Acionistas processam CaixaBank pela compra do BPI. Tribunal vai investigar

O tribunal espanhol aceitou um processo contra o CaixaBank, o seu ex-presidente e restantes administradores, interposto por dois acionistas. CaixaBank já negou as acusações de abuso de mercado.

Abuso de mercado, administração desleal e crimes societários em operações complexas. Estes são as acusações de que o CaixaBank está a ser alvo num processo interposto por dois acionistas na sequência da compra do BPI. A notícia é avançada pela EFE, que diz que o tribunal aceitou a ação.

Para além do CaixaBank, a ação tem como alvo Isidro Fainé — presidente da Fundação La Caixa e ex-presidente do grupo –, bem como outras seis pessoas. Nomeadamente, o conselheiro delegado do CaixaBank, Gozalo Gortázar, o ex-diretor geral de relações internacionais, António Massanell, dois assessores da presidência, Alejandro García Bragado e Oscar Calderón, e o diretor das regras normativas, Juan Álvarez García, avança a EFE.

As acusações incidem sobre o processo de compra do BPI pelo CaixaBank em 2017. O banco espanhol que detinha uma participação minoritária no BPI desde 1995, lançou uma Oferta Pública de Aquisição no ano passado sobre o banco agora liderado por Pablo Forero, tendo garantido o controlo de 84,5% do seu capital, graças a um investimento de 644,5 milhões de euros.

O alvo das investigações associadas a essa queixa centram-se no possível uso de informação privilegiada, bem como numa suposta falsificação das contas anuais e de documentos que deveriam refletir a situação jurídica e económica do banco.

De acordo com os autos do juiz, divulgados pela imprensa espanhola, entre a qual o El Mundo, a queixa adverte para uma série de operações supostamente ilegais em torno do contrato de permuta entre o CaixaBank e a Criteria Caixa, holding que controla o banco, e cujo fim último era a aquisição do BPI. Envolve ainda o crédito de 400 milhões de euros concedido pelo Banco de Fomento de Angola para eliminar restrições à aquisição do banco português. Mais especificamente que Isabel dos Santos, filha do presidente de Angola na altura, e que controlava cerca de 10% do BPI, apoiasse a entrada dos catalães no banco português.

O Juiz José de La Mata alerta para um possível prejuízo de centenas de milhões de euros para os acionistas do CaixaBank.

CaixaBank rejeita ilegalidades

Entretanto, o CaixaBank já reagiu. O banco espanhol rejeita que tenha havido irregularidades na compra do banco português BPI, assegurando que todas as operações “foram efetuadas no estrito cumprimento das obrigações legais”.

“O CaixaBank reafirma que todas as operações realizadas na tomada do controlo do BPI, bem como a permuta das ações da BEA e da GF Inbursa com Criteria, foram efetuadas no estrito cumprimento das obrigações legais e com o conhecimento ou as autorizações dos reguladores”, disse fonte oficial do CaixaBank à agência Lusa.

A fonte do dono do BPI insistiu ainda que “isto não tem sentido” e que se estão a “misturar” coisas diferentes.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h47 com reação do CaixaBank)

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Banqueiros desvalorizam alerta de Carlos Costa sobre “euforia” no imobiliário

O Banco de Portugal alertou para um cenário de "euforia" no mercado imobiliário. Mas os banqueiros portugueses não estão tão preocupados quanto isso com a alta dos preços.

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, alertou para um cenário de “euforia” no mercado imobiliário e para o perigo de uma bolha no setor para a estabilidade financeira, mas os bancos portugueses não estão tão preocupados quanto isso com a escalada dos preços dos imóveis. No BCP, por exemplo, Miguel Maya revelou que o banco voltou a fazer promoção imobiliária depois de ter sido proibido de o fazer quando obteve ajuda do Estado. António Ramalho, do Novo Banco, disse que “é uma questão perfeitamente gerível” e Pablo Forero, do BPI, lembrou a bolha espanhola para dizer que a “situação em Portugal é bastante razoável”.

“Não vejo grande problema no imobiliário. No BCP, estávamos proibidos de fazer promoção imobiliário. Voltamos a fazer promoção imobiliária, temos parcerias com promotores, mas temos critérios rigorosos e temos regras relacionadas com a capacidade de geração de cash flow e não com as garantias de colateral”, adiantou o presidente executivo do banco na conferência “Banca do Futuro”, organizada pelo Jornal de Negócios.

Miguel Maya acrescentou que Portugal vive hoje em dia um novo “paradigma” no mercado imobiliário mais global e menos doméstico. E é devido à presença do investimento internacional que “dificilmente” vê “os preços na Baixa de Lisboa ou do Porto a descer” para níveis dos últimos anos.

"Não vejo grande problema no imobiliário. No BCP, estávamos proibidos de fazer promoção imobiliário. Voltamos a fazer promoção imobiliária.”

Miguel Maya

Presidente executivo do BCP

Bolha imobiliária? “Temos um mercado quente. Acho que deverá haver um ajustamento dos preços mas será um ajustamento marginal quando daqui a um ano a nova oferta chegar ao mercado”, frisou ainda o presidente executivo do BCP.

Também António Ramalho, do Novo Banco, não está preocupado com o atual ambiente de preços dos imóveis, tendo em conta o passado recente em que “tivemos um grande período de desinvestimento no mercado em que se deixou de construir e de se licenciar”. Deu conta ainda da elevada procura turística e da procura de residentes não habituais com outro poder de compra como fatores que estão a sustentar os preços. E por isso, “o tema do imobiliário é perfeitamente gerível” para os bancos portugueses, assegurou.

Para Paulo Macedo, da Caixa Geral de Depósitos, importa analisar as diferenças entre o mercado residencial nos grandes centros e o mercado de imóveis comerciais, onde “os preços se têm mantido”. Mas o banco público atribui “muita importância” ao assunto até porque tem no seu portefólio aproximadamente 20 mil imóveis que quer vender.

No BPI, o espanhol Pablo Forero recordou a bolha imobiliária que rebentou em Espanha na última década para sublinhar que “a situação em Portugal é bastante razoável”. “Mas há naturalmente que evitar excessos e os bancos estão a fazer um trabalho muito sério”, disse.

"Posso falar da bolha em Espanha, mas a situação do imobiliário em Portugal é bastante razoável. Há naturalmente que evitar excessos, mas os bancos estão a fazer um trabalho muito sério.”

Pablo Forero

Presidente executivo do BPI

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Jerónimo Martins sobe 2%. Retalhista deixa bolsa acima da linha de água

Lisboa fechou semana em terreno ligeiramente positivo, assim como a Europa. Por cá, destacaram-se as ações da Pharol, que evidenciaram um disparo de 6% no meio de notícias da Oi.

O melhor desempenho da sessão em Lisboa coube à Pharol, com as ações a subirem mais de 6%, mas também a Jerónimo Martins apresentou ganhos expressivos, determinantes para que a bolsa conseguisse terminar a semana em terreno ligeiramente positivo. Na Europa, o fecho das praças também se fez em tons de verde.

O PSI-20, o principal índice português, ganhou 0,12% para 5.497,2 pontos. As ações da dona do Pingo Doce somaram 1,9% para 13,90 euros e foram o contributo mais decisivo para que a praça nacional fechasse a sessão com sinal mais. Outras quatro cotadas também ajudaram, mas um pouco menos. Foi o caso da Galp Energia e da EDP Renováveis, com subidas de 0,54% e 0,40%, respetivamente.

A maior subida pertenceu à Pharol. A gestora da participação na operadora brasileira Oi viu títulos dispararem 6,07% para 0,2185 euros. Um desempenho que surge depois da notícia da Reuters de que os fundos de investimento especializados em ativos problemáticos, e que controlam parte da telecom, vão esperar por uma melhoria dos resultados antes de se desfazerem das suas participações.

“A Pharol distinguiu-se pela forte subida, que interrompe um movimento descendente bastante acentuado, que é explicado pela decisão da administração em participar no próximo aumento de capital da Oi”, afirmam os analistas do BPI no Comentário de Fecho. “Para materializar esse intento, a Pharol anunciou na semana passada que irá igualmente aumentar o seu capital. Essa decisão gerou uma forte pressão vendedora que foi interrompida hoje”, acrescentam.

A travar uma maior ambição: EDP e BCP, com quedas de 0,77% e 0,47%, respetivamente.

Fora do índice de referência nacional, as ações do BPI estiveram sob pressão compradora, fechando em alta de 1,94% para 1,472 euros, depois de a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) se ter decidido pela nomeação de um auditor para fixar a contrapartida para o CaixaBank retirar o banco português de bolsa.

BPI avança

No panorama europeu, o benchmark Stoxx 600 somou ligeiros 0,09%. Outras praças importantes como o CAC-40, o FTSE-Mib e o IBEX-35 encerraram com ganhos entre 0,2% e 0,6%.

“A sessão pautou-se pela expectativa em relação à intervenção do Presidente da Fed no Fórum Anual desta instituição que se realiza em Jackson Hole“, disse o BPI. “O setor bancário europeu, que ultimamente tem sido atingido pelos receios em relação ao próximo Orçamento de Estado do Governo Italiano, foi hoje animado por uma notícia reportada pela Reuters sobre uma hipotética fusão entre o italiano Unicredit e o francês BNP Paribas”, notou ainda.

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Venda de ativos ajuda BPI a passar de prejuízos a lucros de 366,1 milhões de euros no primeiro semestre

  • Rita Atalaia
  • 24 Julho 2018

O banco liderado por Pablo Forero passou de prejuízos a lucros de 366,1 milhões de euros, face a um resultado negativo de 102 milhões de euros registado no mesmo período do ano anterior.

O BPI passou de prejuízos a lucros nos primeiros seis meses do ano. Lucrou 366 milhões de euros neste período, valor que compara com um resultado negativo de 102 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior, justificado pelo impacto do BFA nesse período. De acordo com o banco liderado por Pablo Forero, a venda de ativos e a atividade em Portugal foram os principais catalisadores.

“O BPI registou nos seis primeiros meses de 2018 um lucro consolidado de 366,1 milhões de euros, que compara com o resultado de -101,7 milhões de euros no período homólogo de 2017”, de acordo com o comunicado enviado pelo BPI à CMVM. No período homólogo, os prejuízos foram justificados por impactos não recorrentes de 290 milhões de euros: 212 milhões da venda e desconsolidação do BFA e 77 milhões de euros com o programa de rescisões e reformas antecipadas voluntárias.

“Podemos olhar tranquilos para o futuro porque a equipa executiva está a alcançar os objetivos definidos há um ano”, afirma o presidente do banco, Pablo Forero, durante a apresentação dos resultados para o primeiro semestre, que foram impulsionados pela recuperação da atividade em Angola.

“O BFA teve um contributo positivo de 136,3 milhões de euros (ao contrário das perdas de 115,6 milhões de euros do período homólogo de 2017), que inclui os impactos do reconhecimento da participação no BFA de acordo com as IAS 29 e da desvalorização do kwanza”, refere o BPI. Já o BCI contribuiu com 7,1 milhões de euros, diz o banco liderado por Pablo Forero.

"Podemos olhar tranquilos para o futuro porque a equipa executiva está a alcançar os objetivos definidos há um ano.”

Pablo Forero

Presidente do BPI

Além de Angola, Portugal também deu um forte contributo. De acordo com o banco, “para este resultado contribuiu o lucro líquido da atividade registada em Portugal, que alcançou os 222,5 milhões de euros, incluindo os ganhos com a venda da participação da Viacer (59,6 milhões de euros, já registados no 1º trimestre), e a concretização da venda do BPI Gestão de Ativos e BPI GIF (61,8 milhões de euros)”.

O produto bancário recorrente em Portugal aumentou 8,3% em termos homólogos para 355,3 milhões de euros, refere o BPI. Um resultado para o qual contribuiu o crescimento da margem financeira em 7,6% para 207,2 milhões de euros. Mas também uma subida de 9,4%, em termos homólogos, das receitas de comissões líquidas para 134,6 milhões de euros, “fruto de uma maior atividade comercial do BPI em todos os segmentos de negócio, face ao período homólogo do ano anterior: comissões bancárias (+9,6%) e intermediação de seguros (+8,8%)”.

Os depósitos de clientes também aumentaram. “Como já sucedeu no primeiro trimestre, a boa evolução da atividade da rede de balcões no mercado doméstico traduziu-se no aumento de 1.445 milhões de euros nos depósitos de clientes, para 20.813 milhões de euros (+7,5% face ao período homólogo)”, refere a instituição financeira, acrescentando que isto “permitiu contrabalançar a descida nos depósitos de investidores institucionais e financeiros (-40%)”.

O presidente do BPI, Pablo Forero, durante a conferência de imprensa sobre os resultados do primeiro semestre de 2018.Paula Nunes/ECO

Em relação aos rácios de capital, o rácio CET1 fully loaded fixou-se nos 12,8%, enquanto o rácio de capital total ficou nos 14,6%, de acordo com o comunicado do BPI. Já os custos de estrutura recorrentes, excluindo cusots extraordinários, o banco registou uma queda de 3,7%.

Relativamente à saída de bolsa do BPI, decidida em junho na assembleia-geral de acionistas, o gestor referiu apenas que isto deverá acontecer no final do ano. Contudo, deixa nas mãos da CMVM esta decisão. “O processo pode estar finalizado em novembro ou dezembro, mas não há uma data definida. Depende da CMVM”, esclarece.

Recomendações do BdP “são muito bem-vindas”

O volume total de crédito a empresas e famílias também aumentou durante os primeiros seis meses do ano: cresceu 593 milhões de euros, para 7.761 milhões de euros, no caso das empresas, enquanto a contratação de novo crédito hipotecário ascendeu a mais de 700 milhões.

Este aumento regista-se depois de o Banco de Portugal ter revelado preocupação quanto à evolução do crédito, tendo, por isso, recomendado aos bancos a aplicação de limites nos critérios de concessão destes financiamentos. Recomendações que “são muito bem-vindas”, afirma o presidente do BPI na conferência de imprensa sobre os resultados para o primeiro semestre.

“Estas recomendações vão ajudar os bancos que têm um compromisso de mais longo prazo a fazerem empréstimos à habitação razoáveis“, nota Pablo Forero, garantindo que os critérios do BPI estavam já muito próximos das recomendações. “Tivemos de fazer pequenos ajustamentos”, refere o gestor.

BPI vende na Baixa para “aproveitar oportunidade”

O banco liderado por Pablo Forero vendeu o seu conjunto de edifícios na Baixa de Lisboa, que ocupa um quarteirão inteiro, por mais de 66 milhões de euros a um fundo internacional. “Vendemos para aproveitar uma situação de mercado muito interessante”, explica o presidente da instituição financeira.

Mas esta alienação serve também para juntar a equipa. “Os serviços estão distribuídos em seis edifícios. E queremos ficar em quatro”, refere Forero. “O fundo de pensões aproveitou esta oportunidade para vender o edifício”, remata, garantindo que será transformado num “projeto muito bom para a Baixa de Lisboa”.

(Notícia atualizada às 17h38 com mais detalhes)

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Um a um, os bancos estão a vender os edifícios na baixa lisboeta. E a ganhar milhões

  • Rita Atalaia
  • 22 Julho 2018

Novo Banco, CGD, BPI e BCP. Os bancos portugueses venderam, ou estão prestes a fazê-lo, edifícios emblemáticos na Baixa de Lisboa, aproveitando a subida dos preços para encaixar milhões de euros.

Lembra-se do Monopólio? Quem jogava queria sempre conseguir pôr casas nas ruas mais caras, nomeadamente na Avenida da Liberdade, no Rossio, mas também na Rua do Ouro. E este jogo refletia exatamente o que acontecia na Baixa de Lisboa, onde todos queriam estar. Mas esta tendência inverteu-se para alguns: os bancos estão de saída da baixa pombalina. Aproveitando a escalada dos preços no imobiliário, patrocinada pelo turismo, as instituições financeiras estão a “fazer as malas” com milhões de euros que darão um forte contributo para o regresso à rentabilidade.

O primeiro a vender um edifício emblemático na Baixa de Lisboa foi o Novo Banco, que depois de ter alienado um imóvel no Marquês de Pombal colocou agora no mercado a histórica sede do BES na Avenida da Liberdade por 100 milhões de euros. Mas a grande maioria dos bancos — onde se inclui a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BPI e, agora, BCP — só agora é que começou a vender os imóveis nesta zona prestigiada da capital. As instituições financeiras estão a alienar ativos que não são considerados estratégicos.

O BPI vendeu o seu edifício na Baixa de Lisboa, com frentes para a Rua Augusta, Rua do Ouro, Rua do Comércio e Rua de São Julião. E uma área bruta de construção de 11.100 metros quadrados. || Fonte: JLL

“Os bancos estão a fazer movimentos de concentração em menos edifícios, racionalizando a forma como ocupam o espaço de trabalho”, afirma o diretor geral da CBRE ao ECO. Para Francisco Horta e Costa, as instituições financeiras “estão a focar-se na sua atividade que é captar depósitos e conceder empréstimos. Deter imóveis não faz parte da atividade das instituições financeiras”.

"Os bancos estão a tirar partido das oportunidades, da procura e dinâmica de investimento que o mercado nacional regista atualmente que se tem assumido como um dos mercados europeus mais atrativos.”

Consultora Worx

Entre as instituições financeiras com ativos à venda na baixa pombalina, o BPI foi o mais recente a vender um edifício na Rua do Ouro. Este imóvel ocupa um quarteirão inteiro e é delimitado pelas ruas mais históricas da cidade. O emblemático imóvel foi vendido por mais de 66 milhões de euros a um fundo internacional, num processo que foi, segundo a consultora JLL, “muito disputado”.

Antes, e tal como o ECO avançou, foi a vez de o BCP vender um edifício na mesma rua. Com cerca de 8.850 metros quadrados distribuídos por seis pisos, esta operação está avaliada entre 40 e 50 milhões de euros. Isto de acordo com o preço médio do metro quadrado na Baixa de Lisboa.

E não há duas sem três. Além do BPI e do BCP, também a CGD tem à venda um imóvel… na Rua do Ouro. Foi neste quarteirão com 13.810 metros quadrados que se situou a principal agência do banco público, num tempo em que a Baixa ainda era o centro financeiro de Lisboa. Agora, aqui apenas se mantêm o Santander Totta, o Montepio, além do Banco de Portugal, que se mudou da Almirante Reis.

É na Rua do Ouro que o BCP, BPI e CGD venderam (ou estão prestes a fazê-lo) edifícios emblemáticos. No caso do Novo Banco, o imóvel fica mesmo ao lado do Terreiro do Paço.

“Os bancos estão a tirar partido das oportunidades, da procura e dinâmica de investimento que o mercado nacional regista atualmente que se tem assumido como um dos mercados europeus mais atrativos”, refere a consultora Worx ao ECO. “Por força das auditorias e demonstrações de resultados a que estão obrigados, as entidades bancárias necessitam de rentabilizar os seus portefólios, o que muitas vezes implica ter de vender esses ativos”, acrescenta.

Para o diretor geral da CBRE, “o momento atual do mercado é favorável à venda destes ativos por bons preços”, tendo em conta a forte subida do preço do metro quadrado nos últimos tempos. “Foi uma boa coincidência para os bancos, já que teriam sempre que vender estes ativos para se concentrarem no seu core business“, acrescenta Francisco Horta e Costa.

“O aumento do número de turistas fez aumentar as taxas de ocupação e os preços médios dos hotéis, bem como aumentou o volume de vendas nas lojas. Além disso, há muita procura de apartamentos em zonas históricas e isso fez aumentar o interesse em prédios nestas zonas, como é a Baixa de Lisboa, que há uns anos a esta parte estava deserta”, remata.

Este aumento do turismo está a permitir aos bancos encaixarem centenas de milhões de euros com imóveis históricos. “O boom do turismo veio dar a conhecer ao mundo a marca Portugal e com isso o mercado residencial e, mais particularmente, a reabilitação urbana ganhou ainda mais terreno“, nota a equipa da Worx. “O investimento estrangeiro no pais em ativos residenciais tem constituído uma importante e significativa fatia do investimento global, destinado posteriormente ao desenvolvimento de unidades residenciais turísticas ou imóveis residenciais para rendimento”, acrescenta.

O BCP vendeu o seu edifício ao Sana Hotels.

O edifício vendido pelo banco liderado por António Ramalho no Terreiro do Paço está, segundo o Expresso, a ser transformado em 28 apartamentos de tipologias T0 e T2, devendo ficar terminado em 2019. Mas a maioria está a ser adquirida para unidades residenciais turísticas, ou seja, para posteriormente serem convertidos em hotéis.

"O momento atual do mercado é favorável à venda destes ativos por bons preços. Foi uma boa coincidência para os bancos, já que teriam sempre que vender estes ativos para se concentrarem no seu core business.”

Francisco Horta e Costa

Diretor geral da CBRE

O melhor exemplo desta realidade é o facto de o BCP ter vendido o seu edifício a uma cadeia de hotéis. Foi o Sana Hotels que comprou o imóvel da instituição financeira, para abrir o quarto hotel na capital. Depois do Epic Sana Lisboa Hotel, perto do Marquês de Pombal, do Evolution Lisboa Hotel, no Saldanha, e do Sana Lisboa Hotel, no Parque Eduardo VII, o Sana chega agora à zona mais prestigiada de Lisboa para responder a uma procura cada vez maior por parte dos turistas. E esta cadeia não é a única a reforçar a presença: há 100 novos hotéis em construção por todo o país.

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Já não é só a CGD. Balcão do BPI também ganhou rodas no Alentejo

  • Rita Atalaia
  • 19 Julho 2018

O balcão do BPI ganhou "rodas". O banco liderado por Pablo Forero apresentou uma carrinha que vai prestar apoio às populações onde não há agências, nomeadamente no Alentejo.

Depois de a Caixa Geral de Depósitos (CGD) ter colocado na estrada carrinhas para responder ao fecho dos balcões em todo o país, agora é a vez de o BPI abrir um “balcão sobre rodas”. O banco liderado por Pablo Forero considera que esta medida vai permitir que a instituição financeira se mantenha próxima dos clientes em localidades onde não existem agências, nomeadamente no Alentejo.

“O Balcão Móvel BPI vai prestar um serviço equivalente a um balcão tradicional com o acompanhamento especializado de um gestor de clientes”, de acordo com um comunicado do BPI.

"O serviço distingue-se por permitir operações com numerário, como depósitos em dinheiro e cheque, troca de notas por moedas além de permitir efetuar pagamentos, transferências, obter informações sobre produtos e serviços, simular e contratar operações de crédito e subscrever produtos de poupança/investimento.”

BPI

De acordo com o banco liderado por Pablo Forero, é o único balcão no mercado que disponibiliza depósitos em numerário e cheque. “O serviço distingue-se por permitir operações com numerário, como depósitos em dinheiro e cheque, troca de notas por moedas além de permitir efetuar pagamentos, transferências, obter informações sobre produtos e serviços, simular e contratar operações de crédito e subscrever produtos de poupança/investimento“, refere.

“Balcão sobre rodas” do BPI vai circular apenas no Alentejo, onde há menos agências do banco liderado por Pablo Forero.

Mas este balcão não vai circular em todo o país, focando-se nas zonas do país onde não há agências, nomeadamente no Alentejo. “O Balcão Móvel BPI vai ter uma rota fixa, no Alentejo, que vai permitir reforçar a proximidade com os clientes e garantir a presença em localidades onde não existem balcões BPI”, explica a instituição financeira detida pelo CaixaBank.

Esta carrinha vai arrancar a partir do mês de agosto no concelho de Santiago do Cacém, no Alentejo. E estará presente em Ermidas do Sado às terças-feiras, em Vila Nova de Santo André às quartas e sextas e no Cercal do Alentejo às quintas.

Contudo, o BPI não é pioneiro nesta medida: o primeiro balcão móvel foi a CGD. Foi no ano passado que as carrinhas do banco liderado por Paulo Macedo se fizeram à estrada ao serviço da população das zonas rurais. Mas optou por não fazer operações em numerário, por uma questão de segurança. Assim como o BPI, apenas se desloca a algumas regiões, nomeadamente à Guarda e Castelo Branco, de acordo com o site da CGD.

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BCE dá luz verde ao conselho fiscal do BPI

  • Rita Atalaia
  • 17 Julho 2018

Depois de ter chumbado a primeira lista de administradores para o conselho fiscal do BPI, o BCE vem agora dar luz verde à nova equipa liderada pelo antigo presidente da AdC, Manuel Sebastião.

O conselho fiscal do BPI já tem luz verde do Banco Central Europeu (BCE). O banco liderado por Pablo Forero teve de entregar uma nova lista ao regulador depois de este ter chumbado a primeira equipa proposta na assembleia-geral de acionistas. Este conselho vai ser liderado por Manuel Sebastião.

“Informa-se que, na sequência da eleição pela Assembleia Geral de Acionistas do passado dia 20 de abril e da autorização para o exercício de funções concedida no dia 9 de julho pelo Banco Central Europeu, entraram em funções no dia 10 de julho” os gestores do conselho fiscal do BPI, lê-se no comunicado enviado pelo banco à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

Foi em abril que o banco central liderado por Mario Draghi chumbou os nomes propostos pelo CaixaBank, dono do BPI, para o conselho fiscal, sem indicar quais os motivos que o levaram a rejeitar os nomes apresentados para compor a equipa do conselho fiscal da instituição financeira liderada por Pablo Forero. A solução passou por manter os membros do órgão de fiscalização que estavam em funções.

A nova equipa, agora aprovada pelo BCE, vai ser liderada pelo antigo presidente da Autoridade da Concorrência, Manuel Sebastião. Conta também com Elsa Roncon, antiga diretora-geral do Tesouro e Finanças, Ricardo Pinheiro e Rui Guimarães enquanto vogais do conselho fiscal.

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Pablo Forero: “Não há intenção de transformar o BPI numa sucursal”

  • ECO
  • 13 Julho 2018

O presidente executivo do BPI diz que não faz parte dos objetivos do CaixaBank mudar o estatuto que o BPI tem em Portugal, destacando que o banco "tem uma reputação reconhecida pelos clientes.

Transformar o BPI numa sucursal do CaixaBank não faz parte dos planos do banco espanhol. A posição foi afirmada por Pablo Forero, presidente executivo do banco português, que em entrevista ao Jornal Económico (acesso pago) disse ainda que o objetivo é que o BPI continue a ser uma instituição de referência em Portugal.

“Não há qualquer intenção de transformar o BPI numa sucursal”, disse Pablo Forero, acrescentando que o banco “tem uma reputação reconhecida pelos clientes, que gostam da marca” e que, “por isso, foi anunciado que não haverá nenhuma alteração no nome do banco“.

O CEO do BPI vem assim reforçar a posição defendida pelo CaixaBank no seguimento da Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI que concluiu com sucesso no início de fevereiro deste ano.

Relativamente à tomada de controlo do BPI resultante da OPA, Pablo Forero defende que isso “trouxe estabilidade acionista e robustez no capital“, dizendo que tal é “um fator muito relevante para a vida do banco e para as suas perspetivas futuras”. Mas o responsável do BPI também salienta os bons resultados conseguidos no ano passado na atividade doméstica. “Em 2017, registámos na atividade doméstica os melhores resultados dos últimos dez anos, acabamos o ano com um número recorde de clientes e a ganhar quota de mercado na generalidade dos segmentos em que o banco atua”, contextualizou o CEO do banco.

Em termos de indicadores de atividade, Pablo Forero defende que o BPI “é, de longe, o banco com a melhor qualidade de ativos”. “Temos o melhor rácio de non-performing exposures em Portugal — de acordo com os critérios da Autoridade Bancária Europeia (EBA)”, diz a esse propósito.

Para além da intenção de não mudar o estatuto do BPI para sucursal, Pablo Forero falou de outros temas relevantes para o BPI como é o caso do processo de venda dos 48% que o banco tem no BFA em Angola e a dispersão em bolsa, algo que o presidente do BPI vê com bons, apesar de adiantar que de momento nada há de concreto sobre este assunto.

Já o acordo para os seguros com a Allianz é para manter. “O objetivo é reforçar e aprofundar a relação comercial de mais de 20 anos entre o BPI e a Allianz Portugal na distribuição de seguros Não Vida”, disse Pablo Forero, acrescentando que “o BPI continuará a ser acionista da Allianz em Portugal”.

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Concorrência dá luz verde à venda de meios de pagamento do BPI ao CaixaBank

  • Lusa
  • 9 Julho 2018

A Autoridade da Concorrência aprovou a venda pelo BPI dos negócios de meios de pagamento ao catalão CaixaBank, através da Comercia Global Payments.

A Autoridade da Concorrência (AdC) deu ‘luz verde’ à venda pelo BPI dos negócios de meios de pagamento ao catalão CaixaBank, através da Comercia Global Payments, revela um aviso publicado na página daquela autoridade.

“O Conselho da AdC adotou uma decisão de não oposição na operação de concentração Comercia/Ativos BPI”, lê-se naquela nota, que informa que a decisão de não oposição à operação de concentração foi tomada na passada quinta-feira, 06 de julho, por aquela autoridade considerar que a mesma não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência efetiva naqueles mercados.

A Comercia Global Payments, controlada pelo CaixaBank, notificou em 08 de junho a AdC desta operação de compra dos negócios de cartões de débito e de crédito do BPI (banco também detido pelo CaixaBank), entre outros ativos, que lhe permite ter o controlo exclusivo da atividade de aceitação de pagamentos com cartão junto de comerciantes em pontos de venda do Banco BPI, em particular nas caixas de multibanco (TPA).

Em dezembro do ano passado, a administração do banco BPI aprovou a venda ao grupo CaixaBank, seu principal acionista, de negócios relacionados com meios de pagamento, num encaixe de 113 milhões de euros, mas anunciando manter o relacionamento com os clientes dessas atividades.

Em comunicado enviado na altura à imprensa, a instituição esclareceu que, na sequência de propostas de aquisição apresentadas pelo CaixaBank, aprovou a alienação da operação de emissão de instrumentos de pagamento (cartões de débito e de crédito) à CB Payments (100% detida pelo CaixaBank) por 53 milhões de euros e da atividade de seguros de pagamento junto de estabelecimentos comerciais à Comercia, por 60 milhões de euros.

As operações têm como objetivo, segundo o BPI, “melhorar e ampliar, a médio e longo prazo, a oferta comercial aos clientes do BPI, criar sinergias com o grupo CaixaBank e concentrar o banco BPI na atividade bancária ‘core’ [principal]”.

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Acionistas do BPI aprovam saída de bolsa

O banco liderado por Pablo Forero vai mesmo sair de bolsa. Os acionistas aprovaram em assembleia geral com mais de 99% dos votos a perda de qualidade da sociedade aberta do BPI.

Já é oficial: o BPI vai mesmo sair de bolsa, 32 anos depois de se ter estreado. A saída do banco liderado por Pablo Forero foi aprovada por mais de 99% do capital presente na assembleia-geral realizada esta sexta-feira, sendo que o CaixaBank, sozinho, detém 94%. O último dia de negociação deverá acontecer nas próximas semanas.

“A assembleia geral assim constituída aprovou, por 99,26% dos votos expressos, a proposta do acionista CaixaBank de perda da qualidade de sociedade aberta do Banco BPI”, de acordo com um comunicado enviado pelo banco liderado por Pablo Forero à CMVM.

Estiveram presentes ou representados 26 acionistas, detentores de ações correspondentes a 95,08% do capital social do banco.

Foi a 6 de maio que o banco espanhol deu conta de já ter 92,935% do capital da instituição financeira liderada por Pablo Forero, anunciando na ocasião que iria convocar uma assembleia de acionistas do BPI para propor essa retirada. Desde então, tem reforçado a posição, controlando já mais de 94% do capital.

Agora que a saída de bolsa do BPI foi aprovada pelos acionistas, vai demorar ainda algumas semanas até que a saída seja efetiva.

Dividendos não podem exceder 50% dos lucros

Na reunião desta sexta-feira, em Serralves, foi ainda aprovada a nova política de dividendos do grupo. A partir de agora, os dividendos do BPI não deverão exceder os 50% dos lucros do banco.

O banco espanhol defende a “distribuição de um dividendo anual do exercício, tendencialmente situado entre 30% a 50% do lucro líquido apurado nas contas individuais do exercício a que se reporta”, como se podia ler na convocatória da Assembleia Geral. No mesmo documento era contudo referido que, o montante concreto a propor deve “ser definido à luz deu um juízo prudente que tenha em conta, face à situação concreta em que o Banco se encontre, a satisfação permanente de níveis adequados de liquidez e solvabilidade”.

Entre as condicionalidades a que esta distribuição está sujeita incluem-se o cumprimento dos rácios de capital ou a existência de “circunstâncias excecionais”.

Também aprovada foi a redução do número de membros do conselho de administração para o triénio 2017-20219, de vinte para dezoito. Esta redução acontece depois da saída em maio de Carla Bambulo e Vicente Tardio, representantes da Allianz que saiu do capital do BPI.

(Notícia atualizada às 10h43)

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Concorrência notificada da venda de meios de pagamento do BPI ao CaixaBank

  • Lusa
  • 19 Junho 2018

A Comercia Global Payments, controlada pelo catalão CaixaBank, notificou a Autoridade da Concorrência da compra dos negócios de cartões de débito e de crédito do BPI, entre outros ativos.

A Comercia Global Payments, controlada pelo catalão CaixaBank, notificou a Autoridade da Concorrência (AdC) da compra dos negócios de cartões de débito e de crédito do BPI, entre outros ativos, revela um aviso da AdC.

A operação de concentração consiste na aquisição pela Comercia Global Payments do controlo exclusivo da atividade de aceitação de pagamentos com cartão junto de comerciantes em pontos de venda do Banco BPI, em particular nos TPA.

A AdC foi notificada desta operação a 8 de junho, recebendo até ao final desta semana observações de terceiros interessados na operação.

Em dezembro do ano passado, a administração do banco BPI aprovou a venda ao grupo CaixaBank, seu principal acionista, de negócios relacionados com meios de pagamento, num encaixe de 113 milhões de euros, mas anunciando manter o relacionamento com os clientes dessas atividades.

Em comunicado enviado na altura à imprensa, a instituição esclareceu que, na sequência de propostas de aquisição apresentadas pelo CaixaBank, aprovou a alienação da sua operação de emissão de instrumentos de pagamento (cartões de débito e de crédito) à CB Payments (100% detida pelo CaixaBank) por 53 milhões de euros e da atividade de seguros de pagamento junto de estabelecimentos comerciais à Comercia, por 60 milhões de euros.

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Novo Banco engorda lucros do setor. Imparidades emagrecem

  • Rita Atalaia
  • 12 Junho 2018

É a primeira vez em muitos trimestres que os maiores bancos conseguem, todos, resultados positivos. O Novo Banco foi a surpresa, permitindo que os lucros do setor superassem a fasquia dos 500 milhões.

A banca está de regresso aos lucros. Depois de a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI e Santander Totta terem apresentado resultados positivos no arranque do ano, o Novo Banco vem agora engordar estes lucros, levando-os a superar os 500 milhões de euros. As maiores instituições financeiras colhem assim os frutos dos esforços para regressarem à rentabilidade, beneficiando da quebra das imparidades, mas também do aumento das margens.

O Novo Banco passou de prejuízos a lucros nos primeiros três meses do ano. Registou um resultado positivo de 60,9 milhões de euros, em comparação com um prejuízo de 130,9 milhões de euros no período homólogo. Uma recuperação que, segundo a instituição financeira liderada por António Ramalho, se deve sobretudo à venda do ramo segurador GNB Vida.

Cinco maiores bancos estão de regresso aos lucros

Estes lucros vêm aumentar o “bolo” do setor para 554,9 milhões de euros, no qual o BPI é o responsável pela maior “fatia”: sozinho lucrou 210 milhões de euros. Isto depois de ter sido também o banco liderado por Pablo Forero um dos principais “culpados” pelos lucros de apenas 55,6 milhões registados no setor nos primeiros três meses de 2017. Enquanto o Novo Banco perdeu 130 milhões, o BPI teve prejuízos de 122 milhões.

Em segundo lugar neste top dos lucros surge o Santander Totta, com um resultado positivo de 130,5 milhões de euros — já com a integração total do Banco Popular Portugal, seguida do BCP, que ganhou 85,6 milhões de euros. A CGD foi a “mais pequena” em termos de lucros, mas quando comparado com o mesmo período do ano passado, é das instituições financeiras que mais recuperou: deixou para trás prejuízos de 39 milhões de euros.

Novo Banco contribui para queda das imparidades

Se o banco liderado por António Ramalho contribuiu para que os cinco maiores bancos registassem lucros de mais de 500 milhões de euros, os seus resultados também não penalizaram muito as imparidades.

O total das imparidades reconhecidas nas contas dos primeiros três meses deste ano passou de 380,8 milhões para apenas 142,5 milhões de euros, segundo cálculos do ECO, com base nas contas dos bancos. Isto com o “contributo” de 37,8 milhões de euros da entidade que foi comprada em outubro pelo fundo norte-americano Lone Star.

No caso do BPI e do Santander Totta, houve mesmo uma reversão das imparidades. Ou seja, os bancos, depois de terem reconhecido imparidades significativas nas suas contas, acabaram por conseguir recuperar mais do que o previsto destes créditos em incumprimento. Isto traduziu-se num impacto positivo nos resultados. No BCP, apesar de o montante para provisões ainda ser elevado, também caiu para 106, enquanto a CGD registou menos 95 milhões em imparidades — assumiu uma perda de 13 milhões de euros.

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