Credor do Novo Banco critica preço da oferta. “Foi uma decisão política”

Para o fundo Xaia Investment, descontos que Novo Banco aplica aos títulos que quer comprar são injustos. "Parece-me mais uma decisão motivada politicamente", diz diretor deste fundo alemão.

O Novo Banco pretende comprar obrigações com níveis de desconto que variam entre os 10% e 90% face valor nominal dos títulos. Para os credores do banco, esta proposta não é justa. “Há preços diferentes nas várias séries de obrigações. Parece-me que os preços não seguem uma fórmula justa num sentido económico. Parece-me mais uma decisão motivada politicamente“, diz ao ECO o diretor do fundo Xaia Investment, Jochen Felsenheimer.

Este fundo alemão detém uma posição em obrigações do BES/Novo Banco perto dos cem milhões de euros, mas não está autorizado a divulgar a posição exata. Encontra-se atualmente a “analisar os documentos” da oferta de compra de obrigações lançada esta terça-feira pelo Novo Banco. “Nenhuma decisão foi tomada até agora”, refere Felsenheimer.

Ainda assim, do que já foi possível avaliar, a opinião deste gestor é negativa em relação às condições da proposta do Novo Banco. O banco pretende adquirir os títulos de dívida em troca de numerário para conseguir reforçar os seus rácios de solidez financeira em pelo menos 500 milhões de euros. E as críticas de Jochen Felsenheimer vão além do preços.

“Há algumas características da proposta de que não gosto. A diferenciação entre investidores de retalho e investidores institucionais não é correta pelo facto de que por detrás dos todos investidores institucionais estão investidores de retalho, isto é, os clientes privados aplicaram investimentos que são geridos pelos gestores de ativos institucionais”, começa por argumentar Felsenheimer.

“Somos considerados investidor institucional mas, na verdade, somos gestores de fundos que são detidos por clientes de retalho alemães”, concretiza este responsável.

"Há preços diferentes nas várias séries de obrigações. Parece-me que os preços não seguem uma fórmula justa num sentido económico. Parece-me mais uma decisão motivada politicamente.”

Jochen Felsenheimer

Diretor da Xaia Investment

Por outro lado, Felsenheimer considera que a proposta de “resgate antecipado a um baixo preço é uma redução do valor nominal das obrigações”. “Isto estava excluído nos anúncios anteriores”, aponta.

O diretor da Xaia Investments critica também o facto de ainda não haver solução para o caso das obrigações que foram transferidas do Novo Banco para o BES mau, num montante de 2,2 milhões de euros. Para Felsenheimer, este caso que opõe o Banco de Portugal e o Fundo de Resolução a um grupo de investidores que inclui a Pimco já devia estar resolvido, “em acordo com qualquer reestruturação das obrigações seniores do Novo Banco”.

"A diferenciação entre investidores de retalho e investidores institucionais não é correta pelo facto de que por detrás dos todos investidores institucionais estão investidores de retalho, isto é, os clientes privados aplicaram investimentos que são geridos pelos gestores de ativos institucionais.”

Jochen Felsenheimer

Diretor da Xaia Investment

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Impresa tomba 14% em bolsa desde falhanço de emissão

As ações da dona da SIC negoceiam em mínimos de um mês, com os analistas a considerarem uma má notícia o falhanço da emissão de 35 milhões de euros que serviria para refinanciar dívida da empresa.

O recuo na emissão de dívida continua a fazer danos no desempenho bolsista da Impresa. As ações da dona da SIC seguem no vermelho, estendendo para 14% das perdas acumuladas nas duas últimas sessões. Quebras que levam o título para mínimos de um mês.

As ações da Impresa, recuam 7,95%, para os 33,6 cêntimos, depois de já terem estado a perder 8,77% nesta sessão, com os investidores a verem com maus olhos o cancelamento da emissão de obrigações no valor de 35 milhões de euros na passada sexta-feira. A pressão vendedora é de tal ordem que, apesar de a sessão bolsista ainda não ter chegado ao meio, já trocaram de mãos 566 mil ações, um volume já próximo dos 581 mil de títulos transacionados diariamente, em média, nos últimos seis meses.

Isto acontece depois de o grupo de media ter cancelado na passada sexta-feira uma emissão de obrigações no montante de 35 milhões de euros, numa operação que serviria sobretudo para refinanciar a dívida anterior, mas também para financiar a expansão da sede.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Impresa justificou essa retirada com as alterações recentes de que o setor de media foi alvo, mas fontes de mercado contactadas pelo ECO garantem que o motivo foi outro: a operação falhou porque não houve procura por parte dos investidores. O cancelamento da operação aconteceu após dois prolongamentos sucessivos no prazo para que os investidores qualificados, a quem se destinava a emissão, pudessem participar.

Ações da Impresa sob pressão

Entretanto, tanto o BPI como o CaixaBI já comentaram a desistência da Impresa desta emissão, destacando ambos que se trata de uma má notícia. Numa nota de segunda-feira, os analistas do BPI consideraram que o cancelamento desta emissão “não são boas notícias” dado que “poderá levantar preocupações junto dos credores e desafios de liquidez à Impresa”. O CaixaBI emitiu numa nota já desta terça-feira um comentário no mesmo sentido. O banco de investimento diz ser uma “notícia negativa na medida em que este empréstimo obrigacionista iria alongar o prazo médio da dívida da Impresa”. Em novembro de 2018 há uma linha de obrigações no valor de 30 milhões de euros que vence, lembram os dois bancos.

A recente turbulência sofrida pelas ações da Impresa é, contudo, insuficiente para anular o forte desempenho bolsista acumulado ao longo do ano. Desde o início de janeiro, as ações da Impresa valorizam 77%, sendo que recentemente beneficiaram de um empurrão no seguimento dos rumores de que poderia ser alvo de uma oferta por parte da Nos, na sequência da compra da TVI pela Altice, dona da Meo.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Factory Lisbon vai ter 11.000 metros quadrados. Conheça o projeto

Empresa europeia que desenvolve e opera campus para startups e empresas tecnológicas vai ter no Hub Criativo do Beato um mega espaço. Dos 35.000 metros quadrados, 11.000 ficam com a Factory.

A Factory, empresa europeia que desenvolve e opera campus para startups e empresas tecnológicas, vem para Lisboa e vai instalar-se no Hub Criativo do Beato, cujo projeto foi tornado público esta terça-feira. A empresa, criada em Berlim por Simon Schaefer — CEO da Startup Portugal — vai ocupar 11.000 dos 35.000 metros quadrados do Hub Criativo do Beato, que se instalará na antiga fábrica de manutenção militar no bairro de Marvila.

“Lisboa está a explodir e o Governo tem feito um enorme trabalho na atração de internacionais para viver e trabalhar na cidade. Estamos incrivelmente entusiasmados por desempenhar um papel no próximo capítulo da cidade”, explica Jeremy Bamberg, CEO da Factory Lisbon, em comunicado enviado às redações.

No espaço da Factory são esperados cerca de 500 empregados, que deverão ocupar os seus postos de trabalho até ao final de 2018, tal como avançou o ECO. Do projeto para o espaço da Factory Lisbon estão a vontade de manter a traça da “herança industrial” e as características essenciais dos “edifícios históricos”. “A herança industrial vai ser justaposta com escritórios modernos e elementos como uma cafetaria e um bar de cerveja artesanal, um ginásio, um terraço e alguns espaços de eventos”.

O projeto da Factory Lisbon é assinado por Julian Breinersdorfer, responsável pelos vários projetos Factory. Em Berlim, a empresa gere o espaço de trabalho de empresas como a Soundcloud, Uber, Twitter e Point Nine Capital. As obras deverão começar no final deste ano

A instituição, com sede em Berlim, divulgou esta terça-feira algumas imagens do projeto da futura Factory Lisboa.

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Michael Kors compra Jimmy Choo por mil milhões

A icónica marca de sapatos de luxo chegou a acordo esta terça-feira com a empresa Michael Kors que vai comprar a Jimmy Choo por mil milhões de euros.

Ver Carrie Bradshaw desfilar pelas ruas de Nova Iorque em stilettos da Jimmy Choo era um dos pontos altos da série Sexo e a Cidade e que fazia muitas das telespetadoras sonhar.

A icónica marca de sapatos de luxo chegou a acordo esta terça-feira com a empresa Michael Kors que vai comprar a Jimmy Choo por mil milhões de euros. Num comunicado enviado à bolsa de Londres, a Michael Kors Holdings informa que a Jimmy Choo, que também fabrica outros produtos de luxo, será subsidiária da empresa norte-americana e espera que o acordo permita aumentar as vendas.

A britânica Jimmy Choo, famosa por ser uma das escolhas preferidas das estrelas de cinema e celebridades, foi posta à venda em abril depois de uma quebra das vendas ao longo dos últimos anos. A oferta de 230 libras por ação representa um prémio de 36,5% face ao preço das ações quando o anúncio da compra foi feito? Michael Kors garante que a sua oferta “é final” e “não será revista em alta”, a não ser que surja uma oferta de uma terceira entidade. As ações da Jimmy Choo subiram 16,8% na bolsa de Londres esta manhã chegando a cotar nas 228 libras.

Michael Kors, o presidente honorário e diretor criativo da empresa que tem o seu nome, já disse que gosta do estilo de Jimmy Choo e que espera a incorporação desta casa de luxo no seu grupo.

A icónica marca de sapatos de luxo foi chegou a acordo esta terça-feira com a empresa Michael Kors que vai comprar a Jimmy Choo por mil milhões de euros. Andrey Rudakov/Bloomberg

O plano de venta contou com o apoio do principal acionista da Jimmy Choo, a JAB Holdings, propriedade da família alemã multimilionária Reimann.

A Jimmy Choo foi fundada pelo fabricante de sapatos malaio, Jimmy Choo, e pela ex-jornalista da Vogue, Tamara Mellon. Rapidamente a marca de converteu no calçado favorito dos ricos, incluindo a Princesa Diana ou a cantara Beyoncé. A marca chegou às mãos da JAB em 2011 por 587 milhões de euros. Em 2014, uma parcela de 30% foi vendida nos mercados, mas a JAB continua soberana. A mais recente decisão foi a venda, pois a JAB quer focar-se nos bens de consumo em que tem investido milhares de milhões nos últimos anos, com a aquisição da Caribou, Krispy Kreme Doughnuts e Panera Bread.

A venda surge numa altura de grande valorização da marca, depois das perdas de anos anteriores. As vendas aumentaram 15% no último ano, para os 427 milhões de euros, considerando o efeito do Brexit na libra esterlina, que permite beneficiar das conversões nas vendas no estrangeiro. Mesmo sem este efeito, as vendas aumentaram 1,6% em 2016. As ações valorizaram 25% só no último ano. Para mais, a procura por estes artigos na China está a crescer a olhos vistos. Segundo Jonathan Buxton, chefe de consumo na Cavendish Corporate Finance, este aumento da procura na Ásia e Médio Oriente pode promover “ofertas de compradores estrangeiros”.

Este anúncio surge também num momento em que a cadeia Michael Kors está a prever encerrar até 125 lojas nos próximos dois anos. A poupança prevista com este plano é de 54 milhões de euros por ano. A cadeia de luxo registou um prejuízo de 24 milhões de euros no primeiro trimestre do ano.

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Lucros do BCP na Polónia caem 41% no trimestre

O Bank Millennium reportou lucros de 173,6 milhões de zlotys no segundo trimestre, abaixo dos 293,8 milhões verificados no mesmo período do ano passado.

O Bank Millennium, banco polaco detido na sua maioria pelo BCP, reportou no último trimestre uma quebra de 41% nos seus lucros, que se fixaram no final de junho em 173,6 milhões de zlotys (45,75 milhões de euros). Há um ano o resultado líquido da instituição financeira polaca tinha sido de 293,8 milhões de zlotys.

A quebra de resultados registada nesse período fica ainda assim acima das estimativas dos analistas. Segundo a Bloomberg, estes antecipavam que o Bank Millennium tivesse registado lucros de 163,5 milhões de zlotys no segundo trimestre deste ano, sendo que o intervalo de estimativas oscilava entre 154 milhões e 172 milhões de zlotys.

Apesar de registar uma quebra dos lucros, a unidade polaca do BCP viu a sua margem financeira líquida crescer em termos homólogos. Nos três meses que terminaram no final de junho, esta fixou-se num total de 420,8 milhões de zlotys. Ou seja, cerca de 10% face aos 382,6 milhões de zlotys verificados no segundo trimestre do ano passado.

Em termos operacionais, o Bank Millennium registou um aumento das receitas com comissões na ordem dos 16%. As comissões líquidas ascenderam no segundo trimestre deste ano a 162,5 milhões de zlotys, o que compara com os 139,8 milhões verificados no período homólogo.

A base de depósitos do banco também cresceu. No final de junho, o Bank Millennium detinha 48,6 mil milhões de zlotys em depósitos, o que corresponde a um aumento de 10% face ao mesmo período do ano passado.

Os resultados da operação do BCP na Polónia acontece poucos dias antes de o banco liderado por Nuno Amado apresentar o balanço da sua atividade relativo ao segundo trimestre. Segundo as estimativas da Bloomberg, o BCP deverá comunicar no próximo dia 27 de julho uma passagem de prejuízos a lucros entre o segundo trimestre do ano passado e o deste ano. A média das estimativas aponta para um resultado líquido de 41 milhões de euros no segundo trimestre deste ano, o que compara com prejuízos de 243,93 milhões de euros no período homólogo.

O CaixaBI, entretanto, emitiu uma nota onde aplaude as contas do Bank Millennium. O banco de investimento considera o “conjunto de resultados positivo, e ligeiramente acima do consenso de mercado”, salientando “a evolução sólida das receitas core do banco (margem e comissões)”.

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Grécia encaixa 3 mil milhões no regresso ao mercado

Na primeira emissão de obrigações do Tesouro dos últimos três anos, a Grécia pagou um juro de 4,625% pelo financiamento a cinco anos. Teve intenções de compra de 6,5 mil milhões de euros.

A Grécia concluiu com sucesso a primeira emissão de dívida em três anos levada a cabo nesta terça-feira. O Tesouro helénico conseguiu colocar três mil milhões de euros em obrigações do Tesouro a cinco anos, tendo pago uma taxa de juro de 4,625%. A taxa pedida pelos investidores para financiar a economia grega fica muito acima do referencial português para a mesma maturidade. Mas fica aquém da taxa conseguida na última emissão com a mesma maturidade levada a cabo pela Grécia em 2014.

O preço definitivo foi ainda inferior à taxa de juro de 4,875% antecipada à Bloomberg por uma fonte familiarizada com o assunto, que pediu para não ser identificada. Comparando com o valor das obrigações portuguesas que transacionam no mercado secundário, verifica-se que o preço cobrado pelos investidores aos gregos é elevado: as obrigações portuguesas para o mesmo prazo estão a um juro em torno de 1,161%.

Segundo a Bloomberg, a emissão grega contou com intenções de compra de 6,5 mil milhões. Ou seja, mais do dobro do montante que acabou por ser colocado. No total, terão sido dadas mais de 200 ofertas, avançou um responsável do governo grego à agência de notícias, solicitando anonimato, já que a informação não é pública. A última vez que o Tesouro helénico tinha realizado uma emissão de obrigações do Tesouro a cinco anos foi em abril de 2014, tendo a taxa de juro ficado nos 4,95%.

O resultado “foi melhor do que o que esperávamos“, afirmou o ministro das Finanças grego, Euclid Tsakalotos, em declarações ao canal público ERT TV. “Este não é o fim. Irão haver uma segunda e terceira” emissões de obrigações de forma a assegurar que o país sai do programa de resgate em 2018, acrescentou o mesmo responsável.

A emissão grega desta terça-feira foi feita a par de uma recompra de Bilhetes do Tesouro com maturidade a 2019 e um juro de 4,75%. O objetivo do Tesouro de Atenas é substituir estes Bilhetes do Tesouro por dívida de mais longo prazo, alisando o esforço de pagamentos a que a Grécia está sujeita.

A operação segue-se a um novo acordo fechado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que permitirá à Grécia aceder a um empréstimo na ordem dos 1,6 mil milhões de euros, desde que os países da zona euro aceitem conceder aos gregos algum tipo de alívio na dívida. A 10 de julho a Grécia concluiu também a segunda revisão do programa, por parte das autoridades comunitárias, que já desembolsaram a primeira parte da tranche de 8,5 mil milhões de euros que está em causa.

A 21 de julho a Stantard & Poor’s já reviu o outlook da dívida grega de estável para positivo e a Comissão Europeia também já recomendou a saída do Procedimento por Défice Excessivo.

Conforme explica a Bloomberg, a emissão desta terça-feira era para ter sido realizada na semana passada, mas acabou por ser adiada devido a restrições do FMI quanto ao valor máximo de dívida que um país pode deter. A agência de notícias explica, com base em fontes não identificadas, que foi encontrada uma solução técnica que permitiu contornar a questão, mas o FMI não comenta o caso.

Moscovici: “Grécia deve caminhar sozinha dentro de um ano”

Pierre Moscovici, o comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, está a acompanhar de perto a emissão de dívida grega. No Twitter, Moscovici transmitiu o seu apoio aos gregos, sublinhando o caminho já feito para recuperar a sustentabilidade da economia e desejando que dentro de um ano a Grécia seja capaz de caminhar sozinha. Mais: “A Grécia deve tornar-se um membro ‘normal’ da zona euro,” defendeu.

Moscovici frisou ainda que “desde a última visita” da Comissão a Atenas já se assistiu a “vários desenvolvimentos importantes e muito positivos.”

Em conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, Moscovici acrescentou: “Conquistámos muito, fizemos um longo caminho, e vemos a luz agora.” Citado pela Bloomberg, o comissário adiantou que o crescimento está a ganhar força na Grécia, podendo atingir pelo menos 1,8% este ano e 2,5% em 2018, o que deverá contribuir para a criação de empregos.

"Agora é o momento de falar sobre o futuro da Grécia, sobre (…) como vamos trabalhar para concluir com sucesso o programa no próximo ano e planear o dia seguinte para a Grécia.”

Alexis Tsipras

Primeiro-ministro grego

Sobre o sucesso da emissão de obrigações, Tsipras frisou que “a informação até ao momento é positiva” e defendeu que os investidores acolheram bem os títulos gregos. E colocou os olhos no futuro: “Agora é o momento de falar sobre o futuro da Grécia, sobre como vamos cooperar, como vamos trabalhar para concluir com sucesso o programa no próximo ano e planear o dia seguinte para a Grécia.”

(Notícia atualizada às 16h35 com mais pormenores sobre a operação)

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Novo Banco: Quer transformar as suas obrigações em depósitos? Saiba o que tem de fazer

Novo Banco oferece possibilidade de transformar as obrigações que quer comprar em depósitos bancários. Como fazer?

O Novo Banco propõe-se a pagar em dinheiro para ficar com obrigações num montante que lhe permita reforçar os rácios em 500 milhões de euros. Mas a oferta de compra que arranca esta terça-feira inclui a possibilidade de transformar estes títulos de dívida em depósitos a prazo, numa operação que visa sobretudo os pequenos investidores. Sabe o que fazer?

  1. Elegibilidade. O Novo Banco disponibiliza depósitos a prazo apenas aos investidores cujas obrigações sejam objeto de declaração de Aceitação a submeter junto do banco ou antecipadamente reembolsadas nos termos do Reembolso Antecipado pelo Emitente. Ser beneficiário efetivo é essencial para poder tornar as obrigações num depósito bancário.
  2. Quanto rende o depósito? Cada depósito a prazo disponibilizado pelo Novo Banco terá condições especiais dependendo da série de obrigações que aceitar vender. Ainda assim, o banco informa que o depósito a prazo renderá juros a uma taxa fixa por um período determinado de tempo que irá variar de três a cinco anos.
  3. Qual o montante do depósito? O banco informa que os depósitos a prazo estarão disponíveis para os beneficiários efetivos “depositarem o valor correspondente ao montante recebido” pelas obrigações vendidas ou pelas obrigações antecipadamente reembolsadas (excluindo juros vencidos).
  4. Quando posso subscrever os depósitos? Os depósitos a prazo vão estar disponíveis por um período de duas semanas após a data de liquidação, a 4 de outubro. Ou seja, poderá subscrevê-los entre 5 de outubro e 19 de outubro bastando para isso contactar o Novo Banco através do seu gestor de conta, de qualquer balcão ou através do NBdireto por via do número 707 247 365.
  5. Não é cliente do Novo Banco? Para aceder a esta proposta de depósito a prazo e não sendo cliente do banco, terá de abrir uma conta bancária junto do Novo Banco e “cumprir as políticas e procedimento de abertura de conta do Novo Banco ou da subsidiária relevante (incluindo os requisitos de identificação aplicáveis)”.
  6. Apresentação de prova. “Todos os beneficiários que sejam elegíveis como destinatários da oferta dos Depósitos a Prazo terão de disponibilizar, numa forma que seja satisfatória para o Novo Banco de acordo com o seu juízo discricionário, prova de ter sido o beneficiário efetivo dos Valores Mobiliários adquiridos” pelo banco no âmbito da oferta ou antecipadamente reembolsados pelo emitente.

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Revista de Imprensa Internacional

Os negócios de luxo ganham enquanto a Alphabet revela as perdas. A easyJet abre vagas. Em Espanha, o Santander vira-se para dentro e conhecem-se novas políticas para as regiões.

Há mais vagas do que nunca na tripulação da easyJet, mas este não é o único negócio a prosperar. No segmento de luxo, a Michael Kors fecha a compra da Jimmy Choo. Já a Alphabet revela o impacto da multa da UE nas suas contas. Em Espanha, o Santander quer reforçar a sua posição. Também há mudanças nas políticas das regiões autónomas, conhecidas esta terça-feira.

Bloomberg

Um negócio de luxo: Michael Kors compra Jimmy Choo por 1.200 milhões

A marca de luxo Michael Kors vai comprar a também luxuosa Jimmy Choo. A Michael Kors, que vende malas, junta agora os sapatos e perfumes da Jimmy Choo ao portefólio. A venda da Jimmy Choo foi anunciada pela JAB, o principal acionista, no passado mês de abril, quando a marca de sapatos mostrava uma saúde financeira também de luxo. A JAB quer concentrar-se no mercado dos bens alimentares. Leia a notícia completa na Bloomberg [conteúdo em inglês / acesso livre]

Financial Times

Alphabet: Lucros abalados pela regulação

A empresa mãe da Google revelou esta terça-feira uma quebra de 28% nos lucros do segundo trimestre, que caíram para os 3,5 mil milhões. A quebra é resultado da multa que a União Europeia aplicou recentemente à Google por abuso de posição dominante no mercado dos motores de busca, de 2,4 mil milhões de euros. Leia a notícia completa no Financial Times [conteúdo em inglês / acesso condicionado]

The Guardian

EasyJet quer mais 1.200 a bordo: é o maior reforço de sempre da equipa

A easyJet está à procura de mais 1.000 funcionários para reforçarem a tripulação de bordo. As posições são permanentes. Já não é a primeira vez que a companhia aérea low-cost contrata este ano, tendo já aberto vagas para 450 novos pilotos. Leia a notícia completa no The Guardian [conteúdo em inglês / acesso livre]

Expansión

“O estilo de gestão de Ana Botín”: o Santander vai concentrar-se no mercado espanhol

A presidente do banco Santander, reeleita em abril de este ano, já havia procedido a remodelações no conselho de administração. Mas as mudanças estenderam-se à estratégia. Para além de uma ampliação de capital de 7,5 milhões de euros, Ana Botín quer recuperar o terreno perdido no mercado principal, o espanhol. Leia a notícia completa no Expansión [conteúdo em espanhol / acesso livre]

Cinco Días

Proposta para as regiões espanholas: mais autonomia no IVA e co-pagamentos

A Comissão da Reforma de Financiamento vai entregar esta quarta-feira a seguinte proposta ao ministro Critóbal Montoro. Foi de difícil consenso, mas o documento oficial propõe conceder maior autonomia quando se trata de definir copagamentos e a taxa do IVA. Prevê ainda outras alterações como uma harmonização do imposto sobre as heranças. Leia a notícia completa no Cinco Días [conteúdo em espanhol / acesso livre].

 

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Situação “muito grave” em Mação. Fogo volta a ameaçar aldeias

  • Lusa e ECO
  • 25 Julho 2017

Rajadas de vento de 75 quilómetros por hora e aumento das temperaturas dificultam o combate às chamas. Foi pedido reforço de meios aéreos a Espanha, que já estão a combater as chamas.

Situação “muito grave” em Mação, com várias aldeias “em risco”, reporta o presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela, citado pela rádio TSF. Em causa estão reacendimentos nas localidades do Carvoeiro, Envendos e Cardigos, mas também novos focos de incêndio noutras freguesias do concelho. É o segundo incêndio de dimensões significativas a afetar Mação este ano.

O incêndio que deflagrou no domingo no concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco, continua ativo com duas frentes “muito intensas” no concelho de Mação, disse também à Lusa o comandante nacional operacional Rui Esteves.

Na conferência de imprensa após a reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional, o comandante da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) adiantou que o incêndio de Mação, que começou há quase dois dias no concelho da Sertã, mobiliza agora 1.041 operacionais, apoiados por 326 viaturas e nove meios aéreos nacionais e dois vindos de Espanha.

Rui Esteves adiantou que os 135 habitantes retirados na segunda-feira das aldeias do concelho de Mação estão no centro Desportivo de Carvoeiro e só regressam às suas localidades quando estiverem reunidas as condições de segurança.

Foi também acionado o protocolo bilateral com Marrocos, mas ainda não há indicação sobre virá ou não algum reforço. “Podemos dizer que esta manhã a situação está um pouco mais calma do que ontem [segunda-feira] durante a tarde, mas os dois incêndios mantém-se ativos. Vamos ter também durante o dia de hoje algum vento, sobretudo nas terras altas, com rajadas de 75 quilómetros por hora e um aumento das temperaturas, o que não é muito favorável ao combate”, tinha dito Patrícia Gaspar, da ANPC, durante a manhã

Fogo alastrou ao concelho de Mação esta segunda-feiraORLANDO OLIVEIRA/TOMAR TV

“Ontem durante a tarde e início da noite foram sendo feitas evacuações de vários locais por onde o incêndio foi passando sobretudo na zona de Mação e houve de facto várias aldeias onde foi necessário proceder a uma retirada preventiva das pessoas. Estamos a falar das aldeias de Bairrada, Eira, Envendos, Casal Velho, Quebradas, Roda. Estamos a falar de uma área vasta onde existem várias povoações dispersas”, disse.

Segundo Patrícia Gaspar, parte destas pessoas regressaram às suas casas assim que as condições de segurança foram sendo restabelecidas.

“Não é possível saber neste momento o número das pessoas. As retiradas foram temporárias e as pessoas acabaram por regressar às suas habitações. A adjunta de operações adiantou ainda que hoje de manhã não há estradas principais cortadas devido aos incêndios. “Ontem [segunda-feira] foi necessário proceder a alguns cortes de vias para atuação dos meios e por segurança, mas neste momento temos indicação de que a A23 e o IC8 [que estiveram cortados na segunda-feira] foram reabertos. Não há indicação, neste momento, de vias principais cortadas”, concluiu.

Segundo a ANPC, por dominar está ainda o incêndio que deflagrou no domingo à tarde na Sertã e alastrou aos concelhos de Mação (distrito de Santarém) e Proença-a-Nova (Castelo Branco) e que 9h00 mantinha três frentes ativas e mobilizava 1.021 operacionais, com o apoio de 329 meios terrestres.

Ainda no distrito de Castelo Branco, continuava em curso o incêndio que começou em Vale do Coelheiro, concelho de Castelo Branco, e estavam a combater as chamas 404 operacionais e 124 veículos.

Fogo em Proença-a-Nova “mais calmo”

O incêndio que lavra em Proença-a-Nova “está mais calmo” esta terça-feira e a preocupação nesta manhã é conseguir “estancar” os reacendimentos, já que o fogo não está controlado, disse à Lusa o presidente do município. “O fogo está mais calmo. Há reacendimentos, visto que a área é muito extensa. A preocupação agora é conseguir estancar esses reacendimentos que vão acontecer ao longo do dia”, explicou o presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo.

O autarca sublinhou que o incêndio ainda não está controlado e adiantou que perto das 09h30 houve um novo episódio que gerou risco, junto da localidade de Catraia Cimeira, mas “já foi controlado”. Neste momento, não há qualquer povoação ou localidade em risco.

O incêndio deflagrou na tarde de domingo no concelho da Sertã (distrito de Castelo Branco) e alastrou-se a Proença-a-Nova, bem como ao concelho de Mação (distrito de Santarém). Segundo a página na internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), estão no local a combater o fogo 989 operacionais, apoiados por 312 viaturas e 11 meios aéreos.

(Notícia atualizada às 13h com mais informação)

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Indústria papeleira classifica reforma florestal de “o maior atentado” à floresta

  • Lusa
  • 25 Julho 2017

“O erro histórico cometido contra a floresta é de tal forma grave que apenas podemos acreditar na inevitabilidade da sua reversibilidade num futuro próximo”, dizem as papeleiras.

A Celpa – Associação da Indústria Papeleira considerou esta terça-feira que a reforma florestal aprovada no Parlamento na semana passada é “o maior atentado” alguma vez realizado à floresta na história da democracia em Portugal.

Num comunicado hoje divulgado na imprensa, a Celpa diz que a reforma foi aprovada de forma “apressada e atribulada” e “não respeita a opinião e os fundamentados contributos da quase totalidade dos agentes do setor florestal, nomeadamente das cerca de 50 entidades chamadas à Comissão de Agricultura e Mar”.

Para a indústria papeleira, a legislação aprovada “não honra a comunidade científica e universitária, que tem afirmado categoricamente que os incêndios estão diretamente relacionados com a falta de gestão e limpeza do território (que leva ao excesso de combustível no terreno), o insuficiente número de ‘barreiras corta-fogo’ (por exemplo, 10 metros face às estradas, 50 metros face às habitações)”.

"A comunidade científica e universitária, que tem afirmado categoricamente que os incêndios estão diretamente relacionados com a falta de gestão e limpeza do território (que leva ao excesso de combustível no terreno), o insuficiente número de ‘barreiras corta-fogo’ (por exemplo, 10 metros face às estradas, 50 metros face às habitações).”

Comunicado da Celpa

Dos três diplomas aprovadas já na madrugada do dia 19 destaca-se a alteração do regime jurídico aplicável às ações de arborização e rearborização, em que fica definido que “não são permitidas as ações de arborização com espécies do género ‘eucalyptus’” e as de rearborização são condicionadas.

O Parlamento aprovou ainda a criação de um sistema de informação cadastral simplificada e a alteração do Sistema de Defesa da Floresta contra Incêndios, iniciativas do Governo votadas já com a introdução de propostas de todos os grupos parlamentares.

No comunicado, a Celpa defende que os incêndios “em nada dependem das características das espécies florestais, do eucalipto ou de outras, como o demonstram os factos históricos e o explica a comunidade científica e universitária”.

Diz que a reforma florestal terá um impacto “profundamente negativo” em toda a fileira florestal, designadamente por aumentar o desinvestimento, a degradação e o abandono da floresta, promovendo o risco de incêndios, proibir a única espécie florestal rentável num prazo de 10-20 anos, contribuir para o aumento de matos e incultos, que corresponde a cerca de 50% da área ardida em Portugal neste século”.

A Celpa acrescenta que a reforma da floresta “reduz o rendimento dos pequenos proprietários e produtores florestais”, “promove a desertificação do interior e das zonas rurais do país, colocando em causa os cerca de 100.000 empregos da fileira florestal” e “impacta negativamente um setor que representa 5% do PIB em Portugal e 10% das exportações do nosso país”.

Defende ainda que os diplomas aprovados vão promover “as importações de madeira, que representam já hoje cerca de 200 milhões de euros anuais” e impedir o crescimento da espécie florestal que mais contribui para a absorção de CO2 (por área ocupada e por unidade de tempo)”.

Diz ainda a indústria papeleira que “quando a pressa e os interesses político-partidários dominam e suplantam o conhecimento técnico e científico e ignoram a opinião das entidades mais relevantes, conhecedoras e competentes na área florestal (…), defraudam-se justas expectativas, prejudicam-se milhares de proprietários e empregos e desencorajam-se investimentos futuros”.

“O erro histórico cometido contra a floresta é de tal forma grave que apenas podemos acreditar na inevitabilidade da sua reversibilidade num futuro próximo”, acrescenta.

"O erro histórico cometido contra a floresta é de tal forma grave que apenas podemos acreditar na inevitabilidade da sua reversibilidade num futuro próximo.”

Comunicado da Celpa

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Capital Group investe 580 milhões em dívida portuguesa

  • ECO
  • 25 Julho 2017

Uma das maiores gestoras de ativos a nível mundial tornou-se a segunda que mais investe nas obrigações portuguesas.

Os últimos meses foram de grandes apostas na dívida portuguesa para a Capital Group. É a segunda gestora de ativos que mais investe nas obrigações em Portugal,

A aposta em dívida nacional estará relacionada com a especulação acerca da subida de rating do país. A Capital Group assume ter em conta na sua estratégia de negócio “a diferenciação dos fundamentais económicos entre a dívida periférica na Europa pode revelar oportunidades para melhorias do rating, como por exemplo, Portugal”, lê-se no relatório de perspetivas para o segundo semestre de 2017. A Capital Group optou assim por dois tipos de dívida: as Obrigações do Tesouro com maturidades em abril de 2027 e outubro de 2022.

À frente da Capital Group, só a Natixis Asset Management, com mais cinco milhões investidos em dívida nacional. É esta a informação obtida pela Bloomberg através da análise das carteiras de investimento, avançada pelo Jornal de Negócios (acesso pago) esta terça-feira.

No início do mês de julho conheceu-se uma nova posição da DBRS, a única agência de rating que nunca classificou a dívida portuguesa como lixo”, o que garante o acesso de Portugal ao programa de compras do Banco Central Europeu (BCE), defendendo esta posição com uma “capacidade de crédito” que advém de “políticas macroeconómicas credíveis”. A DBRS foi acusada de ser branda mas a agência de notação financeira canadiana recusa esta avaliação.

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Sete perguntas e respostas sobre a oferta do Novo Banco

Oferta de compra de obrigações do Novo Banco arranca esta terça-feira. Respondemos a sete perguntas sobre esta operação que é uma condição para fechar a venda ao fundo Lone Star.

Arranca esta terça-feira a oferta de compra de obrigações do Novo Banco. A instituição propõe-se a pagar em numerário pelos títulos de dívida com o objetivo de reforçar a sua solidez financeira — mas há alternativa ao cash. Esta operação é uma das condições vitais para que o acordo de venda do banco ao fundo americano Lone Star seja fechado. Tem dúvidas? Respondemos a sete perguntas sobre a oferta que visa evitar a liquidação do ex-BES.

1. Por que é que o Novo Banco avança com esta oferta?

O Novo Banco encontra-se em processo de venda ao fundo americano Lone Star. E uma das condições essenciais para que a transação seja fechada passa pelo reforço de capitais adicionais do banco em 500 milhões de euros.

Ora, se inicialmente estava previsto uma oferta de troca de obrigações por títulos de dívida ainda com maior risco, a operação agora anunciada é diferente: o Novo Banco pretende adquirir os títulos de dívida que estão na mão dos credores em troca de numerário, e num montante que lhe permita poupanças que reforcem os seus rácios naquele montante.

2. Como é que o banco gera estas poupanças?

O Novo Banco pretende reforçar a sua solidez em 500 milhões de euros e para isso vai comprar as obrigações que estão no mercado a preços… de mercado, que são inferiores ao seu valor nominal. Adicionalmente, assim que o Novo Banco passar a deter estes títulos, deixa de pagar os juros previstos. De resto, o banco recorda que “em 2016, enquanto a dívida do grupo relativa a obrigações seniores representava menos de 10% do total do passivo do Novo Banco, a mesma representava cerca de 40% dos juros e custos do passivo financeiro”.

Assim, o sucesso da operação depende exclusivamente da “participação de obrigacionistas que permitirá o reforço dos capitais próprios em, pelo menos, 500 milhões de euros, quer por poupança de juros quer por ganhos de capital”.

3. A quem é dirigida a oferta?

A oferta destina-se a todos dos detentores de dívida do Novo Banco. Ou seja, são chamados a participar na operação tanto clientes institucionais (como os grandes fundos de investimento, caso da Pimco) assim como os clientes do retalho.

O banco frisa que estas obrigações que poderão ser alvo de compra terão que se “encontrar livres de quaisquer ónus, encargos e responsabilidades ou de quaisquer situações jurídicas suscetíveis de afetar, nomeadamente os direitos patrimoniais, sociais ou a respetiva transmissibilidade”.

4. Haverá perdas para os credores?

Sim, porque o Novo Banco vai adquirir os títulos de dívida ao preço a que atualmente são negociados no mercado, que são inferiores ao seu valor nominal. Além disso, uma vez nas mãos do banco, estas obrigações deixam de remunerar os investidores que tinham estes títulos até à sua maturidade. Ou seja, a operação subtrai um ganho esperado com juros para os investidores. É claro que tudo depende do preço a que os investidores compraram estas obrigações. Se entraram depois, e a desconto, ou a um preço inferior ao que está agora no mercado, esta oferta pode até significar uma mais-valia.

5. O Novo Banco compra os meus títulos. E depois?

O banco propõe-se a pagar em numerário pelas obrigações ao preço do mercado. Mas oferece outra opção a quem quiser participar na oferta: depósitos a prazo.

“A opção pela solução em cash torna mais simples e percetível a contrapartida e mais ajustada aos investidores institucionais e de retalho”, argumenta o Novo Banco. Ainda assim, “para os clientes do banco que optem pela venda ou que sejam reembolsados serão disponibilizados depósitos a prazo com condições específicas”.

Esta operação que está pensada sobretudo para os clientes de retalho. A instituição diz que “cada depósito renderá juros a uma taxa fixa por um período determinado de tempo, que irá variar de três a cinco anos”, sendo que a remuneração dependerá da série de obrigação detida pelo credor.

6. Qual é o prazo da operação?

A oferta de aquisição dos títulos começa já esta terça-feira e prolonga-se até 2 de outubro. São mais de dois meses que o Novo Banco terá para alcançar o objetivo. Só depois disto é que o Fundo de Resolução e a Lone Star podem concluir a venda do banco que resultou da medida de resolução imposta ao BES em agosto de 2014.

7. O que acontece se o Novo Banco não for bem-sucedido?

Se a oferta é voluntária e participa quem quiser, o banco avisa, porém, que se a operação falhar o seu futuro fica comprometido, o que para os obrigacionistas poderá significar perdas ainda maiores. O Novo Banco “poderá ficar sujeito ao mecanismo de resolução, sendo que esse mecanismo prevê um bail-in — um resgate em que os obrigacionistas são chamados a participar –, e que as autoridades podem obrigar a conversão de dívida em capital”, ou simplesmente “reduzir o seu valor nominal”. No limite, depois do recurso à resolução, sobra a liquidação.

 

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