 euros (41%) correspondem a pagamento de juros e 190 euros (59%) a capital amortizado (ver gráfico 2) – em fevereiro de 2022, a componente de juros representava 16% do valor médio da prestação (255 euros)”, indica o INE.

Quanto aos novos contratos, celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação subiu 38 euros, para 569 euros.

Fonte: Banco de Portugal

No que diz respeito ao capital médio em dívida, este subiu em fevereiro, para a totalidade dos contratos, 177 euros face ao mês anterior, fixando-se em 62.533 euros. O valor é praticamente o dobro para os novos contratos, ainda que tenha diminuído: “Para os contratos celebrados nos últimos 3 meses, o montante médio em dívida foi 125.215 euros, menos 1.047 euros que em janeiro”.

(Notícia atualizada às 11h35)

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Walk Talks. Como gerir o fluxo de informação?

  • Trabalho
  • 17 Março 2023

Uma conversa, enquanto se caminha, que se repete todas as semanas. Bem-vindos à Walk Talks.

Neste mundo de conexões e de aparente comunicação fácil, gerir o fluxo de informação pode ser um autêntico desafio.

Esta semana, os partners e mentores da Walking Mentorship deixam-nos duas regras de ouro para ser bem sucedido nesta tarefa: “Ter tempos específicos para responder às comunicações” e “gerir bem as expectativas” dos outros, sugere João Perre Viana. E, ao gerir as expectativas dos outros, “estamos também a gerir o nosso próprio tempo”, acrescenta Nuno Santos Fernandes.

A sugestão desta vez é de leitura: “How to have a good day”, de Caroline Webb.

http://videos.sapo.pt/qgk7BwJfdp8Do9ihY4YG

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Câmara de Gaia investe 2,2 milhões de euros na empreitada do nó de Santo Ovídio

Câmara de Gaia investe 2,2 milhões de euros em empreitada do nó de Santo Ovídio para prolongar o centro de Vila Nova de Gaia para sul e tornar o acesso à orla marítima mais fácil e rápido.

Com o propósito de prolongar o centro de Vila Nova de Gaia para sul e tornar o acesso à orla marítima mais fácil e rápido, a autarquia gaiense tem em curso a empreitada de reformulação do nó de Santo Ovídio que contempla a construção da nova rotunda norte, num investimento superior a 2,2 milhões de euros.

Esta empreitada vai dar início à futura avenida até ao mar e vem colmatar “dois dos maiores desafios, ao nível da mobilidade, do centro urbano de Gaia” com que o município se vê a braços. Entre eles está o constrangimento automóvel na atual rotunda de Santo Ovídio que pode aliviar com a construção da nova rotunda que vai possibilitar o acesso à Ponte da Arrábida.

Com esta obra, o município passa também a ter o primeiro troço da avenida até ao mar, com uma nova saída para Laborim de Baixo.

“Desde o início, a barreira formada pela A1 era um obstáculo à concretização deste plano que revolucionaria a mobilidade no concelho”, refere a autarquia liderada pelo socialista Eduardo Vítor Rodrigues, também presidente da Área Metropolitana do Porto. “Com mais de 50 anos, este nó mantém as suas características geométricas inalteradas desde que foi executado o primeiro troço da A1, associado à construção da Ponte da Arrábida”, lamenta o município.

A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia resolveu, por isso, aproveitar as intervenções que estão em curso nesta zona, nomeadamente a obras de prolongamento da linha amarela do Metro do Porto até Vila d’Este, para avançar com a obra de reformulação do nó de Santo Ovídio.

A empreitada contempla, assim, a remodelação da metade norte deste nó, além da substituição da ligação provisória entre a rotunda sul e a rua Laborim de Baixo, dando início à futura avenida até ao mar, que já tem um troço em execução na freguesia da Madalena.

Segundo a autarquia, esta obra também integra “o desvio de uma linha de água com o prolongamento de uma passagem hidráulica existente numa extensão aproximada de 75 metros”.

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OCDE vê inflação de 6,2% na Zona Euro em 2023. “Mais subidas de juros ainda são precisas”

"Com a inflação subjacente a recuar lentamente, as taxas de juros provavelmente permanecerão altas até meados de 2024", avisa a OCDE.

A inflação um pouco por todo o mundo está a abrandar, mas continuam pressões subjacentes nomeadamente devido a “margens mais altas em alguns setores”, salienta a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Nas Previsões Económicas Intercalares divulgadas esta sexta-feira, a OCDE estima que a inflação na Zona Euro ficará nos 6,2% este ano, sendo que perante estes sinais “novos aumentos nas taxas de juros ainda são necessários”.

Apesar dos alertas, a previsão da inflação na Zona Euro foi revista em baixa pela OCDE face às estimativas lançadas em novembro. Já para o crescimento económico dos países da área do euro, os números foram revistos em alta para 0,8% em 2023 e 1,5% em 2024, ainda assim com um ritmo de recuperação lento.

A OCDE destaca também que a “melhoria nas perspetivas ainda é frágil”, mantendo-se vários riscos e incerteza às previsões que aconselham cautela. É por isso também que notam que “a política monetária tem de permanecer restritiva até que haja sinais claros de que as pressões da inflação subjacente são reduzidas de forma durável”.

Desta forma, “mais aumentos nas taxas de juros ainda são necessários em muitas economias, incluindo os Estados Unidos e a Zona Euro”. “Com a inflação core a recuar lentamente, as taxas de juros provavelmente permanecerão altas até meados de 2024″, avisa a OCDE.

Quanto à origem desta evolução, a OCDE aponta que em vários países, a inflação subjacente, ou seja, aquela que exclui os valores mais voláteis como os combustíveis, “permanece elevada, sustentada por fortes aumentos de preços de serviços, margens mais altas em alguns setores e pressões de custo de mercados de trabalho apertados”.

Ainda sobre a política monetária mais restritiva, a OCDE admite que os sinais do impacto “já começaram a aparecer em partes do setor bancário, incluindo bancos regionais nos Estados Unidos”, isto depois de ser conhecido o colapso do banco Silicon Valley Bank, bem como de algumas outras instituições financeiras mais pequenas.

“Em várias economias, o crescimento real e esperado do crédito desacelerou, tornando-se até negativo em algumas pesquisas recentes sobre empréstimos bancários, inclusive na área do euro”, nota a OCDE, o que “se reflete na contração relacionada da ampla oferta monetária em várias grandes economias, após o forte crescimento observado durante a pandemia”.

Nestas previsões há também números para o crescimento global, que mostram que o crescimento global deverá “permanecer abaixo da tendência em 2023 e 2024, em 2,6% e 2,9%, respetivamente, com o endurecimento da política continuando a vigorar”. “No entanto, projeta-se uma melhora gradual até 2023-24, à medida que diminui o peso da alta inflação nas receitas”, indica a OCDE.

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Emprego aumenta ligeiramente na Europa. Portugal contraria a tendência

Portugal é um dos 11 países que contraria a tendência de crescimento, tendo registado uma queda de 0,3 pontos percentuais na taxa de população ativa.

O emprego na União Europeia aumentou para 74,9% no quarto trimestre de 2022, tendo avançado 0,2 pontos percentuais (p.p) comparativamente ao trimestre anterior. Portugal é um dos 11 países que contraria a tendência, tendo registado uma quebra de 0,3 pontos percentuais, mostram dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat.

Na UE, a taxa de emprego média (que mede a proporção de pessoas empregadas face à população desempregada) cresceu em duas décimas percentuais entre o terceiro e o quarto trimestre de 2022.

Enquanto o emprego aumentou em 12 Estados-membros da UE, com destaque para a Croácia (1,4 p.p), Malta (1,4 p.p) e Polónia (0.9 p.p), permaneceu estável na Bélgica, Alemanha, França e Roménia.

Por outro lado, a taxa de emprego encolheu em 11 Estados-membros, Portugal incluído. Ainda assim, foi na Lituânia que a quebra foi mais acentuada (1,5 p.p), seguida do Luxemburgo e da Dinamarca (ambos a registarem uma descida de 0,4 p.p).

“A folga no mercado de trabalho, que compreende todas as pessoas com necessidades de emprego não satisfeitas e das quais uma das principais componentes é o desemprego, ascendeu a 11,5% da mão de obra com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos no quarto trimestre de 2022, contra 11,6% no terceiro trimestre de 2022 (-0,1 p.p)”, lê-se na nota informativa do gabinete de estatísticas da UE.

Um em cada quatro desempregados europeus encontrou emprego

Entre o terceiro trimestre de 2022 e o quarto trimestre de 2022, 6,7 milhões de europeus mantiveram-se no desemprego. Ou seja, 51,1% dos desempregados não conseguiram encontrar um novo posto de trabalho. No entanto, cerca de 25% dos europeus (3,2 milhões de pessoas) conseguiram fazer essa transição entre o desemprego e o emprego, enquanto 3,2 milhões de desempregados (24,4%) passaram para a inatividade.

Segundo o Eurostat, são consideradas inativas as pessoas que estavam fora do mercado de trabalho, ou seja, nem estão empregadas nem estão desempregadas. Desse universo, constam, por exemplo, os estudantes e os pensionistas, que não trabalham nem estão disponíveis para trabalhar.

Por outro lado, entre aquelas pessoas que estavam empregadas entre o terceiro e quatro trimestres do ano passado, 2,5 milhões (1,2%) ficaram desempregadas, e 5 milhões (2,5%) transitaram diretamente para a inatividade económica.

Em contrapartida, 5,2 milhões dos europeus que estavam inativos (4,4%) conseguiram encontrar um novo emprego e 3,7 milhões de pessoas (3,2%) passaram ao desemprego.

(Notícia atualizada às 11h29)

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Controlo da VIC Properties muda de mãos. Gestores e fundos compram promotora imobiliária

  • Joana Abrantes Gomes
  • 17 Março 2023

Fundos e gestores compram ações da VIC num negócio avaliado em mais de 670 milhões de euros, incluindo dívida.

A Aggregate, atual acionista da VIC Properties, chegou a um acordo para a venda da totalidade das ações da VIC Properties a um grupo liderado por investidores institucionais e pela própria equipa de gestão da empresa, anunciou a promotora imobiliária em comunicado. Espera-se que a operação seja concluída na segunda metade de 2023. Entre estes investidores estão a Albacore Capital Group, a Mudrick Capital Management e a Owl Creek Asset Management. A transação atinge um enterprise value “superior a 670 milhões de euros”, montante que também inclui a dívida.

A VIC Properties tem atualmente dois tipos de credores: bancos hipotecários, que asseguram 280 milhões de euros (200 milhões para o Prata Riverside Village e 80 milhões para a Matinha e para o Pinheirinho), e uma emissão obrigacionista de 250 milhões de euros.

A promotora imobiliária indica também que “receberá um significativo reforço de capital“, embora em termos e valor ainda por acordar. O objetivo deste reforço é “acelerar o desenvolvimento dos seus três grandes projetos residenciais em Portugal”, nomeadamente o Prata Riverside Village, a Matinha e o Pinheirinho.

Este acordo é anunciado cerca de um mês depois de a VIC Properties deixar cair aquele que seria o maior negócio imobiliário de sempre do país, ao desistir da venda do Project Rise, que incluía o Prata Riverside Village e a Herdade da Matinha, em Marvila, e a Herdade do Pinheirinho, em Grândola.

O acordo estabelecido requer alterações aos atuais acordos de financiamento da VIC Properties, o que abrange um “exercício de solicitação de consentimento para que os titulares das obrigações em circulação da VIC aprovem certas alterações aos termos de tais obrigações a fim de implementar a transação, incluindo a libertação da garantia existente prestada pela Aggregate, assim como de quaisquer compromissos futuros relacionados com as obrigações convertíveis da VIC”.

Além disso, os novos acionistas vão manter a atual equipa de gestão, liderada pelo CEO João Cabaça. “Juntamente com os nossos novos parceiros, e beneficiando de uma estrutura de capital reforçada, estamos altamente entusiasmados por podermos investir no desenvolvimento contínuo de alguns dos mais proeminentes projetos residenciais do País, proporcionando habitação de alta qualidade, sustentável e moderna, que tanta falta faz a quem vive em Portugal”, afirma, citado no comunicado.

A nova equipa de gestão adianta, por fim, que “só em Lisboa serão disponibilizados no mercado mais de 3.000 novos apartamentos, construídos e equipados com uma grande preocupação com a sustentabilidade”.

(Notícia atualizada às 11h17)

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Inflação na Zona Euro abranda para 8,5% em fevereiro mas preços dos alimentos aceleram

Taxa de inflação na Zona Euro abrandou para 8,5%, menos 0,1 pontos percentuais do que em janeiro.

A taxa de inflação na Zona Euro abrandou pelo sexto mês consecutivo. Em fevereiro, a evolução do índice de preços no consumidor foi de 8,5% em comparação com o mesmo mês de 2022, menos 0,1 pontos percentuais do que em janeiro. O ritmo de subida de preços em Portugal (8,6%) ficou ligeiramente acima da média (8,5%).

Ainda em termos homólogos, a subida dos preços da energia abrandou para 13,7% face aos 18,9% verificados em janeiro. Na variação mensal (em cadeia), estes preços caíram 1,1%.

No entanto, aceleraram os preços restantes elementos que contribuem para a taxa de inflação, como os produtos alimentares, os bens industriais que não dependem de energia e os serviços.

Fonte: Eurostat

O maior contributo veio da componente dos alimentos, álcool e tabaco, que subiu 1,7% face a janeiro e acelerou, na comparação homóloga, de 14,1% para 15%. Dentro desta categoria, a maior subida homóloga registou-se nos alimentos não processados, com variação em cadeia de 3,7% e de 13,9% na variação homóloga (compara com 11,3%).

A taxa de inflação excluindo a energia e os alimentos, duas componentes mais voláteis, também subiu face a janeiro, para 7,7%. Os preços dos bens industriais não dependentes de energia cresceram 6,8% na variação homóloga e 0,8% face a janeiro. Nos serviços, o aumento foi de 4,8% (face a fevereiro de 2022) e de 0,9% em comparação com janeiro.

(Notícia atualizada às 10h45 com mais informação)

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VdA contraria Medina e diz que foi contactada pelo Ministério das Finanças para analisar parecer da IGF

Após Medina negar, Jorge Bleck, sócio da VdA, confirmou que o Ministério das Finanças contactou o escritório para prestar serviços jurídicos relacionados com o relatório da IGF.

A sociedade de advogados Vieira de Almeida foi contactada pelo Ministério das Finanças para prestar serviços jurídicos relacionados com o relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF), mas entendeu não poder prestar o serviço. A confirmação foi dada pelo sócio da VdA Jorge Bleck ao Jornal Económico. Na terça-feira, o ECO/Advocatus tentou obter um esclarecimento em relação a este contacto do Governo mas fonte oficial do escritório disse não querer comentar este assunto. Mas dias depois, o sócio Jorge Bleck falou sobre isso.

Esta confirmação surge após Fernando Medina, ministro das Finanças, ter desmentido que o Governo tenha auscultado escritórios de advogados com vista a acautelar a fundamentação da “justa causa” para a exoneração da CEO e do presidente do conselho de administração da TAP.

Foi no dia 6 março que após analisarem o relatório da IGF sobre a saída de Alexandra Reis da TAP, Fernando Medina e João Galamba decidiram demitir a liderança da companhia aérea: o presidente do conselho de administração, Manuel Beja, e a CEO, Christine Ourmières-Widener.

Os dois gestores foram demitidos com “justa causa”, pelo que não terão direito a qualquer indemnização. Sobre o pagamento de eventuais bónus relativos aos resultados alcançados, Fernando Medina disse apenas que “serão pagas as compensações legalmente devidas pela TAP no âmbito da lei”.

O ministro lembrou que anunciou os motivos pelo qual o Governo iria proceder a uma mudança na cúpula da administração da TAP e que a exoneração está “nas mãos dos serviços jurídicos do Estado” para assessorar “a condução deste processo” que “está a correr exatamente como ditam as regras, haverá uma assembleia geral, haverá o pronunciamento dos próprios e haverá nova assembleia geral”, refere ainda Fernando Medina.

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Juízes alertam para “riscos sérios” da inteligência artificial nos tribunais

  • Lusa
  • 17 Março 2023

Manuel Soares, presidente da ASJP, alertou que a inteligência artificial nos tribunais traz "riscos sérios de descaracterização e desumanização da justiça".

O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), Manuel Soares, alertou na quinta-feira que a inteligência artificial nos tribunais traz “riscos sérios de descaracterização e desumanização da justiça” e apontou problemas de hierarquia e delimitação de competências dentro dos tribunais.

No discurso de abertura do XII Congresso dos Juízes Portugueses, Manuel Soares referiu-se ao contexto de “rápida e profunda evolução” e aos “perigos enormes” que acrescentam dificuldades ao trabalho dos magistrados, que, sujeitos “à pressão dos números, da rapidez de resposta e da produtividade estatística”, têm o exercício do poder judicial “cada vez mais funcionalizado”.

“O afastamento físico do juiz no tribunal, permitido pelo acesso eletrónico ao processo e incentivado pelas vantagens da eficiência, se não for rapidamente contido em limites razoáveis, vai aniquilar a função simbólica clássica da justiça, desumanizar o processo de análise e decisão, aumentar a probabilidade do erro, prejudicar a partilha de informação, vital para uniformidade dos procedimentos e previsibilidade da jurisprudência, e deslaçar de vez as já frágeis relações interpessoais, que são essenciais para a formação e transmissão de valores, cultura e identidade“, defendeu.

Manuel Soares apontou que os atos processuais são cada vez mais “padronizados e automáticos”, descaracterizando o trabalho do juiz, adaptado “à formatação de uma aplicação informática concebida e gerida pelo governo” e feito fora dos tribunais, com recurso a videoconferência e trabalho remoto.

Elencou ainda problemas de hierarquia e de definição de fronteiras de competências nos tribunais: os conselhos superiores ganharam poderes e competências capazes de “conformar os métodos de trabalho dos juízes e, assim, capacidade de influenciar o seu resultado”, os administradores judiciais, “dependentes do Governo, têm poderes que em muitas situações interferem diretamente com o trabalho judicial”.

“Competências essas que exercem muitas vezes com insuficiente controlo, de presidentes que podem, mas não se querem impor e de juízes que querem, mas não se podem impor”, disse.

Há, também, problemas de liderança dentro do funcionamento do tribunal, disse Manuel Soares, referindo que “o juiz manda fazer uma coisa e o funcionário faz outra, porque a sua fonte de autoridade estabelece-se com quem exerce um poder hierárquico efetivo, capaz de condicionar a carreira, e não com quem tem apenas um poder de superior orientação, abstrato e inconsequente”.

Apareceram de rompante problemas novos. Na gestão dos processos, dos métodos e tempos de trabalho, das agendas e prioridades e da relação funcional com as unidades de apoio, deixou de ser claro onde acabam os poderes jurisdicionais do juiz e começam os poderes administrativos dos conselhos, dos presidentes dos tribunais e dos administradores judiciais”, sintetizou.

Manuel Soares mencionou ainda a justiça administrativa e os processos complexos de criminalidade económico-financeira como áreas de “grave ineficiência” que fragilizam a justiça e a tornam vulnerável a “tentações de estabelecimento de formas impróprias de controlo” da sua administração, e os casos de magistrados em investigação ou julgamento, que comprometem a confiança no setor.

O XII Congresso dos Juízes Portugueses decorre desde quinta-feira até sábado no Funchal, Madeira, subordinado ao tema “Democracia, Direitos, Desenvolvimento”, reunindo cerca de 600 magistrados que durante três dias vão debater direitos humanos e a ameaças ao Estado de Direito e uma agenda de reforma da Justiça.

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Presidente chinês visita Rússia entre 20 e 22 de março

  • Lusa e ECO
  • 17 Março 2023

A diplomacia chinesa comunicou que Xi Jinping vai visitar Moscovo na próxima semana. O Kremlin já confirmou a visita, dizendo que as negociações abordarão a cooperação entre Rússia e China.

O Presidente chinês, Xi Jinping, vai visitar a Rússia na próxima semana, anunciou esta sexta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

“A convite do presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, o presidente Xi Jinping vai realizar uma visita de Estado à Rússia, entre 20 e 22 de março”, disse o ministério, em comunicado, sem avançar mais detalhes.

A visita de Xi Jinping a Moscovo já foi confirmada esta manhã pelo Kremlin. As negociações, segundo avança a Reuters, que cita o Governo russo, incidirão sobre “assuntos de desenvolvimento futuro das relações compreensivas e a cooperação estratégica entre a Rússia e a China”.

Os dois líderes reuniram-se pela última vez em setembro passado, à margem da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), no Uzbequistão.

Ambos expressaram, no entanto, o desejo de fortalecerem os seus laços, num período de tensões mútuas com o Ocidente.

A China afirmou ser neutra no conflito, mas, um mês antes da invasão, Xi e Putin proclamaram uma “amizade sem limites”, na abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim.

O país asiático recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia, mas condenou a imposição de sanções a Moscovo e acusou o Ocidente de provocar o conflito e “alimentar as chamas”, ao fornecer à Ucrânia armas defensivas.

Pequim considera a parceria com Moscovo fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.

As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se também rapidamente, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China.

Numa proposta para a paz com 12 pontos, divulgada no mês passado, Pequim destacou a importância de “respeitar a soberania de todos os países”, numa referência à Ucrânia, e apelou ao fim da “mentalidade da Guerra Fria”, numa crítica implícita ao alargamento da NATO.

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Impetus lidera agenda de quase 50 milhões para digitalizar cadeia do têxtil

  • Lusa
  • 17 Março 2023

Em causa está a implementação de inovações que permitam a exportação informática de dados em cada fase do processo produtivo.

A agenda mobilizadora Texp@ct, liderada pela têxtil Impetus, de Barcelos, pretende digitalizar produtos, processos 3D e a cadeia de valor de todo o setor, disse à Lusa o administrador Tércio Pinto.

“A digitalização da têxtil não passa só pela digitalização do produto, e os processos 3D, que também está inserido dentro deste objetivo, mas também passa pelo que é a cadeia de valor”, disse à Lusa Tércio Pinto, administrador do grupo Impetus.

Em causa está a implementação de inovações que permitam a exportação informática de dados em cada fase do processo produtivo, a sua interoperacionalidade entre sistemas e empresas, “para que exista uma ligação digital real entre a cadeia de valor”.

“Hoje em dia, o que as marcas e o que o mercado pedem é cada vez mais essa capacidade de rastreabilidade digital e leitura das operações“, justificou Tércio Pinto, uma vez que “normalmente as etapas estão divididas e estão desintegradas digitalmente”.

Em causa está a agenda mobilizadora Texp@ct, cujo valor de investimento total “ficou abaixo dos 50 milhões [de euros]”, nos “46 ou 47 milhões”, depois de uma redução no montante total inicialmente previsto, que rondava os 58 milhões de euros.

A agenda envolve também trabalhos ao nível da “robotização e automatização das etapas” de todo o processo produtivo.

“Se não houver um trabalho ao nível da robotização e ao nível de ter, em algumas tarefas, automatização e robotização em vez de ter pessoas, a indústria têxtil também terá problemas graves a curto prazo”, disse Tércio Pinto à Lusa, salientando que “não vai haver força de trabalho para estar a trabalhar em armazéns ou numa confeção”.

Tércio Pinto salientou ainda a importância de existir um processo em que “cada departamento comunica o que é que gastou, o que fez, o que é que aconteceu, qual é a rentabilidade, com que velocidade” executou as tarefas.

“A máquina aprende, o processo aprende, e pode interagir no futuro”, perspetivou, mencionando ainda a possibilidade de “informar os clientes com dados reais de consumo”, como a pegada carbónica, “sendo capaz de extrair e tratar os dados, integrá-los, e chegar a um objetivo que se fala, que é um passaporte digital do produto, ou um passaporte ecológico”.

Questionado acerca da situação atual da agenda mobilizadora, reconheceu que há um “atraso considerável”, mas da parte do grupo Impetus já quase “todos os processos estão a avançar”, nomeadamente ao nível do “chão de fábrica, interoperacionalidade dos dados, e na leitura da fábrica responsiva”.

Com toda a agenda, com data limite de implementação em dezembro de 2025, “o objetivo é criar serviços, propriedades intelectuais e produtos” que permitam às empresas do consórcio “vender tanto às empresas portuguesas como às empresas do mundo todo”.

O projeto, tecnicamente coordenado pelo CITEVE – Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário, envolve ainda empresas do setor como a A. Fiúza e Irmão, LMA – Leandro Manuel Araújo, Pedrosa e Rodrigues, Têxteis Penedo, P&R Têxteis, Tintex, Adalberto, Petratex, TMG, ERT, Borgstena, Têxteis JF Almeida, Riopele e Têxtil André Amaral.

Também estão incluídas empresas de outros setores e entidades de investigação como o INESC TEC e a Universidade do Porto.

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“Sempre que se fixa preços administrativamente as coisas não funcionam”, alerta Costa Silva

  • ECO
  • 17 Março 2023

Em entrevista, o ministro da Economia e do Mar avançou que "o mercado é o melhor instrumento" para fixar preços e dar resposta ao aumento do custo dos bens alimentares.

António Costa Silva considera que fixar preços administrativamente não é a solução para o aumento dos preços dos bens alimentares. Em entrevista ao Diário de Notícias, o ministro da Economia e do Mar explicou que o melhor instrumento é a “autorregulação“.

“Sempre que se fixa preços administrativamente as coisas não funcionam. Penso que o mercado é o melhor instrumento que temos para fixar preços. O que estamos a tentar desenvolver – o Governo tem agido em múltiplas dimensões – é tentar a autorregulação, o que significa que as empresas também façam uma oferta de produtos que sejam sensíveis a este clima de preços e que seja uma oferta positiva”, considera Costa Silva.

Para o político, “a autorregulação é o fundamental”, até porque algumas outras intervenções que têm sido feitas na Europa (como o caso francês), “podem não funcionar”, alerta. O ministro da Economia e do Mar chegou mesmo a ir mais longe e a dar como exemplo o caso do Presidente Nixon, dos Estados Unidos, “na sua célebre intervenção relativamente ao preço dos combustíveis”.

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