Lisboa pela 1ª vez em relatório global sobre startups

Chama-se The Global Startup Ecosystem Report e é um dos principais relatórios anuais sobre a área do empreendedorismo. A capital portuguesa está no radar este ano e, pela primeira vez.

A plataforma da Câmara Municipal de Lisboa que serve para promover o empreendedorismo, a Made of Lisboa, divulgou esta terça-feira que a capital portuguesa faz, pela primeira vez, parte do relatório mundial deste ano sobre o ecossistema das startups. Apesar de continuar fora do top 20 das principais cidades, o projeto Genome dedica duas páginas do relatório à situação lisboeta, fazendo um raio-x às principais suas características.

O Startup Genome é um projeto da comunidade empreendedora para analisar o ecossistema global de startups. O objetivo é impulsionar o movimento a nível mundial e, para isso, divulgam anualmente um relatório de São Francisco (EUA) para o mundo: este ano decidiram, de forma inédita, que Lisboa faria parte do extenso trabalho. Em apenas duas páginas, o Startup Genome reúne dados sobre Lisboa, tendo contactado com a incubadora Startup Lisboa, a Câmara e a aceleradora Beta-i.

Raio-X do relatório de 2017 do Startup Genome à realidade do empreendedorismo lisboeta.

Um dos dados curiosos é que a taxa de fundação de startups por mulheres é superior à média global: 17% contra 16%. Contudo, Lisboa tem menos fundadores imigrantes: 15% face à média mundial de 19%. Quanto ao público-alvo das startups lisboetas, os consumidores estrangeiros representam 34% do total, acima dos 23% de média global.

Uma das observações feitas pela plataforma Made of Lisboa é que um ecossistema empreendedor precisa de 10 ou mais anos para se desenvolver por causa da atração de investimento que se pretende ter. Segundo o relatório, o crescimento em Lisboa tem sido exponencial, também graças às startups que se moveram de um local para outro (Lisboa está em 2º no destino dentro da Europa). “O nosso ecossistema empreendedor é muito jovem mas estamos preparados para um crescimento global. Asseguro que iremos trabalhar na direção correta”, garantiu Duarte Cordeiro, vice-presidente do município, ao Genome Project.

Apesar de Lisboa passar a estar no radar — como tem vindo a ser notório pela chegada do Web Summit –, a capital está fora do top 20 dos melhores ecossistemas para quem quer fundar uma startup. Essa lista continua a ser dominada por Silicon Valley e Nova Iorque (EUA), seguidas de Londres, Beijing e Boston. Além de Londres, apenas se destacam as cidades europeias de Berlim (7º lugar), Paris (11º lugar), Estocolmo (14º lugar) e Amesterdão (19º lugar). Eis a lista completa:

  1. Silicon Valley
  2. Nova Iorque
  3. Londres
  4. Beijing
  5. Boston
  6. Tel Aviv
  7. Berlim
  8. Shanghai
  9. Los Angeles
  10. Seattle
  11. Paris
  12. Singapura
  13. Austin
  14. Estocolmo
  15. Vancouver
  16. Toronto
  17. Sydney
  18. Chicago
  19. Amesterdão
  20. Bangalore

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Porque é que a Google e a Apple são tão boas? Porque têm os melhores trabalhadores

  • ECO
  • 15 Março 2017

Resume-se tudo a três fatores: ter uma equipa de trabalhadores de topo, eliminar a burocracia e gastos desnecessários com o controlo do pessoal, e ter líderes inspiradores.

Algumas das maiores empresas à escala mundial — como a Apple, a Netflix, a Google e a Dell — são 40% mais produtivas que a maioria. A conclusão é de um estudo da consultora Bain & Company, citado pela Fast Company, que quis averiguar que fatores influenciam o nível de produtividade dos colaboradores destas empresas. Sabe os resultados? A receita para o sucesso combina elevado nível de organização no trabalho, definição muito clara das prioridades, confiança nos membros dos vários escalões dentro da companhia e liderança forte.

Isto significa que os seus colaboradores não têm de ser todos ‘superestrelas’: “O estudo concluiu que estas empresas só têm 16% de ‘estrelas’ (profissionais que se destacam realmente dos demais), enquanto outras companhias têm 15%”, afirmou Michael Mankins, parceiro da Bain & Company e autor do livro “TIME | TALENT | ENERGY: Overcome Organizational Drag and Unleash Your Team’s Productive Power”.

Ou seja, a diferença não está na quantidade mas na qualidade. Os trabalhadores de grandes empresas de doze setores industriais a nível mundial elegeram as três componentes humanas que afetam mais que qualquer outra coisa a produtividade de uma empresa: tempo, talento e energia.

“Estes trabalhadores conseguem ter mais trabalho concluído às 10h de uma terça-feira de manhã do que outros, numa semana inteira”, disse Mankins. “E esta diferença acumula-se a cada ano. Ao fim de uma década, conseguem produzir até 30 vezes mais do que as restantes empresas, tendo o mesmo número de trabalhadores”.

No seu livro, Mankins identificou ainda os três principais fatores que influenciam a produtividade das empresas:

1. Realçar as estrelas

Ao contrário da maioria das empresas — que aposta numa cultura igualitária entre os seus trabalhadores — gigantes como a Google e a Apple realçam os seus melhores colaboradores. “Eles selecionam uma mão cheia de postos que são mesmo essenciais para o negócio, que afetam a estratégia da companhia para o sucesso e a sua execução, e preenchem 95% destes lugares com esses trabalhadores de topo”, explicou Mankins. “Os restantes postos ficam para os colaboradores menos qualificados”.

No caso específico do iOS 10, a Apple só usou trabalhadores de topo, porque era uma missão crítica e de grande relevo. O trabalho de equipa foi recompensado no final, sob a condição de que nenhum dos indivíduos receberia uma recompensa à parte se a equipa inteira não a recebesse também. “Por cada membro da equipa que não é uma ‘estrela’, a produtividade desce”, explicou Mankins. “Se a equipa inteira foi constituída por estrelas, a produtividade torna-se bastante elevada”.

2. Eliminar a burocracia

Um estudo da Harvard Business Review mostrou que a burocracia custa à economia mais de três biliões de dólares todos os anos. Uma companhia mediana perde mais de 25% da sua capacidade produtiva com os atrasos e arrastos na organização, processos burocráticos que desperdiçam tempo e impedem as pessoas de conseguirem fazer o que precisa de ser feito, refere Mankins. Isto costuma acontecer à medida que as companhias crescem, porque a tendência é substituir as avaliações de cada caso por um processo geral para todos.

O mais comum desses processos é o que diz respeito à gestão dos empregados, alerta Mankins. “Na maior parte das empresas, há audições e limites para as despesas, e os empregados são todos vigiados. Na Netflix, pelo contrário, não há política de gastos. A única política existente é “faz o melhor em prol da empresa”. A companhia está a dizer aos seus trabalhadores: ‘Acreditamos que não estás aqui para pilhar a companhia, por isso não vamos dar início a processos que vão desperdiçar dinheiro, tempo e energia que podiam ser aproveitados para aumentar a produção’. Eles dizem aos trabalhadores para usarem o seu bom senso, porque podem ser mais produtivos se não forem restringidos”, explicou.

3. Uma liderança inspiradora

Um trabalhador comprometido é, em média, 44% mais produtivo que um trabalhador simplesmente satisfeito. Mas um trabalhador que se sinta inspirado pelo trabalho e pelo ambiente que encontra no local do trabalho é cerca de 125% mais produtivo que um trabalhador simplesmente satisfeito, alertou Mankins.

“Foi-nos ensinado que, ou és um General Patton e consegues inspirar os outros, ou não és, mas isto não é verdade”, avisou o autor do livro. “Pode aprender-se a ser um líder inspirador. As companhias que reconhecem isto e investem em melhorar nesse aspeto criam um impacto significativo no seu nível de produção”.

A Dell Technologies reconheceu a diferença entre equipas que se sentiam inspiradas pelos seus líderes e as restantes. “As equipas de vendas lideradas por alguém inspirador são 6% mais produtivas que aquelas que não são, e esses 6% convertem-se numa receita de mais mil milhões de dólares ao fim do ano. Ou seja, a má liderança custa dinheiro às empresas”.

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Portugal entre os países com maior crescimento do emprego

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 15 Março 2017

Portugal regista o sexto maior crescimento homólogo do emprego. Em comparação trimestral, porém, o avanço é mais comedido e desacelerou.

Portugal foi um dos países que registou maior crescimento do emprego nos últimos três meses de 2016, se a comparação for feita com o período homólogo. Em termos trimestrais, o emprego também avançou, mas a um ritmo mais comedido.

De acordo com os dados do Eurostat divulgados esta quarta-feira, o emprego em Portugal cresceu 2,4% entre outubro e dezembro de 2016, face aos mesmos três meses de 2015. É o sexto crescimento mais significativo no seio da União Europeia, ultrapassado por Malta (5,1%), Luxemburgo (3,2%), Chipre (3%), Irlanda (2,8%) e Eslováquia (2,6%). Espanha e Eslovénia apresentam o mesmo valor que Portugal.

Por outro lado, cinco países registaram quebras de emprego, com a Roménia a apresentar o pior valor (-1,2%).

No conjunto dos estados-membros, o emprego cresceu 1%. Na zona euro, subiu 1,1%.

Fonte: Eurostat

Os avanços são menos significativos em comparação trimestral. Face ao terceiro trimestre, o emprego cresceu 0,4% em Portugal, desacelerando face ao trimestre anterior, quando chegou a registar uma subida de 1,3%.

Neste caso, Portugal aproxima-se da média (0,2% na UE e 0,3% na zona euro), ultrapassado por vários estados membros. No topo da tabela, está Malta (1,9%) e na base está Estónia (-1,5%), indicam os dados ajustados de sazonalidade.

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Centeno vai ser ouvido sobre offshores

Mário Centeno vai ter de ser ouvido na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças sobre a polémica das offshores. O pedido do PSD foi aprovado esta manhã.

Os deputados aprovaram por unanimidade, esta quarta-feira de manhã, o requerimento do PSD para que Mário Centeno seja ouvido sobre a polémica das offshores. A exigência dos social-democratas foi divulgada na passada sexta-feira, argumentando que a grande maioria das transferências omissas deveriam ter sido fiscalizadas pelo Governo do PS. A audição do ministro das Finanças segue-se às já realizadas ao ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, e ao atual responsável da pasta, Rocha Andrade. A audição será agendada pela comissão de Orçamento e Finanças.

Na semana passada, o deputado do PSD, António Leitão Amaro, justificou o requerimento com o facto de terem recebido “um documento oficial que confirma que 18 das 20 transferências só poderiam ser fiscalizadas pelo atual Governo”, especificando que sete dessas transferências chegaram ao Fisco depois das legislativas e que quatro delas correspondem a declarações que só chegaram em 2016. “Depois das imprudentes declarações do primeiro-ministro, vamos chamar o ministro das Finanças”, declarou.

A resposta não tardou a vir do lado do Partido Socialista. “Os 10 mil milhões de euros transferidos para offshores, foram transferidos durante o período de 2011 a 2014 integralmente, sublinho, integralmente, durante a vigência do 19º governo constitucional, o Governo do PSD/CDS”, frisou o deputado do PS, Eurico Brilhante Dias, especificando que três das declarações que dizem respeito a 2012, 2013 e 2014 totalizam 80% das transferências. “Querer atirar de forma pouco séria responsabilidades para o Governo que hoje está em funções é uma manobra política que o Partido Socialista está a denunciar e que não se calará”, avisou.

Em causa está a polémica à volta de uma discrepância nos números identificados aquando da publicação das estatísticas por parte da Autoridade Tributária: existem dez mil milhões de euros em transferências para offshores respeitantes ao período de 2012- 2014 que não foram fiscalizadas pela AT. O levantamento dos valores reportados nas declarações submetidas pelos bancos com a utilização de um novo software informático permitiu identificar 21.146 operações que não foram transmitidas para os serviços centrais do Fisco. A causa, segundo os esclarecimentos prestado no Parlamento, estará num erro informático.

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Dormidas aceleram no arranque do ano. Estrangeiros dominam

O turismo continua a dar bons sinais. As dormidas voltaram a crescer no arranque do ano, especialmente por causa dos não residentes. Os britânicos dominam, mas o brasileiros registam o maior aumento.

Portugal continua a dar cartas no turismo. Prova disso são os resultados apresentados pela hotelaria que, no primeiro mês deste ano, continuaram a registar fortes aumentos no número de hóspedes. Houve um elevado crescimento das dormidas de não residentes, com os britânicos a destacarem-se. Contudo, verificou-se, segundo o INE, uma evolução expressiva das dormidas de turistas brasileiros.

“A hotelaria registou 984,6 mil hóspedes e 2,4 milhões de dormidas em janeiro de 2017, equivalendo a acréscimos homólogos de 14,0% e 12,6% (+8,1% e +10,6% respetivamente em dezembro de 2016). As dormidas do mercado interno aumentaram 2,4%, e as de mercados externos cresceram 17,6%” refere o INE.

O INE diz que “as dormidas em hotéis apresentaram um crescimento de 15,3% e corresponderam a 71,7% do total“, sendo que o aumento de dormidas nas Pousadas foi significativo (+37,1%) face a dezembro (+17,0%), acrescenta. E quem dorme na hotelaria em Portugal? Essencialmente os estrangeiros.

“O mercado interno contribuiu com 721,7 mil dormidas (um aumento de 2,4%), mantendo a tendência de desaceleração dos últimos dois meses. Os mercados externos apresentaram crescimento expressivo, com um aumento de 17,6% em janeiro (1,7 milhões de dormidas)”, nota.

As dormidas de residentes no Reino Unido desaceleraram em janeiro (+5,2%). A Alemanha (14,0% do total) registou um crescimento de 16,2%, já o mercado espanhol voltou a crescer (+11,9%), representando 8,8% do total de dormidas. “Tal como nos meses anteriores, o Brasil destacou-se, com um crescimento de 62,0% em janeiro, tendo sido o terceiro maior mercado neste mês”, nota o INE.

As “dormidas aumentaram em todas as regiões, mais acentuadamente na Área Metropolitana de Lisboa (com um aumento de 20,8%), Alentejo (12,3%) e Algarve (11,6%). O principal destino foi a AM Lisboa (31,9% do total), com aumento de quota (2,2 pontos percentuais face a janeiro de 2016), secundado pelo Algarve (20,1%) e RA Madeira (19,0%)”, conclui.

(Notícia atualizada às 11h30 com mais informação)

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Costa quer maioria de dois terços para grandes projetos como novo aeroporto

  • Lusa
  • 15 Março 2017

Grandes projetos de obras públicas devem ser aprovados com elevada seletividade e por maioria parlamentar de dois terços, defendeu hoje o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro defendeu hoje que os grandes projetos de obras públicas devem ser aprovados com elevada seletividade e por maioria parlamentar de dois terços, dando como exemplo o aeroporto de Lisboa, que se tornou questão de “emergência”.

A ideia de amplos consensos políticos para a aprovação de grandes projetos nacionais constou do programa eleitoral do PS em 2015 e foi hoje retomada por António Costa no discurso que proferiu na sessão de abertura da conferência sobre o investimento público em Portugal na Fundação Calouste Gulbenkian – uma iniciativa do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que o primeiro-ministro saudou.

Na sua intervenção, António Costa defendeu que se verifica em Portugal “uma trajetória auspiciosa” ao nível do investimento, mas advertiu que o país enfrenta constrangimentos orçamentais que requerem “seletividade” ao no que respeita às opções em termos de investimentos públicos.

“Nos programas [comunitários] pós 2020 temos de ter uma validação de votação mínima por dois terços na Assembleia da República, de forma a assegurar a estabilidade política de investimentos. Estes projetos, tendo por natureza uma dimensão que excedem a duração de uma legislatura, têm necessariamente que possuir um consenso político alargado para terem estabilidade”, sustentou.

O primeiro-ministro deu como exemplo as decisões sobre aeroportos, que são projetos “para um século”, dizendo então que o país “tem de aprender com erros do passado”, designadamente com o processo em torno da discussão da expansão e construção do novo aeroporto de Lisboa.

“O país não pode desgastar-se durante anos com debates em torno de infraestruturas que são ou não fundamentais, fazendo investimentos que depois são considerados desnecessários e, por outro lado, adiando investimentos que depois se revelam como sendo absolutamente essenciais. A história do aeroporto de Lisboa deve ser um ‘case study’ em todas as universidades do mundo, mas é bom constatar que há hoje um consenso elevado em verificar que expetativas antes tidas como megalómanas são agora encaradas como urgentes e como um problema que só pode ser resolvido no quadro da emergência, sob pena de colocar em causa a sustentabilidade do crescimento do turismo e da atividade económica na região”, declarou o primeiro-ministro.

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Petróleo soma quase 2%. A culpa é das reservas nos EUA

As cotações da matéria-prima recuperam do maior ciclo de quedas desde novembro. Os inventários da matéria-prima nos EUA terão caído em 531 mil barris na última semana.

As cotações do petróleo seguem em forte alta nos mercados internacionais, com a matéria-prima a recuperar do maior ciclo de perdas desde novembro. O preço do barril avança perto de 2%, apoiado pela expectativa dos investidores de uma quebra das reservas de crude nos EUA.

O barril de Brent transacionado no mercado londrino, que na última sessão esteve a transacionar nos 50 dólares, segue a valorizar 1,55%, para os 51,71 dólares, enquanto o crude transacionado em Nova Iorque avança 1,82%, para os 48,59 dólares por barril.

A subida das cotações da matéria-prima acontece no dia em que o American Petroleum Institute deverá revelar que as reservas de crude da maior economia do mundo encolheram em 531 mil barris na semana passada, de acordo com os analistas consultados pela Bloomberg.

Petróleo em alta

O avanço dos preços do petróleo registado nesta sessão acontece após um ciclo de quedas que se prolongou por seis sessões (o maior desde novembro) no caso do Brent, a matéria-prima que serve de referência para as importações nacionais. O aumento da produção por parte da Arábia Saudita veio alimentar dúvidas sobre a eficácia dos cortes de produção anunciados pela OPEP.

 

"Assistimos a uma queda severa dos preços, por isso não é uma surpresa ver um salto nas reservas.”

Michael McCarthy, CMC Markets

Assistimos a uma queda severa dos preços, por isso não é uma surpresa ver um salto nas reservas“, afirmou Michael McCarthy, responsável pela estratégia de mercados da CMC, em Sidney, na Austrália, à Bloomberg, para justificar o avanço das cotações da matéria-prima registado nesta sessão.

Os receios são de que os produtores norte-americanos estejam a repor os cortes de produção da OPEP. Os números inventários oficiais de crude serão importantes”, acrescentou o mesmo especialista.

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Portugal coloca 1.250 milhões com juros ainda mais negativos

O Tesouro português colocou esta quarta-feira 1.250 milhões de euros com juros negativos recorde. Procura foi robusta, mas IGCP optou por colocar montante mínimo pretendido.

Portugal voltou esta quarta-feira a financiar-se a um custo mais baixo. No total, o Tesouro português conseguiu colocar no mercado 1.250 milhões de euros em dívida de curto-prazo. Em ambos os leilões, de 6 e 12 meses, a agência liderada por Cristina Casalinho alcançou juros ainda mais negativos.

Em ambas as linhas, a procura foi amplamente robusta para atirar as taxas para mínimos históricos, isto apesar de o IGCP ter optado por colocar apenas o montante mínimo que pretendia. Conseguiu arrecadar 1.000 milhões de euros em bilhetes do Tesouro a 12 meses, tendo registado um juro médio de -0,112%, abaixo do juro de -0,047% que havia observado há dois meses numa operação semelhante. E obteve ainda 250 milhões de euros em títulos a seis meses, com a taxa a situar-se nos -0,158%, que compara com os -0,091% do último leilão.

Com o risco de Portugal a agravar-se desde o início do ano, situação que se tem repercutido num agravamento dos custos de financiamento de longo prazo, o país tem registado uma tendência inversa nos leilões de curto prazo, com os investidores interessados em “pagar” para absorver títulos nacionais com maturidade que não vão além dos 12 meses.

Para os analistas, esta situação reflete-se num conjugação de fatores que, entre outras coisas, têm ver com a taxa de depósitos do Banco Central Europeu (BCE) em -0,4%, que leva os bancos a procurarem outras soluções menos onerosas para ter o seu dinheiro em aplicações com bastante liquidez, e também com as perspetivas da inflação, que provoca uma revisão em alta dos preços dos ativos de mais longo prazo.

Para Filipe Silva, gestor de ativos do Banco Carregosa, “as taxas de saíram em linha com o mercado de curto prazo, que está em mínimos históricos”.

“Estes dados mostram que continuamos a beneficiar do ambiente de baixas taxas de juro e da ausência de sinais de que a subida de taxas de juro do BCE esteja para breve. Enquanto o BCE continuar a comprar a dívida soberana portuguesa, beneficiamos dessa proteção”, sublinhou o responsável.

"Estes dados mostram que continuamos a beneficiar do ambiente de baixas taxas de juro e da ausência de sinais de que a subida de taxas de juro do BCE esteja para breve. Enquanto o BCE continuar a comprar a dívida soberana portuguesa, beneficiamos dessa proteção.”

Filipe Silva

Gestor de ativos do Banco Carregosa

Foi a terceira incursão do IGCP no mercado de curto prazo e a procura não poderia dar sinais mais sólidos quanto ao interesse dos investidores por estes títulos. Na emissão de 250 milhões de euros em bilhetes a seis meses, a procura foi quase quatro vezes superior àquilo que a agência colocou. Já no leilão a 12 meses, Portugal registou quase o dobro da procura.

Filipe Silva não valoriza o facto de o montante emitido ter ficado junto do limite inferior do intervalo pré-definido. “Com estas taxas, é porque foi mesmo uma opção não contrair uma dívida maior”, diz o responsável. A agência que gere a dívida pública contava emitir entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros.

Um terço do financiamento garantido

Paralelamente às operações de curto prazo, o IGCP tem mantido atividade no financiamento de longo prazo. Ainda na semana passada, garantiu 1.100 milhões de euros em dívida a três e nove anos, com os custos mais elevados para os cofres da República.

Com essa operação, Portugal levantou um total de 5.292 milhões de euros com a venda de Obrigações do Tesouro desde o início do ano, correspondendo a mais de um terço total do financiamento de longo prazo previsto para 2017, situado entre os 14 mil milhões e os 16 mil milhões de euros.

Ainda assim, o país tem encontrado condições mais adversas nestas primeiras idas aos mercados primários de financiamento em 2017, com vários fatores a contribuírem para a escalada dos juros em mercado secundário, nomeadamente a subida da inflação, dúvidas quanto ao impacto do programa de compras do BCE e riscos específicos do país, onde se incluem as fragilidades do sistema financeiro.

(Notícia em atualizada às 11h06)

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Governo britânico reduz participação no Lloyds para menos de 3%

  • Lusa
  • 15 Março 2017

Governo britânico reduziu para menos de 3% a sua participação no capital do Lloyds Banking Group, que resgatou durante a crise financeira, em 2008, e do qual chegou a controlar 43%.

Com a mais recente venda de 1% da sua participação no Lloyds, o Governo britânico conseguiu recuperar mais uma parte do total de 20.300 milhões de libras (23.345 milhões de euros) aplicados no resgate da instituição bancária.

A participação estatal no banco fica agora reduzida a 2,95% e o total de fundos devolvidos aos contribuintes ascendem a 19.500 milhões de libras (22.425 milhões de euros).

“O anúncio de hoje coloca o Lloyds ainda mais perto da plena propriedade privada e estamos satisfeitos com o facto de a forte rentabilidade financeira do grupo nos ter permitido manter-nos firmes para devolver o dinheiro aos contribuintes”, disse hoje o presidente do grupo bancário, António Horta-Osório.

De acordo com analistas citados pela agência EFE, a venda de mais esta tranche da participação estatal no Lloyds faz parte do objetivo do Governo de em breve, provavelmente já em junho, colocar o banco totalmente nas mãos de privados.

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Subida da taxa de emprego acelera na zona euro e na UE em 2016

  • Lusa
  • 15 Março 2017

Crescimento da taxa de emprego acelerou em 2016 na Zona Euro e na União Europeia, de acordo com dados do Eurostat.

O crescimento da taxa de emprego acelerou em 2016, para os 1,3% na zona euro e os 1,2% na União Europeia (UE), acima dos 1,0% e 1,1%, respetivamente, verificados no ano anterior, segundo o Eurostat.

Os dados para o quarto trimestre do ano passado mostram ainda que a subida do número de pessoas empregadas cresceu, face ao período homólogo de 2015, 1,1% na zona euro e 1,0% na UE.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2016, entre outubro e dezembro, o emprego cresceu 0,3% nos 19 países do euro e 0,2% no conjunto dos 28 Estados-membros.

Em termos homólogos, Malta (5,1%), Luxemburgo (3,2%), Chipre (3,0%) e Irlanda (2,8%) foram os Estados-membros onde a taxa de emprego mais subiu no último trimestre de 2016, enquanto a Roménia (-1,2%), a Letónia (-0,9%), a Estónia (-0,6%) e a Croácia (-0,3%) registaram as maiores quebras.

Já face ao período entre julho e setembro, o emprego teve as maiores subidas em Malta (1,9%), Luxemburgo e Chipre (0,9% cada) e as principais quebras na Estónia (-1,5%), Grécia (-0,9%) e Lituânia (-0,2%).

Em Portugal, o indicador aumentou 2,4% em termos homólogos e 0,4% na comparação trimestral.

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Marcelo admite que teve dificuldades em convencer empresários a investir em Portugal

  • Lusa
  • 15 Março 2017

No início do seu mandato, o Presidente da República teve dificuldades em convencer os empresários a investir em Portugal mas entretanto a postura alterou-se.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje que no início do seu mandato teve dificuldades em convencer os empresários, nomeadamente estrangeiros, a investir em Portugal e a confiar na estabilidade do país.

Em entrevista hoje à rádio TSF e quando questionado sobre a existência de preconceito ideológico por causa de um governo apoiado pelo PCP e Bloco de Esquerda, Marcelo Rebelo de Sousa admite que “foi uma luta”, durante 2016, convencer os empresários a investir em Portugal.

“No início do meu mandato eu encontrei de facto esse preconceito. Vários investidores internacionais e alguns, não todos, não muitos, internos, sistematicamente tinham muitas dúvidas sobre o cumprimento dos compromissos europeus. Vai mesmo cumprir-se aquilo que são compromissos em relação ao equilíbrio das contas públicas? Vai mesmo haver estabilidade política?”, disse o Presidente da República.

Na entrevista, Marcelo Rebelo de Sousa disse que foi “uma luta ao longo do ano de 2016 para que esses setores aceitassem e percebessem que estava a haver um processo que não correspondia às suas expectativas, porque as expectativas eram baixas e nalguns casos negativas”.

Questionado sobre se entretanto o medo dos investidores mudou, o Presidente da República avançou que a postura alterou-se, mas salientou que é “uma luta diária”.

“Mudou muito apreciavelmente, mas é uma construção no dia-a-dia. O problema dos investidores é que eles têm o dinheiro. Têm a última palavra a dizer em termos de onde é que vão investir”, afirmou.

A entrevista à TSF acontece no dia em que Marcelo Rebelo de Sousa promove uma conferência em Lisboa com a qual pretende colocar o investimento no topo da agenda política.

Esta conferência promovida por Marcelo Rebelo de Sousa, intitulada “Investimento em Portugal”, decorrerá na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, durante todo o dia, com a participação de mais de uma dezena de oradores, entre os quais o primeiro-ministro, António Costa.

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Cimpor multiplica prejuízos. Ações tombam 10%

Em 2016, a cimenteira registou prejuízos de 788 milhões, acima dos 71,2 milhões verificados no ano anterior. O registo de imparidades no goodwill e a quebra de receitas justificam o agravamento.

A Cimpor anunciou no final desta terça-feira um agravamento dos seus prejuízos no ano passado, multiplicando-os por dez. Números que não estão a ser bem recebidos pelos investidores, já que as ações da cimenteira estão a sofrer um forte tombo.

As ações da empresa liderada por Ricardo Lima recuam 10,05%, para os 36,7 cêntimos, o pior registo entre todas as cotadas que integram a praça bolsista lisboeta. Em termos diários trata-se do pior registo dos últimos 15 meses. É necessário recuar até dezembro de 2015 para assistir a uma queda mais acentuada das ações da cimenteira. No dia 14 desse mês, as suas ações tombaram mais de 12%.

Ações da Cimpor em queda

Fonte: Bloomberg

De acordo com o relatório e contas divulgado na CMVM, nesta terça-feira ao final do dia, a Cimpor apresentou prejuízos de 787,6 milhões de euros, em 2016, um valor que representa um agravamento face ao resultado negativo de 71,2 milhões de euros registado no ano anterior. Esta multiplicação de prejuízos é justificada pelo registo de imparidades num período em que a cimenteira também sofreu uma quebra das suas receitas. No documento a cimenteira diz que esse resultado foi “fortemente influenciado pelo referido registo de imparidades no goodwill“, assumindo um registo de imparidades no goodwill do Brasil na ordem dos 650 milhões de euros.

Já o volume de negócios da cimenteira ascendeu a 1.842,8 milhões de euros, o que corresponde a uma diminuição de 26,1% quando comparado com os 2.492,7 milhões de euros em receitas registadas no ano anterior. “O volume de negócios, não obstante o reforço da dinâmica comercial, viu-se penalizado pelo impacto cambial adverso e redução de contributo dos negócios de betão e agregados – posta a recente venda de ativos. Acresce que o ajuste do preço médio de cimento (9,8%) num contexto de inflação de custos foi insuficiente para compensar a quebra de Vendas em 2016″, explica a empresa liderada por Ricardo Lima no seu relatório e contas. A cimenteira explica ainda que se fosse excluído o efeito cambial, a contração do volume de negócios seria de 9,5% e não os 26,1% verificados.

No que respeita ao EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), este cifrou-se em 352,6 milhões de euros, o equivalente a uma quebra de 32,9%, salientando contudo uma melhoria deste indicador ao longo do ano. “Desconsiderados os custos não recorrentes associados ao lançamento do pacote de iniciativas de aumento de eficiência, 47 milhões de euros – na sua maioria lançados no 4º trimestre -, ficou marcada uma tendência crescente na evolução trimestral”, explica a Cimpor.

As vendas de cimento também sofreram uma quebra na ordem dos 14%, face ao ano anterior, sobretudo devido à contração do mercado brasileiro. No total, as vendas de cimento e clínquer (um tipo de cimento) totalizaram 24 milhões de euros em 2016. A Cimpor explica ainda que “as exportações a partir de Portugal refletiram o efeito da descida dos preços das commodities no poder de compra dos clientes em África”.

Também no final desta terça-feira, a Cimpor enviou um outro comunicado à CMVM a definir o dia 5 de abril como a data para a próxima assembleia-geral de acionistas. Para além da aprovação das contas apresentadas, entre os diferentes pontos que a cimenteira convoca os detentores do seu capital a discutir nessa ocasião inclui-se uma proposta para a limitação a 100 mil euros às gratificações a atribuir aos seus colaboradores, a realizar através da utilização de resultados transitados.

“Considerando que o prejuízo consolidado no exercício findo em 31 de dezembro de 2016 atribuível a acionistas se cifrou em 787.624.843,72 euros, e o resultado líquido em base individual foi negativo em 1.812.060,48 euros, o Conselho de Administração irá propor à Assembleia Geral: a) a transferência do Resultado Líquido negativo do Exercício de 2016 para Resultados Transitados; b) a atribuição de gratificações aos colaboradores ao serviço no final de dezembro de 2016 até ao montante máximo de 100.000 euros, através da utilização de Resultados Transitados”, diz a convocatória.

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