FC Porto SAD recusa revelar identidade de novo investidor

Não é a Legends, confirmou o ECO. SAD fez acordo para empresa internacional entrar no capital de uma das firmas comerciais do grupo por até 70 milhões de euros, mas não revela identidade.

A FC Porto SAD recusou revelar ao ECO a identidade da empresa internacional com a qual chegou a acordo para entrar como acionista minoritária numa das empresas do grupo, a troco de um investimento entre 60 e 70 milhões de euros destinado a modernizar o Estádio do Dragão.

O ECO confirmou com a SAD que não se trata da Legends, empresa global de experiências com a qual o FC Porto em novembro assinou um acordo para uma parceria estratégica de 15 anos, para transformar a experiência dos adeptos e na qual a Legends irá apoiar parcerias globais e “a experiência de comida e bebida no Estádio do Dragão”.

Na apresentação de resultados, esta segunda-feira, a SAD revelou que “acordou com uma reputada empresa internacional, com reconhecida experiência na otimização das receitas comerciais relacionadas com grandes equipamentos desportivos, uma parceria que será consubstanciada na participação minoritária numa das empresas com os direitos comerciais do Grupo FC Porto e num investimento inicial com vista a modernizar o Estádio do Dragão, potenciando assim as receitas com ele relacionadas”.

Adiantou que do acordo resultará ainda a participação financeira de um montante estimado entre os 60 e 70 milhões de euros, a realizar no 4º trimestre deste exercício, que impactará diretamente nos capitais próprios da FC Porto – Futebol, SAD.

Na conferência de imprensa que se seguiu à apresentação, Fernando Gomes, administrador financeiro da SAD portista, sublinhou que este valor de 60 a 70 milhões é a subscrição de uma participação financeira e portanto é a subscrição de capital”, adiantando que “vão trazer enorme melhoria”, nomeadamente em relação aos camarotes.

Adiantou, no entanto, que “para além disso, seja no domínio da publicidade, seja no domínio da sponsorização, seja no domínio do naming, ou da gestão do próprio equipamento, nós vamos ter aqui uma equipa residente que vai ajudar, nomeadamente no catering já começou”.

“Essa equipa já está a trabalhar, já tem equipas no Porto, essa não é segredo, já vem em todo lado, é a Legends. Vão trazer uma nova imagem, mas também novos negócios”, vincou.

Ao ECO, fonte oficial da FC Porto SAD referiu que Fernando Gomes referia-se, em relação à Legends, apenas sobre o catering. Questionada sobre a identidade da nova empresa investidora no grupo, respondeu que “não temos mais nada a dizer”.

Contactada, por a FC Porto SAD ser cotada na Bolsa de Lisboa, a CMVM não respondeu ao ECO até à hora de publicação.

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Consórcio de Horta Osório mantém-se na corrida e oferece até sete mil milhões pela Altice Portugal

Warburg e Zeno Partners, apoiados pela UBS e em conjunto com o ex-banqueiro, continuam interessados em comprar todos os ativos da Altice Portugal. Querem a fibra, mas recusam ir além de 7 mil milhões.

O ex-banqueiro português António Horta Osório, ao abrigo de um consórcio que junta os fundos Warburg Pincus e Zeno Partners, mantém-se na corrida à compra da Altice Portugal, oferecendo entre 6,5 mil milhões e sete mil milhões de euros pela totalidade dos ativos, incluindo a posição de controlo na FastFiber, a rede de fibra ótica, confirmaram ao ECO fontes familiarizadas com o processo.

Apesar dos rumores em sentido contrário, nem o consórcio nem a Altice desistiram formalmente das conversações, pelo que todos os cenários continuam em aberto. O processo da venda da Altice Portugal está a ser conduzido a nível internacional e uma das fontes, que está a par do teor das negociações, disse que Patrick Drahi, o dono da Altice, está a pedir uma soma “irrealista” de oito mil milhões a dez mil milhões de euros pela subsidiária que controla a Meo.

Neste processo a Altice está a ser assessorada pelo banco de investimento Lazard, e o ECO apurou que o consórcio de que faz parte o antigo banqueiro português conta com o “apoio da UBS”, o banco de investimento que comprou recentemente o Credit Suisse, do qual Horta Osório foi chairman entre 2020 e 2022. Não foi possível saber com mais detalhe a estrutura do consórcio, mas o apoio da UBS é visto como determinante para o projeto.

Estes fundos querem a totalidade dos ativos da Altice em Portugal, rejeitando que a posição de 50,01% que a Altice Portugal tem na FastFiber, a rede de fibra ótica usada pela Meo, seja vendida em separado. Essa é uma das opções que estará a ser estudada por Patrick Drahi. Os restantes 49,99% são detidos pelo Morgan Stanley Infrastructure Partners.

Como noticiou o Expresso, e confirmou o ECO, o projeto do consórcio pode passar por reviver a antiga marca Portugal Telecom, visto que não poderia manter a designação “Altice” depois da compra.

Em dezembro, o Financial Times noticiou que a Warburg Pincus, que se diz a “mais antiga empresa de private equity” do mundo, aliou-se à Zeno Partners para tentar comprar a Altice Portugal. António Horta Osório foi convidado a “juntar-se ao consórcio e a tornar-se membro do conselho de administração” se o projeto da compra da Altice Portugal for bem-sucedido, explicou uma das fontes.

A Zeno Partners é uma casa de private equity responsável por seis fundos, tendo sido criada por Duarte Moreira, um discreto investidor português baseado na Suíça, que, no ano passado, foi convidado a participar na reunião do Clube de Bilderberg que decorreu em Lisboa.

Duarte Moreira ocupa também cargos de gestão noutros negócios, incluindo o de chairman do grupo Vangest, empresa de moldes da Marinha Grande que partilha com a Zeno parte do Conselho de Administração.

Fundada em 1966, a Warburg Pincus gere ativos avaliados em 83 mil milhões de dólares. Se conseguisse comprar a Altice Portugal, não seria o primeiro negócio no setor das telecomunicações: em setembro de 2021, adquiriu, em conjunto com a Apax Partners, a operação da T-Mobile nos Países Baixos. A transação avaliou a operadora em 5,1 mil milhões de euros, que, em 2023, mudou de nome para Odido, mantendo-se no portefólio da Warburg. Na carteira deste fundo encontram-se ainda outras empresas de telecomunicações com operações no Brasil, Reino Unido, Singapura, Taiwan e Austrália.

Além desta oferta, a Bloomberg noticiou que Patrick Drahi terá em cima da mesa duas outras propostas para a compra da Altice Portugal, nomeadamente da operadora estatal da Arábia Saudita, Saudi Telecom, assim como do grupo Iliad, do milionário francês Xavier Niel, responsável pela operadora Free em França.

Algumas fontes do setor acreditam que uma venda da Altice Portugal à Saudi Telecom teria de ultrapassar sérias barreiras regulatórias, por se tratar de uma empresa que detém infraestruturas críticas. Aliás, ao Jornal de Negócios, o secretário de Estado Mário Campolargo disse que o Governo, “respeitando as normas de direito, tomará uma decisão impactante que contrarie uma compra por algum investidor que não cumpra o quadro regulamentar do quadro europeu”. Já Xavier Niel é visto como um “rival” de Patrick Drahi, que prefere vender a fundos do que a outro player do setor.

Contactada, fonte oficial do grupo Altice não quis comentar. Fonte oficial da Warburg Pincus respondeu: “Não temos comentado sobre os pedidos que temos recebido e esse continua a ser o caso.” Fonte oficial da Zeno Partners não quis comentar. Contactado sobre este assunto, António Horta Osório não respondeu.

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Frente a frente: PS admite viabilizar governo minoritário da AD, Montenegro antecipa acordo com IL

Pedro Nuno Santos afasta moção de rejeição a um governo de direita, mas ataca "irresponsabilidade" orçamental da AD. Montenegro responde com impreparação do ex-ministro.

O tabu foi desfeito. Pedro Nuno Santos admitiu, esta segunda-feira, viabilizar um governo minoritário da Aliança Democrática (AD), coligação que junta PSD, CDS e PPM, no derradeiro dos 28 debates que opuseram oito líderes dos partidos com assento parlamentar, e que juntou o secretário-geral socialista e o presidente do PSD, Luís Montenegro. Num encontro que durou cerca de 75 minutos, e que foi transmitido em simultâneo pela RTP, SIC e TVI, os dois opositores traçaram os planos para o país caso vençam as eleições legislativas de 10 de março.

O palco foi o cineteatro Capitólio, em Lisboa, que teve à porta uma manifestação com centenas de polícias, o que acabou por ser o primeiro tema da noite. Os líderes debateram também temas como a saúde, habitação, educação e pensões, com Montenegro a criticar a atuação de Pedro Nuno Santos enquanto foi ministro e este a apontar o dedo ao programa da AD como sendo “irresponsável”.

Debate Legislativas 2024 - Pedro Nuno Santos vs Luís Montenegro - 19FEV24
Debate Legislativas 2024 – Pedro Nuno Santos vs Luís MontenegroHugo Amaral/ECO

Balanço

Pedro Nuno Santos assumiu que “se o PS não ganhar, e por humildade democrática, não apresentará uma moção de rejeição nem viabilizará uma moção de rejeição, se houver uma vitória da AD, que esperamos que não aconteça”.

Do lado da AD, Montenegro não se comprometeu a viabilizar um executivo minoritário do PS, defendendo antes que, sem maioria absoluta, a AD governará com “os deputados da IL”.

Leilão

Pedro Nuno Santos: “Queremos garantir aumentos [extraordinários] nas pensões mais baixas em períodos de baixa inflação”.

Luís Montenegro: “Todos os anos atualizaremos de acordo com a inflação os salários da Função Pública. Temos reservada metade da despesa para, em cima da inflação, ter uma valorização de carreira específica”.

Bottom line

Pedro Nuno Santos: “Não há dogmas em relação aos privados, mas prefiro investir nos hospitais do SNS e dar autonomia às administrações hospitalares”.

Luís Montenegro: “É difícil a AD conseguir por si só ter maioria absoluta dos deputados da AR. (…) está muito alcançável objetivo que era juntamente com deputados da AD e Iniciativa Liberal termos maioria. Se não conseguirmos, governaremos com maioria relativa”.

Número

Pedro Nuno Santos: 800 euros é a meta para o aumento da despesa com dedução em IRS de rendas para habitação própria e permanente, cujo limite é 600 euros.

Luís Montenegro: 50 mil novas casas ao ano, em média, é o objetivo da AD para os próximos quatro anos.

Parecer

Pedro Nuno Santos sabia que o frente-a-frente com Luís Montenegro era a sua última oportunidade para manter efetivas condições para ganhar as legislativas, depois da consolidação de uma ideia de que a Aliança Democrática (AD) tinha ganho a dianteira. E, por isso, entrou ao ataque com uma declaração que é de um primeiro-ministro: Perante uma manifestação de dezenas de polícias à porta do Capitólio, onde decorreu o debate, afirmou que não é possível negociar [com os polícias] “sob coação”, coisa que o presidente do PSD não foi capaz de fazer.

Foi um início de debate que terá deixado Montenegro à defesa, numa área, a da segurança, que seria mais favorável à direita. Depois, o secretário-geral do PS foi, muitas vezes, mais assertivo e deu uma notícia (outra à qual Montenegro não respondeu), a de que não vai aprovar uma moção de rejeição a um governo minoritário da AD, um ato de clarificação e coragem política.

Montenegro ganhou o debate da voracidade fiscal do PS e da justiça social na descida do IRS, nas respostas na saúde – os privados abriram 32 hospitais e o Estado nem um –, na habitação e rendas, mas o final, com as pensões, voltou a mostrar um Pedro Nuno Santos eficaz. No cômputo geral, num debate a olhar muito para trás, Pedro Nuno Santos saiu melhor do que entrou, teve iniciativa e terá recuperado eleitorado indeciso que estava a cair para a AD, e Luís Montenegro vai ter de voltar a trabalhar para recuperar de um debate em que saiu pior do que entrou, e tem cerca de 20 dias de campanha eleitoral para o fazer (e apagar a infeliz comparação que fez, involuntariamente, com toda a certeza, de Passos Coelho a Sócrates).

(Opinião) António Costa, diretor do ECO

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PSP vai comunicar ao Ministério Público protesto de polícias junto ao Capitólio

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2024

O porta-voz da PSP disse o desfile dos polícias e concentração junto ao Capitólio não foi comunicado à câmara e a lei obriga, por isso, a que haja comunicação ao Ministério Público.

A PSP vai comunicar ao Ministério Público a marcha desta segunda-feira e a concentração de polícias junto ao Capitólio, em Lisboa, por o protesto não estar autorizado, disse à Lusa fonte da Direção Nacional. O porta-voz da PSP disse que a concentração de elementos da PSP e GNR na Praça do Comércio estava autorizada e tinha sido comunicada à autoridade competente, que é a Câmara Municipal de Lisboa (CML).

No entanto, o mesmo não aconteceu com o desfile que se seguiu, pela Rua da Prata, Praça do Rossio e Avenida da Liberdade, e com a concentração junto ao Capitólio. Sérgio Soares explicou que, por o protesto não ter sido comunicado à CML, a lei obriga a que haja comunicação ao Ministério Público. Já anteriormente a comandante responsável pelo policiamento junto ao Capitólio tinha dito à Lusa que a manifestação não estava autorizada e que os promotores seriam identificados.

Os polícias dirigiram-se para o Capitólio, onde decorreu o debate eleitoral entre os líderes do PS e do PSD, após uma concentração que juntou cerca de 3.000 elementos da PSP e da GNR na Praça do Comércio, junto ao Ministério da Administração Interna (MAI). Ao contrário da manifestação na Praça do Comércio, organizada pela plataforma que congrega os sindicatos da PSP e associações da GNR, o protesto junto ao Capitólio foi marcado nas redes sociais pelo ‘movimento inop’ e não tem a participação da plataforma sindical.

Muitos dos polícias que se concentraram no Capitólio foram desmobilizando ao longo do debate, mas alguns ainda se mantinham no local cerca das 22:00. Os elementos da PSP e da GNR estão em protesto há mais de um mês para exigir um suplemento idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária.

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Zelensky alerta para situação “extremamente difícil” na frente de batalha

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2024

"As tropas russas estão a tirar partido do atraso no fornecimento de ajuda à Ucrânia", afirmou o presidente ucraniano na sua mensagem diária.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu esta segunda-feira que o exército ucraniano está a enfrentar uma situação “extremamente difícil” imposta pelas forças russas, que, considerou, estão a aproveitar o atraso do Ocidente na prestação de ajuda militar.

“A situação é extremamente difícil em vários pontos da linha da frente, onde as tropas russas concentraram um máximo de reservas. As tropas russas estão a tirar partido do atraso no fornecimento de ajuda à Ucrânia”, afirmou Zelensky na sua mensagem diária, acrescentando que o seu país carece de artilharia e precisa de defesa antiaérea para a linha da frente, bem como de armas de longo alcance.

As forças russas estão na ofensiva no leste e no sul da Ucrânia e acabaram de capturar a cidade disputada de Avdiivka, na região de Donetsk, fazendo o seu primeiro grande ganho desde a captura de Bakhmut em maio de 2023. Na segunda-feira, o exército ucraniano afirmou estar a enfrentar “fogo pesado” das forças russas na ofensiva na região de Zaporizhia, no sul do país.

O comandante ucraniano Oleksandr Tarnavsky disse que as tropas de Moscovo estavam a lançar múltiplos ataques, particularmente perto da aldeia de Robotyne, um dos poucos locais onde a Ucrânia tinha conseguido recuperar terreno durante a contraofensiva do verão passado. O exército russo está a tentar avançar com “pequenos grupos de assalto apoiados por unidades blindadas”, afirmou no Telegram.

Estas tentativas de ofensiva foram travadas, o inimigo foi eliminado nos arredores de Robotyne”, afirmou o major Tarnavsky, que comanda as forças ucranianas na região. Como muitas cidades do leste da Ucrânia, Robotyne foi completamente arrasada após meses de fogo de artilharia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, saudou a tomada de Avdiivka como uma “importante vitória” das suas tropas, a poucos dias do segundo aniversário do início da invasão russa, a 24 de fevereiro.

Bloqueio na fronteira polaca reflete erosão da solidariedade, diz Zelensky

O Presidente ucraniano alertou ainda que o bloqueio da fronteira entre a Polónia e a Ucrânia por camionistas e agricultores polacos demonstra a “erosão da solidariedade” para com o seu país que combate a invasão da Rússia. “O que está a acontecer na nossa fronteira ocidental, a fronteira com a Polónia, não pode ser considerado normal ou comum”, declarou o chefe de Estado ucraniano, sublinhando que a situação demonstra “a erosão da solidariedade quotidiana”.

Durante semanas, os agricultores polacos têm tentado impedir as importações de produtos provenientes da Ucrânia, em protesto contra o que consideram ser uma concorrência desleal. Esta disputa prejudicou as relações entre Kiev e Varsóvia, que tem sido um dos mais fervorosos apoiantes da Ucrânia desde o início da invasão russa.

A circulação rodoviária com a Polónia tem sido crucial desde o início da guerra para permitir que as empresas ucranianas continuem a exportar. Mas esta situação irritou os agricultores e as empresas de transporte polacos, que se queixam das tarifas ucranianas, com as quais não podem competir. “Na realidade, não se trata de cereais, mas sim de política”, sublinhou Zelensky, assegurando que apenas 5% das exportações agrícolas do seu país atravessaram a fronteira polaca.

Seis passagens de fronteira estão bloqueadas no lado polaco, revelou hoje o ministro ucraniano das Infraestruturas, Oleksandr Kubrakov, considerando na rede social Facebook que se trata de uma “ameaça direta à segurança de um país forçado a defender-se”. “Eles estão a bloquear tudo. Alguns camiões transportam combustível. Há alguns dias, os manifestantes bloquearam a passagem de vários camiões carregados de armas”, realçou Kubrakov, em entrevista à televisão pública ucraniana.

De acordo com um responsável polaco, cerca de 600 camiões aguardam para atravessar da Polónia para a Ucrânia na passagem fronteiriça de Dorohusk. De acordo com Michal Derus, porta-voz da alfândega da cidade polaca de Lublin, duas dúzias de camiões cruzaram a fronteira para a Ucrânia durante a noite, mas “nenhum camião entrou na Polónia”. “Podemos, portanto, assumir que se trata de um bloqueio total”, acrescentou.

A situação deverá piorar ainda mais esta terça-feira, quando os agricultores polacos planeiam apelar a um bloqueio total da fronteira entre os dois países. A ofensiva militar russa no território ucraniano, desencadeada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

(Notícia atualizada pela última vez às 22h59)

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Mexidas na administração do BPI. Entram dois novos administradores executivos

Ana Rosas Oliveira e Afonso Fuzeta Eça vão substituir Pedro Barreto e Francisco Barbeira no cargo de vogais do banco. Decisão aguarda acordo das autoridades de supervisão.

O BPI nomeou para novos administradores executivos do banco Ana Rosas Oliveira e Afonso Fuzeta Eça, que desempenham, atualmente, funções na direção executiva da instituição bancária. Oliveira e Eça irão, assim, substituir, Pedro Barreto e Francisco Barbeira, que pediram a demissão, segundo a informação comunicada esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A decisão aguarda aval das autoridades de supervisão.

“O conselho de administração do banco BPI informa que decidiu cooptar como novos vogais do conselho e membros da sua comissão executiva a dra. Ana Rosas Oliveira e o dr. Afonso Fuzeta Eça”, de acordo com o mesmo comunicado.

O início do mandato destes dois novos administradores está, porém, “dependente do necessário acordo das autoridades de supervisão”, segundo a nota que o banco enviou à CMVM.

A instituição bancária, liderada por João Pedro Oliveira e Costa, esclarece que “a nomeação dos dois novos administradores resulta do pedido de renúncia apresentado pelos administradores executivos dr. Pedro Barreto e Eng. Francisco Barbeira, com quem foram celebrados acordos de cessação dos vínculos com o banco”.

Assim, o “conselho de administração deliberou entregar as responsabilidades dos administradores renunciantes aos administradores executivos em efetividade de funções até que, nos termos da lei, os respetivos substitutos possam iniciar os seus mandatos”, indica o BPI.

Os dois novos administradores cooptados desempenham atualmente funções na direção do BPI: Ana Rosas Oliveira é diretora executiva, responsável pela direção de marketing de empresas, e Afonso Fuzeta Eça é diretor executivo, responsável pela direção de canais e Inovação.

“O conselho de administração expressa publicamente o seu apreço e reconhecimento pelo importante contributo para o desenvolvimento do banco que deixam Pedro Barreto, colaborador desde 1988 e administrador executivo desde 2004, e Francisco Barbeira, colaborador desde 1996 e administrador executivo desde 2017”, lê-se no mesmo comunicado.

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Governo espanhol convoca embaixador russo

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2024

O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, destacou que a morte de Navalny é "totalmente injustificada e nunca deveria ter ocorrido".

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha convocou esta segunda-feira o embaixador russo em Madrid, Yuri Klimenko, na sequência da morte na prisão do opositor russo Alexei Navalny, divulgaram fontes diplomáticas. Também os ministros dos Negócios Estrangeiros francês e norueguês anunciaram a convocação dos embaixadores russos nos respetivos países, no seguimento da morte em prisão do opositor Alexei Navalny.

O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, destacou que a morte de Navalny é “totalmente injustificada e nunca deveria ter ocorrido”, e sublinhou que o “último responsável é evidentemente aquele que o colocou injustamente na prisão por razões políticas”. Albares reuniu-se em Bruxelas com a viúva de Navalny, Yulia Navalnaya, juntamente com os restantes ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, e pediu que a Rússia esclareça as causas da morte o mais rapidamente possível “de forma credível”.

“Manifestei o meu apoio a Yulia Navalnaya, tal como o expresso a tantos defensores da democracia e das liberdades. O Governo de Espanha está sempre, em todas as partes do mundo, ao lado daqueles que defendem a democracia, a liberdade e os direitos humanos”, frisou Albares durante uma conferência de imprensa após a reunião de ministros dos 27.

Também foi anunciado que o Ministério dos Negócios Estrangeiros sueco convocou o embaixador russo na Suécia, devido à morte de Navalny. “A União Europeia deve agir contra a opressão política na Rússia. Isto é ainda mais importante porque, em 16 de fevereiro, Alexei Navalny morreu enquanto detido” na Rússia, frisou o chefe da diplomacia sueca, Tobias Billström, em comunicado.

O governo sueco também tomou a iniciativa a nível europeu de examinar a possibilidade de novas sanções contra Moscovo, pode ler-se no comunicado de imprensa. A União Europeia e os Estados Unidos já aplicaram uma bateria de sanções contra Moscovo desde o início da guerra após a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.

Durante uma viagem à Argentina, o francês Stéphane Séjourné também anunciou que decidiu convocar o embaixador russa e disse que “o regime de Vladimir Putin voltou a mostrar a sua verdadeira natureza”. Já o Ministério norueguês anunciou a convocação embaixador em comunicado.

No texto, é anunciado que “a Noruega vai exprimir o seu ponto de vista quanto à responsabilidade das autoridades russas nesta morte e à realização de uma investigação independente” à morte do opositor. Estas posições francesa e norueguesa somam-se a outras similares conhecidas ao longo do dia de hoje, tomadas por Países Baixos, Espanha, Suécia, Alemanha, depois de o Reino Unido ter convocado o embaixador russo na sexta-feira

Para honrar a memória do opositor russo, o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, propôs que o regime europeu de sanções aos direitos humanos receba o nome de Alexei Navalny. Espanha e Suécia seguiram o exemplo da Alemanha, que também convocou o embaixador russo em Berlim.

O Governo britânico, por sua vez, convocou diplomatas da embaixada russa na sexta-feira à noite, para informá-los de que as autoridades russas são consideradas “totalmente responsáveis” pela morte do opositor número um do Kremlin. Alexei Navalny morreu a 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.

Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência. Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizam o presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.

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Bastonário diz que médicos internos já dão tempo mínimo ao SNS

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2024

"Os médicos internos trabalham ativamente para o SNS durante cinco, seis ou sete anos, dependendo da sua especialidade", afirmou Carlos Cortes.

O Bastonário da Ordem dos Médicos disse esta segunda-feira que a ideia de sujeitar médicos formados pelo Estado a um tempo mínimo no Serviço Nacional de Saúde (SNS) revela desconhecimento porque “os médicos internos já dão esse contributo”.

“Os médicos internos, ou seja, os médicos ditos em formação, são médicos com autonomia e representam um terço dos médicos do SNS. Dos pouco mais de 30 mil médicos que existem no SNS, 10 mil são médicos internos e esses médicos têm uma atividade muito importante dentro do SNS”, afirmou Carlos Cortes à Lusa em Tomar (Santarém). Aqueles profissionais, sublinhou, “fazem consultas, contribuem para as cirurgias, e trabalham no serviço de urgência”, entre outros.

Não querendo comentar os programas de cada um dos partidos candidatos às eleições de 10 de março, Carlos Cortes disse haver um aspeto que importa elucidar no programa eleitoral do Partido Socialista (PS) por entender haver “muito desconhecimento” sobre essa matéria. “Os médicos internos trabalham ativamente para o SNS durante cinco, seis ou sete anos, dependendo da sua especialidade”, afirmou Carlos Cortes.

Para o bastonário, a ideia de sujeitar os jovens médicos formados pelo Estado a um tempo mínimo de serviço no SNS não tem “nenhum cabimento” porque os médicos internos “já dão este contributo muito importante ao SNS”. O responsável, que “apadrinhou” a apresentação pública do Centro de Investigação e Inovação Clínica (CIIC) da ULS Médio Tejo, disse ainda que “as pessoas, antes de fazerem propostas, têm de estar mais informadas sobre aquilo que é o trabalho dos médicos”.

O PS já afirmou que a ideia de sujeitar médicos formados pelo Estado a um tempo mínimo no Serviço Nacional de Saúde (SNS) será avaliada e só será tomada após negociação e aceitação pelas estruturas representativas do setor. Esta proposta consta do programa eleitoral do PS, tendo sido desde logo contestada, designadamente pela Iniciativa Liberal (IL) e pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Fonte oficial do PS rejeitou à agência Lusa que possa fazer sentido uma controvérsia em torno dessa proposta e adiantou: “Avaliar a possibilidade significa, tal como referido, que qualquer uma dessas medidas nunca será tomada sem avaliação, negociação e aceitação por parte das estruturas representativas dos médicos”. No programa eleitoral do PS prevê-se a possibilidade de introdução de um tempo mínimo de dedicação ao SNS pelos profissionais de saúde, nomeadamente médicos, na sequência do período de especialização.

Em relação aos médicos que pretendem emigrar ou ingressar no setor privado, os socialistas admitem a “possibilidade de introdução de um quadro de compensações, pelo investimento público do país na sua formação”.

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Novobanco vai corrigir acerto de pensões de reforma

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2024

O banco, segundo o sindicato, “comunicou que irá adotar o princípio da proporcionalidade direta, corrigindo o acerto de pensões de reforma, que passará a incluir todos os pensionistas”.

O novobanco vai corrigir o acerto das pensões de reforma, adotando o princípio da proporcionalidade direta, à imagem do que fizeram outras instituições, depois de ações judiciais, disse o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB).

Num comunicado, a estrutura sindical referiu que tomou conhecimento de que o banco “comunicou que irá adotar o princípio da proporcionalidade direta, corrigindo o acerto de pensões de reforma, que passará a incluir todos os pensionistas”.

O sindicato recordou que “desenvolveu uma atuação persistente e a vários níveis, que se concretizou na representação de sócios em múltiplas ações judiciais respeitantes ao cálculo do acerto relativo às pensões de reforma dos bancários”, bem como “na realização de 15 sessões de esclarecimento em 2023 e na obtenção de parecer de um reputado jurista”.

O SNQTB lembrou que, no final de 2023, “o Banco Santander Totta, o Banco BPI e o Banco Montepio vieram a adotar o entendimento que tem sido sufragado pelos Tribunais, aplicando assim o princípio da proporcionalidade direta”. O sindicato disse que “faltava o Novobanco adotar o mesmo princípio que, sabe o SNQTB, irá agora ser colocado em prática também” pela instituição.

“O SNQTB saúda o Novobanco pelo procedimento agora adotado, fazendo justiça aos bancários reformados”, disse Paulo Gonçalves Marcos, presidente do SNQTB, citado na mesma nota, acrescentando que a estrutura estava disponível “para prestar os esclarecimentos e informações” que os seus associados reformados do banco entendam solicitar.

Os sindicatos representaram os seus associados em centenas de ações nos tribunais contra Santander, Novo Banco, BPI e Montepio por considerarem que havia cálculos errados em reformas da Segurança Social, no caso de reformados que descontaram para este regime fora e dentro do setor bancário. Para os sindicatos, a forma como alguns bancos calculavam a pensão significava um corte na pensão.

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PS “baixou os braços” no crescimento económico, acusa Montenegro. Programa fiscal do PSD “é um ato de fé”. Siga aqui

Os líderes dos dois maiores partidos estiveram frente a frente num debate que durou cerca de 75 minutos, a três semanas das eleições legislativas de 10 de março. Leia aqui os principais momentos.

Depois de duas semanas de debates, deu-se, esta segunda-feira, o “confronto” final entre os líderes dos dois maiores partidos em Portugal: Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro estiveram frente a frente, num debate mais longo do que os restantes, com uma duração de 75 minutos, que foi transmitido em simultâneo na RTP, SIC e TVI.

O secretário-geral do PS e o líder da coligação Aliança Democrática, que engloba PSD, CDS e PPM, mostraram o que os separa, apesar de também existirem vários pontos comuns entre os programas. Reveja aqui os principais momentos.

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Escassez de medicamentos em Portugal aumentou 47% em 2023. Mais de um terço são genéricos

Estudo revela ainda que, em 2023, os farmacêuticos europeus gastam 9,5 horas/ semana a lidar com a escassez de medicamentos. Situação leva a perdas financeiras e menor confiança dos clientes.

A escassez de medicamentos tem vindo a afetar vários países da Europa, com 65% dos farmacêuticos europeus a apontarem que a situação piorou em 2023, de acordo com o estudo PGEU Medicine Shortages Report 2023. Portugal não é exceção: no ano passado, o número de medicamentos em rutura de stock aumentou 47% face a 2022.

A escassez de medicamentos é um problema que afeta o mercado farmacêutico há vários anos, depois de acentuado com a pandemia de Covid e com a guerra na Ucrânia devido às interrupções nas cadeias de abastecimento e, também, pelo facto de a indústria considerar que em alguns casos, o preço do medicamento não compensa o aumento dos custos de produção, o que leva à sua inviabilidade comercial.

De acordo com estudo do Grupo Farmacêutico da União Europeia (PGEU, na sigla em inglês), que conta com a participação de 26 países europeus, em 17 (65% do total) os farmacêuticos apontam que a escassez de medicamentos piorou em 2023 face aos 12 meses anteriores, enquanto apenas seis (23%) dizem que a situação manteve-se estável.

Por sua vez, apenas três países (nomeadamente Chipre, Grécia e Macedónia do Norte) registaram melhorias face a 2022, ano em que 76% dos países analisados responderam que a situação tinha piorado e 24% disseram que se manteve igual.

Portugal não foge ao panorama da maioria dos países europeus, com a escassez de medicamentos a aumentar 47% face a 2022, sendo que mais de um terço (36,8%) diziam respeito a medicamentos genéricos, revela ainda o estudo da associação que representa os farmacêuticos comunitários europeus.

Para colmatar esta situação, este ano o Governo português voltou a rever os preços dos medicamentos e deixou de ser obrigatório que preço dos medicamentos deixe de constar nas embalagens, por forma a reduzir “de forma significativa os custos de contexto”.

De acordo com o estudo, no ano passado, os farmacêuticos europeus gastam 9,5 horas por semana a resolver problemas com a escassez de medicamentos. São mais 2,8 horas face a 2022 e mais 4,2 face a 2021. E esta circunstância impacta diretamente o modelo de negócio das farmácias, mas também os doentes.

Do lado dos utentes, os farmacêuticos inquiridos reportam que a angústia e incómodo (100%), a interrupção de tratamento (88%), o aumento dos co-pagamentos em resultado da aquisição de fármacos mais caros ou sem comparticipação (73%) ou até uma eficácia menor estão entre as principais causas negativas que resultam da escassez dos medicamentos (73%).

Por sua vez, do lado das farmácias, 92% dos inquiridos reportam perdas financeiras devido ao tempo gasto a tentar selecionar as ruturas de stock, enquanto 81% apontam um aumento das tarefas administrativas e 77% uma redução da confiança por parte dos clientes. As farmácias alegam ainda perdas financeiras diretas devido ao aumento dos preços de aquisição (54%), perdas financeiras devido a alterações operacionais ou perdas financeiras diretas devido a alterações nas práticas de reembolso (46%).

O estudo aponta ainda que as soluções disponíveis para as farmácias comunitárias mitigarem a escassez de medicamentos “variam significativamente” entre os países europeus, mas a substituição por genéricos (92%) ou o ajuste da terapia ou posologia quando o mesmo medicamento está disponível com uma dosagem diferente (50%) estão entre as mais utilizadas.

Em 18 dos 26 países analisados existem sistemas de informação para monitorizar a escassez de medicamentos. É o caso de Portugal, que tem uma lista relativa aos medicamentos cuja exportação está temporariamente suspensa, que é atualizada periodicamente, e tem também uma lista de medicamentos críticos.

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Nigel Walsh promovido a Head of Global Insurance da Google Cloud

  • ECO Seguros
  • 19 Fevereiro 2024

O novo presidente está há 15 anos no setor segurador, tendo sido vice-presidente do departamento de seguros da Capgemini, partner na Deloitte Digital e também apresentador de um podcast do setor.

Nigel Walsh foi promovido a Head of Global Insurance na Google Cloud, após três anos como Managing Director do departamento de seguros da Google, anunciou o próprio nas suas redes sociais.

Nigel Walsh é o novo Head of Global Insurance na Google Cloud Platform, plataforma que fornece serviços de inteligência artificial (IA) generativa.

A Google Cloud Platform fornece produtos de armazenamento de dados e a sua análise, de inteligência artificial, segurança e instrumentos de gestão, para as empresas otimizarem a gestão de dados. De acordo com a empresa, a AXA Swiss, a Allianz e a Generali estão entre as seguradoras que já recorreram à inteligência artificial (IA) generativa da Google Cloud. Enquanto a Axa Swiss utiliza a IA da Google para “coletar insights sobre tendências futuras, identificar novas ou desconhecidas necessidades de clientes e personalizar os serviços“, já a Allianz “oferece um programa de gestão de riscos que simplifica o acesso à cobertura de seguros cibernético”. Por sua vez, a Generali procura “melhorar preços de gestão interna e personalizar os serviços”.

“É com agrado que inicio o próximo capítulo na Google Cloud, a liderar a nossa equipa global de seguros. Não podia estar mais satisfeito em dar este passo num altura em que a velocidade das mudanças com as tecnologias, especialmente de inteligência artificial, nunca foi tão estimulante e relevante para o setor“, escreveu Nigel Walsh, no LinkedIn.

Há cerca de 15 anos no setor segurador, foi vice-presidente de seguros do Reino Unido por mais de seis anos Capgemini e foi partner na Deloitte Digital. Nigel Walsh passou também na Startupbootcamp – projeto de investimento e orientação a startups de seguros – como orientador e apresentou o podcast Insurtech Insider.

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