Hoje nas notícias: Sócrates, Altice e Santa Casa

  • ECO
  • 22 Dezembro 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O julgamento de José Sócrates no âmbito da Operação Marquês pode ocorrer em março, mês das eleições antecipadas. Na Altice Portugal, os interessados em comprar a operação já avançaram com as propostas e algumas contemplam uma venda em partes. Já a Santa Casa poderá sofrer perdas de mais de 50 milhões de euros nas operações internacionais. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes nacionais.

Tribunal quer julgar Sócrates no mês das eleições

Quando surgirem as duas decisões que faltam na Operação Marquês, nomeadamente o recurso e a análise das nulidades, o Tribunal Criminal de Lisboa quer começar a julgar o que resta deste caso. Desta forma, o ex-primeiro-ministro José Sócrates poderá ser julgado já em março do próximo ano – mês para o qual estão marcadas as legislativas antecipadas -, isto se restar algum crime.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Altice Portugal pode ser vendida “às postas”

O presidente da Altice já recebeu as propostas dos potenciais compradores da operação portuguesa, que variam no modo como olham para a operação. Há ofertas que querem apenas parte do grupo, outras que excluem a Geodésia, empresa de construção de fibra, e há ainda quem tenha em vista obter o pacote como um todo.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Santa Casa pode perder mais de 50 milhões no Brasil

As operações da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa no Brasil e no Peru podem levar a perdas de mais de 50 milhões de euros, segundo admite a provedora Ana Jorge. Este valor, que inclui “transferências, as responsabilidades bancárias” e as “repercussões financeiras” que possam existir, ainda não está fechado, pelo que pode ser superior.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Câmaras admitem contrariar lei e manter alojamentos locais sem atividade comprovada

A lei indica que se os alojamentos locais não comprovarem a atividade verão o cancelamento dos registos, mas essa consequência depende de decisão dos presidentes das câmaras competentes. Há autarquias que admitem não cancelar os registos dos alojamentos sem atividade comprovada de forma automática, sendo que ainda estão a analisar os processos. Existe mais de um terço dos titulares de registos de alojamentos locais sem comprovativo.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

IPO da Luz Saúde só depois das eleições

A oferta pública inicial (IPO) da Fidelidade para colocar a Luz Saúde no mercado, regressando à bolsa depois de ter saído em 2018, só vai acontecer depois das eleições legislativas, marcadas para 10 de março. O objetivo é que seja depois da auditoria das contas relativas a 2023, bem como para os investidores terem “uma melhor clarificação da situação política pós-eleições legislativas”, como indica fonte do grupo.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

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Conflitos geopolíticos, gestão de multidões e ciberataques entre os principais riscos para a segurança durante as festas de Natal

  • Servimedia
  • 22 Dezembro 2023

De acordo com o relatório da Prosegur Research esta temporada festiva apresenta desafios de segurança, incluindo riscos sociopolíticos e económicos, riscos ambientais e físicos, bem como tecnológicos.

Conflitos geopolíticos, gestão de multidões e ciberataques são alguns dos principais riscos para a segurança durante as festas de Natal, de acordo com um relatório da Prosegur Research.

Os riscos sociopolíticos e económicos incluem, além dos conflitos geopolíticos, aumentos generalizados nas taxas de juros, o que poderia causar uma redução no consumo. O ativismo social, relacionado a questões socioeconómicas e políticas, também representa um risco em períodos de intensa atividade comercial. Campanhas de boicote e a convergência de interesses geopolíticos, sociais ou ambientais podem causar problemas de reputação para as empresas.

Os riscos físicos e ambientais representam ameaças à segurança de várias infraestruturas e setores empresariais. O aumento dos “porchpirates”, criminosos que se aproveitam para roubar objetos deixados pelas empresas de entrega na porta, é uma realidade nesta época do ano. Além disso, durante os meses de inverno, o crime organizado aumenta nos setores de varejo, transporte e energia, com roubos de mercadorias e combustível de veículos que representam riscos para a integridade física.

O aumento do comércio online também se traduz em um aumento significativo de fraudes e ameaças cibernéticas, especialmente no contexto de compras e devoluções fraudulentas. No setor de viagens e turismo, o aumento da mobilidade para as cidades na temporada de inverno representa um risco para a gestão de multidões. Além disso, grandes eventos em locais turísticos também podem ser motivo de alarme.

Com a chegada das festas, que envolvem mais mobilidade e um aumento do trabalho remoto, surgem riscos tecnológicos, especialmente ciberataques. O golpe do CEO se destaca como uma das principais ameaças, uma vez que o trabalho à distância e possíveis distrações aumentam sua eficácia. Por fim, o aumento do volume de compras desde a Black Friday impacta diretamente as empresas dos setores varejista, transporte e logística, aumentando significativamente as tentativas de phishing, entre outros.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 22 de dezembro

  • ECO
  • 22 Dezembro 2023

Ao longo desta sexta-feira, 22 de dezembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

INE publica inquérito às condições, origens e trajetórias da população residente em Portugal e o Banco de Portugal divulga dados sobre as contas financeiras das Administrações Públicas.

No dia em que o INE publica o inquérito às Condições Origens e Trajetórias da População Residente em Portugal, o Banco de Portugal divulga dados sobre as contas financeiras das Administrações Públicas e a dívida das Administrações Públicas em percentagem do PIB. A Luz Saúde reúne em assembleia geral e já nos Açores os PSD; Chega e BE entregam lista de candidatos às eleições regionais.

INE revela estatísticas das rendas

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica, esta sexta-feira, a estatísticas de rendas da habitação ao nível local relativas ao terceiro trimestre assim como inquérito às condições, origens e trajetórias da população residente em Portugal (ICOT). Também divulga os indicadores sobre as contas nacionais trimestrais por setor institucional (3.º trimestre).

Banco de Portugal divulga contas financeiras das Administrações Públicas

O Banco de Portugal divulga, esta sexta-feira, os indicadores das contas financeiras das Administrações Públicas, as receitas e despesas das Administrações Públicas, assim como a dívida das Administrações Públicas em percentagem do PIB relativos ao 3.º trimestre de 2023. Igualmente relacionado com este período de tempo, o Banco de Portugal publica as estatísticas de Finanças Públicas – défice, dívida e ajustamento défice-dívida. Assim como dados sobre o financiamento das Administrações Públicas em percentagem do PIB (3.º trimestre de 2023) e os instrumentos de política monetária.

Assembleia geral extraordinária da Luz Saúde

Decorre esta sexta-feira a assembleia geral extraordinária da Luz Saúde para aprovar, entre outros pontos, um aumento de capital da sociedade, mediante “a oferta de ações para subscrição particular por um conjunto de investidores profissionais a selecionar através de um processo de bookbuilding, de acordo com a convocatória da Luz Saúde. Em análise estará também a admissão das ações em bolsa e a eleição de novos órgãos sociais para um novo mandato para o quadriénio 2024-2027.

Partidos entregam lista de candidatos às eleições nos Açores

Os partidos políticos PSD, Chega e Bloco de Esquerda entregam, durante o dia desta sexta-feira, no Tribunal de Ponta Delgada, as listas de candidatos à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, no âmbito das eleições regionais.

Assinatura dos contratos de comodato sobre portos de pescas

O secretário Regional do Mar e das Pescas dos Açores, Manuel São João, preside à assinatura dos contratos de comodato com a Câmara Municipal da Lagoa relativos aos portos de pescas dos Carneiros e da Caloura.

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Pérez-Llorca em Lisboa quer contratar mais advogados portugueses

A sociedade, com sede em Espanha, segundo explicou fonte oficial do escritório à Advocatus, procura "profissionais de diversas áreas de atuação com foco em direito empresarial".

Apenas dois meses após ter anunciado a sua intenção de abrir um escritório e iniciar a sua atividade em Portugal, a Pérez-Llorca reforçou recentemente a sua equipa de Lisboa com a incorporação de seis novos sócios, um counsel e um grupo de dez advogados.

Desta forma, a sociedade conta atualmente com quase 20 profissionais em Portugal, especializados em diferentes áreas. Esta equipa em Portugal, coordenada por Gonçalo Capela Godinho, que iniciou funções no passado mês de julho, aumenta, assim a sua capacidade na Península Ibérica para assessorar os seus clientes nos assuntos e litígios destes.

Mas a ideia não é ficar por aqui. Segundo o que fonte oficial do escritório explicou à Advocatus, a intenção é “continuar a crescer e reforçar com talento a sua equipa multidisciplinar de forma a responder às necessidades e exigências dos seus clientes”.

Assim, a sociedade com sede em Espanha procura “profissionais de diversas áreas de atuação com foco em direito empresarial. Neste momento já temos cerca de 20 profissionais de diferentes práticas, mas não temos um número fechado nem estamos limitados a um perfil específico. A nossa ideia é construir um escritório multifuncional com excelentes profissionais que estejam entusiasmados para aderir ao nosso projeto, tanto para aumentar a nossa capacidade na Península Ibérica para responder às necessidades dos nossos clientes, como para fortalecer o relacionamento da Sociedade com o mercado brasileiro e outras jurisdições de língua”.

Que áreas vão ser o foco do escritório em Lisboa?

A Pérez-Llorca dedica-se ao direito societário, por isso “o nosso foco é ajudar os nossos clientes nas suas operações e disputas societárias. Já contamos com profissionais especialistas em Corporate M&A, Mercado de Capitais, Banca e Finanças, Energia, Infraestruturas, Laboral, Regulatório, Concorrencial e Direito da União Europeia, mas pretendemos continuar a incorporar talentos de outras áreas como Fiscal ou Imobiliário, entre outras”.

A Pérez-Llorca já tem uma posição consolidada em Espanha e pratica a advocacia espanhola nas três capitais financeiras do mundo (Londres, Nova Iorque e Singapura), bem como no capital regulamentar europeu (Bruxelas) onde também atuam na área de direito da União Europeia.

“Com o escritório de Lisboa, procuramos aumentar o trabalho que temos feito neste mercado de forma a cobrir toda a Península Ibérica e contar com as sinergias que surgem de ambos os países para podermos oferecer aos clientes e potenciais clientes um aconselhamento global nas suas operações e disputas. Além disso, este escritório pretende servir de ponte para fortalecer o relacionamento do escritório com o mercado brasileiro e outras jurisdições de língua portuguesa”, diz a mesma fonte.

Com mais de 40 anos de experiência no mercado espanhol foi fundado em 1983. O escritório de Lisboa, onde será exercida prática portuguesa, “vai incrementar o trabalho que a sociedade já tem vindo a desenvolver neste mercado, de modo a cobrir toda a Península Ibérica e aproveitar as sinergias que surgem entre ambos os países para oferecer aos clientes e futuros potenciais clientes uma assessoria global nas suas operações e litígios. Este escritório servirá também de ponte para reforçar a aproximação da Sociedade com o mercado brasileiro e outras jurisdições de língua portuguesa”, segundo comunicado do escritório.

Para iniciar a concretização deste projeto, a sociedade contratou no passado mês de junho Gonçalo Godinho sócio com mais de 20 anos de experiência internacional nos mercados brasileiro, português, britânico e norte-americano. Godinho, residente em Lisboa, conjugará o seu trabalho no projeto internacional da Pérez-Llorca com o desenvolvimento da estratégia da Sociedade nos mercados lusófonos e com a assessoria a clientes em matérias comerciais, principalmente nos setores da energia e das infraestruturas.

Negócio imobiliário

A Savills colocou a sociedade de advogados Pérez-Llorca, no edifício Barata Salgueiro 21, um ativo localizado na zona prime da capital portuguesa detido pela curadora de imóveis Primosfera. A empresa espanhola irá ocupar a totalidade do edifício que fora totalmente recuperado, um projeto que conta com a assinatura de Manuel Aires Mateus, um dos mais conceituados arquitetos portugueses, em parceria com a Primosfera.

Localizado junto à Avenida da Liberdade, em Lisboa, o número 21 da Rua Barata Salgueiro é composto por cinco pisos de escritórios e dois pisos de retalho, com uma área total de 2.422 m2, por dois espaços destinados a retalho e 22 lugares de estacionamento.

Gonçalo Capela Godinho, Partner, Pérez-Llorca, sublinha: “O edifício da Barata Salgueiro 21 é o local ideal que procurávamos para iniciar o nosso projeto em Lisboa. Situado numa zona nobre da cidade, tal como os restantes escritórios em Madrid, Barcelona, Londres, Nova Iorque, Bruxelas e Singapura, este imóvel irá acolher progressivamente a equipa que estamos a formar na capital portuguesa e que exercerá a advocacia no país. O apoio da Savills no início da conceção deste projeto foi fundamental para o seu sucesso.”

Frederico Leitão de Sousa, Head of Offices da Savills Portugal, refere: “Através desta operação a Savills alcançou a ocupação total do prestigiado edifício Barata Salgueiro 21, incluindo os seus espaços comerciais de excelência. O ativo que assume um posicionamento diferenciado e acima da média no mercado, é o espaço ideal para receber os headquarters de uma empresa de grande dimensão como a Pérez-Llorca em Lisboa. Esta conquista reforça ainda a experiência da Savills na identificação de AAA tenants para ativos imobiliários de primeira linha, criando oportunidades de crescimento e sucesso. Alcançar 100% de ocupação um mês após nos terem confiado o mandato deixa-nos muito orgulhosos.”

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Reditus em risco de suspensão e exclusão da bolsa por atraso nas contas

A empresa controlada por Miguel Pais do Amaral está, desde 2021, no compartimento de penalização da bolsa, devido às falhas no cumprimento de regras. Empresa afasta problemas e reestruturações.

A Reditus está há vários meses sem apresentar os resultados financeiros do ano de 2022 e da primeira metade de 2023, uma situação que está a ser acompanhada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e levou a Euronext a transferir as ações da empresa controlada por Miguel Pais do Amaral para o compartimento de penalização da bolsa. Uma das consequências da colocação neste segmento pode ser a determinação da suspensão ou exclusão da bolsa.

Foi apenas em maio de 2023 que a Reditus apresentou os resultados de 2021 – um lucro de 2,66 milhões de euros, face aos prejuízos de 1,06 milhões de euros em 2020. Entretanto continuam por revelar aos investidores as contas de 2022 e do primeiro semestre deste ano, divulgações que foram sucessivamente adiadas nos últimos meses. De acordo com a última comunicação feita ao mercado, a 12 de dezembro deste mês, a empresa prevê agora apresentar os resultados do primeiro semestre de 2022 até ao dia 12 de janeiro, seguindo-se as contas do final de ano até 30 dias após a apresentação do semestre e da primeira metade de 2023, 60 dias após a aprovação do relatório e contas de 2022.

As empresas cotadas estão obrigadas a cumprir um calendário de divulgação de informação financeira, no entanto a Reditus já ultrapassou todos os prazos estipulados, uma situação que está a merecer a atenção do regulador do mercado de capitais. “A divulgação atempada de informação financeira periódica é da responsabilidade dos emitentes. A CMVM, nas suas funções de supervisor, encontra-se a acompanhar a situação da Reditus e a adotar as diligências necessárias à regularização da prestação da informação em falta ao mercado pelo emitente”, adiantou fonte oficial da CMVM ao ECO.

Ao abrigo do Código dos Valores Mobiliários, o incumprimento de deveres de prestação de informação pode, entre outras consequências, gerar o apuramento de responsabilidades contraordenacionais.

Fonte oficial da CMVM

Apesar de não se pronunciar sobre medidas de supervisão concretas aplicadas, nem processos de contraordenação, o regulador admite que “ao abrigo do Código dos Valores Mobiliários, o incumprimento de deveres de prestação de informação pode, entre outras consequências, gerar o apuramento de responsabilidades contraordenacionais”. “Mais se informa que as ações da Reditus foram transferidas, em 2021 para o segmento de penalização da Euronext (Penalty Bench)”, acrescentou a mesma fonte.

As ações da Reditus foram transferidas, em 2021 para o segmento de penalização da Euronext (Penalty Bench).

Fonte oficial da CMVM

Questionada pelo ECO, a gestora da bolsa de Lisboa confirmou a colocação da Reditus neste compartimento adicional, explicando que isto acontece quando a Euronext entende que um determinado emitente não está a cumprir as regras de mercado harmonizadas, “necessárias à preservação do funcionamento regular, ordenado e eficiente desses mercados”.

A colocação neste segmento pode levar à adoção de várias medidas por parte da Euronext, desde a imposição de condições específicas ao emitente para assegurar que este cumpre as suas obrigações, até fazer um aviso ao mercado ou suspender a sua negociação e, no limite, excluir as ações de bolsa.

De acordo com o artigo 213 do Código dos Valores Mobiliários, a suspensão da negociação justifica-se quando deixem de se verificar os requisitos de admissão ou o incumprimento relevante de outras regras do mercado, desde que a falta seja sanável; ocorram circunstâncias susceptíveis de, com razoável grau de probabilidade, perturbar o regular desenvolvimento da negociação; a situação do emitente implique que a negociação seja prejudicial para os interesses dos investidores. Já a exclusão pode ocorrer nas situações em que deixem de se verificar os requisitos de admissão ou o incumprimento relevante de outras regras do mercado, se a falta não for sanável; não tenham sido sanadas as faltas que justificaram a suspensão.

Caso a empresa continue a adiar a apresentação dos seus resultados financeiros, esta situação poderá levar a gestora da bolsa de valores a tomar medidas, ainda que a exclusão seja a última medida em cima da mesa.

Segundo a Euronext, “a alocação dos Valores Mobiliários relevantes ao Segmento de Penalização cessará a pedido do Emitente ou por iniciativa da Entidade Gestora de Mercados da Euronext Competente desde que o Emitente cumpra os requisitos e condições determinados pela Entidade Gestora de Mercados da Euronext Competente, no seu juízo, para a realocação dos Valores Mobiliários ao compartimento normal”.

Empresa afasta reestruturação e despedimentos

Apesar dos atrasos na apresentação de contas, a Reditus garante que “a continuidade de operações do Grupo mantém-se, a par de uma estratégia pragmática com novas tecnologias para reforçar as nossas ofertas e soluções”.

A continuidade de operações do Grupo mantém-se, a par de uma estratégia pragmática com novas tecnologias para reforçar as nossas ofertas e soluções.

Fonte oficial da Reditus

Por determinação da CMVM, a Reditus teve que re-expressar as contas com efeitos retroativos a dezembro de 2019, dezembro de 2020 e 1º Semestre de 2021, tendo subsequentemente fechado as contas finais de dezembro de 2021 em 2023 com a respetiva aprovação a ocorrer na AG de 5 de julho de 2023”, explica a empresa, acrescentando que “este esforço adicional provocou, no entanto, um atraso nas contas de 2022, que temos vindo a recuperar e que, apesar de todos os esforços, só vamos conseguir fechar em janeiro próximo, conforme o comunicado recentemente emitido”.

Questionada sobre se estes atrasos devem constituir um sinal de alerta para os investidores, a companhia afasta a existência de problemas e reitera que não há nenhum plano de reestruturação, nem de despedimentos em curso.

Não está a ser considerado nenhum plano de despedimentos. A focalização da Reditus nos controlos e na qualidade continuam a ser as nossas prioridades.

Fonte oficial da Reditus

Não está a ser considerado nenhum plano de despedimentos. A focalização da Reditus nos controlos e na qualidade continuam a ser as nossas prioridades”, garante a companhia.

Apesar das garantias da empresa ligada à área de informação e tecnologia de que está tudo bem com as contas, a Reditus enfrenta quatro ações de execução de dívidas do Novobanco no valor de 11 milhões de euros, de acordo com os processos que deram entrada esta semana no Tribunal da Comarca de Lisboa e consultados no Citius pelo ECO.

De acordo com a Reditus, o seu passivo corrente, no final de 2021, era constituído maioritariamente pelas rubricas de financiamentos bancários (34,5 milhões), Estado (37,2 milhões), que representam em conjunto cerca de 77% desse passivo.

Miguel Pais do Amaral é o maior acionista da Reditus, com 25,6% do capital da empresa. A família Moreira Rato detém 10,12% e Daniel Bernardes Oleiro possui 6,05%, sendo que quase 50% do capital está em bolsa.

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Bruxelas prevê crescimento mais moderado do emprego em Portugal no próximo ano

Com a economia a abrandar, Bruxelas antecipa que o crescimento do emprego em Portugal deverá ser mais moderado no final de 2023 e ao longo de 2024 do que até aqui. Prevê estabilização do desemprego.

Apesar dos desafios, o mercado de trabalho português continua robusto. O adjetivo é da Comissão Europeia, que antecipa, contudo, que o crescimento do emprego deverá ser mais moderado em 2024 do que até aqui, uma vez que projeta que a atividade económica vai desacelerar no próximo ano.

Prevê-se que o crescimento do emprego abrande. Em linha com a projeção de desaceleração da economia e com a moderação do turismo e dos serviços intensivos em trabalho, o crescimento do emprego deverá enfraquecer no final de 2023 e em 2024“, sublinha Bruxelas, no último relatório de supervisão pós-programa de assistência financeira, que foi divulgado esta semana.

Os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística já tinham deixado sinais nesse sentido. Depois de ter subido durante cinco meses consecutivos, a taxa de emprego estabilizou no final da primavera em 64,5%. Em agosto, ainda avançou 0,1 pontos percentuais para 64,6%, mas a tendência inverteu-se em setembro.

Ou seja, há dois meses que a taxa de emprego tem recuado, ainda que as quebras tenham sido, por agora, ligeiras (0,1 pontos percentuais em cada mês).

Como tem evoluído a taxa de emprego?

Fonte: INE

Por outro lado, a Comissão Europeia prevê que o desemprego em Portugal deverá estabilizar em 2024. Nas previsões de outono conhecidas no mês passado, Bruxelas indicava que esperava que o desemprego português se situe em 6,5% tanto em 2023 como em 2024.

Ora, também o Governo de António Costa está a apontar para estabilidade no desemprego — neste caso, prevê que a taxa se mantenha em 6,7% neste e no próximo ano –, mas os últimos meses têm sido de aumentos. E há economistas que já admitem novas subidas, tendo em conta os efeitos da escalada dos juros, mas também dos conflitos em curso no globo (na Ucrânia e no Médio Oriente).

Ainda assim, tanto Bruxelas como esses economistas não emitem, pelo menos para já, sinais de alarme acerca do mercado de trabalho luso. Os especialistas defendem mesmo que o risco de rutura desse “dique”, nas palavras do Governo e do Banco de Portugal, não é significativo.

A este cenário, no relatório divulgado esta semana, a Comissão Europeia acrescenta que no próximo ano a procura no mercado de trabalho deverá abrandar e que a migração deverá suportar a oferta de mãos, embora alguns setores continuem provavelmente a enfrentar condições de recrutamento tensas e pressões nos salários.

A propósito, numa audição parlamentar recente, a ministra do Trabalho deu nota de que Portugal atingiu até agosto um recorde de trabalhadores estrangeiros a descontar para a Segurança Social. Em causa estão 720 mil indivíduos, sendo que o Governo tem defendido que a imigração é vital não só para dar as mãos necessárias aos empregadores, mas também para a sustentabilidade da Segurança Social.

Emprego e salários deverão mitigar impacto dos juros no consumo interno

A economia portuguesa deverá, sim, abrandar no próximo ano, mas Bruxelas já está a apontar para uma “recuperação gradual” ao longo de 2024, à boleia do consumo interno e do comércio internacional.

E no que diz respeito ao consumo doméstico, o mercado de trabalho terá um papel relevante. “O aumento dos salários reais e do emprego deverá compensar o impacto negativo da subida das taxas de juro“, sublinha a Comissão Europeia.

Ainda assim, o relatório de supervisão pós-programa de assistência financeira não deixa de alertar que a recente criação de empregos em Portugal tem sido alimentada por “fatores temporários” relacionados com o turismo e com setor com competências mais exigentes. Por exemplo, “uma grande fatia dos empregos criados no verão foram contratos temporários“, assinala Bruxelas.

Os economistas ouvidos pelo ECO têm deixado ainda um outro alerta: a crise política (resultante da antecipação das eleições legislativas para 10 de março, na sequência de demissão do primeiro-ministro) poderá resfriar as intenções de contratação, o que, consequentemente, prejudicaria o potencial efeito do emprego no consumo interno.

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Estes são os dez maiores negócios do ano em Portugal

Contabilizaram-se apenas 116 operações de fusões e aquisições em Portugal que movimentaram 2,8 mil milhões de euros. Há cinco anos que não se assistia a tão poucos negócios.

Os negócios de fusões e aquisições envolvendo empresas nacionais totalizaram um volume de 2,8 mil milhões de euros este ano, através da concretização de 116 operações. Desde 2018 que não se tinham realizado tão poucos negócios em Portugal.

Segundo dados da Dealogic, o volume de capital que envolveu as cerca de uma centena de operações de fusões e aquisições de empresas nacionais ficou também muito aquém do contabilizado em anos anteriores.

Além de apenas 51% dos 2,8 mil milhões de euros referirem-se a negócios já concretizados (os remanescentes 49% são negócios ainda não finalizados), o volume total é de apenas um quarto do montante registado em 2020, o segundo melhor ano da última década.

No entanto, é importante notar que estes números ainda não têm em conta a oferta pública de aquisição sobre a Greenvolt apresentada esta quarta-feira pelos norte-americanos da Kohlberg Kravis Roberts (KKR) e que, para já, traduz-se num negócio de 1,16 mil milhões de euros.

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As causas para estes números são muitas, mas no centro do problema está a falta de capital do mercado nacional e a instabilidade legislativa no tratamento do capital estrangeiro, apontam os especialistas. “Não temos capital em Portugal suficiente para potenciar as fusões e aquisições”, referiu António Ramalho, senior adviser da Alvarez & Marsal, no seguimento da conferência do ECO “Fusões & Aquisições”.

No final do ano passado, os sinais existentes já apontavam para que 2023 voltasse a ser mais um ano pouco produtivo no universo das fusões e aquisições em Portugal. Desde logo pela escalada do preço do capital, que foi fortemente impactado por uma contínua política monetária restritiva do Banco Central Europeu.

Os números agora contabilizados mostram isso mesmo, com o volume de negócios a situar-se pelo segundo ano consecutivo abaixo da fasquia dos 3 mil milhões de euros — algo que nunca sucedeu ao longo dos últimos 15 anos.

Os negócios que mais brilharam em 2023

O maior negócio do ano foi fechado em março através da venda da totalidade das ações da VIC Properties por parte da Aggregate a um grupo liderado por investidores institucionais e a elementos da equipa de gestão da empresa por 670 milhões de euros. Entre os novos donos da promotora estão a AlbaCore Capital, a Mudrick Capital Management, o Owl Creek Asset Management LP e a Existing Management.

O segundo maior negócio de 2023 foi realizado pela Galp Energia em setembro, através de uma joint-venture com a japonesa Mitsui (75%/25%), num investimento de 400 milhões de euros para produzir e comercializar biocombustíveis avançados numa unidade adjacente à refinaria de Sines, com capacidade para 270 mil toneladas por ano.

“A Galp será a operadora desta unidade industrial e está planeado consolidar proporcionalmente (75%) todos os negócios relacionados com a joint-venture”, referiu a petrolífera nacional em comunicado, revelando ainda que a nova unidade industrial deverá começar a operar até ao final de 2025.

A completar o pódio nacional das fusões e aquisições do ano está o acordo de venda da totalidade das ações do Banco BIC (Eurobic), celebrado pelos atuais acionistas do banco português ao galego Abanca. O negócio foi anunciado a 15 de novembro e, apesar de não terem sido revelados valores, estima-se que tenha superado os 300 milhões de euros.

A operação de aquisição do Eurobic pelo Abanca está ainda pendente de avaliação do Banco de Portugal. “Com a concretização desta operação, o Abanca triplica a sua presença em Portugal e torna-se num dos principais bancos do país, com perto de 18,5 mil milhões de euros de volume de negócios, 249 agências e mais de 300 mil clientes”, refere o Eurobic em comunicado.

Destaque ainda para a aquisição do fabricante de quadros para bicicletas elétricas em Águeda Triangle pela Semapa, por 179 milhões de euros, e para a compra pela Auchan de toda a operação do Grupo Dia em Portugal por 155 milhões de euros.

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Banco Montepio vende malparado de 230 milhões ao fundo americano Fortress

Fundo americano da Fortress, em consórcio com o servicer Hipoges, ganhou a corrida pela carteira de malparado de 230 milhões que banco de Pedro Leitão colocou à venda.

Os americanos da Fortress, em consórcio com o servicer Hipoges, ganharam a corrida pela carteira de malparado de 230 milhões de euros que o Banco Montepio colocou à venda em setembro.

O fundo americano, com sede em Nova Iorque, superou a concorrência da CRC (investidor) e Whitestar (servicer) e da Bracebrigde e Finsolutia, e segue agora para negociações exclusivas com o banco liderado por Pedro Leitão, que não comenta o impacto da operação nas suas contas.

Em causa está um portefólio (chamado projeto Côa) que está dividido em quatro tranches, envolvendo dívida going concern (60 milhões de euros relativos a créditos de empresas em risco), cash in court (50 milhões em depósitos de empresas falidas que se encontram em contas dos tribunais) e ainda dívida secured (75 milhões) e unsecured (50 milhões de crédito em incumprimento sem garantias), como revelou o ECO em primeira mão.

Venda do Côa ajuda a baixar rácio de NPL

A venda do Côa faz parte do esforço do Banco Montepio para limpar o balanço do banco. O banco era até há não muito tempo um dos que se encontrava em pior situação no que dizia respeito a ativos tóxicos. Em 2020, o grupo esteve a estudar uma forma de resolver o problema de uma forma estrutural, através de uma operação de carve-out para transferir uma carteira de mil milhões de euros em ativos tóxicos para um veículo financeiro que contaria com investidores privados e a própria mutualista.

Contudo, esta operação não veio a sair do papel, levando o banco a ter de reduzir o malparado através, sobretudo, da venda dos ativos tóxicos. Com esta limpeza, o Banco Montepio chegou a setembro com um rácio de exposições não produtivas (que incluem malparado) de 4,2%, baixando face aos 6,9% do mesmo período de 2022 e já abaixo da fasquia dos 5%.

Além da redução do malparado, a instituição financeira tem levado a cabo um processo de ajustamento interno para voltar à rota dos lucros. Parte desse plano passou pela saída de 650 trabalhadores nos últimos três anos (o processo foi concluído em setembro), com vista a reduzir os custos com pessoal.

E já este ano fechou a venda do Finibanco Angola a um banco nigeriano e chegou a um acordo com a fintech Rauva para a venda da licença bancária do Banco Empresas Montepio, por cerca de 35 milhões de euros, ambas as operações visando a simplificação da estrutura do banco.

O ano de 2023 seria um ano de lucros significativos à luz do que aconteceu nos últimos anos, à boleia da subida das taxas de juro, mas não é isso que deverá acontecer. Nos primeiros nove meses do ano, o Banco Montepio registou prejuízos de 21,1 milhões de euros, com o resultado a ser penalizado justamente pelo impacto da venda do banco angolano. Em termos recorrentes, o resultado foi de 94,9 milhões.

O presidente da AMMG, Virgílio Lima, chegou a admitir, numa reunião interna com os representantes dos associados, que o banco não terá prejuízos este ano, mas o resultado não será substancial.

(Notícia corrigida às 9h32. O ECO noticiou inicialmente que o consórcio Bracebridge/Finsolutia tinha sido selecionado para ficar com o Projeto Côa, mas foi o consórcio Fortress/Hipoges quem conquistou a carteira. Aos visados e aos leitores as nossas desculpas)

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BA Glass fecha o ano com a aquisição de fábricas na Polónia e Reino Unido

Na reta final de 2023, o grupo português acerta com a gigante Canpack a transferência do negócio de embalagens de vidro e com a família Gent a compra da unidade de reciclagem da britânica Recresco.

Após ter completado em novembro a aquisição da mexicana Vidrio Formas, uma produtora de embalagens de vidro que detém duas fábricas e permitiu a estreia a produzir fora da Europa, a portuguesa BA Glass fecha o ano com mais duas compras internacionais, na Polónia e no Reino Unido.

No Leste europeu, a multinacional sediada em Vila Nova de Gaia, que é controlada pelas famílias de Carlos Moreira da Silva e Silva Domingues, acordou com a gigante Canpack a transferência do negócio das embalagens de vidro. A fábrica de Oszesze vai ser incorporada nas operações do grupo português na Polónia, onde já detém unidades industriais em Sieraków e Jedlice.

Estamos fortemente comprometidos com o mercado polaco desde a nossa entrada em 2012 e esta transação é uma prova disso.

Sandra Santos

CEO da BA Glass

A aquisição da CP Glass, que está pendente das habituais autorizações das autoridades da concorrência e deve ficar concluída durante a primeira metade do ano, é descrita pela CEO como uma “oportunidade de fazer crescer a pegada industrial do grupo na Polónia”. “Estamos fortemente comprometidos com o mercado polaco desde a nossa entrada em 2012 e esta transação é uma prova disso”, atesta Sandra Santos.

Com sede em Cracóvia e englobada na americana Giorgi Global Holdings, a Canpack emprega cerca de 9.000 pessoas e tem operações em 16 países. Especializada sobretudo no fabrico de latas em alumínio e outras embalagens para o setor alimentar, o grupo polaco vai focar os recursos nesses negócios core. Quando à CP Glass, que representava um “forte nicho” no segmento das garrafas de vidro, o CEO, Marius Croitoru, mostra-se “confiante de que as operações e a equipa encontrarão um novo lar com a BA Glass”.

Nova fábrica da BA Glass na Polónia

Da Polónia para o Reino Unido, este que é o quarto maior produtor mundial de embalagens de vidro acaba de acertar com a família Gent a aquisição da unidade de reciclagem de vidro da Recresco Limited, sediada no condado de Nottinghamshire, para “reforçar o compromisso com a mitigação das alterações climáticas”, através da redução da pegada de CO2 e da maior aposta na economia circular.

“A aquisição da Recresco é uma oportunidade extremamente valiosa para aceder a vidro reciclado de alta qualidade, representando um passo significativo em direção ao objetivo de reduzir as emissões em 50% até 2035. Incorporar uma maior percentagem de vidro reciclado nos nossos produtos permitir-nos-á estar mais perto de fechar o ciclo e tornar o vidro no material de embalagem mais sustentável do mundo”, confia Sandra Santos.

Com um volume anual de receitas próximo dos 1.600 milhões de euros e um total de 5.000 funcionários (menos de um terço dos quais em Portugal), a BA Glass vai passar a contar com 15 fábricas de vidro em oito países. Além das três unidades industriais em território nacional (Avintes, Marinha Grande e Venda Nova), tem agora três na Polónia (Sieraków, Jedlice e Oszesze), duas em Espanha (León e Villafranca de los Barros), duas no México (Lerma), duas na Bulgária (Sofia e Plovdiv) e uma na Alemanha (Gardelegen), na Grécia (Atenas) e na Roménia (Bucareste). Já na área da reciclagem soma agora esta unidade britânica às duas ibéricas.

Nos últimos meses, a multinacional nortenha fundada em 1912 como Barbosa e Almeida inaugurou também dois novos fornos com “tecnologia de ponta” para aumentar os volumes de produção de embalagens de vidro mais sustentáveis na fábrica polaca de Sieraków e naquela que tem nas imediações da capital romena.

Sandra Santos, CEO da BA Glass

No exercício de 2022, em que atingiu um novo recorde de vendas para um total de 70 mercados, o histórico grupo industrial português viu a faturação aumentar 40,8% em termos homólogos, mas a rentabilidade baixar 1,9 pontos em comparação com 2021 e 12,7 pontos face a 2020. A margem EBITDA foi de 22,6%, a mais baixa dos últimos 15 anos. No último relatório e contas justificou este declínio com o disparo nos preços da energia e a inflação generalizada que impactou os custos gerais de produção.

A companhia que desde 2020 tem Paulo Azevedo (Sonae) no papel de chairman e no ano passado produziu 11 mil milhões de garrafas e recipientes – comida (31%), cerveja (28%) e vinho (18%) são os segmentos que mais pesam no negócio –, estimou em mais de 300 milhões o aumento verificado nas despesas em 2022, associado sobretudo à energia e às matérias-primas.

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Fundo que lançou OPA à Greenvolt “tira” 17% ao preço a que avaliou empresa de energia há 11 meses

Em janeiro, os norte-americanos da KKR avaliaram a Greenvolt em 10 euros por ação, mas agora oferecem apenas 8,3 euros. A pressão para uma revisão em alta do preço da OPA é grande.

Os norte-americanos da Kohlberg Kravis Roberts (KKR) apresentaram esta quarta-feira uma oferta pública de aquisição (OPA) para adquirirem a Greenvolt GVOLT 0,00% por 8,3 euros por ação. A oferta da KKR será garantida exclusivamente por via de capitais próprios, segundo fontes ligadas ao processo ouvidas pelo ECO, e avalia a empresa de energias renováveis em 1,16 mil milhões de euros.

Apesar do preço oferecido pelo fundo norte-americano apresentar um prémio de 11% face à cotação de fecho de quarta-feira e um prémio de 32,1% em relação ao preço médio ponderado das ações nos últimos seis meses até ao dia do anúncio da OPA (20 de dezembro de 2023), é 17% inferior aos 10 euros com que a KKR avaliou a empresa liderada por João Manso Neto há 11 meses, quando investiu 200 milhões de euros na aquisição de obrigações convertíveis em ações da Greenvolt.

Segundo o prospeto destes títulos, as obrigações tinham uma maturidade a sete anos, com a possibilidade de serem convertidas em ações a partir do terceiro ano. No entanto, como a KKR nota agora no projeto de prospeto da OPA, os termos e condições destas obrigações convertíveis concedem à KKR a possibilidade de serem convertidas em ações no imediato, numa situação de alteração do controlo da empresa.

E é exatamente essa a situação que a oferta da KKR assume. Desde logo porque a empresa norte-americana já tem firmado um pré-acordo com os sete principais acionistas da Greenvolt que controlam 60,9% do capital da empresa para comprar as suas posições por 8,3 euros por ação.

Caso a KKR exerça o direito de converter as obrigações em ações antes do término da oferta, como está a ser ponderado pela empresa americana, o preço oferecido pela KKR aos acionistas da Greenvolt terá de ser revisto em 20% para os 10 euros.

De acordo com o ponto 9 do projeto de prospeto da OPA, a KKR, através da GV Investor Bidco S.à.r.l. (uma afiliada dos fundos de investimento assessorados pela KKR), revela que já informou a Greenvolt “de que considera a possibilidade de exercer o direito de converter as obrigações convertíveis em ações caso ocorra uma alteração de controlo” até ao final da oferta, podendo ainda “considerar bloquear as ações” da Greenvolt.

Caso a KKR exerça o direito de converter as obrigações em ações antes do término da oferta, como está a ser ponderado pela empresa norte-americana, o preço oferecido pela KKR aos acionistas da Greenvolt terá de ser revisto em 20% para os 10 euros, porque o preço da OPA tem de respeitar o preço mais elevado pago pelo oferente nos últimos seis meses à operação, segundo rege o artigo 188.º do Código de Valores Mobiliário (CVM).

Tendo em conta que na conversão das obrigações é feita a aquisição das ações, caso a oferente [KKR] exerça o seu direito potestativo de converter as obrigações em ações ao preço de 10 euros, e sendo esse direito facultativo à oferta, trata-se de uma aquisição à data da conversão e, portanto, o preço da oferta terá de ser de 10 euros”, refere Octávio Viana, presidente da ATM – Associação de Investidores, ao ECO.

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Acionistas e KKR “abrem a porta” para subida do preço

Para a KKR, o exercício da conversão das obrigações em ações, que lhe conferem cerca de 12,6% do capital da empresa, irá depender do apetite dos investidores pela atual oferta, que decorrerá até ao final de maio. Com o pré-acordo feito com os sete principais acionistas da Greenvolt, a KKR tem, para já, garantido os 60,9% do capital da empresa que se encontra na posse destes acionistas.

Para lançar uma oferta potestativa, como é seu desejo, necessita de atingir os 90% dos direitos de voto correspondentes ao capital social até ao apuramento dos resultados da OPA, como refere o artigo 194.º da CVM, e pelo menos 90% do capital com direito de voto, como obriga a diretiva europeia relativa às ofertas públicas de aquisição.

Isto significa que, chegando ao último dia da oferta e ficando a faltar 12,6% das ações para alcançar estas metas, a KKR deverá exercer o direito de conversão das obrigações em ações, por forma a alcançar o seu objetivo de retirar a Greenvolt de bolsa e integrá-la por inteira no seu portefólio, que conta atualmente com quase 300 mil milhões de euros de ativos sob gestão.

Também a aguardar até ao último momento para tomar uma decisão estarão muitos dos fundos de investimento que têm posições na Greenvolt, como sucede com o Norges Bank, que detém 1,9% do capital da empresa, e dos seis fundos de ações nacionais que, no final do mês passado, tinham mais de 2 milhões de ações da empresa nacional nas suas carteiras, num montante equivalente a 1,5% do capital da Greenvolt.

Apesar da avaliação relutante dos gestores de fundos à oferta da KKR, o preço da OPA proposta pelo fundo americano está próximo do preço médio dos últimos 12 meses das avaliações dos analistas (8,5 euros).

“Sobre a possível venda da nossa posição, a decisão ainda não está tomada”, refere Pedro Barata, gestor do GNB Portugal Ações, notando que “a empresa tem potencial para acrescentar um valor superior àquele que o preço oferecido pressupõe, mas face à realidade vamos esperar um pouco mais tomar uma decisão definitiva.” No entanto, Pedro Barata, que este ano aumentou em 20% o número de ações da Greenvolt em carteira e que no final de novembro entre as cinco maiores posições do fundo a empresa de energias renováveis, salienta que, “claramente, este não é um preço que elimine dúvidas quanto à venda.”

Sem pressas para tomar uma decisão está também Carlos Pinto, gestor do Optimize Portugal Golden Opportunities, que atualmente tem 4% do portefólio do fundo investido em ações da Greenvolt. “Ainda vamos falar internamente sobre o que fazer, mas parece-me que há margem para subirem a oferta, apesar de ser tentador aceitá-la”, refere o gestor ao ECO, sublinhando que a “KKR não tem no seu portefólio ativos cotados e que por isso deverão ter de persuadir melhor os investidores para venderem as ações da Greenvolt.”

Apesar da avaliação relutante dos gestores de fundos quanto à oferta da KKR, o preço da OPA proposta pelo fundo norte-americano está próximo do preço médio dos últimos 12 meses das avaliações dos analistas (8,5 euros), segundo dados da Bloomberg. Ao ECO, um desses analistas refere também que a oferta da KKR “está enquadrada com os pressupostos das avaliações dos analistas”. Além disso, lembra que os acionistas minoritários “devem também ter em conta que, caso a KKR consiga uma parte muito significativa do capital, o free float [percentual de ações da empresa em circulação e disponível para negociação na bolsa] será mais baixo e isso torna o título menos apelativo”.

Tendo em conta o ciclo em que a empresa está, em que consome muito capital, parece-me um preço indicado.

João Queiroz

Head of trading na Banco Carregosa

Para João Queiroz, head of trading na Banco Carregosa, “tendo em conta o ciclo em que a empresa está, em que consome muito capital, parece um preço indicado”. O responsável do Banco Carregosa refere ainda que, “mais 10 ou 15 cêntimos face ao price-target dos analistas não parece um preço desajustado. Parece ter um equilíbrio.”

A mesma opinião é partilhada por Nuno Mello, analista da XTB, que aponta para “um prémio interessante para os investidores”. Não apenas para os mais recentes investidores, mas sobretudo para os acionistas da empresa desde o primeiro dia de negociação das ações em bolsa, a 15 de julho de 2021, com a oferta de 8,3 euros por ação feita pela KKR a traduzir-se num prémio de 95,3% face aos 4,25 euros do preço inicial de admissão da oferta pública inicial das ações.

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Pedro Nuno Santos à mesa com empresários do Norte

Segunda-feira, 18 de dezembro, Pedro Nuno Santos foi convidado da Fundação Ilídio Pinho para explicar a empresários e industriais do Norte o que quer fazer se vier a ser primeiro-ministro.

Pedro Nuno Santos tinha celebrado a vitória nas eleições internas no PS no sábado à noite, em pleno Largo do Rato em Lisboa, mas não perdeu tempo para se sentar à mesa de um grupo de eleitores que está longe das suas ideias políticas e será provavelmente o mais difícil de convencer. O novo secretário-geral socialista almoçou na segunda-feira no Porto, na Fundação Ilídio Pinho, com alguns dos mais relevantes empresários e industriais do Norte. O objetivo do almoço era simples: Conhecer afinal quais são os projetos de Pedro Nuno Santos se vier a ganhar as eleições de 10 de março.

A desconfiança do setor empresarial em relação a Pedro Nuno Santos não é de hoje. Se apreciam o estilo do ‘político que faz’, rejeitam sem ambiguidades o lado “radical”, como dizia um dos convivas neste almoço. E com uma preocupação particular: A possibilidade de o PS levar o BE para o Governo, com pastas ministeriais para as principais figuras do partido como as “as manas mortágua”, Mariana Mortágua e Joana Mortágua, com uma agenda de intervencionismo e estatização da economia. Ilídio Pinho, um dos grandes empresários industriais, foi o anfitrião, mas participaram nomes como António Rios Amorim, Humberto Costa Leite, Domingos Matos ou Adalberto Neiva de Oliveira, de um grupo que terá juntado uma dúzia de empresários à mesa e personalidades do meio académico.

Oficialmente, ninguém confirma o repasto, mas o ECO sabe que o encontro foi franco e direto, e os empresários presentes fizeram saber a Pedro Nuno Santos, olhos nos olhos, as suas preocupações relativamente à geringonça. O novo secretário-geral do PS terá recusado a crítica de que é um “esquerdista”, garantiu num registo bem humorado que não vai “nacionalizar” empresas e fez questão de dizer que o PS poderá dispensar a geringonça se vier a ter uma vitória clara a 10 de março. Uns terão saído mais convencidos do que outros, mas terá servido para Pedro Nuno Santos fazer a aproximação ao setor empresarial, para aparecer como um líder moderado. A narrativa sobre as suas origens, filho de empresário, foi também ouvida neste encontro.

De resto, tendo em conta o sentimento de urgência da classe empresarial em relação à possibilidade de regresso da geringonça, e desta vez com bloquistas no Governo, há já empresários a dizerem em público o que muitos dizem apenas, e ainda, em privado. Em entrevista ao ECO, José Manuel Fernandes, um dos empresários históricos da indústria metalúrgica, foi claro nos recados. “Se, porventura, o país vier a encaminhar para uma geringonça de esquerda, posso dizer-lhe que isso vai gerar uma instabilidade muito forte na economia. Não tenho dúvida nenhuma. A experiência anterior, para nós, empresários, foi negativa. Completamente. Tomaram-se medidas não balanceadas, não equilibradas no fator economia, no fator empresa e na parte da coesão social (…) Agora, a nossa visão, que traduz o sentimento geral, é que os empresários não querem uma nova geringonça de esquerda. De maneira nenhuma. Isso vai afetar a atitude investidora dos nossos empresários. O recado está dado“, afirmou o presidente do Conselho Geral da AEP.

Curiosamente, depois do almoço na Fundação Ilídio Pinho, Pedro Nuno Santos fez a sua primeira visita oficial (e pública), estaleiros da CP em Guifões, Matosinhos, no distrito do Porto, para ‘vender’ o trabalho na ferrovia. “Esta atitude perante a governação, que é o fazer, o concretizar, é uma das nossas grades marcas, o país não pode estar sistematicamente a arrastar os pés, tem que avançar e nós temos esta capacidade de fazer avançar o país e a ferrovia é um desses sinais”, disse. No entanto, o ex-ministro das Infraestruturas admitiu que “não está tudo bem na ferrovia, há muito caminho ainda para fazer” e que o país está “muito longe” de ter a ferrovia que ambiciona.

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