Pharol reduz prejuízos em 89%
A Pharol fechou o ano de 2016 com 75,1 milhões de euros de prejuízos, valor que compara com os 694 milhões de euros de prejuízos registados em 2015. É um corte de 89% nas perdas.
A Pharol fechou o ano de 2016 com um resultado líquido negativo de 75,1 milhões de euros, valor que compara com os prejuízos de quase 694 milhões de euros registados no exercício do ano de 2015. A empresa de Luís Palha da Silva reduz, assim, as perdas em mais de 89%. No decurso do ano, a empresa reduziu custos operacionais em 57%, de 16,2 milhões de euros para sete milhões de euros.
No final do ano passado, a antiga holding da PT detinha uma participação maioritária de 27,2% no capital da Oi, que está em processo de recuperação judicial no Brasil. Detinha ainda opções de compra sobre ações ordinárias e preferenciais da Oi. E, claro, 897 milhões de euros em instrumentos de dívida da Rioforte, sociedade do Grupo Espírito Santo (GES).
Recorde-se que, no ano passado, a Pharol reviu em baixa o montante que espera recuperar deste polémico investimento, o que já tinha feito uma vez no passado. As perspetivas mantinham-se em dezembro de 2016, o que significa que a Pharol ainda espera reaver 9,56% desse valor, isto é, 85,8 milhões de euros.
Assim, os prejuízos são justificados pela empresa, sobretudo, com uma perda de 48,7 milhões de euros com essa revisão em baixa, com os gastos operacionais, com uma desvalorização da opção de compra sobre ações da Oi em 5,1 milhões de euros e com uma perda líquida do investimento na operadora brasileira de 13,2 milhões de euros.
Por volta das 9h40 desta sexta-feira, as ações da Pharol PHR 0,00% estavam a cair 3,63% para 24 cêntimos. É a quarta sessão consecutiva de perdas, com derrapagens em torno dos 6%.
Oi: Pharol quer AG de credores no terceiro trimestre deste ano
Em comunicado, Luís Palha da Silva indica que há “uma aparente vontade de todos” os stakeholders da Oi para que “se chegue a um entendimento no mais breve espaço de tempo”. E refere que a Pharol “fará tudo o que estiver ao seu alcance para que, de acordo com o calendário indicado, seja possível realizar a assembleia geral de credores ainda no terceiro trimestre deste ano”, avançou.
"A Pharol, como maior acionista da Oi, fará tudo o que estiver ao seu alcance para que, de acordo com o calendário indicado, seja possível realizar a assembleia-geral de credores ainda no terceiro trimestre deste ano.”
O presidente executivo da Pharol, Luís Palha da Silva, não esconde ainda que a empresa está “insatisfeita com o ritmo a que se tem desenrolado o processo de falência” da Rioforte. “[A Pharol] irá envidar esforços suplementares para obter resultados mais concretos em prazos razoáveis”, indica.
Para 2017, a cotada portuguesa irá prosseguir com “os esforços de contenção de custos” e procurar novamente registar uma “forte redução” desses gastos.
Assembleias-gerais a 26 de maio
A empresa convocou também duas assembleias-gerais de acionistas para 26 de maio, em Lisboa, uma relativa à eleição de novos membros para o triénio 2015-2017 e a outra sobre os resultados da empresa em 2016.
Em comunicado divulgado na Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), a Pharol convocou os acionistas para uma assembleia-geral extraordinária para as 10h de dia 26 de maio, com o objetivo de deliberar sobre a eleição dos membros da mesa da Assembleia Geral e do vogal do Conselho Fiscal Suplente para completar o mandato relativo ao triénio 2015-2017. Nesta reunião magna, deverá ainda deliberar sobre a ratificação da cooptação do administrador José Manuel Melo da Silva para completar o mandato em curso (2015-2017).
Convém lembrar que em março foi anunciada a renúncia de Rafael Luís Mora Funes aos respetivos cargos de membro do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da Pharol, designação assumida pela antiga PT SGPS na sequência da venda da PT Portugal à Altice, tendo sido substituído por João do Passo Vicente Ribeiro no primeiro cargo.
Em 27 de março, foi também comunicado que o Conselho de Administração deliberou atribuir as competências de administrador delegado ao presidente, Luís Palha da Silva. Depois de deliberarem sobre estas matérias relacionadas com o modelo de governance da empresa, os acionistas prosseguem para uma segunda reunião magna anual, onde a ordem de trabalhos se prende com os resultados de 2016.
Os acionistas vão deliberar sobre os relatórios de gestão, o balanço e as contas individuais, assim como as contas consolidadas relativos ao exercício de 2016. Além disso, vão deliberar sobre a proposta de aplicação de resultados, a apreciação geral da administração e da fiscalização da sociedade e a declaração da Comissão de Vencimentos relativa à política de remunerações dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização da sociedade.
Caso as assembleias gerais não possam deliberar sobre algum dos pontos da ordem de trabalhos, por falta de representação do capital exigido para o efeito, os acionistas são convocados para se reunirem dia 12 de junho de 2017, com as mesmas ordens de trabalhos.
(Notícia atualizada às 13h13 com mais informação)
Gráfico: Cotação da Pharol em tempo real
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