Trump já assinou. O que muda com a reforma fiscal nos EUA?
Trump queria dar como prenda de Natal aos norte-americanos um "massivo corte de impostos". Dias antes das festas, chega o presente, mas pode vir envenenado.
Há mais de um ano que o mundo ouve a mesma expressão. “Vou implementar o maior corte de impostos que os EUA já viram”, repete, vezes a fio, o Presidente Donald Trump. Após entraves à esquerda e à direita, alertas para o aumento da despesa pública e para o impacto nos cidadãos mais pobres, o presidente — ou melhor dizendo, os republicanos — conseguiram ver a sua reforma a avançar. Até agora, só faltava uma assinatura para que se tornasse oficial.
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Esta é uma das primeiras vitórias de Donald Trump conseguiu atingir desde que pisou pela primeira vez a Sala Oval como Presidente da maior potência mundial, visto que os seus planos para afastar e substituir o plano de saúde implementado por Barack Obama não têm tido sucesso e o muro a constituir na fronteira com o México está longe de dividir concretamente os dois países — ainda que este assunto já divida os seus pontos de vista.
Assim, após propostas, rascunhos, o novo plano fiscal de Donald Trump que têm como principal objetivo pôr a economia a avançar e cortar com as injustiças e erros que, segundo o mesmo, têm sido cometidas pelos seus antecessores prevê que:
- As empresas vejam o imposto sobre o rendimento reduzido de 35% para 21%;
- As tabelas de tributação continuem a ter sete escalões, mas que o escalão mais alto deixa de pagar 39,6% para pagar 37% de imposto sobre o rendimento;
- O último escalão também aumente o limite inferior de 418.400 dólares, no caso dos singulares, para 500.000 dólares, enquanto no caso dos casais este aumenta de 460.700 dólares para 600.000 dólares.
- As empresas não paguem nada para repatriar lucros, mas se quiserem movimentar dinheiro para o exterior passem a pagar 20% de imposto sobre esse dinheiro que sai;
- As deduções aumentem de 6.350 dólares para 12.000 dólares, no caso dos contribuintes singulares, e de 20.700 para 24.000 dólares quando se fala em casais;
- A pensão de alimentos deixe de ser dedutível para quem paga e tributável para quem recebe, nos divórcios apresentados após 2019;
- As heranças inferiores a 22 milhões, no caso dos casais, deixam de ser tributadas;
- Quem não tiver um plano de saúde deixe de pagar uma coima.
Muitas destas medidas têm uma data de reversão prevista — 2025 –, ou seja, bem após Trump sair da Casa Branca, mesmo que cumpra um segundo mandato. A Administração justifica isto com razões orçamentais. Será então o próximo Presidente que terá de se preocupar com um novo plano fiscal.
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Prevê-se que, com estas medidas, os americanos sejam aliviados de 1,5 biliões de dólares em impostos. A dúvida de muitos está na forma como estes alívios vão ser aplicados. É o caso do Congressional Budget Office que aponta para que cerca de metade da população vai pagar menos, mas os mais ricos sairão beneficiados.
A análise deste organismo independente revela que 44% dos contribuintes terão uma redução na carga fiscal. No entanto, os milionários, ou aqueles que ganham entre 100 e 500 mil dólares por ano, serão os maiores beneficiários da reforma fiscal de Trump.
Em 2019, os americanos que ganhem menos de 30 mil dólares vão ficar pior com a reforma fiscal agora aprovada pelo Senado. Em 2021, os que ganhem 40 mil, ou menos, vão perder com esta revisão da fiscalidade, enquanto, em 2027, a maioria dos que auferem até 75 mil dólares ao ano será penalizada. E o défice dos EUA vai crescer 1,4 biliões de dólares durante a próxima década.
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