Revista de Imprensa Internacional

Esta segunda-feira discute-se a política europeia. Há negociações entre Puigdemont e o Governo espanhol e entre May e a UE. Nos negócios, a Repsol destaca-se com da entrada no mercado da saúde.

No arranque da semana, a política internacional está em ebulição. O Governo espanhol pressiona a Catalunha para definir uma posição, May vai a Bruxelas dar um empurrão às negociações do Brexit e há quem anuncie no Washington Post recompensas milionárias em troca de informações que possam ajudar a destituir Donald Trump. Na Áustria, a extrema-direita ganha terreno e fica com o terceiro lugar nas legislativas, com 25,9% dos votos. No mundo dos negócios, é o combustível que ferve: a Repsol lança-se no mercado da saúde e o paládio dispara para máximos de 16 anos.

Expansión

Repsol entra no mercado da saúde

A Repsol é uma das maiores petrolíferas do mundo. E tem um novo negócio. Quer agora explorar o seu negócio químico, cujas vendas chegaram a 2,5% da receitas totais no ano passado — um resultado histórico para o grupo. O plano é investir no plástico para o fabrico de máscaras, bolsas de soro ou recipientes para medicamentos.

Leia a notícia completa aqui. (Conteúdo em espanhol/ Acesso livre)

Bloomberg

Aumento da procura faz disparar o paládio para máximos de 16 anos

O paládio, metal utilizado na indústria automóvel, segue a valorizar acima dos 1.000 dólares esta segunda-feira, situando-se em máximos desde 2001. O metal é um dos que melhor desempenho apresenta este ano nos mercados internacionais, reflexo da crescente procura que se verifica num contexto de escassez da matéria-prima. Acumula uma subida de quase 50%.

Leia a notícia completa aqui (Conteúdo em Inglês/ Acesso Livre)

The Guardian

Eleições na Áustria dão vitória a conservadores. Extrema-direita em terceiro

Os resultados das eleições legislativas na Áustria apontam para a direita. No último domingo, as urnas deram a vitória ao Partido Popular (ÖVP) de Sebastian Kurz, com 31,7% dos votos. Em segundo lugar ficaram os social-democratas do SPÖ, seguindo-se o partido de extrema-direita, o FPÖ, com 25,9% dos votos. As probabilidades revelam uma possível aliança entre Kurz e a extrema-direita, partido fundado por um antigo membro das SS nazis depois da Segunda Guerra Mundial. Pela primeira vez na história da Áustria, dois partidos da direita conseguem lugares no Conselho Nacional sem tirar votos um outo outro, avança o jornal.

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Business Insider

Informações para a destituir Trump? Pode ganhar 10 milhões

Larry Flynt, o fundador da Hustler Magazine, comprou uma página inteira do The Washington Post este domingo para colocar um anúncio no qual oferece 10 milhões de dólares a quem forneça informações que ajudem à destituição do Presidente norte-americano, Donald Trump.

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Expansión

Madrid pressiona Puigdemont. May pressiona UE

A vice-presidente do Governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, afirma que “o senhor Puigdemont tem uma oportunidade de retificar, ser claro e voltar à legalidade” até quinta-feira, o segundo prazo que Madrid impôs para que o presidente da Catalunha apresentasse propostas concretas quanto à independência da região. O primeiro prazo expirou esta manhã: Madrid esperava uma clarificação quanto à posição da Catalunha mas Puigdemont repetiu a proposta de diálogo e declarações ambíguas, resposta que o Governo espanhol considera inválida. Também esta segunda-feira, May dirige-se a Bruxelas para “impulsionar” as negociações pós-Brexit.

Leia a notícia completa aqui. (Conteúdo em espanhol/ Acesso livre)

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Puigdemont evita resposta e pede diálogo. Não é válido, diz Madrid

  • ECO e Lusa
  • 16 Outubro 2017

O presidente da Catalunha escreveu uma carta ao primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, a pedir diálogo. Madrid esperava uma posição definida acerca da independência.

Rajoy pedia uma resposta de “sim ou não” até esta segunda-feira: queria uma confirmação oficial da declaração de independência da Catalunha. Puigdemont não foi direto: pediu diálogo. O Governo espanhol irá responder dentro de horas, mas reage imediatamente dizendo que “não considera válida a resposta”.

Mais de dois milhões de catalães conferiram ao parlamento regional a ordem democrática para declarar independência” disse Puigdemont. “A nossa proposta de diálogo é sincera, apesar de tudo o que tem sucedido, mas logicamente é incompatível com o clima atual e de crescente repressão e ameaça”, lê-se na carta de Puigdemont a Rajoy, de acordo com a Bloomberg.

O Governo espanhol não considera válida a resposta dada pelo chefe do executivo regional da Catalunha à pergunta sobre se declarou a independência da região, disse esta manhã o ministro da Justiça espanhol, Rafael Catalá. Citado pela Efe, o ministro recordou que, além de lhe perguntar se tinha declarado independência, o presidente do Governo, Mariano Rajoy deu ao Governo da Catalunha um segundo prazo, até quinta-feira, para explicar as medidas que vai adotar para recuperar o cumprimento das suas obrigações.

Desta forma, o presidente catalão rejeita a pressão de Madrid ao manter a ambiguidade das declarações da passada terça-feira, deixando a situação da Catalunha em suspenso e dependente do encontro com Rajoy. Madrid tinha dado até às 10:00 desta manhã (09:00 em Lisboa) para que o executivo da região da esclarecesse uma vez por todas se na declaração ambígua que feita na semana passada foi ou não proclamada a independência da região.

Na terça-feira, 10 de outubro, Puigdemont falou ao parlamento catalão naquela que seria a ocasião para fazer uma declaração unilateral de independência. O presidente catalão suspendeu os resultados do referendo para abrir a porta a negociações e ao diálogo com Madrid, ao mesmo tempo que reforçou a posição independentista. “A única linguagem que conhecemos é a das urnas”, disse.

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Regulação mais apertada castiga EDP. Ações afundam quase 5%

  • Rita Atalaia
  • 16 Outubro 2017

Proposta que a ERSE entregou ao Governo "traz mais incerteza", diz o Haitong, que cortou as recomendações e preços-alvo da EDP e REN. A elétrica está a cair quase 5%.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) revelou que o preço da eletricidade deve cair no arranque do próximo ano. Uma proposta entregue ao Governo que pode prejudicar as duas empresas portuguesas. Tanto a empresa liderada por António Mexia como a que é liderada por Rodrigo Costa viram as suas recomendações e preços-alvo serem cortados pelo Haitong e o Morgan Stanley, que defendem que estas alterações à regulação foram “mais duras” do que o previsto. Na bolsa, a EDP afunda.

O regulador propôs que os preços baixem 0,2% a partir de 1 de janeiro de 2018, sendo esta a primeira redução de preços em 18 anos. Esta redução terá, contudo, um efeito prático muito pouco percetível para os consumidores. “A expressão, nos orçamentos familiares, da redução subjacente à proposta de tarifas de venda a clientes finais transitórias para 2018 é de 0,09 euros, para uma fatura média mensal de 45,70 euros”, refere a ERSE.

Ações da EDP afundam

Reduzimos a recomendação da EDP para neutral (face a comprar), uma vez que as alterações na regulação em Portugal, tanto a nível da distribuição como da geração de eletricidade, foram significativamente mais duras do que prevíamos”, de acordo com analistas do Haitong. O preço-alvo também sofreu um corte, passando de 3,30 euros para 3,10 euros. As ações estão nos 3,00 euros, a cair 3,35%. Chegaram a ceder um máximo de 4,8%.

“A nossa perspetiva é de que o corte de tarifas proposto em Portugal é pior do que o nosso cenário base para a EDP e ligeiramente pior para a REN”, diz o Morgan Stanley. O banco de investimento norte-americano tem uma avaliação de 3,30 euros para a elétrica, sendo que relativamente à REN o preço-alvo é de 3,20 euros.

Reduzimos a recomendação da EDP para neutral (face a comprar), uma vez que as alterações na regulação em Portugal, tanto a nível da distribuição como da geração de eletricidade, foram significativamente mais duras do que prevíamos.

Analistas do Haitong

No caso da REN, a avaliação desceu para 2,80 euros, quando antes era de 3,05 euros. E a recomendação também foi reduzida para neutral, face a comprar. Isto “no seguimento do anúncio de uma proposta que acabou por se revelar pior do que o esperado em termos de regulação da eletricidade para o período entre 2018 e 2020″, dizem os analistas.

Para o Haitong, além da proposta da ERSE, o Orçamento do Estado para 2018 pode trazer ainda mais incerteza. “Um dos partidos à esquerda que apoia o Governo propôs um aumento de dois pontos percentuais do imposto sobre os lucros das empresas que se situem acima dos 35 milhões de euros. Isto vai diminuir os lucros em 3% no próximo ano e o nosso preço-alvo em 4%. Embora o Orçamento ainda vá ser alvo de discussão — e não incluímos isto nas nossas estimativas — a proposta traz mais incerteza às ações da REN“, refere.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Pedro Marques: “Cativações serão as mesmas deste ano”

  • ECO
  • 16 Outubro 2017

Pedro Marques, ministro do planeamento e das infraestruturas, diz que as cativações de 2017 se irão manter no próximo ano, e mostra-se confiante quanto aos números do Orçamento para 2018.

O Governo tem sido criticado pelas elevadas cativações. No próximo ano, Pedro Marques garante que “serão as mesmas que estiveram no ano passado”. O ministro do planeamento e das infraestruturas defende que o Orçamento do Estado para 2018 “é, sobretudo, de estabilidade, não é nem eleitoralista, nem trava a consolidação”.

“Temos muita confiança nos números que estamos a apresentar”, garante Pedro Marques em entrevista ao Jornal de Negócios. As cativações não são um tabu, vão inclusivamente ser divulgadas trimestralmente, divulga o ministro. Para já, o que pode assegurar é que “são as mesmas que estiveram no ano passado [este ano]“, ano em que o ministério a seu cargo “era o que tinha mais cativações e depois também foi o que teve mais descativações”.

"Este Orçamento é sobretudo de estabilidade, não é nem eleitoralista, nem trava a consolidação.”

Pedro Marques

Ministro do Planeamento e das Infraestruturas

Um Orçamento eleitoralista? Pedro Marques nega. “Os quantitativos das devoluções dos rendimentos em sede de IRS ou do ponto de vista das carreiras [da Função Pública] já estavam, no essencial, no cenário macroeconómico do PS antes das eleições”, responde.

Olhando a medidas específicas, Pedro Marques considera o regime simplificado do IRS dos trabalhadores independentes “uma medida de justiça fiscal”, explicando que “pessoas que tenham uma situação mais complexa existe o sistema de contabilidade organizada também disponível” e “acontece ao mesmo tempo em que o mínimo de existência é alargado à categoria B”.

Fazemos este aumento de rendimentos e do investimento público, mantendo a trajetória de redução do défice e da dívida.

Pedro Marques

Ministro do Planeamento e das Infraestruturas

Se no caso das famílias há um alívio, nas empresas o aumento da derrama estadual aparece em compensação da redução da taxa de IRC verificada durante o Governo de Passos Coelho. ” A verdade é que quando foi feita aquela baixa de IRC não foi feita a compensação”, aponta o ministro.

 

Devolver rendimentos. E a dívida?

“A despesa estrutural tem de ser vista em relação aos recursos que a economia gera…” acrescenta ainda, e explica “fazemos este aumento de rendimentos e do investimento público, mantendo a trajetória de redução do défice e da dívida”.

Pedro Marques desvaloriza a redução mais lenta da dívida pública para 2018.Nós continuamos a ter a variação de meio ponto no saldo estrutural, que é muito importante“, relembra, e sublinha as diferenças: “Estamos aqui a discutir se estamos a andar muito depressa ou mais devagar para um défice de 1% do PIB”, quando o governo recebeu um saldo de mais de 4%, defende.

Quanto à necessidade de uma maior almofada financeira, tendo em conta o provável abrandamento da economia espanhola e inglesa, Pedro Marques volta a desvalorizar tendo em conta a evolução positiva no défice e na dívida pública. “Não me levem a mal, mas não me parece que isso faça sentido”, remata.

 

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EDP afunda. Bolsa de Lisboa em queda

A bolsa nacional está a perder valor, com a EDP a deslizar. As alterações na regulação propostas pela ERSE estão a ditar uma queda de quase 5% dos títulos da empresa liderada por António Mexia.

A EDP está a deslizar em bolsa. As ações da elétrica recuam quase 5%, penalizadas pela alteração à regulação proposta pela ERSE, levando a bolsa nacional a recuar quase 0,5%. As mexidas propostas pelo regulador já levaram o Haitong a cortar a recomendação da elétrica liderada por António Mexia, baixando também o preço-alvo atribuído à REN.

O índice de referência da bolsa nacional arrancou a semana com saldo negativo. Num dia que está a ser de ganhos para a generalidade dos índices europeus, Lisboa é a exceção. O PSI-20 cai 0,47% para 5.432,09 pontos, depois de três sessões consecutivas de ganhos, com a energia a destacar-se no pior e no melhor.

A elétrica liderada por António Mexia é o grande destaque da sessão. As ações da empresa seguem a perder 4,31% para 2,973 euros, tendo chegado a cair um máximo de 4,80% no seguimento da proposta de alteração à remuneração dos ativos regulados. Esta proposta da ERSE levou o Haitong a rever em baixa a recomendação da EDP.

“Reduzimos a recomendação da EDP para neutral (face a comprar), uma vez que as alterações na regulação em Portugal, tanto a nível da distribuição como da geração de eletricidade, foram significativamente mais duras do que prevíamos — e o mercado provavelmente também”, de acordo com os analistas do Haitong. Ao mesmo tempo, o banco de investimento cortou a avaliação da REN de 3,05 para 2,80 euros. A REN cai 1,09%.

Ainda na energia, a Galp Energia regista uma valorização de 0,16% para 15,45 euros no dia em que a petrolífera portuguesa revelou dados previsionais do terceiro trimestre. A empresa voltou a revelar um forte crescimento na produção de petróleo. Foram extraídos 92,4 mil barris de petróleo ou produto equivalente durante o último trimestre, uma evolução explicada pelo Brasil já que a produção em Angola encolheu. Isto num período marcado por preços do petróleo mais elevados, as margens de refinação aceleraram.

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Galp Energia aumenta produção de petróleo em quase 30%

A petrolífera portuguesa continua a revelar um crescimento da produção. No terceiro trimestre, foram extraídos 92,4 mil barris de petróleo, mais 29,2% face ao período homólogo.

A Galp Energia voltou a revelar um forte crescimento na produção de petróleo. Foram extraídos 92,4 mil barris de petróleo ou produto equivalente durante o último trimestre, uma evolução explicada pelo Brasil já que a produção em Angola encolheu. Num período marcado por preços do petróleo mais elevados, as margens de refinação aceleraram.

De acordo com os dados preliminares divulgados pela empresa liderada por Carlos Gomes da Silva — que vai revelar as contas finais a 30 de outubro –, a produção média de petróleo passou de 88,1 para 92,4 mil barris de petróleo ou produto equivalente, mais 29,2% que no período homólogo. No Brasil, a produção subiu 35,2%. Em Angola encolheu 23,2%.

Esta maior produção da matéria-prima aconteceu num trimestre em que os preços do petróleo estiveram mais elevados. O preço 13,6% acima do registado no mesmo trimestre do ano passado terá ajudado a empresa portuguesa a registar um forte aumento nas margens de refinação.

Segundo o comunicado enviado à CMVM, a Galp Energia nota que as margens de refinação de referência na Europa foram de 5,5 dólares por barril durante o terceiro trimestre, uma melhoria face ao trimestre homólogo e face ao trimestre anterior. Neste terceiro trimestre do ano, as vendas de produtos refinados da Galp Energia aumentaram em 5,1%.

Nota ainda para o gás, que apresentou uma evolução menos positiva neste período. As vendas totais de gás natural e gás natural liquefeito apresentaram uma descida de 1,9%.

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Dez mortos nos incêndios. “Problemas” vão repetir-se, diz António Costa

  • Lusa e ECO
  • 16 Outubro 2017

O primeiro-ministro afirma que nunca haveria bombeiros suficientes num dia com 523 incêndios. Segura a ministra e alerta que não há soluções mágicas para os fogos. Dez mortos confirmados.

O primeiro-ministro sustenta que não há bombeiros que cheguem num dia com 523 incêndios, como neste domingo, naquele que foi o pior dia de incêndios do ano, provocando dez mortos, segundo a SIC. António Costa advertiu ainda que não há soluções mágicas para os fogos florestais, admitindo mesmo que os “problemas” vão repetir-se. E, por isso, diz mesmo que é “infantil” transformar as consequências políticas numa demissão da ministra Constança Urbano de Sousa. Segundo o site da Autoridade Nacional de Proteção Civil, estão ainda ativos 90 incêndios, que estão a ser combatidos por mais de 4.000 veículos e mais de 1.000 operacionais.

António Costa assumiu estas posições no Comando Nacional de Operações de Socorro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Oeiras, distrito de Lisboa, tendo ao seu lado a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa. Confrontado com as múltiplas queixas de populações sobre falta de meios no combate aos incêndios florestais no domingo, o líder do executivo reagiu: “Quando se tem 523 incêndios, é evidente que não há bombeiros para acorrerem a todas as situações”.

Perante a questão se estas tragédias são então uma inevitabilidade em Portugal, António Costa negou. “Não, não é uma inevitabilidade”, mas “dias com mais de 500 ocorrências não se registava desde 2006. Este é o 22.º dia com maior número de ocorrências desde o princípio do século. E, portanto, é evidente que não há meios para acorrer a todas as necessidades”, justificou.

Há ainda 90 incêndios ativos em Portugal

Fonte: Autoridade Nacional da Proteção Civil

Falando em termos de médio prazo, o primeiro-ministro afastou então qualquer solução rápida para o problema dos incêndios florestais – “um problema que seguramente se vai repetir”. Dirigindo-se aos jornalistas, o líder do executivo declarou: “Se os senhores julgam que há alguma solução mágica para que se produzam efeitos na reforma da floresta, estão completamente enganados”.

O pior dia de incêndios do ano. No domingo, dia 15 de outubro, mais de 300 fogos florestais, mais de 20 estradas cortadas, dezenas de pessoas encurraladas, como sucedeu na IP3, mais de seis mil operacionais envolvidos e pelo menos já contabilizadas cinco mortes, duas em Penacova, no Distrito de Coimbra, duas em Oliveira do Hospital e uma na Sertã, em Castelo Branco. Há também, pelo menos 25 feridos. O Jornal de Notícias dava também conta de uma sexta vítima mortal, indireta, por ter entrado em contramão na autoestrada A25, na tentativa de fugir às chamas.

Pior domingo de incêndios do ano

Ao fim da tarde deste domingo, a adjunta de operações nacional da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar já tinha afirmado que este domingo “foi o pior dia do ano em matéria de incêndios”, tendo sido ultrapassados os 300 fogos florestais. “Já ultrapassámos os 303 incêndios desde a meia-noite”, afirmou Patrícia Gaspar, no ‘briefing’ das 17h30 aos jornalistas, sublinhando que estavam àquela hora “todos os meios disponíveis empenhados no combate aos incêndios”. E piorou.

No segundo ‘briefing’ à comunicação social, que ocorreu pelas 22h00, a adjunta de operações nacional disse que ainda estavam 108 fogos ativos e, desses, 33 eram de “importância elevada”, pela sua duração, pelos meios que concentram e “pela complexidade no terreno”. “Estamos perante um cenário operacional de elevada complexidade. Temos todos os meios do terreno para fazer os possíveis e impossíveis [para apagar as chamas]. Lançava novamente um apelo: estamos ainda durante o período crítico da defesa de floresta. O uso do fogo [nesta fase] é proibido“, disse Patrícia Gaspar, na sede na ANPC, em Oeiras, distrito de Lisboa.

O incêndio da Lousã foi o que mobilizou nesta noite de domingo mais meios no país (mais de 500 operacionais), estando os fogos de Alcobaça, Seia e Vale de Cambra a ser combatidos por mais de 300 operacionais cada um.

De acordo com a página oficial da Autoridade Nacional da Proteção Civil, às 20h15, o fogo que teve início pelas 08h40 na localidade de Vilarinhos, concelho da Lousã, distrito de Coimbra, era o que mobilizava mais operacionais – um total de 514, apoiados por 140 veículos e um helicóptero. Doze horas depois de ter deflagrado, tinha ainda duas frentes ativas.

Os dois fogos no concelho de Seia, no distrito da Guarda, eram combatidos por um total de 446 operacionais, apoiados por 138 veículos. Neste concelho um incêndio teve início em Sandomil às 10h26 e outro no Sabugeiro às 06h00 (sendo este o que tem maior número de operacionais). Continuavam, cada um, com quatro frentes ativas.

No concelho de Alcobaça (distrito de Leiria), destaque para dois incêndios (que tiveram início às 13h50 e às 14h30 em Praia da Légua e Burinhosa, ambos na freguesia de Pataias e Martingança). Estes fogos tinham duas frentes ativas e eram combatidos por um total de 307 operacionais, 89 veículos e um helicóptero.

Em Vale de Cambra, distrito de Aveiro, as chamas eram combatidas por 300 operacionais, apoiados por 93 veículos. Este fogo teve início às 07h15 e tinha ainda duas frentes ativas.
O incêndio da Sertã, distrito de Castelo Branco, estava a ser combatido por 278 operacionais, apoiados por 83 veículos.

Destaca-se ainda o fogo em Tomar, distrito de Santarém, que pelas 20h15 estava a ser combatido por 187 operacionais, apoiados por 51 veículos e um meio aéreo.

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Mestrado para executivos da Católica e Nova de Lisboa no ‘top 100’ do Financial Times

  • Lusa
  • 16 Outubro 2017

O The Lisbon MBA Executive subiu 14 lugares a nível mundial desde 2015. Está no 85.º lugar do ranking do Financial Times.

O master de Business & Administration conjunto das faculdades de economia da Universidade Nova de Lisboa e Universidade Católica é o único português entre os cem melhores do mundo para o Financial Times, ocupando o 85.º lugar.

O ‘The Lisbon MBA Executive’ subiu 14 lugares a nível mundial desde 2015, ano em que foi classificado na 99.ª posição, refere um comunicado conjunto da Católica Lisbon School of Business and Economics (Católica-Lisbon) e a Nova School of Business and Economics (Nova SBE).

“Esta subida é explicada, em grande parte, pelo progresso na carreira dos ex-alunos, nomeadamente uma subida salarial pós-MBA de 60% e um salário médio pós-MBA de 136.687 dólares (115.442 euros). Outros fatores valorizados no ranking são a diversidade e a qualidade do corpo docente e dos alunos, a componente internacional, bem como a qualidade da investigação de ambas as universidades”, apontam as duas instituições, em comunicado.

O ranking do Financial Times avaliou cem programas de formação para executivos de todo o mundo, tendo por base critérios divididos por três categorias genéricas: a progressão na carreira, sobretudo em termos salariais, a diversidade nas escolas, dando peso a percentagens elevadas no corpo estudantil de mulheres e alunos internacionais, e o número de doutorados.

O ‘The Lisbon MBA Executive’ é o único programa de formação português na lista do jornal britânico especializado em economia e finanças, ocupado a 85.ª posição a nível mundial e a 43.ª a nível europeu.

O ‘ranking’ é liderado pelo mestrado da Kellogg/HKUST Business School (China), seguindo-se o programa EMBA-Global Asia: Columbia/HKU/LBS (China/Reino Unido/Estados Unidos) e a fechar o pódio o mestrado da Tsinghua University/Insead (China/Singapura/França/Emirados Árabes Unidos).

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Brexit: May vai a Bruxelas para “impulsionar” as negociações

A primeira-ministra britânica vai esta semana a Bruxelas, acompanhada de David Davis, para uma reunião com os responsáveis pelas negociações pós-Brexit da UE. O objetivo é avançar.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, vai esta segunda-feira a Bruxelas para tentar impulsionar as negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), anunciou o porta-voz de Downing Street.

A líder conservadora reunir-se-á com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e com o negociador-chefe da União Europeia (UE) para o ‘Brexit’, Michel Barnier, acrescentou a mesma fonte, que assegurou que a reunião estava marcada “desde há semanas”.

De acordo com o porta-voz de Downing Street, May viajará acompanhada do seu ministro para o ‘Brexit’, David Davis, e está previsto que a chefe do Governo britânico se encontre com outros chefes de Governo antes da cimeira de líderes comunitários, marcada para os próximos dias 19 e 20 deste mês.

Entretanto, May falou domingo ao telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, com quem debateu o acordo nuclear com o Irão e sobre as negociações para a saída britânica da UE.

Relativamente ao ‘Brexit’, as duas dirigentes coincidiram na “importância de que haja um progresso construtivo contínuo”, segundo o porta-voz oficial.

As negociações entre Londres e Bruxelas encontram-se num ponto crítico depois de Michel Barnier, responsável pelas negociações do Brexit da parte da UE, ter concluído na semana passada que não foram feitos avanços suficientes na primeira fase do processo negocial para se poder passar à segunda, em que se deve encontrar um consenso para um acordo comercial bilateral.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Marta Santos Silva
  • 16 Outubro 2017

A Catalunha decide sobre a independência (outra vez), Itália fica mais perto de vender a sua companhia aérea em falência e a dívida portuguesa pode mexer.

A Catalunha tem de tomar uma decisão sobre a sua independência e os interessados na Alitalia têm de decidir se avançam com uma oferta. Os pormenores do orçamento da Segurança Social são desmontados ao milímetro e os juros da dívida portuguesa podem reagir quando os investidores, tendo digerido a proposta de Orçamento do Governo, decidirem favorável ou desfavoravelmente. Saiba a que estar atento esta segunda-feira.

O tempo acaba para a Catalunha

O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, enfrenta um prazo final: o Governo espanhol deu-lhe cinco dias para clarificar se tinha de facto declarado a independência da região. Na semana passada, Puigdemont fez um discurso no Parlamento regional em que anunciou que a Catalunha tinha vencido o direito a ser um Estado independente, de natureza republicana, mas que tencionava suspender a declaração para poder negociar pacificamente com Madrid. Mas Rajoy não quer esperar. Puigdemont terá de esclarecer tudo hoje.

Atenção aos juros da dívida

Após a publicação da proposta do Orçamento do Estado para 2018, é possível que os investidores estrangeiros estejam atentos à visão que o Governo tem para o país no ano que vem e que isso se reflita nos juros da dívida. Mais ainda, esta segunda-feira, o IGCP vai realizar um reembolso de seis mil milhões de euros aos investidores de Obrigações de Tesouro, descrito como um “trambolhão” na dívida por Mourinho Félix. Será que isso vai fazer mexer os juros da dívida portuguesa?

Como está o crédito ao consumo?

O Banco de Portugal revela esta segunda-feira os dados da concessão de crédito ao consumo relativos a agosto, desagregados por tipo de crédito. Em julho, houve uma ligeira travagem na concessão de crédito, a que apenas escaparam os empréstimos destinados à compra de carro. Na segunda, saberemos se a tendência se manteve em agosto.

Como vai ser o Orçamento da Segurança Social?

Do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em Lisboa, chegam mais esclarecimentos sobre a dotação para a Segurança Social em 2018, às 11h30. A conferência servirá para perceber melhor os detalhes complicados dos sistemas de pensões e subsídios com as alterações que daí advêm.

Termina o prazo para apresentação de ofertas pela Alitalia

Empresas ou grupos interessados em comprar a companhia aérea italiana Alitalia têm até esta segunda-feira para apresentarem as suas ofertas. Se a Ryanair já recuou após as suas centenas de cancelamentos de voos, a Lufthansa é uma dos 18 interessados a chegar-se à frente para criar “uma nova Alitalia”. Acompanhe esta segunda quais as ofertas que se concretizam.

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Não teve tempo no fim de semana para o Orçamento? Leia aqui o essencial

  • ECO
  • 16 Outubro 2017

Não teve tempo para acompanhar as notícias do Orçamento do Estado para 2018? O ECO fez um resumo das principais alterações que vão ser introduzidas no próximo ano.

O Governo entregou a proposta do Orçamento do Estado para 2018 na passada sexta-feira. É preciso ressalvar que esta é apenas uma proposta: até se chegar ao documento final do OE para o próximo ano que vai influenciar a sua vida, os deputados ainda o vão discutir na especialidade onde podem surgir casamentos improváveis. O ECO reúne neste artigo as principais notícias e simulações.

PIB, emprego, dívida e investimento público

O país vai crescer em 2018 exclusivamente à custa da procura interna. O PIB avança no próximo ano com um contributo nulo da procura externa — enquanto em 2017 esse contributo deverá ser negativo em 0,1 pontos percentuais. Já a procura interna contribui para a totalidade dos 2,2% de crescimento da atividade económica.

O reflexo de um ritmo mais lento da atividade económica será visível no mercado de trabalho. Depois de um aumento do emprego na ordem dos 2,7% estimado para este ano, no próximo a subida deverá ser mais tímida, apenas de 0,9%. Ainda assim, a taxa de desemprego continuará a recuar e deverá atingir os 8,6%.

Quanto à dívida, o rácio em relação ao PIB deve ficar nos 126,2% este ano e 123,5% no próximo ano. Acresce que o fardo da dívida vai cair uma vez que a fatura com os juros vai baixar 0,4 pontos percentuais. O Governo prevê uma poupança com os juros na ordem dos 307 milhões de euros em 2018

Se a proposta do Orçamento do Estado para 2018 for aprovada e executada tal como está, Portugal vai realizar um investimento público de 4.525 milhões de euros no próximo ano. O Governo promete assim um aumento de 40,4%. Não se impressione pelo número: em percentagem do PIB, esse valor continuará a ser um dos mais baixo das últimas duas décadas. Ainda assim, em termos brutos, o montante será o mais elevado desde 2011, a concretizar-se.

O défice deverá ficar em 1,4% este ano e 1% no próximo ano. O indicador que poderá ainda bater nos números de Bruxelas é o saldo estrutural. Na proposta do Orçamento do Estado para 2018, Mário Centeno promete o maior corte estrutural desde que é ministro: são 0,5 pontos percentuais do PIB. Isto significa que o Governo vai cumprir as metas de Bruxelas? Quase.

Política fiscal

Reversão parcial do “enorme aumento de impostos” no IRS

É o tema mais badalado das negociações do Orçamento do Estado para 2018. O Governo acabou por ceder, em parte, às reivindicações do BE e PCP. Em primeiro lugar, as novas regras vão trazer um mínimo de existência mais elevado do que os atuais 8.500 euros. O valor de isenção do IRS poderá chegar quase aos 9.000 euros — tal efeito vai chegar a salários até aos 681 euros.

Mas o principal alívio fiscal para os contribuintes chegará com a introdução de dois novos escalões de IRS e a mudança das taxas marginais aplicáveis em cada faixa de rendimento. As simulações da EY para o ECO mostram qual será o impacto nos rendimentos afetados pelas alterações de escalões, num ano em que não já será cobrada a sobretaxa por completo. O efeito do alívio nos contribuintes vai depender da atualização das tabelas de retenção na fonte.

Além disso, as simulações esclarecem o que acontece aos rendimentos entre 36,9 mil e 40 mil euros, cuja taxa aumentou, mas cuja tributação é compensada pelas taxas mais baixas nos escalões inferiores. Recorde-se que o IRS é um imposto progressivo.

Mais imposto sobre bebidas açucaradas, concentradas e alcoólicas

No terceiro Orçamento de Estado da atual solução governativa continua a estratégia de aumentar a tributação indireta. Em causa está uma subida dos impostos sobre as bebidas açucaradas, incluindo as bebidas concentradas, e alcoólicas (cerveja, licores e bebidas espirituosas), exceto o vinho, pelo segundo ano consecutivo. Os impostos devem aumentar cerca de 1,5%.

Novo imposto para produtos com alto teor de sal

Os alimentos como batatas fritas, bolachas ou cereais que tenham um elevado teor de sal vão passar a ser taxados. A receita será consignada a programas de promoção da saúde. A taxa será “de 0,8 cêntimos por cada quilograma” do produto acabado. Os produtos que tenham um teor de sal inferior a um grama por cada 100 estão isentos deste imposto.

Derrama estadual não sobe (para já)

Há dois anos que a esquerda o pede, mas desta vez deverá avançar mesmo a subida da derrama do IRC para empresas no terceiro escalão, de 7% para 9%. A medida foi dada como quase certa por João Oliveira, o líder parlamentar comunista. Contudo, na passada sexta-feira, o ECO apurou que a medida não ia constar da proposta de OE2018. E assim foi, a medida não consta, mas pode ser aprovada na especialidade até porque os vários partidos à esquerda já anunciaram que vão apresentar essa proposta de alteração.

Para as empresas há, no entanto, uma novidade de alívio fiscal: o Governo criou no OE um incentivo à capitalização das empresas, permitindo a dedução em sede de IRS até 20% do aumento de capital realizado em empresas que o necessitem. Mas há mais. António Costa anunciou na passada quinta-feira que serão tomadas quatro medidas de fundo para criar um quadro fiscal atrativo e que reforce os incentivos para o aumento de capitais próprios.

Por outro lado, as empresas que utilizem carvão, ou derivados do mesmo, para produzir energia vão ter um imposto extra. Esta medida vem ao encontro do objetivo do Governo de reduzir as emissões de gases poluentes. Esta taxa sobre estas empresas, que deverá chegar, entre outras, à EDP, de acordo com fontes do ECO, irá financiar tanto o sistema elétrico português, mas também deverá contribuir para uma redução do défice tarifário.

OE2018 abre exceções ao sigilo bancário

É uma medida enquadrada na legislação relativa à prevenção e repressão do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo que terá vida neste Orçamento. Em causa está o acesso a informação de clientes bancários pela Autoridade Tributária, o que agora não é possível. O Fisco poderá assim quebrar o sigilo bancário quando houver suspeitas da parte do Ministério Público ou da Política Judiciária.

Alteração no regime simplificado de IRS

O Governo vai alterar as regras do regime simplificado do IRS, estabelecendo que o rendimento tributável não pode ficar abaixo de um determinado nível. A mudança poderá resultar em aumentos de impostos, de acordo com os fiscalistas contactados pelo ECO. Contudo, o ministro das Finanças garante que não haverá agravamento.

Imposto do Selo sobre o crédito sobe em alguns casos

O Imposto do Selo aplicado em algumas situações de crédito vai aumentar no próximo ano até 14%. São feitas alterações à tabela geral do Imposto do Selo (IS) em três pontos das operações financeiras.

Assim, no crédito de prazo inferior a um ano (por cada mês ou fração) a taxa do IS sobe de 0,07% para 0,08%, no crédito de prazo igual ou superior a um ano a taxa aumenta de 0,9% para 1% e no crédito utilizado sob a forma de conta corrente, descoberto bancário ou qualquer outra forma em que o prazo de utilização não seja determinado ou determinável (onde se incluem os cartões de crédito) a taxa cresce de 0,07% para 0,08%.

Estudantes deslocados até 25 anos podem descontar 200 euros em rendas

As despesas com rendas de casa dos estudantes até 25 anos que estejam deslocados das famílias passam a contar para as deduções do IRS. Contudo, o limite anual previsto para este tipo de deduções é de apenas 200 euros. Ainda assim, o limite global para deduzir despesas de educação sobe dos atuais 800 euros para 900 euros, caso a diferença seja devida a este tipo de despesas.

Acresce que os jovens que estudem e trabalhem vão passar a pagar 10% de IRS nos salários auferidos. Estão incluídos os estudantes do ensino secundário, ensino pós-secundário não superior e os do ensino superior. No entanto, segundo o mesmo documento, existe a possibilidade de englobar os rendimentos na declaração de IRS do agregado — na maior parte dos casos com os pais.

Impostos sobre carros sobem

Volta a subir a tributação relativa aos automóveis. Comprar carro novo vai ficar mais caro no próximo ano, mas ter um veículo também exigirá um esforço suplementar aos portugueses. Em causa estão as subidas no Imposto Sobre Veículos (ISV) e no Imposto Único de Circulação (IUC). O aumento é de 1,4%. O ISP vai atualizar por via da inflação.

Vales-educação passam a pagar IRS na totalidade

Será outra medida a ser incluída no Orçamento: o fim dos benefícios fiscais sobre os vales-educação que muitas empresas atribuem a funcionários e sócios. Estes vales sociais passarão a pagar IRS na totalidade.

Reabilitação para habitação dá isenção de IMI até oito anos

Quem reabilitar imóveis e os destinar a habitação permanente, seja para arrendamento ou habitação própria, poderá ficar isento do Imposto Municipal sobre Imóveis durante oito anos. Esta isenção poderá ser renovada “a requerimento do proprietário, por mais cinco anos no caso de imóveis afetos a arrendamento para habitação permanente ou a habitação própria e permanente”.

Já no que toca ao adicional ao IMI, um problema que se levantou este ano fica resolvido no OE2018: os casais têm de declarar os imóveis partilhados até 15 de fevereiro caso queiram que o teto duplique para 1,2 milhões de euros.

E a carga fiscal?

Com todas estas mudanças, o Governo promete que a carga fiscal desça uma décima. Contudo, é preciso notar que com os novos números divulgados na proposta do OE2018, a carga fiscal no ano corrente vai agravar-se em duas décimas, depois de ter descido quatro décimas em 2016.

Trabalho e Segurança Social

Função Pública

Foram os dois temas mais quentes da discussão à volta da Função Pública: o descongelamento das progressões das carreiras e a integração dos precários, incluindo a vinculação de professores. No primeiro caso, as progressões nas carreiras da Função Pública vão ser pagas em quatro prestações, sendo que metade já chega em 2018.

A 1 de janeiro de 2018, os funcionários públicos que tenham reunido condições para progredir na carreira nos sete anos em que estas estiveram congeladas vão receber 25% da valorização salarial que merecem. A 1 de setembro de 2018, chegam mais 25%, com o ano a terminar com metade dos aumentos salariais a serem pagos aos funcionários públicos. Em 2019, vêm mais duas tranches de 25%: a primeira a 1 de maio e a segunda a 1 de dezembro.

Já na passada quinta-feira à noite, o Ministério das Finanças assegurou que os cortes no valor das horas extraordinárias dos trabalhadores da Administração Pública vão acabar a partir de 1 de janeiro de 2018, sem qualquer faseamento. “Foi-nos dito exatamente agora que o trabalho suplementar e extraordinário será pago por inteiro a partir do dia 1 de janeiro de 2018 a todos os trabalhadores da Administração Pública”, garantiu também o dirigente da FESAP, José Abraão.

No caso da integração dos precários, a única certeza para já é que os trabalhadores precários da Administração Pública terão a sua situação regularizada até 31 de maio do próximo ano. Foram mais de 30 mil os precários que entregaram requerimentos com vista à regularização da sua situação. Este processo está a ser tratado paralelamente ao OE, mas o Governo argumenta que não terá impacto orçamental porque os salários já são atualmente pagos, ainda que num contrato diferente.

Acresce ainda a vinculação de professores que o Bloco de Esquerda anunciou na passada quinta-feira: Orçamento do Estado incluirá regras que vão permitir a vinculação de, pelo menos, mais 3.500 professores.

Aumento extraordinário nas pensões

Na passada quinta-feira à tarde foi revelado que o Governo aceitou dar um aumento mínimo até dez euros, ou de seis euros, aos pensionistas, mas essa garantia só será dada em agosto de 2018. Ou seja: em janeiro, os reformados terão a sua pensão atualizada de acordo com a lei. Quem tiver aumentos inferiores a dez euros, ou seis, no caso de um conjunto de pensões mínimas, receberá em agosto o remanescente até completar esta subida extraordinária. A medida custa 35 milhões de euros.

Parte dos lucros das empresas vão financiar a Segurança Social

O Governo propôs que uma parte das receitas do IRC — imposto pago pelas empresas — seja consignado ao financiamento da Segurança Social. A ideia é consignar dois pontos percentuais das taxas previstas no Código do IRC ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS). A consignação é faseada: 0,5 p.p. e 2018, 1 p.p. em 2019, 1,5 p.p. em 2020 e 2 p.p. em 2021. Ao todo são 70 milhões de euros em 2018.

TSU diferente para empresas com mais rotatividade

O Governo planeia alterar a Taxa Social Única paga pelas empresas consoante a modalidade de contrato de trabalho. Esta é uma autorização legislativa pelo que o Executivo tem os 12 meses em que o OE se aplica para avançar, caso queira. A ideia é penalizar as empresas que recorrem a contratos precários e apostam na alta rotatividade dos seus quadros.

E mais um leque de medidas…

Fora dos principais temas, também há novas propostas: o Ministério da Administração Interna ficará isento de cativações, haverá mais 250 postos de carregamento para carros elétricos, os jogadores estrangeiros vão poder participar nos jogos online em Portugal, o Executivo vai dar menos dinheiro aos portos e às empresas de transporte, os trabalhadores do privado vão voltar a poder optar por duodécimos, o OE vai ainda apertar para 2% o limite de subida do endividamento das empresas públicas e, por fim, o Governo prevê que seja possível deduzir no IRS a totalidade do IVA suportado com a aquisição de serviços de mobilidade partilhada, nomeadamente automóveis e bicicletas.

Sabe-se ainda que a tributação sobre instrumento musicais vai cair de 23% para 13%, a taxa de audiovisual mantém-se, as taxas extra pagas pela banca, energia e farmacêuticas continuam e que o Governo abre a porta a mudar o IVA dos parques temáticos. Acresce que o Governo mudou a regra de contratação do Estado, pondo fim à saída de dois funcionários e à entrada de um. Agora saem três e entram dois, o que suaviza o impacto.

Pode ler aqui quanto vale cada medida prevista no OE e aqui quanto é que cada ministério vai poder gastar no próximo ano.

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É hoje que a dívida dá o trambolhão prometido

Portugal dá hoje uma machadada importante na dívida pública com reembolso de seis mil milhões de euros ao mercado. Economistas falam em riscos na "gestão orçamental" do endividamento pelo Governo.

É hoje que a dívida pública dá o trambolhão prometido pelo Governo. Em causa está o reembolso aos investidores de obrigações do Tesouro no montante de seis mil milhões de euros que o IGCP tem agendado para esta segunda-feira. Esta dívida foi emitida há exatamente dez anos. É agora liquidada e vai resultar na maior redução anual do endividamento público dos últimos 19 anos. Palavra de Mário Centeno.

Foi a 13 junho de 2007 que o instituto que gere a dívida pública abriu uma linha de obrigações com o cupão de 4,35% a vencer a 16 de outubro de 2017. Nessa operação levantou mil milhões de euros, mas haveria de reabrir esta linha em mais ocasiões num montante que agora totaliza os 6.082 milhões de euros e que o Tesouro terá de devolver hoje.

Para o Governo, este reembolso marca o início de uma trajetória favorável na dívida pública que deverá reduzir o rácio da dívida pública para 126,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no final deste ano, segundo a última previsão oficial inscrita na proposta de Orçamento do Estado para 2018. Talvez por isso esta operação tenha sido salientada publicamente por vários responsáveis do Executivo, incluindo o próprio primeiro-ministro, António Costa, como ponto de viragem no stock bruto de dívida pública que em agosto superou pela primeira vez o patamar psicológico de 250 mil milhões de euros (mais de 132% do PIB).

Ao ECO, Ricardo Mourinho Félix, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças, foi bastante elucidativo nas palavras que utilizou para abordar o resultado da devolução de outubro aos credores: “A dívida vai dar um trambolhão” em outubro.

Calendário de amortizações de dívida nos próximos anos

Valores em milhões de euros.IGCP

Além deste reembolso, o Governo conta ainda com um novo pagamento antecipado de três mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para abater ainda mais a dívida pública em 2017 — um total de 8,3 mil milhões, conforme está previsto na proposta orçamental apresentada na última sexta-feira. Este ritmo de devoluções ao Fundo vai acelerar na reta final do ano com o empurrão da Standard & Poor’s, que retirou Portugal do nível “lixo” no mês passado, numa estratégia que visa substituir a dívida oficial mais onerosa por nova dívida no mercado com encargos bem mais baixos.

Assim sendo, contas feitas, está em vista uma redução de nove mil milhões de euros da dívida até final do ano. Incorporando informações mais recentes, até das próprias expectativas para o bom desempenho da economia, o FMI veio dizer esta semana que o trambolhão será maior do que o previsto por Lisboa: a dívida cai para 125,7% do PIB.

No próximo ano, a dívida volta a cair para 123,5% do PIB, com o Governo a ser mais otimista do que as instituições internacionais mas em linha com as mais recentes projeções do Conselho de Finanças Públicas. E está também mais confiante do que os economistas, que não deixam de apontar os riscos inerentes às opções orçamentais de Centeno e Costa.

Apesar da queda da dívida, o Orçamento do Estado faz-se notar pela na ausência de medidas para reduzir estruturalmente o défice e a dívida. Ou seja, o Executivo está a contar com a força da economia para baixar a dívida, deixando de lado medidas de redução mais permanentes no tempo.

Numa análise ao Orçamento do Estado para 2018 exclusiva para o ECO, Joaquim Miranda Sarmento não deixou de apontar que o governo “prossegue a estratégia de consolidação orçamental baseada quase exclusivamente no crescimento nominal“.

“É cada vez mais claro que o país precisa de uma estratégia de consolidação orçamental com medidas estruturais e não apenas com a ‘bonança’ de um crescimento económico um pouco melhor que o dos últimos anos”, notou o professor de finanças do ISEG, notando que o défice estrutural (que desconta o efeito do ciclo da economia) deverá manter-se nos 2%, “podendo mesmo agravar-se”.

"É cada vez mais claro que o país precisa de uma estratégia de consolidação orçamental com medidas estruturais e não apenas com a “bonança” de um crescimento económico um pouco melhor que o dos últimos anos.”

Joaquim Miranda Sarmento

Professor do ISEG

Para Ricardo Santos, economista da Applied Global Macro Research, apesar das boas indicações da economia e até do próprio sistema financeiro (que nos últimos anos foi também responsável pelo aumento da dívida), “é necessário que Portugal mantenha o rumo de consolidação orçamental para ter alguma ‘folga’ na próxima recessão”.

“Mais importante até do que cumprir escrupulosamente os objetivos de redução de dívida do tratado orçamental, é mesmo continuar a reduzir a dívida de uma forma consistente. Em bom rigor, os mercados e as agencias de rating estão mais preocupados com a consistência da redução do que com o cumprimento escrupuloso dos tratados”, sublinha Ricardo Santos.

"É necessário que Portugal mantenha o rumo de consolidação orçamental para ter alguma “folga” na próxima recessão. E mais importante até do que cumprir escrupulosamente os objetivos de redução de dívida do tratado orçamental, é mesmo continuar a reduzir a dívida de uma forma consistente.”

Ricardo Santos

Economista da Applied Global Macro Research

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