Moscovici apoia continuidade de Christine Lagarde à frente do FMI
Após a condenação de Christine Lagarde, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional tem recebido apoio. Pierre Moscovici, comissário europeu, juntou-se às mensagens positivas para Lagarde.
O comissário europeu dos Assuntos Económicos, o francês Pierre Moscovici, apoiou esta terça-feira a continuidade da compatriota Christine Lagarde à frente do Fundo Monetário Internacional (FMI), apesar de ter sido declarada culpada de negligência quando era ministra da Economia de França.
“Conheço-a bem e estará pessoalmente afetada. Acredito que tem que continuar a sua tarefa e que a decisão da Justiça tem de ser avaliada tal e como foi adotada”, sublinhou Moscovici à televisão BFMTV.
O comissário referia-se à sentença do Tribunal de Justiça da República francês (CJR) de não impor a Lagarde qualquer pena, apesar da culpabilidade na gestão da multimilionária indemnização atribuída ao empresário Bernard Tapie. Moscovici sublinhou que a decisão dos magistrados “não é desproporcionada” e pediu respeito por aquele tribunal, muito criticado nas últimas horas em França.
"Conheço-a bem e estará pessoalmente afetada. Acredito que tem que continuar a sua tarefa e que a decisão da Justiça tem de ser avaliada tal e como foi adotada.”
O CJR é uma instância especial formada por três magistrados profissionais e 12 deputados, que julga ministros e ex-ministros por presumíveis delitos cometidos durante a sua função governamental.
O CJR considerou, na segunda-feira, a atual diretora-geral do FMI culpada de “séria negligência”, no caso de um pagamento estatal a um empresário, quando Christine Lagarde era ministra das Finanças da França.
Christine Lagarde afirmou na segunda-feira que não vai recorrer da decisão que a considerou culpada de “negligência”, na questão da arbitragem da Tapie.
Apesar da sentença, o FMI reiterou “total confiança” na gestão de Lagarde, que é diretora-geral da organização desde que em 2011 substituiu o compatriota Dominique Strauss-Kahn, demitido por um escândalo sexual.
Moscovici, que àquela demissão era próximo de Strauss-Kahn, afirmou esta terça-feira que Lagarde é alguém “de boa ética e honestidade” e que “faz bem o seu trabalho”.
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