Novo Banco termina com ajudas do Estado à banca

Novo Banco volta a antecipar reembolso de dívida garantida pelo Estado. É já na sexta-feira que faz o último pagamento da dívida que o BES contraiu com garantia pública.

Fim à vista para as ajudas do Estado à banca portuguesa. Depois de o BCP ter reembolsado na semana passada os últimos CoCos, agora é o Novo Banco que se prepara para cortar a ligação entre banco privado e dinheiro público.

Em causa está o reembolso da última de três linhas de obrigações seniores lançadas ainda pelo BES, fevereiro em 2012, no valor de 1.500 milhões de euros e que contava com a garantia da República. O Novo Banco vai efetuar o último pagamento já na próxima sexta-feira, segundo o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Face à folga de liquidez do banco liderado por António Ramalho, a instituição, que se encontra em fase final de venda, resolveu ir antecipando de forma regular os reembolsos desta dívida que apenas atingia maturidade em 2017. Com isto, poupa nos custos associados à garantia do Estado.

No total, o BES emitiu 3.500 milhões de euros em títulos de dívida através de três emissões abrigadas pela garantia do Estado.

O reembolso da dívida com garantia estatal por parte do Novo Banco marca assim o fim da intervenção do Estado na banca portuguesa. Depois do aumento de capital, o BCP pagou os últimos 700 milhões dos 3.000 milhões da ajuda pública que havia contratado através dos instrumentos híbridos chamados CoCos. Foi o mesmo tipo de obrigações que a Caixa Geral de Depósitos converteu em capital no início do ano, num total de 900 milhões, no arranque do processo de recapitalização do banco público.

Já o BPI recebeu 1.500 milhões de euros de ajuda pública, tendo concluído o reembolso ao Estado em junho de 2014.

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BCP, o último dinossauro do PSI-20

Desde 1993, apenas o BCP e o BPI resistiram às mudanças operadas no principal índice português. O último saiu no final da semana do PSI-20. Os dinossauros estão em vias de extinção na bolsa de Lisboa.

Com saída do BPI do principal índice português, o papel de resistente na principal montra do mercado nacional fica reservado exclusivamente para o BCP, banco que se mantém de forma contínua desde que o benchmark lisboeta foi constituído em 1993, apesar das atualizações constantes operadas pela Euronext ao longo dos anos.

O BPI é o último dinossauro a extinguir-se do PSI-20, depois de a Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank ter colocado o banco numa posição de baixíssima liquidez, circunstância que impede a sua permanência no restrito clube da Euronext. Mas o futuro da instituição (ainda) liderada por Fernando Ulrich até pode nem passar pelo mercado de capitais. O próprio presidente do grupo catalão abriu a porta a essa possibilidade durante a apresentação dos resultados da oferta que decorreu quarta-feira em Lisboa. O CaixaBank controla agora mais de 84% do capital do BPI.

Ao longo do tempo, o PSI-20 sofreu uma mega revolução entre os seus constituintes. Isto apesar de algumas cotadas terem realizado jornadas que as levaram ao mesmo destino: caso da Corticeira Amorim, que abandonou o índice de referência em 1997 e figura hoje entre as principais cotadas nacionais; e casos da Mota & Companhia e da Engil, que saíram em 1994 e 1993, respetivamente, e atualmente assumem o nome de Mota-Engil, depois da OPA da primeira sobre a segunda, em 2000.

Composição do primeiro PSI-20, em 1993

Fonte: Euronext

O último histórico a abandonar o PSI-20 foi o BES. E de forma abrupta, depois da medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal, num domingo de agosto de 2014, e que dividiu a instituição ao meio. Foi daqui que surgiu o Novo Banco, um banco de transição que ficou com a parte boa do antigo BES e cuja venda deverá terminar em março.

Muitos dos “desaparecimentos” da bolsa ocorreram por via de processos de aquisições e consolidações setoriais. Por exemplo, o Banco Chemical foi adquirido em 2000 pelo BCP. A Mundicenter, gestora de centros comerciais, entre eles, o Amoreiras Shopping Center, foi adquirida em OPA pela família Alves Ribeiro. A Portugal Telecom absorveu a Marconi em 2003. A Mundial Confiança foi adquirida pela Caixa Geral de Depósitos. A seguradora veio a ser mais tarde integrada na Fidelidade.

No caso da Lisnave, os estaleiros navais de Lisboa abandonaram o PSI-20 em 1997. Três anos mais tarde, os acionistas aprovavam o abandono definitivo do mercado de capitais.

Independentemente do destino final das cotadas que compunham do índice original, contas feitas, apenas duas resistiram ao tempo e às mudanças. Até agora, depois da saída do BPI. O que deixa os dinossauros em vias de extinção no PSI-20.

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S&P melhora rating do BPI, mas mantém-no no lixo

Agência subiu rating do BPI na sequência da conclusão da oferta do CaixaBank. Ainda assim, mantém a notação num nível considerado especulativo porque duvida de ajuda espanhola se Portugal falir.

Depois da Fitch, foi a vez de a agência Standard & Poor’s melhorar a notação de rating do BPI BPI 0,00% , na sequência da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o banco português. Argumenta a agência que o BPI é agora uma subsidiária estratégica para o grupo catalão e que, por essa razão, vai beneficiar do apoio financeiro espanhol.

O rating é melhorado de BB- para BB+, uma subida em dois níveis, que considera o BPI como investimento especulativo. Mas, ao contrário da Fitch, que retirou o banco português do lixo, a S&P mantém dúvidas em relação à instituição liderada por Fernando Ulrich.

“Consideramos que o BPI é agora uma subsidiária estrategicamente importante do CaixaBank”, diz a S&P em comunicado divulgado esta segunda-feira. “Depois de anos de uma forte presença minoritária no BPI, o CaixaBank adquiriu a grande maioria das ações e ganhou o controlo da gestão, tornando o BPI num importante ativo para a estratégia de longo prazo. Esperamos por isso que o BPI venha a beneficiar do apoio da casa mãe, incluindo apoio financeiro, se necessário”, justifica ainda.

"Consideramos que o BPI é agora uma subsidiária estrategicamente importante do CaixaBank. Depois de anos de uma forte presença minoritária no BPI, o CaixaBank adquiriu a grande maioria das ações e ganhou o controlo da gestão, tornando o BPI num importante ativo para a estratégia de longo prazo. Esperamos por isso que o BPI venha a beneficiar do apoio da casa mãe, incluindo apoio financeiro, se necessário.”

Standard&Poor's

Standard & Poor's

A decisão da agência surge depois de o CaixaBank ter concluído na semana passada a oferta sobre o BPI, operação na qual investiu 650 milhões de euros para passar a deter mais de 84% do banco português. Passou a deter o controlo maioritário e, com isso, já escolheu uma nova gestão: Pablo Forero substituirá Ulrich a partir de abril.

Argumentando a sua decisão, a S&P destaca o expertise significativo do CaixaBank na integração de entidades no grupo e ainda o conhecimento do BPI enquanto acionista do banco português durante anos. Mas sublinha também, como ponto negativo, o desafio que representa para a nova administração melhorar da rentabilidade do BPI representa desafios para a gestão, especialmente se a posição no Banco Fomento Angola se reduzir ainda mais. “O BFA tem sido consistentemente rentável e compensou os baixos resultados domésticos durante a crise”, consideram os analistas.

Apesar da estabilidade do outlook, a S&P deixa o rating do BPI condicionado pela notação que atribui a Portugal, “o que limita uma subida em duas notas do perfil de crédito do BPI”. “Isto reflete a nossa visão de que é pouco provável que o CaixaBank forneça apoio suficiente durante algum período de stress associado a uma hipotética bancarrota do soberano”, diz a agência norte-americana.

O BPI deixou de pertencer ao PSI-20 esta sexta-feira, devido à baixa liquidez que apresenta. As ações mantêm-se hoje nos 92 cêntimos com que fecharam na última sessão.

O banco fechou 2016 com lucros de 313,2 milhões de euros, um resultado representa um aumento de 32,5% face ao exercício do ano anterior, tendo superado largamente as expectativas dos analistas à custa, em grande parte, da quebra nas provisões e do aumento dos lucros na atividade internacional. O contributo do BFA para as contas do banco liderado por Fernando Ulrich foi o mais elevado de sempre.

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Fitch retira BPI do “lixo” com OPA espanhola

A Fitch colocou o BPI em zona de investimento devido ao apoio institucional do CaixaBank, depois de assumir uma posição de 84,5% no banco português na sequência da OPA.

A agência Fitch melhorou o rating do BPI, retirando-o da zona considerada investimento especulativo (lixo), na sequência do sucesso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o banco português.

É melhorado o rating de ‘BB’ para ‘BBB-‘, refletindo o apoio institucional conferido pelo CaixaBank, que passou a controlar, a partir de terça-feira, 84,5% do BPI.

“A Fitch acredita que Portugal é um mercado estrategicamente importante para o CaixaBank, como fica demonstrado pelo investimento de longo prazo no Banco BPI (detém uma posição minoritária desde 1995) e pela sua vontade de controlar o banco, apesar do consumo de capital relacionado e das dificuldades inerentes a uma aquisição estrangeira”, justifica aquela agência num comunicado divulgado esta quinta-feira. Também a diminuição da exposição a Angola, com a venda de 2% do BFA à Unitel, pesou na decisão da Fitch.

A decisão da Fitch acompanha as mudanças observadas no BPI esta semana. O grupo catalão é desde a passada terça-feira detentor de 84,5% do capital do banco português, tendo já proposto o nome de Pablo Forero para o cargo de CEO, enquanto Fernando Ulrich passa a chairman da instituição. Devido à reduzida liquidez que apresenta em bolsa, o BPI será excluído do PSI-20 a partir desta sexta-feira. As ações estão a cair mais de 12%.

A agência norte-americana coloca o BPI um grau acima de Portugal, atualmente em BB+. E admite melhorar a notação financeira do banco se o rating de Portugal ou do CaixaBank também for melhorado.

(notícia atualizada às 16h19)

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BPI: CaixaBank gastou 645 milhões. Está a perder 100

O banco catalão comprou 568 milhões de títulos por 1,134 euros. A forte queda das ações após a OPA está a gerar uma menos-valia potencial de mais de 100 milhões de euros.

O CaixaBank ofereceu 1,134 euros por cada ação do BPI. Conseguiu comprar mais de 568 milhões de títulos, deixando muito poucas ações no mercado de capitais. Perante a falta de liquidez, e sem a sustentação da OPA, o banco está em forte queda na praça nacional, gerando um menos-valia potencial de mais de 100 milhões de euros com estes títulos à instituição catalã.

O banco espanhol comprou o equivalente a 39% dos direitos do BPI com a venda de posições por parte de Isabel dos Santos, do Grupo Violas e também de muitos pequenos acionistas. A operação que permitiu ao banco liderado por Gonzalo Gortázar ficar com 84,52% do capital, representou um desembolso de 644,52 milhões de euros. Esses mesmos títulos comprados a 1,134 euros estão agora a 0,948 euros.

As ações do BPI chegaram a afundar mais de 19% no primeiro dia de negociação após a conclusão da OPA. Seguem a perder mais de 21,9% para 82 cêntimos, valor que gera uma menos-valia potencial avultada ao banco catalão. Dos 644,52 milhões investidos restam 538 milhões, ou seja, menos 105 milhões.

Esta queda traduz o fim da sustentação dos títulos pela OPA. Não só porque o prazo de aceitação da oferta acabou, mas também porque o banco catalão não conseguiu títulos suficientes para avançar com a aquisição potestativa dos restantes ao mesmo valor. Assim, e sem liquidez, as ações lideram as quedas no índice de referência português, uma “montra” da qual vai sair.

“A Euronext comunica que, na sequência dos resultados alcançados na Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI, e face à informação disponível à data, foi decidida a exclusão das ações do Banco BPI do índice PSI-20, com data efetiva a 10 de fevereiro”, informou a Euronext, dona da bolsa de Lisboa.

Com esta decisão, o principal índice português passa de 18 para 17 cotadas, sendo que um substituto apenas será promovido na revisão anual do índice, que ocorre apenas em março.

 

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BPI tem novo CEO espanhol, Ulrich passa a chairman

Pablo Forero, atual diretor geral do CaixaBank, é o nome indicado pelo grupo espanhol para a liderança executiva do BPI. Já Fernando Ulrich passa a presidente do conselho de administração.

Fernando Ulrich, Artur Santos Silva, Gonzalo Gortázar e Pablo Forero durante a apresentação dos resultados da OPA do CaixaBank sobre o BPI.Paula Nunes/ECO

Nova vida no BPI. O CaixaBank vai propor o nome de Pablo Forero para o cargo de presidente da Comissão Executiva do banco português, enquanto Fernando Ulrich é o nome escolhido pelo grupo espanhol para as funções de chairman. Mudanças que surgem depois de o banco catalão ter finalizado esta semana com sucesso a Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI.

Ulrich abandona a posição de CEO depois de 13 anos naquele cargo. É agora substituído por Pablo Forero, diretor-geral do CaixaBank, cuja equipa integra desde 2009. De resto, Forero acompanhou esta quarta-feira o presidente do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, na viagem a Lisboa para a apresentação dos resultados da OPA catalã.

Mas há mais mudanças no seio da estrutura governativa do BPI a propor aos acionistas em assembleia geral a realizar no dia 26 de abril. Até agora presidente do Conselho de Administração, Artur Santos Silva passa a Presidente Honorário e presidente de uma nova comissão do Conselho de Administração dedicada à responsabilidade social.

Adicionalmente, da nova equipa de gestão saem Maria Celeste Hagatong e Manuel Ferreira da Silva. Além do CEO Pablo Forero, a comissão executiva proposta pelo CaixaBank conta com José Pena do Amaral, Pedro Barreto, João Oliveira Costa, Alexandre Lucena e Vale, António Farinha de Morais, Francisco Manuel Barbeira, Ignacio Alvarez Rendueles e Juan Ramon Fuertes.

"O banco agradece a Fernando Ulrich “a contribuição fundamental que deu ao longo de 34 anos para a afirmação, prestígio e resultados do banco. (…) Reconhece, em especial, o decisivo desempenho de Ulrich e da equipa executiva no período mais difícil da crise financeira.”

Banco BPI

CMVM

Em relação ao conselho de Administração, que será agora liderado por Ulrich, saem Armando Leite de Pinho, Carlos Moreira da Silva e Mário Leite da Silva, sendo composta pelos seguintes nomes: Pablo Forero (vice-presidente), António Lobo Xavier (vice-presidente), Alexandre Lucena e Vale, António Farinha de Morais, Carla Bambulo, Francisco Manuel Barbeira, Gonzalo Gortázar, Ignacio Alvarez Rendueles, João Oliveira Costa, José Pena do Amaral, Javier Pano, Juan Antonio Alcaraz, Juan Ramon Fuertes, Lluis Vendrell, Pedro Barreto, Tomás Jervell e Vicente Tardio (vogais).

No comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco agradece a Fernando Ulrich “a contribuição fundamental que deu ao longo de 34 anos para a afirmação, prestígio e resultados do banco”. “Reconhece, em especial, o decisivo desempenho de Ulrich e da equipa executiva no período mais difícil da crise financeira“, destaca o conselho de administração do banco português.

O CaixaBank passou a controlar 84,52% do capital do BPI na sequência da oferta que lançou sobre a instituição portuguesa. Este resultado, anunciado esta quarta-feira, na Euronext Lisboa, não permite ao banco catalão avançar com a aquisição potestativa das restantes ações.

(notícia atualizada às 18h33)

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OPA: BPI fica, ou BPI vai (embora da bolsa de Lisboa)?

A OPA acabou. Falta saber o resultado final. Muitos venderam, mas falta saber ao certo quantos. E isso é importante? É. Pode fazer a diferença entre o BPI ficar ou não na bolsa de Lisboa.

A Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI chegou ao fim. Desde grandes acionistas, como Isabel dos Santos ou o Grupo Violas, até pequenos investidores, quase todos venderam as ações pelos 1,134 euros oferecidos pelo banco espanhol. A OPA foi um sucesso, com os catalães a tomarem o controlo da instituição. A dúvida é com quantos títulos ficaram ao todo. E se o banco vai continuar cotado na bolsa nacional, ou Lisboa diz adeus a mais uma empresa cotada.

Isabel dos Santos deixou de ser acionista do BPI: a empresária angolana deu uma ordem de venda da participação de 18,5% que tinha no BPI, já o Grupo Violas, maior acionista português do BPI, vendeu a posição de 2,681% no capital do banco, ficando com apenas dez mil títulos, já Octávio Viana, presidente da ATM, revelou que “a esmagadora maioria [dos pequenos investidores] aceitou a oferta“, mantendo alguns títulos para eventuais processos judiciais no futuro.

O CaixaBank tinha 45% do BPI antes da oferta. Bastava-lhe comprar um pouco mais para assumir o controlo do banco, mas garantiu bem mais do que 50% dos títulos. A dúvida é se conseguiu obter o suficiente para poder avançar com a compra potestativa dos títulos remanescentes. A ideia do CaixaBank não era fazê-lo, mas no prospeto da oferta também não fechou a porta (página 50) a, se atingir as percentagens necessárias, retirar o banco do mercado.

“É intenção do oferente que a sociedade visada continue a ter as ações admitidas à negociação em mercado regulamentado após a liquidação da oferta, contando com aqueles acionistas – incluindo os que estejam representados no órgão de administração da sociedade visada – que decidam não vender as suas ações na oferta”, refere. Contudo, caso atinja os patamares definidos pelo Código de Valores Mobiliários, a instituição liderada por Gonzalo Gortázar comprará o resto, deixando a Euronext Lisboa com menos uma cotada. E o PSI-20 com um problema.

Para retirar o BPI da bolsa de Lisboa, o CaixaBank necessita de superar 90% dos direitos de voto correspondentes ao capital social do banco liderado por Fernando Ulrich — terá, pelo menos, conseguido ficar com mais de 80% dos títulos do banco na OPA. Mas só isso não chega. As regras do mercado dizem que para avançar com uma oferta potestativa, é preciso também que tenha conseguido também alcançar 90% dos direitos de voto abrangidos pela oferta.

"É intenção do oferente que a sociedade visada continue a ter as ações admitidas à negociação em mercado regulamentado após a liquidação da oferta, contando com aqueles acionistas – incluindo os que estejam representados no órgão de administração da sociedade visada – que decidam não vender as suas ações na oferta.”

CaixaBank

Prospecto da OPA ao BPI

Assim, para cumprir com a primeira parte, o CaixaBank terá de conseguir com que lhe sejam imputados direitos de voto correspondentes a 1.311.231.814. Para conseguir cumprir com a segunda parte — obter 90% do capital objeto da oferta — tem de conseguir comprar 714.632.264 títulos do banco na OPA. Nesse caso, “o oferente reserva-se o direito de recorrer ao mecanismo da aquisição potestativa (…), o que implicaria a imediata exclusão da negociação em mercado regulamentado”. A compra desses títulos terá de ser feita pelo valor da OPA: 1,134 euros.

E mesmo que o CaixaBank decida não exercer esse mecanismo, ainda que as condições exigidas sejam alcançadas, poderão os investidores fazer a alienação potestativa. Caso o “oferente venha a decidir não utilizar o mesmo, cada um dos titulares das ações remanescentes do BPI pode, nos três meses subsequentes ao apuramento dos resultados da oferta pública de aquisição (…), exercer o direito de alienação potestativa. Mais uma vez, o valor será o mesmo da OPA.

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Vender na OPA ao BPI? Só até hoje

Termina esta terça-feira o período da oferta pública de aquisição do CaixaBank sobre o BPI. Se quiser vender as suas ações, pode fazê-lo até às 15h30.

Termina esta terça-feira o período da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI. Se tem ações do banco português e deseja vendê-las ao grupo catalão ao preço de 1,134 euros, tome nota: só o poderá fazer até às 15h30, uma hora antes do fecho da bolsa.

As ações do BPI fecharam a cair 2,21% para os 1,106 euros. Ou seja, o banco negoceia com uma cotação 2,47% (ou 2,8 cêntimos) abaixo do preço da oferta espanhola, o que não reflete tanto a desconfiança dos investidores em relação ao sucesso da operação, mas antes a incerteza que poderá seguir-se à OPA.

De resto, os analistas até estão confiantes quanto ao êxito da operação que vai colocar o BPI em mãos espanholas. Também Gonzalo Gortázar, presidente do CaixaBank, manifestou a sua confiança aquando da apresentação dos resultados do banco com sede em Barcelona: “Esperamos que o resultado da OPA, que termina na próxima semana, seja satisfatório”.

Caso prefira conservar as suas ações, também está no seu direito. Ainda assim, os analistas alertam para os riscos de não vender na OPA. “Pode ser posteriormente sujeito a uma oferta potestativa ou, na sua ausência, manter uma posição no capital do banco aceitando a menor liquidez que poderá haver em bolsa na sua negociação”, referiu a Patris.

O resultado da oferta será apurado em Sessão Especial de Mercado Regulamentado da Euronext Lisbon, que terá lugar na próxima quarta-feira, dia 8 de fevereiro.

O BPI registou um aumento de 32,5% dos lucros para 313,2 milhões de euros em 2016.

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CaixaBI: BPI terá registado lucros de 266 milhões em 2016

BPI apresenta resultados no dia 26. Analistas do CaixaBI estimam que o banco liderado por Fernando Ulrich tenha registado uma subida de lucros de 266 milhões de euros em 2016.

O BPI deverá ter registado uma subida de 12,7% dos lucros para 266,4 milhões de euros em 2016, um resultado impulsionado pelo crescimento de 13,6% da margem financeira para 753,8 milhões de euros, segundo uma estimativa do CaixaBI.

O banco liderado por Fernando Ulrich prepara-se para apresentar contas do ano passado no dia 26 de janeiro, numa altura em que é alvo de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) da parte do CaixaBank. O grupo catalão oferece 1,134 euros por cada ação que ainda não detém.

Para o CaixaBI, o negócio do BPI deverá ter beneficiado da queda dos custos dos depósitos, o que lhe permitiu melhorar a margem financeira — a diferença entre os juros pagos nos depósitos e os recebidos nos empréstimos.

“A margem financeira doméstica vai continuar a beneficiar da queda dos custos dos depósitos com a média do spread sobre os novos depósitos pagos pelo BPI em setembro a situar-se apenas 0,2% acima da Euribor. Isto é o equivalente a uma média de taxa de juro de 0% que o BPI pagou nos depósitos originados em setembro”, diz o banco de investimento.

Em relação ao trimestre, o lucro terá ficado nos 83,3 milhões de euros, representando uma queda de 2,4% face aos resultados do trimestre de 2015.

As ações do BPI valorizaram 0,44% para 1,133 euros.

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Dividendos da Unitel de 2014 a caminho do BPI

Primeiro chegaram os de 2015, agora os do ano anterior. Fica assim completo o pagamento de dividendos pela Unitel ao banco liderado por Fernando Ulrich.

A Unitel estava em falta com os dividendos do BFA, mas já pagou tudo. Primeiro chegaram os referentes a 2015, agora o BPI revela que já foi concedida autorização para que sejam pagos os restantes 29,2 milhões de euros.

“O Banco BPI vem agora informar que recebeu na data de hoje a confirmação de que a transferência para Portugal dos dividendos (…) se encontra autorizada pelo Banco Nacional de Angola”, refere o comunicado enviado à CMVM.

O banco já tinha recebido os dividendos de 2015. Num comunicado antes da assembleia geral em que foi aprovada a venda de 2% do BFA, o banco notava que tinha recebido “a confirmação de que a a transferência para Portugal dos dividendos do BFA relativos ao exercício de 2015, no montante equivalente a 36,9 milhões de euros, se encontra autorizada pelo Banco Nacional de Angola”.

O pagamento destes 66 milhões de euros em dividendos era uma das condições que o BPI impôs à Unitel para aceitar vender à operadora angolana mais 2% do capital do BFA. Com essa venda, o BPI e a Unitel passam a deter, respetivamente, 48,1% e 51,9% do capital do BFA.

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Acionistas do BPI aprovam venda dos 2% do BFA à Unitel

Já está. Os acionistas do banco liderado por Fernando Ulrich aprovaram, em assembleia geral, a venda da posição no banco angolano que dá o controlo da instituição à Unitel.

O BPI já tem aprovação para vender os 2% que tem no Banco Fomento de Angola (BFA). Os acionistas do banco liderado por Fernando Ulrich deram o seu aval, por maioria qualificada, à alienação desta posição à Unitel, abrindo assim a porta a Isabel dos Santos para assumir o controlo do banco angolano.

Foi aprovada por 83,23% dos votos expressos, a proposta do Conselho de Administração de venda pelo Banco BPI à Unitel, S.A. de 26.111 (vinte e seis mil, cento e onze) ações, representativas, no seu conjunto, de 2% do capital social do Banco de Fomento Angola, S.A., nos termos previstos no contrato de compra e venda celebrado entre aquelas duas entidades”, diz o BPI à CMVM.

Nesta nova sessão da assembleia geral “estiveram presentes ou representados 223 acionistas, detentores de ações correspondentes a 84,15% do capital social”. Nem todos votaram a favor. Tiago Violas manifestou a sua posição de discordância à decisão de alienar esta posição, que leva o BPI a ceder o controlo do BFA.

A Violas Ferreira Financial, maior acionista português do BPI, bem como muitos pequenos acionistas do banco, manifestaram-se contra a decisão de vender esta posição por considerarem que o negócio é benéfico apenas para os dois maiores acionistas do banco (CaixaBank e Isabel dos Santos).

(Notícia atualizada ás 16h32 com mais informações sobre a votação)

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CMVM decide preço da OPA ao BPI antes da AG

Decisão sobre o preço da oferta do CaixaBank para comprar o BPI será tomada a tempo da assembleia-geral de acionistas marcada para a próxima terça-feira, sabe o ECO.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) vai decidir sobre o preço proposto pelo CaixaBank para comprar o BPI ainda antes da realização da assembleia-geral do banco português, agendada para a próxima terça-feira, 13 de dezembro, e que vai determinar o sucesso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do grupo catalão sobre a instituição portuguesa, sabe o ECO.

Neste momento, o regulador do mercado, liderado por Gabriela Figueiredo Dias, está a analisar se a contrapartida de 1,134 euros por ação que os catalães oferecem é ou não justa. Tanto a administração do BPI como os acionistas minoritários já sublinharam que o preço da OPA espanhola é baixo, com os últimos a reclamarem a nomeação de um auditor independente.

Ainda assim, uma decisão favorável à indicação de um auditor externo para definir um preço mínimo é pouco provável. E isto porque o CaixaBank cumpriu o que determina número 1) do artigo 188 do Código dos Valores Mobiliários sobre a contrapartida da OPA obrigatória, cujo valor não pode ser inferior ao mais elevado dos seguintes montantes:

De qualquer forma, quando os acionistas do BPI forem chamados a decidir sobre a venda 2% da sua posição no Banco Fomento Angolano (BFA) à empresária Isabel dos Santos (através da Unitel), já a CMVM terá apresentado o seu veredicto sobre uma das questões ainda em aberto na OPA do CaixaBank sobre o banco português: o preço.

A assembleia-geral do BPI está marcada para a terça-feira da próxima semana, depois de o CaixaBank ter pedido a suspensão do último encontro dos acionistas por não ter a garantia de que a venda dos 2% do capital do BFA, e consequente redução da posição do BPI para os 49%, seja considerada suficiente para que o Banco Central Europeu (BCE) classifique a operação passível de reduzir a exposição do banco aos grandes riscos de Angola.

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