Von der Leyen anuncia novos comissários europeus para Mediterrâneo e Habitação

  • Lusa
  • 18 Julho 2024

A presidente da Comissão Europeia, anunciou que criará duas novas pastas de comissários europeus, um para gerir migrações no Mediterrâneo e um para a Habitação.

A presidente da Comissão Europeia, que tenta esta quinta-feira ser reeleita pelo Parlamento Europeu, anunciou que criará duas novas pastas de comissários europeus, um para gerir migrações no Mediterrâneo e um para a Habitação, visando maior acessibilidade na União Europeia.

“Precisamos de uma abordagem comum em matéria de regressos [no âmbito das migrações], para os tornar mais eficazes e dignos e precisamos de desenvolver as nossas parcerias globais, em especial na nossa vizinhança meridional. A região mediterrânica deve merecer toda a atenção e é por esta razão que nomearei um comissário para a região e proporei uma nova Agenda para o Mediterrâneo, juntamente com Kaja Kallas [futura chefe da diplomacia comunitária], porque o futuro das duas margens do Mediterrâneo é um e o mesmo“, declarou Ursula von der Leyen.

Intervindo perante os eurodeputados na sessão plenária na cidade francesa de Estrasburgo, a líder do executivo comunitário apontou que “fronteiras mais seguras também ajudarão [a União Europeia] a gerir a migração de uma forma mais estruturada e justa“.

Descrevendo o recentemente aprovado Pacto em matéria de Migração e Asilo como “um enorme passo em frente [porque] coloca a solidariedade no centro da nossa resposta comum”, Ursula von der Leyen apontou que cabe agora à União Europeia (UE) concentrar-se “coletivamente na aplicação e no apoio aos Estados-membros para que o acordo se torne uma realidade no terreno, havendo mais a fazer”.

Ainda no que toca às fronteiras externas, admitiu o incremento de ataques híbridos (como desinformação, ciberataques e interferência cibernética), principalmente por parte da Rússia na fronteira oriental, anunciando por isso o reforço da Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) com 30 mil operacionais para também responder a esta tendência.

Nesta apresentação das suas prioridades para o novo mandato de cinco anos, caso seja reeleita, Ursula von der Leyen anunciou também que, pela primeira vez, nomeará “um comissário diretamente responsável pela Habitação”.

“Iremos desenvolver um Plano Europeu para a Habitação Acessível para analisar todos os fatores que estão na origem da crise e ajudar a desbloquear o investimento público e privado necessário”, indicou, admitindo que, de momento, “a habitação não é vista como uma questão europeia”, mas a UE poderá apoiar à resolução dos problemas.

Perante os eurodeputados, a responsável especificou que “a Europa enfrenta uma crise de habitação, que afeta pessoas de todas as idades e famílias de todas as dimensões” pois os “preços e as rendas estão a subir em flecha” e as “pessoas estão a lutar para encontrar casas a preços acessíveis”, situação que afeta países como Portugal.

Um setor também importante para Portugal e mencionado por Ursula von der Leyen foi o da agricultura, com a candidata à reeleição a referir que, após diálogos com agricultores no seguimento dos intensos protestos, vai agora certificar-se de que estes “recebem um rendimento justo” e prometeu “incentivos mais inteligentes e de mais inovação e acesso ao capital”.

Ursula von der Leyen apresentou esta manhã o seu programa e propostas para uma eventual reeleição, visando um novo mandato de cinco anos.

Cabe ao Parlamento Europeu aprovar, após a proposta do Conselho Europeu feita no final de junho, o novo presidente da Comissão por maioria absoluta (metade de todos os eurodeputados mais um), com Ursula von der Leyen a ter de obter ‘luz verde’ de pelo menos 361 parlamentares (entre 720).

Von der Leyen nomeará vice para competividade e prosperidade com base ‘verde’

Ursula Von der Leyen também prometeu que se for eleita, nomeará um vice-presidente para coordenar a competitividade e prosperidade, assente em menos burocracia e num novo pacto industrial e ‘verde’.

Na apresentação das prioridades da sua candidatura aos eurodeputados na sessão a decorrer na cidade francesa de Estrasburgo, a alemã defendeu uma Europa que apoie as empresas, mas também as pessoas, acrescentando a necessidade de “aprofundar o mercado” e “reduzir a burocracia” para que haja “mais confiança, melhor execução”.

Destacando a aposta que deve ser feita nas empresas, Von der Leyen também sublinhou a importância da aposta já feita em tecnologia e energias limpas, como no hidrogénio limpo, com a Europa a investir mais do que “os EUA e a China em conjunto”.

“Nos últimos anos, concluímos com parceiros mundiais 35 novos acordos sobre tecnologia limpa, hidrogénio e matérias-primas críticas”, acrescentou a alemão, referindo que será para continuar o Pacto Ecológico Europeu e assim alcançar os objetivos traçados para 2030 e 2050.

Apresentarei um novo pacto industrial limpo nos primeiros 100 dias do próximo mandato”, anunciou ainda, notando que a Europa está a “descarbonizar e a industrializar-se ao mesmo tempo”.

Assim, os investimentos terão sempre uma base verde porque a economia próspera que defende é também uma questão de “justiça intergeracional” dados os objetivos para mitigar as alterações climáticas.

Von der Leyen recordou que no primeiro semestre deste ano metade da produção de eletricidade teve origem em energias renováveis e os “investimentos em tecnologias limpas na Europa mais do que triplicaram neste mandato”.

O novo acordo industrial limpo também ajudará a reduzir as faturas de energia, indicou a responsável, recordando a “chantagem” do presidente russo, Vladimir Putin, ao cortar o “acesso aos combustíveis fósseis”. “Mas resistimos juntos. Investimos maciçamente em energias renováveis baratas produzidas internamente. E isso permitiu-nos libertarmo-nos dos sujos combustíveis fósseis russos”, concluiu.

 

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Covilhã instala reservatório de água na Serra da Estrela para ajudar a combater incêndios

O reservatório de água com capacidade de 200 mil litros permite o abastecimento a meios aéreos e terrestres. Autarquia da Covilhã pretende criar no um total de dez novos pontos de água.

A Câmara da Covilhã inaugurou um reservatório de água com capacidade de 200 mil litros para ajudar os meios disponíveis a combater os fogos florestais na Serra da Estrela.

Instalado num terreno cedido pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), junto à antiga Casa do Guarda na área que é conhecida como Rosa Negra, este reservatório implicou um investimento superior a 30 mil euros, valor que foi totalmente suportado pelo município da Covilhã.

Em comunicado a autarquia liderada por Vítor Pereira detalha que “trata-se de um reservatório de utilização mista, que permite o abastecimento a meios aéreos e a meios terrestres e que vem colmatar uma das lacunas identificadas na análise realizada ao grande incêndio de 2022, relacionada com a necessidade de criar mais pontos de água naquela zona”.

O reservatório, inaugurado na quarta-feira, passa a abranger uma zona que não estava coberta, o que, numa situação de incêndio, permitirá uma maior rapidez no reabastecimento dos meios e a redução do tempo entre as descargas aéreas.

Paralelamente, a Câmara da Covilhã também está a colocar de bocas-de-incêndio de grande dimensão na Serra da Estrela, tendo já instalado quatro de um total de dez.

O presidente da Câmara covilhanense explicou ainda que “este vai ser o primeiro de uma rede de reservatórios de água que a autarquia pretende criar no concelho, num total de dez novos pontos de água”.

Detalhando que os restantes reservatórios serão de maior dimensão e com custos mais elevados, Vítor Pereira esclareceu que já estão a ser procuradas linhas de financiamento, nomeadamente no âmbito do Plano de Revitalização da Serra da Estrela.

“Queremos que os homens e mulheres, que têm de enfrentar as chamas, tenham ao dispor as melhores condições possíveis”, apontou o autarca, especificando ainda que os restantes estão previstos para a Erada, Trigais, Cortes do Meio, Tortosendo, Casegas, Sobral de São Miguel, São Jorge da Beira, Verdelhos e Sarzedo.

Com o objetivo reforçar os meios do Estado para a missão de combate aos incêndios rurais, Portugal assina esta quinta-feira o contrato de aquisição de dois aviões bombardeiros pesados DHC-515Canadair no valor de 100 milhões de euros. Os novos meios de combate aos incêndios deverão chegar em 2029 e vão ser financiados com fundos comunitários.

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Recibos verdes, qualificações e pensões. Ouça o podcast “Ao trabalho!”

O podcast "Ao trabalho!" leva até si, todas as quintas-feiras, tudo o que precisa saber sobre o que está a fazer mexer o mercado de trabalho nessa semana.

O que está a fazer mexer o mercado de trabalho? Todas as quintas-feiras, o podcast “Ao trabalho!” conta-lhe tudo o que precisa saber. Esta semana falamos sobre o IRS dos recibos verdes, sobre a sobrequalificação dos trabalhadores portugueses, mas também sobre as pensões, e ainda sobre uma empresa que está a testar um novo regime de horários.

Ouça o episódio abaixo ou aqui.

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É desta que o IRS dos recibos verdes vai mudar? Este é um dos pontos do acordo de rendimentos que o Governo quer revisitar, de acordo com um documento a que o ECO teve acesso. Por outro lado, um novo estudo aponta que 25% dos diplomados têm qualificações a mais para os empregos que têm.

Enquanto isso, na indústria, a Riopele vai começar a testar, a partir de setembro, um novo regime de horários, que dá maior flexibilidade aos trabalhadores. E nas pensões, a Provedora de Justiça voltou a deixar alertas ao Governo, avisando que as reformas unificadas (de que trabalhou para o Estado e para o setor privado) estão a ser mal calculadas.

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Analistas esperam manutenção do rating de Portugal pela DBRS

  • Lusa
  • 18 Julho 2024

A DBRS vai fazer uma nova avaliação da dívida soberana portuguesa. A maioria dos especialistas consultados pela Lusa aposta na melhoria do outlook sobre a dívida portuguesa, com manutenção do rating.

A DBRS vai fazer uma nova avaliação da dívida soberana portuguesa esta sexta-feira, 19 de julho, e há analistas que vislumbram uma subida do rating, ainda que a maioria dos especialistas consultados pela Lusa aposte na manutenção, com uma melhoria do outlook.

“A economia portuguesa continua a mostrar resiliência e crescimento, fator que a tem destacado das suas congéneres europeias”, nota Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa, à Lusa, apontando que “Portugal tem conseguido reduzir o nível de endividamento” e “o custo de refinanciamento da dívida tem vindo a baixar, fator que deve ainda pesar menos” se se vier “a ter nova redução de taxas de juro no final do ano”.

Além disso, por esta altura, “a estabilidade política, bem como medidas que venham a fomentar ainda mais a economia, deverão permitir manter um ritmo de crescimento sustentável que deverão permitir ter melhorias orçamentais”.

Neste enquadramento, o analista diz esperar que a DBRS suba o rating de Portugal, bem como o outlook (perspetiva), que atualmente é estável, para positivo.

A economia portuguesa continua a mostrar resiliência e crescimento, fator que a tem destacado das suas congéneres europeias.

Filipe Silva

Diretor de Investimentos do Banco Carregosa

Numa nota de análise do mês de julho, Paula Carvalho, economista-chefe do gabinete de estudos do grupo BPI, também destaca que “as principais notícias no domínio da macroeconomia relativas a Portugal têm sido favoráveis”.

“Diríamos mesmo que a tendência futura, se tudo o resto não sofrer grandes alterações (importante premissa, dado o contexto político mundial muito complexo que vivemos), será para melhorar, como se pode aferir pelo sentido das revisões de cenários de várias instituições, apreciação de agências de rating, retirada de Portugal dos designados MIP (Macroeconomic Imbalance Procedure, na sua sigla em inglês) e também pela análise de vários indicadores”, salienta.

Por outro lado, Vitor Madeira, analista da Xtb, sinaliza à Lusa que “segundo toda a informação disponível parece que o panorama macroeconómico está semelhante, sendo que o mais provável será a manutenção do mesmo rating.

O responsável destaca que “as quedas nos rendimentos (yields) das obrigações a dez anos pagas pelo Estado têm demonstrado um sentimento otimista em relação ao risco”, mas que “não devemos esquecer que a expectativa de mais cortes na taxa de juro pelo Banco Central Europeu tem ajudado”.

“Quando comparamos as yields das obrigações portuguesas com as da Alemanha e da França, conseguimos ver que Portugal está neste momento com uma taxa de 3,008%, enquanto a Alemanha está com 2,413% e a França com 3,075%”, pelo que “a curva de rendimentos demonstra que a capacidade de pagamento da dívida contraída por parte de Portugal é superior à da França, mas inferior à da Alemanha”, salienta o analista.

Ricardo Amaro, analista da Oxford Economics, destaca à Lusa que “na última avaliação a DBRS manteve uma perspetiva estável”, pelo que não espera uma subida de rating. “Até porque desde a última avaliação, tem havido uma certa continuidade tanto às perspetivas económicas como para as finanças públicas, que são as variáveis mais importantes para as agências de rating“, salienta.

O analista aponta também que “a DBRS já classifica Portugal um nível mais alto que as outras agências, reforçando a ideia de que no máximo esta semana teremos uma subida das perspetivas (outlook), que sinalizaria uma provável subida do ‘rating’ em reuniões futuras”.

Em janeiro, a DBRS confirmou o rating de Portugal em “A”, mantendo ainda a perspetiva estável. Já em março, a Standard & Poor’s (S&P) subiu a notação da dívida soberana portuguesa de “BBB+” para “A-” o que fez o rating do país atingir o patamar “A” em todas as principais agências.

A DBRS é a primeira agência de notação financeira a pronunciar-se no segundo semestre do ano. Segue-se a S&P, em 30 de agosto, a Fitch a 20 de setembro e a Moody’s em 15 de novembro, fechando as avaliações em 2024.

O rating é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.

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SRS Legal assessora Indico Capital Partners e Cedrus Capital em investimento na Indie Campers

A equipa da SRS Legal envolvida na operação foi liderada pelos sócios de Private Equity & Venture Capital Paulo Bandeira e Gustavo Ordonhas Oliveira. A ronda de investimento foi no valor 35 milhões.

A SRS Legal assessorou a Indico Capital Partners e a Cedrus Capital numa ronda de investimento de 35 milhões de euros na Indie Campers, startup que através da sua plataforma digital oferece opções de viagem em autocaravanas.

A equipa da SRS Legal envolvida na operação foi liderada pelos sócios de Private Equity & Venture Capital Paulo Bandeira e Gustavo Ordonhas Oliveira, tendo contado ainda com a participação do coordenador Marco Silva Garrinhas e das associadas Joana Ferreira Gonçalves e Solange Fernandes.

A Indie Campers está presente em mais de 70 localizações e tem como objetivo expandir a sua presença e “tornar-se a plataforma número um de road trips do mundo”. A ronda foi liderada pela Indico Capital Partners, com a participação da Cedrus Capital e GED Ventures. “O capital será usado para investir no desenvolvimento tecnológico da plataforma digital, automatização e eficiência das operações e melhoria da experiência do cliente, reforçando a capacidade da empresa de expandir a sua presença global, oferecendo novos produtos e serviços e criando experiências únicas para os seus clientes”, informa comunicado.

Com uma rede de mais de 70 localizações em todo o mundo, a startup sedeada em Lisboa tem mais de 500 colaboradores, contando com uma frota de mais de 7.000 autocaravanas em três continentes e 20 países.

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Garrigues integra a sociedade de advogados mexicana Sánchez Devanny

A integração, prevista para o quarto trimestre do ano, está sujeita à due diligence confirmatória, à assinatura dos documentos contratuais finais e à aprovação dos órgãos competentes das duas firmas.

A Garrigues vai integrar o escritório mexicano Sánchez Devanny antes do fim do ano, passando a designar-se Garrigues México. A integração, prevista para o quarto trimestre do ano, está sujeita à due diligence confirmatória, à assinatura dos documentos contratuais finais e à aprovação dos órgãos competentes das duas sociedades. Os sócios gerais da Sánchez Devanny passarão a ser sócios da Garrigues.

“A integração das duas firmas, que se complementam tanto em termos de áreas de atividade como de presença geográfica, levará à criação de uma das maiores sociedades de advogados do México, com cerca de 160 profissionais, incluindo sócios, e escritórios na Cidade do México, Monterrey e Queretaro“, revela a firma em comunicado.

Segundo explicou a Garrigues em comunicado, a operação permitirá desenvolver “importantes sinergias” resultantes da combinação da “força internacional da Garrigues“, que se encontra presente com escritório próprio na Cidade do México desde 2014, com o “profundo conhecimento e experiência” da Sánchez Devanny no mercado mexicano.

“Para a Garrigues é uma enorme satisfação poder integrar a Sánchez Devanny e os seus sócios e profissionais na nossa organização. As duas sociedades, além de se complementarem, partilham os mesmos objetivos para o mercado mexicano e a mesma forma de exercer a prática da advocacia de negócios, desde a excelência no serviço, o compromisso ético e a atitude inovadora”, sublinha Fernando Vives, presidente executivo da Garrigues.

Fernando Vives garante ainda que os clientes das duas sociedades serão os principais beneficiários, continuando a usufruir da “mesma qualidade de serviço” e tendo à sua disposição mais áreas de prática e equipas “mais robustas”. “Tenho a certeza de que juntos faremos coisas importantes. Aproveito para dar as boas-vindas a todos os profissionais da Sánchez Devanny à Garrigues”, acrescenta Fernando Vives.

Já Rafael Villamar, sócio diretor da Sánchez Devanny, revela que é uma “alegria” fazer parte da Garrigues e poder contribuir com todo o seu conhecimento e experiência. “Esta integração representa um passo muito importante; a combinação das duas sociedades coloca-nos numa posição de liderança e de referência no mercado mexicano e dá-nos a possibilidade de oferecer aos nossos clientes uma plataforma única para tratar de todos os seus assuntos relativos à América Latina, agora com os nossos escritórios no México, Colômbia, Peru e Chile”, disse.

Após a integração, o México será o segundo mercado da Garrigues, num momento em que o país é ao mesmo tempo emitente e destinatário de importantes fluxos de capital dos EUA e da Europa.

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Seul alerta para produtos com substâncias tóxicas vendidos na Shein e AliExpress

  • Lusa
  • 18 Julho 2024

O Governo Metropolitano de Seul publicou esta quinta-feira uma nova lista de artigos vendidos na Shein e AliExpress contendo substâncias tóxicas acima dos níveis permitidos localmente.

O Governo Metropolitano de Seul publicou esta quinta-feira uma nova lista de artigos vendidos na Shein e AliExpress contendo substâncias tóxicas acima dos níveis permitidos localmente, após analisar produtos vendidos nas plataformas chinesas de comércio eletrónico.

As autoridades da capital sul-coreana querem pedir ao Ministério da Segurança Alimentar e dos Medicamentos sul-coreano que proíba a comercialização de todos estes produtos, incluindo roupa interior feminina e maquilhagem, e que as próprias plataformas deixem de os vender na Coreia do Sul.

Desde abril, o Governo Metropolitano está a analisar centenas de produtos disponíveis nestas plataformas, que se expandiram enormemente na Coreia do Sul no último ano, e já em maio tinha alertado que vários produtos infantis da Shein continham substâncias tóxicas além do permitido localmente.

A Shein assegurou que a segurança dos produtos é uma prioridade, efetua controlos de segurança regulares e retira imediatamente “por precaução” os produtos relativamente aos quais existe uma queixa, a fim de proceder a “investigações adequadas”.

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Lucros do Bankinter sobem 13% no primeiro semestre

  • Lusa
  • 18 Julho 2024

Em Portugal, onde o Bankinter está presente desde 2016, o resultado antes do pagamento dos impostos foi de 102 milhões de euros entre janeiro e junho, mais 20% do que no primeiro semestre de 2023.

O grupo bancário espanhol Bankinter teve lucros de 473,5 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mais 13,3% do que no mesmo período de 2023, anunciou o banco esta quinta-feira.

Em Portugal, onde o Bankinter está presente desde 2016, o resultado antes do pagamento dos impostos foi de 102 milhões de euros entre janeiro e junho, mais 20% do que no primeiro semestre do ano passado.

Ainda em Portugal, no mesmo período, a carteira de crédito do banco alcançou os dez mil milhões de euros e aumentou 12% em relação ao primeiro semestre de 2023, enquanto os recursos dos clientes chegaram aos 8 mil milhões (mais 13%).

O Bankinter continuou a aumentar a sua quota de mercado em todas as linhas de negócio e países em que opera, sendo que a principal atividade continua a ser em Espanha, onde o resultado antes dos impostos no primeiro semestre foi 686 milhões de euros (mais 14%), segundo um comunicado divulgado hoje.

Em Espanha, o banco tinha no final do primeiro semestre, uma carteira de crédito de 62 mil milhões de euros, um crescimento de 2,5% em relação há um ano impulsionado pelos empréstimos concedidos a empresas, segundo o Bankinter. Já os recursos dos clientes aumentaram para 70 mil milhões de euros (mais 5%).

O Bankinter está ainda presente na Irlanda, onde teve um resultado antes do pagamento dos impostos de 20 milhões de euros no primeiro semestre (mais 20% em relação ao mesmo período de 2023).

Em termos globais, de todo o grupo Bankinter, os ativos totais alcançavam em 30 de junho 118.400 milhões de euros (mais 7,5% do que há um ano), a carteira de crédito somava 78.687 milhões de euros (mais 5,5%) e os recursos dos clientes de retalho 80.755 milhões de euros (mais 3,6%).

Em relação aos empréstimos, o Bankinter destaca que no caso das empresas, a carteira de crédito total chegou aos 33,5 mil milhões de euros, um aumento de 7% em termos globais e de 5,4% no caso específico de Espanha, o que o banco considera “muito positivo num mercado em contração e que contrasta com a queda de 3,1% verificada no setor”.

Já em Portugal, o crédito a empresas no primeiro semestre cresceu 25%, “face a um setor que cresce apenas 0,9%”, destaca o Bankinter, que sublinha usar como base para estas taxas dados até abril do Banco de Espanha e do Banco de Portugal.

Quanto aos empréstimos a particulares para compra de casa (crédito para habitação), a carteira de crédito do Bankinter cresceu 4% no primeiro semestre comparando com o mesmo período do ano passado e alcançou os 35,6 mil milhões de euros.

Segundo o banco, o crédito para compra de casa aumentou em todos os países em que está presente.

No comunicado divulgado esta quinta-feira, o Bankinter diz que “o forte crescimento dos volumes da carteira de crédito e dos recursos” refletiram-se, no primeiro semestre do ano, em todas as rubricas da conta de resultados do banco.

Assim, a margem de juros foi de 1.160,3 milhões de euros (mais 8,6% do que há um ano); a margem bruta, que inclui todas as receitas, ascendeu a 1.410,5 milhões de euros (mais 10,4%); as receitas de comissões cobradas a clientes totalizaram 439,8 milhões de euros e as comissões líquidas, a diferença entre as cobradas e as pagas pelo banco, foram 342 milhões de euros (mais 12,7%).

A rentabilidade sobre capitais próprios (ROE) alcançou os 17,7%, situando-se 221 pontos-base acima do valor registado há um ano.

O grupo Bankinter teve lucros de 844,8 milhões de euros no ano passado, um aumento de 50,8% em relação a 2022 e um recorde na sua história.

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Mobilidade elétrica: «É preciso pisar o acelerador para cumprir metas ambientais»

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  • 18 Julho 2024

São cada vez mais os portugueses que optam pela compra de veículos eletrificados, mas autonomias reduzidas e preços elevados continuam a ser obstáculos. Até junho, vendas aumentaram 14%.

Só desde o início deste ano, o carregamento de veículos elétricos e híbridos plug-in na rede pública nacional permitiu poupar mais de 45 mil toneladas de CO2. O número pode parecer baixo, mas ganha outra dimensão quando se considera que seriam necessárias mais de 742 mil árvores com mais de dez anos para reter a mesma quantidade de CO2. Ainda assim, há muito a fazer para que a mobilidade elétrica permita alcançar os objetivos de redução de emissões estabelecidos pela União Europeia (UE): até 2030, um corte de 55%.

João Amaral, Chief Technology Officer & Country Manager Portugal da Voltalia

A nível nacional, a ambição passa por eletrificar o maior número possível de veículos ligeiros e chegar ao final desta década com 36% do parque automóvel verde, segundo as metas definidas pelo Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050. Portugal tem registado um aumento consistente na venda de elétricos e híbridos plug-in ao longo dos anos, tendo batido sucessivos recordes na comercialização destes automóveis.

Enquanto em 2010 existiam apenas 986 veículos ligeiros eletrificados no país, em 2020 eram já mais de 64 mil. No final de 2023, o parque nacional contava com 228.140 automóveis, sendo que perto de 69 mil foram vendidos entre janeiro e dezembro. Este ano, e de acordo com números da UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, o primeiro semestre dá sinais animadores: 33.432 veículos, um aumento de 14% face ao período homólogo de 2023.

Vantagens na carteira e no ambiente

Mas afinal é ou não vantajoso trocar um carro movido a gasolina ou gasóleo por um eletrificado? Se optar por um veículo totalmente elétrico, vai perceber que a forma como é feito o carregamento é decisiva para o apuramento dos custos. Carregar num dos 8.810 pontos de carregamento da rede pública tem um custo consideravelmente superior quando comparado a utilização doméstica.

Vamos a casos práticos, partindo dos cálculos da UVE atualizados com valores do mercado de eletricidade no final de junho e partindo de um consumo de 15,7 kWh/100 quilómetros. Se considerarmos um preço de 0,49€ por kWh no carregamento da rede pública, o custo para percorrer 100 quilómetros seria de 7,68€.

"Uma das maiores barreiras na aquisição de veículos elétricos é o investimento inicial, que na maioria dos casos continua a ser muito superior ao da compra de um veículo a combustão. O nível de autonomia destes automóveis continua a ser também uma das principais desvantagens apontadas pelos consumidores”

João Amaral

Chief Technology Officer & Country Manager Portugal da Voltalia

Já se o ‘abastecimento’ for feito em casa, em regime de tarifa simples e com um preço de 0,20€ por KWh, a fatura é de 3,14€ para os mesmos 100 quilómetros. Caso o carregamento ocorra em ambiente doméstico, em regime de tarifa bi-horária com um preço de 0,13€ por KWh, são precisos apenas 2,07€ para percorrer uma centena de quilómetros.

Mas há outras vantagens, nomeadamente fiscais. Os veículos elétricos não pagam Imposto Único de Circulação (IUC) e estão ainda isentos do Imposto Sobre Automóveis (ISV) – no caso dos híbridos plug-in, o ISV tem um desconto de 75%. Vale a pena lembrar que caso a aquisição seja feita por uma empresa, é possível deduzir o IVA na compra de carros 100% elétricos até 62.500€, assim como o IVA sobre a eletricidade para o carregamento. Além dos benefícios ambientais com a redução de emissões com a utilização dos carros elétricos, os custos de manutenção são também consideravelmente mais baixos.

Autonomia continua a ser obstáculo

Uma das maiores barreiras na aquisição de veículos elétricos é o investimento inicial, que na maioria dos casos continua a ser muito superior ao da compra de um veículo a combustão. No entanto, o nível de autonomia destes automóveis continua a ser também uma das principais desvantagens apontadas pelos consumidores, ainda que o número de quilómetros percorridos tenha vindo a aumentar à medida que a tecnologia evolui. Muitos carros elétricos de gama média já oferecem autonomias a rondar os 350 quilómetros, enquanto apenas os veículos de gama alta apresentam valores entre os 600 e 800 quilómetros.

Por outro lado, ainda que Portugal conte com 8.810 pontos de carregamento, o país precisa de continuar a investir na expansão da rede, em especial fora dos grandes centros urbanos de Lisboa, Porto e Algarve. Até 2050, o território nacional terá de contar com um total de 82 mil pontos de carregamento, mas ainda antes, até 2025 e de acordo com o previsto no Plano de Recuperação e Resiliência, deverá ter pelo menos 15 mil. A instalação de carregadores em condomínios já é obrigatória para a nova construção, mas um grande desafio para os edifícios mais antigos.

Carros chineses mais taxados

De acordo com o Mobility Consumer Index 2023 da consultora EY, 55% dos consumidores diz que o seu próximo carro será um elétrico. A tendência da mobilidade elétrica está para continuar, com a consultora EV Volumes a prever para este ano mais de 17,8 milhões de veículos eletrificados em todo o mundo, 25% acima dos números registados em 2023.

Para este crescimento têm contribuído as marcas chinesas que chegaram em peso aos mercados ocidentais, com a BYD a conquistar um crescimento exponencial – só em 2023, a empresa vendeu mais de 1,5 milhões de automóveis, pouco abaixo dos 1,8 da Tesla, que é líder mundial.

As taxas aduaneiras extraordinárias agora aplicadas aos veículos elétricos chineses podem afetar a transição para a mobilidade elétrica e prejudicar os consumidores europeus

João Amaral

Chief Technology Officer & Country Manager Portugal da Voltalia

Em consequência de uma investigação da Comissão Europeia sobre subsídios estatais concedidos pelo governo chinês às marcas daquele país, desde 5 de julho deste ano que a UE aplica penalizações fiscais aos automóveis produzidos na China. São direitos compensatórios, um tipo de tributação sobre bens importados para compensar a subsidiação pública. Para já, os fabricantes afetados são a BYD Auto (17,4%), Gelly (19,9%) e SAIC Motor (37,6%).

Segundo dados avançados pela Comissão Europeia, os veículos chineses, que hoje têm uma penetração de 8% no mercado comunitário, custam menos 20% do que os automóveis europeus. O risco, porém, é que as taxas aduaneiras extraordinárias agora aplicadas aos veículos elétricos chineses possam afetar a transição para a mobilidade elétrica e prejudicar os consumidores europeus.

João Amaral, Chief Technology Officer & Country Manager Portugal da Voltalia

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Escola 42 estima investir dois milhões por ano em Lisboa e Porto

A escola de programação sem professores e horários, muda-se esta quinta-feira para o agora Beato Innovation District, o antigo Hub Criativo do Beato, em Lisboa. Tem capacidade para 800 alunos.

Depois de vários anos a funcionar na Penha de França, em Lisboa, a escola 42 abre esta quinta-feira portas no Beato Innovation District. Com 1.200 metros quadrados de área na Factory, a escola de programação tem capacidade para 800 alunos. O projeto, que tem uma segunda escola no Porto, em quatro anos já recebeu sete milhões de euros de empresas e mecenas.Estimamos que nos próximos anos, o investimento seja apenas operacional e ande à volta de dois milhões de euros por ano para a 42 Porto e 42 Lisboa“, adianta Vanessa Zdanowski, Diretora Executiva da 42 em Portugal, ao ECO.

“A mudança da 42 Lisboa para o novo espaço foi motivada pela nossa visão em contribuir e amplificar o ecossistema de inovação tecnológica que acreditamos ter encontrado no Beato Innovation District”, começa por referir a diretora executiva. “A chegada de uma escola de software development vem fechar o círculo do hub tecnológico, contribuindo com a vertente de educação a um local já repleto de empresas e startups. Esta integração fortalecerá ainda mais o ecossistema, proporcionando um ambiente onde educação, inovação e empreendedorismo caminham lado a lado, beneficiando tanto os alunos como a comunidade empresarial envolvente”, argumenta.

A operar em Portugal desde 2021, com a abertura da primeira escola 42 em Lisboa, o projeto, desde 2022 com um segundo espaço no Porto, já recebeu mais de 50 mil candidaturas e 1.500 alunos das mais diversas nacionalidades e backgrounds que procuram um modelo de ensino que assenta num método de aprendizagem gamificado e que promove a aprendizagem sem salas de aula, sem horários e sem professores. Destes, 60 já terminaram o curso.

“Desde que abriu portas em Portugal, a Escola 42 tem vindo a desenvolver uma ligação próxima com o ecossistema empresarial. São frequentes os encontros dos alunos com profissionais de variadíssimas empresas. Não só na 42 através de tech talks e workshops, mas também nas empresas, quando os alunos são convidados a visitar os escritórios e a participarem em diversas atividades no âmbito do negócio. Em ambos os casos, são ótimas oportunidades para darem a conhecer as suas skills, o expertise desenvolvido ao longo do curso e enriquecerem a sua rede de contactos”, diz.

Sinergias que a responsável acredita que se vão intensificar no agora designado Beato Innovation District, o antigo Hub Criativo do Beato, que acolhe na Factory startups e scaleups como a Sixt; MicroHarvest; o Interactive Technologies Institute (ITI), a Midwich Portugal, a Inetum ou a Unicorn Factory Lisboa, projeto promovido por Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

“Acreditamos que no Beato Innovation District haverá ainda mais sinergias neste sentido, e estamos entusiasmados para vermos os alunos integrarem este ecossistema de inovação tecnológica com o seu característico sentido de constante aprendizagem”, considera a responsável. “Estamos a antecipar uma série de iniciativas com os nossos vizinhos. Teremos seguramente a participação dos nossos alunos em eventos culturais, hackathons, workshops e meetups, proporcionando-lhes oportunidades únicas de networking e inspiração para concretizarem as suas ideias.”

Impacto económico estimado de 460 milhões

O projeto tem como ambição ter 300 alunos graduados por ano. Para aceder ao curso, que demora em média 18 meses a concluir, é necessário passar dois testes online e completar a “piscine”, um bootcamp de 26 dias intensivos nas instalações da 42, em que os candidatos aprendem as bases de programação. Não é necessário formação específica em programação para candidatar-se. Aliás, mais de metade dos alunos da 42 não frequentaram o ensino superior, mais de 20% tem 30 anos de idade e mais de 30% são estudantes internacionais, aponta um estudo realizado pela Boston Consulting Group (BCG) para a 42.

Com base na evolução salarial dos alunos que acabaram a formação – de uma média de 13,2 mil euros de salário médio bruto anual de entrada na 42 para 50 mil euros (salário médio bruto dos engenheiros de software) –, do aumento de produtividade, do consumo privado e dos impostos cobrados (devido ao aumento dos salários), a escola estima que, em dez anos, tenha um impacto económico de mais e 460 milhões na economia nacional, com uma média de 8 milhões no PIB por cada turma de formados.

“O impacto económico em mais de 460 milhões de euros foi calculado por uma consultora independente que produziu o nosso relatório de impacto relativo aos primeiros três anos de atividade. E este cálculo dá-nos apenas a perspetiva do impacto direto que advém do incremento salarial estimado. Ou seja, são valores retributivos efetivamente pagos em Portugal para funções que os nossos alunos graduados passam a ter acesso quando terminarem o curso. Estes níveis salariais são já um reflexo da qualidade percebida e da relevância do nosso programa”, aponta Vanessa Zdanowski que, destaca ainda, a taxa de empregabilidade dos alunos. “Até à data praticamente todos os nossos alunos já se encontram a trabalhar.”

“Temos consciência de que a saída de talentos para o exterior também é uma realidade e o papel da nossa escola é o de capacitar e apoiar os alunos para que realizem os seus objetivos. Estamos comprometidos em formar profissionais competentes e preparados para enfrentar os desafios globais, contribuindo para um futuro melhor tanto em Portugal quanto além-fronteiras”, refere quando questionada sobre o impacto efetivo na economia portuguesa face à conhecida saída de talento jovem qualificado para o exterior.

Com a Inteligência Artificial com um impacto estimado de 30% dos empregos em Portugal, segundo a OCDE, a responsável da 42 não receia o impacto desta tecnologia nos alunos. Pelo contrário.

“O impacto da Inteligência Artificial nos nossos alunos é positivo, proporciona-lhes uma vantagem competitiva até. Não nos podemos esquecer que o curriculum da 42 desenvolve em profundidade competências técnicas que os alunos utilizarão no desenvolvimento de código aplicado à IA. Após o common core, oferecemos, entre outras, uma especialização em IA e algoritmos, com projetos práticos focados em IA, machine learning e data science, munindo-os das competências específicas para estarem na vanguarda da inovação tecnológica, contribuindo para o progresso e a transformação digital em Portugal e no mundo”, acrescenta.

Foco é Lisboa e Porto

Para já não há planos para mais escolas 42 a nascer no país. “Não temos mãos a medir, mas não há planos para abrir novas unidades da 42 em outras localidades além de Lisboa e Porto. É certo que temos uma elevada procura, substancialmente acima da nossa capacidade instalada. Para ter uma ideia, passarão pelas nossas ‘piscines‘ de verão (fase final do processo seletivo de novos alunos) cerca de 600 candidatos, estando pelo menos mais 300 em lista de espera”, adianta.

“Estamos focados em consolidar e fortalecer os campi, garantindo que a qualidade da formação e os recursos disponíveis atendam às expectativas e necessidades dos nossos alunos”, diz. “Temos planos para avançar ainda este ano com um novo programa de especialização que irá complementar o curso core da 42 e pretende revolucionar o desenvolvimento de software para um setor crítico da nossa economia portuguesa, mas ainda não podemos contar mais”, afirma, sem adiantar mais detalhes.

Manter o projeto, com os atuais dois espaços, exige investimento das empresas e mecenas, já que a oferta de formação é gratuita. “Os parceiros da 42, entre empresas do setor privado e social e filantropos individuais, tornaram esta viagem possível através da contribuição de mais de sete milhões de fundos desde 2020, quando abrimos portas em Portugal. Estimamos que nos próximos anos, o investimento seja apenas operacional e ande à volta de dois milhões de euros por ano para a 42 Porto e 42 Lisboa”, remata.

 

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“Um festival é sobretudo uma experiência. Temos que melhorar muito a experiência”

O arranque do SBSR é o ponto de partida para a entrevista a Luis Montez, dono da Música no Coração. Os festivais, a venda das rádios e a entrada da Live Nations são alguns dos temas abordados.

Luís Montez, fundador da Música no Coração, em entrevista ao +M/ECOHugo Amaral/ECO

Verão é sinónimo de festivais de música. Depois do Primavera Sound Porto, do Rock in Rio, do Sumol Summer Fest e do Nos Alive, que decorreu no último fim de semana, chega agora a 28.ª edição do Super Bock Super Rock. Luís Montez, dono da Música no Coração, espera receber 20 a 25 mil pessoas por dia na Herdade do Cabeço da Flauta, no Meco, que volta a ser a casa do evento.

Este ano, pela primeira vez, quem tem bilhete diário pode, por mais 14 euros, acampar. “Se calhar bebeu um bocadinho, não convém pegar no carro, fica lá”, explica o promotor do festival. A tenda eletrónica foi também orientada de modo a não interferir no som do palco principal, uma das críticas do ano passado. “Um festival é sobretudo uma experiência. Temos que melhorar muito a experiência, sempre”, acrescenta.

Em agosto segue-se o Sudoeste, este ano sem naming sponsor, após a Meo ter deixado de patrocinar o festival. “O impacto é grande”, reconhece Luís Montez, “não só em termos financeiros, como é óbvio, mas também em termos de comunicação”. “A Meo era uma máquina de promoção. Portanto, são custos que tivemos que suportar”. A continuidade do festival chegou a ser equacionada. “Tivemos que ponderar, mas achámos que era pior se não fizéssemos. Todos os dias nascem festivais e alguém ia ocupar o espaço, era um risco. Penso que esta edição vai correr muito bem e certamente vão aparecer marcas interessadas em estar connosco, quem sabe o próprio Meo”, acrescenta.

Este ano é então encarado como um investimento, a apontar para próximas edições. “Às vezes temos que andar um passo atrás para ir dois à frente. Acho que temos um belo cartaz, o recinto vai ficar bonito e temos já clientes há quase 28 anos”, refere.

Sem os patrocinadores, tínhamos que pôr bilhetes muito mais caros, mas depois o público não conseguia ir”, recorda Luís Montez, que também em agosto, em Fátima, vai fazer em parceria com a Medialivre o Festival da Saudade.

Nesta primeira edição, são esperadas cerca de 15 mil pessoas. “Faltava-nos um bom festival de música portuguesa, mais popular, sem ser ‘pimba’, justifica. Este surge assim alavancado “com a força do grupo Medialivre” e num cenário no qual são esperados, no Dia do Emigrante, 1,5 milhões de pessoas. “Estão lá com a família e com os amigos. Porque não ouvir música, beber uns copos e confraternizar e provar uma gastronomia local?”, sugere.

Sobre o crescente número de festivais, para os quais é necessário tanto público como marcas associadas, Luís Montez defende que “o mercado vai acabar por selecionar”.

No entanto, os promotores debatem-se com uma questão acrescida. “Neste momento estamos a sentir uma febre de as autarquias fazerem festivais gratuitos. Ao menos podiam pôr bilhetes a 1 ou 2 euros, para uma instituição de solidariedade do concelho, mas não. E isto também desgasta um bocado os artistas. Quando não se paga para ver, também não se valoriza muito”, aponta.

A venda da Rádio Festival e da SBSR à Medialivre, “essencialmente para diminuir dívida à banca”, é outro dos temas abordados na entrevista. Luís Montez tem ainda as rádios Marginal, Amália e Rádio Nova Era, “que se equilibram”.

No portefólio também a rádio Sudoeste, agora sem a Meo, que “está a precisar de mais força”. “Vamos fazer o festival e depois vamos pensar como é que damos a volta ao tema”, diz, reconhecendo que, “se aparecer uma boa proposta”, a venda é uma possibilidade.

A entrada da Live Nations no mercado, através da compra de uma posição de controlo na Ritmos & Blues e na Arena Atlântico, há 17 meses a ser avaliada pela AdC e desde o final do ano em investigação aprofundada, é outro dos temas abordados na entrevista a Luís Montez, que, a concretizar-se o negócio, ficará com uma posição de 30% na dona do Meo Arena.

Assista à entrevista completa:

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Hoje nas notícias: Escutas, contratação coletiva e viagens

  • ECO
  • 18 Julho 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O antigo Procurador-Geral da República José Cunha Rodrigues critica o uso excessivo e invasivo de escutas na investigação criminal. As convenções de trabalho publicadas nos primeiros três meses do ano representam aumentos nominais dos salários de 8,5%, que se traduziram em ganhos reais de 1,6%. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Ex-Procurador-Geral da República alerta para uso excessivo de escutas

O antigo Procurador-Geral da República José Cunha Rodrigues considera que o país tem um “problema” com escutas telefónicas, alertando para o uso excessivo e invasivo destas na investigação criminal. Contrariando a tese da atual PGR de uma “campanha orquestrada” contra o Ministério Público, Cunha Rodrigues fala antes “de uma espiral do silêncio” em que, “até um certo momento, ninguém fala de ninguém e a partir daí todos replicam as mesmas coisas”.

Leia a entrevista completa no Público (acesso pago) e na Renascença (acesso livre).

Contratação coletiva arranca o ano com ganhos reais de 1,6%

Há 275 mil trabalhadores potencialmente abrangidos por aumentos salariais no âmbito de contratação coletiva no primeiro trimestre deste ano, mais 11% do que no mesmo período de 2023. Em termos nominais, a subida dos salários foi, em média, de 8,5%, mas, descontando a inflação e o tempo que as tabelas ficaram por atualizar, traduziu-se em ganhos reais de 1,6%, segundo os cálculos da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT).

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Procura de viagens por portugueses em máximos

Depois de 2023 ter batido o recorde de portugueses a viajarem para o estrangeiro, este ano arrancou com uma procura por viagens acima dos últimos anos para os operadores turísticos. Várias agências concordam que todo o ano, e não só o período do verão, será positivo para o setor.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Fim “abrupto” da manifestação de interesses vai “desregular” entrada de imigrantes

O coordenador científico do Observatório da Emigração considera que o fim da manifestação de interesses, prevista no plano do Governo para as migrações, irá criar “desregulação” no fluxo de entradas de imigrantes. “Vão continuar a entrar como entravam até agora, ou seja, irregularmente”, antevê Rui Pena Pires, em entrevista, lembrando que, enquanto houver emprego, os imigrantes continuarão a chegar. O responsável apela a uma “revolução” da rede consular, pois se esta não for capaz de garantir a emissão de vistos, os imigrantes terão menos hipóteses de se regularizarem.

Leia a entrevista completa no Público (acesso pago).

Venda de seguros de viagem dispara na época de férias

Entre janeiro e maio deste ano, foram contratualizados mais de 37 mil seguros de viagem, um aumento de 30% face ao mesmo período de 2023, ano em que os portugueses contratualizaram 56.800 produtos deste tipo. Os dados são da IATI Seguros, empresa online de seguros de viagem, que revela também que 60% dos seguros contratualizados se destinam a estadias longas e fora da Europa, nomeadamente para o Brasil, entre sete e 14 dias, e Cabo Verde e Estados Unidos, para uma estadia de sete a nove dias.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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