Menos prejuízos com cimento ajudam lucros da Semapa

  • Lusa e ECO
  • 16 Fevereiro 2018

Ao contrário das expectativas dos investidores, a "holding" que detém a Navigator viu os seus lucros aumentarem em 2017. Apesar de lucrar menos com a pasta e papel, perdeu menos com os cimentos.

A Semapa conseguiu aumentar os resultados líquidos no ano passado, contrariando a expectativa dos analistas que antecipavam uma quebra. Os lucros subiram 8% em 2017, para 124,1 milhões de euros, num período em que a Navigator deu um contributo menor, mas a Secil também teve prejuízos bem menos expressivos.

O crescimento dos resultados devem-se em grande parte à redução das perdas no setor do cimento, onde os prejuízos se reduziram de 18 milhões de euros para 1,1 milhões — uma melhoria de 94%, assinala a “holding” no comunicado enviado à CMVM. Enquanto o setor do ambiente teve lucros ligeiramente mais altos, o setor da pasta e papel caiu 4,7%.

A Navigator, controlada pela Semapa, registou uma quebra nos lucros devido a efeitos não recorrentes que tinham afetado positivamente os lucros de 2016. “Importa referir que os resultados líquidos de 2016 beneficiaram de reversão de provisões para impostos, bem como do efeito do regime extraordinário de reavaliação fiscal que resultaram num valor de impostos positivo de sete milhões de euros, e que compara com um valor negativo de cerca de 40 milhões de euros em 2017″, salientou.

O EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da Semapa registou uma subida de 2,4%, atingindo 500,7 milhões de euros, isto num ano em que o volume de negócios acelerou.

A Semapa afirma que, no período de referência, o volume de negócios consolidado do grupo foi de 2.164,7 milhões de euros, mais 4,3% em comparação com 2016. O volume de negócios do grupo foi impulsionado pelo seu setor exportador e de vendas no exterior, que constituiu 75,5% do total. Tanto nos setores da pasta e papel como nos do cimento e do ambiente, o volume de negócios registou aumentos.

Ao mesmo tempo que tanto vendas como o EBITDA e os lucros cresceram, a dívida líquida da Semapa encolheu. Fixou-se em 1.673,7 milhões de euros, menos 106 milhões de euros em comparação com o resultado consolidado de 2016.

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Lucros das empresas da bolsa de Lisboa aceleram 10% à boleia da economia

Vem aí a temporada de resultados em Lisboa. Os lucros das grandes cotadas terão acelerado 10%, à boleia do bom momento económico. O ECO preparou um guia para abordar a earnings season nacional.

EDP terminou ano com lucros de quase 1.200 milhões e lidera ranking de resultados em Lisboa.Fotomontagem/ECO

Os lucros das cotadas da bolsa de Lisboa dispararam no ano passado com grande parte das empresas nacionais a recolher frutos da aceleração da economia portuguesa. São muitos os motivos para sorrir à partida para mais uma temporada de resultados no PSI-20. Desta vez até a banca vai ajudar à festa.

De acordo com as estimativas dos analistas sondados pela Reuters, os lucros das cotadas que compõem o índice de referência nacional terão acelerado 9,7% para superarem os 3.500 milhões de euros (ver tabela em baixo). Se há fatores extraordinários que fazem a diferença em algumas contas, o bom desempenho das grandes empresas em 2017 deveu-se, sobretudo, à melhoria das condições económicas em Portugal e lá fora. O argumento é fácil de perceber: quanto maior atividade económica, mais as empresas conseguem faturar. Foi o que aconteceu.

“A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro”, refere João Queiroz, diretor de banca online do Banco Carregosa, ao ECO. “Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais”, acrescenta.

A valorização a que assistimos parece estar sincronizada com o desempenho das empresas e as perspetivas de crescimento económico doméstico e da zona euro. Também a melhoria da perceção de risco continua a beneficiar os ativos nacionais.

João Queiroz

Diretor de banca online do Banco Carregosa

É o BPI quem dá o pontapé de arranque na earnings season portuguesa. É já esta terça-feira e os analistas estimam que o banco detido pelos espanhóis do CaixaBank tenha obtido um lucro de 70,5 milhões. Mas, ao contrário dos últimos anos, desta vez o banco já não figura no principal índice português. Pelo que a temporada de resultados no PSI-20 só acontece efetivamente na próxima semana, através da Navigator.

Fonte: Reuters

Serão vários os pontos de interesse para os investidores ao longo dos próximos dois meses em que as cotadas nacionais vão a exame. Até porque os resultados fornecem um bom retrato das empresas e ajudam a antecipar tendências de dividendos. “Será importante para perceber se o bom momento económico se está a materializar nas empresas”, sublinha Salvador Alves, analista da Orey iTrade.

E, neste capítulo, logo na segunda semana acontece um dos habituais pontos altos da temporada de resultados lisboeta. O BCP presta contas e a expectativa dos analistas aponta um disparo de 585% do lucro para 164 milhões, depois de um ano que foi decisivo para o futuro do banco — concluiu o aumento de capital de 1.300 milhões de euros que trouxe a Fosun para a ribalta e com isso pagou o que devia das ajudas prestadas pelo Estado.

“O setor bancário da Europa tem capitalizado com a possibilidade de alteração, a médio prazo, da política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Além disso, o BCP beneficia de uma possível recomposição do corpo acionistas e de uma evolução positiva das imparidades, das receitas e respetivas margens”, destaca João Queiroz.

A seguir ao BCP é a vez da Galp e mais boas notícias: os analistas apontam para uma subida de 15% do lucro para 557 milhões de euros, catapultando a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva para o segundo lugar dos maiores lucros em Lisboa.

EDP, EDP Renováveis, CTT… é só fazer as contas

2017 foi também o ano da família EDP. O seu líder António Mexia viu-se envolvido em casos judiciais e falou-se da possibilidade de estar de saída da liderança do grupo. A mãe EDP tentou a aquisição (um pouco hostil) da sua filha EDP Renováveis e ainda vendeu a Naturgas (em Espanha, por 2,6 mil milhões) e Portgás (à REN, por 530 milhões). Tudo fatores extraordinários que baralharam as contas finais. Como ficaram?

Habituada a ser o rei dos resultados, a EDP terá visto o lucro subir 23,6% para 1,19 mil milhões de euros — representando um terço dos lucros do PSI-20 –, mas os olhos dos analistas vão estar virados para o impacto das duas alienações na redução da pesada dívida da elétrica. Já o resultado líquido da EDP Renováveis terá disparado 270% para 208,6 milhões de euros.

“As receitas e lucros da EDP não parecem constituir uma incerteza tão relevante como o potencial de serviço da dívida”, salienta Queiroz. É que “o elevado grau de endividamento pode impactar a geração futura de lucros e de cash-flows da EDP”, justifica.

No annus horribilis dos CTT, a queda do negócio postal fez mossa nos lucros da empresa: terão recuado 27% para os 46,2 milhões. Foi por causa disto que a administração liderada por Francisco Lacerda anunciou um plano de reestruturação que passa por saídas de trabalhadores e fecho de lojas como forma de posicionar os correios postais para o futuro.

“Mas ambas as medidas custam dinheiro e acresce a elevada regulação por ser um serviço público”, lembra Salvador Alves, considerando que os investidores vão estar atentos à “habilidade [de Lacerda] para cortar custos e para fomentar as alavancas de crescimento”.

Outros dois destaques da temporada vão recair no setor do retalho, que continua sob pressão por causa da digitalização do consumo. Ao que tudo indica, tanto a Sonae (dona do Continente) como a Jerónimo Martins (Pingo Doce) viram os lucros tombarem na ordem dos dois dígitos. Mais intensa será a queda do resultado da Jerónimo Martins, mas há que contabilizar a venda da Monterrroio à Fundação Francisco Manuel dos Santos que fez disparar os resultados do ano passado.

Os investidores vão agora estar atentos a duas coisas essenciais: a habilidade de cortar custos e de fomentar as alavancas de crescimento. De acordo com o plano de reestruturação divulgado em dezembro, a empresa postal terá de fechar agências e despedir colaboradores, ambos custam dinheiro e acresce ainda a elevada regulação por ser um serviço público.

Salvador Alves

Analista da Orey iTrade

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Parlamento aprova subida da derrama. Quanto custa às cotadas do PSI-20?

Parlamento aprovou esta quinta-feira um aumento da derrama estadual para as empresas com maiores lucros. Medida terá impacto nos lucros e ações das cotadas do PSI-20. Qual é o impacto?

O IRC para as grandes empresas sempre vai subir no próximo ano, isto depois de o Parlamento ter aprovado o aumento da derrama estadual de 7% para 9% para as empresas com maiores lucros. Esta medida terá impacto nas empresas com lucros anuais acima dos 35 milhões de euros. No PSI-20, o principal índice bolsista português, são várias as cotadas que vão ser afetadas por isto. Quais?

O CaixaBank BPI Research estimou o impacto da proposta do PCP que aprovada esta quinta-feira no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2018. A medida teve luz verde do PS e por isso vai entrar em vigor a partir do próximo ano.

Na bolsa portuguesa, poucas são as cotadas vão escapar ao aumento de impostos sobre as grandes empresas. Os cálculos do banco tiveram por base as estimativas para os lucros das empresas e bancos para 2018. Contas feitas:

  • No BCP, o aumento da derrama estadual deverá ter um impacto de 1% na estimativa para os resultados do grupo no próximo ano e 2% depois, estimam os analistas do BPI. Em 2018, o banco liderado por Nuno Amado poderá ter um lucro de 364 milhões de euros, segundo este banco. Na análise do CaixaBank BPI, o aumento da derrama estadual terá também implicações no atual montante de ativos por impostos diferidos, que deverão aumentar em cerca de 214 milhões de euros.

Também o Haitong analisou o impacto do aumento da derrama estadual nas cotadas do PSI-20. REN e Sonae serão as empresas mais afetadas pela medida.

“Embora seja difícil quantificar precisamente o impacto desta medida, uma vez que nem todas as empresas geram os seus resultados em Portugal ou podem utilizar créditos fiscais, simulamos o impacto desta medida no nosso universo de ações que fazemos cobertura”, dizem dos analistas do Haitong.

 

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Num feriado, CTT perderam um quinto do valor em bolsa

Os CTT extraviaram-se em bolsa. As ações afundaram mais de 20% para mínimo histórico. Num feriado, o volume negociado superou os 10 milhões de títulos com a fuga de investidores após os resultados.

Não há memória de uma sessão tão negra para a empresa de correios portuguesa. Num só dia, e apesar de ser feriado, os títulos dos CTT afundaram mais de 20%, eliminando, assim, um quinto do valor da cotada perante os maus resultados apresentados no final dos primeiros nove meses do ano. Uma queda abrupta que atirou as ações para o valor mais baixo de sempre.

Os CTT arrancaram a sessão com uma queda de 11% para 4,50 euros, mas a tendência negativa acentuou-se com o passar das horas, apesar de ser feriado o que, tradicionalmente, afasta investidores do mercado. Os títulos chegaram a cair um máximo de 21,8% para os 3,954 euros, o valor mais baixo alguma vez atingido pela cotada desde que entrou no mercado de capitais. Os CTT entraram na bolsa em dezembro de 2013 a 5,52 euros.

Ações dos CTT com queda recorde

No final da sessão, as ações valiam 3,96 euros, o que corresponde a uma queda de 21,68% face aos 5,056 registados na última sessão. A empresa perdeu mais de um quinto do valor — a queda acumulada desde o início do ano vai em 38,5% –, o equivalente a 164,4 milhões de euros. Está, agora, avaliada em 594 milhões de euros.

Esta queda acentuada, explicada pela quebra nos lucros em função da descida de 6,1% das entregas de correio, foi acompanhada de um volume recorde. Trocaram de mãos mais de 10,8 milhões de títulos da empresa de correios, o que é 12 vezes a média diária registada no último ano. Os CTT negoceiam, em média, cerca de 800 mil títulos em cada sessão.

Os maus resultados, que levaram vários bancos de investimento a reverem em baixa a avaliação atribuída às ações da empresa liderada por Francisco Lacerda, ditaram que os CTT anunciassem automaticamente que vão lançar um plano de corte de custos. Ao mesmo tempo, a empresa cortou o dividendo em 20%, baixando-o de 48 para 38 cêntimos.

CTT selam queda da bolsa

A forte descida dos títulos dos CTT levou a bolsa nacional a cair. Numa sessão positiva na generalidade dos mercados acionistas europeus — o Stoxx 600 somou 0,46% –, o PSI-20 acabou por encerrar a perder 0,68% para 5.3438,62 pontos, movimento para o qual contribuiu também a descida dos títulos do BCP e da Galp Energia.

O banco liderado por Nuno Amado cedeu 1,05% para 25,38 cêntimos, isto ao mesmo tempo que a petrolífera portuguesa deslizou 0,72%. As ações da Galp Energia encerraram a sessão com uma desvalorização ligeira, para 15,85 euros, apesar de terem iniciado a sessão em forte queda: os títulos chegaram a ceder mais de 8%.

A impedir uma queda mais expressiva do índice nacional esteve a Navigator, que tocou máximos. A papeleira apresentou uma valorização de 2,31% para encerrar nos 4,48 euros, depois de a Semapa, a “holding” que a controla, ter revelado um crescimento nos resultados dos primeiros nove meses deste ano.

Destaque ainda para a Mota-Engil que somou 4,35%. Apesar de não ter sido a cotada do PSI-20 que mais subiu — a Pharol fechou a ganhar 5,63% –, a construtora deu um maior contributo para atenuar a queda do índice de referência nacional tendo em conta a ponderação que tem. Cada ação da empresa liderada por Gonçalo Moura Martins vale, agora, 3,60 euros.

(Notícia atualizada às 16h47 com mais informação)

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Navigator puxa pelos lucros da Semapa

A "holding" fechou os primeiros nove meses com lucros de 78,1 milhões de euros. No terceiro trimestre, os lucros mais do que triplicaram face ao mesmo período do ano passado.

A Semapa fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 78,1 milhões de euros. Um crescimento de quase dois dígitos face ao período homólogo explicado pela contribuição dos resultados da Navigator para as contas da “holding”. A Secil perdeu menos, mas continua a registar prejuízos.

“O resultado antes de impostos cresceu 15,6% e o resultado líquido atribuível a acionistas da Semapa atingiu os 78,1 milhões de euros, crescendo 9,1% face a igual período do ano anterior”, refere a “holding” liderada por Pedro Queiroz Pereira. Olhando apenas para o terceiro trimestre, os lucros ascenderam a 34,7 milhões, mais do que triplicando face aos 10,6 milhões do trimestre homólogo.

Na contribuição para os resultados da “holding”, a Navigator destaca-se ao ter apresentado lucros de 95,4 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. A Secil, por seu lado, reduz o saldo positivo. Apesar do negócio dos cimentos ter melhorado, a contribuição para as contas consolidadas é negativa em sete milhões.

O EBITDA dos primeiros nove meses de 2017 aumentou cerca de 0,4% face a igual período do ano anterior, atingindo 375,7 milhões de euros. A margem consolidada situou-se nos 23,3%, 1,1 p.p. abaixo da registada no, período homólogo de 2016″, salienta a Semapa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“O volume de negócios consolidado do Grupo Semapa nos primeiros nove meses de 2017 foi de 1.609,6 milhões de euros, resultando num crescimento de 5,2% face ao período homólogo. As exportações e vendas no exterior ascenderam a 1.222,9 milhões de euros, o que representa 76,0% do volume de negócios”, conclui.

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Semapa substitui Sonae nas balas de prata do Haitong

  • Juliana Nogueira Santos
  • 10 Outubro 2017

A lista de ações favoritas do banco de investimento inclui agora a Semapa. Para este, a holding está a passar por um momento de recuperação nos setores em que opera.

A Semapa é agora uma das apostas do Haitong para o quarto trimestre na Península Ibérica. A holding liderada por Pedro Queiroz Pereira entrou na lista de ações preferidas do banco de investimento, passando assim a ser uma “bala de prata” e substituindo a Sonae nesta posição.

Na nota de research divulgada esta terça-feira, o Haitong enumera como ações ibéricas preferidas para o próximo trimestre a Semapa, a Nos, os CTT e as espanholas Acciona, Ebro e Indra. Do terceiro para o quatro trimestre, o banco retirou a Sonae e a imobiliária Hispania da lista.

Como motivações para a escolha da Semapa está o “elevado desconto” face à sua subsidiária cotada, a Navigator, e a “recuperação do cimento”. “Apresentamos a Semapa como uma bala de prata visto que as ações têm registado desempenhos mais fracos que a sua maior subsidiária cotada e o negócio do cimento está finalmente a dar sinais de recuperação”, pode ler-se na nota de research.

"Apresentamos a Semapa como uma bala de prata visto que as ações têm registado desempenhos mais fracos que a sua maior subsidiária cotada e o negócio do cimento está finalmente a dar sinais de recuperação.”

Haitong

4Q 2017 Silver Bullets

Em relação à Navigator, o Haitong afirma que “o desconto implícito da holding é de 30%”, mas que a desalavancagem da holding “deverá ajudar a reduzir o desconto face às pares”. No negócio do cimento, operado pela sua subsidiária Secil, o banco considera que a atividade em Portugal “está a recuperar” e que no Brasil “está a mostrar os primeiros sinais de estabilização depois de muitos anos de recessão”.

Assim, a recomendação do banco de investimento é “comprar”, estabelecendo como preço-alvo os 19,60 euros. Com as ações da holding a negociarem, esta terça-feira, nos 16,60 euros, esta avaliação equivale a um potencial de valorização de 15,3%. Tendo isto em conta, o analista Nuno Estácio, responsável pela nota relativa à holding, considera que esta “tem espaço para registar um desempenho superior à média do mercado”.

Nos com “maior potencial” e CTT “demasiado penalizado”

A manterem o seu lugar na lista das balas de prata estão a Nos e os CTT, com o banco de investimento a esperar melhores resultados das mesmas no quarto trimestre. Os títulos da operadora liderada por Mário Vaz registaram um retorno de 1,9% no terceiro trimestre, enquanto os da distribuidora postal nacional foram os que registaram pior desempenho (-7,9%).

Ainda assim, e e relação aos CTT, os sinais de recuperação da atividade bem como a previsão de break-even do Banco CTT a apontar para 2019 levam o analista Nuno Estácio a crer que “a folha de resultados continuará confortável e desalavancada”. A recomendação continua a ser “comprar”, com o preço alvo a ser 6,50 euros (equivalente a uma valorização de 29%).

No lado da Nos, o analista Nuno Matias vê que a “reconquista” da confiança do mercado depois dos resultados operacionais sólidos do primeiro semestre” aliada ao pagamento de dividendos permite esperar “uma forte performance”. Mantendo-se a recomendação de “compra”, o preço-alvo é de 1,70 euros. Ao traduzir-se numa valorização de 32%, é a bala de prata com potencial mais alto.

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Há menos penny stocks na nossa bolsa. E mais ações “caras”

As ações do PSI-20 estão mais caras. Há menos penny stocks portuguesas e cinco títulos apresentam-se com um valor nominal supera os dez euros. E isso é bom e mau ao mesmo tempo.

O que têm em comum Jerónimo Martins, Semapa, Galp, Corticeira Amorim e Ibersol? São empresas que se apresentam na principal montra portuguesa com títulos cotados acima de dez euros. Não há muito tempo o PSI-20 estava carregado com penny stocks. Mas agora o destaque na bolsa são ações com elevado valor nominal. E isso é bom e mau ao mesmo tempo.

Penny stocks são ações cujo valor está abaixo do euro. São ações “baratas” que potenciam a liquidez no mercado. O que é bom para os pequenos investidores. Mas, do outro lado da moeda, estas ações de baixo valor nominal afastam grandes investidores institucionais e cuja ausência em Lisboa se fez sentir em grande medida nos últimos anos de crise económica e financeira no país — e com impacto na delapidação da mercado bolsista nacional. Em casos como o BCP e Banif, a cotação das ações chegaram inclusivamente à quarta casa decimal tão reduzido que era o preço dos seus títulos.

Títulos com um valor nominal mais elevado podem acabar por influenciar o comportamento dos investidores privados“, refere Albino Oliveira, gestor da Patris Investimentos. “A menor proporção de penny stocks no PSI-20 é positiva para o índice, se considerarmos os investidores institucionais que muitas vezes estão constrangidos na sua capacidade de investir nestes títulos”, no caso do investidor privado, uma menor percentagem de penny stocks reduz a oferta de títulos para day-trading“, sublinha a equipa de research do BiG.

As ações mais caras do PSI-20

Fonte: Bloomberg (valores euros)

Esta circunstância tem pesado, na verdade, no volume de negociação em day-trading na bolsa portuguesa. No primeiro trimestre do ano, o volume de ações trocadas no mesmo dia afundou 15,6% no Euronext Lisbon, segundo as estatísticas da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Ações caras?

É o título mais “caro” do PSI-20. A Jerónimo Martins está atualmente a cotar na casa dos 17,7 euros. Ainda assim, de acordo com o Erste Group, pode valorizar ainda mais nos próximos meses: até aos 20 euros.

A dona do Pingo é um dos cinco títulos com valor nominal acima dos dez euros que atualmente coabitam no PSI-20. São títulos que chamam a atenção dos investidores de peso para a bolsa portuguesa e que olham sobretudo para os fundamentais das empresas cotadas para aferir o nível de atratividade de determinada ação. É aqui que entram indicadores como o Price Earnings Ratio (PER) — rácio do lucro por ação — para avaliar se uma ação está barata ou não.

"A menor proporção de penny stocks no PSI-20 é positiva para o índice, se considerarmos os investidores institucionais que muitas vezes estão ‘constrangidos’ na sua capacidade de investir nestes títulos”, no caso do investidor privado, uma menor percentagem de penny stocks reduz a oferta de títulos para day-trading.”

Equipa de research do BiG

Este rácio lucro por ação é uma ferramenta útil que compara o preço de uma ação, permitindo avaliar quantas vezes o dividendo está refletido na cotação. Ou seja, assumindo que o dividendo se manterá ao longo do tempo, o PER indica quantos anos serão precisos para reaver o dinheiro investido nas ações. Assim, um título com o valor de um euro pode ser mais caro do que outro título cotado nos dez euros se a primeira não distribuir sequer dividendos. Tudo depende da capacidade de gerar lucro para quem detém o título, o acionista.

No PSI-20, as ações que apresentam o PER mais baixo pertencem atualmente à Mota Engil (PER de 7,8) e Sonae (9). Por seu turno, EDP Renováveis e Novabase apresentam os PER mais altos, de 124,1 e 34,6, respetivamente. À luz deste indicador, é mais atrativo investir na construtora e na retalhista do que na empresa de energias renováveis e na tecnológica.

Injeção de liquidez

Para cotadas como a Ibersol e Corticeira Amorim, o elevado valor facial do título poderá estar a revelar-se um mais um empecilho para a criação de liquidez no mercado, dado tratar-se de empresas com baixa capitalização bolsista ou reduzida dispersão de ações no mercado. O caso da empresa que gere franchises na área da restauração como o Burguer King ou Pizza Hut é elucidativo: subiu à principal liga da bolsa em meados de março, mas no mês subsequente pouco negociou.

É difícil de perceber se é o preço de cerca de 17 euros que está a travar a atividade bolsista da Ibersol. Se for, mais complicado ficará se a estimativa do Haitong se concretizar: as ações podem chegar aos 19,5 euros devido ao bom momento económico na Península Ibérica, de acordo com uma nota de research publicada a semana passada.

O requisito da liquidez faz parte das regras da Euronext para uma cotada pertencer ao grupo exclusivo do PSI-20. Com isto, a gestora da bolsa pretende criar condições para a formação de um preço justo dos títulos.

Em teoria, um processo de stock split (de divisão do título por mais títulos) poderia ajudar a tornar as duas cotadas mais atrativas. Mas essa não é a opinião nem de Albino Oliveira nem do BiG. “Para aumentar a liquidez dos títulos, as opções resumem-se à emissão de novas ações (ou seja um aumento de capital) ou à venda da participação de um acionista de referência que distribuiria as suas ações pelo mercado“, diz a equipa de research do BiG.

Albino Oliveira lembra que na Corticeira Amorim, a Amorim International Participations e a Investmarnk Holdings venderam no ano passado um bloco correspondente a 10% do capital do grupo, “o que permitiu aumentar o free float e, consequentemente, a sua liquidez”.

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Resultados: PSI-20 vai a exame do mercado. Será que passa?

Arranca esta quinta-feira a temporada de resultados na praça nacional. Analistas esperam uma descida global dos lucros, mas há cotadas com desempenhos positivos. O PSI-20 passa no exame dos mercados?

À partida para mais uma temporada de resultados em Lisboa, as estimativas dos analistas apontam para um ano de 2016 pouco positivo para as empresas nacionais. Sem contar com o BCP e BPI, os lucros no índice nacional terão recuado 2,7% num ano em que em que economia portuguesa que deverá ter crescido pouco mais de 1,2%. Incluindo aqueles dois bancos, as contas são ainda mais negativas: -11%. Mas há fatores extraordinários a ter em conta.

É no setor financeiro onde vão estar centradas todas as atenções. O BPI é o primeiro a prestar contas. E Fernando Ulrich, presidente do banco alvo de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) dos catalães CaixaBank, deverá anunciar já esta quinta-feira um lucro de 244 milhões de euros relativo ao exercício de 2016, mais 2% do que no ano anterior. A explicar a melhoria de resultados terá estado o forte crescimento da margem financeira, em 13%, dizem os analistas do CaixaBI, cuja previsão de lucro é mais otimista: 266 milhões de euros.

Para o BCP, que só reporta os resultados a 6 de março, a estimativa dos analistas sondados pela Bloomberg sugere uma melhoria evidente face aos prejuízos de 250 milhões de euros registados nos nove primeiros meses do ano, devido sobretudo ao esforço do banco com provisões extraordinárias para cobrir o crédito em risco de incumprimento. Terá fechado o ano com um resultado líquido negativo menos pesado, de cerca de 85 milhões. Com um aumento de capital no valor de 1.300 e dois novos acionistas de referência em luta por protagonismo na estrutura acionista, Nuno Amado deverá anunciar uma nova vida no maior banco privado português.

“A banca será provavelmente um dos pontos de atenção neste período de reporte de resultados, nomeadamente o BCP, após a operação de aumento de capital anunciada e que está a decorrer neste momento”, referiu Albino Oliveira, da Patris Investimentos. “Os temas deverão permanecer os mesmos dos trimestres anteriores: (a) evolução da margem financeira, (2) carteira de crédito e (3) provisões constituídas”, frisou o responsável.

BPI dá o pontapé de arranque na earnings season nacional

Para Albino Oliveira há mais setores que deverão despertar a curiosidade dos investidores. “Tivemos já a divulgação das vendas preliminares do quarto trimestre de 2016 por parte de Sonae e Jerónimo Martins (fortes em ambos os casos). Resta agora conhecer a informação relativamente às margens, principalmente no que se refere à Sonae, tendo em conta os sinais positivos observados no terceiro trimestre e a manutenção do ambiente competitivo no setor do retalho em Portugal”.

Em relação à dona da cadeia de hipermercados Continente, os especialistas apontam para lucros de 173,4 milhões de euros, ainda assim menos 1% face a 2015. A Jerónimo Martins, que detém a marca Pingo Doce e que se apresenta como uma das favoritas dos analistas, beneficiou da venda da Monterroio à Fundação Francisco Manuel dos Santos para acumular um lucro de 500 milhões de euros só nos nove primeiros meses do ano. O consenso do mercado aponta para um lucro total de 439,7 milhões de euros em 2016 — não devendo contabilizar o negócio com a Monterroio por 310 milhões de euros.

"A banca será provavelmente um dos pontos de atenção neste período de reporte de resultados, nomeadamente o BCP, após a operação de aumento de capital anunciada e que está a decorrer neste momento. Os temas deverão permanecer os mesmos dos trimestres anteriores: (a) evolução da margem financeira, (2) carteira de crédito e (3) provisões constituídas.”

Albino Oliveira

Patris Investimentos

Habituada a ser o rei da temporada, a EDP terá melhorado o seu resultado líquido em 2% face a 2015. A elétrica liderada por António Mexia apresenta contas a 2 de março e deverá revelar um lucro de 932 milhões de euros, representando um terço dos lucros do PSI-20 no ano passado.

Marisa Cabrita, gestora de ativos da Orey Financial, salienta a “estabilização no segundo semestre do ambiente de negócios” que beneficiou “setores com maior volatilidade, como o energético e o bancário”. Por exemplo, a REN, que perdia mais de 20% dos lucros nos nove primeiros meses do ano, atenuou essa queda e terá encerrado o ano com uma redução de 14% para pouco mais de 100 milhões de euros. A EDP Renováveis, cujo lucro tombava mais de 70% entre janeiro e setembro, fechará o ano com menos 30% dos lucros que registou em 2015, de acordo com os analistas.

Albino Oliveira destaca ainda a Nos, os CTT e a Mota-Engil. Por razões diferentes.

“Os resultados da Nos, o segundo título no PSI-20 com pior performance nos últimos três meses (com pior performance apenas o BCP), no sentido de determinar até que ponto poderão revelar-se decisivos para poderem conduzir a uma inversão dessa tendência negativa. No que se refere aos resultados dos CTT, os números do quarto trimestre poderão ser importantes para o sentimento dos investidores relativamente à evolução operacional do negócio ao longo dos próximos meses”, explicou.

Quanto à construtora, “tendo em conta a decisão da empresa de divulgar números apenas numa base semestral, os números de 2016 assumirão provavelmente maior importância”.

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Três apostas para o xeque-mate ao PSI-20

Evite ser apanhado desprevenido nos altos e baixos do mercado. Movimente os seus peões de forma estratégica e coloque-se em posição no tabuleiro para fazer xeque-mate ao PSI-20.

2017 não promete facilidades para quem investe no mercado nacional. Mas há oportunidades que os analistas consideram atrativas e com potencial para um ano positivo. Disponha-se no tabuleiro da bolsa de forma estratégica, movimente os seus peões para antecipar a volatilidade das ações e coloque-se em posição para fazer o xeque-mate ao PSI-20.

Nos no campo de batalha

Se há setor que promete ser um campo de batalha em 2017, esse setor é o das telecomunicações pelas movimentações que podem acontecer. Com a Altice no mercado, a Nos já prometeu guerra, segundo admitiu o CEO Miguel Almeida. Nas entrelinhas das suas declarações, o Haitong antevê uma oferta da operador para comprar a Impresa, dona da SIC.

A Nos é uma das balas de prata para a Haitong. Dos 17 analistas que seguem a operadora, 10 recomendam a compra dos títulos, atribuindo um potencial de valorização de aproximadamente 30% face à atual cotação, que ronda os 5,50 euros. E isto numa altura em que a cotada liderada por Miguel Almeida apresenta sinais de robustez financeira e de conforto operacional.

“A Nos evidenciou um sólido desempenho operacional em 2016, obtendo a quota de mercado (25,9%) mais elevada da sua história e o EBITDA acentuou a trajetória ascendente (deverá atingir cerca 555 milhões em 2016), com a respetiva margem acima dos 38%”, salienta a equipa de research do Banco BiG, ao ECO. “Praticamente todas as áreas de negócio do segmento de telecomunicações registaram uma tendência favorável (voz, dados e TV)”, acrescentam os analistas.

"A Nos evidenciou um sólido desempenho operacional em 2016, obtendo a quota de mercado (25,9%) mais elevada da sua história e o EBITDA acentuou a trajetória ascendente. Praticamente todas as áreas de negócio do segmento de telecomunicações registaram uma tendência favorável (voz, dados e TV).”

Banco BiG

Para o BiG, os riscos de deterioração do cash flow em função do investimento nos conteúdos desportivos estão minimizados nesta altura. “Acreditamos que a libertação de Capex realizada nos investimentos de rede no médio prazo poderá suavizar os riscos em torno da monetização do investimento em conteúdos desportivos, contribuindo para uma eventual inversão da atual tendência negativa”, explica o banco de investimento.

CTT vão (voltar a) dar cartas

Podem estar pressionados pelo “declínio maior do que o esperado do volume de correio transacionado”, mas também os CTT assumem uma “elevada robustez financeira, com capacidade de geração de cash flow operacional permite reiterar o compromisso de uma política de dividendos com crescimento estável e sustentado”, dizem os responsáveis do BiG.

Os CTT conseguem um score agradável no que toca à recomendação de analistas: 10 recomendam a compra entre os 14 que acompanham a cotada de correio e banco postal; a média dos preços-alvo confere um potencial de ganhos na casa dos 30% — que é mais ou menos a cifra de perdas que resultam do ano que agora está a terminar.

O BiG destaca a diversificação do negócio que Francisco Lacerda tem promovido desde que a empresa outrora pública se lançou no mercado de capitais, no final de 2013. “A aposta no e-commerce e no setor financeiro (Banco CTT) poderão ser importantes catalisadores de crescimento do grupo”, frisam os analistas. Em relação ao banco, o negócio começa a ganhar expressividade: inaugurou este mês o balcão número 200 este mês.

Navegar na pasta do papel com Semapa

Fruto da valorização do dólar, as produtoras de pasta de papel vão continuar beneficiar do facto de a matéria-prima ser negociada em notas verdes. É o caso da Semapa, cujo seu principal ativo é a The Navigator Company. “Em conjunto com a Semapa, destacamos a Navigator (a Semapa detém 70% da Navigator). O preço da pasta de papel e do papel tem sido bastante pressionado ao longo de 2016, mas o downside é limitado do nosso ponto de vista. Gostamos muito da estratégia de expansão da Navigator, que está a abrir portas em vários negócios sinérgicos ao da papeleira e a apostar de forma arrojada num projeto grande para o longo prazo”, dizem os analistas do BiG.

Analisando as avaliações dos analistas, a Semapa faz um pleno: os quatro analistas que seguem a cotada liderada por Pedro Queiroz Pereira recomenda a compra do papel da papeleira, atribuindo uma avaliação média com um potencial de 27%. A ação acumula um ganho 3%.

“O principal risco é a continuação da queda do preço da pasta e do papel, e o aumento de barreiras ao comércio internacional, que é uma possibilidade que tem vindo a aumentar ao longo dos últimos meses”, alerta ainda assim o BiG.

"O principal risco é a continuação da queda do preço da pasta e do papel, e o aumento de barreiras ao comércio internacional, que é uma possibilidade que tem vindo a aumentar ao longo dos últimos meses.”

Banco BiG

Para aproveitar a oportunidade fornecida pela situação mercado cambial — “título também beneficia muito da desvalorização do euro face ao dólar”, diz o BiG –, os fundos de investimento nacionais reforçaram a aposta no setor papeleiro português em novembro.

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Lucro da Semapa sobe para 71,6 milhões de euros

  • Lusa
  • 28 Outubro 2016

O lucro da Semapa subiu 8,7% nos primeiros nove meses do ano, face a igual período de 2015, para 71,6 milhões de euros.

A Semapa fechou os primeiros nove meses com lucros de 71,6 milhões de euros. Registou um aumento de 8,7% nos primeiros nove meses do ano, face a igual período de 2015.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Semapa adiantou que o volume de negócios consolidado do grupo, entre janeiro e setembro, caiu 2,6% para 1.529,5 milhões de euros.

“A quebra no valor global das vendas resulta essencialmente da redução do valor de vendas na área de energia, após a revisão da tarifa de venda à rede na central de cogeração a gás natural da Figueira da Foz”, adiantou a empresa, acrescentando que no negócio de papel, a Navigator “voltou a destacar-se positivamente pelo forte volume de vendas, que registou um novo recorde”.

Além disso, “os volumes de vendas de pasta e papel ‘tissue’ destacam-se também pela positiva”, disse. “As exportações e vendas no exterior ascenderam a 1.190,5 milhões de euros: 77,8% do volume de negócios”, segundo o grupo.

A quebra no valor global das vendas resulta essencialmente da redução do valor de vendas na área de energia.

Semapa

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) cresceu 3,7% até setembro, para 374,3 milhões de euros. “O aumento do EBITDA, a melhoria dos resultados financeiros e a comparação favorável dos impostos sobre lucros mais que compensaram os feitos do aumento de amortizações e provisões e da redução da participação na Navigator após julho de 2015”, explicou a empresa.

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Fed anima bolsas, BPI destaca-se em Lisboa

Reserva Federal norte-americana reforçou otimismo dos investidores em torno de mais estímulos da parte dos bancos centrais em todo mundo.

O PSI-20, o principal índice português, fechou a valorizar 1,36% até 4.611,69 pontos, provando a terceira sessão de ganhos esta semana.

Em termos individuais, destaque para as ações do BPI, que dispararam mais de 3,5% para ajustar a cotação no mercado ao preço oferecido pelo CaixaBank na Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o banco português. Fechou nos 1,13 euros.

Com desempenhos bastante positivos fecharam ainda a Mota-Engil (+3,51%), Jerónimo Martins (2,93%) e Semapa (+2,53%), numa sessão em que 14 cotadas encerraram com sinal verde. Apenas quatro cotadas registaram perdas.

Lisboa acompanhou assim os ganhos observados um pouco por toda a Europa. Em Frankfurt e Paris as valorizações foram superiores a 2%, enquanto as praças de Milão e Madrid somaram mais de 1%, impulsionadas pela expectativa de que a Reserva Federal norte-americana vai manter uma política monetária expansiva, seguindo o exemplo do Banco do Japão.

“Yellen deixou a porta aberta para um aumento em dezembro, contudo acabou também por rever em baixa as perspetivas de crescimento para este ano, bem como os números relativos aos mercados de trabalho”, referiu Pedro Ricardo Santos, gestor da XTB Portugal. “Os investidores olham para o mercado com mais otimismo, parecendo haver condições para que o crescimento económico das maiores economias do mundo continue no bom caminho”, acrescentou.

"Yellen deixou a porta aberta para um aumento em dezembro, contudo acabou também por rever em baixa as perspetivas de crescimento para este ano, bem como os números relativos aos mercados de trabalho.”

Pedro Ricardo Santos, gestor da XTB Portugal

No mercado do petróleo, o barril de ‘brent’, referência para Portugal, valorizava 1,88% até 47,71 dólares, enquanto o contrato genérico de crude ganhava 2,45% até 46,45 dólares por barril, isto depois de revelado que as reservas nos EUA caíram na semana passada para mínimos de fevereiro, num sinal de maior consumo na principal economia mundial.

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