Lucro da Semapa dispara 22,5% à boleia do papel e cimento

Holding da família Queiroz Pereira obteve lucros de 132 milhões de euros na primeira metade do ano graças ao aumento do negócio do papel da Navigator e do cimento da Secil.

A Semapa SEM 0,00% registou lucros de 131,8 milhões de euros no primeiro semestre, uma subida de 22,5% em relação ao mesmo período do ano passado, com o resultado a ser impulsionado pelo bom desempenho do negócio de papel da Navigator e do cimento da Secil.

A holding da família Queiroz Pereira alcançou um volume de negócios superior a 1,4 mil milhões de euros nos seis primeiros meses do ano, mais 7% em termos homólogos, sendo que 75% foram vendas ao exterior.

Mais de mil milhões foram faturados pela papeleira Navigator, que a Semapa controla em cerca de 70%, com o volume de negócios a ser impulsionado pelas aquisições da Accrol no Reino Unido por 152 milhões (em 2024) e da Ejea em Espanha (no segundo trimestre do ano passado).

Outros 345,8 milhões foram gerados pela cimenteira Secil, cuja faturação aumentou cerca de 2%.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) totalizou os 379,1 milhões de euros, subindo 14,4% face ao primeiro semestre do ano passado. O maior contributo veio da Navigator: quase 300 milhões. A Secil deu mais de 76 milhões.

A Semapa destaca o aumento da procura e dos preços do papel para o bom desempenho da Navigator, enquanto a Secil teve uma boa atividade em Portugal, Brasil e Tunísia que compensou uma quebra no Líbano.

A dívida líquida ascendia a 1,13 mil milhões de euros no final de junho, crescendo 11,4% em comparação com junho do ano passado.

Em resultado da estratégia de expansão, como a entrada no mercado britânico com a compra da Accrol este ano, os investimentos da Semapa neste período superou os 300 milhões de euros.

Para o resto do ano, a Semapa antecipa alguma pressão no negócio da pasta e do papel da Navigator, mas a pressão dos custos deverá manter os preços elevados. Quanto à Secil, Portugal a crescer e Brasil a recuperar contrariaram a incerteza política nos mercados do Líbano e Tunísia, adianta a administração liderada por José Fey.

A Semapa fechou a sessão desta sexta-feira a cair 0,53% para 15,08 euros, apresentando uma valorização de 12,5% desde o início do ano. Tem um market cap de 1,23 mil milhões de euros.

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Filhas de Queiroz Pereira notificam Concorrência da aquisição de maioria na Semapa e Navigator

  • Lusa
  • 29 Maio 2023

Filipa, Mafalda e Lua Queiroz Pereira procederam à divisão da herança e a CMVM dispensou-as de terem de lançar ofertas públicas de aquisição (OPA) sobre a Semapa e a Navigator.

As filhas de Pedro Queiroz Pereira notificaram a Autoridade da Concorrência (AdC) da aquisição de uma participação maioritária das sociedades Vértice e Sodim, e consequentemente na Semapa e na The Navigator Company.

Numa informação publicada no site, a AdC informou que “a operação de concentração em causa consiste na aquisição, pelas herdeiras e filhas do Senhor Pedro Queiroz Pereira — Filipa Mendes de Almeida de Queiroz Pereira, Mafalda Mendes de Almeida de Queiroz Pereira e Lua Mónica Mendes de Almeida de Queiroz Pereira (“Herdeiras”) —, de uma participação maioritária na Vértice — Gestão de Participações, SGPS, S.A. e na Sodim SGPS, S.A. (e, consequentemente, na Semapa — Sociedade de Investimento e Gestão, SGPS, S.A. (“Semapa”) e na The Navigator Company, S.A. (“Navigator”) (em conjunto, “Grupo Queiroz Pereira”)”.

Num comunicado divulgado na semana passada, a CMVM informou que “em resposta a pedido efetuado, e por verificar preenchidos os pressupostos legais, […] declarou a derrogação do dever de lançamento de OPA obrigatória por parte das requerentes sobre as sociedades Semapa e Navigator, produzindo aquela derrogação efeitos quando, em virtude da partilha da herança, os deveres de lançamento de OPA obrigatória se venham efetivamente a constituir”.

Esta decisão da CMVM acontece na sequência do pedido de declaração da derrogação do dever de lançamento futuro de uma OPA sobre a Semapa e a The Navigator Company apresentado pelas três filhas de Pedro Queiroz Pereira, em virtude da perspetivada partilha da herança indivisa do empresário, falecido em 2018.

“As requerentes pretendem ver afastado o dever de lançamento de OPA, uma vez que a posição de domínio que adquirirão sobre as referidas sociedades cotadas decorre de transmissão sucessória e de a lei estabelecer essa como causa de derrogação daquele dever”, explica a CMVM.

As três filhas de Pedro Queiroz Pereira, únicas sucessoras do empresário, celebraram em 2 e 29 de março de 2023 acordos parassociais relativos à coordenação das participações que cada uma detém nas sociedades Sodim e Vértice, respetivamente.

Na sequência destes acordos, passou-lhes a ser conjunta e reciprocamente imputável, de forma direta e indireta, uma participação correspondente a 39,85% dos direitos de voto representativos do capital social da Sodim e de 1,5% dos direitos de voto representativos do capital social da Vértice, sociedade esta que detém uma participação correspondente a 25,58% dos direitos de voto representativos do capital social da Sodim.

Já a Sodim detém uma participação correspondente a 83,22% dos direitos de voto representativos do capital social da Semapa que, por sua vez, detém 69,97% dos direitos de voto representativos do capital social da Navigator.

Assim, embora atualmente a posição imputável às filhas de Queiroz Pereira na Sodim (39,85% dos direitos de voto representativos do capital social) não ser suscetível de lhes conferir o domínio desta sociedade, nem, indiretamente, o domínio das sociedades cotadas Semapa e Navigator, tal passará a acontecer quando for concretizada a partilha da herança, “a ter lugar uma vez verificadas as formalidades necessárias”.

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Lucros da Semapa subiram 35,7% no primeiro trimestre do ano

Holding da família Queiroz Pereira sublinha que a melhoria do EBITDA num “ambiente desafiante” foi o “principal impulsionador” do aumento dos resultados até março, que totalizaram 57 milhões de euros.

Um dia depois de informar o mercado que vai pagar o dividendo de 95 cêntimos no início de junho, distribuindo um valor total aproximado de 75,9 milhões de euros, a Semapa anunciou esta sexta-feira uma subida de 35,7% nos resultados no primeiro trimestre deste ano, para 57 milhões de euros. Nos primeiros três meses do ano passado, o conglomerado industrial português tinha lucrado 42 milhões de euros.

Em comunicado enviado à CMVM, a holding da família Queiroz Pereira sublinha que a melhoria do EBITDA num “ambiente desafiante” (+12,1 milhões de euros, para um total de 166,8 milhões) foi o “principal impulsionador” deste aumento do resultado líquido. Entre janeiro e março, 130,7 milhões foram gerados na Navigator, 32,2 milhões na Secil e 4,6 milhões na ETSA (ambiente). A margem EBITDA consolidada atingiu 24,7%, 0,6 p.p. acima da registada em igual período de 2022.

“O aumento do EBITDA foi impulsionado pelo crescimento no segmento de pasta e papel, beneficiando da desaceleração dos custos, nomeadamente de logística, de algumas matérias-primas e de energia, o que, a par com o esforço de manutenção de preços e enriquecimento do mix de produto, compensou parcialmente a redução do volume de vendas de papel UWF. O EBITDA do segmento de cimento aumentou em cerca de 10% refletindo a boa performance de Portugal, que contrasta com as dificuldades dos restantes países que resultam principalmente do aumento dos custos energéticos”, aponta.

O volume de negócios consolidado do grupo liderado por Ricardo Pires ascendeu a 675,2 milhões de euros (vs. 641,8 milhões no período homólogo), com a Navigator a valer 501,2 milhões, beneficiando com o aumento de 19% do volume de vendas de pasta e com a evolução favorável de preços de tissue. No arranque do ano, as exportações e as vendas no exterior ascenderam a 489 milhões de euros, representando 72,4% das vendas totais.

Na nota referente ao primeiro trimestre, em que a dívida líquida remunerada consolidada atingiu 764,6 milhões de euros (29,6 milhões abaixo do final de 2022), a Semapa sublinha que “o atual contexto político-económico, marcado pela desaceleração das economias, pela inflação e pelo prolongar da guerra na Ucrânia, faz com que permaneça uma situação de grande imprevisibilidade e de enorme volatilidade”.

“A eficácia das políticas monetária e económica na Europa, bem como a evolução do risco geopolítico, terão um papel determinante para o clarificar das incertezas atuais. O Grupo Semapa está a gerir estes eventos desfavoráveis com um forte empenho no aumento de eficiência, potenciando a produtividade, moderando o aumento dos custos variáveis via contenção de consumos específicos, e com um esforço continuado de controlo dos custos fixos”, completa.

No capítulo dos investimentos em ativos fixos realizados nos primeiros três meses do ano, num valor total de cerca de 60,6 milhões de euros, quase o dobro do verificado um ano antes, surge novamente em destaque a Navigator (41,7 milhões de euros, dos quais 15,1 milhões em ambiente ou de cariz sustentável. Até junho será concluído o investimento na instalação industrial da Secil no Outão, CCL – Clean Cement Line, que entre janeiro e março absorveu 4,8 milhões de euros.

A aquisição da Gomà-Camps Consumer em Espanha por parte da Navigator, que foi concluída a 31 de março por cerca de 85 milhões de euros, é enquadrada na “estratégia de diversificação” e para o reforço da presença no segmento At Home. A integração desta nova fábrica vai permitir à Navigator posicionar-se como o segundo maior produtor ibérico de tissue.

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Mais de um terço da Bolsa nacional está nas mãos de apenas sete investidores

Xi Jinping, presidente da China, é o maior investidor da Euronext Lisboa, contando com participações diretas e indiretas em oito empresas cotadas.

Os maiores investidores da Euronext Lisboa, da esquerda para a direita: John Graham (Canada Pension Plan Investment), Lua Queiroz Pereira (Sodim), Fernando Masaveu Herrero (Oppidum Capital), Xi Jinping (China), Pedro Soares dos Santos (Sociedade Francisco Manuel dos Santos), Paula Amorim (Grupo Américo Amorim) e João Lourenço (Angola).

O mercado de ações da Euronext Lisboa conta atualmente com 37 empresas cotadas que agregam uma capitalização bolsista de 78 mil milhões de euros. A sua estrutura acionista é constituída por milhares de investidores, de onde sobressaem os fundos de investimento e os pequenos investidores nacionais, que compram e vendem vários lotes de ações diariamente.

No entanto, quase metade das cotadas (17) apresenta uma estrutura acionista totalmente blindada pelo controlo da maioria do capital por muito poucos acionistas. É disso o exemplo a EDP Renováveis EDPR 0,00% , a maior empresa da praça portuguesa com uma capitalização bolsista de 21 mil milhões de euros, que é detida em 75% pela EDP EDP 0,00% .

O mesmo sucede com a Jerónimo Martins JMT 0,00% , que tem 56% do seu capital nas mãos da família Soares dos Santos ou a Corticeira Amorim COR 0,00% , que é controlada pela família Amorim através de três holdings familiares.

Xi Jinping é de longe o maior investidor da praça financeira portuguesa. E não é de agora. O poder do Império do Meio tem sido construído ao longo da última década.

A forte concentração do capital entre as cotadas é espelhada no domínio da Bolsa nacional por um grupo muito restritivo de apenas sete investidores, que através dos seus investimentos controlam 35% do capital da Euronext Lisboa.

Grande parte deste grupo é dominado por famílias bem conhecidas: a Soares dos Santos, que detém a maioria do capital da Jerónimo Martins, a família Amorim, que é dona de uma carteira avaliada em 2,5 mil milhões de euros como resultado de investimentos realizados na Galp Energia GALP 0,00% , na Corticeira Amorim e no Estoril-Sol ; e a família Queiroz Pereira, hoje representada pelas três filhas do empresário Pedro Queiroz Pereira que, através da holding familiar (Sodim), controlam um império de 2,4 mil milhões de euros de participações maioritárias na Semapa SEM 0,00% e na Navigator NVG 0,00% .

Apesar de o capital nacional ser ainda a estrela maior na Bolsa lusitana, as 38 cotadas têm nas suas estruturas acionistas investidores qualificados (detentores de participações acima dos 2%) de mais 15 nacionalidades. Entre os países com maior peso na Euronext Lisboa está Espanha e Angola.

Destaque para o fundo Oppidum Capital, do grupo Masaveu do empresário espanhol Fernando Masaveu Herrero, que detém uma participação de 7,2% na EDP (em 2013 chegou a comprar a participação de 1% que o BES detinha na elétrica por 37 milhões de euros), e para o próprio Estado angolano, que através de posições no capital da Galp, NOS NOS 0,00% e BCP BCP 0,00% acumula atualmente investimentos de 2,3 mil milhões de euros.

A completar o leque dos sete maiores investidores da praça portuguesa está John Graham, presidente e CEO da Canada Pension Plan Investment, a entidade que gere o fundo de pensões do Canadá que acumula mais de 350 mil milhões de euros sob gestão. Atualmente, os canadianos deteem uma posição de 7% na EDP e, por arrasto, uma participação indireta da EDP Renováveis e no BCP.

Os mais poderosos da Euronext Lisboa

Fonte: Empresas, Euronext e Refinitiv. 11 de dezembro de 2022.

Pequim tem ganho poder na Bolsa desde os anos da Troika

No topo dos maiores investidores da Euronext Lisboa está Xi Jinping e o capital chinês privado, que por via de três empresas estatais (China Three Gorges, State Grid of China e China Communications Construction Company) e da empresa privada Fosun agrega um portefólio de mais de 8,5 mil milhões de euros de participações diretas e indiretas em oito empresas cotadas: EDP, EDP Renováveis, BCP, REN RENE 0,00% , Mota-Engil EGL 0,00% , Martifer , Inapa e Reditus.

Xi Jinping é de longe o maior investidor da Bolsa nacional. E não é de agora. O poder do Império do Meio tem sido construído ao longo da última década com o arranque, em 2011, do Programa de Assistência Económica e Financeira da Troika, que incluía uma forte política de privatizações, que abriu as portas ao capital chinês nas maiores empresas nacionais.

O primeiro teste do capital chinês na Bolsa portuguesa foi dado pela empresa pública China Three Gorges (CTG) em dezembro de 2011. Na altura, a CTG pagou 2,7 mil milhões de euros ao Estado português por 21,35% do capital da EDP, então liderada por António Mexia. Desde então, Pequim já aforrou mais de 2 mil milhões de euros só em dividendos com o investimento na EDP e alargou o seu raio de ação até à EDP Renováveis e ao BCP, através da participação de 21,08% que a CTG detém hoje no capital da elétrica nacional.

Seguiram-se investimentos na Redes Energéticas Nacionais (REN), através de uma participação de 25% da State Grid of China e de 3,9% da Fosun (hoje essa participação é de 5,3% e está associada à Fidelidade, empresa detida em cresceu 85% pela Fosun) no decorrer de processos de privatização da empresa e, mais tarde, em 2016, ocorre a entrada da Fosun no BCP com um investimento de 175 milhões de euros.

A carteira de Pequim na praça nacional fica completa com a participação de 32,4% da construtora China Communications Construction Company (CCCC) no capital da Mota-Engil e com o controlo de 57,8% da Estoril-Sol pela Finansol, uma sociedade detida pelo empresário chinês Stanley Ho.

(Notícia atualizada a 14 de dezembro com a clarificação de que a Fosun é uma empresa privada).

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Lucros da Semapa disparam quase 90% até setembro

Holding controlada pela família Queiroz Pereira, com negócios na área da pasta de papel (Navigator) ou do cimento (Secil), reporta resultado líquido de 231,4 milhões nos primeiros nove meses do ano.

A Semapa chegou ao final de setembro com lucros de 231,4 milhões de euros, o que corresponde a um crescimento de 89,3% face ao mesmo período do ano passado, de acordo com o comunicado enviado à CMVM esta sexta-feira.

A sociedade explica esta subida de 109,2 milhões de euros nos resultados líquidos, em termos homólogos, pelo efeito combinado de quatro fatores:

  1. Incremento do EBITDA em 308,5 milhões de euros, devido maioritariamente ao crescimento de 305,9 milhões de euros no segmento de pasta e papel;
  2. Agravamento de 26,5 milhões de euros nas depreciações, amortizações e perdas por imparidade e provisões;
  3. Deterioração dos resultados financeiros líquidos em cerca de 48,7 milhões de euros, refletindo o aumento do custo líquido de financiamento da Secil Brasil e impactos não recorrentes da Navigator;
  4. Aumento dos impostos sobre o rendimento em cerca de 75,9 milhões de euros, decorrente fundamentalmente do crescimento dos resultados;

O volume de negócios consolidado cresceu 53%, para 2.312,3 milhões de euros, com a pasta e papel (Navigator) a ser responsável por 1.822,5 milhões, o que representa um aumento homólogo de 62,8%. Na área do cimento (Secil), as vendas subiram 22,3% e os negócios do ambiente (ETSA) escalaram 42,2%. As exportações e vendas no exterior ascenderam a 1.740,4 milhões de euros neste período, isto é, valeram 75,3% do volume de negócios total.

A sociedade liderada por Ricardo Pires destaca “a resiliência e adaptabilidade demonstrada pelo Grupo Semapa e suas subsidiárias na gestão do impacto de eventos desfavoráveis” como o aumento dos custos da energia, da logística e das matérias‐primas”, através de um “forte empenho no aumento de eficiência, a potenciação da produtividade, a moderação do aumento dos custos variáveis via contenção de consumos específicos e um esforço continuado de controlo dos custos fixos”.

“Impulsionado pelo índice de preços da pasta, pelo aumento generalizado do custo da energia, logística e matérias‐primas, e ainda por um balanço oferta‐procura muito desequilibrado, o índice de preços do papel UWF na Europa registou também um forte crescimento nos primeiros nove meses de 2022, o que contribuiu para o crescimento do volume de negócios da Navigator”, resume a holding, frisando que o negócio no cimento “reflete essencialmente a evolução positiva em Portugal e no Brasil”.

O EBITDA dos primeiros nove meses de 2022 totalizou 673,2 milhões de euros (vs. 364,8 milhões de euros no período homólogo): 551,6 milhões de euros foram gerados na pasta e papel (+124% vs. o período homólogo); 106,1 milhões de euros no cimento (‐1,1%); e 15,1 milhões de euros no ambiente (+31,3%). A margem EBITDA consolidada atingiu 29,1%, 5 pontos percentuais acima da registada em igual período de 2021.

Investimento a subir e dívida a baixar

Em nove meses, o grupo calcula ter feito investimentos em ativos fixos no valor aproximado de 121 milhões de euros, com o segmento pasta e papel a ficar com 64,6 milhões e o cimento com 51,9 milhões. O projeto CCL ‐ Clean Cement Line na fábrica de cimento do Outão absorveu 29,4 milhões. Por outro lado, o valor dos investimentos em ativos financeiros, realizado até ao final do terceiro trimestre pela capital de risco Semapa Next, totalizou 15,2 milhões, repartidos por seis empresas – Defined.AI, Kencko, Probely, Airly, Flecto e EMOTAI – e seis fundos, incluindo um novo da Lakestar, empresa de capital de risco baseada na Suíça.

A 30 de setembro, a dívida líquida remunerada consolidada era de 797,8 milhões de euros, ou seja, 217,8 milhões abaixo do registo no final do ano passado. Na informação ao mercado, o grupo assegura dispor de uma “confortável posição de liquidez, assegurada por disponibilidades e por um conjunto de linhas contratadas e não utilizadas”.

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João Castello Branco deixa Semapa. Ricardo Pires será o novo CEO

A holding da família Queiroz Pereira anunciou que João Castello Branco deixa a presidência executiva ao fim de sete anos. Ricardo Pires será o CEO a partir de janeiro.

João Castello Branco vai deixar a Semapa, após sete anos na liderança da comissão executiva da holding da família Queiroz Pereira. Para o seu lugar entra Ricardo Pires, que foi chefe de gabinete de Pedro Queiroz Pereira e já era um dos administradores.

O gestor que saiu da McKinsey para ocupar o cargo de CEO, a convite de Pedro Queiroz Pereira, “considera que já se encontram cumpridos os objectivos definidos aquando da sua eleição para tal cargo e criadas as condições para a sua sucessão na liderança do Grupo”, segundo o comunicado divulgado pela Semapa. A renúncia tem efeitos no dia 31 de dezembro. João Castello Branco deixa também a presidência do conselho de administração da Navigator.

O cargo de CEO da Semapa será assumido a partir de janeiro por Ricardo Pires, que veio do antigo BES Investimento para a holding e foi chefe de gabinete de Pedro Queiroz Pereira, assumindo um papel preponderante no conflito com Ricardo Salgado, antes do colapso do BES.

O currículo disponibilizado no site da Semapa informa que Ricardo Pires é licenciado em Administração e Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa, detém uma especialização em Corporate Finance pelo ISCTE e um MBA em Gestão de Empresas pela Universidade Nova de Lisboa.

Iniciou a sua carreira na área de consultoria de gestão, primeiro na BDO Binder e depois na GTE Consultores. Em 2002, foi contratado para a direção de Corporate Finance do ES Investment, onde esteve até ser chamado para a Semapa, em 2008, onde entrou como diretor de Planeamento Estratégico e Novos Negócios.

Três anos depois, Pedro Queiroz Pereira convida-o para chefe de gabinete, cargo que deixou em 2014 para se tornar administrador executivo com a gestão da área de Novos Negócios, Fusões e Aquisições, exercendo ainda funções noutras sociedades com esta relacionadas. Exerce cargos de administração também na Navigator e na Secil e é, desde 2018, CEO da Semapa Next, a empresa de venture capital da Semapa. Além de CEO da Semapa vai também ser chairman da Navigator, Secil e ETSA.

João Castello Branco liderava a presidência executiva da Semapa desde julho de 2015, onde chegou com a missão de profissionalizar a gestão das participadas e fazer a desalavancagem do grupo, que em sete anos reduziu a dívida em 830 milhões.

“O conselho de administração agradece ao senhor engenheiro João Castello Branco a dedicação e profissionalismo com que desempenhou o cargo de Presidente da Comissão Executiva ao longo destes dois mandatos”, termina o comunicado.

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Lucro da Semapa cresce 68% em nove meses, mas vendas de cimento caem

Melhoria do EBITDA e dos resultados financeiros impulsionou resultados dos primeiros nove meses do ano. Vendas de cimento recuaram 3,5%.

A Semapa chegou ao final de setembro com lucros de 122,2 milhões de euros, um crescimento de 68% face ao mesmo período do ano passado. Dívida encolheu 11,4% face ao final de 2020 para 1.077 milhões.

A holding controlada pela família Queiroz Pereira fechou os primeiros nove meses de 2021 com uma subida de 4,7% no volume de negócios para os 1515,3 milhões, proporcionado pelo bom desempenho da pasta e papel (7,3% para 1.119,6 milhões) e da ETSA (+24,4% para 29,1 milhões). Em sentido contrário esteve a Secil, com as vendas de cimento a caírem 3,5% para 366,7 milhões.

No comunicado de apresentação das contas, a empresa liderada por João Castello Branco afirma que a quebra no negócio do cimento “reflete essencialmente a evolução negativa verificada no mercado libanês, efeito da forte desvalorização cambial face ao Euro da libra libanesa que mais que superou o efeito da evolução positiva verificada nos mercados português, tunisino e brasileiro”.

As vendas de cimento e outros materiais de construção cresceram 5% em Portugal para os 244,4 milhões, 12% no Brasil para 64,2 milhões e 19,9% na Tunísia, para 39,6 milhões. Já no Líbano, que atravessa uma grave crise económica e social, afundaram 71,3% para 15,1 milhões. Em Angola, o volume de negócios atingiu um total de 3,9 milhões de euros, mais 18,4% do que no período homólogo.

A quebra das vendas acabou por não ter impacto relevante no EBITDA da Secil, que se manteve estável face ao mesmo período do ano passado, apesar de em 2020 ter registado mais-valias de cerca de sete milhões com a alienação de ativos. Sem esta receita extraordinária, o EBITDA teria crescido este ano 6,2%. O resultado líquido praticamente duplicou para 42,2 milhões.

O contributo favorável quer da pasta e papel quer do negócio do ambiente (ETSA) permitiu um crescimento de 11,9% no EBITDA da Semapa para os 364,8 milhões. A beneficiar as contas esteve ainda a melhoria de 36,3% nos resultados financeiros.

A dívida líquida era de 1.077,2 milhões de euros no final de setembro, menos 138 milhões do que no final de 2020. A holding investiu 82 milhões nos primeiros nove meses, dos quais 13,8 milhões no projeto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (ID&T) e descarbonização na fábrica de cimento de Outão.

Sobre o futuro, a Semapa alerta, no caso do cimento, “para a subida de preço de vários fatores de produção, com destaque para a componente energética, e a rutura nos fornecimentos de matérias-primas ou de cadeias logísticas a nível internacional, influenciarão a recuperação económica e poderão enfraquecer o seu ritmo. A Secil encontra-se a implementar as medidas de gestão de aprovisionamentos e dos seus custos de produção de forma a mitigar os potenciais impactos”.

Em relação à pasta, papel e tissue, “à medida que a economia recupera e o plano de vacinação é implementado, é expectável que as condições se mantenham globalmente positivas”.

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Família Queiroz Pereira vai pedir à CMVM que investigue a Maxyield

Família Queiroz Pereira, BCP e Caixa BI acusam clube de investidores de dar "informações falsas" na OPA da Semapa. Maxyield tinha alegado ontem que a compra de ações após a oferta era ilegal.

A família Queiroz Pereira e a Maxyield entraram numa guerra de comunicados por causa da OPA da Semapa. Depois da associação de investidores ter sustentado que a Sodim não podia comprar ações após o final da oferta, possibilidade que está prevista no prospeto aprovado pela CMVM, a resposta chegou esta terça-feiraA. A Sodim, o BCP e a Caixa BI acusam a Maxyield de “induzir os investidores em erro” e vão fazer queixa ao regulador.

“O comunicado e comportamento da Maxyield é suscetível de induzir os investidores em erro, condicionando-os na sua liberdade de decisão no que respeita a vendas de ações Semapa, prejudicando objetivamente o livre funcionamento do mercado e a defesa dos interesses dos acionistas minoritários”, sustentam os signatários.

Na véspera, já após o anuncio do resultado da OPA, em que a Sodim elevou a participação na Semapa para 82,75% dos direitos de voto, ficando aquém do objetivo dos 90%, a Maxyield divulgou um comunicado muito crítico, considerando ilegal a possibilidade da holding da família Queiroz Pereira continuar a comprar ações ao preço da OPA nos dias seguintes.

“A Sodim continua a cometer o erro de persistir num preço muito inferior ao real valor da Semapa, que vai afetar gravemente as suas relações com o mercado de capitais, pois pretende recorrer a um «prolongamento» ilegal de aquisição de ações da Semapa, na tentativa de obter o que não conseguiu no prazo da Oferta”, sustentava a Maxyield. “É uma violação das normas legais vigentes e uma violação do Código dos Valores Mobiliários”, acrescentava.

Uma tese a que a Sodim e os bancos que a assessoram na operação se opõem. Os signatários “reafirmam a legalidade de todos os atos por si praticados, devidamente supervisionados e sancionados pela CMVM e confirmam a legalidade e validade das compras de ações Semapa que venham a ser efetuadas pela Sodim entre os dias 8 e 15 de junho na Euronext bem como de outras compras de tais categorias de ações que possam vir ser feitas no futuro pela Sodim, em bolsa ou fora de bolsa”.

"O comportamento da Maxyield traduziu-se (…) na divulgação de um conjunto de comunicados contendo informações falsas, incompletas, exageradas, tendenciosas e enganosas.”

Comunicado da Sodim e bancos

As três entidades vão mais longe e acusam a Maxyield de apresentar um comportamento impróprio desde o início da OPA, acusando-a de divulgar “um conjunto de comunicados contendo informações falsas, incompletas, exageradas, tendenciosas e enganosas, com o propósito de impedir uma livre aceitação da OPA voluntária da Sodim por parte dos seus destinatários”.

Sofim, BCP e Caixa BI vão, por isso, solicitar “à CMVM que proceda às averiguações necessárias e pertinentes tendo em vista o apuramento do impacto destas atuações”. E reservam-se no direito “de atuar contra essa entidade e contra os seus dirigentes para defesa dos seus direitos e bom nome.”

"A Maxyield – Clube dos Pequenos Acionistas entende ser necessária uma intervenção imediata da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.”

Maxyield

Também a Maxyield pediu a intervenção do supervisor da bolsa. “A Maxyield – Clube dos Pequenos Acionistas entende ser necessária uma intervenção imediata da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários para pôr fim a um ato de violação do Código de Valores mobiliários por parte da Sodim“, dizia o comunicado. “A Maxyield informa ainda o mercado de capitais que qualquer atuação dos intermediários financeiros da Sodim, promovendo a compra de ações da Semapa, será judicialmente responsabilizada e vai alertar o Banco de Portugal para a sua ilegalidade”.

O resultado da oferta de aquisição, que decorreu entre 27 de abril e 4 de junho, foi conhecido esta segunda-feira. A Sodim conseguiu 28% das ações alvo da oferta na OPA, equivalentes a 7,88% do capital e 8% dos direitos de voto. Comprou no mercado mais 1,57%, elevando a participação total na Semapa para 82,75% dos direitos de voto.

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Sodim consegue 82,75% dos direitos de voto na OPA e Semapa fica em bolsa

Família Queiroz Pereira reforça participação na Semapa, mas não o suficiente para pedir a saída de bolsa e chegar a 100% do capital.

A Sodim ficou com 81,3% do capital e 82,75% dos direitos de voto da Semapa após a OPA, reforçando o seu peso no capital da “holding” que controla 69,35% do capital da Navigator, a cimenteira Secil e a ETSA. Uma percentagem que não permite avançar para a retirada da empresa de bolsa.

O resultado da oferta de aquisição, que decorreu entre 27 de abril e 4 de junho, foi conhecido esta segunda-feira. A Sodim conseguiu 28% das ações alvo da oferta na OPA, equivalentes a 7,88% do capital e 8% dos direitos de voto. Comprou no mercado mais 1,57%, elevando a participação total na Semapa para 82,75%.

Para conseguir ficar com 100% da empresa, a “holding” da família Queiroz Pereira teria de ter conseguido 90% do capital e das ações alvo da OPA, o que não aconteceu. Caso conseguisse 90% do capital, poderia avançar junto da CMVM com o pedido de perda de qualidade de sociedade aberta, deixando a Semapa de estar cotada, o que na prática levaria os fundos e investidores a vender as suas ações (não são obrigados), dado que a empresa perderia a liquidez de mercado.

A 1 de junho a “holding” da família Queiroz Pereira tinha informado o mercado que prescindia da condição de obter 90% dos direitos de voto, de forma a não inviabilizar a aquisição das ações conseguidas na OPA. “Atendendo aos níveis de aceitação verificados até ao momento, entende a Sodim, desde já, informar que irá renunciar”, na data de apuramento de resultados da Oferta “à condição de sucesso”, lê-se no comunicado.

Uma opção que lhe permite aproveitar as ordens de venda na OPA e aumentar a sua participação na Semapa. A 1 de Junho a Sodim tinha informado o mercado que já tinha garantido 82,05% dos direitos de voto.

Além da OPA, a Semapa tem vindo a comprar, ao mesmo preço da oferta, ações no mercado. A última atualização da estrutura acionista, que tem data de 4 de junho, dá à Sodim e partes relacionadas 74,24% do capital e dos direitos de voto, percentagem que sobe para 75,54% dos direitos de voto tirando as ações próprias.

Quatro fundos espanhóis, Bestinver, Cobas, Magallanes e Horos, com cerca de 7% do capital e dos direitos de voto da Semapa, recusaram vender ao preço oferecido pela família Queiroz Pereira, de 12,17 euros (11,66 euros sem o dividendo pago entretanto), considerando-o demasiado baixo.

“A oferta é muito baixa e não reflete o real valor dos ativos da Semapa. Optámos por não a aceitar em defesa do interesse dos participantes dos nossos fundos”, justificou Diogo Pimentel, analista de investimentos da Magallanes Value Investors, em declarações ao ECO na quarta-feira passada, quando se percebeu que o desfecho seria a manutenção da empresa em bolsa.

E agora?

A legislação impede o lançamento de uma nova OPA nos 12 meses seguintes, mas a família Queiroz Pereira poderá tentar chegar aos 90% comprando no mercado. “A Sodim pode tentar comprar ações no mercado, uma vez que a Semapa está a transacionar com um grande desconto”, referia Miguel Rodríguez Quesada, da Horos Asset Management, também a semana passada.

O gestor considera que a (ainda mais) baixa liquidez das ações da Semapa pode representar uma pressão adicional para os fundos venderem. A empresa fechou a sessão desta segunda-feira com uma cotação de 11,70 euros, quatro cêntimos acima da contrapartida da OPA, o que avalia a cotada em 950,86 milhões de euros.

A Sodim enviou um comunicado ao mercado a informar que deu ordem ao BCP para comprar todas as ações que os investidores querem vender ao mesmo preço da OPA entre dia 8 e 15 de junho, como previsto no prospeto da operação. Tendo em conta que a contrapartida é a mesma, é pouco provável que quem não quis vender durante a operação o venha a fazer agora.

Esta não é a primeira vez que a família lança uma OPA para ficar com totalidade do capital da holding. Em 2015, a moeda de troca foram ações da Portucel, hoje Navigator. Na altura, conseguiu 51,3% dos títulos alvo da oferta, passando a controlar 71% do capital da Semapa.

(Notícia atualizada às 21h20 com informação sobre ordem de compra de ações em mercado)

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Frente espanhola põe travão à saída da Semapa de bolsa<span class='tag--premium'>premium</span>

Ainda não é desta que a família Queiroz Pereira deverá conseguir tirar a Semapa de bolsa e ficar com 100% da empresa. Fundos espanhóis com 7% do capital recusaram vender. Preço era demasiado baixo.

Bestinver, Cobas, Magallanes e Horos. Nenhuma destas quatro gestoras de fundos de investimento espanholas, que juntas detêm 7% dos direitos de voto da Semapa, aceitou vender na OPAlançada pela família Queiroz Pereira com o objetivo de retirar a “holding” de bolsa e assegurar a totalidade do capital. A operação termina hoje às 15h. “A oferta é muito baixa e não reflete o real valor dos ativos da Semapa. Optámos por não a aceitar em defesa do interesse dos participantes dos nossos fundos”, justifica Diogo Pimentel, analista de investimentos da Magallanes Value Investors, que tem cerca de 1,5% do capital da empresa. Não foi a única a recusar os 12,17 euros oferecidos pela Sodim. A Semapa comunicou na terça-feira ao mercado, dia em que as ordens na OPA se tornaram irrevogáveis, que foram

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Lucro da Semapa sobe quase 50% para 25,4 milhões no primeiro trimestre

Volume de negócios da Semapa caiu mais de 10% devido à quebra no negócio da Pasta e Papel. Ainda assim, lucros subiram quase 50% para 25,4 milhões no primeiro trimestre do ano.

A Semapa obteve lucros de 25,4 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que corresponde a uma subida de 47,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

A holding aumentou os resultados apesar de o volume de negócios ter caído 11,5% para 463,7 milhões de euros nos três primeiros meses do ano, dos quais 340,8 milhões gerados no segmento Pasta e Papel/Navigator (-16%), 113,4 milhões de euros no Cimento/Secil (+3,1%) e 9,7 milhões de euros no Ambiente/ETSA (+15,2%), indicou a empresa em comunicado enviado esta segunda-feira ao mercado.

A Semapa explica que a redução da faturação da Navigator reflete “os menores volumes de pasta e papel, fruto essencialmente das paragens programadas de manutenção anuais da fábrica de pasta e das máquinas de papel da Figueira da Foz, com um impacto de 11 dias, e a diminuição do preço de papel”.

O EBITDA (lucro menos juros, impostos, depreciações e amortizações) atingiu os 107,5 milhões de euros, uma redução de quase 10% em termos homólogos.

Por outro lado, o valor dos investimentos realizado no primeiro trimestre de 2021 situou-se em cerca 25 milhões de euros, menos dois milhões em relação ao mesmo período do ano passado. O segmento Pasta e Papel concentrou 20 milhões de euros do total de investimento.

A Semapa, que controla a papeleira Navigator e a cimenteira Secil, tem como CEO João Castello Branco e como chairman José Antônio Fay.

A Sodim, que controla já 73% do capital da Semapa, tem atualmente em curso uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre as ações que ainda não detém, oferecendo aos investidores uma contrapartida de 11,66 euros por cada ação. A OPA termina a 4 de junho.

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7 perguntas e respostas sobre a OPA da Semapa

Tem ações da Semapa? Preparamos um guia com sete perguntas e respostas sobre a oferta pública de aquisição lançada pela família Queiroz Pereira. Operação começa esta terça-feira.

Arranca esta terça-feira a oferta pública de aquisição (OPA) da família Queiroz Pereira sobre a Semapa SEM 0,00% . Até quando posso decidir vender as minhas ações? Qual o preço que vou receber por elas? Se não vender, o que acontece? Preparamos um guia com sete perguntas e respostas sobre a operação lançada pela Sodim.

1. Quando arranca a OPA? E quando termina?

Estas são as principais datas. A OPA arranca já esta terça-feira, pelas 8h30. E vai decorrer durante o próximo mês, até ao dia 25 de maio. “O período da oferta ocorrerá durante quatro semanas, entre as 8h30 do dia 27 de abril e as 15h00 do dia 25 de maio de 2021, podendo as respetivas ordens de aceitação ser recebidas até ao termo deste prazo”, indicou a Sodim no anúncio de lançamento da operação.

Os resultados da OPA serão apurados em sessão especial de mercado regulamentado na Euronext, que se espera que venha a ter lugar no dia 26 de maio. A liquidação financeira da operação ocorrerá no segundo dia útil após a data da sessão especial de mercado regulamentado.

2. Qual o preço oferecido pela Sodim?

Inicialmente, a Sodim ofereceu uma contrapartida de 11,40 euros por ação, mas já reviu o preço em alta para os 12,17 euros.

Entretanto, conforme lembrou no anúncio de lançamento da OPA, a assembleia geral da Semapa do próximo dia 30 de abril deverá aprovar um dividendo de 51,2 euros, pelo que este valor terá de ser descontado da contrapartida, que passará assim para os 11,66 euros.

3. Quantas ações a Sodim já tem? E quantas quer comprar?

A Sodim afirma que já tem 58,4 milhões de ações da Semapa, incluindo os 19,4 milhões de títulos que detém e os 38,96 milhões de títulos na posse da Cimo – Gestão de Participações. Isto corresponde a 71,906% do total do capital da Semapa.

A OPA visa o capital que a holding da família Queiroz Pereira ainda não detém: ou seja, cerca de 28,1% das ações que estão na posse de outros investidores, um total de 22,8 milhões de ações. Para ficar com 100% da Semapa, a Sodim vai ter de comprar títulos à Bestinver (5,05%), ao fundo soberano da Noruega (2,13%), Cobas Asset Management (2,05%) e ir à bolsa adquirir 16,8% do capital que se encontra disperso por investidores não qualificados.

4. Quanto é que a Sodim vai investir? Já assegurou financiamento?

A OPA prevê que a Sodim venha a investir cerca de 277 milhões de euros. Mas há dois pormenores por causa do dividendo: a holding da família Queiroz Pereira tem a receber cerca de 30 milhões de euros, que poderá usar para pagar o negócio, e, além disso, com o dividendo a descontar no valor da contrapartida, a operação representará um investimento de 266 milhões.

Seja como for, a Sodim diz já ter o financiamento assegurado: há um acordo de financiamento com o BCP e a Caixa Geral de Depósitos, através de uma carta compromisso, nos termos da qual estão assegurados “os fundos necessários” para pagar a oferta até ao montante de 250 milhões de euros. O remanescente de 27,8 milhões encontra-se assegurado através de dois depósitos de quase 14 milhões de euros nos dois bancos e que estão “bloqueados para efeitos de pagamento da contrapartida”.

5. O que disse o board da Semapa sobre a OPA?

O conselho de administração da Semapa considerou que a OPA é “oportuna” e que o preço oferecido pela Sodim é “adequado”, tendo apresentado várias métricas para sustentar a sua opinião. Mas os analistas do BPI/CaixaBank, por exemplo, já afirmaram que o preço não satisfaz e que limita as hipóteses de sucesso da operação. No PSI-20, os títulos da Semapa estiveram a negociar acima dos 12,17 euros, mas fecharam a sessão desta segunda-feira um cêntimo abaixo da contrapartida da Sodim.

6. Qual é a condição de sucesso da OPA?

É condição de sucesso da oferta que a Sodim passe a deter, em consequência da mesma oferta, um mínimo de 90% dos direitos de voto da Semapa. Isto implica que a holding da família Queiroz Pereira tenha de comprar, pelo menos, 14,7 milhões de títulos (64,4% do objeto da OPA). Mas a oferente reserva-se ao direito de renunciar a esta condição de sucesso.

7. Haverá OPA potestativa? A Semapa vai sair de bolsa?

Caso a Sodim, em resultado da presente OPA, venha a deter pelo menos 90% dos direitos de voto da Semapa e, simultaneamente, venha a adquirir, pelo menos, 90% das 22.831.666 ações da Semapa que são objeto da OPA, irá recorrer ao mecanismo de aquisição potestativa das ações da Semapa que permanecerem na titularidade de outros acionistas.

Se a Sodim não adquirir pelo menos 90% das ações que são objeto da OPA, mas vier a deter pelo menos 90% dos direitos de voto da Semapa, irá promover a perda de qualidade de sociedade aberta da Semapa e saída de bolsa e, posteriormente, ponderará então se irá proceder a uma aquisição potestativa das ações da Semapa que permanecerem na titularidade de outros acionistas.

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