Rui Rio considera que Banco de Portugal “não esteve à altura das circunstâncias”

  • Lusa
  • 9 Março 2017

Rui Rio considerou que o regime, com um tempo "exatamente igual ao do Estado Novo", está "desgastado". E deixa criticas à atuação do supervisor bancário, além de querer reforma política e judicial.

O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio considerou esta quinta-feira, em Coimbra, que o Banco de Portugal “não esteve à altura das circunstâncias” e apelou a uma reforma do sistema político. “Não posso considerar que as entidades reguladoras, a começar pelo Banco de Portugal, funcionam bem, porque funcionam mal”, afirmou Rui Rio, na conferência “As Razões Internas da Crise”, em Coimbra.

O economista social-democrata salientou que “não há dúvida nenhuma” que o Banco de Portugal “não esteve à altura das circunstâncias”.

“Isto é factual. Podemos agora divergir porque é que não esteve [à altura das circunstâncias] e atribuir responsabilidades a A e a B, mas que não esteve, não esteve, ao longo de anos e anos“, vincou Rui Rio, sublinhando ainda que também “a banca não esteve” à altura.

Durante a conferência, o ex-autarca do PSD defendeu também uma reforma do sistema político, considerando que se está perante um “regime esgotado por força” dos mais de 40 anos de idade, “de uma sociedade que mudou muito” e cujas mudanças o regime não conseguiu acompanhar. Rui Rio considerou que o regime, com um tempo “exatamente igual ao do Estado Novo”, está “desgastado”.

“O Estado Novo chegou podre ao fim. Este não está podre, mas com sinais evidentes de disfunções”, notou, defendendo a necessidade de se fazer uma reforma do sistema político. A partir dessa medida, será possível reformar a justiça, “que não tem capacidade para se auto-reformar”, e que “se calhar funciona ainda pior do que a política“, referiu.

Rui Rio falava para uma plateia composta maioritariamente por jovens da Coimbra Business School – Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra, entidade organizadora da iniciativa.

Rio reconhece que o Governo conseguiu solidez superior à esperada

O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio disse também que se deve reconhecer que o Governo “conseguiu uma solidez superior” à esperada e criticou a “perda de tempo” com o caso dos SMS da Caixa Geral de Depósitos. “Devemos todos reconhecer que apesar de tudo, [o Governo] conseguiu uma solidez superior àquela que todos nós estávamos a pensar que seria possível. É um facto”, vincou o economista social-democrata, realçando que negar esse facto é “perder a objetividade na análise das coisas”.

No entanto, Rui Rio continua a acreditar que seria preferível uma “outra solução governativa”, que poderia fazer mais pelo desenvolvimento do país do que a atual, “que está muito marcada na extrema esquerda”. “Aquilo que o Estado tem de fazer não é completamente compaginável com o equilíbrio que tem de fazer à esquerda”, nomeadamente na questão da desburocratização ou da estabilidade do quadro macroeconómico, argumentou Rui Rio, que falava como orador da conferência “As Razões Internas da Crise”, em Coimbra.

Durante a sessão, após a pergunta de um dos membros da plateia, o ex-autarca do PSD abordou ainda a questão da Caixa Geral de Depósitos (CGD). “Andamos aqui a perder tempo do SMS para cá ou para lá ou da declaração de rendimentos nos jornais ou no Tribunal Constitucional. Vale o que vale”, constatou. Para Rui Rio, o que “verdadeiramente não se discute” é como é que se chegou “aos cinco mil milhões” necessários para a recapitalização da CGD e “de quem é a responsabilidade”.

“Só uma sociedade que não está muito equilibrada é que anda aqui a forçar um administrador da Caixa a pôr os seus rendimentos nos jornais para todos sabermos o que ele e a mulher e os filhos têm. Mas, ao mesmo tempo, quando se pede ao povo para ter conhecimento de quem são os principais devedores da Caixa que nos levaram a isso, aí já não se pode publicamente dizer nada“, considerou. “Não compreendo. Não estou de acordo”, vincou o político social-democrata, que mereceu uma salva de palmas no final da sua intervenção sobre a CGD por parte da plateia da conferência, uma iniciativa da Coimbra Business School – Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra.

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CTT: Há menos correio, mas o banco está “carregado e a encher todos os dias”

Luís Pereira Coutinho equiparou o Banco CTT a "um 'pipeline' carregado e a encher todos os dias". Projeto é aposta a longo prazo dos correios, perante o tráfego postal em evidente declínio.

Os CTT apresentaram resultados esta quinta-feira, 9 de março.Flávio Nunes/ECO

Banco, banco e mais banco. O setor financeiro é a nova paixão dos CTT CTT 0,00% , uma empresa histórica cujo negócio principal, a entrega de correspondência, começa agora a vacilar. É como um dominó: os portugueses estão mais tecnológicos e enviam menos cartas; o Estado, que é um dos principais clientes da empresa, também está mais tecnológico e envia menos cartas; e os CTT, que suportam toda esta cadeia, entregam, lá está, menos cartas. As contas, essas, derraparam, ainda que sem o efeito da decisão do Governo de passar a notificar os cidadãos por e-mail.

A redução do tráfego de correio acentuou-se no quarto trimestre do ano passado, facto que a empresa já tinha justificado com o impacto dos feriados nesse período. Chegou aos 4,2% no ano todo e o número acertou em cheio nas contas da firma, que lucrou bem menos do que em 2015: 62,2 milhões de euros, contra os 72,1 milhões há dois anos, uma redução de 13,7%. Para comparação, enquanto a empresa despachou 814,7 milhões de objetos de correio endereçado em 2015, no ano passado já só o fez com 780,2 milhões de objetos.

Será uma tendência para continuar? Nim. Na conferência de apresentação de resultados, Francisco de Lacerda reconheceu a “realidade” da desaceleração do setor postal, mas recordou que “um trimestre não é suficiente para avaliar as tendências” e que é preciso “alargar o período e depois extrapolar”. “Vivemos com esta tendência de 3% a 5% de queda já antes da privatização. Recentemente começou-se a sentir mais a transição [para o digital]. E há mais concorrência agora do que há dois anos, quando não havia praticamente nenhuma”, disse o presidente executivo.

Questionado sobre a existência de um plano B para lidar com a tal realidade, Lacerda disse: “Não há propriamente um plano B. Há é uma estratégia que está a ser posta em prática.” É aqui que entra o Banco CTT.

Não há propriamente um plano B [para a quebra no tráfego de correio]. Há é uma estratégia que está a ser posta em prática.”

Francisco de Lacerda

Presidente executivo dos CTT

“Um pipeline carregado e a encher todos os dias”

Lançado em 2016, o Banco CTT ainda não dá lucro. É natural: nos primeiros anos, o projeto tem custos. Custos que, segundo André Gorjão Costa, chefe máximo da divisão financeira da empresa, passam por investimentos em “campanhas publicitárias” e na abertura das lojas. “Representam sempre gastos”. No total, o Banco CTT fechou o ano com 202 balcões em todo o país.

Neste curto período de vida, “o foco do banco foi a captação de clientes, manutenção das despesas do projeto e lançamento gradual da oferta de produtos”, indicou Francisco de Lacerda. O mais recente foi o crédito à habitação, com um spread acima da média do mercado de 1,75%, como o ECO noticiou em janeiro.

“Temos tido uma adesão ao crédito habitação em linha com a que tivemos no lançamento de outros produtos. Temos tido uma enorme procura, sendo que no que toca a crédito à habitação, demora sempre mais tempo. O que temos neste momento é um pipeline bastante carregado e a encher todos os dias”, disse Luís Pereira Coutinho, responsável pelo Banco CTT. Acrescentou ainda que “a atividade que é feita nos simuladores é crescente e muito forte”: “Estamos muito entusiasmados”, rematou.

Segundo o relatório de contas dos CTT, os rendimentos operacionais gerados com o Banco CTT atingiram 961.700 euros. Soma 105 mil clientes e 74 mil contas de depósitos à ordem. Os depósitos ultrapassaram já a meta dos 250 milhões de euros.

Apresentados estes dados, André Gorjão Costa indicou: “A nossa política de dividendos não e só alcançada com o resultado do ano. O nosso balanço sólido permite-nos manter a política de dividendos a que nos tínhamos comprometido.” A empresa propôs ao board pagar 48 cêntimos de dividendo por cada título, num total de 72 milhões de euros. A ser aprovado, o valor será pago aos acionistas no próximo dia 19 de maio.

Este é o retrato de um “difícil ano de 2016” para os CTT. Para o futuro, a empresa tem o objetivo de atingir “rendimentos operacionais crescentes e sustentáveis”. Espera-se que os “negócios em crescimento”, nomeadamente o banco e o serviço de expresso e encomendas, compensem a “esperada queda nos rendimentos de correio” que o aumento de preços não pôde colmatar de forma integral.

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Wall Street escapa ao efeito do petróleo, mas por pouco

O petróleo afundou nos últimos dias, atingindo mínimos em 2017. Wall Street escapou a essa influência negativa com as ações dos bancos a valorizar na perspetiva de maior desregulação nos EUA.

Pela primeira vez em 2017 o preço do petróleo baixou dos 50 dólares, depois de uma trajetória que o preço do petróleo tinha vindo a fazer de recuperação desde os últimos meses do ano passado. Apesar da desvalorização da matéria-prima, a bolsa norte-americana escapou ao terreno negativo, ainda que por pouco. Os investidores estão a aguardar os dados do emprego divulgados amanhã pelo gabinete oficial.

O efeito não tardou a fazer-se sentir nas energéticas cotadas em Wall Street, apesar de ter sido compensado com subidas no setor financeiro. Porquê? Uma das razões apontadas é o facto de hoje a administração Trump ter voltado a insistir na mudança da lei bancária que impede, neste momento, os bancos de acumularem uma parte comercial com uma parte de investimento. Já o setor energético foi prejudicado, segundo a Bloomberg.

O expressivo aumento das reservas de petróleo nos Estados Unidos apanhou os analistas de surpresa, sinalizando que continua a existir uma elevada oferta da matéria-prima, isto apesar das tentativas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para por fim ao excesso de barris no mercado e dar um impulso às cotações. Além disso, esta quinta-feira a Repsol anunciou que encontrou a maior reserva de petróleo de há 30 anos.

Os três principais índices norte-americanos fecharam em terreno positivo, contrariando o que se tinha vindo a verificar esta semana. Contudo, os ganhos foram poucos. O Dow Jones e o Nasdaq subiram 0,02%. Já o S&P 500 registou uma valorização de 0,12% para os 2.365,84 pontos. A tecnológica recém estreada em bolsa, a Snap, também ficou praticamente igual com uma ligeira desvalorização de 0,18% para os 22,77 dólares por ação.

Os investidores também estão com atenção aos números relativos ao nível de emprego nos EUA, que vão ser divulgados esta sexta-feira. Com os níveis do desemprego a chegarem a mínimos muito promissores, os investidores norte-americanos ainda devem esperar pelos dados oficiais, mas a subida dos juros parece uma realidade que parece cada vez mais provável de chegar já neste mês. A Reserva Federal reúne-se nos próximos dias 14 e 15 de março, datas essenciais para os investidores perceberem como vai atuar a Fed perante Donald Trump como presidente.

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Costa quer mudanças no Eurogrupo

  • Lusa
  • 9 Março 2017

O primeiro-ministro quer que existam mudança no Eurogrupo, nomeadamente no seu presidente. Já quanto à Comissão Europeia e ao Conselho Europeu, António Costa está satisfeito.

O primeiro-ministro congratulou-se esta quinta-feira com a reeleição de Donald Tusk, considerando que a presidência do Conselho Europeu está bem entregue, assim como a da Comissão Europeia, com Jean-Claude Juncker, mas disse esperar que “rapidamente” haja uma mudança no Eurogrupo.

“Podemos contar com Jean-Claude Juncker na Comissão e com Donald Tusk no Conselho, são duas mais-valias que nós temos tido, e esperemos que rapidamente, com a mudança da presidência do Eurogrupo, possamos também ter no Eurogrupo um novo presidente capaz de dar um sinal positivo para a construção dos consensos que são essenciais para podermos ter uma zona euro mais estável e que seja um fator de união entre todos os países da zona euro”, disse em Bruxelas, à margem de um Conselho Europeu.

O holandês Jeroen Dijsselbloem cumpre um segundo mandato à frente do fórum de ministros das Finanças da zona euro, que termina em janeiro de 2018, mas poderá cessar funções mais cedo em função do resultado das eleições legislativas na Holanda agendadas para 15 de março.

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CGD: Nova comissão nasce de “asfixia e encobrimento”

  • Lusa
  • 9 Março 2017

O coordenador do PSD na segunda comissão de inquérito sobre a CGD nasce de uma "operação de asfixia e de encobrimento” por parte do que chama de “maioria social-comunista”.

O coordenador do PSD na segunda comissão de inquérito sobre a Caixa Geral de Depósitos considerou que esta é necessária por ter havido “uma operação de asfixia e de encobrimento” por parte do que chama de “maioria social-comunista”.

“É a Assembleia da República que tem o dever indeclinável de conhecer os atos do Governo e de apurar responsabilidades políticas que lhe caibam. Diferentemente do que pode ocorrer em declarações avulsas, perante uma Comissão Parlamentar de Inquérito faltar à verdade não é reserva admissível, é crime”, salientou Luís Marques Guedes, em declarações reproduzidas hoje na ‘newsletter’ diária do PSD.

"É a Assembleia da República que tem o dever indeclinável de conhecer os atos do Governo e de apurar responsabilidades políticas que lhe caibam. Diferentemente do que pode ocorrer em declarações avulsas, perante uma Comissão Parlamentar de Inquérito faltar à verdade não é reserva admissível, é crime”

Marques Guedes

Coordenador do PSD

A segunda comissão de inquérito sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), que tomará posse na próxima terça-feira, foi imposta potestativamente (de forma obrigatória) por PSD e CDS-PP e vai apreciar a atuação do Governo na nomeação e demissão da anterior administração do banco público, liderada por António Domingues.

Na ‘newsletter’ de hoje do PSD, Marques Guedes classifica esta justificação como “desculpa de mau pagador”, mas diz ter esperança que, na futura comissão, os deputados da maioria “assumam a função constitucional de Inquérito (…) e não procurem travestir a comissão numa Comissão Parlamentar de Encobrimento.”

O ex-ministro do PSD salienta que “a fiscalização dos atos do Governo e da Administração é, a par do poder legislativo, a mais importante competência que a Constituição da República Portuguesa comete aos deputados”. “Abdicar dessa função é renegar a essência do mandato em que os eleitores nos investiram. Assim, a atitude da maioria social-comunista só se explica à luz do desespero em tentar encobrir o conhecimento dos factos”, critica.

Para o coordenador do PSD na futura comissão, “a diferença entre a transparência e a opacidade política é a fronteira entre a democracia e o totalitarismo”.

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Lucro da Sonae Sierra cresce quase 30%

  • Lusa
  • 9 Março 2017

Em 2016, os proveitos diretos dos investimentos baixaram 7% para 209,2 milhões de euros e os custos diretos dos investimentos recuaram igualmente 7% para 112,7 milhões de euros.

A Sonae Sierra registou um resultado líquido de 181 milhões de euros no ano passado, um aumento de 28% face ao lucro de 142 milhões de euros em 2015, revelou esta quinta-feira a empresa do grupo Sonae que gere centros comerciais.

“O resultado direto atingiu os 57 milhões de euros, tendo ficado ligeiramente abaixo dos 61 milhões de euros registados em 2015, devido à estratégia de alocação de capital da empresa, que gerou 13,3 milhões de euros de ganhos em venda de ativos”, destacou a Sonae Sierra num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

E acrescentou: “Numa base de portefólio comparável, e excluindo o impacto da variação das taxas de câmbio, o resultado direto aumentou 8% devido à melhoria dos resultados operacionais dos centros comerciais, ao crescimento da prestação de serviços profissionais e à diminuição das taxas de juro“. Em 2016, os proveitos diretos dos investimentos baixaram 7% para 209,2 milhões de euros e os custos diretos dos investimentos recuaram igualmente 7% para 112,7 milhões de euros.

O presidente da Sonae Sierra, Fernando Guedes de Oliveira, sublinhou que “os bons resultados operacionais em 2016 demonstram a qualidade e a reputação” dos centros comerciais do grupo, que “registaram aumentos globais nas vendas dos lojistas e subidas das taxas de ocupação”.

O responsável considerou também que “a abertura do ParkLake, na Roménia, foi um sucesso”, assinalando que a Sonae Sierra é ainda coproprietária de mais dois centros comerciais em desenvolvimento, em Marrocos e na Colômbia.

“Temos ainda diversas expansões em curso em Portugal e em Espanha. Os resultados positivos da nossa estratégia de alocação de capital e de foco na prestação de serviços são uma excelente base de trabalho para 2017”, rematou.

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Municípios querem reprogramação do Portugal 2020 virada para investimento público

  • Lusa
  • 9 Março 2017

A Associação Nacional de Municípios Portugueses reuniu-se hoje com o ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, e o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques.

A reprogramação do programa comunitário Portugal 2020 deve “redirecionar fundos” para áreas como o investimento público municipal e a reabilitação urbana, defendeu hoje o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), após uma reunião com o Governo.

“A ANMP apresentou propostas para melhorar a execução do Portugal 2020, que está a decorrer, e criar mecanismos racionais de controlo que não sejam meras burocracias inúteis e acelerar a execução do programa no terreno”, afirmou à agência Lusa Manuel Machado.

O também presidente da Câmara de Coimbra, que falava após uma reunião do conselho diretivo da associação com os ministros Adjunto, Eduardo Cabrita, e do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, em Lisboa, defendeu a necessidade de “redirecionar os fundos do Portugal 2020 para” o investimento “em políticas públicas”.

“Não queremos facilitismo, mas achamos que há coisas que estão a ser exigidas no programa atual que não são produtivas e levam à situação em que não há ainda uma dinâmica de execução do Portugal 2020”, apontou Manuel Machado.

Apesar de assumir que “não há aumento de fundos”, o presidente da ANMP advogou a importância de “realocar dotações”, adotar “um Simplex” e “rever os Pactos para o Desenvolvimento e Coesão Territorial” em que assentam as operações com reduzida execução.

“A pressão de instituições da Comissão Europeia para que uma parte dos fundos, em Portugal e outros países, sejam alocados via instrumentos financeiros merece a nossa total discordância”, frisou Manuel Machado, referindo-se à obrigação da gestão dos fundos ter de passar pelo setor bancário.

No documento da ANMP com as “medidas de ajustamento e reprogramação do Portugal 2020” são apontadas 11 iniciativas que visam executar o acordo de parceria e “estimular uma efetiva e necessária descentralização das intervenções no território”, valorizando o crescimento e o emprego.

Entre as medidas que não implicam reprogramação ou negociação com a Comissão Europeia sugere-se “institucionalizar e estabilizar a articulação entre a ANMP e o Governo”, “flexibilizar os pactos” e documentos como os PEDU (Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano) e PARU (Planos de Ação de Regeneração Urbana), “criar um instrumento financeiro destinado ao setor municipal” e instituir “um grupo técnico para a simplificação do Portugal 2020”.

Nas medidas que podem implicar uma reprogramação estão o reforço dos pactos “numa perspetiva de reforço do investimento público”, o aumento das “verbas destinadas à regeneração urbana”, a revisão do “modelo de financiamento do ciclo urbano da água” e a reformulação dos “mecanismos de diferenciação dos territórios de baixa densidade”.

A transformação dos “apoios à eficiência energética em não reembolsáveis”, a correção da “utilização abusiva dos mapeamentos” e a revisão das “condicionantes ao investimento público na mobilidade territorial” completam as sete medidas que podem exigir ajustamentos ao programa comunitário.

“Este conjunto de medidas consubstancia um objetivo ambicioso embora exequível e que permitirá relançar o investimento público e favorecer o impacto positivo dos fundos europeus estruturais e de investimento na economia real”, considera o documento da ANMP.

Na sequência das negociações, a associação propõe a celebração pública de um memorando de entendimento com o Governo para “uma melhor e maior participação das autarquias no Portugal 2020”.

Na área da regeneração urbana, a associação nota que, após ter avisado para a insuficiência de verbas, é “evidente uma gritante insuficiência e algumas incoerências nas dotações alocadas aos diversos centros urbanos”.

A título de exemplo refere-se que, neste domínio, “foram alocados cerca de 580 milhões de euros nos PEDU e PARU”, quando anteriormente, entre 2007 e 2014, “no QREN [Quadro de Referência Estratégia Nacional], foram disponibilizados cerca de 1.100 milhões de euros para investimentos na política de cidades”.

No documento é realçado “o baixo nível de execução dos Programas Operacionais Regionais do continente e do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, nos quais se concentra a maioria das intervenções no território, que varia entre os 1% e os 3%, o que corresponde a pagamentos de apenas 385 milhões de euros”.

O presidente da ANMP referiu ainda a importância de se investir no saneamento básico e na manutenção da rede viária, reconhecendo que encontrou na reunião com o Governo uma “partilha de preocupações”.

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Descoberta maior reserva de petróleo em 30 anos

Numa altura em que mundialmente existe um esforço para cortar a produção de petróleo, não são essas as indicações que chegam dos Estados Unidos. Acresce esta descoberta da Repsol.

A petrolífera espanhola Repsol descobriu a maior reserva de petróleo, em terra, nos Estados Unidos, de há 30 anos. É no Estado do Alasca que se situa esta descoberta no valor de 1,2 mil milhões de dólares. Segundo a empresa, há três décadas que não se encontrava uma reserva assim, avança a Bloomberg.

A descoberta situa-se num declive numa região norte do Alasca. A energética madrilena encontrou esta reserva após a perfuração de dois poços na formação geológica de Nanushuk. A empresa estima que pode aumentar a sua produção para os 120 mil barris por dia em 2021, segundo os planos de desenvolvimento preliminares.

Esta descoberta surge num momento em que mundialmente existe um esforço para fazer cortes na produção de barris de forma a controlara queda do preço do petróleo que começou em 2014. A OPEP chegou a um acordo, o que levou o preço do barril para lá dos 50 dólares. Contudo, os dados revelados esta semana pelos Estados Unidos mudaram a perceção dos mercados.

Em causa está um aumento do inventários reportados pelos EUA, o que levou a uma desvalorização do WTI (barril transacionado em Nova Iorque). A queda foi de tal forma significativa que o petróleo está abaixo dos 50 dólares, uma barreira psicológica dos investidores. Hoje o crude esteve a ser negociado nos 49 dólares pela primeira vez em 2017.

Para a Repsol esta descoberta representa também algo que a empresa não conseguia desde outubro de 2009, altura em que encontrou a reserva de Perla na Venezuela. A vantagem desta descoberta no Alasca é que já existem nesse Estado infraestruturas significativas que permitem que os novos recursos possam ser explorados de forma mais eficiente, explica a Bloomberg citando a empresa.

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Instituto Técnico também vai investigar offshores

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 9 Março 2017

Foi iniciada uma peritagem às aplicações informáticas, em colaboração com o Instituto Superior Técnico. Com isto, será alargado o prazo inicialmente previsto para a conclusão da auditoria.

A Inspeção-Geral de Finanças (IGF) “alargou o âmbito da auditoria” ao sistema de informação e controlo das declarações de transferências para offshores, o que vai fazer com que os trabalhos se prolonguem por mais tempo face ao inicialmente previsto.

Uma nota informativa publicada no site da IGF explica que foi iniciada uma peritagem às aplicações informáticas, em colaboração com o Instituto Superior Técnico.

“A IGF alargou o âmbito da auditoria que está a realizar ao sistema de informação e controlo das declarações transfronteiras – anomalias ocorridas no tratamento informático das declarações Modelo 38 pela Autoridade Tributária e Aduaneira -, tendo iniciado uma peritagem, em colaboração com o Instituto Superior Técnico, às respetivas aplicações informáticas”, indica a nota.

“Esta peritagem prolonga o prazo inicialmente previsto para a conclusão da auditoria, mas revela-se necessária para o cabal esclarecimento dos factos públicos ocorridos”, acrescenta.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, tinha dito no Parlamento que o relatório final da IGF estaria pronto em março.

(notícia atualizada às 17:20)

 

 

 

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Negócio dos correios já viu melhores dias. CTT lucra menos

Os CTT já tinham avisado. E a quebra no negócio dos correios confirma-se, levando a empresa a apresentar lucros, mas menores do que no ano anterior.

O aviso já tinha sido feito. E os receios confirmaram-se: as receitas dos CTT recuaram em 2016, fruto da desaceleração no negócio da entrega do correio no último trimestre. Uma quebra que fez com que a empresa terminasse o ano com lucros, mas menores do que no ano anterior. O resultado líquido ficou-se pelos 62,2 milhões, penalizado também pelos custos com o Banco CTT. Mas o dividendo mantém-se.

O aumento de preços dos serviços de correio em 2016 não permitiu compensar a queda do tráfego de correio endereçado que se situou nos -4,2%, muito influenciada por uma redução mais acentuada no quarto trimestre”, diz a empresa liderada por Francisco Lacerda em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“No correio de grandes clientes, a queda do correio registado provocou uma deterioração da receita média unitária deste segmento superior a 2%, agravando o efeito da redução de tráfego nos rendimentos”, salienta. As receitas recorrentes decresceram 4,4%, nota a empresa.

O “EBITDA recorrente situou-se nos 119,5 milhões de euros (-17%) e margem EBITDA atingiu os 17,2%. O EBITDA recorrente excluindo o Banco CTT foi de 139,6 milhões (-6,3%), contribuindo o Correio com 70%, os Serviços Financeiros com 27% e o Expresso e Encomendas com 3%“, salienta.

Neste sentido, os resultados líquidos dos CTT encolheram 13,7% no ano passado, face a 2015, para 62,2 milhões de euros. “Excluindo o impacto do Banco CTT, o lucro dos CTT aumentava 5,6% para 85,5 milhões de euros”, adiantaram os CTT. Ou seja, o banco está a pesar nas contas da empresa.

Apesar da quebra nos lucros, “o Conselho de Administração dos CTT irá propor à Assembleia Geral Anual, a realizar em 20 de abril de 2017, um dividendo de 0,48 euros por ação”, o mesmo valor que pagou no ano passado. “Esta distribuição está sujeita a deliberação favorável da Assembleia Geral e está programada para ser paga em 19 de maio de 2017”, referem os CTT.

(Notícia atualizada às 17h20 com mais informação)

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Caixa apresenta prejuízos recorde esta sexta-feira

  • Margarida Peixoto
  • 9 Março 2017

A Caixa Geral de Depósitos vai apresentar resultados esta sexta-feira, esperando-se um recorde de prejuízos. O banco público vai também aproveitar para fazer um ponto de situação da recapitalização.

Os prejuízos da Caixa Geral de Depósitos vão ser revelados esta sexta-feira. O banco público convocou uma conferência de imprensa para as 17h30, em Lisboa, onde deverá fazer também um ponto de situação sobre o plano de recapitalização.

Os resultados de 2016 estarão condicionados pelo plano de reestruturação que António Domingues, o ex-presidente da Caixa, apresentou em Bruxelas e que prevê o reconhecimento de um valor recorde de imparidades. Paulo Macedo, o novo presidente da instituição, comprometeu-se a seguir a estratégia que já estava delineada.

A primeira fase do plano de recapitalização da Caixa já foi implementada: foram convertidos em capital 945 milhões de euros que o banco tinha de CoCo’s e foi integrada, na totalidade, a Parcaixa. Esta entidade era detida em 49% pela Parpública e os restantes 51% pela CGD. Agora já está na totalidade sob a alçada da CGD, o que representou um aumento de capital de 499 milhões de euros, em espécie. Contas feitas, o capital foi aumentado em 1.444 milhões de euros nesta fase.

A entrada na segunda fase do plano de recapitalização estava prevista para o primeiro trimestre de 2017. Nesta segunda fase está contemplada a injeção de dinheiro fresco por parte do Estado (que pode ir até 2,7 mil milhões de euros, mas que pode ser inferior).

Será também preparada a emissão de instrumentos híbridos em mercado — um tipo de títulos que não são capital, mas que têm um grau muito elevado de subordinação e que, aos olhos da Comissão Europeia, são fundamentais por garantirem a participação de investidores privados na operação. Este tipo de instrumentos conta para rácios de capital e a emissão pode ir até aos mil milhões de euros.

Tudo somado, o plano de recapitalização pode atingir os 5,1 mil milhões de euros.

Os motivos, e as responsabilidades, da necessidade de recapitalização do banco público estão a ser apurados numa comissão parlamentar de inquérito, que ainda está em curso.

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Sonae acelera com fusão. Lisboa volta ao verde

  • ECO
  • 9 Março 2017

Após quatro sessões no vermelho, a bolsa nacional regressou aos ganhos. Num dia positivo na Europa, por causa do BCE, a Sonae foi a estrela em Lisboa. Ganhou mais de 5%.

A fusão da SportZone com duas lojas de desporto britânicas deu um forte impulso às ações da Sonae. A “holding” ganhou mais de 5%, destacando-se pela positiva numa sessão de ganhos quase generalizados na praça nacional. O PSI-20 regressou aos ganhos após quatro sessões em queda, seguindo o otimismo nos restantes mercados da Europa.

Os investidores aplaudiram o negócio firmado pela Sonae, que vai criar o segundo maior player na área dos produtos de desporto na Península Ibérica. Reflexo disso é a valorização de 5,10%, passando agora a valer cada uma 0,87 euros.

Além da “holding”, destaque também para as energéticas no desempenho do índice de referência nacional, que fechou a valorizar 0,23% para 4.640,76 pontos. A EDP ganhou 0,6%, num dia em que a EDP Renováveis cedeu ligeiros 0,15% e a Galp Energia afundou 1,80% devido à desvalorização do petróleo a nível internacional.

A bolsa portuguesa podia ter subido ainda mais, não fosse a desvalorização do petróleo que manteve algumas bolsas internacionais, incluindo Wall Street, em queda. O valor do Brent, referência para Portugal, à hora de fecho da bolsa de Lisboa, estava a cotar nos 51,88 dólares por barril, já o WTI negociava abaixo dos 50 dólares.

Na Europa, a tendência foi de ganhos. Os investidores gostaram das declarações de Mario Draghi e da sua posição irredutível quanto às taxas de juro. A manutenção do regime em voga até aqui vai permitir a contínua entrada de capital nos mercados e impulsiona a economia.

E quanto à compra de obrigações da dívida portuguesa, o presidente do BCE também trouxe palavras de conforto: “O programa de compra de ativos no setor público continua em curso. Tanto no tempo como em volume. Não temos razões para estar preocupados neste momento”. Os juros da dívida portuguesa a dez anos subiram 4,2 pontos para 4,028%. O BCP, ainda assim, fechou a ganhar mais de 2%.

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