Armando Pereira, cofundador da Altice, foi detido após buscas

O cofundador da Altice, Armando Pereira, foi detido na quinta-feira à noite, após as buscas à sua casa em Vieira do Minho.

Armando Pereira, cofundador da AlticeHenrique Casinhas/ECO

O cofundador da Altice, Armando Pereira, foi detido na quinta-feira à noite, na sequência das buscas à sua residência em Vieira do Minho, avançam a SIC Notícias e o Público. A detenção surge após as dezenas de buscas domiciliárias e não domiciliárias que foram levadas a cabo pelo Ministério Público na quinta-feira, num processo relacionado com o universo Altice.

De acordo com a SIC Notícias, Armando Pereira está no estabelecimento prisional da Polícia Judiciária em Lisboa e deve ser presente a um juiz ainda esta sexta-feira.

As buscas tiveram com principal alvo a Altice Portugal e, segundo a CNN, “alguns dos mais altos responsáveis” da dona da Meo, por suspeitas de crimes de corrupção no setor privado, fraude fiscal agravada, falsificação e branqueamento de capitais.

Segundo a CNN, está em causa uma alegada simulação de negócios e ocultação dos proveitos na alienação de património “milionário”, como imóveis, da antiga PT.

A CNN avança que um dos negócios suspeitos é a venda de quatro prédios em Lisboa por cerca de 15 milhões de euros, tendo os compradores ligações a um circuito empresarial que foi criado em Braga, na Zona Franca da Madeira e no Dubai, e com relações com o empresário Hernâni Vaz Antunes, familiares e sócios.

Assim, o Ministério Público investiga se o alegado esquema lesou a Altice Internacional e o Estado português, uma vez que podem não ter sido tributados os montantes devidos.

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Taxas Euribor descem a três, a seis e 12 meses

  • Lusa
  • 14 Julho 2023

Taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa aliviaram nos principais prazos.

As taxas Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação da casa, desceram a três, a seis e a 12 meses em relação a quinta-feira.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou para 4,134%, menos 0,040 pontos, depois de ter subido até 4,193% em 07 de julho, um novo máximo desde novembro de 2008. Segundo dados de março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representava 41% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representavam 33,7% e 22,9%, respetivamente. A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,862% em maio para 4,007% em junho, mais 0,145 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 07 de julho de 2022, também caiu para 3,941%, menos 0,004 pontos do que na quinta-feira, contra um novo máximo desde novembro de 2008, de 3,955%, registado em 12 de julho. A média da Euribor a seis meses subiu de 3,682% em maio para 3,825% em junho, mais 0,143 pontos.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou para 3,660%, menos 0,003 pontos, contra o novo máximo desde novembro de 2008, de 3,672%, verificado em 11 de julho. A média da Euribor a três meses subiu de 3,372% em maio para 3,536% em junho, ou seja, um acréscimo de 0,164 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 15 de junho, o BCE voltou a subir os juros, pela oitava reunião consecutiva, em 25 pontos base – tal como em 04 de maio -, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.

Antes, em 27 de outubro e em 08 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Apesar do excedente, Medina diz que Portugal “não tem folgas orçamentais”

Ministro das Finanças defende, em artigo de opinião, que é "uma questão de soberania" a redução da dívida pública e que um país como Portugal "não tem folgas orçamentais", mesmo tendo excedente.

O ministro das Finanças defende esta sexta-feira, num artigo de opinião publicado no Expresso (acesso pago), que “este é o tempo certo” para Portugal reduzir a dívida, o que entende ser “uma questão central de soberania”. E assegura que um país como Portugal, apesar de registar um excedente, “não tem folgas orçamentais”.

Esta semana, em entrevista à Bloomberg, Fernando Medina antecipou que o rácio da dívida face ao PIB será, no final do ano, inferior ao esperado. O ministro aponta agora para uma descida deste indicador para menos de 107% do produto.

“Desperdiçar esta conjuntura seria uma falha imperdoável. Se não aliviarmos o fardo da dívida pública sobre as gerações futuras agora, que a economia cresce e a inflação ajuda, quando o faremos?”, questiona Medina.

O governante aproveita ainda a oportunidade para justificar o “excedente orçamental registado no início do ano” que, reconhece, “motivou diversas reações”. “Um país que retomou a rota de convergência com a União Europeia há poucos anos, que tem uma dívida ainda elevada e que está a recuperar a sua credibilidade financeira não tem folgas orçamentais”, considera Medina.

“A despesa anual em juros será em 2023 de 5.800 milhões de euros e estima-se que atinja os 8.500 milhões de euros em 2027, aumentando o seu peso no PIB de 2% para 2,8% do PIB. Isto num cenário de redução de dívida para 92%. Sem redução, acrescerão a este valor cerca de 6.000 milhões de euros entre 2023 e 2027. Ou seja, sem redução da dívida planeada gasta­ríamos a mais, só em juros, cerca de duas vezes e meia o que o Orçamento dedica anualmente ao ensino superior”, perspetiva o ministro das Finanças.

Assim, para Medina, “a redução da dívida é central para a segurança do país”: “Mesmo quando não se vislumbram crises financeiras é nossa obrigação acautelar um futuro que é por definição incerto. A ideia de que o nível de dívida não é muito relevante neste contexto é pueril e perigosa”, alerta. No primeiro trimestre do ano, Portugal registou um excedente orçamental de 1,2%.

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Tendências e tecnologias para a nova geração dos seguros de saúde

  • ECO Seguros
  • 14 Julho 2023

Enredada no seu sucesso, a prestação de serviços e de proteção no setor da saúde está em desenvolvimento acelerado. Um painel de especialistas explica o futuro próximo.

Com o mote Tendências na Saúde e Tecnologia com Impacto nos Seguros de Saúde, o 2º Fórum Nacional de Seguros contou com um painel a discutir o setor da saúde e como seguros e serviços associados podem colmatar as falhas do sistema e, simultaneamente, aproximar as organizações às pessoas. Caminha-se para uma nova geração em que a digitalização será protagonista mas a personalização tem de ser levada ao extremo.

O painel sintetizou tendências: Diogo Baptista, Solange Gregório, David Almeida, Susana Correia, com a moderação de Teresa Xavier.

Este painel contou com Susana Correia, Diretora Técnica e de Produto da Aegon Santander Portugal, David Almeida, Head of Health Insurance da Victoria Seguros, Solange Gregório, Head of Portugal Retail da Saúde Prime e Diogo Baptista, Insurance Account Executive da Capgemini Portugal. Participaram ainda Ana Carvalho, Head of Markets & Solutions, Teresa Xavier, Head of Corporate Business Portugal e Sónia Coutinho, Strategic Marketing Director da Future Healthcare,da Future Healthcare.

Veja o painel aqui.

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Taxa de juro do crédito bonificado recebe desconto de 4,221%

A Taxa de Referência para o Cálculo das Bonificações (TRCB) no crédito bancário bonificado a vigorar no segundo semestre deste ano aumentou 131,5 pontos base para 4,221%.

A Taxa de Referência para o Cálculo das Bonificações (TRCB) no crédito bancário bonificado a vigorar no segundo semestre do ano aumentou para 4,221%, segundo o aviso publicado esta sexta-feira em Diário da República assinado pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças.

Trata-se de um aumento de 131,5 pontos base face à taxa que vigorava no semestre anterior (2,906%) e mais de nove vezes superior à taxa que vigorava no semestre homólogo (0,466%). Na prática, a TRCB é um “desconto” que é aplicado sobre a taxa de juro de mercado que está associada aos empréstimos bancários que beneficiam deste regime.

A TRCB é definida semestralmente pela Direção-Geral do Tesouro e Finanças que tem como base a Euribor a 6 meses no primeiro dia útil do mês anterior ao início do semestre acrescida de um spread de 50 pontos base.

Os bancos deixaram de comercializar crédito bonificado para a compra de casa desde 30 setembro de 2002, ficando apenas disponível para os créditos à habitação contratados antes da sua extinção e para as pessoas portadoras de deficiência.

O crédito à habitação bonificado está também limitado a um montante de financiamento máximo de 190 mil euros, não pode exceder 90% do valor de avaliação do imóvel e a maturidade máxima do contrato é de 50 anos.

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Hungria acusa Ocidente de querer prolongar guerra na Ucrânia

  • Lusa
  • 14 Julho 2023

O primeiro-ministro húngaro afirma que a Hungria está a "preparar-se" para um conflito prolongado e acusa os o ocidente de querer prolongar a guerra na Ucrânia.

O primeiro-ministro húngaro, o ultranacionalista, Viktor Orbán, acusou esta sexta-feira o Ocidente de querer prolongar a guerra na Ucrânia e que, por isso, a Hungria está a “preparar-se” para um conflito prolongado.

“Os ocidentais querem a guerra. Existe uma maioria de países que apoia a guerra”, afirmou Órban à rádio pública Kossuth sem nunca referir diretamente a Rússia como o país que iniciou a invasão em fevereiro do ano passado.

Sobre as intenções de Kiev em integrar a NATO, o primeiro-ministro da Hungria considerou que se trata de uma aspiração compreensível mas errada.

“São compreensíveis as exigência ucranianas (de integração na Aliança Atlântica) mas se fosse cumprida acabaríamos envolvidos na Terceira Guerra Mundial”, considerou Órban falando da última Cimeira da NATO que se realizou em Vilnius.

O chefe do Executivo húngaro criticou ainda o estilo de comunicação dos líderes ucranianos porque, disse, “é agressivo e exigente”.

Por outro lado, acusou os países que enviam armas para a Ucrânia de “se afastarem da paz”.

A Hungria ainda não ratificou a adesão da Suécia na NATO sendo que Órban ainda não indicou quando é que o assunto vai ser levado ao Parlamento de Budapeste.

Órban é considerado o líder do bloco europeu mais próximo de Moscovo mas, apesar das críticas sobre as sanções contra a Rússia – por causa da invasão da Ucrânia – aprovou todos os pacotes restritivos adotados pela União Europeia contra Moscovo.

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Cravinho autorizou despesa de 3,5 milhões sem ter visto do Tribunal de Contas

  • ECO
  • 14 Julho 2023

Quando era ministro da Defesa, Gomes Cravinho autorizou por despacho uma despesa de 3,5 milhões de euros para estender contrato de manutenção de 12 helis por três meses. TdC diz que era preciso visto.

João Gomes Cravinho, atual ministro dos Negócios Estrangeiros, assinou um despacho em janeiro de 2019, quando era ministro da Defesa, autorizando uma despesa de 3,25 milhões de euros para a manutenção de helicópteros de busca e salvamento sem ter o visto do Tribunal de Contas, avança o Expresso (acesso pago).

De acordo com o semanário, estão em causa os 12 helicópteros EH-101 fabricados pela empresa italo-britânica Leonardo. O contrato de manutenção com esta empresa expirou no final de 2018 e, perante a urgência, o ministro autorizou a despesa para estender o contrato por mais três meses, até 31 de dezembro.

Porém, ao jornal, o Tribunal de Contas assume que o Ministério da Defesa não podia fazer qualquer despesa no âmbito de contratos deste valor sem aprovação: “Não. Os contratos de aquisição de bens e serviços de valor superior a 750 mil euros estão sujeitos a visto prévio do Tribunal de Contas. E os contratos de valor superior a 950 mil euros não podem produzir quaisquer efeitos antes do visto”, confirma fonte oficial.

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Eurodeputados portugueses insatisfeitos com última versão da Lei da Restauração da Natureza

Tanto à esquerda como à direita, a mais recente versão da Lei da Restauração da Natureza não satisfaz, e depositam-se esperanças nas negociações que se seguem.

Apesar de os partidos de esquerda se declararem vitoriosos com a aprovação preliminar da Lei da Restauração da Natureza no Parlamento Europeu, nenhum grupo do hemiciclo se demonstra satisfeito com a versão final obtida. Uns queixam-se de ambição a menos, outros, não concordam com o geral da formulação da lei. As esperanças, ao largo de todo o espetro político, estão agora depositadas nas negociações que se seguem com o Conselho Europeu, onde se aguardam novas alterações.

Apesar de o texto ser muito diluído no final, conseguimos passar esta lei, o mais importante de tudo”, indica a eurodeputada socialista (grupo S&D), Sara Cerdas, que votou a favor da lei, esta quarta-feira. Isto porque, caso fosse rejeitada, seriam necessários mais dois anos para a União Europeia ter uma nova proposta de lei, feita de raiz, o que significaria que só em 2026/2027 se estaria em condições de avançar com objetivos que incidem sobre 2030.

A lei acabou por passar por 336 votos a favor e 300 contra (e 13 abstenções), mas “muitas das emendas propostas pelo PPE [Partido Popular Europeu] passaram e diluíram a proposta, diminuíram a ambição”, depois de uma “campanha de desinformação” levada a cabo pelo grupo político (do qual faz parte o PSD e PP), acusa. Por exemplo, caiu o objetivo de que 10% das áreas agrícolas tivessem paisagens diversificadas. Cerdas espera que das negociações com o Conselho resulte um “texto final melhor para a Natureza e para as pessoas”.

Já João Pimenta Lopes, da ala política do PCP em Estrasburgo, afirma que a avaliação do seu grupo “não se altera profundamente” face às alterações que foram aprovadas em plenário. Mas espera que, em paralelo com as negociações que irão decorrer, se procure definir as fontes das verbas que irão suportar as exigências da lei. O mesmo eurodeputado gostava que houvesse uma maior “coerência” do texto com os respetivos objetivos, deixando mais claro o apoio a um modelo produtivo mais familiar em detrimento dos negócios de agricultura extensiva.

Também Marisa Matias, do grupo parlamentar europeu The Left, concorda que “a versão aprovada é insuficiente em relação às medidas necessárias, muito em resultado da aprovação de emendas do PPE”, mas acredita que “há margem para seguir para as negociações e conseguir-se uma proposta final que nos permita começar a avançar”.

Já mais à direita do plenário, a insatisfação é diferente: “Não estando ainda satisfeitos com o seu conteúdo, porque de facto a base era muito má, admito que estou contente e até orgulhosa das vitórias que conseguimos para alterar pontos críticos da proposta”, afirma a eurodeputada do PPE, Lídia Pereira, que mesmo em relação a esta “versão melhorada” votou contra.

Há três pontos chave que a eurodeputada destaca como justificação para vetar a lei: o possível impacto na perigosidade dos incêndios dado pela “obrigatoriedade” de aumento de matéria morta; as consequências económicas que perspetiva para a agricultura, já que antevê um “redução da produtividade” da atividade na Europa, o que implica “aumentos de preços” e “mais importações”, prejudicando por fim a segurança alimentar. Finalmente, considera que há uma “ausência de salvaguardas ambientais na importação”.

Nuno Melo, eurodeputado do CDS que integra também o grupo político PPE, reforça que “a dita lei de restauro da natureza poderá ser largamente melhorada”.

Os ambientalistas alinham com a ala esquerda: “A campanha massiva de desinformação feita pelo PPE conseguiu convencer muitos eurodeputados e várias emendas que foram aprovadas enfraquecem a lei consideravelmente”, diz Bianca Mattos, Técnica de Políticas da ANP|WWF.

A WWF destaca quatro emendas que considera que terão um maior impacto negativo. Primeiro, a limitação de obrigações de restauro a sítios Natura 2000. Em segundo lugar, o alargamento do prazo para o cumprimento das metas (ou até mesmo a exclusão de um prazo definido). Em terceiro, a possibilidade de que áreas restauradas voltem a ser degradadas no futuro e, finalmente, que seja permitida esta degradação em áreas que fazem parte de planos de instalação de projetos de energias renováveis.

No entanto, este não será o texto final da lei, ou seja, ainda temos muito trabalho pela frente para pressionar governos e membros do parlamento para que a ambição da lei proposta pela Comissão Europeia possa ser recuperada”, conclui também Bianca Mattos.

Há benefícios e malefícios para Portugal

Quanto ao impacto em Portugal, Sara Cerdas acredita que a lei promoverá a sustentabilidade em atividades primárias como a pesca e a agricultura, tornando-as mais resilientes a fenómenos climáticos, o que beneficiará também a segurança alimentar. Ao mesmo tempo, um dos “principais setores” no país, o turismo, também é impulsionado por esta lei na medida em que esta preserva as paisagens que são um grande atrativo para os visitantes, defende.

Para a eurodeputada do The Left, Marisa Matias, uma vez que Portugal tem mais de 40% do território em seca extrema, a restauração da natureza vem permitir “manter os territórios férteis, consolidados e mais protegidos perante os fenómenos climáticos extremos”.

Em oposição, Lídia Pereira indica que em Portugal poderão haver aumentos de preço como consequência da aplicação desta lei e riscos para a segurança alimentar.

No entanto, vários eurodeputados destacam que é cedo para avaliar os impactos em Portugal, pois serão os governos nacionais a definir os seus planos, “adaptados às características e necessidades específicas de cada país”, explica Marisa Matias.

Na ótica da WWF, uma das emendas que põe Portugal em xeque é a possibilidade de degradação em casos de instalação de renováveis, “uma vez que o governo português está bastante empenhado em expandir as renováveis, e esta expansão tem vindo a ser feita sem um planeamento adequado”.

Ainda há várias etapas do percurso legislativo que terão de ser percorridas. Agora vai ser negociado um acordo entre o Parlamento Europeu, o Conselho Europeu e a Comissão Europeia, sendo que esta última terá o papel de mediadora. Depois, esse acordo provisório será votado no seio do Comité para o Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar (ENVI). Só de seguida é que volta a plenário para a votação final.

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Presidente do CFP vê economia a crescer 3% este ano

  • Lusa
  • 14 Julho 2023

Nazaré da Costa Cabral acredita que o crescimento da economia portuguesa “se aproximará dos 3%” este ano e avisa que "não é certo que a inflação esteja já controlada".

A presidente do Conselho das Finanças Públicas está mais otimista sobre o crescimento do PIB este ano, prevendo cerca de 3%, avisa que o desempenho em 2024 estará muito dependente dos parceiros europeus e defende a diversificação da economia.

Em entrevista à agência Lusa, Nazaré da Costa Cabral recorda o comportamento favorável da economia portuguesa no primeiro trimestre do ano, com um crescimento de 1,6% em cadeia, admitindo que o Conselho das Finanças Públicas (CFP) está a fazer a revisão do seu cenário macroeconómico para a totalidade do ano.

No entanto, considera que no segundo e terceiro trimestres haverá uma desaceleração da taxa de variação em cadeia para cerca da metade do valor verificado no início do ano.

Ainda assim, acredita que “a menos que o último trimestre do ano seja muito negativo”, a taxa de crescimento deste ano “se aproximará dos 3%”, o que a concretizar-se se situa bastante acima dos 1,2% previstos pelo CFP em março e dos 1,8% previstos pelo Governo no Programa de Estabilidade, entregue em abril.

A justificar o desempenho acima das expectativas elenca três fatores: as exportações, sobretudo de serviços, o investimento e o consumo privado. “Temos tido um crescimento muito grande dos números do turismo nesta primeira metade do ano. É de esperar que agora, pelo menos na altura do verão, isso se mantenha”, aponta, acrescentando que no investimento também se verifica essa aceleração.

Segundo a presidente do CFP, apesar de alguma desaceleração do consumo privado, não é tão intensa quanto se previa, já que por um lado “ainda se nota a capacidade de as famílias usarem uma parte das poupanças que obtiveram, nomeadamente durante a pandemia” e por outro lado, os apoios do Governo para mitigar o impacto da inflação, nomeadamente os apoios que “foram concedidos aos rendimentos na área dos salários e depois também ao nível das pensões”, tiveram efeito numa camada com “uma elevada prevenção marginal de consumir”.

“Também é importante dizer que o próprio turismo ou os turistas também dão um contributo não apenas para as exportações, mas induzem também consumo privado”, acrescenta.

Para o próximo ano, considera que “as incógnitas são muitas”. “O último trimestre do ano é um trimestre problemático”, justificando com a incerteza sobre a situação internacional, nomeadamente a dos parceiros europeus de Portugal e dos quais mais depende. “Aquilo que seja o desempenho da economia portuguesa no próximo ano estará muito dependente também dessa evolução”, explica.

A influenciar o crescimento económico de 2024 estará também “o investimento, nomeadamente o investimento público, induzido pela continuação da aplicação das verbas do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”, prevê.

“Não é certo que a inflação esteja já controlada”

A presidente do Conselho das Finanças Públicas revela também dúvidas sobre se a inflação já está controlada, acreditando que subsistem desafios, e apesar de considerar que o investimento tem sido sacrificado, defende que deve existir reflexão sobre a priorização da despesa.

“Creio que existem desafios, não dou por garantido o controlo já da inflação. Há vários fatores que podem levar a que a situação volte a agonizar-se e não é certo que a inflação esteja já controlada”, disse Nazaré da Costa Cabral, em entrevista à agência Lusa.

A responsável do Conselho das Finanças Públicas (CFP) acredita que o controlo da inflação é o grande desafio macroeconómico. “Sabemos que a inflação é sempre um mal do ponto de vista económico que acarreta as perdas, nomeadamente para as franjas da população que têm rendimentos mais baixos e, portanto, é evidente que essa tónica tem que estar sempre presente”, salienta.

Nazaré da Costa Cabral admite que “há aqueles que perdem mais e aqueles que perdem menos, nomeadamente todos aqueles que têm rendimentos regulares e que porventura não vejam esses rendimentos atualizados em conformidade com a inflação”, mas “também há quem acabe por ter algum ganho, nem que seja momentâneo”.

“Aliás, o próprio Estado terá sido, porventura, no ano passado, o grande ganhador com a inflação pelas consequências que isso teve na própria cobrança da receita fiscal”, considera.

Questionada sobre o investimento público em áreas como saúde e educação, a presidente do CFP sublinha que “os ganhos em termos de consolidação orçamental nos últimos anos também se deveram a opções que levaram a que o investimento acabasse por ser sacrificado”.

“Muitas vezes” o investimento executado fica abaixo do previsto no Orçamento, aponta, dando nota de “isso gera problemas em vários setores, não só por força da despesa de capital, mas também por outro tipo de despesa que muitos entendem que deveria ser reforçada, e esses setores sofrem os efeitos desse mesmo desinvestimento”.

“E vemos as conflitualidades, as tensões sociais que existem hoje em dia, e isso parece-me inegável”, disse. Por outro lado, alerta para que “há algo” que também tem de “ser pensado, não basta só aumentar a despesa”.

“Vemos que a área da saúde nos últimos anos tem assistido a um grande crescimento da despesa. Neste momento, já ocupa cerca de 13% da despesa total do Estado. É uma fatia já muito significativa”, realça, antes de salientar que “nem por isso se tem traduzido uma melhoria na prestação do serviço público”.

“Andamos sempre a navegar o caminho à vista”

A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP) critica o modelo de orçamentação, acredita que a proposta orçamental para 2024 será centrada na execução do PRR e defende prudência orçamental.

Em entrevista à Lusa, Nazaré da Costa Cabral considera que se o Programa de Estabilidade, entregue pelo Governo em abril, integrasse medidas de política para o próximo ano e seguintes, atualmente já seriam conhecidas quais as prioridades para o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

“Continuamos a apostar nessa metodologia de orçamentação de olhar com o tal viés de curto prazo, que é um viés que também não serve o país, como está à vista. Andamos sempre a navegar o caminho à vista e, de facto, com uma visão menos estratégica e menos de médio prazo”, disse.

A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP) crê, com base nos desenvolvimentos orçamentais, que o foco no próximo ano será a execução dos fundos europeus, até porque o fim do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “estará para breve” e “o ano de 2024 será um ano crítico desse ponto de vista”. “Aquilo que me parece é que o OE2024 vai continuar a centrar-se muito na execução do PRR e a apostar na despesa de investimento induzida pelo PRR”, disse.

Por outro lado, aconselha prudência orçamental, mesmo que se confirme um crescimento acima do esperado este ano. “Creio que a orientação da política orçamental deverá tendencialmente ser uma orientação contracíclica. Ou seja, devemos ter aqui alguma prudência orçamental na gestão das contas públicas, até porque o que neste momento nos preocupa é a questão da inflação”, afirma.

Recorda ainda que existe um impulso económico induzido pelo próprio PRR, que depois não tem impacto orçamental nem na orientação da política orçamental. “Temos de continuar a olhar para a despesa com cuidado e temos de aguardar, porque vêm aí mudanças do ponto de vista das regras orçamentais, que provavelmente já vão entrar em vigor em 2024”, disse.

Nazaré da Costa Cabral recorda ainda que o Programa de Estabilidade apontava para ser executada uma verba do PRR de cerca de 3.900 milhões de euros, mas até maio houve “uma execução [na base de caixa] na ordem de 418 milhões de euros”.

Neste sentido, considera que a meta se torna “difícil de alcançar”, e alerta para que mais, importante do que os progressos de execução, é se o PRR vai ser executado “em áreas que interessam ao país”.

Presidente do CFP alerta que TAP deve ser bem vendida

A presidente do Conselho das Finanças Públicas alertou hoje que a TAP deve ser bem vendida, de forma a assegurar o retorno dos apoios do Estado, e criticou a forma “negligente” como se encara o setor empresarial do Estado.

Em entrevista à agência Lusa, Nazaré da Costa Cabral admite preocupação com a TAP e com o ressarcimento do capital injetado, até porque as receitas das privatizações ou reprivatizações têm impacto nas finanças públicas. “Nós temos de ter a preocupação de que a empresa vai ser bem vendida, porque disso depende o retorno que eventualmente possamos vir a obter, a partir do esforço que foi feito”, disse.

O Governo quer reprivatizar a TAP, tendo contratado a E&Y e o Banco Finantia para a realização de avaliações independentes, estando previsto publicar durante o verão o decreto-lei que iniciará o processo de venda da companhia.

A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP) recorda que tem alertado para as “preocupações” que a empresa suscita pela sua dimensão, importância para a economia portuguesa, número de trabalhadores que tem e também pela “exigência financeira” que tem significado para o Estado, nomeadamente com o processo de reestruturação.

Um processo que envolveu 3.200 milhões de euros e não sabemos se eventualmente não será necessário mais algum tipo de apoio. Esperemos que não, mas de facto é uma empresa que suscita agora preocupações”, explicou.

Para Nazaré da Costa Cabral há “um avanço do ponto de vista daquilo que é o panorama financeiro” da TAP, já que “a empresa mudou de uma situação em que tinha capitais negativos para capitais próprios positivos”, mas “continua a ser uma empresa altamente endividada”.

“Esta ideia tão fácil que a dado momento se deixou passar de que os montantes foram alocados no âmbito do processo de restruturação e por serem injeções de capital os contribuintes não deveriam desejar ou esperar sequer o retorno dessas injeções, creio que esta mensagem é muito perigosa e é desadequada”, considera.

Neste sentido, considera que, “se atualmente a empresa está recapitalizada, ainda que tenha um passivo – mas o passivo paga-se –, e a companhia com o que vai ser o seu desempenho profissional vai pagar e honrar os seus compromissos”, tal “é um cartão de visita que tem de ser apresentado, de valorização da companhia”.

“Creio que, neste momento, aquilo que é de esperar, o mínimo que é de esperar, é que tenhamos a ambição de valorizar a companhia no momento em que ela está para ser vendida”, afirmou. Até porque, recorda, nos termos da lei, “as receitas das privatizações ou reprivatizações devem reverter para a amortização da dívida pública”.

“Portanto, há aqui um efeito de consignação muito importante. Aquilo que nós possamos, digamos, alcançar em termos de boa venda da companhia tem um efeito para a sanidade das nossas finanças públicas e para a situação financeira do Estado no seu todo”, salienta.

Nazaré da Costa Cabral defendeu ainda que se reformule a forma como a gestão das empresas públicas é encarada: “Não temos olhado para este setor empresarial do Estado como deve ser olhado. Como um setor que é um setor económico, que é um setor de produção económica e onde devemos querer ter o melhor desempenho possível”, disse.

Segundo a especialista em Finanças Públicas, a falta de aprovação dos planos de atividades ou a aprovação tardia de contas são exemplos, tais como a falta de aprovação dos contratos de gestão, o que resulta, diz, quer num problema de gestão, quer de validade jurídica dos atos que são praticados.

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Terceiro anfíbio da II Guerra Mundial vai “mergulhar” no Douro no próximo ano

Em três meses, já embarcaram quase mil pessoas nos famosos patos da Porto Duck Tours. Na capital, a Hippotrip transportou 96 mil passageiros no ano passado e quer chegar ao Douro.

As cidades de Vila Nova de Gaia e Porto têm uma nova atração desde março deste ano, o Porto Duck Tours. Os patos, como são conhecidos pelo público, já receberam quase mil passageiros desde que começaram a explorar as cidades por terra e rio. Com operação até agora só a Sul do país, o Hippotrip planeia ampliar frota e ‘mergulhar’ no Douro.

O Duck Tour tem origem inglesa, mas já conquistou o território nacional. “Ainda estamos a começar, mas o público está a aderir e o negócio está a correr bem. Entre 18 de março e 18 de junho, transportámos 925 passageiros”, diz ao ECO/Local Online, Jorge Garcia, um dos responsáveis da Porto Duck Tours. O percurso por terra vai do Jardim do Morro à Afurada até mergulhar nas águas do Douro, tendo a duração de uma hora e 15 minutos e um custo de 29 euros. Os portugueses estão a aderir em massa à atração, representando 70% do público. A nível de turistas estrangeiros, são os franceses, alemães e espanhóis que mais procuram a atração.

Os chamados DUKW´s, anfíbios originalmente usados na Segunda Guerra Mundial, têm capacidade para 24 passageiros e dois tripulantes. O empreendedor conta que com o “sucesso” do negócio, em março do próximo ano deverá chegar ao Douro o terceiro pato vindo diretamente de Londres. Todos os patos têm o nome de personagens femininas de Shakespeare: Beatrice, Cleopatra, Desdemona, Elizabeth, Miranda, Mistress Quickly, Portia, Titania e Rosalind. Em Portugal, a empresa tem o pato Cleopatra e o Desdemona.

A alentejana Paula Loução, gerente da London Duck Tours durante quase duas décadas, juntou-se a Jorge Garcia para criar a Porto Duck Tours. Após anos a trabalhar em Londres, a dupla não hesitou em voltar para Portugal e abrir a empresa. As burocracias começaram em 2018, mas só no final do ano passado é que tiveram todas as licenças e luz verde para entrar em funcionamento. Os empreendedores investiram cerca de 250 mil euros em cada veículo.

“A ideia de vir para Portugal começou em Londres. Já estávamos há muito tempo em Inglaterra e estávamos saturados. Resolvemos abrir a Duck Tours em território nacional, mais concretamente no Porto, até porque é a cidade portuguesa com mais encanto e charme”, detalha o brasileiro Jorge Garcia que viveu em Londres 19 anos. Natural do Rio de Janeiro, o cofundador da empresa tem uma costela portuguesa: foi criado pelos avós portugueses e estudou durante quatro anos Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

Jorge Garcia é responsável pelos recursos humanos e relações públicas e detém 15% da empresa. Paula Loução, formada em Turismo pela university of west London, tem a restante quota da Porto Duck Tour e assume a pasta da administração e contabilidade. Para além dos fundadores, a Porto Duck Tours emprega quatro pessoas.

Em 19 anos de atividade, a London Duck Tours recebeu mais de 1,8 milhão de pessoas de todo o mundo e dezenas de celebridades como Victoria Beckham, Heather Mills, Daniel Radcliffe, Matt Damon, Guy Ritchie, Jack Dee, Helena Bonham Carter, Justin Bieber, Will Young, Nigel Kennedy e Earl Spencer.

Hippotrip de Lisboa quer chegar ao Porto

Na capital, o conceito de passeio anfíbio já existe há dez anos. O Hippotrip começou a navegar no Tejo em 2013 e em dez anos de atividade já transportou mais de 570 mil passageiros em mais de 20 mil viagens. O ano passado, a Hippotrip, que emprega 34 pessoas em Lisboa, teve o “melhor ano de sempre” ao transportar 96 mil passageiros, metade dos quais portugueses.

O percurso começa na Doca de Santo Amaro em Alcântara e dura uma hora e meia, das quais 25 minutos são passados nas águas do Tejo. O bilhete custa 30 euros, aos quais acresce dois euros na época alta (julho e agosto). A Hippotrip opera diariamente com três veículos, mas vai alargar a frota. O sócio-gerente revela ao ECO/Local Online que no próximo ano vão ter mais dois veículos. Frank Alvarez deixa em aberto a cidade em que os veículos vão operar, mas é uma possibilidade a Hippotrip chegar ao Porto.

“Já éramos para ter começado no Porto, mas a nossa candidatura no Portugal 2020 não foi aprovada (….) Se tiver que apostar no futuro gostaria que a Hippotrip fosse para o Porto”, diz Frank Alvarez sem adiantar uma data.

A ideia de criar a Hippotrip partiu do luso-canadiano Frank Alvarez que decidiu sair do Canadá e mudar-se para Portugal em 2008 para fundar a empresa. “Vim para Portugal em 2008 para criar o negócio. Fiz o percurso contrário do meu pai que emigrou para Canadá”, diz Frank Alvarez que é formado em Economia pela Brown University e com um MBA em Harvard.

Foram precisos 53 meses para o luso-canadiano conseguir as licenças necessárias para pôr em funcionamento o primeiro veículo anfíbio turístico da Península Ibérica. Frank Alvarez realça que, ao contrário da Porto Ducks Tour, os veículos da Hippotrip não são da Segunda Guerra Mundial, mas construídos de raiz. O gestor não adiantou o montante investido nos anfíbios.

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Congresso dos advogados arranca com mudança dos estatutos na agenda

Com o tema “Pela Advocacia que Queremos”, o IX Congresso de Advogados – evento que decorre apenas de cinco em cinco anos – está marcado para esta sexta-feira e prolonga-se até domingo, em Fátima.

Com o tema “Pela Advocacia que Queremos”, o IX Congresso de Advogados – evento que decorre apenas de cinco em cinco anos – está marcado para esta sexta-feira e prolonga-se até domingo, em Fátima. E contará com Fernanda de Almeida Pinheiro, como anfitriã, eleita em dezembro para bastonária da Ordem dos Advogados (OA). Ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, estará ausente.

O Congresso é o orgão máximo da Ordem dos Advogados e, nos termos estatutários, reúne de cinco em cinco anos. O primeiro Congresso teve apenas lugar em 1972.

“Este ano, sob o tema central ‘Pela Advocacia que queremos’, e em tempo de particular turbulência provocada pela proposta do Governo de alteração da Lei das Ordens Profissionais, e do Estatuto da Ordem dos Advogados e da Lei dos Atos Próprios, este Congresso assume excecional relevância”, segundo fonte oficial do gabinete da bastonária.

Desde o tema “O exercício digno da Profissão” à ” Advocacia Preventiva” e à “Advocacia como garante da Justiça”, a reflexão sobre o momento atual da Advocacia em Portugal encontra espaço no tema “(Re)Pensar o Estatuto da Ordem dos Advogados”. Este Congresso, assume também uma excecional importância pelas presenças de representantes de Organizações Europeias, como sinal de solidariedade com a Ordem dos Advogados.

Estarão presentes em solidariedade com a Ordem dos Advogados (OA):o Presidente do Council of Bars and Law Societies of Europe (CCBE), Panagiotis Perakis, a Presidente da Fédértion des Barreuax d’Europe (FBE), Isabela Konopacka.

O Congresso será composto por 355 delegados, cabendo ao Conselho Regional de Lisboa apresentar 167, ao Conselho Regional do Porto 116, ao Conselho Regional de Coimbra 39, ao Conselho Regional de Évora 14, ao Conselho Regional de Faro 12, ao Conselho Regional da Madeira quatro e ao Conselho Regional dos Açores dois.

O último Congresso dos Advogados decorreu em 2018, em Viseu, com Guilherme de Figueiredo como bastonário. Em cima da mesa estiveram temas como os atos próprios dos advogados, a publicidade, o sigilo profissional e o acesso ao direito e aos tribunais. Foi a primeira vez que as conclusões foram votadas eletronicamente.

O Governo aprovou a 16 de junho o diploma que altera os estatutos de 12 ordens profissionais, adaptando-os ao estipulado no regime jurídico de criação, organização e funcionamento das associações públicas profissionais. A Ordem dos Advogados invoca que as alterações propostas pelo Governo não salvaguardam o sigilo profissional, o regime de conflito de interesses e outros princípios éticos e deontológicos.

Tomada de posse da nova bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro - 09JAN23Fernanda de Almeida Pinheiro, bastonária da Ordem dos Advogados e Paulo de Sá e Cunha, presidente do Conselho Superior da Ordem dos Advogados

O evento ocorre numa altura em que o número de advogados inscritos na Ordem dos Advogados voltou a subir em 2022. Segundo os dados divulgados pela Direção-Geral da Política de Justiça (DGPJ) do Ministério da Justiça, existem atualmente 38.804 advogados, mais 916 do que 2021, um novo recorde.

Dos 38.804 advogados contabilizados em Portugal em 2022, mais da maioria são do sexo feminino, totalizando cerca de 56,8%, ou seja 22.039 advogadas, outro recorde. Já advogados do sexo masculino foram contabilizados 16.765, ou seja cerca de 43,2% da classe.

No que concerne ao número de estagiários, em 2022 existiam 3.372, ou seja, cerca de 8,7% dos advogados inscritos. Uma redução face a 2021, em que estavam inscritos 3.951. Também entre os estagiários o sexo feminino impera com 2.222 advogadas face aos 1.150 advogados.

Ao longo dos últimos anos este número tem vindo a crescer, verificando-se apenas sete quebras no número de advogados inscritos nos anos de 1988, 1991, 1996, 2002, 2007, 2009 e 2019. A maior quebra foi em 2007, em que estavam registados 22.345 advogados face aos 25.716 em 2006, ou seja, um decréscimo de 3.371. Mas esta descida teve uma razão: decorria o bastonato de Marinho e Pinto e por alguns meses desse ano houve suspensão de inscrição de advogados estagiários.

Quanto ao género, foi no ano de 2006 que pela primeira vez exerceram advocacia mais mulheres do que homens. Nesse ano contabilizaram-se 12.996 advogadas face aos 12.720 profissionais do sexo masculino. Desde então que o sexo feminino tem dominado a classe, com exceção do ano de 2008. Recorde-se que a advocacia esteve durante vários anos restringida às mulheres e só em 1918 é que viram assegurado o seu direito de acesso à profissão.

Salário médio ronda os 2.110 euros

Em 2021, o salário médio por trabalhador português foi de 1.361 euros brutos, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística. Mas na advocacia os valores podem ser bem mais elevados.

Dados do Jobted, uma plataforma de recrutamento, referem que o salário médio de um advogado em Portugal em 2021 é de 2.110 euros brutos, quase mais 1.000 euros que a média nacional. Já os prémios são em média no valor de 560 euros por mês ou 6.700 euros por ano. Ou seja, por ano um advogado pode receber em média 25.300 euros.

O regime salarial dos advogados nas várias etapas também vai sofrendo alterações e vai aumentando conforme a subida hierárquica O salário pode começar nos 980 euros e pode ascender aos 5.000 euros por mês, segundo o Jobted. Em média, o salário mensal de um advogado associado é de 2.410 euros, de um júnior 1.610 euros e de um estagiário de 760 euros.

Já um estudo da consultora Michael Page refere que o salário anual bruto de um estagiário pode variar entre 0 e os 14.500 euros nas sociedades de pequena dimensão e os 14.400 e 27.000 euros nas de média ou grande dimensão.

Os advogados associados com um a três anos de carreira podem auferir entre 10.800 e 30.000 euros nas de pequena dimensão e 21.600 e 42.000 euros nas de média ou grande dimensão. Entre o 4.º e 7.º ano, os associados podem receber entre 11.000 e 35.000 euros nas pequenas firmas e 30.000 e 65.000 nas restantes. Depois oito da agregação e até ao décimo ano, um advogado por auferir 15.000 a 48.000 euros, num pequeno escritório, ou 33.600 a 80.000 euros, nas restantes. Por fim, após os 10 anos da agregação os valores podem ascender aos 78.000 euros nas pequenas e 150.000 nas de média e grande dimensão.

O mesmo estudo apresenta que um sócio num escritório de pequena/média dimensão pode auferir anualmente entre 60.000 e 120.000 euros, num de grande dimensão entre 120.000 e 192.000 euros, e em empresas/consultoras o salário anula pode variar entre 100.000 e 1.000.000 euros.

Já no que concerne aos advogados de empresa, os valores variam entre os 1.250 e os 3.460 euros, sendo o salário médio estimado nos 2.420 euros, segundo dados da Jobted.

Segundo um estudo da Michael Page, o salário anual bruto de um diretor jurídico pode variar entre os 28.000 euros e os 160.000 euros, dependendo da dimensão da empresa. Por outro lado, um advogado de empresa pode auferir anualmente entre 14.000 e 70.000 euros.

Advogados são os únicos com sistema de previdência autónomo em Portugal

Desde o dia 1 de janeiro deste ano que os advogados passaram a pagar, no mínimo, 267,94 euros por mês para poderem usufruir dos direitos sociais que esta caixa lhes garante. Em causa a atualização do fator contributivo, decidida logo no início do ano, numa reunião realizada entre o (à data) bastonário da Ordem dos Advogados e o presidente da CPAS. Esse índice contributivo foi fixado em -10%. Apesar da direção da CPAS ter sugerido 8%, o ainda bastonário Luís Menezes Leitão acabou por fixar esse valor em mais dois pontos percentuais, valor igual aos dos anos anteriores.

Na prática, significa que o valor mínimo que um advogado paga mensalmente à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores passou a ser 267,94 euros, em vez dos 255,18 euros até então, havendo assim apenas uma atualização resultante da inflação.

Já o montante recebido pela Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) dos 37 mil beneficiários foi de 98,2 milhões de euros. Inferior ao montante de pensões de reforma pagas (cerca de 104 milhões). No total, o sistema de previdência destes profissionais – os únicos que ainda têm um sistema autónomo face ao regime geral da Segurança Social – registou um prejuízo de 54,4 milhões de euros. Sendo que apenas 79% dos beneficiários pagaram as contribuições devidas.

Os dados constam do Relatório e Contas de 2022, assinado já pela nova direção da CPAS – eleita em dezembro – composta por Victor Alves Coelho (presidente), Pedro Mota Soares, Catarina Mascarenhas, Vogal Secretária, Tânia Correia de Jesus e Celeste Chorão Peres. No ano anterior, no mandato ainda de Carlos Pinto de Abreu, o resultado líquido foi positivo em 467 mil euros.

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Inteligência artificial nos departamentos de RH? Seis vantagens que explicam a sua aplicação

Maior objetividade no recrutamento, análise de desempenho, automatização do processamento salarial e crescimento da produtividade são algumas das mais-valias apontadas.

O lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, acelerou a discussão em redor da inteligência artificial (IA) e das suas possíveis aplicações. Da saúde à sustentabilidade, vários setores de atividades estão já a olhar para esta tecnologia, experimentando e procurando entender os benefícios da sua adoção. Os departamentos de recursos humanos não são exceção. Do processamento e gestão salarial até à monitorização do desempenho, passando ainda pelo processo de acolhimento de novos colaboradores, as vantagens da inteligência artificial nos RH são diversas.

“A inteligência artificial está cada vez mais presente na transformação das empresas e no modo como operam. Na área dos recursos humanos, a utilização da IA veio tornar mais eficiente a análise massiva de dados e otimizar muitas das tarefas diárias”, comenta a Seresco, especialista em processamento salarial.

Há seis aspetos em que a implementação da IA pode beneficiar mais o trabalho das equipas de recursos humanos.

1. Maior objetividade no recrutamento

“As ferramentas baseadas em IA permitem efetuar uma filtragem de currículos centrada nos aspetos essenciais do candidato para a vaga a preencher, reduzindo assim o tempo de uma das tarefas mais morosas num processo de recrutamento“, explica a Seresco.

Além disso, “permitem eliminar a subjetividade dos processos de seleção, uma vez que, através da triagem das competências dos candidatos, a solução tecnológica seleciona aqueles que melhor se enquadram no padrão de pesquisa estabelecido”, sustenta a empresa, em comunicado.

2. Apoio ao onboarding

Terminado o processo de recrutamento, é preciso integrar os novos colaboradores. Nesta fase, essencial no trabalho dos profissionais de RH, a IA pode dar uma valiosa ajuda no sentido de tornar o processo mais simples e personalizado.

A importância do onboarding

A inteligência artificial pode encarregar-se de executar tarefas como a verificação dos documentos do novo colaborador, a realização da formação de acolhimento e o desempenho de funções administrativas, entre as quais o fornecimento de um ID e acessos ao hardware e software da empresa.

Outros exemplos da sua aplicação poderiam ser o envio de uma mensagem de correio eletrónico a dar as boas-vindas ao novo colaborador e que forneça ligações para documentos, ferramentas de comunicação interna e um calendário para a marcação de reuniões relacionadas com o processo de integração. “Uma mensagem SMS pode dar seguimento à abertura da mensagem de correio eletrónico, recordando ao colaborador as tarefas concluídas e as que ainda estão pendentes. Uma mensagem de boas-vindas também pode aparecer no canal de comunicação interna (como o Slack), convidando o novo membro da equipa a marcar um almoço de equipa e ajudando-o a agendá-lo”, sugere ainda a Quartz (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Os chatbots dotados de IA podem, assim, orientar os novos colaboradores ao longo do processo de integração, respondendo a perguntas e fornecendo informações e sugestões.

3. Monitorização do desempenho dos colaboradores

Outra vertente muito importante quando se fala em possibilidades e benefícios da aplicação de IA tem a ver com a monitorização, neste caso da atividade e do desempenho dos colaboradores.

Estes dados podem oferecer pistas aos gestores de talento valiosos sobre, por exemplo, o nível de satisfação da sua equipa. Um indicador especialmente importante para atuar de forma a minimizar a rotatividade dentro da organização.

4. Automatização do processamento salarial

A inteligência artificial permite também desenvolver um assistente virtual que apoie o processamento de salários, corrigindo, prevendo e evitando erros que, muitas vezes, implicam custos e tempo para as empresas.

“Isto é conseguido através de algoritmos que analisam dados históricos do processamento dos salários para detetar, classificar e corrigir anomalias, e da aprendizagem automática, baseando-se em informações de erros passados para apoiar as suas previsões. Estes sistemas asseguram uma gestão adequada dos salários através da deteção precoce e da correção automática de erros, bem como da avaliação e auditoria contínuas dos dados introduzidos”, detalha a Seresco.

A Quartz acrescenta ainda a possibilidade de automatizar outro tipo de pagamentos, recordar membros de equipa de apresentarem despesas para reembolsos ou distribuir os formulários fiscais anuais.

5. Sistemas de resposta automática

Na vertente da conversação, a inteligência artificial desempenha um papel “fundamental”, permitindo a criação de novos canais de comunicação e pontos de interação, destaca a Seresco.

“Isto faz com que o serviço proporcionado se concentre na compreensão da linguagem natural e da voz, facilitando interações quase humanas em todos os canais, quer sejam assistidos ou de autosserviço, e que permitem responder às questões recorrentes dos colaboradores”, continua a empresa.

6. Aumento da produtividade

Encarregando-se das tarefas rotineiras e monótonas, a IA liberta as pessoas para que se concentrem nas tarefas de maior valor, nomeadamente as tarefas mais criativas e complexas.

“A disponibilização de sistemas que integram um elevado nível de automatização permite às equipas de RH assumir o papel de consultores estratégicos“, resume a Seresco. “Estes profissionais passam a centrar-se apenas nas tarefas ou questões que necessitam efetivamente das suas competências“, conclui.

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