OPA da família Queiroz Pereira à Semapa arranca esta terça-feira

Dois meses depois de ter sido lançada, a oferta pública de aquisição da Sodim sobre a Semapa arranca esta terça-feira. Há uma contrapartida de 12,17 euros por ação em cima da mesa.

Está aí a oferta pública de aquisição (OPA) da família Queiroz Pereira sobre a Semapa. Cerca de dois meses depois de ter sido lançada, a operação foi agora registada e chega ao mercado já esta terça-feira, terminando daqui a um mês, no dia 25 de maio. A Sodim quer comprar cerca de 30% do capital que ainda não detém na empresa e oferece 12,17 euros por ação.

“O período da oferta ocorrerá durante quatro semanas, entre as 8h30 do dia 27 de abril e as 15h00 do dia 25 de maio de 2021, podendo as respetivas ordens de aceitação ser recebidas até ao termo deste prazo”, indica o prospeto publicado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A Sodim, que já controla 71,9% do capital da Semapa, oferece uma contrapartida de 12,17 euros por cada um dos 22,8 milhões de títulos que visa na OPA, isto depois de terem puxado pelo preço face aos 11,40 euros iniciais. Pode ter de investir assim cerca de 275 milhões nesta transação, tendo já assegurado o financiamento da operação com 250 milhões de euros emprestados pelo BCP e pela Caixa Geral de Depósitos e com 27 milhões em depósitos nos dois bancos.

O conselho de administração da Semapa, que controla a Navigator e detém ainda a cimenteira Secil, já disse que a operação é “oportuna” e considerou o preço adequado. Na bolsa, a Semapa fechou a sessão desta segunda-feira nos 12,16 euros, um cêntimo abaixo da contrapartida da Sodim, o que pode ser já um sinal do sucesso ou insucesso da OPA.

O anúncio do lançamento da OPA lembra que a assembleia geral da Semapa vota a 30 de abril um dividendo de 51,2 cêntimos por ação, valor que terá de ser subtraído da contrapartida, que passará para os 11,66 euros.

Saída de bolsa em perspetiva

Caso a Sodim, em resultado da presente OPA, venha a deter pelo menos 90% dos direitos de voto da Semapa e, simultaneamente, venha a adquirir, pelo menos, 90% das 22.831.666 ações da Semapa que são objeto da OPA, irá recorrer ao mecanismo de aquisição potestativa das ações da Semapa que permanecerem na titularidade de outros acionistas (“squeeze-out”) previsto no Código dos Valores Mobiliários.

Contudo, se a Sodim não adquirir pelo menos 90% das ações que são objeto da OPA mas vier a deter pelo menos 90% dos direitos de voto da Semapa, irá promover a perda de qualidade de sociedade aberta da Semapa e saída de bolsa e, posteriormente, ponderará então se irá proceder a uma aquisição potestativa das ações da Semapa que permanecerem na titularidade de outros acionistas.

Os resultados da OPA serão apurados em sessão especial de mercado regulamentado na Euronext, que se espera que venha a ter lugar no dia 26 de maio.

Com 5,05% do capital, a Bestinver é o segundo maior acionista qualificado da Semapa, seguida do fundo soberano da Noruega, que detém 2,13% e da Cobas Asset Managemen, com 2,05%. Os restantes 16,8% estão dispersos em bolsa, segundo a informação disponibilizada no site da Semapa.

(Notícia atualizada às 18h58)

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Sodim subiu preço da OPA e board da Semapa recomenda aos investidores que aceitem operação

Família Queiroz Pereira subiu contrapartida dos 11,40 euros para 12,17 euros. O conselho de administração, que já havia dado o seu "aval" à OPA, continua a dizer que preço é adequado.

O conselho de administração da Semapa reitera que a oferta pública de aquisição (OPA) lançada em fevereiro pela Sodim é “oportuna” e que a contrapartida de 12,17 euros continua a ser “adequada”, isto após revisão em alta face aos 11,40 euros iniciais.

A operação tem caráter geral e voluntário. A família Queiroz Pereira, que já controla mais de 73% da cotada, reviu o preço em alta para 12,17 euros por cada ação da Semapa que ainda não detém e definiu como cláusula de sucesso a aquisição de 90% dos direitos de voto da cotada nacional.

O board da Semapa, que já havia avalizado a anterior oferta da Sodim, dá três argumentos para sustentar a opinião de que “a contrapartida da oferta merece ser tida em consideração e é suscetível de ser aceite pelos acionistas”, de acordo com o relatório publicado na CMVM:

  • a oferta representa um prémio de 46,1% em ao preço médio ponderado das ações da Semapa no mercado regulamentado Euronext Lisbon no período que mediou entre a declaração da pandemia (11 de março de 2020) e a data do Anúncio Preliminar (18 de fevereiro de 2021), o qual é de 8,33 euros;
  • mesmo tomando como referência os price targets dos analistas, a presente oferta apresenta uma diferença positiva de 15,3 pontos percentuais no diferencial correspondente à média dos price targets que se verificava à data da publicação do anúncio preliminar no dia 18 de fevereiro de 2021.;
  • considerando as ofertas públicas comparáveis lançadas em Portugal nos últimos 10 anos, e tendo em conta o aumento do montante da contrapartida da oferta, constata-se que o prémio de 28,1% implícito na oferta face ao preço de fecho da ação anterior ao anúncio preliminar é superior em cerca de 18,2 p.p. à média ajustada dos prémios pagos em transações comparáveis realizadas em Portugal desde 2011, cujo valor ronda 9,9%.

Face a esta exposição, o conselho de administração “reitera ser seu entendimento que a oferta é oportuna e as suas condições são adequadas” e diz que “a contrapartida da oferta merece ser tida em consideração e é suscetível de ser aceite pelos acionistas”.

Caso a Sodim consiga deter pelo menos 90% dos direitos de voto da Semapa e, simultaneamente, adquirir pelo menos 90% das ações objeto da oferta, tem a intenção de acionar o mecanismo de aquisição potestativa para ficar com as ações da totalidade dos acionistas, uma prática conhecida por squeeze-out.

No caso de não adquirir pelo menos 90% das ações que são objeto da OPA, mas se conseguir ficar com percentagem equivalente dos direitos de voto, irá promover a retirada da Semapa da bolsa.

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Semapa sobe 3% após família Queiroz Pereira aumentar OPA

Foi a sétima sessão a subir para a bolsa de Lisboa, igualando o maior ciclo de ganhos desde dezembro. Ajudou a Semapa, após a família Queiroz Pereira ter subido o preço da OPA.

As ações da Semapa subiram quase 3% esta quarta-feira, reagindo à subida do preço da oferta pública de aquisição (OPA) lançada em fevereiro pela Sodim, da família Queiroz Pereira. Foi o melhor desempenho em Lisboa, que somou assim a sétima sessão positiva, igualando o maior ciclo de ganhos desde dezembro.

O PSI-20, o principal índice português, valorizou 0,23% para 5.025,41 pontos, e está em máximos desde 22 de janeiro, com dez cotadas em alta.

Os títulos da Semapa foram os que mais avançaram na sessão: fecharam em alta 2,84% para 12,30 euros, depois de a Sodim ter anunciado esta terça-feira que aumentou a contrapartida da OPA dos 11,40 euros por ação para 12,17 euros. Este desempenho é um prenúncio de que o mercado continua a considerar o preço baixo e que a OPA pode não vingar por causa disso, tal como afirmaram os analistas do CaixaBank/BPI.

Semapa avança

Entre os pesos pesados, o BCP somou 1,96% para 0,1197 euros e a Galp ganhou 0,68% para 10,04 euros — no caso da petrolífera nacional, as notícias do mercado de petróleo não são favoráveis, pois o Brent está a cair mais de 1% para 61,91 dólares por barril.

Por outro lado, a travar uma maior subida estiveram sobretudo a EDP Renováveis, que cedeu 0,96% para 18,65 euros, enquanto a EDP e a Jerónimo Martins recuaram 0,08% e 0,17%, respetivamente.

Por outro lado, a travar uma maior subida estiveram sobretudo a EDP Renováveis, que cedeu 0,96% para 18,65 euros, enquanto a EDP e a Jerónimo Martins recuaram 0,08% e 0,17%, respetivamente.

Lá por fora, com Wall Street em suspenso à espera de novidades da reunião da Reserva Federal norte-americana, as bolsas europeias fecharam ligeiramente abaixo da linha de água. O Ibex-35 foi dos que mais caiu, cerca de 0,40%. As perdas nas bolsas de Frankfurt, Milão e Paris não ultrapassaram os 0,25%. O Stoxx 600, que reúne as 600 principais cotadas do Velho Continente, cedeu 0,14%.

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Família Queiroz Pereira lança OPA à Semapa com prémio de 20%

A Sodim, que já controla mais de 73% da Semapa, paga uma contrapartida em dinheiro de 11,40 euros por ação, o que representa um prémio de 20% face à cotação desta quinta-feira. Saída de bolsa à vista.

A Sodim acabou de lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) geral e voluntária sobre a Semapa, a qual já controla mais de 73% do capital, segundo comunicou esta quinta-feira ao mercado. O negócio avalia a Semapa em quase 930 milhões de euros.

A holding da família Queiroz Pereira paga uma contrapartida em dinheiro de 11,40 euros por cada ação que ainda não detém na Semapa SEM 0,19% , o que representa um prémio de 20% face à cotação de fecho desta quinta-feira e de 37,2% em relação ao preço médio nos últimos seis meses. As ações estão a cotar atualmente nos 9,50 euros.

De acordo com o anúncio preliminar partilhado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sodim detém, diretamente e através da Cimo, 58.438.334 ações representativas de 71,906% do capital social da Semapa e 73,167% dos direitos de voto da Semapa.

“É condição de sucesso da OPA que a Sodim passe a deter, em consequência da mesma, 90% dos direitos de voto na Semapa. A Sodim reservou-se o direito de, na sua inteira discricionariedade, renunciar à condição de sucesso acima descrita nas 24 horas subsequentes ao apuramento dos resultados da OPA”, refere a Sodim em comunicado.

A Semapa, que controla a papeleira Navigator e a cimenteira Secil, tem como CEO João Castello Branco e como chairman José Antônio Fay. Registou lucros de 124 milhões de euros em 2019 e está avaliada em cerca de 770 milhões de euros a preços de mercado.

Com 5,05% do capital, a Bestinver é o segundo maior acionista qualificado da Semapa, seguida do fundo soberano da Noruega, que detém 2,13%. Os restantes 18,85% estão dispersos em bolsa, segundo a informação disponibilizada no site da Semapa.

Saída da bolsa à vista

Caso a Sodim, em resultado da presente OPA, venha a deter pelo menos 90% dos direitos de voto da Semapa e, simultaneamente, venha a adquirir, pelo menos, 90% das 22.831.666 ações da Semapa que são objeto da OPA, irá recorrer ao mecanismo de aquisição potestativa das ações da Semapa que permanecerem na titularidade de outros acionistas (“squeeze-out”) previsto no Código dos Valores Mobiliários.

Contudo, se a Sodim não adquirir pelo menos 90% das ações que são objeto da OPA mas vier a deter pelo menos 90% dos direitos de voto da Semapa, irá promover a perda de qualidade de sociedade aberta da Semapa e saída de bolsa e, posteriormente, ponderará então se irá proceder a uma aquisição potestativa das ações da Semapa que permanecerem na titularidade de outros acionistas.

Em qualquer caso, a Sodim reserva-se o direito de não avançar com os processos de aquisição potestativa, se a contrapartida que vier a ser determinada para tais processos for superior à contrapartida paga na oferta de 11,40 euros por ação.

Sodim investe 260 milhões na OPA

Se a Sodim comprar os mais de 22,8 milhões de títulos que são objeto da oferta a 11,4 euros cada, a OPA irá implicar um investimento da holding da família Queiroz Pereira a rondar os 260 milhões de euros.

No anúncio preliminar, a Sodim frisa que é sua intenção, “independentemente dos resultados da OPA, dar continuidade à atividade empresarial da Semapa e das sociedades por ela controladas em moldes similares aos que têm vindo a ser por estas desenvolvidos”.

O Millennium BCP e o Caixa BI são assessores financeiros e intermediários financeiros encarregados da assistência à oferta, o JPMorgan é a assessora financeira e a Linklaters é a assessora jurídica da Sodim.

(Notícia atualizada às 22h19)

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BPI aposta na EDP, Jerónimo Martins e Navigator em 2020

Analistas do CaixaBank/BPI mantêm EDP, Jerónimo Martins e Navigator na lista das favoritas para o próximo ano, com potencial de valorização até 40%. Nos salta fora das preferidas nacionais.

O CaixaBank/BPI mantém as ações da EDP, Jerónimo Martins e Navigator na lista das favoritas para o próximo ano, apontando para potenciais de valorização que podem chegar aos 40%. Em sentido contrário, a Nos salta fora das preferidas na bolsa de Lisboa. Mas há mais oportunidades na praça nacional.

O banco publicou esta semana o Iberian Book, onde lança as suas “previsões” para os mercados português e espanhol em 2020. No PSI-20, onde se esperam valorizações atrativas em grande parte das cotadas, há um trio que continua a despertar a atenção dos analistas do CaixaBank/BPI.

A EDP é uma delas. “A estratégia sólida traz crescimento acelerado através da rotação de ativos no valor de quatro mil milhões e da venda de ativos no valor de dois mil milhões, permitindo um plano de investimento (capex) de 12 mil milhões até 2022 sobretudo focado nas energias renováveis”, explicam os analistas do banco. Atribuem ao título um preço alvo de 4,50 euros, antecipando um potencial de valorização de 21% para a elétrica portuguesa.

Recomendam “comprar” EDP com base nos “catalisadores potenciais de fusões e aquisições, crescimento atrativo, dividendo superior, múltiplos poucos exigentes e fundamentais em alta”, reforça o banco.

Em relação à Jerónimo Martins, o preço alvo de 18,65 euros traz consigo um potencial de subida de 25%, com os analistas a darem “like” às operações da retalhista na Polónia e na Colômbia. “A operação polaca continua a ter um melhor desempenho em relação a um mercado que deverá manter os padrões de crescimento em 2020. Colômbia é um importante driver em 2020-2021”, frisa o CaixBank/BPI. Recomendação: “comprar”.

Sobre a Navigator, a subida dos preços do papel faz augurar um bom ano para a papeleira que será liderada por António Redondo. “A companhia enfrenta perspetivas de resultados mais favoráveis, oferecendo uma sólida geração de cash flow e um dividendo sustentável”, com a taxa da dividend yield a rondar os 8%, assinala o banco. Dá aos papéis da Navigator um preço alvo de 5,10 euros, o que confere um potencial de ganhos de 40%.

Semapa a valorizar 80%, Sonae quase 60%

A Nos deixa de figurar na chamada “core list” do CaixaBank/BPI, devido à concorrência no mercado das telecoms em Portugal. Ainda assim, a operadora liderada por Miguel Almeida mantém a recomendação “compra”, apresentando um potencial de 26%.

No geral, os analistas deixam perspetivas positivas para aquilo que será o desempenho das cotadas portuguesas no ano que vem. As avaliações para as 14 cotadas da bolsa de Lisboa apresentam em média um potencial de crescimento de 32%, com 11 delas a terem uma recomendação de “comprar”.

Fora das preferidas do banco há avaliações com maior potencial. A Semapa (que detém a favorita Navigator e ainda o negócio da cimenteira Secil) tem um preço alvo de 25,10 euros e um potencial de subida de 78%. Poderá ser a estrela da bolsa portuguesa no próximo ano, à boleia da subida dos preços do papel e da retoma no cimento.

Logo atrás surge a Sonae. Os analistas dizem que a dona da cadeia de hiper e supermercados Continente está “barata”. Vêm a ação a cotar nos 1,45 euros, perspetivando-se uma subida de 56%.

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Navigator na hora do adeus de Diogo da Silveira. O que mudou em cinco anos

Diogo da Silveira deixa hoje oficialmente a presidência da The Navigator Company. Passaram cinco anos desde que substituiu José Honório. O que mudou?

Em 2013, Pedro Passos Coelho era primeiro-ministro e governava o país sobre o olhar atento do FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu. Francisco tornava-se o primeiro Papa da América Latina, Nelson Mandela e Margaret Thatcher morriam. A palavra selfie foi pela primeira vez referida num dicionário e o Sport Lisboa e Benfica estava em vias de ser campeão nacional.

Foi também esse o último ano de José Honório enquanto presidente executivo da então Portucel Soporcel. A 1 de abril, na assembleia-geral da empresa era sucedido por Diogo da Silveira. O gestor, ex-presidente da Açoreana Seguros, chegou com o objetivo de acentuar a presença internacional da empresa do grupo Semapa. Encontrou uma organização que faturava mais de 1.530,6 milhões de euros, assumindo a posição de segundo maior exportador nacional, colocando pasta e papel em 118 países de cinco continentes. Com 13 subsidiárias em 18 países, empregando 2.259 pessoas. Com três fábricas – Cacia, Figueira da Foz e Setúbal – tinha uma capacidade instalada de 1,6 milhões de toneladas de papel, 1,4 milhões de toneladas de pasta e 2,5 TWh/ano de energia elétrica.

Foi neste contexto que a empresa comunicou ao mercado que a nomeação de Diogo da Silveira abria “um novo ciclo na gestão da sociedade que, prosseguindo a estratégia que” vinha “a ser implementada até esta data em toda as suas vertentes”, iria “acentuar a sua expansão internacional”. Cinco anos depois, e na hora do adeus, que empresa deixa Diogo da Silveira?

Antes de mais, deixou cair a antiga designação, assumindo, em 2016, a insígnia do papel de escritório Navigator, como nova designação corporativa. E esta é, possivelmente, uma das mais emblemáticas marcas da passagem de Diogo da Silveira pela empresa do grupo Semapa.

Fontes ouvidas pelo ECO ressalvam que a The Navigator Company é parte de um grupo familiar, acionista maioritário predominante, liderado até 2018 por Pedro Queiroz Pereira, falecido nesse ano. “Toda a vigência do Diogo teve o Pedro Queiroz Pereira como codecisor. Não é uma empresa cotada que tem um CEO que uma vez por ano informa os acionistas. É uma casa que é gerida pelo acionista”, afirma fonte próxima da The Navigator.

Assim, cinco anos passados, a The Navigator Company está a faturar 1.692 mil milhões de euros, com lucros de 225 milhões – contra um resultado líquido de 210 milhões, em 2013. Aqueles que são considerados os melhores resultados de sempre da papeleira devem, no entanto, ser confrontados com as paragens das unidades de Setúbal – programa para a reconversão da máquina de papel construída em 2009 – e da Figueira da Foz, devido à passagem da Tempestade Leslie. Ainda que as paragens de produção tenham acabado por ser compensadas pelo aumento do preço de venda.

No final do ano passado, a dívida líquida do grupo situava-se nos 683 milhões de euros, contra os 307,1 milhões de euros registados em 2013. Uma evolução à qual não será alheia a compra de uma nova fábrica em 2015 – a AMS, empresa produtora de papel tissue (papel usado na produção de rolos de cozinha, papel higiénico ou guardanapos) –, e a entrada numa nova área de negócio, nem os investimentos na ordem dos 206 milhões de euros realizados nas fábricas de Cacia e da Figueira da Foz, desde 2017. Só em 2018 foram investidos 216,5 milhões de euros. Hoje, a The Navigator posiciona-se como o terceiro maior produtor ibérico de tissue.

Tem uma capacidade instalada de 1,6 milhões de toneladas de papel, 1,5 milhões de toneladas de pasta (contra 1,4 milhões em 2013), 130 mil toneladas de tissue e 2,5 TWh/ano de energia elétrica. Nas unidades fabris, nos viveiros, na gestão da flores, nas subsidiárias comerciais dá emprego direto a mais de 3.000 pessoas.

Mudanças à vista

Aos 59 anos, Diogo da Silveira optou por não fazer um segundo mandato como presidente executivo da The Navigator. “Estava em perspetiva mais um mandato de cinco anos e ele tem outras coisas que quer fazer”, diz a mesma fonte, explicando que o gestor demonstrou ao conselho de administração, realizada em fevereiro, “a indisponibilidade para continuar”. A holding optou, assim, por nomear interinamente para o lugar de CEO da papeleira João Castello Branco, também ele nascido em 1960, que desde há quatro anos lidera a Semapa, lugar que acumulava com o chairman da The Navigator.

Decorre agora o processo de escolha de um gestor que substitua em definitivo Diogo da Silveira, mas o grupo não tem pressa. Além da presença de João Castello Branco, “os outros elementos do conselho de administração já lá estão há muitos anos. Receberam o Diogo, o Diogo vai-se embora e o conselho mantém-se. Aquela empresa já funciona como um relógio suíço”, diz outra fonte próxima do grupo.

Mas há novas peças neste xadrez. Na assembleia-geral que decorre esta manhã no Ritz serão eleitas para o conselho de administração três mulheres: Maria Teresa Presas, Mariana Belmar da Costa e Sandra Maria Santos. Uma decisão que não é estranha a nova legislação que obriga a um mínimo de 20% de representação de cada género nos conselhos de administração.

Além disso, a administração propõe aos acionistas a extinção das duas vice-presidências que existem atualmente e o alargamento do número de administradores de 13 para 14.

Entre os pontos na ordem de trabalhos da reunião magna de acionistas de hoje consta ainda o pagamento de um total de 200 milhões de euros em dividendos.

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Secil reduz prejuízos. Semapa lucra mais à boleia da Navigator

A holding do falecido Pedro Queiroz Pereira encerrou os primeiros nove meses do ano com lucros de 97,5 milhões. Beneficiou do aumento dos resultados da Navigator e dos menores prejuízos no cimento.

A Semapa aumentou os lucros nos primeiros nove meses do ano. A holding que contará com um novo presidente a 1 de janeiro, com Heinz-Peter Elstrodt a assumir o lugar do falecido Pedro Queiroz Pereira, registou um crescimento de quase 25% nos resultados líquidos. Beneficiou dos resultados da Navigator, mas também dos menores prejuízos da Secil.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a holding revela que o resultado antes de impostos cresceu 25,4% e o resultado líquido atribuível a acionistas da Semapa atingiu os 97,5 milhões de euros, crescendo 24,9% face a igual período do ano anterior.

Olhando para as diferentes áreas de negócio, a pasta e papel destaca-se com um crescimento de 18,9%. A Navigator dá mais de 110 milhões à holding que, contudo, registou perdas de 2,1 milhões no negócio do cimento. Ainda assim, o resultado negativo da Secil foi substancialmente melhor. Tinha perdido sete milhões no período homólogo.

“O EBITDA dos primeiros nove meses de 2018 aumentou cerca de 9,3% face a igual período do ano anterior, atingindo 410,6 milhões de euros. A margem consolidada situou-se nos 25,1%, 1,8 ponto percentual acima da registada no período homólogo”, refere a Semapa.

“O volume de negócios consolidado do Grupo Semapa nos primeiros 9 meses de 2018 foi de 1.636,6 milhões de euros, tendo aumentado 1,7% face ao período homólogo”, acrescenta a empresa, notando que “as exportações e vendas no exterior ascenderam a 1.233,6 milhões de euros, o que representa 75,4% do volume de negócios”.

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PêQêPê já tem sucessor na Semapa. E não é da família

Vai ser nomeado um novo presidente da Semapa para ocupar o cargo de Pedro Queiroz Pereira e não é da família. O presidente executivo, Castello Branco, reforça poderes.

Pedro Queiroz Pereira desapareceu no passado mês de agosto, deixando em aberto a presidência da Semapa, a holding do grupo que controla a Navigator e a Secil. Menos de três meses depois, a família Queiroz Pereira, que controla 70% da Semapa, já decidiu quem lhe vai suceder à frente da companhia, e não será nenhuma das três filhas, apurou o ECO junto de fontes que conhecem o dossiê. O nome do próximo chairman da companhia será independente, tudo indica estrangeiro, e poderá ser conhecido nas próximas horas. Vai manter-se assim de forma clara a separação entre a função acionista e a função de gestão.

O empresário, o maior industrial português, morreu aos 69 anos, no dia 18 de agosto, no seu iate, estacionado em Ibiza, na sequência de um ataque cardíaco fulminante. Pedro Queiroz Pereira construiu um dos maiores grupos industriais do país, a Semapa, com as posições de controlo da Secil e da Navigator (antiga Portucel), e tratou de acautelar o futuro do grupo, entregando a gestão executiva a profissionais, fora da esfera familiar. A liderança executiva da Navigator ficou nas mãos de Diogo da Silveira e a da Semapa (holding que detém as empresas Secil e Navigator e onde a família assegura 70% do capital), entregue a João Castello Branco. Para si, PQP guardou a presidência do grupo, tendo mesmo este ano decidido alargar o número de membros do conselho de administração de 11 para 14, incluindo assim as três filhas: Filipa, Mafalda e Lua. Com o seu desaparecimento, o grupo estava obrigado a indicar um novo presidente do conselho de administração que não estava ainda preenchido.

De acordo com as informações recolhidas pelo ECO, já é certo que a escolha recaiu um gestor independente da família, mantendo assim o perfil de gestão profissional decidido por PêQêPê. Inicialmente, admitia-se que uma das filhas poderia suceder ao pai naquela função, mas, por entendimento familiar, o caminho decidido foi outro. Das três, Lua Queiroz Pereira tem uma atividade mais próxima da gestão executiva, nomeadamente na Semapa Next, o braço do grupo para as startups, lançado há poucos meses.

A nomeação do novo chairman da Semapa corresponde, também, a um reforço do papel do presidente executivo, o gestor João Castello Branco. Como o ECO escreveu nos dias seguintes ao desaparecimento de PÊQêPê, foi uma escolha pessoal do industrial, ao contrário de outros gestores do grupo, como Diogo da Silveira, que passou o crivo das avaliações de uma empresa de gestão de recursos humanos. Castello Branco tinha, na altura, 55 anos. O dono da Semapa justificou a sua escolha, dizendo que a alteração visava “reforçar a equipa executiva com um quadro de topo de perfil internacional, com uma carreira sólida e experiência em vários setores de atividade”. E, nos últimos anos, com a progressiva diminuição de atividade de Queiroz Pereira, tinha uma autonomia e um poder quase absoluto na gestão do grupo.

As três filhas de PêQêPê, essas, vão manter-se no board da Semapa, Além disso, integram um family office que foi criado há uns anos, mas que não tem nada a ver com a herança que, agora, receberam. “Há um family office (uma Société de Participations Financiéres ou SOPARFI, no Luxemburgo, que é uma sociedade aberta com ações e não um fundo fechado) com alguns anos entre Pedro Queiroz Pereira e as filhas para gerir uma pequena parte dos ativos financeiros da família. Já o principal bolo das participações de Pedro Queiroz Pereira será herdado por cada uma das filhas”, disse, na altura, uma fonte que conhece este processo.

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Semapa destaca “o estilo único de liderança” de PQP

  • Lusa e ECO
  • 19 Agosto 2018

O Conselho de Administração da Semapa expressou hoje o “mais profundo pesar” pela morte do empresário Pedro Queiroz Pereira.

O Conselho de Administração da Semapa expressou hoje o “mais profundo pesar” pela morte do empresário Pedro Queiroz Pereira, que classificou como uma “referência” no meio industrial, em informação remetida ao mercado.

“O Conselho de Administração da Semapa expressa, com muita tristeza, o seu mais profundo pesar pelo falecimento de Pedro Mendonça De Queiroz Pereira, principal acionista do grupo e presidente do Conselho de Administração”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com a Semapa, o empresário foi “uma referência” no meio industrial, com “raras qualidades humanas e profissionais e um notável espírito empresarial”.

A empresa destacou ainda “o estilo único de liderança” de Queiroz Pereira, que foi pautado por uma “gestão de rigor, que permitiu expandir e internacionalizar de forma sustentável” o grupo.

“Mais do que um património, Pedro Queiroz Pereira deixa […] força numa estrutura empresarial […], mas principalmente valores como coragem, independência, frontalidade e honestidade, com que sempre geriu as suas empresas e que deixa como legado a todos os mais de 6.000 colaboradores da Semapa e das suas participadas Navigator, Secil e ETSA”, concluiu.

O empresário Pedro Queiroz Pereira, um dos mais importantes de Portugal, dono da Navigator (antiga Portucel) e da cimenteira Secil morreu este sábado, aos 69 anos.

Segundo a revista Exame, era detentor de uma fortuna avaliada em 779 milhões de euros (em conjunto com a mãe), o que fazia dele o sétimo mais rico do país.

Acionista maioritário do grupo Semapa, proprietário da Navigator, mas também da cimenteira Secil e de negócios na área do ambiente e da energia.

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Navigator perdeu 650 milhões em menos de duas horas. Batalha comercial nos EUA custa 20% dos lucros

Batalha comercial nos EUA custa 20% dos lucros. Os analistas estão divididos sobre o impacto nas ações da Navigator.

Os investidores estão aos papéis com a Navigator NVG 0,54% . As ações da papeleira portuguesa estiveram a negociar sob um frenesim vendedor durante a manhã em Lisboa, depois de ter sido aplicada uma taxa sobre as vendas de papel no mercado norte-americano. A decisão vai ter um impacto bastante negativo nos resultados, já disse a empresa. Feitas as contas, a batalha comercial deverá custar mais de 20% dos lucros da cotada portuguesa em 2018. Mas os analistas estão divididos sobre o impacto nas ações.

Foi na sexta-feira à noite que a Navigator anunciou a má notícia. Desde fevereiro de 2015 que corre um processo com as autoridades norte-americanas sobre qual a taxa a pagar pelas vendas de papel nos EUA. Em abril deste ano, foi determinada uma taxa de 0% para as vendas realizadas entre agosto de 2015 e fevereiro de 2017, mas Navigator foi agora notificada pelo Departamento do Comércio que a taxa final será de 37,34%.

“A Navigator está convencida que vai conseguir demonstrar (…) que a taxa (…) é totalmente injustificada e, consequentemente, fazer com que o Departamento do Comércio reverta esta medida administrativa, que tem um impacto estimado de 66 milhões no EBITDA e de 45 milhões nos lucros líquidos do ano em curso“, sublinhou a empresa no comunicado enviado ao mercado.

Tendo em conta as estimativas dos analistas sondados pela Reuters, a Navigator deveria terminar 2018 com lucros a rondar os 246 milhões de euros. Ou seja, o conflito comercial nos EUA deverá custar mais de 18% do resultado líquido da empresa liderada por Diogo da Silveira.

Mas ainda há muitas dúvidas sobre o que pode realmente acontecer dado que o caso vai agora para tribunal, razão pela qual os analistas consultados pelo ECO estão divididos quanto ao impacto que este novo enquadramento comercial poderá ter naquilo que é o valor da empresa.

Numa primeira reação, as ações estiveram a afundar mais de 18%, limpando mais de 650 milhões de euros ao valor de mercado da Navigator em menos de duas horas. Mas as perdas foram aliviando ao final da manhã e os títulos já só perdiam 10% cerca das 11h30, conferindo uma avaliação de mercado de 3,1 mil milhões de euros à cotada. Também a Semapa, que controla 70% da Navigator, via as ações recuarem 6,59% para 18,44 euros.

Navigator vai ao fundo

“Enquanto não há maior visibilidade, optamos por não alterar o modelo”, diz a equipa de research do BiG ao ECO. “Ainda assim, o impacto para este ano, apesar de significativo, tem a ver com a retroatividade da taxa. As vendas da Navigator nos EUA rondam os 10% e há a possibilidade de subirem preços aos clientes de modo a aliviar em parte este impacto da taxa. Portanto, no longo prazo, não vemos um impacto significativo na avaliação da empresa que justifique as quedas de preço que assistimos hoje“, explicou o banco.

Por seu turno, Carla Maia Santos, da XTB Portugal, destaca que a incerteza poderá continuar a afugentar os investidores de uma das cotadas que mais brilhava na bolsa de Lisboa em 2018.

“Apesar da empresa portuguesa avançar com reclamação aos EUA, enquanto não houver um fecho do tema, podemos continuar a assistir à fuga dos investidores da empresa”, disse aquela especialista.

Certo é que, apesar da providência cautelar interposta pela Navigator nos tribunais americanos, a nova taxa vai começar já a ser aplicada sobre todas as vendas da empresa após a data de publicação da decisão do Departamento do Comércio, o que deverá acontecer até final desta semana

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Navigator ajuda lucros da Semapa. Secil perde menos

  • Lusa
  • 27 Julho 2018

A Navigator deu um contributo de 79,1 milhões de euros para os lucros da holding, enquanto a Secil registou um prejuízo de 10,2 milhões de euros.

A Semapa fechou os primeiros seis meses do ano com lucros de 59,1 milhões de euros. Registou um aumento de 36,4% face ao período homólogo, beneficiando do contributo da Navigator. A Secil também ajudou ao registar um prejuízo menos acentuado.

De acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no período de referência, a Navigator deu um contributo de 79,1 milhões de euros para os lucros, enquanto a Secil registou um prejuízo de 10,2 milhões de euros, uma redução face aos 12,4 milhões do período homólogo.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentou cerca de 9,1%, face a igual período do ano anterior, atingindo 269,3 milhões de euros.

O volume de negócios consolidado do grupo atingiu 1.068,7 milhões de euros, que compara com 1.076,3 milhões de euros registados no mesmo semestre de 2017. Por setor, no segmento de pasta e papel, o volume de negócios totalizou 816,9 milhões de euros, 0,5% acima do semestre homólogo, enquanto o dos cimentos, a Secil, registou um volume de negócios de 240,7 milhões de euros, menos 3,5% do que o verificado no mesmo período do ano anterior.

Em junho, a dívida líquida consolidada da Semapa totalizou 1.628,6 milhões de euros, menos 45,1 milhões de euros, face ao valor apurado no final do exercício de 2017.

Na sessão de hoje, a Semapa avançou 0,73% para 20,70 euros.

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Altri dispara 10%. Papeleiras em recorde à boleia da consolidação

As ações da papeleira lideram os ganhos do PSI-20, num dia marcado por máximos históricos para as papeleiras nacionais. Movimentos de consolidação no setor e resultados puxam pelas ações.

A Altri é a estrela que mais brilha, num dia em que as papeleiras sobressaem pela positiva na praça lisboeta e com recordes históricos. As ações da papeleira comandada por Paulo Fernandes lideram os ganhos do PSI-20, depois de já terem estado a valorizar mais de 10% para assinalar um novo máximo de sempre. Sinais de consolidação no setor do papel são um dos principais motores dos ganhos da Altri, mas também das restantes papeleiras nacionais.

As ações da Altri seguem a valorizar 7,95%, para os 7,20 euros, liderando os ganhos do PSI-20, depois de já terem disparado 10%, para marcar um novo máximo histórico nos 7,35 euros. As restantes papeleiras — Semapa e Navigator — seguem-se-lhe com os segundos e terceiros melhores registos do índice bolsista de referência.

Altri em máximos de sempre

A Semapa que anuncia, após o fecho do mercado, o balanço das suas contas relativas ao primeiro trimestre vê as suas ações somarem 3,62%, para o 20,35 euros, enquanto os títulos da Navigator avançam 2,86%, para os 5,39 euros.

Qualquer destes três títulos está a ser impulsionado por notícias que dão conta de movimentos de consolidação no setor. A imprensa brasileira noticiou que a Asia Pacific Resources International (APRIL) fechou um acordo exclusivo com a Lwarcel, tendo feito uma proposta para comprar a sua fábrica de pasta em Lençóis Paulista nos próximos 60 dias.

Numa nota de análise, o BPI recorda que a Lwarcel tem estado à procura de um parceiro para a sua unidade industrial, que permitiria à empresa implementar um projeto de expansão que poderia aumentar a produção em Lençóis Paulista das atuais 250 mil toneladas por ano para 1,5 milhões. A Altri e a Navigator eram apontadas como interessadas na compra da brasileira Lwarcel, juntamente com a chilena Arauco. “A aquisição da Lwarcel por um player ibérico faria sentido de um ponto de vista estratégico mas a APRIL parece disposta a fazer uma oferta mais agressiva”, referem os analistas do BPI.

Este negócio, que deverá estar iminente, é conhecido dois meses depois de ter sido anunciado que as duas maiores empresas de pasta do Brasil, a Fibria e a Suzano, vão avançar para uma fusão e dar origem à maior produtora mundial desta matéria que serve de base à produção de papel.

Mas há mais fatores que poderão ajudar a explicar o registo destacado das ações da papeleira liderada por Paulo Fernandes nesta sessão. Especificamente, os resultados relativos ao primeiro trimestre do ano que agradaram ao mercado. A Altri anunciou na sexta-feira passada que os seus lucros quase duplicaram naquele período. A empresa registou lucros de 32,6 milhões de euros até ao final de março, o que representa um aumento de 90,6% face ao mesmo período do ano anterior. O reforço do perfil exportador da empresa ajudou a puxar pelos seus resultados.

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