Portugal pagou mais 800 milhões ao FMI. Cheque do Santander Totta já chegou
Governo tinha anunciado que ia reembolsar o FMI em 2.600 milhões até agosto. Pagou este mês mais 800 milhões de euros depois de recebido cheque do Santander. Deve menos de 40% do empréstimo do Fundo.
Portugal voltou a fazer novo reembolso antecipado ao Fundo Monetário Internacional (FMI) em agosto. O IGCP procedeu ao pagamento de cerca de 800 milhões de euros à instituição este mês, elevando para 2.600 milhões de euros o total saldado em dois meses — como tinha prometido –, numa operação que surge depois de ter recebido um empréstimo de 2.300 milhões de euros do Santander no âmbito do acordo por causa dos swaps. Já só fica a dever 37% do empréstimo concedido pelo Fundo no âmbito da assistência financeira acordada em 2011.
Em junho já havia 1.000 milhões de euros, tendo ficado prometido devolver ao FMI mais 2.600 milhões até final de agosto. Em julho, foram reembolsados cerca de 1.750 milhões de euros. E agora mais 800 milhões, anuncia a agência que gere a dívida pública no seu boletim mensal publicado esta segunda-feira.
Isto acontece depois de Lisboa ter recebido luz verde dos parceiros europeus no final de junho para acelerar os pagamentos do empréstimos do FMI mais cedo do que prevê o calendário. O objetivo é simples: aproveitar as condições mais vantajosas do mercado primário para abater a dívida mais onerosa contraída junto do Fundo em 2011.
“O IGCP concretizou em agosto um reembolso antecipado do empréstimo do FMI, no montante de SDR — direitos especiais de saque, o instrumento monetário internacional criado pelo FMI — 668 milhões, elevando a percentagem paga para 63% do empréstimo total inicial do FMI. Estes reembolsos correspondem a amortizações de capital que originalmente eram devidas em março e abril de 2020″, frisa a agência liderada por Cristina Casalinho no relatório.
"O IGCP concretizou em agosto um reembolso antecipado do empréstimo do FMI, no montante de SDR 668 milhões, elevando a percentagem paga para 63% do empréstimo total inicial do FMI. Estes reembolsos correspondem a amortizações de capital que originalmente eram devidas em março e abril de 2020.”
Poupar 660 milhões
Desde junho, Portugal já reembolsou 3.600 milhões de forma antecipada à instituição liderada por Christine Lagarde. Mas a ideia é alcançar os 10.000 milhões num prazo de 30 meses.
Segundo anunciou Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado Adjunto e das Finanças em julho, este plano vai permitir poupanças de 660 milhões de euros na fatura da dívida do FMI.
Na altura, o responsável explicou que o empréstimo de 2.300 milhões feito pelo Santander no âmbito do acordo com o Estado por causa dos swaps vendidos às empresas públicas iria ajudar neste reembolso antecipado. Esse empréstimo chegou este mês, segundo o boletim mensal do IGCP.
Portugal tem vindo a reembolsar mais rapidamente do que o previsto os empréstimos obtidos juntos do FMI na altura do resgate, numa estratégia que visa trocar os juros elevados cobrados pelo fundo liderado por Christine Lagarde pelas melhores condições de financiamento que tem encontrado nos mercados financeiros. Paga um juro superior a 4% ao FMI. No mercado, a República consegue financiar-se a 10 anos a uma taxa a rondar os 3%.
(Notícia atualizada às 12h31)
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