Juízes podem cancelar greve

Após a reunião com o grupo parlamentar do PS, a Associação Sindical dos Juízes Portugueses admite a hipótese de cancelar a greve que estava agendada para a altura das autárquicas.

Os juízes tinham greve marcada para os dias 3 e 4 de outubro, logo após as autárquicas. A garantia dos deputados socialistas de que as questões salariais serão discutidas no Parlamento, a par do estatuto profissional, leva a Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) a admitir a hipótese de desconvocar a greve.

Os deputados manifestaram abertura para discutir o nosso estatuto profissional na íntegra, sem tabus” comentou a presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, Manuela Paupério, após a reunião. Foram os deputados Filipe Neto Brandão e Fernando Anastácio a dar a garantia, avança o Público. Esta segunda-feira também o PSD e o CDS ouviram os juízes.

Em declarações anteriores, feitas à agência Lusa, o secretário-geral da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, João Paulo Raposo, afirmou que “não vai haver nenhuma perturbação muito sensível“, nem no apuramento de votos, nem nas tomadas de posse. A única implicação da greve será, segundo o mesmo, “o adiamento por um dia da realização das assembleias de apuramento geral, não pondo em causa o apuramento, em tempo útil, do resultado das eleições autárquicas e a atempada tomada de posse dos cidadãos eleitos”.

"O esforço de quatro milhões de euros é meramente a reposição de um corte do que foi retirado aos juízes”

João Paulo Raposo

Secretário Geral da ASJP

Os juízes têm vindo a manifestar-se descontentes com a “incapacidade [do Governo] de discutir alguns pontos do Estatuto”, inflexibilidade que motivou a greve. Acrescentou ainda a propósito das exigências dos magistrados que “o esforço de quatro milhões de euros é meramente a reposição de um corte do que foi retirado aos juízes”.

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Costa critica “debate mesquinho” sobre rating de Portugal. “Factos são factos,” diz

  • Lusa
  • 19 Setembro 2017

O primeiro-ministro foi confrontado com as declarações de Pedro Passos Coelho, acusando-o de não ter reconhecido o contributo do anterior Governo para a decisão da S&P. "Factos são factos", diz Costa.

O primeiro-ministro recusou-se esta terça-feira a entrar no debate “mesquinho” sobre quem contribuiu mais para a decisão da agência de rating Standard & Poor’s retirar Portugal do nível de investimento “lixo”, alegando que “os factos são os factos”.

António Costa falava aos jornalistas em Nova Iorque, depois de ter estado presente na abertura da sessão anual da 72.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, onde vai discursar na quarta-feira pelas 11h30 locais (mais cinco em Lisboa).

Interrogado sobre as acusações feitas por Pedro Passos Coelho ao atual executivo socialista por não ter reconhecido o contributo dado pelo anterior Governo PSD/CDS-PP para que agora a agência de notação financeira Standard & Poor’s tivesse retirado Portugal do nível de investimento de “lixo”, o primeiro-ministro reagiu com poucas palavras.

“Não vou aproveitar a circunstância de estar aqui nas Nações Unidas para estar nesse mesquinho debate interno sobre o que aconteceu”, disse.

Sobre esta controvérsia, António Costa apenas acrescentou: “Os factos são os factos – e acho que todos percebemos, ponto”.

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De aeroportos a IMI zero. Como eles querem vencer eleições

Um aeroporto em Coimbra, IMI zero em Lisboa, uma moeda local na Guarda ou ter um só sentido na maioria das ruas de Lisboa? Sim, são propostas reais da campanha autárquica que arranca hoje.

Se há coisa que pode esperar em ano de autárquicas, para além de pavimentos arranjados e inaugurações, são propostas que, em muitos casos, nem podem passar do papel. É o caso do IMI “zero” em Lisboa, prometido pela candidata social-democrata Teresa Leal Coelho, ou de um aeroporto em Coimbra que, apesar de ser prometido por um presidente de câmara, estaria dependente não da sua vontade, mas da do Governo. Aqui, reunimos as ideias mais originais destas eleições autárquicas.

Reconquistar o Parque das Nações

A intenção foi anunciada este mês, em entrevista ao Notícias ao Minuto: “Eu quero mesmo reconquistar o Parque das Nações e não é só a zona norte. É todo o Parque das Nações“, declarou André Ventura.

O candidato do PSD à Câmara de Loures deixou ainda uma ameaça a quem vier a ser presidente da Câmara de Lisboa: “Não só Loures ficou sem uma das suas zonas mais emblemáticas, como ficou sem uma das suas zonas mais bonitas e com maior poder de compra, e nunca foi compensada por isso. Agora, das duas uma: ou Loures volta a ter o Parque das Nações ou recebe uma compensação financeira por ter perdido aquela zona. Caso contrário, e digo isto sem qualquer demagogia, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa passa a ser persona non grata em Loures“.

Convém lembrar que, ao contrário do que André Ventura tenta dar a entender, Loures nunca teve todo o Parque das Nações. A freguesia do Parque das Nações foi criada em 2012, no âmbito de uma reorganização administrativa que só entrou em vigor depois das eleições autárquicas de 2013. A criação desta freguesia levou à união de uma parte da antiga freguesia de Santa Maria dos Olivais (pertencente ao concelho de Lisboa, agora designada apenas Olivais) com partes das freguesias de Moscavide e de Sacavém (ambas do concelho de Loures). Só a zona norte do Parque das Nações fazia parte do concelho de Loures.

A freguesia do Parque das Nações.Gazilion / Wikimedia Commons

 

Quase todas as ruas de Lisboa com sentido único

José Pinto-Coelho, candidato pelo PNR à Câmara de Lisboa, tem várias propostas para a área da mobilidade. Quer, por exemplo, estender a linha do metro a Algés e acabar com a EMEL. Mas há uma que se destaca: “passar quase todas as ruas de Lisboa a um só sentido porque descongestiona o trânsito e aumenta o número de lugares para os carros nas ruas, passando a arrumar em espinha”.

A ideia, que foi apresentada pela primeira vez ainda no mês passado, na apresentação da candidatura à capital, passou mais ou menos despercebida. Mas, no último debate entre candidatos a Lisboa, que juntou todos os 12 candidatos na RTP, Pinto-Coelho confirmou a proposta: “Há muito tempo que defendemos a passagem da maior parte das ruas de Lisboa a um só sentido porque isso descomplica muito o escoar do trânsito e permite o aumento de lugares de estacionamento em espinha”.

O candidato do PNR também se distancia dos restantes no que toca à utilização de prédios devolutos: devem servir não para habitação municipal ou a rendas acessíveis, como defende a maioria, mas para a construção de parques de estacionamento em altura. Todas estas, garante, “são medidas muito simples de levar a cabo”.

Um aeroporto em Coimbra

Esta será a proposta mais megalómana, pelo menos financeiramente. O candidato do PS à Câmara de Coimbra, Manuel Machado, promete que, se for reeleito, a sua prioridade será a construção de um aeroporto na cidade. “Liderarei no próximo mandato autárquico a transformação do aeródromo de Coimbra, o Aeródromo Municipal Bissaya Barreto, em Cernache, num aeroporto civil comercial”, disse, no início deste mês, na apresentação oficial da sua recandidatura.

O candidato lembra que “a pista já está preparada para receber aviões de grande porte” e sublinha a “falta que um aeroporto faz às dinâmicas que Coimbra está a criar”. E argumenta que Portugal “tem falta de capacidade aeroportuária” e que “a Região Centro não tem nenhum aeroporto a funcionar”.

Este aeroporto estaria vocacionado para os voos low cost. Manuel Machado não especifica como seria financiada a sua construção e manutenção, nem se há procura que justifique a criação de um aeroporto. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a região Centro responde por cerca de 9% do total de dormidas no país.

IMI “zero” em Lisboa

Na primeira entrevista enquanto candidata do PSD à Câmara de Lisboa, ao Observador, Teresa Leal Coelho prometeu baixar o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para zero. “Embora nós tenhamos um IMI baixo, esse IMI pode passar mesmo para o nível 0%”, afirmou a candidata do PSD.

Só se esqueceu que, na verdade, o IMI não pode passar para o nível 0%. Pelo menos, não sem uma mudança na lei. O IMI é definido no Orçamento do Estado, que é responsabilidade do Governo. Atualmente, a taxa de IMI que reverte para os municípios pode variar entre os 0,3% e os 0,45%. As autarquias só podem escolher uma taxa que esteja neste intervalo e Lisboa já pratica o valor mais baixo permitido por lei, de 0,3%.

“Sancho”, a moeda local da Guarda

Não é a primeira vez que um município ou freguesia avança com a ideia de uma moeda local. No ano passado, por exemplo, Campolide criou 3.500 notas, numeradas, marcadas com o selo branco da freguesia, que podiam ser trocadas por lixo reciclável e usadas no comércio local.

Nestas autárquicas, é a vez da Guarda. Eduardo Brito, candidato do PS à Câmara da Guarda, propõe a criação do Sancho, a moeda local que só circulará no município. “Uma moeda que todos nós vamos ter e que nos permite gastar dinheiro aqui e não gastar lá fora”, explicou, citado pela Lusa.

20 novas estações de metro

Assunção Cristas garante que esta não é uma promessa megalómana. “Ou há rasgo, horizonte e ambição para o metro de Lisboa ou os problemas da área metropolitana não se vão resolver”, declarou a candidata do CDS a Lisboa. A solução é criar 20 novas estações de metro, em vez das duas que estão previstas para 2021 e 2022, segundo o plano do Governo.

O plano de Cristas para a rede do metro.CDS-PP

O projeto, detalhou Assunção Cristas, custaria 1.876 milhões de euros, ou cerca de 144 milhões por ano até 2030, um custo que seria financiado por fundos europeus em 80%. Os restantes 20% estariam contemplados no Orçamento do Estado. Apesar de “ambicioso e com rasgo”, a candidata acredita que este é um plano “realista” e exequível.

Transportes grátis para residentes. E os outros? “Carrega”

Joana Amaral Dias candidata-se à Câmara de Lisboa pelo movimento Nós, Cidadãos! A candidata considera que “viver em Lisboa, do ponto de vista da mobilidade, é um inferno” e propõe que os transportes públicos sejam gratuitos para os residentes na cidade de Lisboa e que sejam os não residentes a pagá-los.

No debate na RTP, num primeiro momento, Joana Amaral Dias referiu que deveriam ser apenas os turistas a pagar os transportes. “A circulação dentro das cidades é um serviço importantíssimo, provavelmente o mais importante que há na gestão urbana. O Nós, Cidadãos! defende que os transportes públicos em Lisboa devem ser completamente gratuitos para residentes. Deve haver uma discriminação positiva. Aliás, a bilhética financia apenas uma parte dos transportes públicos. Os transportes públicos podem carregar nos bilhetes para turistas, e daí advir uma fonte de financiamento”, propôs.

Contudo, questionada sobre como é que essa proposta é exequível do ponto de vista financeiro, Joana Amaral Dias já diz que seriam todos os não residentes a pagar os transportes. “Consegue-se aumentando os preços para todos os que não são residentes na cidade de Lisboa”. A candidata do Nós, Cidadãos! não esclarece o que aconteceria a quem não vive em Lisboa, mas trabalha no concelho e usa os transportes públicos.

Também não é inteiramente honesto dizer que a bilhética “financia apenas uma parte” dos transportes públicos. É apenas uma parte, mas é a maior: em 2015, o último ano para qual já está disponível o relatório e contas da Carris, os passes, bilhetes pré-comprados e tarifa de bordo representaram 46% dos rendimentos totais da transportadora. Já no caso do Metropolitano de Lisboa, em 2016, a bilhética representou quase 58% dos rendimentos totais da empresa. A outra grande fatia dos rendimentos das empresas de transportes públicos advém das indemnizações compensatórias pagas pelo Estado a estas empresas.

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Eleições na ADSE com abstenção superior a 95%

  • Lusa
  • 19 Setembro 2017

"As pessoas esperaram horas ao sol e acabaram por desistir porque só havia uma urna", disse o dirigente sindical José Abraão, acrescentando que no Porto, por exemplo, "as filas eram enormes".

Cerca de 18 mil beneficiários titulares da ADSE, de um total de mais de 380 mil, votaram hoje para eleger os quatro representantes que terão assento no Conselho Geral e de Supervisão do instituto público, disse à Lusa fonte da comissão eleitoral.

De acordo com José Abraão, membro da comissão eleitoral e dirigente da Federação Sindical da Administração Pública (Fesap), dos cerca de 18 mil que votaram, 15.146 fizeram-no por voto eletrónico, cerca de 2.720 votaram em urna e perto de 300 por correspondência. O responsável contou à Lusa que a elevada abstenção, superior a 95%, está relacionada com “muitos problemas registados em todo o território nacional e que levaram as pessoas a desistir de votar”.

“Houve muitos problemas com o funcionamento do voto eletrónico que fez com que as pessoas não conseguissem votar, depois de tentarem várias vezes”, contou José Abraão.

Também nas mesas de voto fixas em vários pontos do país, “as pessoas esperaram horas ao sol e acabaram por desistir porque só avia uma urna”, disse o dirigente sindical, acrescentando que no Porto, por exemplo, “as filas eram enormes”. “Foi um inferno, uma tremenda confusão”, considerou José Abraão.

Segundo o sindicalista, também houve casos de beneficiários que não chegaram a receber as cartas ou os emails enviados pela ADSE há cerca de duas semanas com as senhas para o voto eletrónico e outros que “não conheciam as listas completas” de candidatos.

Tal como a Lusa avançou, cerca de uma semana antes das eleições, o instituto público enviou aos cerca de 830 mil beneficiários titulares 560 mil cartas e 271 mil emails com informação sobre o processo eleitoral. Porém, as cartas apenas continham informação sobre os cabeças de lista.

Na altura, o presidente da ADSE, Carlos Baptista, explicou à Lusa que “a generalidade dos beneficiários” tinha recebido a informação, embora existisse “um conjunto de cartas, ainda não quantificado” alvo de devolução pelos CTT por a morada não ser a correta.

As eleições que decorreram hoje na ADSE servem para os beneficiários titulares escolherem os seus quatro representantes no Conselho Geral e de Supervisão do instituto público. Na corrida ao Conselho Geral e de Supervisão, órgão consultivo com 17 membros e que tem como missão emitir pareceres sobre várias matérias relacionadas com a ADSE, estão sete listas.

A redução dos descontos dos beneficiários, atualmente de 3,5% por mês e o alargamento da ADSE aos trabalhadores com contratos individuais de trabalho na administração pública são duas das principais reivindicações da maioria dos candidatos. Além dos quatro representantes dos beneficiários, o Conselho é composto por elementos do Governo, dos sindicatos da administração pública, das associações dos reformados do Estado, entre outros.

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Bankinter cria o primeiro gestor digital de fundos… em Espanha

  • ECO
  • 19 Setembro 2017

O banco espanhol lança o Popcoin, um gestor digital de carteiras de fundos e o primeiro no país. Fundos devem ter mais de 100 milhões de euros em ativos.

O Bankinter ganha vantagem perante as restantes entidades financeiras espanholas ao lançar o Popcoin – um gestor digital de carteiras de fundos de investimento. O banco espanhol torna-se o primeiro a adotar este sistema em Espanha.

Ainda que algumas entidades independentes tenham tido contacto com este tipo de plataforma, o Bankinter consegue destacar-se ao tornar-se no primeiro grande banco a desenvolver internamente esta solução. Em junho, o grupo Santander anunciou a incorporação deste sistema através do seu banco digital, no entanto o processo ainda está parado.

Por enquanto a plataforma ainda está em testes, mas o banco espanhol prevê que dentro de algumas semanas o Popcoin já esteja a funcionar. Nicolás Moya, diretor de Negócios Digitais do Bankinter, avança que “esta solução será um dos serviços épicos do banco e que gerará um grande valor agregado aos clientes”.

"Que toda a gente possa aceder ao mundo do investimento, como fazem os clientes de alto património. ”

Nicolás Moya

Diretor de Negócios Digitais do Bankinter

Queremos simplificar o modelo e a relação de investimento”, sublinha Moya, que justifica este serviço como “uma das respostas do Bankinter ao novo ambiente regulatório”, já que “o Popcoin está preparado para os novos requerimentos da MiFiD II”. “Com este serviço queremos mudar as regras do mercado dos fundos, introduzir uma nova forma de comercialização”, explica Moy.

Como funciona o Popcoin?

A ideia é bastante simples: através de um smartphone, tablet ou computador, o cliente pode criar o seu perfil de investidor e investir entre 100 a 100 mil euros em fundos de investimento. Esses fundos serão selecionados de acordo com certos critérios, da mesma forma que são selecionados quando os clientes querem investir grandes quantidades de dinheiro através dos métodos tradicionais. Não há necessidade de abrir uma conta no Bankinter para poder utilizar o Popcoin.

Os utilizadores poderão aceder a carteiras geridas de forma puramente digital, que “até agora apenas eram acessíveis a clientes de banca privada”. O serviço terá uma taxa fixa e uma comissão de gestão de 0,6% ao ano sobre o capital depositado.

O Popcoin disponibilizará cinco carteiras de cinco diferentes níveis de risco, de acordo com o risco que o investidor quer assumir, e de áreas geográficas desde a Zona Euro até ao resto do mundo. A equipa de análise do Bankinter, liderada por Ramón Forcada, realizará um processo de diligência e filtragem para chegar a uma lista de 140 fundos de gestão ativa. De fora ficam, para já, os ETF.

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Klepierre e Greenbay disputam compra imobiliária da década em Portugal

  • ECO
  • 19 Setembro 2017

A maior compra imobiliária em dez anos está na mira da francesa Klepierre e da mauriciana Greenbay Properties. Trata-se da venda de quatro centros comerciais, avaliada até 900 milhões de euros.

O Sintra Retail Park, o Fórum Sintra, o Fórum Montijo e o Almada Fórum são os quatro centros comerciais do grupo Blackstone que se encontram à venda. Na semana em que as propostas vinculativas têm de ser apresentadas, a Klepierre SA e a Greenbay Properties Ltd. estão na corrida para uma compra avaliada entre 750 milhões e 900 milhões de euros. Trata-se da maior venda no setor imobiliário português no espaço de uma década, segundo o grupo CBRE, citado pela Bloomberg.

Os quatro centros comerciais, com um total de cerca de 588 lojas, foram adquiridos pela Blackstone em 2013, segundo um relatório de João Lancastre, presidente da Jones Lang LaSalle em Portugal referido pela mesma fonte.

Tanto a Klepierre como a Greenbay Properties já têm negócios em território nacional. A empresa francesa encontra-se no mercado português há cerca de dez anos detém seis centros comerciais e gere outros 11.

Sob a chancela da Klepierre o seu site oficial destaca o Parque Nascente (Porto), o AQUA Portimão, o Espaço Guimarães, a co-propriedade do Minho Center (Braga), o Gaia Jardim (Vila Nova de Gaia) e os Centros Comerciais Continente de Loures e de Telheiras.

Já a Greenbay detém o Fórum Coimbra e o Fórum Viseu, ambos adquiridos a 31 de maio deste ano.

No passado mês de julho, a Blackstone já preparava a venda dos quatro centros comerciais. A possível transação vem num contexto em que o setor imobiliário português tem vindo a passar por uma fase de valorização, com taxas de crescimento acima do Reino Unido ou da Alemanha. Ambos os candidatos recusaram comentar a situação perante a Bloomberg.

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Santander Totta obtém mil milhões com créditos à habitação

  • Rita Atalaia
  • 19 Setembro 2017

O banco liderado por António Vieira Monteiro colocou mil milhões de euros em dívida garantida por créditos à habitação. A taxa ficou nos 1,25%.

O Santander Totta foi ao mercado de obrigações hipotecárias — títulos de dívida garantidos por carteiras de créditos à habitação. Obteve mil milhões de euros numa emissão a dez anos, o que, segundo o banco liderado por António Vieira Monteiro, não acontecia há sete anos. A taxa de juro anual será de 1,25%, uma taxa que dá margem à instituição para apresentar taxas mais competitivas nos novos créditos, nomeadamente para a compra de casa.

“O Santander Totta colocou no mercado mil milhões de euros em obrigações hipotecárias a dez anos, cuja taxa de juro ficou 100 pontos base abaixo da República Portuguesa e 18 pontos base abaixo do Reino de Espanha“, lê-se no comunicado enviado pelo banco. A instituição financeira refere que a operação foi “um enorme sucesso”, com a “procura a superar os 3.300 milhões de euros e atraído mais de 150 investidores europeus”.

"O Santander Totta colocou hoje no mercado mil milhões de euros em obrigações hipotecárias a dez anos, cuja taxa de juro ficou 100 pontos base abaixo da República Portuguesa e 18 pontos base abaixo do Reino de Espanha.”

Santander Totta

Segundo o Totta, o banco é o “primeiro a lançar uma emissão de obrigações hipotecárias com a maturidade de 10 anos. Desde 2010 que não se emitiam este tipo de títulos com esta maturidade“. A mais recente emissão do género foi feita pelo BCP, mas com maturidade de cinco anos. O banco liderado por Nuno Amado obteve mil milhões de euros, numa emissão concorrida que permitiu baixar o custo de financiamento face às taxas inicialmente previstas.

Este financiamento a esta taxa dá margem ao banco liderado por Vieira Monteiro para apresentar taxas mais competitivas nos novos empréstimos para a compra de casa. Atualmente, o banco conta com um spread mínimo de 1,25%, sendo um dos mais baixos no mercado, a par do Bankinter e do BCP.

O crédito à habitação continua a ser o principal motor do crescimento dos empréstimos às famílias. Segundo o Banco de Portugal, em julho, os bancos concederam 683 milhões de euros em novos empréstimos com essa finalidade. Este montante corresponde a um aumento de 41% face ao valor registado no mesmo mês do ano passado.

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Benfica obtém lucros recorde com venda de jogadores

O Benfica fechou a última época com lucros de 44,5 milhões. No ano em que se sagraram tetracampeão, encarnados quebraram fasquia dos 250 milhões de faturação com ajuda das transferências de jogadores.

O Benfica conseguiu lucros pelo segundo ano consecutivo. Obteve resultados líquidos de 44,5 milhões de euros, um valor que é explicado pelos encaixes financeiros com a venda de jogadores. Conseguiu, assim, mais do que duplicar os lucros no ano em que se sagrou tetracampeão.

“O resultado líquido ultrapassa os 44,5 milhões de euros, o que equivale a um crescimento de 118,4% face ao exercício transato, no qual já tinha atingido resultados positivos no valor de 20,4 milhões de euros, correspondendo ao quarto exercício consecutivo em que a Benfica SAD apresenta lucros”, refere no comunicado enviado à CMVM.

Os encarnados foram os campeões do mercado de transferências em Portugal no último defeso, com os rendimentos provenientes da venda de jogadores a ascenderem a 123 milhões de euros, mais 50% em relação ao ano passado. Para este resultado contribuíram sobretudo os milionários negócios de Ederson (contratado pelo Manchester City por 40 milhões, tornando-se no guarda-redes mais caro da história da Premier League), Victor Lindelöf (transferido para o United por 35 milhões) e Nelson Semedo (vendido ao Barcelona por 30 milhões).

Contas feitas, com os jogadores, prémios, receitas de televisão, entre outros, o Benfica conseguiu quebrar a barreira dos 250 milhões de euros em faturação na última época. Registou receitas totais de 253,5 milhões de euros, o que representa um aumento de quase 20% face ao último ano, uma “evolução explicada pelo crescimento dos rendimentos com transações de atletas e das receitas de televisão”.

Do lado dos gastos, aumentaram dos 118 milhões de euros para os 124 milhões, influenciados sobretudo pela subida dos gastos com pessoal para 74,7 milhões de euros.

Dívida passa da banca para os adeptos

Ao bom desempenho dentro de campo, o Benfica conseguiu melhorar a sua posição financeira na última temporada. Em concreto, a SAD encarnada viu o passivo diminuir mais de 17 milhões de euros para um total de 438,3 milhões de euros.

No comunicado enviado ao mercado, o clube da Luz destaca ainda a diminuição de 122 milhões de euros do passivo corrente, “dado que os compromissos com os empréstimos obtidos foram reestruturados e passaram para o passivo não corrente”.

Aliás, no âmbito desta reestruturação, o Benfica viu a dívida bancária registar uma “forte redução pelo segundo ano consecutivo”. Caiu 88,9 milhões de euros na última temporada, depois de ter contraído 49,7 milhões no ano anterior. Grande parte deste endividamento foi substituído pelo empréstimo obrigacionista realizado em abril e no qual a SAD encarnada conseguiu levantar 60 milhões de euros junto dos seus adeptos.

(Notícia atualizada às 17h42)

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CEO regressam à escola em novembro

  • ECO
  • 19 Setembro 2017

Depois do sucesso da primeira edição, a School of CEO ganha novo fôlego para ajudar os empreendedores a enfrentar os desafios de líderar uma empresa.

Não basta ter uma boa ideia ou bom produto para se ter sucesso. É, pelo menos, essa a opinião de Carlos Oliveira, presidente da InvestBraga e da Startup Braga, organizações que, em parceria com Escola de Executivos da Universidade do Minho estão a lançar a segunda edição da School of CEO.

Preparar os atuais líderes e fundadores de startups – ou aqueles que um dia queiram sê-lo – para os desafios dessa função é o objetivo deste curso. As aulas começam já em novembro.

Com três módulos e disciplinas opcionais, a formação tem como focos a análise e gestão financeira, a liderança e gestão de recursos humanos, marketing e vendas e as estratégias de desenvolvimento.

O programa quer ajudar as startups portuguesas a crescer e a aproveitar as potencialidades do ecossistema português. O curso dura 60 horas e funciona em regime pós-laboral. As inscrições podem ser feitas até 6 de outubro através do site. O programa custa 900 euros.

A edição anterior, que arrancou em março deste ano, contou com 24 participantes das mais diferentes áreas, das finanças aos recursos humanos.

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Albuquerque: “Não faz sentido criar supervisor para mandar no supervisor”

Para a deputada do PSD Maria Luís Albuquerque, Governo não deve ter acesso a informação sensível dos bancos. Critica a proposta para criar "novo supervisor para mandar no supervisor".

Maria Luís Albuquerque criticou a proposta de reforma da supervisão financeira em Portugal, apresentada esta segunda-feira pelo ministro das Finanças, por temer possa ser influenciada politicamente, considerando que “não é desejável que seja do conhecimento do governo” informações específicas acerca dos bancos portugueses. A deputada do PSD criticou ainda a criação de um novo supervisor “para mandar no supervisor”.

De acordo com a proposta de reforma do grupo de trabalho liderado por Carlos Tavares, os poderes do ministro das Finanças vão ser reforçados no novo desenho da supervisão. Nomeadamente, será o responsável pela pasta das Finanças a nomear o administrador responsável pela resolução dos bancos, além de liderar um novo Conselho Superior de Política Financeira (CSPF). Um reforço do poder político em questões de supervisão financeira que o PSD critica.

“Não é de todo desejável que seja do conhecimento do Governo” informação específica de bancos portugueses, referiu Maria Luís Albuquerque na assembleia, questionando a “garantia de independência” face ao poder político da proposta para um novo modelo de supervisão financeira apresentada ontem.

A deputada, que falava depois de o grupo parlamentar do PSD ter apresentado as suas propostas para “aperfeiçoar” o atual sistema de supervisão, criticou ainda criação do novo Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira.

“Não nos parece sensato criar um supervisor para mandar no supervisor”, declarou a antiga ministra.

Em resposta às críticas de interferência política na supervisão financeira, o deputado do PS João Galamba argumentou que o Governo deve fazer parte do novo modelo porque muitas das decisões aqui tomadas têm impacto nas contas públicas, nomeadamente na resolução de bancos, acrescentando que também não se pode separar totalmente as questões de supervisão macroprudencial e a política económica do Governo.

Mais tarde, António Leitão Amaro (PSD) falou em regresso de um “tique socialista” de querer mandar nas políticas de concessão de crédito.

(Notícia atualizada às 17h04)

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Bolsa com maior ciclo de ganhos em mais de um ano

O avanço dos títulos do BCP ajudou o PSI-20 a somar a oitava sessão consecutiva de ganhos. Trata-se do mais longo ciclo de ganhos do índice desde o final de julho do ano passado.

Mais um dia, mais uma sessão de ganhos. A praça lisboeta encerrou em alta ligeira, registo que prolonga para oito o número de sessões consecutivas em que o PSI-20 fecha no verde. Trata-se do maior ciclo de subidas para o índice de referência em mais de um ano, que vê o seu desempenho ser apoiado na valorização dos títulos do BCP.

O PSI-20 encerrou com uma valorização de 0,37%, para os 5.302,89 pontos, com dez títulos positivos, sete negativos, e um inalterado: a Jerónimo Martins que fechou nos 16,57 euros por ação. Desde julho de 2016 que o índice bolsista nacional não registava um ciclo de ganhos tão extenso, o que não será alheio à retirada do rating da dívida portuguesa do “lixo” pela Standard & Poor’s. Na dívida, o dia volta a ser marcado novamente pelo alívio das yields da dívida soberana nacional.

Cabe ao BCP grande parte da responsabilidade pelo desempenho positivo do índice na última sessão. As ações do banco liderado por Nuno Amado somaram a segunda sessão consecutiva de subidas, ao valorizarem 2,52%, para nos 23,22 cêntimos. De salientar que o setor financeiro é um dos que mais beneficia de uma melhoria do rating português.

Também a Sonae e a Mota-Engil contribuíram para o fecho positivo da praça lisboeta. As ações da retalhista valorizaram 1,6%, para os 1,015 euros, enquanto das da construtora somaram 1,33%, para os 2,96 euros. Há 15 sessões, que a Mota-Engil só conhece ganhos em bolsa, com as suas ações a terminarem em máximos de maio de 2015. De salientar que a construção é um dos setores que mais beneficia da recuperação económica em Portugal, que tem sido reforçada pelos dados sobre o crescimento do PIB.

No mesmos sentido fechou a EDP Renováveis, com as suas ações a avançarem 0,35%, para os 7,119 euros.

A travar ganhos mais acentuados para o índice PSI-20 estiveram os restantes títulos do setor da energia. As ações da Galp Energia desvalorizaram 0,49%, para os 14,31 euros, no dia em que desconta o dividendo intercalar de 25 cêntimos. Sem esse efeito, a petrolífera veria as suas ações terminarem o dia a somar 1,25%.

Nota negativa também para a EDP. As ações da empresa liderada por António Mexia recuaram 0,64%, para os 3,27 euros, somado a segunda sessão de perdas. O recuo das ações acontece após notícias que dão conta que a China Three Gorges — a maior acionista da EDP — não está interessada em dar o seu aval para uma eventual fusão entre a EDP e a espanhola Gas Natural.

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As starts estão up porque há I&D, universidades e talento

  • Filipe S. Fernandes
  • 19 Setembro 2017

Inovação passa por Lisboa que tem 32% das escolas superiores existentes em Portugal, 38,3% dos alunos matriculados e dos professores do ensino superior e despende cerca de 47% da despesa total em I&D.

No segundo andar do edifício da Startup Lisboa, vinte e cinco pessoas acotovelam-se no reduzido espaço de quatro divisões para dar vida aos algoritmos com a que a James faz o seu produto de software — o James — de análise de crédito e que recebeu o prémio de melhor startup fintech (tecnológica financeira) da Europa de 2016 na conferência internacional Money20/20.

Este software tem sido usado por 25 instituições financeiras em três continentes diferentes. A empresa fundada por Pedro Fonseca, João Menano, João Jerónimo e Sam Hopkins recebeu recentemente um investimento de 2,7 milhões de dólares de Gaël de Boissard, ex-administrador do Credit Suisse, Henry Ritchotte, ex-responsável pelas operações do Deutsche Bank, e da capital de risco BiG Start Ventures, especializada em fintech, e da Rising da família Joaquim Oliveira.

Este é um dos exemplos do ecossistema empreendedor em Lisboa, que tem entre 200 e 300 startups avaliadas em 1,2 mil milhões de euros, segundo um estudo da Startup Genome. Há quatro anos, havia seis incubadoras na cidade. Hoje, há 18, entre incubadoras e aceleradoras, e mais de 40 espaços de coworking. Em 2016, 475 startups estavam incubadas, gerando 3.164 postos de trabalho. Entre 2014 e 2016, foram criadas 700 empresas nos setores high-tech em Lisboa.

Segundo esta publicação, Lisboa destaca-se pela ligação aos ecossistemas mais maduros e pela quantidade de startups que chega a clientes estrangeiros. As startups da capital têm mais de um terço de clientes estrangeiros (34%), 10 pontos percentuais a mais do que as de Barcelona, por exemplo, e 9 pontos percentuais a mais do que a média global. No indicador da conectividade, Lisboa está perto dos 20 primeiros da tabela no que respeita ao acesso a mercados internacionais, e tem ainda a taxa mais elevada de mulheres fundadoras (17%) na Europa, apontando para “um crescimento inclusivo, o que poderá ser uma vantagem competitiva no futuro”, refere o estudo. Relativamente à formação académica dos fundadores das startups, 82% têm mestrado ou doutoramento. O salário dos engenheiros de software que trabalham em empresas portuguesas ronda os 27 mil euros, por ano. A média global é de 45 mil euros.

Este buzz em volta de Lisboa como viveiro de startup está, de alguma forma, relacionada com o Web Summit, a maior conferência europeia de tecnologia, empreendedorismo e inovação da Europa, que reuniu na capital portuguesa mais de 50 mil pessoas da comunidade tecnológica, em novembro do ano passado (número que, este ano, entre 6 e 9 de novembro, deverá aumentar para 60.000).

Toda esta febre fez com que a revista Wired tenha colocado Lisboa no ranking das 100 Hottest Startup Cities da Europa. Entre as startups portuguesas destacadas pela Wired estão a Uniplaces, Codacy, Talkdesk, Chic by Choice, Unbabel, James, Prodsmart, Hole19, Tradiio e Aptoide. “As startups também são responsáveis pela criação líquida de emprego e empresas em Portugal. Nos últimos anos foram investidos centenas de milhões em projetos que criaram muitos empregos qualificados. Acredito que está na altura de mostrar de que não se trata tudo de uma coincidência, e que o ecossistema de startups de Lisboa é realmente dinâmico, fértil, e começa dar notas de que está a amadurecer”, referiu Pedro Rocha Vieira, da Beta-i, ao site Observador.

Born global nos anos 1990

Esta não é a primeira vaga de empresas portuguesas que nasceram para ser globais. “O hype é diferente, há mais dinheiro, os projetos estão na radar das ventures internacionais mas o espírito”, refere um empreendedor de tecnologias que começou em 2000 com uma dotcom. O livro Uma Metrópole para o Atlântico, coordenado por J.M Félix Ribeiro e publicado em 2016 pela Fundação Gulbenkian, faria o inventário de alguns dos casos mais relevantes de empresas portuguesas que desenvolveram soluções e produtos para funções específicas.

A Siscog é empresa que desenvolve software para otimizar a gestão de empresas de transporte ferroviário e metropolitano: terá sido a primeira empresa portuguesa exportar a software e hoje representa 97% dos seus oito milhões de euros em vendas. O primeiro cliente foram os caminhos-de-ferro holandeses, seguidos dos noruegueses, dinamarqueses e finlandeses. Mais tarde, os suburbanos de Copenhaga e o metro de Londres e, recentemente, a Via Rail do Canadá. A Siscog quer alargar a oferta a outros tipos de transporte, nomeadamente ao transporte ferroviário de mercadorias e ao transporte público em autocarros. A tecnologia desenvolvida é aplicável a diferentes domínios na área de transportes.

A Altitude Software foi uma empresa tecnológica estrela até à crise das dotcom em 2000 e foi pioneira no conceito de gestão unificada dos canais de interação (base da designação uCI) no final da década de 90, tendo sido em 2011 adquirida por capitais espanhóis.

Em novembro de 2003, a Fortune selecionou a Outsystems como uma das seis startups mais promissoras a nível mundial pela tecnologia que permitia fazer o desenvolvimento rápido de aplicações de software. Contava então com 20 colaboradores. Em fevereiro de 2017, a Forbes classificava a Outsystems em 6º lugar no ranking das Melhores Tecnológicas da Nuvem para Trabalhar, ao lado de nomes como Google, Microsoft, Amazon ou Salesforce. Em 2016, ultrapassou os 100 milhões de dólares de faturação e, em 2017, deve atingir os 600 colaboradores e está em 42 países através de uma rede mundial de escritórios (Portugal, Estados Unidos, Dubai, Singapura, Austrália, Holanda, Reino Unido) e parceiros no Japão, Brasil, África do Sul e Finlândia.

Mas existem outros exemplos. A TIM We, que opera nas áreas do entretenimento digital, do marketing interativo e móvel e das vendas interativas que tem escritórios em 30 países, presta serviços a cerca de 300 operadores e parceiros em mais de 80 países, conta com mais de 500 colaboradores — cerca de 300 em Portugal — e fatura cerca de 400 milhões de euros. A Vision-Box é líder mundial em soluções digitais e biométricas para o controlo fronteiriço e processamento de passageiros. Criada em 2001 por Miguel Leitmann e Bento Correia, está presente em mais de 80 aeroportos, tendo feito em julho um acordo de três anos para equipar todos os aeroportos da Austrália com a sua tecnologia de reconhecimento facial.

A Feedzai foi fundada por Nuno Sebastião, Paulo Marques e Pedro Bizarro em 2009 e é uma empresa especializada no desenvolvimento de software para gestão de risco e de fraudes, permitindo mobilizar as potencialidades de Big Data e de machine learning. A empresa está já implantada nos EUA e tem, entre os seus clientes, empresas como a Coca-Cola, Logica, Celfocus, Vodafone, Ericsson, SIBS Payment Solutions, Horizon Wind Energy e Servebase credit card solutions.

Concentração e atração de talento

Miguel Santo Amaro estudou Finanças, Contabilidade e Gestão na Universidade Nottingham, em Inglaterra, onde conhecer Ben Grech, com quem criou o clube de empreendedorismo da universidade e, mais tarde, um clube de empreendedorismo a nível nacional nacional (o NACUE – The National Consortium of University Entrepreneurs). Ao mesmo tempo que fazia o mestrado em Empreendedorismo no Babson College (Massachusetts) — lecionado entre os EUA, a França e a China –, conheceu Mariano Kostelec, argentino/esloveno e amigo de Ben Grech. No início de 2012, três recém-licenciados decidiram juntar-se em Lisboa para criar uma empresa digital de alojamento universitário. Em 2015, a Uniplaces obteve a maior ronda de investimento Série A numa startup portuguesa, com 22 milhões de euros angariados e, no ano passado, na inauguração das novas instalações na estação do Rossio, em Lisboa, contou com a presença do primeiro-ministro António Costa. Explorou novos mercados. Cresceu 400% em 2016 e os fundadores querem o mesmo para 2017. Entre janeiro e agosto de 2017 fez dois milhões de reservas. A startup portuguesa está, neste momento, presente em seis países e 36 cidades: Portugal (Lisboa, Porto e Coimbra), Reino Unido (Londres) e Espanha (Madrid, Barcelona, Valência, Granada, Sevilha, Salamanca, Málaga, Alicante, Múrcia), Itália (Bolonha, Roma, Milão, Florença, Pádua e Turim), Alemanha (Berlim, Hamburgo e Munique), França (Paris).

Este é um exemplo da circulação de talento pelas universidades e os países. Por isso, hoje as empresas criadas são globais na sua matriz.

Na Área Metropolitana de Lisboa, no ano letivo 2014-2015, estudavam no ensino superior mais de 15.000 alunos estrangeiros. Escolas de gestão em Lisboa como a Nova Business, a Católica Business, o ISEG ou o ISCTE ombreiam com as melhores internacionais em MBA e mestrados e, por isso, há uma maior concentração de talento. Por exemplo, os MBA da Católica Lisbon School of Business and Economics e da Nova SBE têm a Triple Crown Accreditation da Agência Americana AACSB International (Association to Advance Collegiate Schools of Business), a EQUIS e AMBA. E são as próprias universidades a dinamizar esta área da inovação e empreendedorismo.

O Patient Innovation é hoje uma plataforma digital e rede social criada com o objetivo de promover a partilha de conhecimento, estratégias e soluções inovadoras desenvolvidas por doentes ou cuidadores, para ultrapassar problemas impostos por uma doença ou condição de saúde. Nasceu como um projeto de investigação de Pedro Oliveira Católica-Lisbon, em colaboração com o MIT e Carnegie Mellon, a partir do qual se criou uma plataforma de partilha de ideias e soluções. A plataforma online já recolheu mais de 650 inovações, oriundas de uma comunidade global superior a 40.000 pessoas.

O colosso da educação, investigação e inovação

A área metropolitana de Lisboa concentra 32% das escolas superiores existentes em Portugal, 38,3% dos alunos matriculados e dos professores do ensino superior e despende cerca de 47% da despesa total em I&D do país, sendo que o setor empresarial é responsável por 50%, tanto do financiamento como da execução.

Localizam-se nesta macrorregião algumas das maiores Universidades do país, com destaque para a Universidade de Lisboa e a Universidade Nova de Lisboa, com investigação reconhecida internacionalmente e um ensino orientado progressivamente para os segundo e terceiro ciclos. Destaque também para a presença do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, da Universidade Católica Portuguesa, além dos Institutos Politécnicos de Lisboa e Setúbal, a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique, ISPA, Universidade Atlântica, Universidade Autónoma de Lisboa, Universidade Europeia, Universidade Lusíada, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, entre outras.

No livro Uma Metrópole para o Atlântico refere-se que, nesta região, organizam-se as atividades de investigação que têm “claramente uma posição de maior destaque a nível nacional pela concentração de instituições e pela qualidade da investigação nelas realizadas: Ciências da Terra, Mar e Ar, Física, Engenharia Física, Instrumentação e Ciências da Computação, Biologia, Biotecnologias, Ciências Agronómica e Veterinária e Engenharia Agroalimentar, Física, Química e Ciências e Tecnologias dos Materiais, Ciências Sociais, Humanas e Artes, com destaque para Economia e Gestão, História, Sociologia, Antropologia, Geografia, Linguística e Literaturas, Artes e Tecnologias Artísticas”. A estas acrescentam-se outras atividades que mais se desenvolveram a nível nacional nas últimas décadas e em que a região ombreou com outras: Biologia Molecular, Ciências da Saúde, Ciências Farmacêuticas, Biotecnologias para Saúde e Engenharia Biomédica; Matemáticas, Ciências da Computação, Engenharia Informática/Tecnologias da Informação e Engenharia das Telecomunicações, Engenharia Mecânica, Engenharia Eletrotécnica/Eletrónica de Potência, Automação e Robótica, Engenharia Civil e Arquitetura, Ciências do Ambiente, Engenharia Ambiental, Química e Engenharia Química Verde.

Além das atividades de investigação, estas instituições de ensino superior destacam-se no apoio ao empreendedorismo e inovação, na cooperação com o tecido empresarial e nas atividades de internacionalização, seja através do desenvolvimento de programas académicos em parceria com universidades estrangeiras, de programas de intercâmbio e mobilidade académica ou através da participação em redes de investigação internacionais.

Sistema de inovação

Com o centro constituído pelas Universidades com uma coroa envolvente que integra os Institutos Politécnicos e os Laboratórios de Estado, a região dispõe de um ecossistema de inovação. Mas este ecossistema de inovação da macrorregião integra, apesar das dificuldades da ligação entre as investigação das universidades e a das empresas, as multinacionais e as grandes empresas como a EDP, Galp Energia, REN, Brisa, José de Mello Saúde, entre tantas outras, que contribuem decisivamente para a inovação estrutural para novas atividades ou funções com orientação exportadora. Mas os clusters industriais e tecnológicos, — que são constituídos por muitas PME — e as incubadoras e os parques tecnológicos — criados pelas Universidades ou pelas Autarquias que apoiam spin offs e startups — também fazem parte e dinamizam deste ecossistema.

Em Uma Metrópole para o Atlântico, faz-se uma análise da rede de inovação económica baseando-se na lista de projetos da Agência Nacional de Inovação (anterior Agência de Inovação – Adi), envolvendo organizações (promotoras e copromotoras) localizadas na macrorregião, aprovados entre 2007 e 2013 ao abrigo do sistema de incentivos para a inovação. Esta rede de projetos de I&D é composta por 546 instituições, que estabelecem 750 relações entre elas (664 relações únicas e 86 duplicadas).

Um guia para os principais clusters*

1. Setores Infraestruturais

Na Grande Lisboa concentram-se as sedes e os serviços das empresas que gerem redes infraestruturais que suportam a atividade do país, bem como das empresas diretamente envolvidas na edificação do território. Destacam-se cinco Megaclusters (ou algumas das suas componentes): Transportes-Infraestruturas e Redes Internas; Ambiente – Ciclo Urbano da Água e Tratamento e Valorização dos Resíduos Sólidos Urbanos; Construção & Engenharia; Energia-Petróleo, Gás e Eletricidade; Telecomunicações.

Multinacionais com centros de engenharia em Portugal para setores infraestruturais com uma forte presença como fornecedoras de sistemas de equipamentos às empresas dos setores infraestruturais em Portugal têm vindo a criar centros de competência/engenharia, que combinam a prestação de serviços ao mercado doméstico com a do exterior, acompanhando projetos das respetivas casas mãe ou filiais. Tais são os casos da Siemens, Thales, Nokia Networks e Alcatel Lucent.

2. MegaCluster Setor Financeiro, Seguros e Imobiliário

Na Grande Lisboa está concentrada a atividade financeira do país através das sedes de bancos — comerciais e de investimento — companhias de seguros, fundos de pensões, fundos de investimento e capital de risco e da Bolsa de Valores de Lisboa integrada na Euronext. Este conjunto de atividades, que serve a totalidade do país — bem como a promoção imobiliária –, tem vindo a centralizar-se na Grande Lisboa. Os grandes bancos como a CGD, BCP, BPI, Santander e grandes seguradoras como a Fidelidade, Seguradoras Unidas, Ageas têm as suas sedes ou os seus centros de gestão na Área Metropolitana de Lisboa.

3. MegaCluster Tecnologias da Informação e Serviços às Empresas

Na Grande Lisboa estão concentrados múltiplos setores de serviços às empresas que, a partir da região, servem o conjunto do país: auditoria, consultoria, serviços jurídicos, marketing e publicidade, software e serviços informáticos, etc., destacando-se em vários destes setores as filiais de empresas multinacionais de serviços que operam em Portugal, a partir de Lisboa.

4. Cluster das TI – Sofatware, Serviços Informáticos e Outsourcing de TI

Este cluster constitui uma das áreas de especialização da Grande Lisboa, onde estão concentradas a maior parte das filiais das multinacionais que operam em Portugal na área do hardware informático, do package software, dos serviços de integração de sistemas e consultadoria e do outsourcing em TI.

5. MegaCluster Indústrias Criativas

Na área metropolitana de Lisboa têm a sede as principais editoras de livros, os principais grupos de media do país, com destaque para as televisões e as produtoras de filme, telenovelas e vídeos, as agências de publicidade e marleting digital, agências de comunicação e as empresas de serviço – gráfico, audiovisual, digital e de fornecimento de meios e empresas prestam serviços de produção, distribuição e realização de eventos.

6. MegaCluster Saúde

Este Megacluster integra a indústria farmacêutica, uma concentração de unidades hospitalares públicas e privadas bem como uma multiplicidade de clínicas privadas incluindo várias prestando serviços de cirurgia; a prestação de cuidados de saúde ambulatórios, assegurados tanto pelo Serviço Nacional de Saúde como pela medicina privada e social com destaque para a Misericórdia de Lisboa, laboratórios privados de análises clínicas e de centros de diagnóstico por imagem; filiais dos fornecedores de equipamentos e consumíveis ao setor da saúde; organismos públicos de licenciamento de medicamentos e de regulação do setor; as Universidades e centros de investigação, bem como as Escolas de Enfermagem. Os três principais operadores com sede na Grande Lisboa são: José de Mello Saúde; Grupo Luz Saúde e Lusíadas Saúde.

7. Cluster Alimentar, Bebidas e Distribuição

A Grande Lisboa, no centro de uma Região Metropolitana com quase quatro milhões de habitantes, constituiu um mercado que justificou a instalação de empresas nacionais ou multinacionais operando nestes setores com unidades industriais.

Outros Serviços: Cluster dos Serviços Financeiros; e Megaclusters dos Serviços Gerais às Empresas/Serviços em Tecnologias da Informação; das Indústrias Criativas e Entretenimento; do Turismo e Hospitalidade; e da Saúde. Localizam-se sobretudo na Grande Lisboa.

Distinguem-se ainda os seguintes Protoclusters nas várias sub-regiões do Arco Metropolitano de Lisboa: Grande Lisboa – Bio farmacêutica e Engenharia biomédica; Mobile, Web & Cloud; Vídeo Jogos/Entretenimento Digital;

8. Cluster Automóvel

O cluster automóvel tem sido um forte indutor de investimento na economia da Península de Setúbal, em particular no concelho de Palmela, seja com origem em empresas estrangeiras, ou motivado pelo crescimento das empresas de base nacional. O investimento da VW Autoeuropa e a instalação do parque industrial anexo, bem como os investimentos da Visteon, foram decisivos para a Península de Setúbal.

9. Polo Siderúrgico

As plataformas de produção de bens intermédios das indústrias pesadas químicas e metalúrgicas que existiam na região – Seixal, em torno da Siderurgia Nacional (SN) e Barreiro/Lavradio, em torno do grupo CUF – foram profundamente transformadas durante a década de 90, nomeadamente após o processo de privatizações. No domínio da siderurgia, destacam-se duas entidades que resultaram do processo de privatização da SN como a Siderurgia Nacional – Empresa de Produtos Longos, a Lusosider – Aços Planos e Gonvarri – Produtos Siderúrgicos, especializada em serviços na área siderúrgica

10. Polo de Engenharia Naval

Arsenal do Alfeite SA (AA SA): É uma sociedade de capitais integralmente públicos, a quem recentemente foram concessionadas pelo Estado as instalações industriais existentes na Base Naval de Lisboa, no Alfeite, e a atividade de sustentação técnica dos navios da Armada.

Lisnave – Estaleiros Navais, SA: Atualmente instalada na Mitrena, no estuário do Sado, está vocacionada para qualquer tipo de reparação naval ou de conversão de navios; conta com 6 docas secas com uma capacidade até 700 mil toneladas de arqueação bruta, das quais três para navios Panamax (até 300 mil toneladas de arqueação bruta) que foram construídas depois de 2000 no quadro de uma inovação – o sistema de hydrolift, que permite melhorar a produtividade das operações de reparação naval – e de nove cais de reparação.

Hempel Portugal: Esta empresa química dinamarquesa é líder mundial no fornecimento de revestimentos e pinturas especiais para o mercado da construção civil, proteção anticorrosiva para navios, embarcações de recreio, contentores, torres eólicas, etc., contribuindo assim para o prolongamento da vida útil de estruturas.

11. Polo Celulose Papel

A produção de pasta de papel e papel é uma tradição da sub-região, estando nela implantadas unidades fabris da The Navigator Company.

12. Cluster Agricultura e Agroalimentar

A sub-região Península de Setúbal partilha com a Lezíria do Tejo atividades de agricultura de regadio, que suportam a transformação de produtos hortícolas e, com o Oeste, atividades de transformação de carnes, nomeadamente de suíno (apesar da diminuição registada nos últimos anos).

Chegaram a existir na Península de Setúbal, sobretudo no concelho do Montijo, cerca de três dezenas de empresas de transformação de carnes, nomeadamente de suínos. Atualmente destaca-se o grupo Montalva, Raporal, carnes STEC e Carmonti.

A sub-região tem ainda uma forte tradição nos vinhos de qualidade, sendo exemplos – José Maria da Fonseca, Bacalhoa Vinhos ou Ermelinda Freitas.

Na Península de Setúbal, a floricultura surgiu no Montijo no início dos anos 70. As condições ecológicas e climatéricas favoráveis e a proximidade do Mercado da Ribeira em Lisboa estiveram na origem e desenvolvimento desta atividade que assentava essencialmente na produção do cravo, da cravina, da rosa e do gladíolo. Existem no concelho cerca de 20 explorações que ocupam cerca de 200 hectares, sendo entre 70 a 75% da produção nacional de flor de corte feita no Montijo (as espécies mais produzidas são a gerbera, o crisântemo, a rosa, o cravo e o gladíolo).

*Com base em Uma Metrópole para o Atlântico, coordenado por J.M Félix Ribeiro e publicado em 2016 pela Fundação Gulbenkian

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