Costa recusa demissão de Galamba, mas pede desculpas aos portugueses pelo “episódio deplorável”

Primeiro-ministro segura ministro das Infraestruturas porque entende que "não procurou ocultar qualquer informação" relativa à TAP.

O primeiro-ministro recusa a demissão do ministro das Infraestruturas. António Costa segura João Galamba no Governo porque entende que o ministro “não procurou ocultar qualquer informação” relativa à TAP. O líder do executivo isenta Galamba de quaisquer responsabilidades no incidente com o ex-adjunto mas pede desculpas aos portugueses pelo “episódio deplorável” no Ministério das Infraestruturas.

“A experiência de trabalho que tenho [com João Galamba] desde há vários anos, primeiro enquanto secretário de Estado e agora como ministro não me permitem, violando a minha consciência, aceitar a sua demissão, quando não lhe é imputável pessoalmente qualquer falha. O incidente é imputável a quem, tendo sido demitido, agiu violentamente sobre outra pessoa, tentando roubar documentos com informação classificada e tendo o facto ocorrido no Governo e contribuindo para a sua descredibilização, compete-me apresentar as devidas desculpas aos cidadãos. Em minha consciência não posso aceitar o pedido de demissão“, referiu o primeiro-ministro em conferência de imprensa a partir do Palácio de São Bento.

António Costa assume toda a responsabilidade pela decisão de manter João Galamba e garante que a mesma foi “comunicada ao Presidente da República”. O primeiro-ministro e o chefe de Estado estiveram reunidos praticamente duas horas nesta terça-feira no Palácio de Belém.

O ministro não procurou, de forma alguma, ocultar qualquer informação à comissão parlamentar de inquérito. Pelo contrário, o facto que determinou a sua decisão de demitir um colaborador foi a suspeita que esse colaborador estava a ocultar informação que é solicitada pela comissão parlamentar de inquérito. Como todos sabemos, foi o próprio ministro que se disponibilizou e que entregou à comissão parlamentar de inquérito da documentação solicitada.

Meia hora antes da conferência de imprensa do primeiro, João Galamba tinha apresentado a sua demissão de ministro das Infraestruturas por causa do incidente com o ex-adjunto Frederico Pinheiro. Apesar de João Galamba ter dado uma conferência de imprensa no passado sábado a defender que tinha “todas as condições” para continuar no Governo, no mesmo dia, segundo o Expresso, o Presidente da República falou ao telefone com António Costa e fez saber que esperava que o ministro das Infraestruturas deixasse o elenco do Executivo.

Em causa está o papel de Galamba em reuniões secretas com Christine Ourmières-Widener e entre a ex-CEO da TAP com o grupo parlamentar do PS, antes da audição para explicar a demissão de Alexandra Reis. Soma-se ainda a polémica, que estalou na passada sexta-feira, com a demissão do adjunto de Galamba, Frederico Pinheiro, que acusou Galamba de querer mentir à CPI da TAP. A saída de Frederico Pinheiro do ministério envolveu ainda alegadas agressões e o Serviço de Informações de Segurança (SIS) na recuperação de um computador.

António Costa garante ainda que “não foi dada nenhuma ordem aos serviços de informações” para a recuperação do computador. “Foi feito o que devia ser feito quando é roubado um computador que contém informação classificada: ser comunicado às autoridades competentes. Não houve qualquer violação da legalidade dos serviços de informações“, assegura o primeiro-ministro.

Antes de assumir as pastas das Infraestruturas, João Galamba foi secretário de Estado do Ambiente e da Energia entre outubro de 2019 e janeiro de 2023, altura em que sucedeu a Pedro Nuno Santos que também deixou a tutela na sequência das polémicas com a TAP.

(Notícia atualizada às 21h54 com mais informação)

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EDP lança primeira campanha ibérica sobre energia solar

Com planeamento da Wavemaker, a campanha estará, durante as próximas três semanas, em televisão, digital, rádio, outdoors e redes sociais de Portugal e Espanha. A criatividade é da Dentsu Creative.

“A tua casa pode girar à volta do sol” é o mote da campanha que a EDP está a lançar esta terça-feira, em simultâneo, em Portugal e Espanha. “Reforçar o posicionamento da EDP no território da sustentabilidade e reforçar o nosso papel como parceiro de confiança para ajudar os nossos clientes na transição energética, através de uma solução integrada de painéis solares, bateria e app EDP Solar – sob o claim Sistema Solar EDP – que permite ao cliente a reduzir o seu consumo da rede elétrica e, consequentemente, a sua fatura de eletricidade”, é o objetivo, diz ao +M fonte oficial da companhia.

Tal como na campanha para clientes empresariais que lançou no final de 2022, “a EDP volta a escolher anónimos para o filme e imagens desta vaga, por representarem qualquer família que pode tornar o seu consumo de energia mais sustentável e obter poupanças significativas. Estas soluções destinam-se aos clientes com moradia própria e espaço para instalar painéis solares, mas a EDP tem também alternativas para as famílias que habitem em prédios, como os Bairros Solares”, prossegue a empresa.

Assinada pela Dentsu Creative e produzida pela 78 Film Production, a campanha “procura representar momentos do dia-a-dia de uma família e partes da sua rotina, com a magia do espaço e a ausência de gravidade, demonstrando que todos nós podemos ser mais sustentáveis com a energia do sol”, descreve.

Foram necessários dois dias de filmagens em estúdio, utilizando a tecnologia de controlo de movimentos BOLT (um braço robótico para filmagens de alta precisão), atores suspensos e a direção de especialistas do Cirque du Soleil, além de mais de 300 horas de pós-produção em Espanha“, explica a EDP.

Com planeamento da Wavemaker, a campanha estará, durante as próximas três semanas, em televisão, digital, rádio, outdoors e redes sociais de Portugal e Espanha. A canção “Sol para todos”, ouvida no filme, foi criada para as campanhas de energia solar da EDP é interpretada por novos artistas.

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Dividendo flexível da EDP Renováveis dá direito a uma nova ação por cada 75 ações

  • ECO
  • 2 Maio 2023

O programa de scrip dividend da EDP Renováveis confere um direito de incorporação no valor de 0,265 euros por cada título em carteira, podendo ser convertido em novas ações por cada 75 direitos.

A EDP Renováveis EDPR 0,61% anunciou esta terça-feira o lançamento do seu programa de scrip dividend e aprovou toda a documentação associada a essa operação.

De acordo com informação enviada à CMVM “os acionistas que tenham adquirido as suas ações até 8 de maio de 2023 e que figurem como acionistas nos registos da Interbolsa às 23:59 horas GMT do dia 10 de maio de 2023 (data de registo), terão direito a participar no Programa de Scrip Dividend.”

A documentação que acompanha a operação revela que cada ação da EDP Renováveis terá direito a um direito de incorporação, que será cotado na Euronext Lisboa com um preço inicial de 0,265 euros. Os acionistas da empresa liderada por Miguel Stilwell terão assim a possibilidade de realizar uma de três operações:

  • não vender a totalidade ou parte dos direitos de incorporação durante o prazo de negociação (11 de maio a 24 de maio). Neste caso, no final do período de negociação, os acionistas receberão o seu número correspondente de ações novas, com base na proporção de 75 direitos por cada ação nova.
  • vender a totalidade ou parte dos seus direitos de incorporação à EDP Renováveis a um preço fixo garantido de 0,265 euros por direito de incorporação (“Compromisso de Compra”). Desta forma, os acionistas podem optar por monetizar os seus Direitos de Subscrição e receber um montante em dinheiro em vez de receberem ações novas.
  • vender a totalidade ou parte dos seus direitos de incorporação na Euronext Lisboa. Nesta opção, os acionistas que optem por esta solução podem monetizar a totalidade ou parte dos seus direitos de incorporação, embora fiquem dependentes da cotação dos direitos na bolsa portuguesa.

O processo de pagamento do dividendo flexível será feito pela EDP Renováveis mediante um aumento de capital até 67,4 mil milhões de euros e, segundo a empresa, “prevê-se que a liquidação dos direitos de incorporação vendidos à EDPR ocorra a 26 de maio de 2023 e a emissão de novas ações negociáveis da EDPR e a sua admissão à negociação a 2 de junho de 2023.”

Recorde-se que a decisão anunciada esta terça-feira vem no seguimento da aprovação da operação por parte dos acionistas da EDP Renováveis a 4 de abril, em assembleia-geral, e depois de ter sido anunciado a 27 de fevereiro.

Nessa altura, a EDP EDP 0,51% , o principal acionista da EDP Renováveis com 75% do capital, revelou a sua intenção receber ações da EDP Renováveis no âmbito do programa de script dividend e que não pretende vender os seus direitos de incorporação.

“Esta opção reflete a importância estratégica da EDPR para a EDP e para a execução do seu plano estratégico, priorizando o reinvestimento de cash-flow em crescimento rentável”, anunciou a elétrica em comunicado de 27 de fevereiro

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Mais de metade dos profissionais de marketing dizem que a indústria tem um papel a desempenhar na sustentabilidade

A quase totalidade dos inquiridos (93%) reconheceu que os consumidores querem viver de uma forma mais sustentável e que é responsabilidade dos profissionais de marketing torná-lo possível.

Cinquenta e quatro por cento dos profissionais de marketing concordam que a indústria tem um papel significativo a desempenhar na educação das pessoas sobre suas escolhas e ações no que toca à sustentabilidade do planeta. No entanto, 39% está apenas agora a dar os primeiros passos em direção a práticas mais amigáveis ​​do clima.

As conclusões são do relatório “Sustainable Marketing 2030“, da WFA (World Federation of Advertisers/Federação Mundial de Anunciantes), que analisou as respostas de 938 profissionais de marketing de 48 países, com uma “mistura de territórios, tamanhos das empresas e categorias”. O estudo decorreu entre outubro de 2022 e março 2023.

“Os profissionais de marketing estão finalmente a entender a escala do desafio que é a sustentabilidade, em particular da crise climática. Chegámos a um ponto em que o status quo já deixou de ser uma opção. A transformação tornou-se essencial. Nós acreditamos apaixonadamente que os profissionais de marketing beneficiam de uma posição única para conduzir a mudança que todos precisamos, graças às suas capacidades de criatividade, inovação e comunicação“, refere, citado no estudo, Stephan Loerke, diretor executivo da WFA.

Mais de metade (54%) dos profissionais concorda assim que a indústria de marketing tem um “papel significativo” a desempenhar na educação das pessoas e 90% mostra-se concordante com o facto de as “agendas” de sustentabilidade terem de ser mais ambiciosas. 94% dos inquiridos afirmou mesmo que os profissionais de marketing deviam atuar de uma forma mais corajosa sobre o assunto, num momento em que há mais marcas do que nunca a colocar a sustentabilidade como uma prioridade fundamental, com um aumento de 26% (2021) para 43%, em 2023.

A quase totalidade dos inquiridos (93%) reconheceu que os consumidores querem viver de uma forma mais sustentável e que é responsabilidade dos profissionais de marketing tornar isso possível. A mesma percentagem de profissionais também considerou que o marketing pode mesmo fazer a diferença no campo da promoção da sustentabilidade.

No entanto, para alcançar as suas “ambições” de uma estratégia de marketing mais assente na promoção da sustentabilidade, 57% dos inquiridos diz precisar de “equipar” as suas equipas com conhecimentos e ferramentas relativos ao tema. Entre outras necessidades elencadas pelos profissionais, encontra-se o acesso a informações sobre como impulsionar um crescimento mais rápido e responsável assente em sustentabilidade (51%), o acesso a estudos de caso (47%), ou a necessidade de um compromisso para uma independência na medição de impacto nos negócios (45%).

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João Galamba apresenta demissão

  • Ana Petronilho
  • 2 Maio 2023

Quatro meses depois de assumir a pasta das Infraestruturas, João Galamba sai do Governo depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter explicado a Costa que não tinha condições para continuar.

Quatro meses depois de ter assumido a pasta das Infraestruturas, João Galamba apresenta a demissão do Governo ao final do dia por pressão do Presidente da República, depois de nos últimos dias ter estalado a polémica com a exoneração do ex-adjunto, Frederico Pinheiro. É o segundo ministro de um Governo PS a cair por causa de assuntos que envolvem a TAP.

“Considero que a preservação da dignidade e a imagem das instituições é um bem essencial que importa salvaguardar, tal como a minha dignidade, a da minha família e a das pessoas que comigo trabalharam no Gabinete e que foram nestes últimos dias gravemente afetadas”, refere o ministro demissionário em comunicado enviado às redações.

Apesar de João Galamba ter dado uma conferência de imprensa no passado sábado a defender que tinha “todas as condições” para continuar no Governo, no mesmo dia, segundo o Expresso, o Presidente da República falou ao telefone com António Costa e fez saber que esperava que o ministro das Infraestruturas deixasse o elenco do Executivo.

“Demito-me apesar de em momento algum ter agido em desconformidade com a lei ou contra o interesse público que sempre promovi e defendi na minha atuação enquanto governante, tal como foi, detalhada e publicamente, reconhecido pelo Senhor Primeiro-Ministro. Reitero todos os factos que apresentei em conferência de imprensa sobre os acontecimentos ocorridos e reafirmo que sempre entreguei à Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP toda a documentação de que dispunha”, acrescenta o ministro no comunicado.

A saída de Galamba aconteceu esta terça-feira depois de uma conversa com o primeiro-ministro em São Bento que se prolongou por mais de uma hora e depois de o primeiro-ministro ter reunido com o Presidente da República.

Em causa está o papel de Galamba em reuniões secretas com Christine Ourmières-Widener e entre a ex-CEO da TAP com o grupo parlamentar do PS, antes da audição para explicar a demissão de Alexandra Reis. Soma-se ainda a polémica, que estalou na passada sexta-feira, com a demissão do adjunto de Galamba, Frederico Pinheiro, que acusou Galamba de querer mentir à CPI da TAP.

A saída de Frederico Pinheiro do ministério envolveu ainda alegadas agressões e o Serviço de Informações de Segurança (SIS) na recuperação de um computador.

O Presidente da República teceu poucos comentários sobre o assunto, frisando apenas este era um tema “particularmente sensível” e “de relevância nacional” que tem de ser tratado “muito discretamente”, frisado que “as coisas sucedem, vão sucedendo e depois verifica-se que sucederam“. Marcelo Rebelo de Sousa reiterou ainda, na altura, que iria falar com o primeiro-ministro para resolver este dossiê.

O primeiro-ministro adiantou também na noite de domingo, em declarações à RTP, que iria falar “pessoalmente” com o ministro das Infraestruturas porque há coisas que não se tratam no estrangeiro”. Mas, apesar de considerar que Galamba fez “bem” em “dar um alerta pelo roubo do computador com informação classificada”, na chegada a Lisboa, depois de um fim de semana no estrangeiro, António Costa frisou que “ninguém do Governo deu ordens para o SIS fazer isto ou aquilo” considerando o episódio como um erro.

Antes de assumir as pastas das Infraestruturas, João Galamba foi secretário de Estado do Ambiente e da Energia entre outubro de 2019 e janeiro de 2023, altura em que sucedeu a Pedro Nuno Santos que também deixou a tutela na sequência das polémicas com a TAP.

Leia aqui o comunicado na íntegra:

“Comunico que apresentei, agora mesmo, o meu pedido de demissão ao Senhor Primeiro-Ministro.

No atual quadro de perceção criado na opinião pública, apresento o meu pedido de demissão em prol da necessária tranquilidade institucional, valores pelos quais sempre pautei o meu comportamento e ação pública enquanto membro do Governo.

Numa altura em que o ruído se sobrepõe aos factos, à verdade e à essência da governação, é fulcral reafirmar que esta Área Governativa, que me orgulho de ter liderado, nunca procurou ocultar qualquer facto ou documento.

Demito-me apesar de em momento algum ter agido em desconformidade com a lei ou contra o interesse público que sempre promovi e defendi na minha atuação enquanto governante, tal como foi, detalhada e publicamente, reconhecido pelo Senhor Primeiro-Ministro.

Reitero todos os factos que apresentei em conferência de imprensa sobre os acontecimentos ocorridos e reafirmo que sempre entreguei à Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP toda a documentação de que dispunha.

Considero que a preservação da dignidade e a imagem das instituições é um bem essencial que importa salvaguardar, tal como a minha dignidade, a da minha família e a das pessoas que comigo trabalharam no Gabinete e que foram nestes últimos dias gravemente afetadas.

Agradeço ao Senhor Primeiro-Ministro a honra de me ter permitido participar no seu Governo e agradeço ao Senhor Secretário de Estado das Infraestruturas e ao meu Gabinete todo o trabalho e dedicação que colocaram ao serviço do interesse público.

Por fim, apresento as minhas desculpas à minha Chefe do Gabinete e às minhas assessoras de imprensa que mesmo sob agressão tudo fizeram para proteger os interesses do Estado e que viram, nestes últimos dias e de modo insustentável num Estado de Direito, a sua dignidade afetada.”

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Parlamento conclui que deputado do PS não podia ser impedido de se reunir com ex-CEO da TAP

  • Lusa
  • 2 Maio 2023

Do ponto de vista das normas que regem o mandato dos deputados, “não existe nenhum impedimento que se possa invocar”, apontando-se que o “resto é juízo político”.

A Comissão de Transparência considera “politicamente censurável” a participação do socialista Carlos Pereira numa reunião com a ex-presidente executiva da TAP mas rejeita que os deputados possam ser impedidos de participar em encontros que achem úteis para o mandato.

PSD e Chega tinham pedido à Comissão de Transparência e Estatuto dos Deputados para emitir parecer sobre a presença do deputado socialista Carlos Pereira numa reunião com a anterior presidente executiva da TAP na véspera da sua audição parlamentar em janeiro, na comissão parlamentar de Economia, e se existiu conflito de interesses por ser depois coordenador do PS na comissão de inquérito à TAP.

O parecer, da autoria da deputada do PCP Alma Rivera, refere que “a participação de um deputado do grupo parlamentar que suporta o Governo numa reunião convocada pelo próprio Governo com a participação da administração de uma empresa de capitais públicos, com o objetivo de preparar uma audição relativa a essa mesma empresa, dotando esse grupo parlamentar de informações não fornecidas aos demais, coloca-o numa posição privilegiada contrária ao princípio do estatuto único constante do artigo 1.º, n.º 2 do Estatuto dos Deputados”.

O parecer refere igualmente que esta situação “levanta a suspeita sobre o condicionamento das perguntas e respostas a efetuar na comissão, pelo que é politicamente censurável”.

No entanto, “independentemente do juízo de censura política que legitimamente se faça dos factos descritos, os poderes dos deputados e dos grupos parlamentares” decorrentes da Constituição, Estatuto dos Deputados, Regimento da Assembleia da República, Código de Conduta dos Deputados e Regime Jurídico dos Inquéritos Parlamentares, “implicam que nenhum deputado pode ser impedido de participar em qualquer reunião que entenda útil para o exercício do seu mandato”.

Conclui-se também que “a indicação dos deputados para integrar qualquer comissão parlamentar, permanente ou individual, é um direito exclusivo dos grupos parlamentares”. Este parecer foi aprovado esta terça pela 14.ª comissão com os votos favoráveis de PS e PCP, a abstenção da Iniciativa Liberal (IL) e os votos contra de PSD e Chega. O BE estava ausente da sala no momento da votação.

No debate, que decorreu antes da votação, a deputada Alma Rivera afirmou que, do ponto de vista das normas que regem o mandato dos deputados, “não existe nenhum impedimento que se possa invocar”, apontando que o “resto é juízo político”.

A comunista defendeu igualmente que o parecer que elaborou é “equilibrado na medida em que não ignora as inquietações que uma situação destas pode suscitar, mas também não retira conclusões que, de acordo com a ordem vigente, não pode tirar”.

A deputada Emília Cerqueira, do PSD, considerou que o parecer faz uma “leitura desligada da realidade” e deveria ter referências aos “factos públicos e notórios” de “reuniões mais ou menos secretas de um grupo parlamentar”. E considerou que a questão prende-se com as “implicações de um deputado declarar não ter conflito de interesses quando anda a fazer combinações de perguntas e respostas”.

Rui Paulo Sousa, do Chega, apontou que o parecer dá “uma no cravo e outra na ferradura” e considerou que quando o deputado Carlos Pereira “diz não ter nenhum conflito de interesses” devido à participação nessa reunião “sem dúvida que há não está de acordo” com as disposições que regem o exercício do mandato.

Carlos Guimarães Pinto, da IL, apontou que as “dimensões jurídica e política não são totalmente separáveis” e defendeu que um deputado que integre uma comissão de inquérito tem “uma responsabilidade acrescida no que diz respeito a eventuais conflitos de interesse”.

Por seu turno, o socialista João Castro lamentou o uso do termo “reunião secreta” e a “repetição contínua de que houve perguntas e respostas combinadas”. O deputado do PS disse subscrever “na íntegra que nenhum deputado pode ser impedido de participar” numa reunião que entenda útil e reiterou que o encontro entre socialistas, membros do Governo e a ex-CEO da TAP teve como objetivo “preparar a audição na Comissão de Economia” e decorreu antes do início da comissão de inquérito.

Continuamos sem perceber como é que uma reunião realizada antes do início de funções de uma comissão parlamentar de inquérito pode prejudicar essa mesma comissão parlamentar de inquérito”, salientou. Carlos Pereira era coordenador do PS na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, mas deixou de integrar esta comissão em meados de abril.

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Miguel Simões troca direção-geral comercial da Global Media pela direção-geral adjunta do Observador

O responsável "terá, entre outras responsabilidades, o pelouro comercial, com reporte e apoio direto ao atual diretor-geral, Rudolf Gruner, e sob orientação do conselho de administração executivo".

Miguel Simões, desde janeiro de 2021 diretor-geral comercial do Global Media Group, vai integrar, como diretor-geral adjunto, o Observador. O responsável “terá, entre outras responsabilidades, o pelouro comercial, com reporte e apoio direto ao atual diretor-geral, Rudolf Gruner, e sob orientação do conselho de administração executivo, presidido por António Carrapatoso“, lê-se no documento interno ao qual o +M teve acesso.

“O Observador lançou em 2014 o seu jornal digital, em 2016 acrescentou a área de negócio Co.lab de conteúdos para marcas, em 2018 criou uma empresa para as revistas de Lifestyle e lançou as assinaturas, e desde 2019 conta também com uma rádio, disponível em direto e em diferido, na forma de podcasts. Arrancando com uma equipa base de 40 pessoas, o nosso projeto nunca parou de crescer ao longo dos anos, contando atualmente com mais de 130 colaboradores”, prossegue o conselho de administração executivo.

A contratação de Miguel Simões surge na sequência da saída de Isabel Marques, diretora comercial desde o lançamento do título, há nove anos, que transitou para a RTP no início de abril, como avançou o +M. Agora, em vez de uma substituição direta, o Observador optou por uma solução “um bocadinho diferente”, explica Rudolf Gruner, diretor-geral da empresa.

Por um lado, explica o responsável ao +M, o próprio perfil de Miguel Simões. Com 48 anos, e licenciado em Gestão de Empresas pelo ISCTE, Miguel Simões foi diretor comercial do Expresso, do qual transitou para diretor comercial da TSF e de ativação de marcas do grupo dono do Jornal de Notícias, Diário de Notícias ou Record. Em janeiro de 2021 passou a direção-geral comercial do grupo, função que deixa agora para assumir, no dia 11, a função de diretor-geral adjunto do Observador. “Pelo seu perfil e momento de carreira, faz sentido que assuma maiores responsabilidades”, enquadra Gruner.

Depois, e principalmente, “fazia sentido na linha de evolução que temos tido“. A ideia, concretiza Rudolf Gruner, é então ter apoio na direção-geral da empresa que começou por um site e 40 pessoas e tem hoje cerca de 150 colaboradores, contando com a 510 e o Co.lab, e também a Rádio Observador. No “futuro podemos também dividir algumas responsabilidades“, acrescenta em conversa com o +M.

Por outro lado, com esta decisão, damos também “um certo empowerment à área comercial”. “Esse empowerment vai ser bom para a gestão da empresa como um todo”, prossegue Rudolf Gruner, tanto a nível externo como interno.

Internamente, concretiza, terá vantagens na relação “intensa e importante” entre a área comercial e a editorial – “sendo preciso fazer crescer o negócio sem abdicarmos da independência e regras do Estatuto do Jornalista” – e também na relação entre a publicidade e assinaturas, “na qual existe sempre tensão”. “As assinaturas querem fechar conteúdos e oferecer a melhor experiência – e com menos intrusão – aos assinantes. Quando fechamos conteúdos, temos menos pontos de contacto para a venda de publicidade“, descreve Gruner. “É importante que o Miguel Simões perceba os dois lados e entenda as decisões de gestão”, resume.

Com uma equipa comercial de 12 elementos, a função de diretor comercial não vai ser preenchida. A existência de um diretor-geral adjunto não traduz, assegura Rudolf Gruner, que a sua saída esteja a ser preparada. “Claramente não”, responde quanto questionado sobre este tema.

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Governo promete apoio para reconstruir fábrica de bacalhau de Coimbra

  • Lusa
  • 2 Maio 2023

Os prejuízos da unidade destruída pelo fogo rondam os 20 milhões de euros e que o seguro cobre cerca de 13 milhões. Ministra da Agricultura promete apoio, via fundos europeus.

O Governo está disponível para ajudar na reconstrução da fábrica de bacalhau da Lugrade, que há cerca de uma semana ardeu completamente no concelho de Coimbra, através de fundos comunitários. O anúncio foi feito esta tarde pela ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, que visitou uma unidade da empresa, que entrou esta terça em atividade, e as instalações destruídas pelo incêndio que deflagrou no dia 20 de abril, que causou um prejuízo de 20 milhões de euros.

“Estamos disponíveis, dentro das elegibilidades do programa [Mar 2030], para ajudar nesta nova fase à reconstrução desta grande empresa, que estava a exportar mais este ano“, disse a governante aos jornalistas. A ministra da Agricultura e Alimentação justificou a sua presença como um ato de solidariedade, que “tem como consequências os apoios que pretendemos disponibilizar à empresa para que retome a atividade e possa fazer este negócio do bacalhau a partir de Coimbra”.

“Sabendo a cobertura do seguro e as elegibilidades do programa, não será difícil encontrar uma plataforma que permita satisfazer essas necessidades”, sublinhou Maria do Céu Antunes, que elogiou o facto de a Lugrade não ter dispensado nenhum trabalhador.

O sócio Vítor Lucas, que reparte a gestão da empresa com o irmão Joselito, revelou que os prejuízos da unidade destruída pelo fogo rondam os 20 milhões de euros e que o seguro cobre cerca de 13 milhões de euros. Aquela fábrica de bacalhau demolhado ultracongelado está situada em Torre de Vilela e tinha sido inaugurada em 2017.

Segundo Vítor Lucas, a empresa já está a trabalhar na sua reconstrução imediata, com o objetivo de, “na melhor das hipóteses, ter uma fábrica nova em dezembro deste ano”. Com a atividade afetada, a Lugrade tem contado com a colaboração de outras empresas do setor, que disponibilizaram linhas de produção para os seus produtos, que têm permitido minorar os impactos.

A ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes, anunciou que o Governo tem preparados os primeiros avisos, “a publicar tão breve quanto possível”, que vão disponibilizar 121 milhões de euros para a pesca, aquacultura e transformação. “Estamos conscientes que os investimentos que vierem a ser feitos pela Lugrade para poderem cobrir todo o investimento necessário para a reposição do seu negócio e do seu caráter inovador, de sustentabilidade e garantia de postos de trabalho, seguramente que vai ter as melhores condições de elegibilidade neste programa [Mar 2030]”,

Com cerca de centena e meia de trabalhadores, a Lugrade-Bacalhau de Coimbra fechou 2022 com uma faturação superior a 40 milhões de euros, o que representou um aumento de cerca de seis milhões relativamente a 2021, apesar das quebras registadas no consumo. Inaugurada em 2017 e localizada em Torre de Vilela, a fábrica de bacalhau demolhado ultracongelado da Lugrade foi destruída por um incêndio, que deflagrou cerca das 21:00 do dia 20.

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Afinal quem pode recorrer ao Serviço de Informações de Segurança?

Apesar de a lei prever que o SIS tem total autonomia de atuação em Portugal e não tem de receber ordens de ministros, qualquer entidade pública e privada pode recorrer diretamente aos seus serviços.

Foi o Serviço de Informações de Segurança (SIS) que recuperou o computador atribuído a Frederico Pinheiro, ex-adjunto de João Galamba, ministro das Infraestruturas, com informação alegadamente classificada. Uma intervenção que levantou dúvidas, até porque este tipo de ações cabe, por norma, à PSP ou PJ. Por isso mesmo, o Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) já pediu informações sobre esta ação. Mas o que diz a lei sobre quem pode pedir a atuação do SIS?

Apesar de a lei prever que o SIS tem total autonomia de atuação em Portugal e não tem de receber ordens de ministros, qualquer entidade pública e privada pode recorrer diretamente aos serviços deste órgão. Depois cabe ao SIS “aceitar” o caso ou não, consoante as suas competências.

Assim, só no caso de existirem dúvidas na prossecução de um determinado serviço é que o SIS pode consultar o primeiro-ministro, uma vez que é o presidente do Conselho Superior de Informações. Este é um órgão de consulta e coordenação em matéria de informações.

Segundo o artigo 4.º da Lei n.º 9/2007, de 19 de Fevereiro, cabe ao primeiro-ministro aprovar o plano anual de atividades de cada um dos serviços e suas alterações, fixar por despacho diretrizes e instruções sobre atividades a desenvolver pelo SIS e delegar no Secretário-Geral qualquer das suas competências. A estes acrescem os poderes inerentes à dependência orgânica do SIS e das competências atribuídas pela Lei Quadro e demais legislação do SIRP.

Uma coisa é certa, a lei veda ao SIS qualquer tipo de competências judiciais ou policiais, podendo apenas cooperar com estas. “Os Serviços de Informações não dispõem de competências policiais, estando os seus funcionários, civis ou militares, proibidos de exercer poderes, praticar atos ou desenvolver atividades do âmbito ou competência específica dos tribunais ou das entidades com funções policiais, sendo-lhes expressamente proibido proceder à detenção de qualquer indivíduo ou instruir processos penais”, lê-se no site oficial.

No caso em concreto do alegado roubo do computador por parte do ex-adjunto demitido na sexta-feira, João Galamba explicou que o SIS foi “chamado para defender propriedade do Estado português”. Segundo o ministro das Infraestruturas, o computador levado “à força” pelo seu ex-adjunto continha muitos “documentos classificados pelo Gabinete Nacional de Segurança”.

ECO Talks "A Guerra na Europa e o choque energético" com João Galamba - 04MAR22
João Galamba, ministro das InfraestruturasHugo Amaral/ECO

Neste aspeto, vários juristas e partidos políticos já tornaram públicas as suas opiniões e querem apurar responsabilidades, considerando que aquilo que foi feito é competência das autoridades policiais e não do SIS.

À Sic Notícias, Jorge Bacelar Gouveia garantiu que o SIS não faz investigação criminal, nem prevenção criminal. O constitucionalista sublinhou ainda que, uma vez que não tem quaisquer funções policiais, “não cabe na cabeça de ninguém que o SIS agora intervenha para recuperar um computador supostamente furtado ou roubado de um gabinete ministral”.

Já Paulo Saragoça da Matta sublinhou que legalmente o SIS não pode ir a casa de ninguém buscar “seja o que for”. “Tal como não pode fazer detenções, exceto aquelas que a lei prever que sejam feitas em flagrante delito”, acrescentou. O advogado admite que estamos perante um crime, desde logo de “abuso de poder”.

Os partidos da oposição também já se manifestaram também e querem ouvir com a “maior urgência” no Parlamento o diretor do SIS e também a secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP).

O PSD considera necessário “o total apuramento e esclarecimento da legalidade desta intervenção que coloca em causa a credibilidade das instituições”, frisando ainda que os serviços de informações “devem pautar a sua atuação no estrito cumprimento da lei e da Constituição”, lê-se no requerimento.

Também o Bloco de Esquerda frisou que o SIS “não é um órgão de polícia criminal, não tem poder nem competência para proceder a rusgas ou a buscas domiciliárias” e que “está vinculado à lei e à Constituição”. O Chega quer explicações por parte do SIS, pois pode “dar impressão aos cidadãos de que há um Serviço de Informações ao serviço de interesses partidários ou a serviço de Governo”.

Mas afinal o que é o SIS?

O SIS é um serviço “apartidário”, com autonomia funcional, com competência em todo o território nacional e que, segundo a lei, é o único organismo incumbido da “produção de informações destinadas a garantir a segurança interna e necessárias a prevenir a sabotagem, o terrorismo, a espionagem e a prática de atos que, pela sua natureza, possam alterar ou destruir o Estado de direito constitucionalmente estabelecido”.

Os campos em que o SIS pode atuar são os restritos às ameaças de terrorismo transnacional, espionagem clássica e económica, crime organizado, extremismos ideológicos e religiosos, branqueamento de capitais, tráfico internacional de Armas de Destruição em Massa (ADM) – Proliferação, tráfico de seres humanos e migrações ilegais, cibercriminalidade e outras “novas formas de crime”.

Face a estas ameaças, o SIS pode recolher notícias e dados “processando informações recolhidas através de fontes abertas e documentos não classificados que se encontram ao alcance do público em geral”, “obtendo informações através de fontes humanas”, e “acedendo, mediante a celebração de protocolos com as entidades públicas competentes, a dados e informações constantes de ficheiros dessas mesmas entidades”.

Por outro lado, não está autorizado a limitar os direitos liberdades e garantias fundamentais, a realizar interceções de comunicações, a deter pessoas, a instruir inquéritos ou processos penais e a exercer atos próprios da competência dos tribunais ou das entidades policiais.

Entre os deveres e obrigações que recaem sobre os agentes e funcionários do SIS está o dever de sigilo, atividade em regime de exclusividade e total disponibilidade, isenção, zelo, obediência, lealdade e correção.

Ao todo, o SIS tem quatro direções regionais: uma no Funchal, uma em São Miguel, outra no Porto e uma em Faro. Já a sede fica em Lisboa.

A direção do SIS está entregue a Adélio Neiva da Cruz, que responde perante o Secretário-Geral, um órgão do SIRP integrado na Presidência do Conselho de Ministros, dependente diretamente do primeiro-ministro. Já o Ministério da Justiça não tem qualquer tipo de tutela sobre o SIS. Isto apesar do ministro João Galamba ter assumido, na conferência de imprensa de sábado, que ligou à ministra Catarina Sarmento e Castro para que lhe fosse validado este pedido ao SIS.

O SIS conta ainda com a colaboração das forças e serviços de segurança (FSS) e com as autoridades públicas em geral. “Em relação às primeiras há um dever especial de colaboração para com o SIS enquanto que em relação às segundas apenas se imputa um dever genérico de prestar a colaboração que justificadamente lhes seja solicitada”, lê-se no site oficial.

O afastamento de Frederico Pinheiro

Na passada sexta-feira, dia 28 de abril, o ministro João Galamba afastou Frederico Pinheiro, até ao momento seu adjunto que coordenou o encontro entre o Ministério da Infraestruturas, a ex-CEO da TAP e os deputados do PS no dia 17 de janeiro, nas vésperas da ida de Christine Ourmières-Widener à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP.

João Galamba, ministro das InfraestruturasLusa

Após a saída, Frederico Pinheiro disse que Galamba reuniu com a ex-CEO da TAP antes da audição no Parlamento para explicar a demissão de Alexandra Reis e que foi o governante a informar Christine Ourmières-Widener da reunião do grupo parlamentar do PS. E, em comunicado enviado às redações, acusou o governante de mentir à comissão parlamentar de inquérito.

Em causa estão as notas tiradas por Frederico Pinheiro durante a reunião entre o grupo parlamentar do PS e a ex-CEO que, posteriormente, foram partilhadas com o ministro. Mas o gabinete de Galamba preparava-se para responder à Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP “de que não existiam notas da reunião”. “Nesse momento Frederico Pinheiro indica à técnica que, como sabia, tal era falso e que (…) era provável que fosse chamado à CPI e seria obrigado a contradizer a informação que estava naquela proposta, com a qual discordava”.

Apesar de todos os pedidos de demissão a João Galamba, o ministro afirmou que tem “todas as condições para participar neste governo”. “A decisão de manter ou não no governo depende da avaliação do próprio e da vontade do primeiro-ministro. Mas os factos que acabei de reportar mostram que não se trata de haver versões contraditórias, não há confusão”, referiu no sábado em declarações.

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Concessionária angolana de petróleo e gás finaliza compra de edifício-sede do Banco Económico

  • Lusa
  • 2 Maio 2023

Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis está a ultimar a compra do edifício-sede do Banco Económico, antigo BESA, por 100 milhões de dólares.

O presidente do conselho de administração da ANPG – Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis disse esta terça-feira que está a concretizar a compra do edifício-sede do Banco Económico, por 100 milhões de dólares (91,2 milhões de euros).

“Estamos no finalmente, já temos o acordo assinado entre o banco e a agência e estamos agora naquelas formalidades para o pagamento”, disse Jerónimo Paulino, frisando que custou à agência 100 milhões de dólares. Questionado sobre para quando a mudança, Jerónimo Paulino disse que a previsão é para dezembro deste ano.

“Isso leva tempo, porque precisamos de equipar de acordo com as nossas necessidades, mobilar de acordo com as nossas necessidades, o Banco Económico também necessita de equipar e mobilar o edifício para onde vão, então estamos a prever que mudaremos para lá em dezembro”, salientou.

O edifício do Banco Económico, antigo Banco Espírito Santo Angola (BESA), em 2012, um investimento de cerca de 150 milhões de dólares (136,4 milhões de euros), tem 111 metros acima do solo, 25 andares à superfície e cinco pisos subterrâneos, ocupando uma área de 41.684,92 metros quadrados.

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Centros comerciais reduziram em 50% o consumo de gás, diz associação

Os associados da APCC reduziram em 50,1% o consumo de gás natural, em 16,1% o consumo de energia elétrica e em 9,9% o consumo de água de agosto a fevereiro de 2023, face aos cinco anos antes.

Os centros comerciais associados da APCC – Associação Portuguesa de Centros Comerciais reduziram em 50,1% o consumo de gás natural, em 16,1% o consumo de energia elétrica e em 9,9% o consumo de água, no período acumulado entre agosto de 2022 e fevereiro de 2023, face ao período de referência (correspondente à média dos cinco períodos homólogos anteriores).

Estes dados surgem no âmbito do sexto relatório de progresso de monitorização do Plano de Poupança de Energia 2022-2023 da ADENE- Agência para a Energia, referente a fevereiro de 2023.

O relatório identifica poupanças “de forma consistente” desde agosto de 2022, informa a APCC, num comunicado enviado esta terça-feira às redações.

Em relação ao mês de fevereiro de 2023, isoladamente, e face ao período de referência, este setor apresentou uma poupança de 14% no consumo de gás natural e de 13,6% no consumo de energia elétrica.

Atualmente, a APCC conta com 95 conjuntos comerciais, que integram 8.600 lojas, englobando cem mil trabalhadores diretos. O ecossistema destes centros comerciais recebe 585 milhões de visitantes ano.

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“Sabemos as profissões que vamos perder e precisar. Temos de fazer com que isto resulte”, diz CEO da Sonae

Cláudia Azevedo foi uma das oradoras convidada do painel "What Next for Jobs?", que decorreu durante a conferência do Fórum Económico Mundial.

Está nas mãos dos governos, empresas e pessoas promover uma cultura de aprendizagem ao longo da vida, de modo a conseguirem abraçar as oportunidades que surgem. A transição digital e energética já começou e a escassez de talentos nestas áreas está a penalizar a evolução e o crescimento. É preciso apostar no reskiling, .

“Não precisamos destas skills no futuro, precisamos agora. O facto de não termos estas competências está a fazer-nos abrandar a transição energética. A Europa diz que são precisos mais um milhão de engenheiros para fazer os painéis solares que deveria estar a fazer agora”, começou por dizer Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, durante a sua intervenção na conferência do Fórum Económico Mundial sobre crescimento e futuro do trabalho, que decorreu esta tarde.

“Na Europa, só 50% da população tem digital skills básicas. Há um trabalho enorme que tem de ser imediatamente feito. Nós sabemos tudo, sabemos quais as profissões que vamos perder, sabemos de que profissões vamos precisar… Temos de fazer com que isto resulte. E não é para 2050, é para hoje”, continuou a gestora, que partilhou o painel “What Next for Jobs?” com Younes Sekkouri, ministro da Inclusão Económica, das Pequenas Empresas, do Emprego e das Competências de Marrocos, Sander van ’t Noordende, CEO da Randstad, e Steve Sedgwick, anchor da CNBC, que moderou o debate.

Admitindo que a retalhista portuguesa tem uma “enorme dificuldade em encontrar talento” nestas áreas, Cláudia Azevedo defendeu que o reskilling é uma “responsabilidade de todos”: Governo, empresas e pessoas. E relembrou a iniciativa de formação europeia “Reskilling 4 Employment” (R4E), cuja empresa é uma das promotoras. O programa, uma iniciativa da European Round Table for Industry (ERT), tem a meta da requalificação de um milhão de adultos na Europa até 2025.

O CEO da Randstad acrescentou ainda a importância de apostar na especialização – “é fundamental especializar skills“– e na equidade – “toda a gente tem de participar, ninguém pode ficar para trás”. Por outro lado, relembrou ainda que existe uma ideia antiga sobre educação que está a deixar de fazer sentido. “É preciso ir ao colégio à universidade, aprender em sala de aula. Não, já não é mais assim.”

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