Team B aproxima-se das 3.000 candidaturas a um mês do encerramento do processo de admissão do programa de voluntariado da 37ª America’s Cup

  • Servimedia
  • 17 Novembro 2023

As pessoas interessadas em fazer parte da equipa de voluntariado Team B da 37ª America’s Cup Barcelona 2024 têm até o dia 15 de dezembro para formalizar sua candidatura.

O programa de voluntariado da America’s Cup continua avançando e, a um mês do prazo de inscrição expirar em 15 de dezembro, o número de candidaturas já se aproxima das 3.000 pessoas interessadas em fazer parte do Team B, a maior equipa de voluntariado na história centenária do troféu mais antigo do planeta.

O objetivo da entidade organizadora da 37ª America’s Cup (ACE Barcelona) é criar uma comunidade diversa e inclusiva, que vá além das 2.300 candidaturas que serão selecionadas para fazer parte do evento a partir de agosto de 2024. Por esse motivo, a ACE Barcelona faz um último apelo à participação da população para poder contar com a maior variedade de perfis e assegurar a melhor rotação em cada um dos seis turnos previstos.

Os membros da equipa B não apenas poderão viver pessoalmente a experiência de participar de um dos eventos de maior audiência do planeta, mas também poderão adquirir uma “experiência valiosa por meio de formação e sessões informativas específicas” em cada uma das três áreas de voluntariado que compõem o programa: Água, Terra e Media e TV.

Entre a variedade de perfis disponíveis, destacam-se os cargos focados em sustentabilidade, os cargos de apoio tanto em terra (em pontos-chave como o Media Centre, a Fan Zone do Port Olímpic e o Race Village) quanto na água, com assistência aos ‘marshalls’ e ao restante da organização, responsáveis por garantir o sucesso da competição.

BARCELONA 92

Segundo o CEO da ACE Barcelona, Grant Dalton, um dos propósitos da 37ª America’s Cup é “recuperar para Barcelona o espírito olímpico dos Jogos de 1992”. Por esse motivo, a organização incentiva a população a fazer parte do evento por meio do voluntariado. Especialmente as gerações mais jovens, “que não puderam viver pessoalmente aquela experiência inesquecível”.

A ACE Barcelona espera que, além de entrar para a história como o maior programa de voluntariado da America’s Cup, a equipe B seja uma equipe diversa, inclusiva e representativa de Barcelona, Catalunha e Espanha. Para isso, assim como no processo de seleção das candidaturas para a primeira regata preliminar realizada em setembro em Vilanova i la Geltrú, serão levados em consideração todos os grupos etários e demográficos, com menção especial às pessoas residentes nos bairros mais próximos ao evento, “que continuam respondendo positivamente ao chamado da organização”.

A 37ª America’s Cup Barcelona 2024 terá duração máxima de dez semanas, de 22 de agosto a fins de outubro de 2024. Esta edição também apresentará novidades importantes, como a Puig Women’s America’s Cup, a primeira competição feminina da sua história, e a Youth America’s Cup, para atletas entre 18 e 25 anos.

COMUNIDADE ATIVA

Além das datas-chave do programa, como o anúncio das candidaturas selecionadas e das respetivas sessões formativas específicas, a comunidade de voluntários da 37ª America’s Cup poderá desfrutar de uma série de atividades prévias à realização do evento.

No próximo sábado, 2 de dezembro, os membros do Team B e da equipa de voluntariado da regata de Vilanova i la Geltrú estão convidados a desfrutar de um dia de companheirismo na AC Experience de Barcelona, onde, além de visitar as instalações do primeiro centro oficial de divulgação da America’s Cup, poderão assistir ao vivo à Match Final da segunda regata preliminar da 37ª America’s Cup, que será disputada em Jeddah (Arábia Saudita). Pessoas interessadas em fazer parte de um evento desportivo no qual competem os melhores velejadores do mundo têm mais um mês para se inscrever através deste link e juntar-se a um encontro “histórico” para a cidade de Barcelona e o desporto mundial.

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5 coisas que vão marcar o dia

Eurostat divulga a inflação de outubro e INE atualiza taxas de juro implícitas no crédito à habitação. Já o Banco de Portugal divulga os indicadores da balança de pagamentos.

No dia em que o Eurostat divulga a inflação de outubro, também o INE publica a atualização das taxas de juro implícitas no crédito à habitação referente ao mesmo mês e o Banco de Portugal divulga os indicadores da balança de pagamentos. Nesta sexta-feira, destaque ainda para a continuação do julgamento do caso EDP e a participação do ministro das Finanças na conferência anual da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.

Moody’s divulga rating de Portugal

A agência de notação financeira Moody’s vai avaliar o rating da dívida portuguesa. Os analistas apontam para a manutenção da notação em ‘Baa2’, ainda que em maio passado a agência tenha melhorado a perspetiva da nota (outlook) de ‘estável’ para ‘positiva’, um sinal de que pode rever em alta o rating do país.

INE atualiza taxas de juro implícitas no crédito à habitação

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica, esta sexta-feira, a atualização das taxas de juro implícitas no crédito à habitação referente a outubro. Segundo a última publicação, relativa a setembro, a taxa de juro implícita do crédito à habitação registou o menor aumento mensal desde setembro de 2022, apesar de estar a subir há 18 meses consecutivos. Em setembro, a taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação subiu 18,1 pontos base face a agosto, para 4,27%, atingindo o valor mais elevado desde março de 2009.

Eurostat divulga inflação de outubro

O Eurostat divulga, esta sexta-feira, o índice harmonizado de preços no consumidor relativo ao mês de outubro, assim como uma estimativa rápida das vagas de emprego referentes ao terceiro trimestre de 2023. Também são conhecidos os registos de empresas e falências relativos a setembro e ao terceiro trimestre de 2023.

Prossegue julgamento do caso EDP

Prossegue esta sexta-feira o julgamento do caso EDP que tem como arguidos o antigo ministro da Economia Manuel Pinho, a sua mulher, Alexandra Pinho, e o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado. O antigo ministro da Economia está em prisão domiciliária desde dezembro de 2021 e responde, em julgamento, por um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal.

Medina na conferência anual do regulador dos Seguros

O ministro das Finanças, Fernando Medina, participa na conferência anual da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões que acontece no auditório do Hotel Lux Lisboa Park. Serão apresentados, nesta sessão, o portal dos seguros de saúde e o observatório dos seguros de saúde, no âmbito da regulação e supervisão do mercado dos seguros de saúde em Portugal, que está a ser desenvolvido em parceria com a Nova Information Management School (IMS), da Universidade Nova de Lisboa.

 

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Fábrica de pneus de Famalicão escapa a plano de despedimentos na Continental

Grupo alemão assegura ao ECO que programa para reduzir custos em 400 milhões de euros não abrange o negócio dos pneus. Continental Mabor é a quarta maior exportadora nacional e emprega 2.600 pessoas.

O anúncio feito pela Continental de que vai cortar milhares de empregos a nível mundial para reduzir gastos anuais no valor de 400 milhões de euros deixou em sobressalto os trabalhadores do grupo alemão em Portugal, onde tem como principal ativo uma fábrica de pneus em Vila Nova de Famalicão, que é a quarta maior exportadora nacional e onde trabalham cerca de 2.600 pessoas.

No entanto, fonte oficial da multinacional germânica assegura ao ECO que este plano não terá implicações em Portugal, ficando circunscrito à divisão Automotive. “Os anúncios recentes não estão relacionados com o negócio de pneus da Continental ou com a unidade ContiTech [comercialização de produtos como correias, componentes e ferramentas industriais]”, esclarece o grupo.

A Continental Mabor, considerada a primeira fábrica de pneus em Portugal e que nos anos 1980 foi detida pelo grupo Amorim, passou em 1993 a ser controlada a 100% pela multinacional alemã. Sediada na freguesia de Lousado, é a principal empresa do grupo em Portugal, tendo no último exercício contribuído com quase 1,3 mil milhões de euros (crescimento a rondar 20% em termos homólogos) para o volume global de faturação no país, que totalizou 1,6 mil milhões de euros.

Emprega ainda perto de mil pessoas noutras atividades em Portugal. Entre elas, um centro de desenvolvimento de tecnologias no Porto (CES – Continental Engineering Services), que presta também serviços transversais ao grupo em áreas como consultoria financeira, auditoria interna ou recursos humanos, num total de cerca de 400 funcionários. Já este ano, abriu um centro de soluções no Minho, com especialistas de tecnologias de informação, inteligência artificial e análise aplicada, comércio eletrónico e engenharia industrial.

Pedro Carreira, presidente da Continental Mabor PortugalRicardo Castelo/ECO

Como o ECO adiantou em setembro, a principal fábrica da Continental em Portugal recebeu “luz verde” da casa-mãe para a construção de um novo armazém industrial, com uma área superior a 4.000 metros quadrados e 26 metros de altura, que vai permitir o carregamento automático dos pneus em verde dentro das prensas de vulcanização. O CEO da Continental Mabor, Pedro Carreira, adiantou ao ECO que esta “obra gigante”, avaliada em cerca de 60 milhões de euros, vai começar a funcionar em meados do próximo ano.

Despedimentos “na casa dos quatro dígitos”

Na comunicação feita esta semana a nível global, em que prometeu “a maior responsabilidade social possível”, a fabricante de equipamento automóvel sediada em Hanôver salientou que “o número exato de empregos afetados em todo o mundo não está decidido, mas estará na casa dos quatro dígitos”. A estratégia completa apenas será divulgada a 4 de dezembro.

Antes do comunicado oficial, durante o fim de semana, a revista Manager Magazin tinha noticiado que o corte afetará cerca de 5.500 empregos, incluindo 1.000 na Alemanha, citando fontes da empresa. Um número que, a confirmar-se, representaria perto de 3% do conjunto dos 200 mil trabalhadores que a gigante alemã tem a nível global. A Continental indicou que a eliminação de emprego deve abranger sobretudo funções administrativas.

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Recurso das medidas de coação da Operação Influencer pode vir a ser decidido por Carlos Alexandre

Relação vai decidir o recurso do Ministério Público das medidas de coação que libertaram todos os arguidos da Operação Influencer. MP tem 30 dias para entregar recurso, mas este não efeito suspensivo.

O Ministério Público (MP) já anunciou que vai recorrer das medidas de coação decididas pelo juiz no processo da Operação Influencer — que resultou na demissão do primeiro-ministro, António Costa — já que ficaram muito aquém do que os procuradores esperavam.

Os cinco arguidos detidos ficaram todos sujeitos a medidas de coação não privativas da liberdade. A decisão do juiz de instrução Nuno Dias Costa – colocado no chamado “Ticão” apenas desde setembro — ficou muito aquém do pedido de promoção do MP, que queria a prisão preventiva para Diogo Lacerda Machado e Vítor Escária (os dois homens próximos de Costa), cauções de 200 mil euros para Afonso Salema e 100 mil para Rui Oliveira Neves (os administradores da Start Campus), e a suspensão do mandato do autarca de Sines, Nuno Mascarenhas.

Agora, sendo o recurso do MP enviado para o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) — no prazo de 30 dias e sem efeito suspensivo –, os arguidos arriscam-se a que a decisão caia nas mãos do juiz Carlos Alexandre, desembargador há poucos meses, apesar de existirem quase 60 juízes desembargadores a decidir no tribunal de segunda instância, na secção criminal.

Durante o seu percurso de largos anos no “Ticão”, Carlos Alexandre teve sempre tendência a autorizar as diligências pedidas pelos procuradores e levar a julgamento os suspeitos acusados pelo MP. O magistrado era ainda conhecido por decidir sempre a favor das teses da acusação. Contactado pelo ECO, fonte oficial da Relação garante que a atribuição do recurso vai ser feita por sorteio eletrónico, como mandam as novas regras, publicadas em março deste ano.

O juiz Nuno Dias Costa considerou ainda que não existia indiciação de qualquer crime relativo ao presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas. E não validou os crimes de prevaricação e de corrupção ativa e passiva que estavam imputados a alguns arguidos. Segundo o comunicado do Tribunal Central de Instrução Criminal, o juiz considerou que Lacerda Machado e Vítor Escária estão “fortemente indiciados” em co-autoria e na forma consumada de um crime de tráfico de influência.

Mas isso não implica que o MP não ‘chame a si’, de novo, os crimes. Ou seja, esta decisão do juiz serviu apenas para justificar a decisão das medidas de coação. O que implica que, numa eventual acusação do MP, os crimes de corrupção e prevaricação podem voltar a estar na imputação aos arguidos.

Diogo Lacerda Machado, Vitor Escária, Nuno Mascarenhas, Afonso Salema, Rui de Oliveira Neves

Esta decisão do juiz Nuno Dias Costa é uma machadada no trabalho do MP, que tinha pedido a prisão preventiva para Diogo Lacerda Machado e Vítor Escária.

Já para Rui de Oliveira Neves e Afonso Salema foi pedido o pagamento de uma caução, 100 mil e 200 mil euros, respetivamente, bem como a proibição de contactos.

Para Nuno Mascarenhas, o MP pediu a suspensão do seu mandato na Câmara de Sines, a proibição de contactos, bem como a proibição de entrar nas instalações da autarquia.

O MP tinha ainda pedido ao juiz de instrução que aplicasse uma caução como medida de coação à empresa Start Campus, promotora de um mega centro de dados em Sines. Um valor, aliás, recorde, de 19,5 milhões de euros, que ficaria “retido”, e que, caso a empresa persistisse na atividade criminosa, perturbasse o inquérito ou destruísse provas, teria de pagar esse valor. A caução decidida pelo juiz foi de 600 mil euros.

A operação do dia 7 de novembro do Ministério Público assentou em pelo menos 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas para interrogatório: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária; o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas; dois administradores da Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves; e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa.

No total, há nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, João Galamba; o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta; o advogado e antigo porta-voz do PS, João Tiago Silveira; e a empresa Start Campus.

O primeiro-ministro demitiu-se na semana passada, depois de se saber que o seu nome tinha sido citado por envolvidos na investigação do MP a negócios do lítio, hidrogénio e do centro de dados em Sines, levando o Presidente da República a dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas para 10 de março.

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Impacto da crise política na economia deverá surgir “só a médio prazo”

Aprovação do Orçamento do Estado permite alguma estabilidade, mas impactos na economia vão depender do desfecho da crise política. Imagem do país no exterior pode sair prejudicada.

O turbilhão político tomou Portugal de surpresa, mas a economia não deverá ressentir-se, pelo menos para já. Economistas ouvidos pelo ECO sinalizam que a imagem do país poderá ser a mais prejudicada, mas ainda é cedo para perceber. Os efeitos deverão assim ser sentidos a médio prazo, consoante o desfecho desta crise que vai culminar em eleições antecipadas em março do próximo ano.

“No médio prazo, pode ter com certeza impactos na economia”, refere o economista João Reis, ao ECO, porque “estamos numa situação em que há uma certa convulsão da decisão política e da capacidade de decisão e isso também pelas razões que rodeiam toda esta crise que não são de ordem económica”.

Já “no curto prazo, dada a natureza da economia portuguesa, que é muito integrada na União Europeia e com uma certa estabilidade, boa ou má, dos mecanismos de relação com o exterior”, é menos provável registar-se um impacto grande, considera.

Ricardo Ferraz, investigador no ISEG e professor na Universidade Lusófona, também acredita que a economia não vai “crescer menos por causa desta questão, tanto em 2023 como 2024”, nota ao ECO. O ainda ministro das Finanças também assegurou no Parlamento, esta semana, que as previsões para o excedente e para a dívida se mantinham.

Já a Comissão Europeia divulgou esta semana as previsões de Outono, que mostram que a estimativa para este ano é igual à do Governo (2,2%), ainda que para o próximo ano fique ligeiramente abaixo: 1,3%, contra os 1,5% previstos pelo Executivo — ainda que o comissário europeu Paolo Gentiloni tenha desvalorizado as “pequenas diferenças”.

Aquilo que poderia eventualmente alterar as coisas seria a não aprovação do Orçamento do Estado e se o processo orçamental tivesse morrido”, mas ao colocar a dissolução após o desfecho orçamental, não se preveem grandes consequências para a economia, salienta Ricardo Ferraz. Há pouco tempo, recorda, “mesmo com um OE em duodécimos, o crescimento da economia não ficou em causa, pelo que não será agora que iremos deixar de crescer”. É de salientar ainda assim que nesse ano as eleições resultaram num Governo de maioria absoluta, pelo que houve maior facilidade em aprovar as políticas.

O economista admite ainda assim que esta crise pode ser má para a “credibilidade portuguesa”. A questão maior será mesmo a “imagem do país”, aponta, sendo que os “investidores poderão ficar desconfiados”. “Ainda é cedo”, ressalva, mas um caso como este pode “afetar a imagem lá fora”.

José Reis também destaca a “imagem que Portugal foi ganhando, de país com capacidade de encontrar boas soluções políticas e que resolveu bem alguns dos seus dramas principais: resolveu o melhor que pode o desastre da austeridade e politica da troika, resolveu bem questões da pandemia”. Mas agora, no ponto de vista político, estas circunstâncias que se vivem podem ser vistas como “interferência do judiciário na política isso tem efeitos”.

No entanto, é ainda incerto se essa ideia será apenas temporária ou se é algo que ficará ligado à imagem do país, algo que “depende sobretudo do que resultar da crise política e não da crise em si”.

Do lado europeu, o comissário para a Economia Paolo Gentiloni já disse acreditar que a situação política não teria impacto no investimento em Portugal, garantia dada também pelo vice-presidente do Banco Europeu de Investimentos, Ricardo Mourinho Félix.

O que se tem verificado também nos últimos tempos é que, depois de um primeiro embate em que se registou um sell-off na bolsa na sequência da demissão de António Costa, os investidores estão agora a ter uma atitude neutral perante a crise política que se está a viver em Portugal, de acordo com especialistas contactados pelo ECO.

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Agências de rating ainda veem “copo meio cheio” em Portugal, mas crise política deverá travar subida da Moody’s

A crise política em Portugal e a travagem da economia global deverão impedir a agência de melhorar a notação soberana, apontam os analistas consultados pelo ECO.

A agência de notação financeira Moody’s deverá está sexta-feira manter inalterado o rating soberano de Portugal em ‘Baa2’, com o abrandamento da economia global e a crise política no país a fazerem gorar as expectativas de há meio ano sobre uma melhoria na pontuação da dívida nacional.

Em maio, quando a Moody’s melhorou a perspetiva da dívida soberana de “estável” para “positiva”, a decisão apontava para uma eventual subida da notação em novembro.

“Não me parece que a Moody’s baixe a notação ou a perspetiva”, afirma ao ECO o economista e presidente da consultora IMF, Filipe Garcia. “Na verdade, do ponto de vista da evolução dos indicadores relativos à dívida, défice e crescimento, e tendo como pressuposto que o OE2024 vai ser aprovado na especialidade, a situação atual mereceria a subida do rating de Portugal pela Moody’s, de Baa2 para Baa1″, sublinha.

Filipe Garcia admite que a crise política — que começou com o pedido de demissão do primeiro-ministro, António Costa, a 7 de novembro –, “implica uma maior incerteza para o futuro governativo do país e, sobretudo, os indicadores de desaceleração económica” podem “condicionar a agência de notação”, levando a que seja “mais cautelosa, não promovendo a subida do rating de Portugal”.

No entanto, adianta que o facto de, mesmo perante a demissão, o país mostrar “que privilegia a aprovação de um Orçamento que prevê equilíbrio entre receitas e despesas e aponta para uma redução significativa do rácio dívida pública face ao PIB, terá de ser visto como algo positivo”.

“Eventuais atrasos”

A 10 de novembro a Moody’s emitiu um comentário a dizer que, embora a demissão do Governo aumente a incerteza sobre perspetivas orçamentais a médio prazo e possa conduzir a uma orientação orçamental menos conservadora, permitir que o OE2024 seja aprovado antes da exoneração formal oferece garantias sobre a trajetória orçamental no próximo ano.

Vincou, contudo, “que um período prolongado de incerteza política após uma eleição potencialmente inconclusiva poderá afetar negativamente a atividade económica, principalmente devido a eventuais atrasos em alguns investimentos públicos e privados e na implementação do PRR”.

Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, também acredita que a Moody’s irá manter o rating de Portugal inalterado e com perspetiva estável, mas principalmente devido às nuvens que ensombram a economia global.

“As economias, mundialmente, começam a dar sinais de abrandamento, fruto das políticas que os bancos centrais têm implementado, no sentido de controlar a inflação”. Em contraste, sublinha, a economia portuguesa “ainda consegue mostrar um forte dinamismo, com o tecido empresarial a ser menos dependente da dinâmica interna”.

Moody’s deve continuar desfasada

O diretor de investimentos do Carregosa recorda que a “inflação também começa a dar sinais de abrandamento, que poderá levar a um soft ou hard landing e esses poderão ser fatores que pesarão na decisão da Moody’s”.

Por outro lado, aponta para as tensões geopolíticas e económicas que as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza geram, e que, se piorarem, “poderemos ter novas disrupções económicas que atualmente são difíceis de mensurar“.

Em relação à crise política em Portugal, Filipe Silva diz que “não parece que a situação atual tenha qualquer impacto nas avaliações feitas pelas agências de rating“, sublinhando que, para tal acontecer, “temos de ter dados concretos, de que o novo Governo irá colocar medidas que causarão um abrandamento económico e retração no país”.

Questionado sobre como as agências de notação irão olhar para a crise, Filipe Garcia, da IMF, afirma que, “para já, estão a preferir ver o copo meio cheio, no sentido em que não há sinais de desvio na trajetória de redução do rácio de dívida pública face ao PIB e o facto de a prioridade nesta crise política ter sido manter em marcha a aprovação de um orçamento equilibrado é um fator positivo”.

Os riscos, adianta, “estão nas perspetivas para o crescimento e, claro, nas eleições de 10 de março.

Faria sentido a Moody’s subir [o rating] para não ficar tão desfasada das demais agências, mas prevejo estabilidade nas notações nos próximos meses“, conclui.

As restantes principais agências têm vindo a melhorar as avaliações para a dívida soberana portuguesa e todas atribuem neste momento ratings superiores ao ‘Baa2’ da Moody’s. A S&P tem para Portugal uma notação de ‘BBB+’ com perspetiva positiva, a Fitch ‘A-‘ com outlook estável, enquanto a DBRS atribui um rating de ‘A’ e perspetiva estável.

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PS recua em medidas polémicas do Orçamento com eleições à vista

Agravamento do IUC, fim dos residentes não habituais e aumento do imposto sobre cigarrilhas caem ou serão faseados. E há propostas para melhorar as deduções no IRS e a retenção dos recibos verdes.

Já foi dado o tiro de partido para a pré-campanha das eleições legislativas antecipadas de 10 de março. Ainda faltam quatro meses para a ida as urnas, mas a garantia de um Orçamento do Estado (OE) para 2024, dada pelo Presidente da República através do adiamento do decreto da demissão para depois da votação orçamental, abriu a porta a que, no seio do debate da proposta do Governo demissionário, os vários partidos façam mira ao seu eleitorado.

Cai aumento do IUC para carros anteriores a 2007

O PS foi forçado a deixar cair medidas polémicas e a melhorar outras para entrar na corrida eleitoral em vantagem, já que a maioria absoluta socialista vai permitir aprovar todas as iniciativas do partido que sustenta o Governo, mesmo contra a vontade de alguns ministros, como no caso do aumento do Imposto Único de Circulação (IUC), que tanta contestação social gerou, havendo inclusive uma petição pública eletrónica com mais de 400 mil assinaturas. O fim do regime dos residentes não habituais e o agravamento do imposto sobre as cigarrilhas foram outras matérias que a bancada socialista decidiu corrigir, atenuando aquilo que seriam os seus impacto negativos na campanha eleitoral.

Um dia depois de o ministro das Finanças, Fernando Medina, ter voltado a defender, com unhas e dentes, a subida do IUC para viaturas anteriores a julho de 2007, durante a última audição dos governantes antes da votação do OE na especialidade, o grupo parlamentar do PS decidiu deixar cair a medida que iria penalizar três milhões de veículos e 500 mil motociclos, mesmo com o travão anual de 25 euros ao aumento. De salientar que o agravamento do IUC nos veículos a gasóleo anteriores a julho de 2007 poderia chegar a 1746% nos próximos anos, segundo contas do ECO.

A decisão foi tomada já depois da meia-noite da passada terça-feira, último dia para entrega das propostas de alteração. E o processo não foi fácil. A pressão para manter o agravamento do IUC com um teto anual de 25 euros era elevada, mas a direção da bancada, liderada por Eurico Brilhante Dias, acabou por concluir que não fazia sentido manter a medida, uma vez que estava desenhada para vários anos, estando o Pais à beira da umas eleições antecipadas. De resto, o conselheiro de Estado do Presidente da República, ex-líder do PSD e comentador da SIC, Luís Marques Mendes, já tinha avançado no domingo à noite que o PS deveria deixar cair a medida para não ter “uma dor de cabeça na campanha eleitoral”.

No dia seguinte à maratona que se prolongou noite dentro para fechar as propostas de alteração do PS, o líder da bancada explicou que “medida era de longo prazo, não se cingia a 2024”, uma vez que “o travão de 25 euros por ano iria ter incidências nos orçamentos de 2025, 2026, e nalguns casos de anos seguintes”. Tendo este caráter plurianual, “o contexto da decisão alterou-se a partir do momento em que foram anunciadas eleições pelos impactos futuros que iria ter”, argumentou. Por isso, “o que seria razoável seria não fazer uma medida de mitigação ou de alteração, até porque poderia ser insuficiente, mas sim apresentar a supressão da proposta apresentada”, concluiu.

O aumento do IUC para viaturas com matrícula entre 1981 e julho de 2007, proposto pelo Governo, tem por base a inclusão da componente do CO2, ainda que, no momento da compra, estas viaturas tenham pago um Imposto sobre Veículos (ISV) mais elevado. O Executivo contava encaixar 84 milhões de euros por ano com esta penalização que iria compensar a perda de receita de 72,4 milhões de euros com os descontos de 30% nas portagens das ex-SCTUT (sem custos para o utilizador) da A22 Algarve, A23 IP e Beira Interior, A24 Interior Norte, A25 Beira Litoral e Beira Alta, A4 Trasmontana e Túnel do Marão, e A13 e A13-1 Pinhal Interior.

Fim do acesso ao regime para residentes não habituais adiado

O Governo queria mesmo acabar com o regime fiscal para os residentes não habituais no fim deste ano, mantendo este regime fiscal mais favorável apenas para professores e investigadores do Ensino Superior. Admitia apenas um período transitório para os pedidos vindos de fora da União Europeia que chegassem à Autoridade Tributária (AT) depois de 31 de dezembro de 2023, por atrasos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

No entanto, o PS decidiu ir mais longe e aligeirou o término do regime, altamente contestado por implicar um corte de investimento estrangeiro no País. Assim, o PS prepara-se para aprovar no Parlamento, através de uma proposta de alteração ao OE, o alargamento do regime transitório a todos os trabalhadores e pensionistas estrangeiros que até 31 de dezembro deste ano submetam na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) – antigo SEF – prova que já tinham planos para vir trabalhar ou viver em Portugal.

Como prova é admitido, por exemplo, um contrato de trabalho, uma promessa de contrato de trabalho, uma promessa ou acordo de destacamento celebrado até 31 de dezembro de 2023, cujo exercício das funções deva ocorrer em território nacional, um contrato de arrendamento ou um contrato promessa de compra e venda de um imóvel celebrados até 10 de outubro de 2023 ou a matrícula dos filhos numa escola em Portugal, também com a data limite de 10 de outubro deste ano.

Mas para que sejam válidos, estes documentos têm de ser entregues até 31 de dezembro deste ano e a mudança para Portugal terá de acontecer até 31 de dezembro de 2024.

Com este regime transitório, os socialistas acreditam que ficam acauteladas “as legítimas expectativas das pessoas que já tomaram a decisão de imigrar ou regressar para Portugal, sob pena de prejudicar a confiança daqueles que tomaram essa mesma decisão, tendo naturalmente a mudança de país um impacto muito material para a vida de qualquer pessoa”, lê-se na nota justificativa da proposta.

O regime fiscal para residentes não habituais foi criado em 2009 para atrair reformados e trabalhadores estrangeiros ou portugueses emigrados há mais de cinco anos com profissões de elevado valor acrescentado.

Neste regime especial, os trabalhadores estrangeiros que optem por residir em Portugal ou os portugueses que tenham estado emigrados mais de cinco anos beneficiam de uma redução do Imposto sobre Rendimentos das Pessoas Singulares (IRS), durante 10 anos, podendo pagar um IRS de 20%, independentemente do rendimento que auferem. Os pensionistas pagam 10% de IRS sendo que até 2020 estavam isentos.

Treze anos depois, o Governo queria agora acabar com estas regras, mantendo apenas o regime para os professores e investigadores do Ensino Superior. Esta decisão foi alvo de um coro de críticas e não só do setor imobiliário. O governador do Banco de Portugal e ex-ministro das Finanças, Mário Centeno, fez saber que não está “completamente” convencido de que programas como o dos residentes não habituais seja o problema do mercado habitacional, ressalvando que o fim da mesma “é uma questão política”.

Aumento faseado do imposto sobre cigarrilhas e correção na tributação da cerveja

A indexação do preço das cigarrilhas ao do cigarro, como prevê a proposta do OE para 2024, iria fazer duplicar o custo deste tipo de produto. Por exemplo, um maço de cigarrilhas que hoje pode ser comprado por 2,50 euros iria passar, no próximo ano, para quase cinco euros. Atendendo ao impacto que este agravamento fiscal iria ter nos portugueses, os socialistas apresentaram uma proposta que suaviza esse aumento ao longo dos próximos três anos.

“O imposto mínimo decorrente das alterações efetuadas pela presente lei à alínea b) do número 2 do artigo 104.º do Código dos IEC [Charutos e cigarrilhas] é considerado em 50%, durante o ano de 2024; 75%, durante o ano de 2025 e 100%, a partir do ano de 2026”, refere segundo o texto da proposta.

Em causa está uma medida que visa harmonizar a tributação das cigarrilhas à dos cigarros e também penalizar pela via fiscal as cigarrilhas que foram surgindo no mercado a preços bastante mais reduzido do que o habitual para este tipo de produto, dissuadindo o consumo.

Na nota justificativa da proposta, o PS refere a defesa deste faseamento tendo em conta “os impactos económicos que uma subida do imposto mínimo poderá ter em produtos como as cigarrilhas”.

De resto, mantém-se o aumento do preço do maço de tabaco em 30 cêntimos a partir de 2024. Isto significa que um pacote com 20 cigarros normais que, este ano, tinha um preço de cinco euros passará a valer 5,30 euros só pelo efeito do agravamento da tributação, o que corresponde a um aumento de 6%. Em cima disto, as tabaqueiras poderão adicionar uma margem de 10 cêntimos, forçando o valor a escalar para 5,40 euros.

Em comparação com a vizinha Espanha, os cigarros comprados em Portugal serão cerca de 40 ou 50 cêntimos mais caros, quando, atualmente, a diferença é de apenas 10 cêntimos.

O imposto sobre os cigarros tem duas componentes. De acordo com a proposta do OE, o elemento ad valorem vai recuar de 12% para 1%, mas o elemento específico vai aumentar de 112,5 euros para 151,88 euros por milheiro de cigarros. Contas feitas, a atualização no elemento específico traduz-se num aumento de 12 cêntimos por maço de tabaco.

Na mesma proposta, o PS faz uma correção ao imposto sobre o álcool, que, tal como está no OE, iria penalizar fortemente as cervejas com menos teor alcoólico. Em vez de sofrerem um aumento do imposto de 10%, como está previsto para todas as bebidas alcoólicas, exceto o vinho, iriam estar sujeitas a um agravamento fiscal entre 38% e 286%, tal como o ECO noticiou.

Em causa está um erro do na definição do primeiro escalão de tributação, que estava entre os 0,5 graus e os 3,5 graus e que, no OE, passou a ter um limite máximo de 1,2 graus, agravando assim todas as bebidas com teor alcoólico acima daquele nível, nomeadamente as cervejas com 3,3 graus, como a Super Bock Sky.

Assim, a proposta do PS repõe novamente aquele intervalo do primeiro patamar de imposto, garantindo que as bebidas com baixo teor alcoólico, até 3,5 graus, não terão um aumento superior a 10%.

Com esta mudança, resta saber se o aumento da receita com o imposto sobre o álcool vai efetivamente subir 37,3% ou de 39,6 milhões de euros, corrigido do efeito de IVA.

Resgate do PPR sem penalização para pagar crédito da casa

Além de deixar cair medidas polémicas, o PS aproveitou ainda para introduzir propostas que melhoram a proposta orçamental, uma das quais diz respeito ao resgate de PPR sem penalizações.

Assim, as famílias que precisarem de levantar antecipadamente os seus planos poupança reforma (PPR) para ajudar a pagar as prestações de crédito à habitação vão continuar sem penalizações durante o próximo ano. A medida está em vigor desde 2022, tendo sido renovada para 2023. E agora os socialistas voltam a alargá-la por mais um ano.

No caso das amortizações antecipadas dos empréstimos para compra de habitação própria e permanente, o valor do resgate mais do que duplica de 12 vezes o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), o que corresponde a 5.765,16 euros, tendo em conta que aquele indexante está nos 480,43 euros, para 24 IAS, passando para 12.245,28 euros, uma vez que o IAS vai aumentar para 510,22 euros no próximo ano.

“Durante os anos de 2023 e 2024 é permitido o reembolso parcial ou total” do valor dos planos poupança-reforma (PPR), dos planos poupança-educação (PPE) e de planos poupançareforma/educação (PPR/E) “para pagamento de prestações de contratos de crédito garantidos por hipoteca sobre imóvel destinado a habitação própria e permanente do participante, bem como prestações do crédito à construção ou beneficiação de imóveis para habitação própria e permanente, e entregas a cooperativas de habitação em soluções de habitação própria permanente, sendo dispensadas da obrigação de permanência mínima de cinco anos para mobilização sem penalização”, de acordo com o projeto dos socialistas.

Na nota explicativa, a bancada do PS refere que “o resgate antecipado, sem penalização, dos PPR, PPE e PPR/E, pode constituir um mecanismo relevante de apoio à capacidade financeira das famílias, tendo aliás sido adotada uma solução legislativa nesse domínio durante o período da crise pandémica”.

Em 2022, e no contexto da crise inflacionista, foi aprovada uma solução idêntica para o ano de 2023, proposta pelo PS. “Ora, o período de vigência desse regime, de natureza extraordinária e transitória, cessa a 31 de dezembro de 2023, sendo entendimento do grupo parlamentar do PS que deve esse prazo ser estendido por mais um ano”, lê-se no texto da iniciativa.

Além da prorrogação do regime, “propõe-se ainda aumentar de 12 para 24 vezes o valor do IAS o limite máximo do reembolso a efetuar, nos casos em que o reembolso se destine à amortização de crédito à habitação”, destaca a bancada liderada por Eurico Brilhante Dias.

Independentemente do destino a dar às poupanças levantadas, os PPR, PPE e PPR/E podem ser resgatados até ao limite mensal do IAS. Essa possibilidade mantém-se até 31 de dezembro do próximo ano. Como o IAS vai aumentar, de 480,43 euros para 510,22 euros, o teto máximo para o reembolso também sobe.

De resto, os planos de poupança só podem ser mobilizados antecipadamente em caso de desemprego de longa duração do subscritor ou de um dos membros do seu agregado familiar; de incapacidade permanente para o trabalho; ou de doença grave.

Os valores dos PPR e PPR/E os valores ficam disponíveis quando a pessoa se reformar ou quando fizer 60 anos. Ou, ainda, no caso do PPE, quando o dinheiro for usado para cobrir custos com o ensino profissional ou superior.

O Estatuto dos Benefícios Fiscais concede um benefício em sede de IRS equivalente a 20% dos valores aplicados no PPR até ao limite de 400 euros por contribuintes (se este tiver até 35 anos de idade), 350 euros (tendo entre 35 e 50 anos de idade) e 300 euros (tendo mais de 50 anos).

Se o subscritor mobilizar antecipadamente as poupanças, fora das situações acima descritas em que não há lugar a penalizações, o subscritor terá de devolver ao Estado o benefício fiscal que recebeu, cujo valor será majorado em 10%.

Mais deduções em IRS e redução dos descontos dos recibos verdes

O PS não apresentou qualquer medida de atualização da dedução específica do IRS, congelada há mais de uma década nos 4.104 euros, e que permite abater aquele valor ao rendimento anual declarado, baixando assim os ganhos sujeitos a IRS.

A via escolhida pelos socialistas foi pelo aumento das deduções à coleta e pela diversificação do tipo de despesas que podem ser abatidas no imposto. Mas, como se mantêm inalterados os limites das deduções das despesas gerais e familiares à coleta, cujo valor máximo está nos 2.500 euros, significa que o aumento das despesas elegíveis depois podem esbarrar nesse travão e não produzir efeitos.

Ainda assim são medidas emblemáticas e populares como o aumento da dedução dos encargos com renda de habitação própria e permanente. Os socialistas preparam-se, então, para aprovar a subida de 502 euros para 600 euros do limite da dedução em sede de IRS.

No fim de outubro, o Governo tinha aprovado em Conselho de Ministros o aumento de 502 para 550 euros da dedução de despesas com rendas em sede de IRS. Agora o PS sobe a fasquia para os 600 euros.

A bancada socialista propõe ainda que 5% dos encargos suportados pelos contribuintes portugueses com a retribuição dos trabalhadores domésticos possam ser descontados no IRS até ao limite de 200 euros.

“Propõe-se que uma parcela dos encargos com o pagamento de retribuição por prestação de serviço doméstico possa ser deduzida à coleta do IRS, dentro dos limites já estabelecidos por agregado familiar”, lê-se na proposta.

O PS aproveitou ainda para reforçar o apoio fiscal aos estudantes, permitindo que as rendas suportadas pelos alunos deslocados possam dar um desconto mais significativo no IRS do que até aqui. No âmbito das despesas de educação e formação, passa a ser dedutível a título de rendas “um valor máximo de 400 euros anuais, sendo o limite global de 800 euros aumentado em 300 euros quando a diferença seja relativa a rendas”.

Para além disso, as explicações em centros de estudo vão passar a poder ser dedutíveis no IRS como despesas de educação, já que vão ficar sujeitos à taxa reduzida de IVA. O grupo parlamentar socialista considera que “o caminho mais adequado para assegurar o princípio da equivalência fiscal no tratamento” das explicações ministradas a título particular e em centros de explicações.

Atualmente, só podem ser descontadas no IRS as despesas com explicações dadas a título pessoal sobre matérias do ensino escolar ou superior, por estarem isentas de IVA, e desde que realizadas por profissional inscrito como trabalhador independente na categoria de professor, formador ou explicador.

Para aliviar o peso dos descontos em IRS sobre os trabalhadores a recibos verdes, o PS propõe a substituição do atual sistema de retenção na fonte à taxa fixa de 25% por um modelo progressivo consoante o rendimento em causa.

“O Governo procede, durante o ano de 2024, às necessárias alterações informáticas para a aplicação de taxas de retenção na fonte progressivas aos trabalhadores independentes”, de acordo com a proposta.

“A ideia é que haja diferentes escalões, como para os trabalhadores dependentes, numa lógica de tributação progressiva”, esclareceu ao ECO o deputado do PS, Miguel Cabrita, frisando que estes trabalhadores tendem “a ser muito prejudicados e a ter não só menos segurança mas também condições menos favoráveis”.

“No fundo, trata-se de remover uma discriminação face aos trabalhadores dependentes e abranger estes trabalhadores na lógica da progressividade do sistema fiscal”, reforçou o parlamentar socialista.

Preço do passe social mantém-se. Transferências para empresas aumentam para 410 milhões

O Governo já tinha anunciado que, no próximo ano, o preço dos passes de transportes públicos navegante municipal, de 30 euros, e navegante metropolitano, de 40 euros, iria ficar congelado pelo segundo ano consecutivo. Para além disso, está previsto o alargamento da gratuitidade dos títulos aos estudantes menores de 23 anos.

Ora a manutenção dos valores dos passes em anos de inflação elevada significa que o Estado terá de compensar mais as empresas de transportes públicos. Por isso, o PS apresentou uma proposta de alteração que reforça em 50 milhões de euros as transferências previstas de 360 milhões de euros, totalizando 410 milhões.

“Para assegurar a manutenção dos preços vigentes em 2023 dos passes de transportes públicos, como medida excecional de mitigação dos efeitos da inflação, a consignação de valores […] para o programa «Incentiva +TP» será acrescida de 50.000.000 euros”, segundo o texto da iniciativa.

Na nota explicativa anexa à proposta, o PS explica que “a medida agora proposta inclui o montante necessário para garantir a compensação às autoridades de transporte e operadores de transporte público pela manutenção dos preços vigentes em 2023 dos passes de transportes públicos”.

E haverá muitas mais medidas. Ao todo, o PS submeteu 121 propostas de alteração, ainda que algumas estejam repetidas, como constatou o ECO. São mais 51 face às 70 apresentadas no âmbito da discussão do OE para este ano.

Ao todo, os partidos entregaram 1.924 propostas, mais 71 do que no OE para 2023, que totalizou 1.853 iniciativas. Trata-se de um novo recorde absoluto. O PCP foi o que apresentou mais alterações (502), seguindo-se o Chega (441) e o PSD (306). O BE submeteu 184 propostas, o PAN 159 e o Livre 153. Mais uma vez, a Iniciativa Liberal foi o partido que apresentou menos alterações (58).

Governo antecipa progressões na Função Pública

Noutro tabuleiro, o Executivo está numa corrida contra o tempo com os sindicatos da Função Pública para tentar fechar vários diplomas de valorização dos trabalhadores do Estado antes do decreto de demissão entrar em vigor, em inícios de dezembro, num sinal claro de que se o PS voltar a ser Governo o processo é para continuar.

Espírito de missão para cumprir o acordo plurianual assinado com as estruturas sindicais, como defende a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, ou pré-campanha como atira a oposição? A resposta ficará para mais tarde.

Ainda esta quarta-feira, o Executivo concluiu com sucesso o processo de revisão do sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP) que antecipa em um ano, para 2025, a possibilidade de mais trabalhadores (60% em vez de 25%) avançarem mais rapidamente na carreira e com menos pontos (oito em vez de 10), com a consequente valorização remuneratória.

O Governo estima gastar 98 milhões de euros em 2025 com esta medida. O Executivo está agora em condições de aprovar o diploma antes da publicação do decreto da demissão, em inícios de dezembro. Mas a fatura só começará a ser paga daqui por dois anos pelo novo Governo que sair das eleições antecipadas de 10 de março.

A partir de 2026, quando o novo SIADAP for totalmente implementado, abrangendo também os serviços e dirigentes e não apenas os trabalhadores, a despesa global irá ascender a 150 milhões de euros por ano.

O custo das medidas terá de ser suportado pelo futuro Executivo, e não o atual, mas a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, salientou que “o Governo não está a dar um passo maior do que a perna” nem a tomar medidas que não tomaria sem eleições à vista. “Estamos a falar de passar para 2025, não estamos a falar de 2024. Considerar isto eleitoralista é desgarrado da realidade”, sublinhou.

A par desta medida, o Ministério da Saúde também fechou as negociações com os sindicatos com vista à criação da carreira de técnico de auxiliar de saúde, que aguarda aprovação em Conselho de Ministros. Esta medida, que irá entrar em vigor a 1 de janeiro de 2024, vai permitir um salto remuneratório de 100 euros a cerca de 24 mil assistentes operacionais que vão transitar para a nova carreira.

Há ainda um processo negocial pendente que, num último esforço, a tutela vai tentar fechar antes do decreto de demissão: a revisão da carreira de técnico superior para cerca de 68 mil trabalhadores. Como referido, estes trabalhadores não conseguem chegar, atualmente, ao topo da carreira. Com o novo SIADAP, apenas 30% poderão aspirar a alcançar as três últimas posições (12.ª, 13.ª e 14.ª).

Reconhecendo esta barreira à progressão, a secretária de Estado afirmou que o Governo “vai tentar melhorar a estrutura remuneratória da carreira de técnico superior antes de dezembro, enquanto o Governo está em plenitude de funções”.

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Advance reforça a sua receita com probióticos e prebióticos para promover a microbiota intestinal dos cães

  • Servimedia
  • 17 Novembro 2023

Os microorganismos do intestino fazem parte da barreira de defesa natural dos cães e devem ser cuidados através da alimentação.

Advance, uma marca espanhola de nutrição com mais de 25 anos de experiência na alimentação de cães e gatos, lançou sua nova fórmula Active Defense, na qual incorpora probióticos, prebióticos de origem natural e fibras para contribuir para o equilíbrio da microbiota intestinal dos cães.

A empresa destacou que “esses ingredientes cientificamente comprovados favorecem os microorganismos que compõem a microbiota intestinal dos cães e desempenham um papel fundamental no estado das suas defesas”.

Advance ressaltou que há mais de uma década está a estudar o impacto da nutrição na microbiota intestinal dos cães. Nesse contexto, a empresa impulsionou uma fórmula aprimorada, com ingredientes funcionais que ajudam a proteger o animal de dentro para fora através de uma microbiota saudável – composta principalmente por bactérias.

Nesse sentido, a Advance afirma que uma microbiota equilibrada é a chave para ter uma boa defesa, que, tanto em humanos quanto em animais, está concentrada em 70% no intestino.

“A microbiota forma uma barreira microscópica que atua como um órgão com funções nutritivas, como fermentar nutrientes que o próprio animal não é capaz de digerir, produzir vitaminas e aminoácidos ou facilitar a absorção de minerais. Também possui funções de defesa e é capaz de influenciar o humor dos cães”, explicou Lluís Vilaseca, especialista em nutrição animal e gerente de Comunicação Técnica da Affinity Petcare.

CONTRA PATÓGENOS

Vilaseca enfatizou que uma microbiota saudável “evita a colonização do intestino por bactérias patogénicas, mantendo a barreira intestinal, colaborando com o sistema imunológico associado ao intestino e produzindo substâncias que inibem os patógenos e limitam sua aderência ao intestino”.

Nesse sentido, ele apontou que a nova receita do Advance Active Defense – que substitui a anterior em todas as suas variedades para cães – promove uma microbiota intestinal saudável que os protege de dentro para fora. Os novos ingredientes utilizados são probióticos (bactérias vivas que colonizam o intestino e equilibram a microbiota intestinal), prebióticos (vegetais com fibras fermentáveis que auxiliam no crescimento de microorganismos benéficos) e fibras (promovem o trânsito intestinal e uma boa qualidade das fezes).

Ao mesmo tempo, o Advance Active Defense ainda inclui imunoglobulinas, anticorpos que permanecem ativos no intestino e se ligam aos patógenos, favorecendo sua eliminação nas fezes. A Advance destaca que a nova receita também mantém níveis ótimos de palatabilidade, pois contém frango, salmão ou cordeiro como primeiro ingrediente, dependendo da variedade. Além disso, inclui arroz, cereais integrais e ervilhas “para uma nutrição equilibrada e de qualidade e não contém conservantes nem corantes artificiais”.

A responsável pelo marketing da Advance a nível global, Sonia Carrasco, valorizou o compromisso da marca com o bem-estar animal através da nutrição: “Com esse relançamento, levamos as nossas receitas um passo adiante para continuar a proteger os cães de dentro para fora, e demonstramos mais uma vez nosso compromisso com a inovação no campo das defesas”.

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O investimento enquanto fator-chave da poupança

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  • 17 Novembro 2023

Tiago Osório, da Universo Sonae explica, em entrevista, a importância do investimento enquanto fator-chave para a poupança.

Tiago Osório, da Universo Sonae, realça o fato do investimento ser um fator-chave para a poupança e para suprir as necessidades financeiras dos portugueses, e tenta desmistificar os medos ainda enraizados quando se fala em poupança associada a investimento.

Porque é que o Universo decidiu expandir a sua oferta para o segmento da Poupança?

O Universo conta hoje com mais de 1 milhão de clientes que utilizam as nossas soluções de cartão de crédito, crédito pessoal e seguros, mas acreditamos que a oferta não estaria completa se não cobríssemos também as necessidades de poupança. Durante meses estudámos o mercado e percebemos que a oferta de produtos de poupança nem sempre colocava os interesses do cliente em primeiro lugar, afastando potenciais investidores.

Fizeram uma parceria com a MAPFRE…

Precisávamos de um parceiro com coragem para desafiar este mercado. A MAPFRE, sendo a 2ª maior seguradora ibérica e com uma grande tradição na gestão de ativos surgiu como o parceiro ideal. Ambos tínhamos a visão de construir um dos melhores produtos de investimento do mercado através do uso da mais recente tecnologia para reduzir os custos.

De que forma é que esta solução de Poupança é diferente de outras soluções existentes no mercado?

O nosso principal objetivo foi trazer mais rentabilidade ao cliente face a outras soluções. Focámo-nos em reduzir significativamente os custos totais de gestão face aos cobrados pela banca tradicional e em construir um produto com benefícios fiscais. O produto Universo tem custos totais de 1,2% ao ano e uma redução de 60% no IRS sobre mais-valias para resgates a partir do 8º ano, o que é francamente interessante. Fizemos algumas simulações com produtos de mercado. Por exemplo, se um cliente investir 10.000 euros no nosso produto dinâmico em vez de um fundo multiativos equivalente atualmente oferecido por um dos principais bancos portugueses, ao fim de 10 anos, ganharia mais do dobro apenas pelo efeito dos custos e eficiência fiscal.

Que conselhos daria a alguém que decide começar a fazer investimentos?

Primeiro, deve criar um fundo de emergência equivalente a 6 a 12 meses de despesas e colocar esse montante num depósito bancário ou noutro instrumento que assegure que o dinheiro fica imediatamente disponível. Depois, deve continuar a poupar mensalmente, canalizando os montantes para investimentos em mercados de capitais (ações e obrigações). Inúmeros estudos académicos mostram que investir em mercados financeiros permite aceder a uma rentabilidade superior à inflação e, portanto, esta é a única solução que protege a poupança de cada um.

Considera que este produto é para todos?

É para todas aquelas pessoas que já tenham o seu fundo de emergência e queiram poupar para a reforma, para a entrada para uma casa ou simplesmente para dias cinzentos. Tentámos simplificar ao máximo as mensagens e ajudar o cliente a escolher, respondendo às dúvidas que possa ter durante o processo. O produto foi otimizado no sentido de responder às necessidades de investimento de 99% dos clientes. Tenham eles alta ou baixa literacia financeira e altos ou baixos rendimentos. É o único produto de investimento de que irão precisar.

Considera que fazer investimentos sem a supervisão de especialistas pode ser um risco?

Para fazermos bons investimentos temos de investir em muitos ativos e procurar otimizar fiscalmente as soluções. Um investidor comum não tem tempo nem conhecimento para fazer estes investimentos corretamente e com custos reduzidos. Por isso mesmo, desenhámos um produto que, de forma automatizada, disponibiliza a todos os benefícios de uma gestão financeira até aqui reservada às elites.

Que passos devem dar os interessados em conhecer em detalhe este produto de investimento?

É um excelente momento para começar a poupar, aproveitando o subsídio de Natal. Qualquer cliente pode consultar o nosso site, onde encontra diversos materiais explicativos. A subscrição pode ser feita no site, de forma rápida e simples. Não precisa de ser cliente Cartão Universo. Se tiver alguma dúvida ao longo de todo o processo – apesar da simplicidade e clareza do mesmo – tem também um especialista disponível por telefone.

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Principais tendências e temas em destaque no Combate ao Branqueamento de Capitais e ao Financiamento do Terrorismo

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  • 17 Novembro 2023

À medida que o cenário económico financeiro global evolui, o mesmo acontece com os desafios associados à prevenção do branqueamento de capitais e ao combate ao financiamento do terrorismo (PBC-CFT).

O PBC-CFT tornou-se mais sofisticado, exigindo uma abordagem dinâmica para acompanhar as tendências emergentes e as alterações regulamentares. No âmbito da 5ª Conferência Internacional sobre PBC-CFT, exploramos as principais tendências e temas em destaque que estão a definir tendências nesta área.

Deveres de diligência de contrapartes reforçados: um foco na transparência.

A importância de processos de diligência de contrapartes sólidos não pode ser sobrestimada. Os órgãos reguladores focam cada vez mais a necessidade de medidas reforçadas de diligência de contrapartes para garantir a transparência nas transações. O uso de tecnologias avançadas, incluindo verificação biométrica e soluções de identidade digital, tornar-se-á na prática padrão para autenticar e validar informações de contrapartes.

Criptoativos: novos desafios PBC-CFT.

A ascensão dos criptoativos trouxe novos desafios para o PBC-CFT. À medida que os ativos virtuais se tornam globalmente aceites, as estruturas regulatórias têm de se adaptar para lidar com os riscos específicos de branqueamento e financiamento do terrorismo associados às transações com criptoativos. As soluções de PBC-CFT para este tipo de ativos, como a existência de ratings para entidades prestadoras de serviços relativos a ativos virtuais, a análise de risco específica, e a monitorização de transações envolvendo criptoativos, estão a tornar-se ferramentas indispensáveis na luta contra atividades financeiras ilícitas.

Tecnologia e PBC-CFT: uma aliança simbiótica.

Nos últimos anos, os avanços tecnológicos desempenharam um papel fundamental na transformação do PBC-CFT. A integração de inteligência artificial (IA) e de machine learning nos processos de PBC-CFT melhorou a capacidade de deteção das entidades obrigadas. A análise preditiva, a deteção de anomalias e a análise do comportamento estão agora na vanguarda da identificação e prevenção de potenciais casos de branqueamento.

Colaboração transnacional: reforçar o quadro de combate ao branqueamento.

Os branqueadores operam à escala global, tornando imperativa a colaboração entre países e entidades reguladoras. A cooperação internacional e o intercâmbio de informação são fatores fundamentais na luta contra a criminalidade financeira transnacional. O desenvolvimento de protocolos padronizados e canais de comunicação é vital para garantir um fluxo contínuo de informação entre jurisdições.

Evolução regulamentar: adaptação a um cenário em mudança.

O quadro normativo relativo ao combate ao branqueamento está em constante evolução, visando lidar com os riscos emergentes de forma eficaz. As entidades obrigadas devem manter-se a par das atualizações regulatórias e garantir que seus programas de compliance sejam ágeis o suficiente para se adaptarem às mudanças rapidamente. O foco em abordagens baseadas no risco e medidas proporcionais tem vindo a ganhar destaque, permitindo que as organizações aloquem recursos de forma eficiente com base no nível de risco avaliado.

Fatores ambientais, sociais e de Governance (ESG) do PBC-CFT.

A incorporação de fatores ESG em estruturas de PBC-CFT é uma tendência crescente. As entidades obrigadas reconhecem cada vez mais a importância de considerar os riscos ambientais, sociais e de governance ao avaliar os riscos de branqueamento e de financiamento ao terrorismo. Esta abordagem holística, assegura uma avaliação exaustiva das potenciais atividades que podem estar associadas a práticas ilícitas com impacto na sociedade em geral.

O PBC-CFT é uma batalha em constante evolução que exige uma abordagem proactiva e adaptável. À medida que nos preparamos para a 5ª Conferência Internacional sobre PBC-CFT, é essencial reconhecer essas tendências e temas em destaque que moldam o cenário de PBC-CFT. Ao adotar as inovações tecnológicas, promover a colaboração transfronteiriça e permanecer atento às mudanças regulatórias, as entidades obrigadas podem fortalecer as suas defesas contra estes riscos.

Miguel Trindade Rocha, Partner, stinma e Presidente Executivo, OPCR

 

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Mais de 200 estrangeiros saíram de Gaza por Rafah

  • Lusa
  • 16 Novembro 2023

Responsável da Cruz Vermelha adianta ainda que brevemente "se espera que abandonem Gaza 842 estrangeiros".

Mais de 200 cidadãos estrangeiros ou com dupla nacionalidade deixaram esta quinta-feira a Faixa de Gaza, através da fronteira de Rafah, junto ao Egito, assim como nove feridos palestinianos acompanhados por nove familiares, adiantaram fontes humanitárias. De acordo com o diretor da Cruz Vermelha egípcia no Sinai, Raed Abdelnaser Amin, citado pela EFE, “225 estrangeiros, com dupla nacionalidade e egípcios de origem palestiniana chegaram à fronteira de Rafah a partir da Palestina”.

Destacou também que saíram da Faixa de Gaza nove feridos acompanhados por nove familiares, com os quais chegaram a território egípcio, entre os quais o menor Abdulá al Kahil, quen enviou uma mensagem de socorro ao presidente egípcio, Abdelfatah al Sisi.

O responsável da Cruz Vermelha adiantou ainda que brevemente “se espera que abandonem Gaza 842 estrangeiros, entre eles 193 egípcios de origem palestiniana e 649 estrangeiros dos EUA, Bielorrússia, Suécia, Bósnia e Herzegovina, Bahrein e Cazaquistão, de acordo com a lista de retirados”. Segundo o acordo para a retirada destes cidadãos, as pessoas que saem de Gaza têm 72 horas para abandonar o Egito, uma responsabilidade que reca nas embaixadas dos países envolvidos.

As autoridades egípcias, em articulação com Israel, autorizaram a saída da Faixa de Gaza de dez cidadãos sinalizados por Portugal, dois dos quais luso-palestinianos, adiantou esta quarta-feira à noite o Ministério dos Negócios Estrangeiros português.

O chefe da diplomacia portuguesa, João Gomes Cravinho, revelou que se esperava que os 10 cidadãos nacionais e familiares saíssem esta quinta através da passagem de Rafah, a qual estará aberta para a retirada de cidadãos estrangeiros de Gaza para o Egito, mas a meio da tarde apontou dificuldades na fronteira que estariam a dificultar o processo.

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“Acelerador” de carreira para 4.500 professores custa 12,9 milhões de euros

Direção-Geral da Administração Escolar publicou as listas que ditam que 4.500 professores vão ficar isentos de vaga para aceder aos 5.º e 7.º escalões já este ano à boleia do "acelerador" da carreira.

O Ministério da Educação anunciou esta quinta-feira que 4.500 professores vão ficar isentos de vaga para aceder aos 5.º e 7.º escalões já este ano, ao abrigo do “acelerador” de carreira dos docentes. O impacto destas progressões ascende a cerca de 12,9 milhões de euros.

Em causa está um diploma que pretende corrigir as assimetrias decorrentes do período de congelamento das carreiras dos educadores de infância e dos professores do pré-escolar, do ensino básico e secundário, dado que as carreiras da Administração Pública estiveram congeladas entre 2005 e 2007 e entre 2011 e 2017. O decreto-lei foi aprovado sem a “bênção” dos sindicatos e após um primeiro “chumbo” do Presidente da República. E o objetivo é abranger cerca de 60 mil professores.

Com esta medida, os professores abrangidos “ficam isentos de vaga para progressão aos 5º e 7.º escalões e/ou recuperam o tempo em que ficaram a aguardar vaga”, recorda a tutela liderada por João Costa, adiantando que “4.500 professores ficam já em 2023 isentos de vaga”.

As listas relativas a estas progressões foram publicadas esta quinta-feira pela Direção-Geral da Administração Escolar. “A passagem do 4.º para o 5.º escalão corresponde a um aumento mensal de 156,45 euros, enquanto do 6.º para o 7.º escalão significa um aumento salarial de 248,49 euros mensais”. A medida tem um impacto de “12.870.000 euros” e tem efeitos retroativos a “a 1 de janeiro de 2023″, revela ainda o Ministério da Educação.

Segundo o Governo, com esta medida “ficam a aguardar vaga para o 5.º escalão apenas 404 professores”, enquanto que para o 7.º escalão é reduzido para “115 professores”. “Agregando os efeitos produzidos pelo acelerador e a progressão em termos normais, ascendem a estes dois escalões, em 2023, cerca de 8400 professores”, remata.

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