Programa de acesso a bombas de insulina automáticas pode chegar a 15 mil pessoas

Grupo de trabalhado nomeado pelo Executivo estima que haja atualmente "15 mil pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal" que podem beneficiar desta medida.

O Governo vai avançar ainda este ano com um programa de acesso a bombas de insulina de nova geração no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o intuito de garantir a disponibilização destes aparelhos “a todos os potenciais beneficiários até 2026”.

Este programa resulta do trabalho desenvolvido por um “grupo de trabalho nomeado em novembro”, que estima que haja atualmente “15 mil pessoas com diabetes tipo 1 em Portugal” que podem beneficiar destes aparelhos, adianta o Ministério da Saúde, em comunicado divulgado esta quarta-feira.

“Os Sistemas de Administração Automática de Insulina (SAAI), mais conhecidos como bombas de insulina automáticas, garantem maior conforto e segurança na administração de insulina, favorecendo um maior controlo da glicemia e permitindo uma maior funcionalidade destas pessoas, pelo que esta resposta contribuirá para a melhoria da qualidade de vida de um grupo significativo de cidadãos”, aponta ainda a tutela liderada por Manuel Pizarro.

O despacho que cria este programa foi assinado pelo ministro da Saúde na terça-feira e determina que o programa vai funcionar sob a orientação da direção executiva do SNS, “com o envolvimento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e demais organismos competentes, estabelecendo um prazo de 120 dias para a sua operacionalização”. Esta quinta-feira, a Assembleia da República vai discutir uma proposta de decreto-lei do Bloco de Esquerda sobre comparticipação de bombas de insulina automáticas em Portugal.

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Projeto de lítio do Barroso recebe Declaração de Impacte Ambiental favorável

  • Lusa
  • 31 Maio 2023

Após esta decisão, a Savannah está pronta para "iniciar a próxima fase de desenvolvimento do projeto ao nível do licenciamento ambiental".

A mina de lítio do Barroso, proposta para Boticas, distrito de Vila Real, obteve uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), informou esta quarta-feira a empresa Savannah. Em comunicado, a empresa congratulou-se com esta decisão, considerando-a “muito positiva para o desenvolvimento do seu projeto”.

A Savannah salientou que “esta é a primeira vez que um projeto de lítio em Portugal tem uma DIA favorável” e referiu que, após esta decisão pela APA, pode “iniciar a próxima fase de desenvolvimento do projeto ao nível do licenciamento ambiental”.

“Como é natural neste tipo de aprovações, a DIA prevê o cumprimento de um conjunto de condições, medidas e compensações e que merecem o acordo da Savannah”, sublinhou, acrescentando que “estas condições garantem que o projeto será desenvolvido de forma responsável e que os benefícios socioeconómicos serão partilhados com todas as partes interessadas”.

O diretor executivo (CEO) da Savannah, Dale Ferguson, considerou que a decisão positiva da APA “é um passo extremamente importante, não só para o desenvolvimento do projeto lítio do Barroso, mas também para a indústria de matérias-primas do lítio em Portugal”.

“Dado o compromisso da Savannah com práticas responsáveis, que minimizem o impacte e partilhem os benefícios socioeconómicos, a empresa também concordou com as condições associadas à decisão”, afirmou. Condições que incluem, por exemplo, “a obtenção de aprovação condicional para construir a estrada proposta para a ligação à Autoestrada 24 (A24) e a limitação da remoção da vegetação da área do projeto em determinados meses do ano”.

A Savannah disse ainda que, outras condições, como a não captação de água do rio Covas e o enchimento e a recuperação paisagística das áreas de extração de minério “refletem os planos e compromissos que a empresa já assumiu nas suas apresentações à APA, bem como o programa de envolvimento da comunidade e os objetivos de descarbonização”.

“A decisão favorável da APA marca o início de uma nova fase para o projeto de Lítio do Barroso, para a Savannah e para Portugal, que dá o primeiro passo para assumir um papel significativo na cadeia de valor europeia das baterias de lítio e na transição energética”, salientou Dale Ferguson.

Uma DIA favorável permite à Savannah avançar “com os principais estudos económicos do projeto, incluindo a publicação de um estudo atualizado de definição do âmbito, no início do segundo semestre de 2023 e recomeçar o Estudo de Viabilidade Definitivo”.

De acordo com a empresa, o “processo de licenciamento ambiental do projeto vai continuar” e a Savannah espera apresentar à APA, dentro de nove a 12 meses, o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE), que incluirá os planos finais para o projeto com todas as condições da DIA, juntamente com as medidas e planos de monitorização ambiental a implementar durante as fases de construção e operação, de forma a cumprir todos os critérios estabelecidos pela DIA.

APA impõe conjunto alargado de medidas

A APA salientou, contudo, que a viabilização ambiental da exploração de lítio na mina do Barroso integra um “conjunto alargado de condicionantes”, entre as quais a interdição da captação de água do rio Covas, um acesso à autoestrada 24 e a alocação dos royalties ao município de Boticas.

A Agência Portuguesa do Ambiente refere ainda que o projeto foi “alterado substancialmente face à proposta inicial, salvaguardando as suas dimensões ambientais (na dimensão da proteção dos cursos de água, da salvaguarda da biodiversidade ou da gestão de resíduos, entre outros)”.

A mina do Barroso obedecerá “a exigentes requisitos ambientais” e incluirá, ainda, “um pacote de compensações socioeconómicas, tais como a alocação dos encargos de exploração (royalties) devidos ao município de Boticas e, entre outros benefícios locais, a construção de um novo acesso que evite o transtorno das populações”.

A DIA impõe a alocação da “parcela devida dos royalties ao município de Boticas e o desenvolvimento do ‘Acesso Norte’, que ligará Carreira da Lebre ao Nó de Boticas/Carvalhelhos da A24″.

Entre as condicionantes está também a interdição de captação de água no rio Covas, a definição de uma zona de proteção, com o mínimo de 100 metros de largura, para cada lado do limite do leito do rio Covas.

Ainda a definição do período de desmatação entre 1 de setembro e 15 de março, isto é, fora da época crítica de nidificação da avifauna da região, da época de reprodução do lobo ibérico e das demais espécies da fauna, bem como a criação de um corredor que permita e promova a circulação de lobos entre alcateias.

A empresa terá que desenvolver e aplicar um plano de ação, no qual deverão também ser aprofundados os mecanismos de compensação da área do Barroso Património Agrícola Mundial.

Entre as medidas compensatórias a aplicar estão um Plano de Compensação do Património Cultural, o qual deverá incluir um estudo histórico e etnográfico dos vales dos rios Beça e Covas, face à importância do Barroso enquanto Património Agrícola Mundial, um programa de apoio aos criadores de gado, um Plano de Compensação de Carvalhal (habitat 9230), um Plano de Compensação de Gralha-de-bico-vermelho.

Inclui ainda a criação e manutenção de um centro de reprodução de mexilhão-de-rio (‘Margaritifera margaritifera’) no rio Beça, um projeto de compensação do regime florestal e de áreas de povoamentos florestais.

Em comunicado, a APA refere que o “aproveitamento do lítio, quando feito em condições ambiental e socialmente responsáveis, tem a potencialidade de gerar uma oportunidade económica nos territórios onde os jazigos minerais se localizam, assim como de promover o cluster industrial associado, potenciando a transição energética, criando emprego e valor acrescentado nacional”.

Assim, acrescentou, “perante a potencialidade de ocorrência deste mineral no nosso território, importa assegurar as condições para a valorização deste recurso do domínio público, assegurando a necessária salvaguarda dos requisitos ambientais”.

Associação repudia decisão da APA e promete continuar a lutar contra as minas

A associação Unidos em Defesa do Barroso (DCB) já se manifestou, dizendo que repudia “veementemente” esta decisão e prometeu que continuará a “defender a natureza e proteger as populações da ameaça de minas a céu aberto”.

A DCB mostrou-se “perplexa” pela aceitação deste projeto, “consistentemente rejeitado por especialistas ao longo de dois anos”, e frisou que, “face aos irremediáveis e devastadores impactos ecológicos, ambientais e socioeconómicos do projeto”, considera “inaceitável que a APA legitime um projeto desta natureza”.

A mina do Barroso, projeto desenvolvido pela empresa Savannah, prevê uma exploração a céu aberto, tem uma duração estimada de 17 anos, a área de concessão prevista é de 593 hectares e é contestada por associações locais e ambientalistas e a Câmara de Boticas.

A empresa submeteu o EIA da mina do Barroso em junho de 2020 e, dois anos depois, o projeto recebeu um parecer “não favorável” por parte da comissão de avaliação da APA, mas, ao abrigo do artigo 16.º do regime jurídico de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), o projeto foi reformulado e ressubmetido a apreciação.

(Notícia atualizada com mais informação às 10h42)

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Companhia aérea neozelandesa pede a passageiros para se pesarem antes de embarcarem

  • Lusa
  • 31 Maio 2023

A companhia aérea quer pesar dez mil passageiros durante uma investigação de um mês. O objetivo é que os pilotos possam ter noção do peso e equilíbrio dos aviões antes de levantarem voo.

A Air New Zealand está a pedir aos passageiros para se pesarem antes de embarcarem em voos internacionais, para responder a uma exigência da autoridade de aviação civil do país, disse a companhia aérea. A Air New Zealand quer pesar dez mil passageiros durante uma investigação de um mês, para que os pilotos possam ter noção do peso e equilíbrio dos aviões antes de levantarem voo.

Os números da balança não vão piscar à frente de todos, prometeu a companhia aérea, notando que os valores vão permanecer anónimos, até para os funcionários da empresa.

“Pesamos tudo o que vai na aeronave, desde a carga, passando pelas refeições a bordo até à bagagem no porão”, disse, em comunicado, o especialista em melhoria de controlo de carga da Air New Zealand, Alastair James.

Os números são exigidos pelo órgão regulador do setor da aviação. De acordo com as regras da autoridade de aviação civil da Nova Zelândia, as companhias aéreas têm várias opções para estimar o peso dos passageiros. Uma delas é realizar periodicamente estudos como este, que estabelecem um peso médio. Outra opção é aceitar um peso padrão definido pela autoridade.

Atualmente, o peso designado pela autoridade para maiores de 13 anos é de 86 quilos, incluindo bagagem de mão. A autoridade alterou o peso médio do passageiro pela última vez em 2004, aumentando de 77 quilos para os atuais 86.

“É simples, é voluntário e, ao pesarem-se, estarão a ajudar a voar com segurança e eficiência”, disse ainda Alastair James.

O estudo teve início esta semana e decorre até julho.

As estatísticas de saúde revelam que os neozelandeses estão cada vez mais pesados. A última investigação nacional na área da saúde, para os anos de 2020 e 2021, colocou a taxa de obesidade adulta em 34% – entre 2019 e 2020 era de 31%. Já as taxas de obesidade infantil aumentaram de 10% (2019/20) para 13% (2020/21).

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Sacos de plástico ultraleves para pão, fruta e legumes vão passar a ser pagos nos supermercados

  • ECO
  • 31 Maio 2023

A lei que iria proibir o uso destes sacos de plástico ultraleves deveria entrar em vigor amanhã, mas o Governo preferiu alterar a norma e avançar para a cobrança.

Os sacos de plástico ultraleves que são usados para o pão, fruta e legumes vão passar a ser pagos pelos clientes nos supermercados, mercearias e noutros espaços comerciais. A lei que proíbe o uso destes sacos deveria entrar em vigor esta quinta-feira, 1 de junho, mas o Governo preferiu alterar a norma e avançar para a cobrança, avança o Jornal de Notícias na edição desta quarta-feira.

“No futuro, deverá ser privilegiada a utilização de sacos próprios ou alternativas reutilizáveis. A utilização de sacos muito leves ficará sujeita ao pagamento de uma contribuição à semelhança dos sacos de plástico leves”, explicou o Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC). Com esta alteração, o Governo considera que está “a ir ao encontro das normais europeias”.

O Ministério tutelado por Duarte Cordeiro não adiantou, contudo, qual o valor que passará a ser pago, nem quando é que a cobrança vai entrar em vigor.

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Presidentes das CCDR vão ganhar tanto como o primeiro-ministro

  • ECO
  • 31 Maio 2023

Presidentes das CCDR vão ser pagos de acordo com a grelha salarial dos gestores públicos no topo da tabela remuneratória. Na prática, vão receber tanto como Costa e mais 750 euros do que os ministros.

O salário dos presidentes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) vai seguir a grelha salarial dos gestores públicos que estão no topo da tabela remuneratória das empresas públicas, avança o Público (acesso pago).

Na prática, isto significa que vão receber 5.966,48 euros brutos, à semelhança do que ganha o primeiro-ministro, a que será necessário descontar a redução salarial de 5% em vigor desde 2010, o que se traduz num salário ilíquido de 5.668,16 euros. A este vencimento-base somar-se-ão as despesas de representação, que equivalem a 2.386,59 euros.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já tinha chamado a atenção para “mais um precedente aberto com os salários dos dirigentes das CCDR”, aquando da promulgação do diploma que regula as CCDR. De acordo com o mesmo jornal, um ministro tem direito a um salário bruto de 5.170,95 euros, que, depois do corte de 5%, recua para 4.912,40 euros. Contas feitas, o salário bruto do presidente de uma CCDR vai superar em mais de 750 euros o ordenado de um ministro.

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Hoje nas notícias: CCDR, sacos nos supermercados e ouro

  • ECO
  • 31 Maio 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O salário dos presidentes da CCDR vai seguir a grelha salarial dos gestores públicos, que estão no topo da tabela remuneratória. Os sacos de plástico ultraleves que são usados para pão, fruta ou legumes vão passar a ser pagos nos supermercados, nas frutarias e noutros espaços comerciais. Helder Rosalino garante que não há intenção de mexer no ouro do Banco de Portugal. Conheça estas e outras notícias nas manchetes nacionais desta quarta-feira.

Presidentes das CCDR vão ganhar tanto como Costa e mais 750 euros do que ministros

O salário dos presidentes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) vai seguir a grelha salarial dos gestores públicos, que estão no topo da tabela remuneratória das empresas públicas. Na prática, isto significa que vão receber 5.966,48 euros brutos, à semelhança do que ganha o primeiro-ministro, a que será necessário descontar a redução salarial de 5% em vigor desde 2010, o que se traduz num salário ilíquido de 5.668,16 euros. A este vencimento-base somar-se-ão as despesas de representação que equivalem a 2.386,59 euros.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Sacos de plástico ultraleves para pão e fruta passam a ser pagos nos supermercados

Os sacos de plástico ultraleves usados para pão, fruta e legumes vão passar a ser pagos em supermercados, frutarias e noutros espaços comerciais. A lei que proibia o uso destes sacos de plástico deveria entrar em vigor na quinta-feira, contudo, o Governo recuou e vai alterar o diploma. “A utilização de sacos muito leves ficará sujeita ao pagamento de uma contribuição à semelhança dos sacos de plástico leves”, adianta o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, referindo que o Executivo “está, neste momento, a ultimar o diploma que prevê a alteração desta norma”.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Banco de Portugal “não [tem] intenção de mexer” no ouro

Apesar de já não ser obrigado a manter a quantidade, Hélder Rosalino garante que não existe a intenção de mexer no ouro do Banco de Portugal (BdP). “A resposta é não. Para que não haja dúvidas: não temos nenhuma intenção de mexer nas reservas do Banco de Portugal”, assegura o administrador do BdP. Em vez de pensar em vendê-lo, o banco central rentabiliza o metal precioso através de instrumentos financeiros. São 382,6 toneladas, que valiam, no final do ano passado, 20.986 milhões de euros. “É um ativo relevante nos nossos ativos próprios, que tem gerado rendimento e que nos coloca entre os países do mundo com maiores reservas de ouro em valor absoluto e em termos relativos no total dos ativos dos bancos centrais”, explica.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Técnicos superiores do Estado terão aumento salarial até 211 euros

Os 439 mil funcionários públicos, cerca de metade do universo total, que estão reúnem os requisitos para subir, de forma extraordinária, uma posição remuneratória no próximo ano, com apenas seis pontos na avaliação, menos quatro do que os dez que são exigidos, vão beneficiar de um aumento salarial que, no caso dos técnicos superiores, varia entre os 159 euros e os 211 euros por mês. Já os assistentes técnicos e assistentes operacionais nestas condições terão direito a mais cerca de 50 euros por mês no vencimento. O projeto de diploma é discutido hoje com os sindicatos e as tabelas remuneratórias das carreiras gerais.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

Ventura quer pôr sindicato do Chega nas ruas ainda este verão

André Ventura quer o “solidariedade”, a grande confederação sindical anunciada há sete meses para mimetizar o que o Vox fez em Espanha, nas ruas ainda este verão. O líder do Chega pretende ter uma estrutura montada e oficializada até ao início do verão, com uma primeira grande manifestação agendada para essa altura. O objetivo é competir com os tradicionais sindicatos e competir com os partidos à esquerda pela captação do descontentamento.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago).

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Lavrov em Maputo para debater relações bilaterais e guerra

  • Lusa
  • 31 Maio 2023

Chefe da diplomacia russa encontra-se em Moçambique com presidente Filipe Nyusi e com ministro das Obras Públicas. País lusófono tem assumido posição de neutralidade em relação à guerra na Ucrânia.

O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, encontra-se esta quarta-feira em Maputo com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, “no quadro do reforço das relações bilaterais”, e com o ministro das Obras Públicas, com quem também abordará a guerra na Ucrânia.

O encontro com Nyusi está marcado para as 10:00 (09:00 em Lisboa) e acontece logo após uma outra reunião que já tinha sido anunciada, entre Lavrov e o ministro das Obras Públicas moçambicano, Carlos Mesquita.

“Os governantes abordarão o reforço das relações de amizade, solidariedade e cooperação, assim como a situação política, social, económica e de segurança dos dois países. Irão, igualmente, trocar impressões sobre a guerra na Ucrânia”, lê-se em comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (Minec) moçambicano, em cujas instalações decorrerá o primeiro encontro do dia.

O país lusófono tem assumido uma posição de neutralidade, apelando ao diálogo para pôr termo à guerra a partir do seu lugar de membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, um mandato de dois anos iniciado em janeiro.

Moçambique esteve entre os países que se abstiveram em votações na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) a condenar a invasão russa da vizinha Ucrânia.

Sergei Lavrov está em Maputo no âmbito do périplo que realiza por países africanos. O chefe da diplomacia russa iniciou a passagem por África na segunda-feira, em Nairobi, onde se reuniu com o Presidente queniano, William Ruto, e na terça-feira esteve em Bujumbura, Burundi, onde se encontrou com o seu homólogo, Albert Shingiro.

Lavrov deverá participar numa reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na Cidade do Cabo, na quinta e sexta-feira, em preparação da cimeira que o país africano acolhe em agosto.

A viagem do ministro antecede também a segunda cimeira Rússia-África, que se realizará em São Petersburgo, em julho. A visita a África surge depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, ter concluído, na semana passada, uma digressão pelo continente – que incluiu Moçambique -, durante a qual instou os países africanos a porem termo à sua neutralidade em relação à guerra contra a Ucrânia.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 31 de maio

Ao longo desta quarta-feira, 31 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

INE mede o pulso à inflação em maio, já com o efeito do IVA zero, mas há mais dados económicos para conhecer. No Parlamento estará a ministra do Trabalho e um ex-ministro será ouvido na CPI à TAP.

O dia será carregado de dados económicos importantes: inflação em maio, confirmação do crescimento económico do primeiro trimestre e execução orçamental até abril. Há ainda audições relevantes na Assembleia da República.

INE mede pulso à inflação em maio

Leitura da inflação em maio terá em conta impacto do “IVA zero”Hugo Amaral/ECO

Quanto subiram os preços em maio? A resposta a esta pergunta será conhecida esta manhã, quando o INE publicar a estimativa rápida do Índice de Preços no Consumidor relativo a maio. Em abril, a taxa de variação homóloga fixou-se em 5,71%. As atenções estarão centradas na componente dos bens alimentares, pois é o primeiro mês a refletir na íntegra o impacto da isenção de IVA num cabaz de produtos. Há mais dados económicos relevantes para conhecer esta manhã, incluindo a confirmação da evolução do PIB no primeiro trimestre, as estatísticas mensais do mercado de trabalho, a atividade turística em abril e as tábuas de mortalidade.

Medina mantém excedente?

O saldo orçamental das Administrações Públicas foi de 1.881 milhões de euros até março na ótica da contabilidade pública, avançou no mês passado o Ministério das Finanças com base em dados da Direção-Geral do Orçamento. Na última síntese de execução orçamental, que excluía os efeitos da integração do Fundo de Pensões da CGD, o gabinete de Fernando Medina notava que a leitura ainda não refletia o impacto do novo pacote de medidas de apoio às famílias e empresas. Esta quarta-feira serão atualizados os dados até abril, que permitirão saber se Medina mantém o excedente nas contas públicas.

Congresso dos EUA vota acordo da dívida

O acordo para aumentar o limite da dívida nos EUA deverá ir hoje a votos na câmara baixa do Congresso dos EUA. Ao fim de vários dias de intensas negociações, a Administração Biden e os Republicanos chegaram a um acordo para evitar um desastroso incumprimento por parte da maior economia do mundo. Falta agora a aprovação da Câmara dos Representantes e, mais tarde, do Senado. O país está numa corrida contra ao tempo, podendo ter de começar a prioritizar pagamentos já a partir do dia 5 de junho. Os mercados estarão atentos.

Ministra do Trabalho no Parlamento

Apresentação pública do balanço da atividade das áreas da Economia, Finanças Públicas e Emprego, no Ministério da Economia e do Mar - 30DEZ22
A ministra do Trabalho é ouvida pelos deputados esta quarta-feiraHugo Amaral/ECO

A Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão recebe às 10h00 a ministra Ana Mendes Godinho para uma audição regimental. Segundo o Parlamento, a reunião vai servir para “debater a política geral do Ministério e outros assuntos da atualidade”. Os deputados vão questionar a tutela numa altura em que a taxa de desemprego subiu 0,7 pontos percentuais no primeiro trimestre face aos três meses anteriores, fixando-se em 7,2%. No final de março, havia mais de 380 mil pessoas desempregadas.

Pedro Marques na CPI à TAP

Pedro Marques, ex-ministro do Planeamento e das Infraestruturas, regressa ao Parlamento esta quarta-feira, desta vez para ser ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP. Os portugueses mais atentos poderão ter uma sensação de déjà vu: o antigo governante e atual eurodeputado do PS foi ouvido ontem na comissão de economia, onde também falou sobre a privatização da companhia aérea que ocorreu em 2015.

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Número de fogos até abril acima da média. Portugal caminha para época “complexa”

Até abril, perto de 8 mil hectares arderam, valor que fica acima da média dos últimos 10 anos. Próxima época de incêndios ameaça ser "complexa", apesar do número de fogos anuais ter vindo a diminuir.

O número de incêndios e a área ardida em Portugal já é superior à média dos últimos dez anos, ainda que o país não tenha entrado na época mais crítica dos fogos florestais, tipicamente o verão.

Esta realidade, acompanhada das previsões para os próximos meses de temperaturas elevadas, ausência de chuva e risco de incêndio muito elevado do Instituto Português do Mar e das Atmosfera (IPMA), sugerem que Portugal pode estar a caminhar para uma época de incêndios “muito complexa”, tal como já adiantou a secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar. Mas, ao ECO/Capital Verde, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) garante que os dados até à data “não são preocupantes” e que se tem verificado “uma tendência de diminuição de incêndios e de área ardida” nos últimos anos.

Segundo o relatório do ICNF divulgado em abril, no período compreendido entre 1 de janeiro e 11 de abril de 2023, foram contabilizados um total de 1.971 incêndios rurais que resultaram em 7.366 hectares de área ardida. Comparando os valores de 2023 com o histórico dos dez anos anteriores, registaram-se 12% mais incêndios rurais e um aumento de 48% da área ardida relativamente à média anual do período.

“Até à data, temos um valor em termos absolutos de número de incêndios e área ardida um pouco acima da média dos últimos dez anos, mas não é preocupante“, alertou o engenheiro o vogal do Conselho Diretivo do ICNF, Nuno Sequeira. Segundo o responsável, o facto de estes incêndios terem ocorrido durante parte do inverno e da primavera, altura em que, tipicamente, as temperaturas não atingem os valores mais críticos, “acabam por ter um contributo na diminuição da carga de combustível ao longo do território“.

No entanto, as expectativas quanto à próxima época de incêndios são desafiantes, à medida que a situação de seca extrema e severa no território continua a agravar-se e as temperaturas podem tocar os níveis de 2022.

Apesar de o cenário apontar para condições propícias a incêndios, o dispositivo de proteção e prevenção de incêndios do ICNF, colocado no terreno em 2017, depois “da tragédia” em Pedrógão Grande, tem permitido adequar melhor o território para os períodos de maior vulnerabilidade, explica o vogal do ICNF. Embora a época de fogos florestais tenha ficado marcada pelo incêndio na serra da Estrela, Nuno Sequeira aponta que em 2022 o número de incêndios e de área ardida ficaram abaixo da média dos últimos dez anos.

“Em 2022, se compararmos com a média dos dez anos anteriores, tivemos menos 33% em termos de número de incêndios e menos 13% em termos de área ardida, o que significa que o sistema está a produzir resultados”, defende o responsável. Naquele ano, indicam os dados provisórios do ICNF, arderam 110.007 hectares, tendo sido o fogo da Serra da Estrela o que registou maior área ardida, queimando quase 25.000 hectares.

Segundo o responsável, graças ao dispositivo de prevenção de preparação do território “verifica-se uma tendência sistemática de redução do número de incêndios, o que é muito importante pois permite que os meios atuem de uma maneira mais forte e eficaz”. Ademais, o comportamento das empresas, autarquias e cidadãos na gestão dos territórios tem contribuído também para a redução de ocorrências. “É importante termos presente que não se pode tirar o pé do acelerador”, defende.

A Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) fez o mesmo balanço num relatório em que conclui que, entre 2018 e 2022, “o número total de incêndios reduziu para metade” e a tendência é de “redução do número médio de incêndios em dias de maior perigosidade”.

Embora a área ardida e o número de ocorrências tenha diminuído no ano passado, Nuno Sequeira não afasta o cenário sugerido pela secretária de estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, que considerou que, neste momento, tudo aponta “para que o verão de 2023 possa ser muito complexo” e “difícil” em matéria de incêndios florestais.

É sempre bom estarmos preparados para um período que seja complexo. Os dados demonstram que, provavelmente, a tendência é para as situações irem ficando mais complexas. Existem projeções que sugerem que a tendência é para termos um período de verão que exige toda a atenção dos cidadãos e das forças presentes no terreno”, vinca Nuno Sequeiro.

Autoridades reforçam dispositivo de combate

Em matéria de recursos para o combate aos incêndios, o ICNF – que representa quase 20% do total de operacionais que fazem parte do dispositivo especial de combate a incêndios florestais, sendo o restante composto por elementos da GNR e a Proteção Civil – revela ter reforçado a equipa com mais 80 elementos.

Mas o objetivo será replicar isso pelas restantes equipas de intervenção. A Comissão Europeia vai financiar, com dois milhões de euros, o aluguer de dois meios aéreos para combate aos incêndios em Portugal. Estes meios aéreos fazem parte de um total de 24 novos aviões e helicópteros que ficarão disponibilizados para os Estados-membros.

Além disso, a Áustria, a Bulgária, a Finlândia, a França, a Alemanha, a Letónia, Malta, a Polónia, a Roménia, a Eslováquia e a Eslovénia comprometeram-se a enviar cerca de 450 bombeiros para serem colocados em Portugal, França e na Grécia, três países considerados por Bruxelas altamente vulneráveis aos incêndios.

“A cooperação entre Estados-membros para o combate aos incêndios é fundamental, faz todo o sentido haver essa cooperação”, sublinha Nuno Sequeira, acrescentando que a parceria entre Portugal e Espanha é outro ponto-chave: “A cooperação bilateral é muito importante porque nem os incêndios, nem as populações animais ou vegetais conhecem fronteiras.”

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O patrão Estado paga melhores salários. Porquê?

Os trabalhadores da Administração Pública ganhavam em média mais 51,2% do que no setor privado em 2021. Os economistas ouvidos pelo ECO Trabalho ajudam a perceber porquê.

Os trabalhadores da Administração Pública (AP) ganhavam em média mais 51,2% do que os do setor privado em 2021, com uma remuneração bruta mensal média de 2.019 euros face aos 1.335 euros no privado, mostravam os dados Instituto Nacional de Estatística (INE). Mesmo para trabalhadores com o mesmo grau de ensino, o Estado era o melhor ‘patrão’. Qualificações mais elevadas, idades mais avançadas, menor fosso salarial entre homens e mulheres, menor peso de setores com salários mais baixos, benefícios extra salariais e ainda a força sindical são alguns dos fatores que podem ajudar a explicar esta disparidade salarial, apontam os economistas ouvidos pelo ECO Trabalho.

Estamos a falar de populações de trabalhadores muito diferentes. Por exemplo, em 2021, 55% dos trabalhadores da Administração Pública tinham ensino superior, enquanto 45% dos trabalhadores do setor privado tinham, no máximo, o 9.º ano de escolaridade“, começa por explicar Fernando Alexandre, docente na Universidade do Minho.

Mas não só. O fator idade também explica esta diferença salarial entre público e privado. “Analisando a estrutura etária das duas populações de trabalhadores em 2021, 66% dos trabalhadores da Função Pública tinham mais de 45 anos, enquanto no setor privado apenas 40% dos trabalhadores tinham mais de 45 anos. Dado que a mais escolaridade e mais idade, e experiência, estão associados salários mais elevados, não surpreende que os salários médios no setor público sejam muito mais elevados“, continua.

Apesar de mais metade dos trabalhadores da Administração Pública terem, em 2021, o ensino superior — contra 22,7% dos trabalhadores com este grau académico no privado — as diferenças salariais entre os dois setores mantém-se, independentemente do nível de escolaridade. Em termos médios, trabalhadores com ensino superior na Função Pública (FP) têm uma remuneração bruta média de 2.957 euros e no privado de 2.263 euros, ou seja, quase 700 euros (30,7%) de diferença. Embora, no topo da distribuição, a diferença seja apenas de 180 euros (+3,3%).

Os trabalhadores que entraram no mercado de trabalho (durante a crise financeira), a grande maioria para o setor privado, fizeram-no com salários mais baixos. Nesta medida, os trabalhadores que já estavam na Função Pública até 2007, a grande maioria, apesar de terem perdido poder de compra em termos reais, ficou protegida de cortes salariais nominais.

Fernando Alexandre

Economista

Esta primeira explicação, que poderia ser a mais óbvia, requer, por isso mesmo, mais explicações. “Para além da escolaridade e de uma estrutura etária muito diferentes entre a Função Pública e o privado, sabemos que, desde a crise financeira, os salários dos mais qualificados foram muito penalizados, estando em 2020 num nível nominal inferior ao de 2006. Os trabalhadores que entraram no mercado de trabalho nesse período, a grande maioria para o setor privado, fizeram-no com salários mais baixos. Nesta medida, os trabalhadores que já estavam na Função Pública até 2007, a grande maioria, apesar de terem perdido poder de compra em termos reais, ficou protegida de cortes salariais nominais (com a exceção do período de vigência do Programa de Assistência Económica e Financeira 2011-2014)”, refere Fernando Alexandre, doutorado em Birkbeck, Universidade de Londres.

Do gap salarial, composição setorial e benefícios…

O economista João Cerejeira acrescenta ainda outros fatores à explicação: um “menor gap salarial entre homens e mulheres na Função Pública que no privado, uma vez que os vencimentos da FP resultam menos do mercado e mais da negociação coletiva” e um “menor peso de setores de baixos salários, como a restauração ou comércio a retalho, na FP do que no privado”.

Para o também docente na Universidade do Minho, podemos estar perante aquilo que considera ser o “efeito combinado” de três razões: idade, gender gap e composição setorial. E associa estes fatores ainda ao “facto de a componente variável e dos fringe benefits — automóvel, seguro de saúde, cartão de refeição, etc. — serem mais relevantes no privado do que no público”.

… à força sindical

Existe ainda outro tema que João Cerejeira considera que vale a pena destacar: a força sindical na negociação de salários. “A força dos sindicatos depende do grau de ‘pulverização’ das entidades patronais, entre outros fatores. Em setores com uma presença muito significativa de PME [Pequenas e Médias Empresas], a negociação tende a ser muito descentralizada, em que o papel do sindicato é mais reduzido. Os setores com uma maior concentração empresarial (exemplo da banca, energia, transportes) beneficiam a negociação salarial, uma vez que os meios de pressão (como a greve) são mais eficazes”, explica João Cerejeira.

No caso da FP temos um ‘patrão’ único, daí que a negociação (com os Sindicatos) seja, muitas vezes, de um para um, aliada ao facto do Estado ser um agente que, quase por definição, não pode falir em resultado de uma greve. Assim, o poder dos sindicatos na FP é maior.

João Cerejeira

Economista

“No caso da FP temos um ‘patrão’ único, daí que a negociação seja, muitas vezes, de um para um, aliada ao facto de o Estado ser um agente que, quase por definição, não pode falir em resultado de uma greve. Assim, o poder dos sindicatos na FP é maior, embora o dano da greve não seja refletido no ‘lucro’ do acionista Estado, mas sim na prestação do serviço ao público em geral (a consequência da greve, para o Governo, tende a ser mais política que económica)”, completa.

Argumentos à parte, há contudo uma questão que fica a pairar. Apesar de salários mais elevados, “a verdade é que os mais qualificados não veem na Função Pública uma possibilidade de carreira e continuam a emigrar. Os médicos preferem o privado. E sabemos que há muito a profissão de professor deixou de ser atrativa“, conclui Fernando Alexandre.

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É último dia para pagar a primeira prestação do IMI

O processo do IMI arrancou com alguns atrasos no envio das notas das cobranças, mas o prazo de pagamento da primeira prestação termina a 31 de maio, sem qualquer prolongamento de prazo.

Termina esta quarta-feira o prazo para o pagamento da primeira prestação do Imposto Municipal sobre os Imóveis (IMI), que incide sobre prédios rústicos e urbanos. Este processo arrancou com alguns atrasos, mas o calendário para cumprir esta obrigação fiscal mantém-se.

Muitos contribuintes não receberam no email a nota de cobrança para proceder ao pagamento do imposto no calendário normal, a partir da segunda quinzena de abril, devido a “problemas técnicos”, como justificou a Autoridade Tributária.

O pagamento único é apenas obrigatório para valores de imposto inferiores a 100 euros. Ultrapassado este montante, o imposto é dividido em duas ou três fases (se for inferior ou superior a 500 euros) a serem pagas em maio e novembro ou em maio, agosto e novembro, respetivamente. Mas quem quiser pode sempre optar por pagar o imposto integralmente em maio.

O IMI é um imposto que incide sobre o valor patrimonial tributário (VPT) dos imóveis, contemplando uma taxa única de 0,8% no caso dos prédios rústicos (terrenos) e uma taxa que oscila entre os 0,3% e os 0,45% sobre os prédios urbanos (construções e terrenos para construção).

O imposto é calculado e cobrado pela Autoridade Tributária, mas são as autarquias que decidem, todos os anos, qual a taxa que pretendem aplicar no seu concelho, dentro dos referidos intervalos. Cabe também às câmaras decidir sobre a adesão ao IMI familiar, mecanismo que dá um desconto às famílias residentes, ou sobre a aplicação das taxas agravadas nos prédios devolutos ou em ruínas.

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