Rússia está a espiar cabos submarinos e tem Portugal no radar

Alto responsável da NATO avisou que a Rússia está a fazer um levantamento dos cabos submarinos e infraestruturas críticas na Europa e nos EUA. Portugal está no radar dos russos.

Henrique Gouveia e Melo chamou a atenção em março para espionagem russa ao largo da MadeiraHOMEM DE GOUVEIA/LUSA

A Rússia estará a mapear a localização de infraestruturas críticas na Europa e nos EUA, incluindo dos cabos submarinos por onde passa o grosso das comunicações transatlânticas, alertou o responsável dos serviços de informações e segurança da NATO, David Cattler. Portugal assume uma posição central neste tema, por ser um importante ponto de amarração destes cabos e devido à sua vasta zona económica exclusiva.

“Há crescentes preocupações de que a Rússia possa atacar cabos submarinos e outras infraestruturas críticas, num esforço para causar disrupção na vida ocidental e ganhar vantagem contra esses países que estão a dar apoio à Ucrânia”, disse David Cattler, citado pela Bloomberg esta quarta-feira.

A agência noticiosa recorda as declarações recentes do almirante português Henrique Gouveia e Melo à RTP. Em março, Gouveia e Melo afirmou que um navio russo que passou ao largo da Madeira era um navio espião numa ação de levantamento de cabos submarinos. O incidente ganhou mediatismo por causa da recusa de militares portugueses em embarcarem no navio NRP Mondego, que ia ao encontro desse navio russo, alegando más condições da embarcação da marinha.

“É um navio de espionagem que anda atrás e a medir os cabos submarinos e as infraestruturas dos cabos submarinos e nós temos de ter preocupação face ao significado que isso tem em termos militares”, disse Gouveia e Melo, aos jornalistas.

Portugal é ponto de amarração de cabos submarinos

Fonte: submarinecablemap.com

Fontes do ecossistema dos cabos submarinos evitam fazer comentários em público e até em privado sobre o interesse russo nestas infraestruturas. No entanto, pelo menos uma pessoa familiarizada com o assunto comentou com o ECO saber da ocorrência de outros incidentes deste tipo no passado recente.

O aumento do interesse público nestas infraestruturas críticas, mas praticamente invisíveis, por estarem no fundo do mar, está a crescer em Portugal, sobretudo este ano, no contexto da guerra na Ucrânia. Um sinal disso são as conferências que começam a surgir em torno deste assunto.

Por exemplo, em março, a embaixada britânica em Lisboa promoveu um seminário sobre cabos submarinos e cibersegurança onde estiveram presentes representantes militares dos dois países, dos reguladores das comunicações português e britânico, e do Governo português. Já em abril, Cascais acolheu a Carrier Community Submarine Summit, um evento internacional do setor.

Esse interesse tem sido acompanhado de investimento. Em 2021, foi inaugurado o cabo submarino EllaLink, que liga Sines a Fortaleza, no Brasil. Também está em curso a construção do cabo Medusa, que deverá chegar a Carcavelos em 2024, ligando nove países de África e da Europa. O próprio Governo português, através da IPTelecom, a operadora estatal, tem em curso o processo de substituição do anel CAM, que liga continente, Açores e Madeira, cujas ligações atuais estão em vias de ficar obsoletas.

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Teletrabalho aplica-se à função pública “com necessárias adaptações”

  • Lusa e Trabalho
  • 4 Maio 2023

Em causa está o pagamento das despesas adicionais com o teletrabalho que, segundo os sindicatos foram informados, não há base legal para a sua aplicação à Função Pública. 

O teletrabalho previsto na lei laboral em vigor desde maio aplica-se à administração pública com “necessárias adaptações”, estando previsto avaliar, na legislatura, uma revisão do acordo coletivo das carreiras gerais sobre esta matéria. Em causa está o pagamento das despesas adicionais com o teletrabalho que, segundo os sindicatos foram informados, não há base legal para a sua aplicação à Função Pública.

“Quanto ao teletrabalho, importa esclarecer que o regime previsto no Código do Trabalho aplica-se, com as necessárias adaptações, à Administração Pública”, afirmou fonte oficial do Ministério da Presidência à Lusa.

A resposta do gabinete surge depois de uma ronda negocial suplementar, realizada na quarta-feira entre os sindicatos e a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, em Lisboa, na qual a adaptação das novas normas previstas na Agenda do Trabalho Digno ao regime laboral dos funcionários públicos foi discutida.

Em causa está uma nova norma aprovada no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, que entrou em vigor este mês, que prevê a fixação, no contrato de trabalho ou contrato coletivo, de um valor a pagar pelas despesas adicionais do teletrabalho.

Segundo a Frente Sindical (Fesap) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), durante a reunião, a secretária de Estado indicou que esta nova norma não se aplica diretamente à função pública, uma vez que os acordos coletivos do setor não preveem a possibilidade de negociação de matérias remuneratórias.

No que diz respeito à regulamentação do teletrabalho, a secretária de Estado disse que os acordos coletivos de trabalho na Administração Pública não podem tratar de matérias de natureza pecuniária”, afirmou José Abraão, secretário-geral da Fesap.

De acordo com gabinete liderado pela ministra Mariana Vieira da Silva, o regime de teletrabalho previsto no Código do Trabalho aplica-se, mas “com as necessárias adaptações”.

No acordo de valorização dos trabalhadores da administração pública, assinado em outubro, “o Governo comprometeu-se a avaliar, no horizonte da legislatura, a revisão do instrumento de regulamentação coletiva de trabalho aplicável às carreiras gerais no que respeita à organização do tempo de trabalho, nomeadamente em matéria de teletrabalho”, refere fonte do gabinete.

O ministério refere ainda que “até hoje” não existe “reporte de solicitação de pagamento das despesas por trabalhadores da Administração Pública” e lembra que existem cerca de 21 mil trabalhadores em teletrabalho, segundo a última recolha informal de dados por parte das entidades públicas.

Quanto ao aumento do valor a pagar pelas horas extraordinárias superiores a 100 horas anuais, previstas no Código do Trabalho, o ministério afirmou que “não é matéria de convergência” com a administração pública.

“Para além de uma miríade de regimes de carreiras especiais, existem normas próprias, na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, nomeadamente quanto aos acréscimos remuneratórios, pelo que não se aplica diretamente o regime previsto no Código do Trabalho“, explicou o gabinete.

A lei laboral prevê que o valor a pagar pelas horas extraordinárias, a partir das 100 horas anuais, aumenta para o dobro, sendo de 50% na primeira hora ou fração desta, de 75% por hora ou fração subsequente, em dia útil, e 100% por cada hora ou fração, em dia de descanso semanal, obrigatório ou complementar, ou em feriado.

Esta norma entrou em vigor dia 01 de maio, mas as associações patronais e sindicais têm um período transitório para alterarem as convenções coletivas.

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APDL pede empréstimo de 60 milhões ao BEI para obras em Leixões

Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo pediu um empréstimo de até 60 milhões de euros ao Banco Europeu de Investimento para financiar as obras no Porto de Leixões.

A Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), liderada por João Neves, pediu um empréstimo de até 60 milhões de euros ao Banco Europeu de Investimento (BEI) para financiar as obras no Porto de Leixões.

Em causa está “o prolongamento do Quebra-Mar e Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Leixões”, num montante de até 60 milhões de euros, e que já recebeu “luz verde” por parte do ministro das Finanças, segundo o despacho publicado esta quinta-feira em Diário da República, com data de 21 de abril.

O empréstimo terá um “regime de taxa fixa ou variável, a 3, 6 ou 12 meses, consoante a opção da APDL, mediante auscultação do IGCP”, tendo sido fixada uma taxa de garantia pessoal do Estado de 0,2% ao ano. Pode ser utilizado até três anos após a data de assinatura do contrato de financiamento, e pago, no máximo, em seis tranches.

Aponta ainda o despacho que a amortização pode ser realizada em “prestações trimestrais, semestrais ou anuais, constantes em capital ou constantes em capital e juros”, consoante o regime de taxa de juro escolhido pela APDL.

A concessão deste empréstimo é justificada, com a “importância do projeto para a melhoria das condições de segurança e de navegabilidade marítima” do maior porto do Norte do país, com “reflexos na competitividade e na conectividade internacional do país”. O despacho invoca também o “interesse nacional”, dada “a importância dos portos comerciais como instrumentos de desenvolvimento económico e social”.

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Volume de água desceu em 10 bacias hidrográficas em abril

  • Lusa
  • 4 Maio 2023

Das 60 albufeiras monitorizadas, 35 apresentavam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e seis inferiores a 40%.

O volume de água armazenado desceu no final de abril em 10 bacias hidrográficas e subiu em duas, comparativamente ao mês anterior, segundo dados do Sistema Nacional de Informação dos recursos Hídricos (SNIRH).

Das 60 albufeiras monitorizadas, 35 apresentavam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e seis inferiores a 40%.

A bacia do Barlavento algarvio, com 13,3%, apresentava no final de abril a menor quantidade de água armazenada, do global, tal como sucede há mais de um ano.

A média de armazenamento para o mês de abril na bacia do Barlavento é de 76,5%, segundo o SNIRH.

Com menor disponibilidade de água estavam também as bacias do Mira (35,7%) e Arade (39,6%).

Já as bacias do Ave (86,9%), Tejo (86,1%), Douro (85,2%), Mondego (83,5%), Cávado (83,3%), Lima (82,2%), Guadiana (81%), Oeste (77,2%) e Sado (60,1%) eram as que tinham os níveis mais elevados.

Os armazenamentos de abril de 2023 por bacia hidrográfica apresentaram-se superiores às médias de armazenamento de abril (1990/91 a 2021/22), exceto para as bacias do Mondego, Sado, Guadiana, Mira, Ribeiras do Algarve e Arade.

A cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira.

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Everything.Fi – Como gerir as finanças pessoais?

  • Conteúdo Patrocinado
  • 4 Maio 2023

O Everything.Fi é um evento sobre finanças pessoais, investimento e fintech, que se realizará nos dias 5 e 6 de maio, em Coimbra. A iniciativa destina-se a todos com interesse em literacia financeira.

Nos próximos dias 5 e 6 de maio, o Exploratório – Centro Ciência Viva de Coimbra irá receber o evento Everything.Fi, um evento co-organizado pelo NEI/AAC e pela jeKnowledge, que visa fomentar a literacia financeira e difundir conhecimento sobre finanças pessoais.

O programa do primeiro dia terá uma duração de três horas. Às 14h30, Gabriel Ferreira, da New Trading Horizons, fará a abertura do evento, seguida de uma talk, intitulada “O que é Fintech?”. Depois, das 16h30 às 17h30, decorrerá a primeira atividade do Everything.Fi, com Ana Januário, DS – Intermediária de Crédito, que irá explicar como gerir orçamentos.

No dia seguinte (6 de maio), o programa será mais vasto – das 10 horas às 18h30. Começará com a segunda atividade do evento, denominada “Investimento e Gestão de Risco”, que terá como oradores Sérgio Rodrigues, do Meu Capital; António Ferrão, da Fintech Solutions; e Gabriel Ferreira, da New Trading Horizons. Esta primeira conversa será moderada por André Ribeiro, da NEE/AAC.

“Acabei o curso, e agora?” será o mote da segunda talk do Everything.Fi, que terá como convidado o Doutor Finanças, e que antecede as três últimas atividades do evento, mais voltadas para o tema do investimento.

Na terceira atividade, moderada por Miguel Santana, da Everything.Fi, os convidados Vitor Ribeiro, Future Proof; e Hélder Sebastião, FEUC, abordarão as várias opções de investimento existentes. De seguida, o tema da quarta atividade, moderada por Francisco Carreira, da Web3Grad, estará relacionado com os cripto ativos e terá como convidados Roberto Machado, da Subvisual; João Pedro, da Binance; e Nuno Lima da Luz, da Fac3.

Para fechar o evento, Diogo Almeida, da Lightshift Capital; Tocha, Angel Investor; e Hélder Sebastião, da FEUC, irão explicar a relação entre o comportamento humano e investimentos numa conversa moderada por Miguel Santana, da Everything.Fi.

O Everything.Fi destina-se a todos os interessados em literacia financeira. As inscrições podem ser feitas através do site do evento.

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Banco americano PacWest estuda potencial venda, após ações afundarem 50%

  • ECO
  • 4 Maio 2023

PacWest está a ser abordado por potenciais parceiros e investidores e a rever as opções estratégicas. Ações do banco afundaram 50% na quarta-feira com notícias sobre debilidade financeira.

A crise bancária nos Estados Unidos ganhou um novo capítulo. O PacWest Bank, com sede na Califórnia, anunciou que está a ser abordado por potenciais parceiros e investidores e a rever as opções estratégicas. Na quarta-feira, as ações do banco afundaram 50%, depois de a Bloomberg ter noticiado que a instituição financeira está a estudar uma possível venda ou aumento de capital para enfrentar as dificuldades financeiras.

Em comunicado, o PacWest adiantou que está a analisar “todas as opções para maximizar o valor para o acionista”. De acordo com duas fontes próximas do processo, ouvidas pelo Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês), instruiu o banco de investimentos Piper Sandler para o ajudar a explorar opções estratégicas, incluindo uma possível venda. Contudo, ainda não houve uma abertura formal do processo de venda e em cima da mesa está ainda um novo aumento de capital.

Esta decisão ocorre dias depois de a agência federal norte-americana ter anunciado que o JPMorgan Chase Bank vai assumir todos os depósitos e a maior parte dos ativos do First Republic Bank. Foi o terceiro terceiro banco americano a colapsar em dois meses, após a queda inicial do Silicon Valley Bank.

Há algumas semanas, o PacWest revelou ter levantado 1,4 mil milhões de dólares através de um empréstimo da Atlas SP Partners. Com sede em Beverly Hills, o banco informou no final do mês passado que perdeu mais de 5 mil milhões em depósitos durante o primeiro trimestre, mas assegurou que conteve os levantamentos e recebeu mais de mil milhões de dólares em depósitos desde março. As ações do banco caíram mais de 77% desde o início desse mês.

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Chega tem demasiado espaço nos media, como diz António Costa?

Os media dão demasiada cobertura ao Chega, como afirmou António Costa no 25 de abril? A resposta é um "nim", com o partido de Ventura a ser alavancado mediaticamente pelos restantes atores políticos.

Augusto Santos Silva chegou esta terça-feira a Kiev, na Ucrânia, para uma visita oficial de dois dias. Acompanhado por deputados das bancadas do PS, PSD, IL e BE, o presidente da Assembleia da República deixou de fora o PCP e “desconvidou” o Chega. Estava previsto que André Ventura seguisse na comitiva, mas, após os incidentes com Lula da Silva no Parlamento, na sessão do 25 de abril, Augusto Santos Silva anunciou que ia excluir o partido das viagens oficiais. “Este critério aplica-se de imediato e significa a exclusão de qualquer representante do Grupo Parlamentar do Chega”, lia-se na nota então divulgada pelo gabinete do presidente da Assembleia da República. Dito e feito.

Na tarde desta quarta-feira, fazendo uma pesquisa rápida no Google, eram poucas as notícias que não tinham em título a exclusão do Chega na vista oficial, assumindo esta importância idêntica à da própria visita da delegação portuguesa.

António Costa provavelmente diria que a “culpa” é dos jornalistas, que dão demasiada visibilidade ao partido liderado pelo homem que ainda há poucas horas, na sequência do pedido de demissão não aceite de Galamba, afirmou que “o que vimos foi um certo desequilíbrio emocional, precipitação política e uma vontade de confronto”.

Jornalistas, analistas e politólogos respondem que, provavelmente, a responsabilidade é do presidente da Assembleia da República, que criou o facto que agora é notícia.

Mas vamos recuar uma semana. “Eu não tenho nenhum canal de televisão, não tenho nenhuma rádio ou jornal. Quem lhes dá visibilidade? São as televisões, as rádios, os jornais ou é o primeiro-ministro? Os senhores é que lhes dão visibilidade”, afirmou António Costa, no 25 de Abril, criticando a atenção mediática dada a esse partido “ultraminoritário”.

“O discurso do Presidente da República foi muito pedagógico, porque demonstrou que uma pessoa da direita democrática, do centro-direita, não se tem que deixar condicionar, limitar, nem na atitude, nem nas palavras, nem no vocabulário, nem no discurso, por aquilo que é o ruidismo gerado pelo Chega. Demonstrou bem que, felizmente em Portugal, temos não só uma esquerda democrática, como temos uma direita democrática que preenchem a esmagadora maioria do espaço político nacional”, apontava António Costa.

O Chega “é mesmo uma exceção” e “um dos piores perigos que existe para o futuro da democracia é o excesso de representação mediática e o excesso de atenção de quem não tem essa representação popular”, prosseguia o chefe do Executivo socialista, citado pela Lusa. “Vão entreter-se a bater-me nos próximos dias. Mas dão-lhes mesmo uma atenção desproporcionada àquilo que eles [Chega] representam na nossa vida coletiva”, prosseguiu.

Uns dias depois, a atenção foi desviada para o caso Galamba, também ele rico em episódios que dariam facilmente origem a um episódio especial do Isto é Gozar com Quem Trabalha, de Ricardo Araújo Pereira. Mas a questão mantém-se: os media dão demasiada cobertura a André Ventura e ao Chega, o terceiro partido com maior representação parlamentar?

“Quando observamos a relação entre partidos e media, observamos que o panorama não é obviamente igualitário. Durante muitos anos dizia-se que o Bloco de Esquerda tinha saliência nos media muito acima e PCP”, recorda o politólogo António Costa Pinto.

“No caso do Chega, e desse comentário [de António Costa], tem muito mais a ver com o fenómeno novidade na cena política” acrescenta. “Novidade em relação ao discurso, em relação às relações com as instituições, ao tipo de ação, até agora desconhecida no Parlamento português”, concretiza. “Isto não tem precedentes”, afirma, referindo-se ao protesto em pleno hemiciclo durante a visita de Lula da Silva. “O destaque mediático tem muito a ver com a novidade. Se se banalizar, o destaque será muito menor”, acredita. E, a prazo, “tende à banalização”, acredita. O comentário de António Costa, em sua opinião, não deixa de ser “a constatação de uma realidade”.

“O destaque mediático tem muito a ver com a novidade. Se se banalizar, o destaque será muito menor”

António Costa Pinto

Politólogo

De acordo com a Marktest, André Ventura ocupa a terceira posição entre os protagonistas das notícias em março. A primeira posição é de António Costa, com 9h52m, e no segundo lugar surge Marcelo Rebelo de Sousa, com cerca de menos cinco minutos. André Ventura ocupa, com 4h15m, um lugar no pódio. Luís Montenegro, a título comparativo, surge na sexta posição, com 2h28m.

Ao contrário do que os políticos pensam, o crescimento das direitas nacionalistas não tem a ver com exposição mediática”, afirma Ricardo Costa, diretor-geral de informação do grupo Impresa, dono da SIC e do Expresso. Como exemplo, o jornalista começa por citar o caso de Jean-Marie Le Pen, e a espécie de “cordão sanitário” que existia em seu redor até 2002. Quinze anos depois o cenário era semelhante com Marine Le Pen, que já foi por duas vezes à segunda volta nas eleições francesas, a última com 42% dos votos.

Ao contrário do que os políticos pensam, o crescimento das direitas nacionalistas não tem a ver com exposição mediática.

Ricardo Costa

Diretor-geral de informação do grupo Impresa

A ideia de os jornalistas não cobrirem a atividade destes partidos é um duplo erro”, defende Ricardo Costa. Por um lado, “limita a atividade dos jornalistas e a informação aos seus leitores”, por outro, “não impede crescimento nenhum”, sustenta. “É estranho falar do Chega sem se falar do que está a acontecer na Europa – inclusive em países com altas taxas de literacia, como a Finlândia – ou do Brasil, com Bolsonaro”. “É completamente errada a ideia de que os resultados eleitorais decorrem da exposição jornalística”, sustenta.

“Está no parlamento, gostemos dele ou não”, diz, por seu lado, José Manuel Fernandes, publisher do Observador. “Os órgãos de comunicação social não têm que fazer juízos de valor sobre os partidos”, reforça. “Não creio que ignorar este fenómeno tenha vantagens”, acrescenta, dando como exemplo as eleições ganhas por Donald Trump em 2016. “Nos EUA ou não deram atenção suficiente ou não perceberam o fenómeno” e “devemos procurar estar atentos a tudo o que se passa e não apenas ao que nos agrada”.

Quando damos uma notícia sobre o presidente da Assembleia estamos a promover o presidente da Assembleia? Ou quando damos uma notícia sobre o Chega estamos a promover o Chega?

Carlos Rodrigues

Diretor do Correio da Manhã e da CMTV

“Quando damos uma notícia sobre o presidente da Assembleia estamos a promover o presidente da Assembleia? Ou quando damos uma notícia sobre o Chega estamos a promover o Chega?”, questiona por seu turno Carlos Rodrigues, diretor da CMTV e do Correio da Manhã. “Fazemos tudo o que é novo e relevante. Dar notícias não pode ser confundido com ‘levar ao colo’”, acrescenta o diretor do jornal onde André Ventura, tal como António Costa – até presidir à Câmara Municipal de Lisboa – tiveram espaços de opinião.

António Costa escrevia na página dois, André Ventura no espaço de Portugal. E isso não faz de nós nem do PS nem do Chega”, remata Carlos Rodrigues, que vê as declarações de António Costa, no 25 de abril, como “comentários sobre política, não sobre jornalismo”.

Também contactados pelos +M/ECO, Nuno Santos e António José Teixeira, diretores de informação da TVI/CNN e da RTP, optaram por não fazer comentários. “Prefiro não alimentar esta discussão”, explicou o responsável de informação do canal público.

“Não cobrir a direita é um erro”, resume Ricardo Costa. “Não falávamos sobre o Vox, em terceiro nas intenções de voto em espanholas e do qual o PP precisa para formar governo?”, questiona o diretor de informação da SIC.

Ricardo Costa acredita, contudo, que os jornalistas podem e devem discutir a forma como fazem a cobertura do Chega. “André Ventura todos os meses anuncia ‘a maior manifestação de sempre’. É sempre a maior manifestação de qualquer coisa, acabam por ser fraquinhas… Por vezes os jornalistas acabam por cair no engodo”, admite Ricardo Costa. “Os jornalistas podem e devem discutir a melhor maneira de cobrir um partido como o Chega, mas essa discussão deve ser feita sem nenhuma pressão política”, acrescenta.

Mais, “os jornalistas têm de perceber como lidar com o Chega, assim como os políticos tem que perceber, porque ainda não perceberam”, remata Ricardo Costa. “Os jornalistas têm que ser inteligentes na leitura da agenda e os outros partidos também se ‘espalham na esparrela’”, constata o jornalista, defendendo que o critério quantitativo da representação parlamentar não pode ser o único. “Se fosse, o CDS não teria cobertura em nada. O Chega e a Iniciativa Liberal não teriam tido, quando só tinham um deputado”.

Ou, recuando, o Bloco de Esquerda no tempo de Francisco Louçã ou do PP com Paulo Portas, “partidos que comunicavam especialmente bem, destaca, numa opinião partilhada também por José Manuel Fernandes e António Costa Pinto.

A forma como os restantes partidos lidam com o Chega é outro dos principais pontos destacados pelos quatro profissionais ouvidos pelo +M/ECO.

O PSD está hoje a ter o desafio à direita que o PS teve durante os primeiros 25 anos de democracia à sua esquerda. É a vida”, resume António Costa Pinto. O politólogo recorda que parte da explicação para maioria absoluta do PS tem a ver com “o descontentamento com o eleitorado que ‘deu cabo da geringonça’ e com a ameaça do Chega, que assustou o eleitorado de centro”. “Agora, o PS utiliza esse tema para estigmatizar PSD, exigindo demarcações sucessivas”, analisa. “O eleitorado português é pouco ancorado politicamente e o PS quer ganhar votos à esquerda e ao centro. Colocar o PSD mais à direita do que na realidade está é do interesse do PS, tal como já aconteceu ao contrário”, constata. “Hoje em dia, o debate político à direita está sobretudo marcado pelo desafio de dois partidos à hegemonia do PSD. Agora a disputa está à direita”, com o Chega e Iniciativa Liberal. “Dizer que a situação interessa ao PS tem algum fundo de verdade”.

“Quem ganha com isto é o Chega”, afirma sem hesitações Ricardo Costa. De resto, “se ganha mais a esquerda ou a direita não é claro”, refere. O diretor de informação da SIC sustenta que, a partir do momento em que o PSD já se demarcou do Chega”, deixa de ser líquido quem tira vantagem com o crescimento do partido de Ventura. “O PS já ganhou, culpa do PSD que não se afastou claramente do Chega”. “É um jogo em que sobretudo o Chega ganha”.

Terça-feira, a propósito da demissão de Galamba, “o que dizia André Ventura era sobretudo o que as pessoas queriam ouvir, o que se dizia nos cafés. Quando os partidos exploram os sentimentos da população, a solução não é esconde-los”, acrescenta José Manuel Fernandes.

Agora, a quem interessa a subida do Chega? “Interessa mais ao PS, que já conquistou muito graças ao Chega, pelo receio de que a vitória do PSD lhe abrisse portas. Agora, se o Chega crescer é mais difícil constituir maioria política nessa área”, defende. “Mesmo que PSD o diga mil vezes [que não há acordo], o estigma vai continuar a existir”, acredita.

O Chega tem muita atenção porque há muitas situações em que os outros partidos desnecessariamente lhe dão palco” (…) “É o que o Chega quer. E tem canais nas redes sociais que permitem amplificar todos os episódios”.

José Manuel Fernandes

Publisher do Observador

Voltando às declarações de António Costa, e ao protagonismo de André Ventura, o fundador do Observador aponta o dedo, por exemplo, a Augusto Santos Silva. “Basta comparar o seu comportamento e o de Lula da Silva. Lula da Silva não lhe deu visibilidade, Augusto Santos Silva fez com que tudo fosse repetido”. “O Chega tem muita atenção porque há muitas situações em que os outros partidos desnecessariamente lhe dão palco”, resume José Manuel Fernandes. “É o que o Chega quer. E tem canais nas redes sociais que permitem amplificar todos os episódios”, remata.

Quanto ao ganho de votos, “faz mais pelo Chega um atraso no julgamento de José Sócrates do que o tempo de exposição nas notícias”, atira o diretor de informação da Impresa.

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Auchan, Lidl, Worten ou Pingo Doce. Aqui há 1.700 vagas

Retalho está a reforçar equipas de verão, em particular na região sul do país. Mas há ofertas de emprego para todo o ano, num total de quase 2.000 vagas nas oito cadeias ouvidas pelo ECO Trabalho.

Auchan, Aldi, El Corte Inglés, Mercadona, Lidl, Pingo Doce, Recheio e Worten estão a reforçar as suas equipas para a época de verão, e não só, tendo estas cadeias de retalho cerca de 1.700 ofertas de emprego disponíveis. Só a Auchan tem 465 ofertas de emprego de Norte a Sul do país, “50 são para cargos de gestão e cerca de 40 para estágios”, e a Mercadona tem mais de 500 vagas.

“As necessidades com maior incidência, não só durante o verão, mas durante todo o ano, são normalmente as de responsável de mercado, nomeadamente na área dos produtos frescos; e também de operadores. As áreas da ótica (Optometrista/ Ortoptista) e saúde e bem-estar (farmacêutico), apesar de em menor quantidade, são áreas para as quais frequentemente abrimos vagas”, descreve fonte oficial da Auchan ao ECO Trabalho. As funções de IT, data e até supply também estão no nosso foco de recrutamento da cadeia que tem mais 465 ofertas de emprego, das quais 50 para cargos de gestão e 40 para estágios.

Para contrariar a pressão de recrutamento que se coloca em certas épocas do ano, como é o caso do verão, o Lidl “tem vindo a investir num reforço das suas equipas de loja ao longo do ano, para evitar um recrutamento mais intenso nesses períodos, que requer um maior esforço de recrutamento, formação e acompanhamento dos colaboradores”, começa por referir fonte oficial da companhia. Ainda assim, entre maio e junho, a empresa prevê um reforço adicional das equipas “em cerca de 250 contratações, especialmente na zona Sul do país.”

“Nos restantes meses de verão está prevista uma gestão mensal das necessidades e da estrutura de cada loja”, aponta ainda a companhia. O foco é, sobretudo, para as funções de operadores de loja. “Ao longo dos próximos meses planeamos reforçar ainda mais o recrutamento desta posição“, indica.

Para fazer face ao fluxo de turistas para o Algarve durante o verão, também o Aldi está a recrutar para as suas lojas na região. “O nosso plano de expansão leva-nos a ser um empregador ativo e atrativo a nível nacional. Ao debruçarmo-nos em específico sobre o período de verão, destacamos o fluxo de turismo na região do Algarve, que nos leva a preparar com maior antecedência o reforço nas nossas 19 lojas nesta região“, aponta Vera Martinho, managing director human resources da Aldi Portugal.

Por isso, “com os sinais positivos que o setor do turismo apresenta atualmente, para já, prevemos recrutar cerca de 100 colaboradores para as nossas lojas no Algarve, com contrato direto com a Aldi”, anuncia a responsável de RH da cadeia de supermercados.

Desde março que o retalhista tem em curso a campanha de recrutamento de verão, especificamente para as lojas do Algarve. “Permite aos futuros colaboradores conciliarem o trabalho com o seu tempo livre, aproveitando o melhor do verão nesta região, uma vez que oferecemos um regime part-time, com 25 horas semanais”, diz.

“Esta é uma campanha de recrutamento para os meses de maio, junho, julho, agosto e setembro, que privilegia, assim, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, e que oferece outros benefícios, entre os quais trabalhar numa equipa jovem, motivada, onde existe um grande espírito de entreajuda, e usufruir da nossa rede de parcerias exclusivas, que conta com mais de 100 parceiros nas mais variadas áreas, como desporto, saúde e bem-estar“, destaca Vera Martinho.

Estamos a tirar o máximo partido desta fase de crescimento que a Aldi Portugal está a atravessar e isso tem-nos levado não só a aumentar continuamente as nossas equipas (lojas, mas também centro logístico e escritórios), como a fazê-lo com a maior antecedência possível, de forma a podermos proporcionar-lhes a devida formação.

Vera Martinho

Managing director human resources da Aldi Portugal.

Colaboradores para a reposição de produtos em loja e para controlo dos frescos (fruta e legumes) são os perfis mais procurados.

Mas não só. “Poderá também surgir a necessidade de reforçar as nossas equipas em outras zonas do país no período do verão, a par com as várias necessidades de recrutamento que vamos ter ao longo de todo o ano, tendo em conta as 19 lojas que prevemos abrir”, acrescenta Vera Martinho. “Em cada abertura, criamos cerca de 20 postos de trabalho, contribuindo para aumentar a empregabilidade local e oferecendo, sempre que possível, oportunidades de carreira a longo prazo”, aponta a cadeia.

“Estamos a tirar o máximo partido desta fase de crescimento que a Aldi Portugal está a atravessar e isso tem-nos levado não só a aumentar continuamente as nossas equipas (lojas, mas também centro logístico e escritórios), como a fazê-lo com a maior antecedência possível, de forma a podermos proporcionar-lhes a devida formação”, refere ainda.

Reforço nas zonas balneares

Um total de 75 ofertas — para todo o paísé o número de vagas neste momento listadas no site do Pingo Doce. A cadeia do grupo Jerónimo Martins tem “vagas permanentemente em aberto” e, durante a época estival, reforça as “equipas de algumas localizações, nomeadamente zonas balneares, onde se verifica um maior fluxo de clientes nas nossas lojas, como é o caso, por exemplo, de toda a região do Algarve e toda a zona litoral ao longo do país”, aponta fonte oficial da cadeia do grupo Jerónimo Martins.

Brevemente, a cadeia — que este ano prevê juntar mais cerca de dez novos supermercados à rede de lojas — irá “ainda lançar as nossas academias de verão, para estudantes que queiram fazer estágios nas nossas lojas ou no armazém do Algarve, conjugando uma experiência em contexto real de trabalho e formação teórica.”

No braço grossista do grupo, o Recheio, está em curso um “processo de reforço das equipas de loja e plataformas de distribuição logística um pouco por todo o país”, mas, “claramente com maior foco em zonas balneares, em especial no Algarve.” No site do cash & carry estão listadas 38 ofertas.

“As ofertas de reforços de verão no Recheio são essencialmente de operador de loja e de operador de armazém, com possibilidade de trabalhos em full-time ou part-time“, descreve. “A possibilidade de um part-time pode ser bastante interessante para quem quer ter algum rendimento financeiro ao mesmo tempo que tem também a possibilidade de gozar o verão. Ao longo do ano as nossas necessidades vão variando consoante as necessidades do nosso negócio, podendo passar por diferentes secções da loja (como talho, peixaria, ou frutas e legumes) até obviamente a necessidades nas nossas estruturas centrais.”

Para a campanha de verão, a Mercadona precisa de “preencher cerca de 100 vagas para diversas lojas em várias cidades do país”, informa fonte oficial da cadeia. “As vagas para a campanha de verão são principalmente para os operadores de supermercados.”

“Em termos de ofertas de emprego a tempo inteiro e contratos efetivos, temos mais de 500 vagas, principalmente para lojas, mas também para o bloco logístico e escritórios“, refere ainda fonte oficial da cadeia que, para este ano, conta abrir mais dez lojas, bem como ter operacional o bloco logístico de Almeirim.

“No verão os perfis mais necessários são os mesmos que no resto do ano e incidem, sobretudo, em funções de atendimento ao cliente, para qualquer uma das nossas áreas de produto, tais como moda, acessórios, desporto e lazer, entre outros”, começa por referir fonte oficial do El Corte Inglés.

Perfis de supermercado, como os operadores de caixa e repositores, são também áreas para as quais a empresa direciona as suas ofertas, “agora e em continuidade.” Mas não é tudo. Procura também perfis para funções para estruturas de apoio, como é o caso do apoio telefónico ao cliente.

“Distribuídas entre as funções mencionadas estão aproximadamente 50 lugares, para horários em full time, mas também para várias possibilidades em part-time”, refere a empresa.

Ofertas para lojas e entrepostos

“À semelhança dos anos anteriores, temos atualmente em curso uma campanha de recrutamento de verão para o reforço das equipas de loja na região do Algarve e para o Entreposto na Azambuja. Para estes casos, procuramos pessoas com forte orientação para a satisfação dos clientes, que gostem de trabalhar em equipa, que sejam muito focadas em resultados e que gostem de tecnologia, em geral. Também é importante disponibilidade horária, nomeadamente aos fins de semana. Para o Entreposto a experiência prévia é uma mais-valia, sobretudo para quem tem interesse na área de logística e no trabalho em armazém”, aponta Inês de Castro, head of people da Worten.

Ao todo, a cadeia tem “entre 40 a 50 vagas” para todas as lojas Worten do Algarve, bem como mais 50 vagas para o Entreposto. “Estamos a falar de contratações, maioritariamente para as funções de vendedor e operador de logística, em linha com o verificado o ano passado”, refere a responsável de RH da cadeia do grupo Sonae.

Além do reforço de verão, a cadeia está ainda a “reforçar a nossa equipa de técnicos de reparação ao domicílio com mais de 20 vagas a nível nacional: Porto, Aveiro, Lisboa, Faro, Leiria. O objetivo deste técnico é efetuar toda a análise e diagnóstico, reparação, manutenção e instalação de eletrodomésticos no domicílio dos clientes”.

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Google anuncia que já é possível entrar nos seus serviços sem password

  • Lusa
  • 4 Maio 2023

O Google revelou que já é possível fazer login com "passkeys", um sistema semelhante ao que é usado para desbloquear os telemóveis, através de um pin, impressão digital ou identificação facial.

O Google revelou que, a partir desta quarta-feira, já é possível fazer ‘login’ nos seus serviços com “passkeys”, um sistema semelhante ao que é usado para desbloquear os telemóveis, através de um pin, impressão digital ou identificação facial.

Com este novo sistema, a empresa norte-americana pretende facilitar o acesso a serviços como o Gmail ou o YouTube pelos utilizadores nas suas contas pessoais, e também em maior segurança, embora o tradicional sistema de “passwords” também se mantenha, para já, a funcionar.

Para aceder ao novo método, o utilizador terá de certificar o telemóvel ou outro dispositivo fiável a partir do qual costuma aceder aos serviços. Para isso basta fazer login na sua conta Google pessoal, e visitar a página g.co/passkeys, clicando então na opção “utilizar chaves de acesso”.

Se as chaves de acesso tiverem sido configuradas corretamente, entrar no Google exigirá a partir daí apenas um endereço de e-mail, após o que o usuário receberá uma mensagem no dispositivo a pedir uma impressão digital, o seu rosto ou um PIN.

Segundo a empresa, é possível utilizar este sistema em ‘iPhones’, no sistema ‘Android’, em ‘Macs’ e em computadores com ‘Windows’. Também é possível partilhar a “passkey” com vários dispositivos do mesmo utilizador.

O Google destacou que o novo sistema é mais seguro e tem maior fiabilidade, uma vez que as senhas são facilmente roubadas por ‘hackers’ ou comprometidas em violações de segurança, além de frequentemente serem esquecidas pelos utilizadores, que têm tendência a escolher ‘passwords’ simples para se poderem lembrar. Já as impressões digitais ou o reconhecimento facial são únicas e de difícil reprodução.

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PSD e IL estão a “promover uma solução alternativa” de Governo

  • Lusa
  • 4 Maio 2023

Rui Rocha revelou que o almoço que teve com Montenegro foi para criar e manter “uma linha aberta” de comunicação entre os partidos e diz que PSD e IL estão a “promover solução alternativa” de Governo.

O presidente da IL afirmou na quarta-feira que o almoço com o líder do PSD foi para criar e manter “uma linha aberta” de comunicação entre os partidos para “promover uma solução alternativa”, estando completamente afastados acordos pré-eleitorais.

Em entrevista esta noite à SIC Notícias, Rui Rocha foi questionado sobre o almoço que teve na quarta-feira com Luís Montenegro – e do qual foi divulgada uma fotografia -, assegurando que este encontro já estava “previsto há algum tempo”e não teve “a ver diretamente” com a atual situação de crise política.

“Eu creio que ambos temos uma visão clara de que estamos num momento de degradação das instituições, dos cenários políticos e isso preocupa-nos enquanto pessoas responsáveis, obriga-nos a colocar cenários”, referiu.

De acordo com o líder liberal, a conversa foi muito focada nos diagnósticos “e o compromisso que saiu foi sobretudo de manter uma linha aberta” para se avaliar “futuros cenários”.

“Isto foi sobretudo manter e criar uma linha de comunicação para promover uma solução alternativa em Portugal”, defendeu, considerando importante que tenha sido dado este sinal de que existe uma alternativa.

Apesar da coincidência sobre diagnósticos, Rui Rocha ressalvou que “depois do ponto de vista das soluções há visões diferentes de ambos os partidos”, saindo “sobretudo este compromisso de manter esta linha de diálogo”.

“É muito claro para ambos que não haverá nenhum tipo de entendimento pré-eleitoral”, enfatizou. A disponibilidade, segundo o presidente da IL, é para depois das eleições discutir os cenários que seja possível traçar em função dos resultados. “A degradação a que temos assistido nas últimas horas impõe que haja esse sentido de responsabilidade”, enfatizou.

Assegurando que não foram ainda discutidos detalhes, Rui Rocha respondeu apenas que “um governo apoiado pela IL terá que reduzir os impostos, resolver o acesso à saúde, resolver os problemas da justiça” e referiu que o partido não se preocupa com cargos governativos porque aquilo que pretende é “transformar o país”.

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Reguladores e regulados atacam Governo por retirada de competências

  • ECO
  • 4 Maio 2023

João Galamba tenciona retirar competências administrativas às entidades reguladoras das comunicações e da aviação, nomeadamente no que toca aos licenciamentos. Decisão gera apreensão.

O ministro das Infraestruturas tem a intenção de retirar competências administrativas às entidades reguladoras das comunicações e da aviação, a Anacom e a Autoridade Nacional da Aviação Civil. Estas atribuições, como por exemplo os licenciamentos, seriam devolvidas ao Estado. No entanto, tanto nos reguladores como nos regulados há críticas e oposição a esta mudança, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

O presidente da Anacom assegura que não teve qualquer debate com o Governo sobre o tema e que fará “aquilo que o Parlamento – que é o órgão de soberania que aprova a lei das autoridades reguladoras e que aprovou os estatutos – determinar”. Mas sublinha que “a criação de outras entidades públicas para desenvolver determinado tipo de competências deve ser sempre feita com base num juízo custo-benefício da eficiência da Administração Pública”.

Já Luís Nazaré, antigo líder do regulador das telecomunicações, defende ao mesmo jornal que a retirada de competências “seria um retrocesso”. “Tem é de haver boa articulação. Criar direções gerais dependentes do Governo seria um disparate”, acrescenta. Por sua vez, a RENA, associação que representa as companhias aéreas, aponta que “tudo o que seja diminuir ou esvaziar as competências do regulador à partida” não parece “ser uma boa solução”.

 

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Ex-ministro Vieira da Silva pede “um pouco mais de maturidade” no Governo

  • ECO
  • 4 Maio 2023

Histórico socialista José António Vieira da Silva aponta ainda a Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhando que a dissolução “não é um assunto de política corrente", mas sim uma "situação de exceção”.

O antigo ministro do Trabalho e da Segurança Social, José António Vieira da Silva, defende que não faz sentido a discussão sobre a dissolução da Assembleia da República, que é alimentada há várias semanas, já que este “não é um assunto de política corrente”, mas sim uma “situação de exceção”.

Em entrevista ao Público (acesso condicionado), o histórico socialista, que é pai da ministra da Presidência, admite, no entanto, que o Governo tem o desafio de “estar à altura” da decisão tomada no que diz respeito à permanência de João Galamba no cargo de ministro das Infraestruturas. Vieira da Silva diz compreender a decisão de António Costa neste caso, mas assume que esta maioria absoluta deveria ter “um pouco mais de maturidade e esforço na construção da narrativa, do discurso, da explicação das opções”.

Quanto aos apelos a uma remodelação, chegados até de dentro do partido, Vieira da Silva defende que deviam ser feitos nos sítios adequados — ainda que sublinhe que o “PS tem tido um défice de debate político interno”. Já no que diz respeito à sucessão de Costa, considera que não faz sentido discuti-lo agora, mas reconhece que “não é alheia ao que se passou nas Infraestruturas”.

Para Vieira da Silva, ter agora esta discussão sobre o futuro do PS quando o horizonte de governação é até 2026 “só pode criar problemas, como aliás criou”, diz, em referência aos problemas recentes, que levaram inclusive à saída de Pedro Nuno Santos, um dos mais fortes candidatos à sucessão.

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