Depois de Portugal, S&P também sobe rating do Santander Totta e BPI

Standard & Poor's subiu o rating de Portugal na sexta-feira e agora fez o mesmo em relação ao Santander Totta e ao BPI.

Depois de ter melhorado a notação da dívida portuguesa na sexta-feira, a agência Standard & Poor’s subiu agora o rating do Santander Totta e do BPI, dois bancos detidos por espanhóis.

“No dia 15 de março, subimos os ratings de crédito de Portugal para BBB. Esta melhoria permite-nos incorporar um maior apoio das casas-mãe nos nossos ratings sobre os bancos portugueses Santander Totta e BPI, cujos donos estrangeiros têm um elevado rating“, refere a agência de notação financeira esta segunda-feira.

“Como resultado, subimos os ratings de crédito e da contraparte de resolução do Totta e do BPI e da sua subsidiária Banco Português de Investimento para BBB/A-2. Os outlooks nos três bancos são estáveis, espelhando isso no soberano”, acrescenta a S&P.

Relativamente ao Totta, a S&P considera que, tendo em conta apenas o apoio que recebe do grupo espanhol, o banco português “estaria legível para receber um rating ‘A-‘, uma nota abaixo do perfil de crédito da casa-mãe“. “Contudo, o nosso rating sobre o Totta é restringido pelo rating do soberano Portugal ‘BBB’. Consideramos que o apoio do grupo às subsidiárias estratégicas não é suficiente para justificar uma classificação acima do rating soberano em qualquer país em que o negócio da subsidiária está altamente concentrado”.

Sobre o BPI, que “também beneficia de um forte compromisso e apoio do grupo”, o facto de ter atividade concentrada em Portugal também limita a classificação de risco do banco liderado por Pablo Forero.

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BPI coloca 500 milhões de euros em obrigações hipotecárias

Procura superou seis vezes a oferta neste regresso do BPI ao mercado de obrigações hipotecárias. Vai pagar um juro pouco acima de 0,34%. Emissão destina-se a financiar atividade do banco.

O BPI concretizou esta sexta-feira uma emissão de 500 milhões de euros em obrigações hipotecárias a cinco anos, numa operação que registou forte interesse do mercado, permitindo baixar a taxa de juro do financiamento para apenas 0,34%. O banco “assinala com grande sucesso o regresso como emitente ao mercado institucional de dívida”.

No total, a procura ascendeu a mais de 3.100 milhões de euros, seis vezes mais do que o montante que o banco liderado por Pablo Forero pretendia emitir em títulos de dívida que têm como garantia uma carteira de créditos hipotecários do BPI e que contou um um rating de boa qualidade, Aa3 e AA (low), atribuída pela Moody’s e DBRS respetivamente.

O banco refere em comunicado que “aproveitou as condições favoráveis para ser o primeiro emitente português a recorrer ao mercado de dívida covered em 2019”. Há nove anos que o BPI não emitia neste segmento.

Por esta emissão, vai pagar uma taxa de juro de 25 pontos base sobre a taxa mid swap, ou seja, uma taxa de 0,343%. A taxa de cupão foi fixada em 0,25%, revela o banco.

Participaram mais de 140 investidores institucionais na emissão, “o que demonstra o amplo reconhecimento da qualidade de crédito deste tipo de emissões bem como a confiança associada ao BPI“, sublinha a instituição.

Esta emissão destina-se a financiar o crescimento previsto para a atividade do BPI, de acordo com o plano estratégico 2019-21, tendo contado com o apoio de um sindicato bancário composto pelo Barclays, CaixaBank, LBBW, Natixis e UniCredit.

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Grandes bancos de volta aos lucros. Ganharam cinco milhões de euros por dia

Quatro principais bancos portugueses somaram quase 1.800 milhões de euros em lucros no ano passado, cerca de cinco milhões de euros por dia. Como chegaram até aqui?

Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI e Santander Totta lucraram cinco milhões de euros por dia em 2018, e preparam-se para dar à banca nacional o melhor ano desta década marcada pela crise da dívida. Com o Novo Banco a permanecer uma incógnita na dimensão dos prejuízos que deverá apresentar, os outros principais bancos do sistema acumulam para já resultados de 1.788 milhões de euros, perspetivando-se o primeiro ano com contas no verde desde 2010. Como chegaram até aqui?

Embora o aumento das receitas com comissões seja um denominador comum que ajuda a perceber a melhoria dos resultados numa perspetiva global, cada banco teve uma história diferente para contar no ano que passou.

Por exemplo, quando Paulo Macedo anunciou no dia 1 de fevereiro que o banco público registou lucros de 496 milhões de euros, explicou resumidamente que três fatores principais estiveram por detrás dos melhores resultados desde 2007: a subida de 7% dos proveitos no negócio core (incluindo-se aqui o aumento da margem financeira e das comissões), a redução dos custos que permitiu uma poupança de 100 milhões e ainda o facto de não ter constituído provisões extraordinárias para colmatar o impacto da saída de trabalhadores. Estes bons resultados deixam a CGD em boa posição para pagar 200 milhões de euros em dividendos ao acionista Estado.

Contas dos bancos no verde

Fonte: Relatório e contas dos bancos

No Santander Totta, o recém-chegado CEO Pedro Castro e Almeida anunciou um número redondo: 500 milhões de euros de lucros. Isto aconteceu depois da integração do Popular Portugal no final de 2017 ter tido um impacto positivo nas contas: primeiro, reforçou o aumento da margem financeira (+24,3% para 866 milhões de euros) e das comissões (+12,5% para 372,4 milhões de euros; depois, a venda da carteira de imóveis Tagus no valor de 600 milhões de euros ao fundo Cerberus permitiu libertar 56 milhões de euros de imparidades que estavam associadas a estes ativos que eram do antigo Popular português.

Também o BPI também “lucrou” com a venda de malparado no ano passado. Mas os lucros de 491 milhões de euros do banco liderado por Pablo Forero foram sobretudo impulsionados pela venda de várias participações financeiras na Viacer e na BPI Gestão de Ativos, e ainda dos negócios de cartões de crédito. Renderam 190 milhões de euros. E importante não esquecer as comissões: aumentaram 5,6% para 277,8 milhões de euros.

Esta quinta-feira foi a vez de o BCP anunciar uma subida expressiva dos lucros — mais de 300 milhões de euros — e uma notícia há muito aguardada pelo mercado: dividendos de 30 milhões de euros, cerca de 0,2 cêntimos por ação. Na base deste resultado estiveram vários fatores, nomeadamente a melhoria do negócio em Portugal sobretudo (o lucro aumentou quase 200%). A margem financeira e as comissões aumentaram 2,3% e 2,6%, respetivamente para 1.423 milhões e 684 milhões. Também aqui há um impacto positivo da redução das imparidades em cerca de 300 milhões de euros.

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BPI também supera teste do BCE. CGD tem rácios mais robustos

Banco liderado por Pablo Forero junta-se à CGD e diz que também passa o teste do BCE. Mas banco público apresenta rácios mais robustos em absoluto e em face das exigências do supervisor.

O Banco BPI também superou o teste do Banco Central Europeu (BCE) em matéria de requisitos mínimos de capital que tem de ter este ano. Mas, ainda que o supervisor europeu tenha exigidos níveis mais baixos ao banco liderado por Pablo Forero do que à Caixa Geral de Depósitos, o banco público apresenta maior robustez.

Para já, apenas BPI e CGD anunciaram publicamente quais os rácios mínimos de fundos próprios exigidos pelo BCE para este ano, isto na sequência dos testes do SPREP — supervisory review and evaluation process — conduzidos pelo supervisor europeu e que fazem uma avaliação banco a banco e tem em conta variáveis como o modelo de negócio, fundos próprios e liquidez para determinar os requisitos de capital.

Ambas as instituições cumprem os rácios mínimos de capital. Mas enquanto ao BPI são exigidos níveis de fundos próprios menos restritivos, a CGD consegue superar de forma mais robusta os rácios mais elevados que tem de respeitar.

O BPI informou esta quarta-feira que as autoridades exigem rácios fully loaded (totalmente implementados) CET1, T1 e Total de 9,5%, 11% e 13%, respetivamente, a partir de 1 de janeiro de 2019. No final do ano passado, estes níveis não só já eram cumpridos como eram superados em 3,7 pontos percentuais, 2,2 pontos e 1,9 pontos, o que permite ao banco analisar o montante de dividendos que poderá distribuir à casa-mãe, o CaixaBank, conforme tinha dito Pablo Forero na apresentação dos resultados.

Na véspera, a CGD comunicou que tinha de ter aqueles rácios nos 10,25%, 11,75% e 13,75%, algo que disse cumprir com “uma significativa margem” a 31 de dezembro de 2018: fixavam-se 4,45 pontos percentuais, 3,95 pontos e 3,25 pontos acima, respetivamente.

O facto de o BCE exigir níveis de fundos próprios mais elevados à CGD tem a ver com a avaliação que fez ao seu perfil económico e financeiro. Os outros bancos que estão sob a alçada do supervisor europeu também deverão publicar em breve os requisitos mínimos prudenciais que têm de respeitar em 2019. Por exemplo, António Ramalho já disse aos trabalhadores que o BCE aliviou os níveis exigidos para o Novo Banco, mas não numa dimensão que estava à espera.

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Comissões dão asas aos lucros dos bancos

CGD, BPI e Santander Totta tiveram lucros de 1.500 milhões de euros no seu conjunto em 2018. Comissões bancárias deram um forte contributo para estes resultados. Mas há mais fatores.

Caixa Geral de Depósitos (CGD), Banco BPI e Santander Totta já apresentaram as contas do ano passado e, para lá dos lucros de 1.500 milhões que estes três bancos acumularam em 2018, um denominador comum salta à vista: as comissões bancárias voltam a dar um contributo expressivo para os resultados dos principais bancos nacionais que, dependendo do que fizer o Novo Banco, regressarão ao verde pela primeira desde a crise de 2011.

Não há banco em Portugal que não tenha aumentado comissões dos serviços que prestam nos últimos anos, num esforço para arrecadar mais receita num ambiente de juros historicamente baixos promovido pelo Banco Central Europeu (BCE). Por exemplo, ainda na semana passada o ECO deu conta que o banco público fez disparar as comissão das transferências online em 60%. Esta segunda-feira o ECO também adiantou que o BPI aumentou a taxa de transferência MB Way dos 20,8 cêntimos para 1,248 euros, um aumento de 500%. Não foram os únicos.

No Santander Totta, que apresentou na passada segunda-feira lucros de 500 milhões de euros, as receitas com comissões atingiram os 372,4 milhões de euros no ano passado, correspondendo a um aumento de 12,5%. Um fator ajudou a explicar este disparo no comissionamento (isto além da subida das taxas): a integração do antigo Popular Portugal, comprado em 2017.

Já no BPI, as comissões renderam quase 278 milhões de euros em 2018, rubrica que registou um aumento expressivo de quase 6%, e representa já cerca 40% do produto bancário. No banco público houve um aumento de 2% destas receitas que ascenderam a 474,2 milhões de euros.

Receitas com comissões

Fonte: CGD, Santander Totta e BPI

Mas as comissões bancárias não foram o único contributo para os resultados positivos. Faltam ainda BCP e Novo Banco prestarem contas relativas ao exercício de 2018. Dependendo do desempenho do último, os cinco principais bancos portugueses deverão ter regressado aos lucros no seu conjunto, algo que não acontece desde 2010. Para já, os três bancos que já apresentaram resultados somam lucros de 1.487 milhões de euros.

No banco público, Paulo Macedo explicou que três fatores ajudaram a construir os melhores resultados desde 2007: a subida de 7% dos proveitos core (onde se incluem as comissões e a margem financeira), a redução dos custos em 100 milhões e o facto de não ter constituído provisões extraordinárias para saídas de trabalhadores.

Falando em provisões e imparidades, Pedro Castro e Almeida mostrou que o lucro do Santander Totta também teve o contributo positivo de 56 milhões de euros nesta rubrica, isto com a venda de imóveis no valor de 600 milhões de euros no ano passado, que vieram “libertar” esse montante que estava colocado de lado. Adicionalmente, com a integração do Popular, a margem financeira do banco dos espanhóis disparou 24% para os 866 milhões de euros.

No BPI, os lucros de 491 milhões de euros resultaram também em grande medida da venda de participações na Viacer e na BPI Gestão de Ativos, e dos negócios de cartões de crédito. Na parte operacional, a margem financeira subiu quase 9% para 422,6 milhões. E os custos estabilizaram.

Stock de crédito contrai com venda de malparado

Apenas o BPI conseguiu aumentar a sua carteira de crédito em 2018, com o stock de empréstimos a ascender a 23,5 mil milhões de euros no final do ano passado.

Já a CGD sofreu uma queda significativa na sua carteira de financiamentos: caiu 8,2% para 54,9 mil milhões de euros. O banco diz que a “nova produção registou uma forte progressão”, mas “não foi suficiente para contrariar a redução da carteira, fortemente influenciada pelas vendas de NPL’s, bem como pelos significativos reembolsos de crédito por parte de entidades públicas (cerca de 1.000 milhões de euros)”.

Também o stock de crédito do Santander Totta contraiu no ano passado. Atingiu os 40,4 mil milhões de euros, diminuindo 2,4% após a venda de carteiras de empréstimos em incumprimento no valor de 1.000 milhões de euros. “Excluindo este impacto, a carteira teria estabilizado face a dezembro de 2017”, precisou o banco.

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Saíram mais 1.600 trabalhadores da banca em 2018. Quase o dobro do ano anterior

Principais bancos nacionais voltaram a reduzir os seus quadros de forma expressiva no ano passado. Só na Caixa, saíram 646 trabalhadores em 2018. E o Totta encerrou quase centena e meia de balcões.

Continuaram a sair trabalhadores dos bancos no ano passado: cerca de 1.600 nas principais instituições.

Os bancos nacionais voltaram a acelerar a sua cura de emagrecimento no ano passado. Saíram das principais instituições financeiras cerca de 1.600 trabalhadores em 2018, quase dobro das saídas registadas em 2017 (955). E isto num ano em que fecharam cerca de três centenas de agências.

Foi na Caixa Geral de Depósitos (CGD) onde se registou o maior número de saídas: 646 trabalhadores abandonaram o banco público no âmbito do plano estratégico acordado com Bruxelas aquando da recapitalização de cinco mil milhões de euros. Foram também encerradas 65 agências no último ano, em linha com os 64 encerramentos registados em 2017.

Paulo Macedo não vai ficar por aqui. Atualmente, o banco do Estado conta com 7.675 colaboradores e 522 balcões, mas tem de chegar a 2021 com menos de 6.650 trabalhadores e entre 470 e 490 balcões. Ou seja, vai ter de cortar mais 1.000 postos de trabalho e entre três a cinco dezenas agências até lá. Ainda há 180 milhões de euros para fazer face a reformas e pré-reformas nos próximos anos, garantiu o presidente da CGD na última conferência de resultados.

No Novo Banco, cuja reestruturação também acelerou no ano passado, António Ramalho disse que saíram cerca de 450 funcionários em 2018. Trabalhavam 5.093 trabalhadores no banco detido pelo Lone Star (75%) e Fundo de Resolução (25%) no final do ano passado.

Em termos de agências, a maior dieta de emagrecimento foi protagonizada pelo Santander Totta. O banco liderado por Pedro Castro e Almeida encerrou 147 balcões no ano passado, muito por força da integração diz Popular Portugal no final de 2017 que forçou a um redimensionamento da rede comercial. Em saídas, 290 pessoas abandonaram o banco do grupo espanhol Santander.

Bancos voltaram a emagrecer em 2018

Fonte: Bancos

Castro e Almeida também anunciou que as mudanças dentro do banco vão continuar: prevê fundir grandes agências nos centros urbanos e, perspetivando mais saídas por reforma ou pré-reforma nos próximos anos, adiantou que o banco vai mudar a política de contratação de pessoal. “A visão que temos a três anos, através da saída normal das pessoas por reforma ou pré-reforma, é que vamos ter de contratar de pessoas com perfil completamente diferente: matemáticos, programação e mais analítico”, assegurou o novo CEO do Totta que chamou a si o pelouro do Pessoal.

No BPI, fecharam-se 10 balcões e registaram-se 42 saídas, sendo a instituição financeira com a rede comercial e quadros mais estabilizados.

Enquanto isso, o BCP indicava que até setembro tinham deixado o banco 150 colaboradores, enquanto haviam sido encerradas duas dezenas de agências. Miguel Maya deverá atualizar estes números quando a 21 de fevereiro apresentar os resultados anuais.

Para já, apenas CGD, BPI e Santander Totta prestaram contas. No acumulado, estas três instituições lucraram cerca de 1.500 milhões de euros no ano passado.

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BPI multiplica por seis o custo das transferências feitas com o MB Way

Realizar uma transferência através do MB Way vai passar a custar 1,248 euros a partir do início de maio. Atualmente, cada operação desta natureza custa 20 cêntimos no BPI.

É cliente do BPI e usa o MB Way? Então prepare-se, porque o banco liderado por Pablo Forero vai aumentar a comissão associada a estas transferências. Cada operação vai passar a custar seis vezes o custo atual, com o banco a passar a ser um dos mais caros. Fora deste agravamento ficam apenas os clientes com contas pacote, uma vez que estas operações estão incluídas na mensalidade.

A partir de 1 de maio, os clientes vão passar a pagar 1,248 euros por cada transferência MB Way, revelam as alterações ao preçário divulgadas no site do BPI. O valor que passará a ser cobrado multiplica por seis os 20,8 cêntimos que os clientes do banco atualmente pagam para realizar este tipo de operações.

A alteração do preço das transferências MB Way irá afetar todos os clientes do BPI que não tenham aderido à “Conta Valor”. Esta conta “pacote” passou a ser disponibilizada após a compra do BPI pelos espanhóis do CaixaBank e o banco procurou encaminhar os respetivos clientes a aderirem a ela, em linha com a prática do setor. Através de um custo fixo mensal, com a “Conta Valor” estes têm acesso a um conjunto de serviços como a manutenção de conta, cartão de débito e transferências, incluindo as online e as realizadas através do MB Way.

Para os restantes clientes do BPI que utilizem este tipo de transferências resta ou aderir à “Conta Valor” ou fazer face a este aumento de encargos a partir de maio.

 

Com este aumento que entra em vigor no início de maio, o banco liderado por Pablo Forero passa a ser um dos que mais cobra pela realização das transferências MB Way.

Entre os cinco maiores bancos nacionais, atualmente, o Santander é o único que não cobra qualquer valor para levar a cabo este tipo de transferências. Segue-se-lhe o Novo Banco com um preço unitário 15,6 cêntimos. Surge a seguir a Caixa Geral de Depósitos (CGD) com uma cobrança de 20,8 cêntimos por cada transferência MB Way. Já o BCP é o que mais cobra: 1,352 euros por cada transferência.

O futuro quadro das transferências MB Way nos maiores bancos

Fonte: Preçários dos bancos

Esse aumento surge num período de franca expansão dos meios de pagamento digitais e da utilização do MB Way em concreto. No final do ano passado, a SIBS revelou que o MB Way ultrapassou a fasquia do milhão de utilizadores.

MB Way mais perto das transferências imediatas

Com esta subida de encargos, o BPI aproxima ainda o preço das transferências MB Way ao que aplica às transferências imediatas. Este tipo de transferências surgiram em setembro do ano passado, tornando possível a transferência de dinheiro de uma conta bancária de uma forma quase instantânea, uma mais-valia face às transferências interbancárias tradicionais que demoram, no mínimo, um dia para que o dinheiro chegue à conta do destinatário.

Ou seja, um tipo de transferências muito semelhantes ao que o MB Way permite, apesar da existência de alguns pormenores que as distinguem.

O custo de fazer uma transferência imediata através do BPI através da app ou do banco online é de 2,08 euros, ou seja 83,2 cêntimos acima do valor que as transferências MB Way vão passar a custar a daqui a três meses.

No entanto, vai passar a ser possível fazer estas transferências imediatas por telefone, com recurso a um operador. Mas o custo será bem mais elevado do que através da internet: 10,00 euros, mais imposto de selo, ou seja, 10,40 euros, revelam as alterações ao preçário do banco liderado por Pablo Forero.

Transferências mais caras, desde que não sejam online

Fazer transferências bancárias online (sejam internas ou para outros bancos) continuarão a custar 1,04 euros, como até agora — numa altura em que a CGD aumenta a mesma comissão em 60%. E o mesmo valor será cobrado nas operações realizadas por telefone, desde que sem recurso a um operador do banco. Caso a operação seja feita com um operador, o valor vai mais do que duplicar: passa de 2,704 para 5,72 euros. Aumenta 112% a partir de 1 de maio.

Quem quiser fazer a mesma transferência bancária mas recorra ao balcão também vai passar a pagar mais. Aquela que já é a forma mais cara de realizar uma operação deste género (tem um custo de 4,68 euros), vai passar a ter de gastar 6,24 euros. É um aumento de 33%.

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Minoritários do BPI preparam ação contra Fernando Ulrich

Pequenos investidores entregaram uma notificação judicial avulsa no tribunal do Porto, visando Fernando Ulrich. Acusam o antigo CEO do BPI de ter agido "com dolo" na gestão do banco na venda do BFA.

Pequenos acionistas do BPI estão a preparar uma ação de responsabilidade civil contra Fernando Ulrich e a anterior administração do banco, a quem acusam de ter “agido com dolo na gestão” da instituição, na sequência da venda de 2% do BFA à angolana Isabel dos Santos em 2016 e que veio desbloquear a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank no ano seguinte. Isto “resultou em enormes perdas para os acionistas”, lê-se na Notificação Judicial Avulsa que deu entrada no Tribunal da Comarca do Porto no passado sábado e a que o ECO teve acesso.

Esta Notificação Judicial Avulsa foi interposta pela Associação de Pequenos Investidores (ATM), que há longos meses trava um braço de ferro com o BPI por causa da OPA do grupo catalão e que culminou na aquisição potestativa no final do ano passado.

A ação visa interromper eventuais prazos de prescrição das ações de responsabilidade civil relacionadas com a gestão do banco que “a requerente pretende intentar logo que possível”. Ou seja, trata-se de uma espécie de pré-aviso de uma ação judicial em que a vítima quer ser reparada pelos prejuízos que sofreu, permitindo que o tempo seja “congelado” e eventuais crimes não prescrevam.

"Não restam dúvidas que a administração do BPI agiu com dolo na gestão do banco, tendo resultado em enormes perdas para os seus acionistas.”

ATM

Notificação Judicial Avulsa

A ATM argumenta que o BPI não tinha obrigatoriamente de vender 2% do BFA à Santoro (passando de 51% para 49%) para resolver o problema dos grandes riscos da exposição a Angola que tinham sido identificados pelo Banco Central Europeu (BCE). Bastava ceder o controlo da gestão do BFA para ultrapassar as questões apontadas pelo supervisor europeu.

Adianta que foi isso mesmo que Fernando Ulrich e Artur Santos Silva, à data CEO e chairman do BPI, respetivamente, confessaram no testemunho que prestaram em audiência de julgamento realizada nos dias 23 e 24 de janeiro deste ano, no âmbito de outro processo que corre nos tribunais e que tem como objetivo anular as deliberações de uma assembleia geral realizada em setembro de 2016 que veio a desbloquear os estatutos (perante o voto favorável da Santoro) e a permitir que o CaixaBank pudesse lançar a OPA.

“Segundo o conselho de administração do BPI, o BCE terá considerado que, com a perda de controlo do BFA, as posições de risco em face do Estado de Angola e Banco Nacional de Angola seriam ‘desconsolidadas’ do balanço do BPI, que assim passaria a respeitar os limites dos grandes riscos. Ora, já vimos, porque foi confesso pelos seus principais atores, que era apenas necessário a cedência da gestão do BFA e nunca a sua perda do controlo“, expõe a associação de pequenos investidores.

Assim, conclui a ATM, “a perda de controlo do BFA foi única e exclusivamente a moeda de troca para viabilidade a OPA do CaixaBank”. E isto tendo a “administração do BPI, em violação com o seu dever de fidúcia e de garantir um tratamento igualitário entre todos os acionistas, oferecido, sem necessidade, o controlo do BFA a Isabel dos Santos“, que recebeu uma contrapartida superior da parte dos catalães, “muito superior àquela que foi oferecida aos restantes acionistas”.

Esta não é a primeira ação da ATM contra o BPI. Ainda no final do ano passado e início deste ano colocou providências cautelares para travar a saída do banco português da bolsa, depois de o CaixaBank ter lançado uma oferta de aquisição potestativa para ficar com as ações que ainda não tinha comprado. Mas os tribunais não deram seguimento ao pedido.

O BPI, que atualmente é detido a 100% pelo CaixaBank, prepara-se para apresentar contas anuais na próxima sexta-feira. Até setembro, o banco liderado por Pablo Forero registou lucros de 530 milhões de euros, impulsionados pela atividade em Portugal.

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Quais são as pedras no sapato dos banqueiros nacionais?

Malparado, fintech ou MREL são temas transversais ao setor bancário e que vão acompanhar os banqueiros no novo ano. Mas cada um deles vai ter de lidar com desafios específicos dos seus bancos em 2019.

Vem aí mais um ano de grandes desafios para os bancos nacionais. Há temas que são transversais a todo o setor e que vão acompanhar os banqueiros nos próximos tempos, como a redução do malparado, o regresso à rentabilidade, a pressão tecnológica e emergência das fintech, a regulação ou os requisitos do MREL. Mas cada um deles vai ter lidar com questões específicas dos seus bancos no próximo ano.

Banco público faz mira ao rating de qualidade

Devidamente capitalizada e com um plano de reestruturação em curso, o grande desígnio de Paulo Macedo para a Caixa Geral de Depósitos para 2019 é este: ter um rating de qualidade junto das principais agências de notação financeira. Atualmente, as agências atribuem um rating considerado “lixo” ao banco público, isto apesar de o seu acionista (o Estado) ter uma notação de qualidade de investimento.

Por falar em acionista, o próximo ano também vai marcar o regresso do banco à distribuição de dividendos ao Estado. Serão os primeiros desde 2010. O Governo está a contar com um cheque de 200 milhões de euros. Macedo disse que é um valor “plausível”, isto após os primeiros nove meses do ano terem dado um lucro de 369 milhões ao banco.

Em relação à operação, a CGD prepara-se para vender os seus negócios em Espanha e África do Sul, operações que vão permitir um encaixe de 570 milhões de euros e reforçar os rácios de capital. Em Cabo Verde, vai vender a participação que tem no Banco Comercial do Atlântico.

Enquanto redimensiona a operação internacional, por cá também continuará o ajustamento. Encerramento de agências? Saídas de trabalhadores? E também há a negociação do novo Acordo de Empresa, que o banco denunciou unilateralmente em julho. Paulo Macedo deseja chegar a um entendimento com os sindicatos no próximo ano.

Paulo Macedo procura obter rating de qualidade para o banco público.Paula Nunes/ECO

BCP entre “lucros belíssimos”, dividendos e o digital

Com um novo rosto à frente do banco desde meados deste ano, o BCP procura consolidar com Miguel Maya a normalização da sua atividade após anos de crise. Em 2017 terminou com a ajuda do Estado, depois de devolver a última tranche de obrigações de capital contingente (CoCos) através de um aumento de capital que trouxe a Fosun para a ribalta acionista dentro do banco. Agora, face ao bom desempenho deste ano, o novo CEO espera fechar 2018 lucros “belíssimos”, uma que crença sai reforçada com os resultados apresentados até setembro: o BCP registou lucros de 257,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o dobro do que havia registado um ano antes.

Com isto, alimentou a expectativa de acionistas e trabalhadores, que querem boas novas no novo ano: dividendos para os primeiros — o banco não distribui lucros desde 2010 — e bónus para os segundos para compensar os cortes salariais que vigoraram entre 2014 e 2017 no banco. Sobre isto, Maya diz que espera estar à altura das exigências, sem comprometer a estabilidade do banco.

2019 será ainda o primeiro ano completo do Plano Mobilizar, com o qual o BCP vai acelerar a digitalização dos seus serviços. O mobile é uma prioridade. E o ActivoBank, o banco digital que esteve para ser vendido e terá um novo CEO com a saída de Dulce Mota para o Banco Montepio, vai assumir agora um papel central no crescimento da instituição em Portugal e lá fora.

Outros objetivos de Miguel Maya: reduzir a exposição do banco a ativos não produtivos, como o crédito malparado; baixar o cost-to-income (uma das métricas mais sublinhadas pelo CEO para enfatizar a necessidade de continuar atento aos custos) ; e aumentar a rentabilidade do capital (ROE). E isto quanto tem o Santander Totta na sua sombra.

Santander Totta à espera de transição suave

Para o Santander Totta, o novo ano começa com mudanças. António Vieira Monteiro e outros gestores históricos, como Bento dos Santos, vão deixar a liderança do banco. Subirá para o cargo de CEO Pedro Castro e Almeida, numa comissão executiva que manterá Manuel Preto e Inês Oom de Sousa e traz as novidades Amílcar Lourenço, Isabel Guerreiro e Miguel Belo de Carvalho.

Tudo aponta para uma transição suave no banco que passou a disputar o estatuto de maior entre os privados no mercado nacional. Mas não é seguro que essa transição seja tão tranquila como o banco espera que seja. Sobretudo porque Vieira Monteiro pode vir a ser travado pelo Banco Central Europeu (BCE) devido à sua passagem pela CGD.

Com a passagem de ano vêm as resoluções. E, no que toca ao Santander Totta, uma dessas resoluções deverá passar pelo seu emagrecimento. Depois da aquisição do Banco Popular Portugal, o banco ficou maior em agências e em trabalhadores. Caberá a Castro e Almeida reduzir a dimensão do banco sem perder negócio.

Novo Banco, novo ano, velhos hábitos

No Novo Banco, o novo ano trará velhos hábitos. Isto porque António Ramalho deverá continuar numa limpeza frenética do balanço do banco, tal como tem feito nos últimos meses em que vendeu várias operações que não eram estratégicas e se desfez de uma parte do legado mais problemático dos BES: o crédito malparado. Esta política de desinvestimento deverá prosseguir.

António Ramalho tem um bom motivo para isso já que pode continuar a tirar partido da almofada financeira chamada “Mecanismo de Capital Contingente“, criada aquando da venda ao fundo americano. Este mecanismo permite a António Ramalho limpar do banco, vender ativos problemáticos e reconhecer perdas, passando a fatura ao Fundo de Resolução, que é financiado por todos os bancos do sistema.

De acordo com as últimas contas, o Novo Banco previa uma injeção de 730 milhões de euros do Fundo de Resolução em 2019 para fazer face às perdas e aos prejuízos volumosos que se avizinham para este ano. Mas já se sabe que, afinal, o Novo Banco se prepara para pedir ao Fundo de Resolução um montante que pode superar os 850 milhões de euros para repor os seus rácios de capital.

O novo ano também vai trazer um novo rosto: Mark Bourke chega em janeiro para assumir funções de administrador financeiro. Vem do Allied Irish Bank, “um dos maiores bancos na Irlanda que em 2010 foi intervencionado pelo Estado irlandês”, segundo descreveu o Novo Banco aquando da confirmação da sua contratação ao mercado. No mesmo comunicado, o banco português sublinhou ainda que Bourke ajudou a colocar o Allied Irish Bank na bolsa em 2017.

António Ramalho vai continuar a reduzir malparado do Novo Banco.Paula Nunes / ECO

Montepio à espera de estabilidade… no acionista

Carlos Tavares começa o novo ano com mudanças: vai deixar de acumular as funções de CEO e chairman do Montepio a partir do dia 21 de janeiro, por imposição do Banco de Portugal. O cargo de presidente do conselho de administração deverá passar para João Ermida.

Mas as mudanças não ficam por aqui. Também a marca vai mudar: em vez de Caixa Económica Montepio Geral, o banco vai passar a chamar-se Banco Montepio. O processo de registo da marca já se encontra mesmo no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual. 2019 será mesmo o ano de execução do plano de transformação que inclui ainda um projeto-piloto para a criação de dez agências low cost e o relançamento do Montepio Investimento, que vai passar a chamar-se Banco Empresas Montepio (BEM).

Para lá do que se passa dentro do banco, Carlos Tavares também espera contar com maior estabilidade da parte do acionista, a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). Tomás Correia venceu as eleições, que lhe permitiu renovar o mandato por mais três anos. Mas, com os novos estatutos e a supervisão financeira da Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), ainda existe alguma incerteza nas implicações que o novo quadro regulatório pode ter na avaliação de idoneidade no recém-reeleito presidente da AMMG.

Por outro lado, depois de ter falhado as metas de financiamento este ano, o próximo ano volta a ser desafiante do ponto de vista da captação de poupanças junto dos associados, como revelou o ECO em primeira mão. A AMMG espera captar 700 milhões através dos seus produtos mutualistas e estancar a saída de sócios. Em relação ao seu principal ativo, o Banco Montepio, a entrada das misericórdias e outras instituições sociais no capital da instituição será outro tema que poderá conhecer desenvolvimentos no próximo ano.

BPI sai de bolsa?

O CaixaBank quer retirar o Banco BPI da bolsa de Lisboa. Mas há uma providência cautelar de pequenos acionistas que querem travar in extremis a saída do banco português do mercado prevista para esta quinta-feira, o que pode adiar os planos dos catalães relativamente ao controlo total do BPI.

Para lá das disputas judiciais, o CaixaBank acabou de anunciar ao mercado um novo plano estratégico para o seu negócio em Portugal: quer um BPI a crescer mais no crédito e mais eficiente do que é atualmente. Quanto ao BFA, talvez seja o ano de colocação do banco angolano na bolsa.

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Pequenos investidores tentam travar saída do BPI da bolsa. Entregam providência cautelar contra o CaixaBank

O CaixaBank quer retirar o banco da bolsa no próximo dia 27. Mas os pequenos investidores pretendem travar operação com a providência cautelar que seguiu para o tribunal esta quinta-feira.

O CaixaBank quer retirar o Banco BPI da bolsa de Lisboa no próximo dia 27 de dezembro, mas os pequenos investidores pretendem travar a operação in extremis: foi entregue esta quinta-feira uma providência cautelar no Tribunal Judicial da Comarca de Vila Nova de Gaia para impedir que os catalães possam avançar com a aquisição potestativa que considera ser “manifestamente ilegítima” e “extemporânea”.

“Esta providência cautelar tem duas razões de ser: uma porque os acionistas querem manter suas ações do BPI, é o direito de propriedade privada que está em causa; depois porque existe uma outra ação judicial com audiências marcadas para janeiro, e na qual o BPI já foi notificado”, explicou Otávio Viana, presidente da Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais ao ECO.

“É muita coincidência que o CaixaBank tenha decidido avançar agora com a aquisição potestativa, quando o poderia ter feito há meses, e justamente no dia em que o BPI foi notificado para comparecer no tribunal”, argumentou ainda.

O grupo catalão lançou esta terça-feira uma oferta tendente ao domínio total do capital do BPI, com a operação a terminar no dia 26, propondo-se a comprar os 73,6 milhões de títulos que ainda não detém. E assegurou que, “caso a oferta não permita ao oferente adquirir, no fim do período da oferta, a totalidade das ações em virtude de não ter sido aceite pelos destinatários, o oferente exercerá o seu direito potestativo de aquisição das ações remanescentes e adquirirá, no dia 27 de dezembro de 2018, as ações detidas pelos acionistas que não aceitaram a oferta“.

Este anúncio do CaixaBank apanhou Otávio Viana completamente desprevenido. “Basicamente decidiu alterar o plano que tinha sido comunicado aos investidores ao lançar mão do seu direito potestativo, quando está em cima da mesa uma ordem permanente de compra até março, como ficou decidido quando a CMVM decidiu aprovar a perda de qualidade aberta do banco“, disse ao ECO. Lembrou ainda que os espanhóis já detêm mais de 90% do capital do BPI desde o dia 7 de maio, ou seja, há mais de seis meses já podiam ter lançado a aquisição potestativa antes.

É muita coincidência que o CaixaBank tenha decidido avançar agora com a aquisição potestativa, quando o poderia ter feito há meses, e justamente no dia em que o BPI foi notificado para comparecer no tribunal.

Otávio Viana

Presidente da Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado de Capitais

Agora, se a providência cautelar que foi interposta por Ana Meireles, detentora de 1.000 ações do BPI, for aprovada pelo tribunal, o banco vai continuar no mercado português, pelo menos, durante mais algum tempo.

Mas mesmo que a decisão do juiz sobre esta ação aconteça depois do dia 27 de dezembro, dia em que é exercido o direito potestativo e os acionistas terão obrigatoriamente de vender as ações ao CaixaBank, é pedida a reversão da operação.

Para os pequenos investidores, apenas se vislumbra uma única razão para o CaixaBank decidir acelerar os calendários face ao que estava previsto: tornar inútil outra ação judicial que foi colocada pela Associação de Pequenos Investidores que visa “reverter toda a operação viciada que foi a Oferta Pública de Aquisição do BPI”, um processo no âmbito da qual o BPI foi notificado no dia 17 de dezembro para uma audiência de julgamento, com sessões agendadas para 23 e 24 de janeiro.

Otávio Viana lamenta a atitude do CaixaBank, que “fere a confiança dos investidores no mercado de capitais”.

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BPI com lucros de 530 milhões. Atividade em Portugal puxa pelos resultados

Portugal contou para 60% dos lucros do BPI. Já a atividade internacional com o BFA (detém cerca de 49%) e o BCI deu um contributo de 204,6 milhões de euros.

O BPI registou um aumento dos lucros para os 529,1 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, beneficiando da venda de ativos e da melhoria da atividade bancária em Portugal, que permitiram melhorar os resultados face aos aos lucros de 23 milhões de euros registados há um ano.

Só no negócio doméstico, o banco dos espanhóis do CaixaBank obteve um lucro de 324,4 milhões de euros entre janeiro e setembro, dos quais 164,2 milhões dizem respeito a resultados recorrentes, ou seja, sem impacto de eventos ocasionais como foram a venda de parte do capital do angolano BFA em 2017, a venda da participação na Viacer, dona da cerveja Super Bock (gerou um ganho de 60 milhões), e a venda das subsidiárias BPI Gestão de Ativos e BPI GIF (ganho de 62 milhões).

Feitas as contas, Portugal contou para 60% dos lucros do BPI. Já a atividade internacional com o BFA (detém cerca de 49%) e o BCI deu um contributo de 204,6 milhões de euros.

A margem financeira (os juros recebidos dos empréstimos menos os juros pagos nos depósitos) aumentou mais de 9% para 315 milhões de euros e Pablo Forero associa esta evolução ao “bom trabalho” que o banco está a realizar num contexto de juros historicamente baixos. E as receitas com comissões subiram 5,6% para 201,5 milhões de euros.

O banco destaca a “dinâmica comercial” que deu um impulso aos depósitos de clientes, que aumentaram em 1.343 milhões de euros para 20.711 milhões de euros no final de setembro. Também o crédito a clientes observou um aumento de 5,4% para 23.422 milhões de euros, com o BPI a salientar o financiamento às empresas. Em Portugal, assinala a subida de 12% do crédito às empresas para 7.887 milhões de euros. Diz que está a ganhar quota de mercado.

Em conferência de imprensa, Pablo Forero não revelou se o BPI vai pagar dividendos, dizendo que essa decisão cabe à assembleia geral de acionistas. “Não vamos especular sobre a questão dos dividendos. Estamos preocupados em reforçar os capitais do banco”, afirmou o presidente do banco que fechou o mês de setembro com um rácio de capital de CET1 de 13,1% e total de 14,8%. O banco fala em “sólida capitalização”.

Em relação ao malparado, o BPI diz que tem a “carteira de crédito de melhor qualidade em Portugal”, com um nível de ativos não performantes (NPE) de 3,8%. Forero adiantou aos jornalistas que o banco está a ultimar a venda de um conjunto de créditos problemáticos no valor de 200 milhões de euros.

Chumbo a Itália? “Não foi uma surpresa”

Em setembro, o BPI detinha uma carteira de dívida italiana no valor de 680 milhões de euros, sendo a terceira mais representativa apenas ultrapassada pela dívida espanhola (1.000 milhões) e portuguesa (1.700 milhões). Tudo títulos a atingirem a maturidade dentro de três anos.

Itália tem estado sob pressão dos investidores perante o conflito entre Bruxelas e Roma, que culminou esta terça-feira no chumbo do Orçamento do Estado para 2019. Mas Pablo Forero desvaloriza a exposição do banco ao mercado italiano.

“Sabíamos o que ia acontecer a partir do momento em que o Governo apresentou um orçamento que não está de acordo com as recomendações europeias. Não podemos dizer que isto foi uma surpresa“, considerou o presidente do BPI.

Declarou mesmo que estamos no “início de uma fase de disciplina financeira na União Europeia”.

Mudanças em Angola “são boas notícias”

Em Angola, o BPI está a tentar vender parte do capital que ainda detém no BFA, mas o processo que pode levar o banco angolano para a bolsa não registou “novidades”, adiantou ainda Pablo Forero. “Continuamos a tentar resolver. (…) A equipa está totalmente focada em fazer negócio num contexto de mudanças”, disse.

O que está a acontecer [em Angola] são boas notícias para o BFA“, assinalou ainda, destacando a nova taxa de câmbio do kwanza (“é positiva para Angola ter finanças equilibradas”) e ainda a ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional.

(Notícia atualizada às 18h19)

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BPI usa Sara Sampaio para promover crédito a habitação de taxa fixa

  • ECO
  • 23 Outubro 2018

Vários bancos estão a começar a oferecer taxas fixas nos empréstimos à habitação, mas o BPI é o primeiro, neste ciclo, a oferecer um juro que não mexe durante todo o prazo do crédito.

Todos os bancos estão a apostar no crédito para a casa. O BPI não é exceção. O banco liderado por Pablo Forero lançou uma campanha para promover a sua oferta de crédito à habitação de taxa fixa, recorrendo para tal à “cara” da instituição — Sara Sampaio — para a promover.

A famosa modelo internacional dá corpo a uma campanha publicitária que tem como mote “A vida muda. A taxa não”. A campanha estará presente em televisão, digital, rádio, imprensa, mupis e decoração da rede de balcões do Banco. A criatividade é da responsabilidade da Partners, agência criativa do BPI, e a produção da Big Family.

Esta irá promover a solução de crédito à habitação de taxa fixa que o banco já disponibilizava e que pode ir até aos 30 anos do empréstimo.

A solução de “Crédito Habitação Taxa Fixa a 30 anos”, conta com uma taxa anual nominal fixa “desde 2,95%, para quem quer comprar ou trocar de casa, com a segurança de ter a mesma prestação ao longo de toda a vida do empréstimo”, refere o banco, notando que é “o único dos maiores bancos em Portugal que dispõe de uma solução de crédito habitação com taxa fixa a 30 anos”.

O banco liderado por Pablo Forero enquadra a aposta em promover essa solução de crédito com o atual cenário de juros historicamente baixos, explicando que se há 10 anos a Euribor a 12 meses era de 5,33% e atualmente é de -0,156%.

Face a este cenário considera que “este é o momento certo para as famílias analisarem todas as opções para proteger o seu património futuro”, desta forma “assegurando a previsibilidade de uma das suas principais despesas” e “mantendo a estabilidade do orçamento familiar a longo prazo”.

O lançamento desta solução acontece num contexto de acentuado crescimento dos níveis de concessão de crédito para a compra de casa. No que respeita ao BPI, nos primeiros nove meses de 2018 foram disponibilizados 1.050 milhões de euros em empréstimos com esse fim. Ou seja, 36% acima do nível de concessão verificado no mesmo período de 2017.

(Notícia atualizada às 12h08 com alteração do título, já que a solução de taxa fixa já era disponibilizada pelo banco que está essencialmente a relançá-la agora numa nova campanha em que a modelo Sara Sampaio dá a “cara”)

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