Passos: “PSD deve confrontar a maioria e o Governo com a realidade”

Na véspera da discussão do OE na Especialidade, o líder da oposição critica o fechamento do Governo e diz que cabe ao PSD confrontar Executivo "com a realidade".

O Governo está “fechado sobre si próprio, a instrumentalizar os problemas”. A conclusão é de Pedro Passos Coelho, presidente do Partido Social Democrata que, esta manhã, falava no encerramento da reunião aberta do Grupo Parlamentar do PSD. “Precisamos de atrair capital estrangeiro e, para isso, temos de gerar condições de confiança, caminhos de reforma, sem as quais não sairemos do mesmo sítio”, acrescentou.

“Sabemos que o país é governado por uma maioria que não tem uma alternativa. Tem um Governo estável mas não tem uma alternativa para uma economia mais forte, com mais emprego (…) e com uma esperança para as jovens gerações e para aproveitar as oportunidades que surjam”, explicou o líder da oposição.

A propósito do défice anunciado pelo Governo, Passos disse que o caminho começou muito antes. “Em 2010, tivemos no país um défice superior a 11%. No ano passado, o défice foi de 3%. (…) Deixámos um défice imenso para trás. O que se pedia a este Governo? (…) Sabemos que não temos de agradecer [os resultados] a nenhum dos partidos de oposição e nem à maioria do Governo”, acrescentou.

Para isso, Passos apelou à mobilização. “Estamos numa altura em que precisamos que seja o PSD a confrontar a maioria e o Governo com a realidade”. Para o líder do PSD a economia continua a registar um “crescimento medíocre, para não dizer da morte lenta“, e acrescentou que é necessário “olhar para o que é essencial no longo prazo”. “Por mais elefantes ou sapos que [Governo e maioria] estejam dispostos a engolir, não me parece que deixem de ser o que são”, sublinhou.

Já sobre a proposta de Orçamento do Estado, que começa ser debatida esta quinta-feira na especialidade, Passos considera que o documento “não traz ambição para o crescimento nem para os portugueses”, assinalando ainda que a “reforma da Segurança Social é fundamental”. “Precisamos de ter mais fôlego para a reforma do Estado. Fizemos mais pela reforma do Estado do que este Governo tem prometido para os próximos quatro anos. (…) Precisamos de olhar para a economia e atrair investimento direto externo”, disse. E questionou: “O Governo vai dizer que tudo o que vem do lado do PSD não interessa? Voltaremos à mesma conversa riscada?”

Governo executou “Plano B” e não tem coragem de o assumir

O presidente do PSD acusou ainda o Governo de pôr em marcha um “plano b” em 2016 para atingir a meta do défice, fazendo-o com “cortes”, medidas excecionais e adiando a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

“O Governo prepara-se para atingir um valor para o nosso défice público executando um ‘plano b’ que muda inteiramente aquilo que foi a política apresentada no orçamento para 2016, e nunca teve a coragem, ainda hoje não tem a coragem, de assumir que pôs em prática um plano b para evitar ter um pior resultado orçamental que o atingido em 2015″, vincou Pedro Passos Coelho.

Nesse “plano b”, advogou, há 430 milhões de euros de “cativações permanentes, ou seja, cortes”, mas mais: um conjunto de “medidas extraordinárias”, o “maior corte em investimento público que há memória” e a passagem da recapitalização da CGD para o próximo ano por o executivo “finalmente reconhecer” dúvidas sobre se algum montante iria parar ao défice.

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“Nacionalidade do acionista não é relevante. Importa é a qualidade”

Banqueiros são consensuais: a questão da nacionalidade dos novos acionistas dos bancos portugueses não é relevante. Importa é a qualidade e essa é verificada pelo Banco Central Europeu.

O espanhol CaixaBank está em vias de controlar a maior parte do capital do BPI. No passado domingo, o grupo chinês Fosun adquiriu 16,7% do BCP, numa altura em que os angolanos da Sonangol pretendem aumentar a sua posição no maior banco privado português. Para os presidentes dos principais bancos portugueses, a diversificação geográfica dos acionistas dos bancos em Portugal não é preocupante.

“Maior diversidade é bom para a concorrência”, diz Nuno Amado, presidente do BCP, sublinhando que “a questão da nacionalidade do acionista não importa, mas antes a qualidade”. “Sou muito favorável a essa diversificação. Mas é bom que nessa diversidade haja uma base portuguesa“, adiantou o gestor no Fórum Banca 2016, do Jornal Económico e PwC. Amado lembrou ainda que “para haver investidores qualificados é preciso passar no carimbo do BCE”. “Isso é positivo”, frisou.

Também Vieira Monteiro, presidente do Santander Totta (detido pelo grupo espanhol Santander), diz mesmo ser incorreto “colocar barreiras à entrada de acionistas, sejam de que origem geográfica ou outra forem”. “Quero que é os acionistas estejam dispostos a cumprir as leis portuguesas. De resto, não faço qualquer diferenciação. Têm é de estar de acordo com as regras, ética e práticas do país.

Para António Ramalho, presidente do Novo Banco — e que brevemente conhecerá um novo acionista –, assegurando a idoneidade do acionista, é preciso adotar uma abordagem “humilde” em relação a esta questão. “Não tem nada de anormal nesta diversificação geográfica dos acionistas dos bancos. Aliás, num país com a história de Portugal é natural que haja muitas geografias a olhar para nós”, disse.

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Medo da tecnologia? Toca a todos, menos aos jovens

Um estudo concluiu que os jovens profissionais da área financeira não temem as transformações sociais desencadeadas pela tecnologia no curto-prazo. Mas muitos adultos receiam vir a ser marginalizados.

Poderá a tecnologia substituir o trabalho humano? Muitos adultos temem que simPixabay

Quanto maior a idade, maior a preocupação. E numa altura em que muitos temem que os robôs substituam o trabalho humano, um estudo mostra que a juventude não está assim tão pessimista quanto ao futuro da empregabilidade, avança a Bloomberg.

Com base numa amostra de 3.200 profissionais norte-americanos da área financeira, a empresa de recrutamento Options Group concluiu que 12% dos participantes entre 46 e 50 anos de idade acreditam que vão ser marginalizados pelas mudanças desencadeadas pela tecnologia ao longo dos próximos cinco anos. A partir dessa idade, a percentagem aumenta para 15%.

No entanto, de acordo com a Bloomberg, enquanto entre os participantes com mais de 26 anos, uma fatia de 8% teme perder a subsistência nos próximos cinco anos, virtualmente nenhum participante abaixo dos 26 anos concordou com essa ideia. Entre essa faixa etária, a opção mais comum indicou uma expectativa de melhor equilíbrio entre vida e trabalho no futuro próximo.

Ainda assim, o inquérito, realizado entre 8 de setembro e 10 de outubro, concluiu que nem tudo na tecnologia é mau: 36% dos participantes acreditam que lhes vai melhorar o desempenho profissional e 12% prevê que sejam criados novos postos de trabalho que ainda não existem.

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Carlos Costa, ofendido, responde a Bruxelas

O governador não refere diretamente a Comissão Europeia, mas a resposta é óbvia. Bruxelas criticou a ação do Banco de Portugal no período da troika. "São uma ofensa ao Banco de Portugal", diz.

Carlos Costa foi alvo das críticas da Comissão Europeia. Bruxelas disse que o Banco de Portugal foi pouco exigente durante a aplicação do programa de ajustamento da troika. Três dias depois, o governador responde. “Não sabem do que falam”, diz, acrescentando que é “uma ofensa ao Banco de Portugal”.

“Os que dizem que [o ajustamento] foi um fracasso não sabem seguramente do que falam”, disse Carlos Costa durante o Fórum Banca 2016, organizado pelo Jornal Económico e pela PWC. “É uma ofensa a quem fez o programa de ajustamento e uma ofensa ao Banco de Portugal”, disse, acrescentando que “não vale a pena diabolizar” o regulador.

As críticas de Bruxelas:

  • O programa desenhado pelo Banco de Portugal poderia ter enfatizado melhor a importância das diferentes estratégias, promovendo orientações mais detalhadas e colocando mais pressão na sua implementação;
  • A autoridade de supervisão não exigiu uma recapitalização/reestruturação dos bancos mais robusta;
  • As ações de supervisão da banca também deveriam ter sido mais exigentes no que diz respeito ao provisionamento das imparidades, nomeadamente quando os problemas relacionados com o abrandamento da atividade económica se tornaram mais evidentes.

 

Carlos Costa rejeita as acusações que são feitas à atuação do regulador. “O Banco de Portugal foi vital para financiar mais de um terço do sistema bancário”, diz, salientando que havia um problema no setor, mas que a banca mudou para melhor neste período. Desalavancou. Ficou mais pequena, mas isso tem custos.

“Temos uma economia caracterizada pelo facto de os três principais agentes estarem sobre-endividados: particulares, empresas e administrações públicas. No meio deste endividamento, há boas noticias: o rácio de transformação teve um ajustamento de 30%”. “A banca está a financiar a economia com base no recurso de clientes”, notou. “Tínhamos uma banca sobredimensionada, com capacidade para emprestar 170 e passou a emprestar 100”.

Carlos Costa refere que houve uma “redução muito significativa da alavancagem do sistema. Não está dependente do financiamento do mercado de capitais. É o ponto positivo do processo de ajustamento a que ficou sujeita a economia e o sistema bancário”, mas, claro, fazê-lo implicou custos para o setor. “Há um impacto com a redução do volume de negócio”. Isto num contexto de elevado malparado que continua a castigar a banca.

Malparado, o fardo

O governador reconhece, contudo, que o problema do malparado continua a ser uma realidade. “As imparidades não foram imparidades criadas depois do inicio da crise. Foi crédito concedido antes e renovado. Os bancos assumiram essas imparidades com implicações nos resultados e nos rácios”, diz Carlos Costa. “Os resultados dos bancos hoje são resultados correntes mais o impacto das imparidades que vieram do passado”.

“As imparidades que existem hoje nos balanços do banco são de 21 milhões de euros”, sendo que há “32 mil milhões em ativos não geradores de rendimentos”. “Esse é o grande problema. Não é a falta de robustez do capital, ou a eficiência. É o esforço para o malparado”, nota. “O problema que temos hoje são os NPL [non performing loans, ou crédito em incumprimento]”, concluiu.

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Banca continua a ter demasiados balcões. Fechar mais pode ser “eficaz”, diz o Banco de Portugal

Apesar da redução, Portugal continua a ter mais balcões e trabalhadores no sistema bancário do que a média europeia.

O ajustamento já feito pela banca portuguesa, que levou ao fecho de centenas de balcões e a despedimentos de milhares de funcionários, não é suficiente. Para o Banco de Portugal, o sistema bancário português continua a ter demasiados balcões e trabalhadores para a dimensão do país, sobretudo quando comparado com o resto da Europa.

A conclusão consta da edição de outono do Relatório de Estabilidade Financeira, publicado esta quarta-feira pelo Banco de Portugal, que nota que, entre 2008 e 2015, a banca nacional reduziu o número de balcões de 0,61 para 0,54 por mil habitantes. Contudo, a média europeia baixou de 0,44 para 0,35 balcões por cada mil habitantes.

Já o número de trabalhadores do sistema bancário português, em percentagem da população ativa, caiu de 1,13% para 1,02% neste período. Aqui, Portugal está, na perspetiva do regulador, melhor do que a Europa, onde, em média, este indicador passou de 1,42% para 1,18%.

Os cortes são ainda mais expressivos nos países que, como Portugal, foram mais afetados pela crise financeira. Na Grécia, por exemplo, o número de balcões passou de 0,37 por cada mil habitantes, em 2008, para 0,23 em 2015, uma redução de 37,4%, bastante superior ao corte de 11,9% verificado por cá. Irlanda e Espanha são outros exemplos, onde o número de balcões se reduziu em 26,6% e 33,2%, respetivamente (apesar de Espanha continuar com um rácio superior ao de Portugal, de 0,67 balcões por mil habitantes).

"Em Portugal, apesar do ajustamento efetuado, a redução [de balcões e trabalhadores] foi menos do que na média da União Europeia. O sistema bancário português manteve uma densidade de balcões claramente acima da média europeia.”

Banco de Portugal

Relatório de Estabilidade Financeira

“Em Portugal, apesar do ajustamento efetuado, a redução em ambas as métricas [balcões e trabalhadores] foi menos do que na média da União Europeia a 15 países e do que nos vários Estados-membros considerados. O sistema bancário português, apesar da redução, manteve uma densidade de balcões claramente acima da média europeia, da Grécia e da Irlanda e apenas inferior ao caso espanhol”, refere o Relatório de Estabilidade Financeira.

Perante estes números, o Banco de Portugal classifica a banca nacional de “menos eficiente” do que os pares europeus.

Os bancos portugueses até conseguiram, entre 2011 e 2015, reduzir os custos operacionais de 1,63% do ativo para 1,48% do ativo. É um indicador positivo, mas que é anulado por outro: no mesmo período, os custos operacionais aumentaram de 23% da receita líquida de imparidades para 39,9%.

"Afigura-se indispensável uma reavaliação abrangente dos modelos de negócio e da estrutura de custos das insituições financeiras.”

Banco de Portugal

Relatório de Estabilidade Financeira

Face a este cenário, agravado pelo “ambiente de taxas de juro muito baixas por um período prolongado”, a instituição liderada por Carlos Costa elege o aumento da eficiência como um dos caminhos a privilegiar pelos bancos portugueses, e isso passa por uma “indispensável reavaliação abrangente dos modelos de negócio e da estrutura de custos das instituições financeiras“.

Entre as medidas que poderão ser adotadas para este aumento da eficiência, o Banco de Portugal aponta para soluções de contenção de custos ou de consolidação, salientando, contudo, que estas têm riscos associados e não devem comprometer a qualidade da governação dos bancos.

"[O fecho de balcões] pode ser eficaz quando o sistema bancário como um todo reduz a rede.”

Banco de Portugal

Relatório de Estabilidade Financeira

A reformulação dos modelos de negócio deve, assim, “ter em conta as oportunidades e os desafios associados à digitalização do negócio”, ou seja, às chamadas fintechs (startups financeiras). Seja como for, o Banco de Portugal não descarta o fecho de mais balcões como uma boa solução, se feita em conjunto.

É necessário analisar se o fecho de balcões gera poupanças relevantes, especialmente no curto prazo, dado que esta estratégia implica custos para reposição do espaço comercial e a potencial perda de clientes, o que pode reduzir o valor de um banco como negócio de retalho”, aponta o relatório. Mas acrescenta: “esta solução pode ser eficaz quando o sistema bancário como um todo reduz a sua rede, porque nesse caso poderá ter um impacto menor nas quotas de mercado”.

Já na terça-feira, o governador Carlos Costa tinha salientado a necessidade de os bancos “reduzirem a dimensão física dos recursos humanos“.

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Crédito malparado é um dos maiores riscos para a estabilidade da banca

Entre as empresas não financeiras, o crédito em risco de incumprimento representa cerca de 21% do total concedido.

Os quase 18 mil milhões de euros de créditos em risco de não serem pagos continuam a ser uma das maiores ameaças à estabilidade financeira dos bancos nacionais, apesar dos esforços de constituição de imparidades que têm sido feitos para cobrir estes riscos.

A conclusão consta da última edição do Relatório de Estabilidade Financeira, publicada esta quarta-feira pelo Banco de Portugal, que salienta que “os atuais níveis de non-performing loans constituem um risco para a estabilidade financeira, dados os seus impactos adversos sobre a rendibilidade, solvabilidade e nas condições de acesso ao mercado das instituições mais afetadas“.

"[Os créditos em risco] constituem um entrave à geração de resultados.”

Banco de Portugal

Relatório de Estabilidade Financeira

“Ao nível da rendibilidade, o facto de estes créditos gerarem um rendimento significativamente inferior ao inicialmente contratualizado, ou mesmo nulo, bem como a necessidade de reconhecimento de perdas por imparidade associadas a estas exposições devido à redução das expectativas de recuperação dos valores em dívida, constituem um entrave à geração de resultados“, refere ainda o relatório.

O caso mais preocupante é o das empresas não financeiras, entre as quais o crédito em risco de incumprimento já representa cerca de 21% do total de crédito concedido. Já no crédito concedido a particulares para habitação, o cenário está “estável desde 2011%”, com o crédito em risco a representar cerca de 6% do total.

No final de setembro, o crédito malparado totalizava cerca de 17,8 mil milhões de euros, representando 9% do total dos empréstimos concedidos pela banca.

A acompanhar a evolução do malparado está o esforço dos bancos para reduzir o impacto do mesmo. “O esforço de constituição de imparidades realizado pelos bancos prosseguiu no primeiro semestre, em linha com o observado nos últimos anos. Este reforço foi particularmente significativo no segmento das sociedades não financeiras, onde os níveis de materialização do risco de crédito são mais elevados”. Neste segmento, o rácio de cobertura atingiu os 73,6% do crédito em risco no primeiro semestre. No crédito a particulares para habitação, a cobertura foi de 36,6% do crédito em risco.

"O setor bancário enfrenta desafios de natureza diversa, num período de transição para um quadro regulamentar mais exigentes e condições económicas adversas.”

Banco de Portugal

Relatório de Estabilidade Financeira

Apesar dos “níveis elevados” de crédito em risco, há “sinais de estabilização“, ressalva o regulador da banca, sobretudo graças a este aumento “substancial” dos rácios de cobertura.

Ainda assim, reconhece, “o setor bancário enfrenta desafios de natureza diversa, num período de transição para um quadro regulamentar mais exigente e condições económicas adversas”. Entre os desafios está a “persistência dos baixos níveis de taxas de juro“, a inexistência de uma “retoma sustentada da atividade económica” e a “incerteza em torno do contributo da atividade internacional“.

Neste contexto, “a recuperação da rendibilidade dos bancos portugueses terá de passar, necessariamente, por um controlo adequado do risco de crédito e por esforços adicionais de racionalização de custos“, reforça o Banco de Portugal.

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Turcos vão procurar zinco e cobre no Alentejo

  • Rita Atalaia
  • 23 Novembro 2016

O grupo turco ESAN assinou dois contratos para a exploração de zinco e cobre no Alentejo. O acordo, assinado com o Governo português, representa um investimento de 7,6 milhões ao longo de cinco anos.

O grupo turco ESAN vai explorar zinco e cobre no Alentejo. O interesse foi hoje oficializado com a assinatura de dois contratos de prospeção e pesquisa mineira com o Governo português, que vão abranger vários concelhos da região. Em termos de investimento, estamos a falar de uma aposta de 7,6 milhões de euros ao longo dos próximos cinco anos.

O secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, assinou hoje dois contratos com o conglomerado turco ESAN, autorizando a prospeção e pesquisa de zinco e cobre na região do Alentejo. As áreas abrangidas situam-se nos “concelhos de Alcácer do Sal, Aljustrel, Castro Verde, Grândola e Ourique e são reflexo do consórcio criado com a EDM, em fevereiro passado, para a faixa piritosa ibérica”, que é a zona com maior potencial mineiro nacional, explica o Governo português. Este consórcio é controlado em 85% pela ESAN e em 15% pela EDM.

“O plano de trabalhos e investimentos associados a estes projetos está orçado, nos próximos cinco anos, em 7,6 milhões de euros“, diz o secretário de Estado, aos quais juntam-se mais meio milhão de euros com um outro contrato assinado entre o Governo e a EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro.

Com a EDM, o Governo assinou um contrato de prospeção e pesquisa para a área de denominada por “Rosário”. Esta área inclui os concelhos de Aljustrel, Almodôvar, Castro Verde e Ourique.

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Enquadramento orçamental das contas públicas objeto de relatório trimestral

  • Lusa
  • 23 Novembro 2016

A Unidade de Implementação da Lei de Enquadramento Orçamental vai ter que produzir um relatório trimestral com a avaliação do enquadramento das contas públicas.

O Gabinete Técnico, um dos três gabinetes que compõem a Unidade de Implementação da Lei de Enquadramento Orçamental, passa a ter de apresentar ao Gabinete Executivo da Unidade um relatório trimestral, assim como propor-lhe medidas de criação, alteração e extinção dos projetos de implementação, segundo um decreto-lei hoje publicado que entra em vigor na quinta-feira.

Esta Unidade, composta por um conjunto de trabalhadores da Administração Pública, foi criada pela Lei de Enquadramento Orçamental de 11 de setembro do ano passado, mas só hoje as suas regras de funcionamento foram definidas, por decreto-lei do Ministério das Finanças para vigorar a partir de quinta-feira.

As reuniões dos gabinetes podem incluir, segundo o diploma, a participação “das entidades relevantes da sociedade civil ou personalidades de reconhecido mérito” nos trabalhos a desenvolver, designadamente através da sua audição ou presença em reuniões de trabalho.

Unidade de Implementação da Lei de Enquadramento Orçamental funciona pelo prazo de três anos, renovável por igual período mediante despacho do ministro das Finanças.

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BPI: pequenos e grandes acionistas em lados opostos

A ATM vai "pedir a anulação e nulidade da deliberação", caso Isabel dos Santos e o CaixaBank votem na reunião de acionistas. Administradores do BPI também vão ser alvo de processo judicial.

A assembleia geral de acionistas do BPI marcada para esta quarta-feira à tarde, no Porto, para aprovar a venda de 2% do BFA à Unitel, vai ser palco de uma “guerra” entre pequenos e grandes acionistas. De um lado, o CaixaBank e Isabel dos Santos, do outro os pequenos acionistas representados pela ATM e a Violas Ferreira Financial.

A ATM, associação de investidores e analistas técnicos, assume em declarações ao ECO que irá “pedir a anulação e a nulidade da deliberação caso a venda do BFA seja aprovada na assembleia geral de amanhã porque entendemos que o negócio é lesivo dos interesses dos pequenos acionistas“. Uma ideia que Tiago Violas Ferreira, da Holding Violas Ferreira (2,681%), não rejeita apesar de dizer que “ainda não temos definido o que vamos fazer, mas é uma possibilidade que está em cima da mesa”.

Tiago Violas Ferreira, a exemplo da ATM, defende que a Santoro de Isabel dos Santos e o CaixaBank não poderão votar na reunião. Para Tiago Violas Ferreira “os dois acionistas são parte interessada no negócio do BFA”. Ainda assim, o representante do maior acionista luso adianta que “não fizemos qualquer pedido à mesa, o que iremos é referir durante a reunião de acionistas a nossa posição e no final iremos fazer uma declaração de voto”.

De resto, os dois acionistas também não votaram na reunião do conselho de administração do BPI que decidiu propor à Unitel a compra de 2% do BFA, por 28 milhões de euros. A proposta foi feita em setembro pela administração do BPI à Unitel, considerando a gestão que era a única solução para o BPI cumprir com as exigências do Banco Central Europeu que obrigam à redução da exposição a Angola.

Posição semelhante tem a ATM, se bem que esta tenha por antecipação entregue um pedido ao presidente da mesa, Carlos Osório de Castro. Octávio Viana, presidente da ATM defende que “o CaixaBank e a Isabel dos Santos não poderão votar porque são parte interessada, assim como o BIC e ainda a Allianz”.

No caso da Allianz, detentora de 8,4% do capital do BPI, Octávio Viana diz que o impedimento surge devido a ter uma “relação comercial de grande dependência com o CaixaBank e dos catalães terem inclusive admitido que caso a OPA sobre o BPI se concretize vai manter com a Allianz uma maior ligação”. Apesar de já terem realizado o pedido, Octávio Viana diz que “não temos qualquer reposta do presidente da mesa, mas um dado é certo, se houver votação e estes acionistas votarem iremos fazer um pedido de anulação da deliberação”.

Isabel dos Santos, detentora da Santoro, que controla 18,65% do capital do BPI, é também acionista da Unitel, controlando inclusive a gestão da operadora angolana. Já o CaixaBank, detentor de 44,161 % do capital do BPI, conseguiu ver aprovado o fim dos limites de voto do banco de Ulrich, naquela que era a principal condição para o sucesso da OPA lançada pelos catalães.

Para que a desblindagem dos estatutos fosse possível, a gestão do BPI propôs a venda de 2% do BFA e a consequente perda de controlo da instituição angolana. Isabel dos Santos absteve-se da votação e a operação acabou por passar dando assim “luz verde ” à OPA do CaixaBank.

Responsabilização judicial para a administração do BPI

Para além de ir pedir a anulação da votação da assembleia geral, os pequenos acionistas estão também a preparar um processo judicial contra os administradores do BPI.

Octávio Viana adianta que estão também “a equacionar um processo de responsabilidade civil contra a administração do BPI”. A ATM considera que a administração do banco não se portou bem durante todo este processo.

Uma opinião que já tinha sido defendida por Edgar Ferreira, da Holding Violas Ferreira, quando a 13 de outubro deste ano apresentou a sua renúncia à administração do BPI.

Edgar Ferreira alegou “divergência profunda” com a administração por esta considerar a OPA do CaixaBank sobre o BPI oportuna e também porque foi o único administrador “que não votou favoravelmente esta alienação de 2% do BFA pelo ridículo valor de 28 milhões de euros”. Edgar Ferreira considerou na altura que “estes atos de gestão no decorrer de uma OPA são suscetíveis de conduzir à apreciação e responsabilização judicial dos membros deste Conselho de Administração”.

E se os grandes acionistas não votarem?

Cenário 1: Santoro, BIC , CaixaBank e Allianz impedidos de votar.

Caso o presidente da mesa aceite as pretensões da ATM e da Violas Ferreira Finance, serão os pequenos acionistas a decidir a votação e, nesse caso, a venda de 2% do BFA pode ficar inviabilizada. A questão de não haver quórum não se coloca porque os grandes acionistas estão presentes, o que não podem é votar. Nesse caso, o processo volta à estaca zero, ou melhor, o problema da exposição dos grandes riscos a Angola mantém-se, ficando o BPI em incumprimento com uma das exigências do BCE.

Cenário 2: Santoro, BIC e CaixaBank impedidos de votar. Allianz vota.

Mas pode dar-se o caso de Osório de Castro impedir a votação aos acionistas Isabel dos Santos e CaixaBank e permitir que a Allianz vote e, nesse cenário, o mais provável é que a venda do BFA à Unitel aconteça mesmo.

Cenário 3: todos votam.

É o cenário mais plausível de acontecer e nesse caso, a venda de 2% do BFA à Unitel é uma realidade. Com o BPI a perder o controlo do banco angolano e a cumprir as exigências do BCE.

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Museu Berardo com entradas pagas a partir de 2017

  • Lusa
  • 23 Novembro 2016

Gratuito desde 2007, o Museu Coleção Berardo, instalado no CCB, passará a ter entradas pagas a partir do ano que vem. Medida surge para "obter mais meios de financiamento".

O Museu Coleção Berardo, em Belém, vai passar a ter entradas pagas a partir de 2017, de acordo com um novo protocolo assinado hoje no Centro Cultural de Belém (CCB), pelo Ministério da Cultura e o colecionador José Berardo.

Desde 2007, quando o museu abriu, instalado no CCB, que as entradas têm sido gratuitas por vontade do colecionador, mas o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, justificou a necessidade da alteração com a necessidade de “obter mais meios de financiamento”.

A adenda ao acordo assinado entre o Estado e José Berardo em 2006 foi hoje assinada no museu pelo ministro da Cultura, o colecionador, o presidente do CCB, Elísio Summavielle, e Renato Berardo, presidente da Associação Coleção Berardo.

O acordo — assinado para manter o museu por mais seis anos, e com possibilidade de prorrogação — foi fechado na segunda-feira, após seis meses de negociações entre as partes.

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Bruxelas quer colocar trancas à porta dos bancos

É um novo pacote de legislação e regulamentação da Comissão Europeia para blindar os bancos e para que estes sejam mais capazes de dar crédito à economia

A crise que abalou os bancos nos dois lados do Atlântico desde 2008, e que começou com a falência da Lehman Brothers, veio mostrar que ainda existe um longo caminho a percorrer não só para separar o risco soberano do risco financeiro, mas também para blindar os bancos e desentupir os canais para que o crédito chegue à economia.

Para dar mais um passo em direção à União Bancária, a Comissão Europeia apresentou hoje um novo pacote para tentar tornar os bancos da região mais resilientes e mais amigos da economia.

“As propostas hoje apresentadas destinam-se a […] reforçar a capacidade dos bancos de resistir aos choques potenciais” e incluem ainda “medidas que irão apoiar as PME e os investimentos em infraestruturas”, diz a Comissão Europeia em comunicado.

O vice-presidente da Comissão, o letão Valdis Dombrovskis, justifica assim as novas regras para a banca: “A Europa requer um setor bancário sólido e diversificado para financiar a economia. O crédito bancário é necessário para que as empresas invistam, permaneçam competitivas e vendam em mercados mais alargados, e ainda para que as famílias possam fazer planos para o futuro”.

Apresentamos hoje novas propostas para a redução dos riscos, que se baseiam nas normas acordadas a nível internacional, tendo simultaneamente em conta as especificidades do setor bancário europeu.

Valdis Dombrovskis

Responsável pela Estabilidade Financeira, Serviços Financeiros e União dos Mercados de Capitais

A Comissão Europeia elenca as principais medidas propostas para o setor bancário, tendo já disponibilizado uma página de Perguntas & Respostas (conteúdo em inglês) explicar os aspetos gerais e os pormenores mais técnicos do novo enquadramento jurídico ou normativo.

Medidas para melhorar a resistência dos bancos

  • Requisitos de capital mais sensível ao risco, nomeadamente no domínio do risco de mercado, risco de crédito da contraparte e posições em risco sobre contrapartes centrais;
  • Aplicação de metodologias que permitem refletir com maior exatidão os riscos aos quais os bancos estão efetivamente expostos;
  • Uma obrigação vinculativa em matéria de rácio de alavancagem, no intuito de prevenir o endividamento excessivo das instituições;
  • Uma obrigação vinculativa em matéria de rácio de financiamento líquido estável, a fim de dirimir o problema da dependência excessiva em relação ao financiamento por grosso a curto prazo e reduzir os riscos inerentes ao financiamento a longo prazo;
  • A obrigação de as instituições de importância sistémica global [os bancos ‘too big to fail] disporem de um nível mínimo de fundos próprios e outros instrumentos para suportar as perdas em caso de resolução.

Medidas para melhorar a capacidade de concessão de crédito

  • Reforçar a capacidade de os bancos concederem empréstimos às PME e financiarem projetos de infraestruturas;
  • Reduzir, para os bancos pouco complexos e de pequena dimensão, a carga administrativa associada a certas regras em matéria de remuneração (designadamente, as relativas ao diferimento e aos instrumentos de remuneração como as ações);
  • Tornar as regras do RRFP/DRFP [Regulamento Requisitos de Fundos Próprios e Diretiva Requisitos de Fundos Próprios] mais proporcionadas e menos onerosas para as instituições pouco complexas e de pequena dimensão, para as quais algumas das obrigações atuais em matéria de informação e de relato, bem como certos requisitos complexos relativos à carteira de negociação não parecem justificar-se por considerações prudenciais.

Medidas para promover a União dos Mercados de Capitais

  • Evitar a imposição de requisitos de fundos próprios desproporcionados sobre as posições da carteira de negociação, nomeadamente aquelas ligadas às atividades de criação de mercado;
  • Reduzir os custos de emissão ou detenção de certos instrumentos (obrigações cobertas, instrumentos de titularização de elevada qualidade, títulos de dívida soberana e derivados utilizados para fins de cobertura);
  • Evitar os eventuais fatores suscetíveis de dissuadir essas instituições de desempenhar o papel de intermediários para os clientes no quadro das operações compensadas pelas contrapartes centrais.

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20% do trabalho em Portugal é precário

  • Leonor Rodrigues
  • 23 Novembro 2016

Os portugueses, em conjunto com os polacos e espanhóis, são os mais afetados com a precariedade laboral na Europa, segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho.

Portugal, Espanha e Polónia são os países da Europa com maior precariedade laboral. A conclusão é do relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), “Emprego atípico no mundo”, que alerta para este aumento nos países industrializados.

As formas de emprego atípicas, como o trabalho temporário ou a tempo parcial estão a aumentar na Europa e Portugal é um dos campeões nesse aspeto, nomeadamente em setores de atividade que, tradicionalmente, ofereciam condições de trabalho estáveis aos seus trabalhadores. Algumas das razões apontadas pela OIT para este aumento é o crescimento do setor dos serviços face ao da indústria e agricultura, os avanços tecnológicos e as alterações das estratégias organizacionais das empresas. Neste último aspeto, o OIT refere que a crise económica da última década, que afetou países como Portugal, também explica o aumento da precariedade, com as empresas a adotarem medidas de redução dos custos

A média de trabalho precário nos países europeus é de 12,3%. No entanto, países como Portugal, Espanha, Polónia, Eslovénia e Holanda registam uma taxa de mais de 20%. Os jovens são os mais afetados devido ao facto de não conseguirem encontrar um emprego permanente.

Entre o ano 2000 e 2015, mais de 75% dos contratos de trabalho foram considerados precários pela OIT. Com a mesma taxa encontram-se também Espanha, Eslovénia e Grécia. O trabalho precário tem várias consequências, tanto para as empresas, como para os trabalhadores e para a própria economia social, traduzindo-se numa diminuição da inovação, desaceleração da produtividade, risco no que toca à sustentabilidade dos sistemas de Segurança Social, dificuldades em aceder a créditos e adiamento na decisão de constituir família.

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