Caixa prepara emissão em Março

  • ECO
  • 10 Fevereiro 2017

A colocação deverá ser feita junto de investidores institucionais privados, não relacionados com o Estado português. Mas só depois e fechadas as contas de 2016.

O processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos deverá conhecer em março uma nova fase. De acordo com o Jornal Económico (acesso pago) a emissão de dívida subordinada no valor de 500 milhões deverá arrancar já no próximo mês.

Esta colocação deverá ser feita junto de investidores institucionais privados, não relacionados com o Estado português.

A primeira fase do processo já teve lugar, com a conversão de 945 milhões de euros de capital contingente (CoCos) que o Estado subscreveu em 2012 e a passagem de 500 milhões de euros em ações da Parcaixa. Mas o objetivo final é que o Estado venha a injetar 2,7 milhões de euros.

O aumento de capital fica concluído com a emissão de mil milhões de euros em de dívida subordinada de elevado risco, uma das exigências das autoridades europeias, para que a operação não seja classificada como ajuda de Estado. Esta operação custará ao banco, anualmente, cerca de 100 milhões de euros, um valor elevado que responde a um juro que ronda os 10%. Um prémio que se justifica porque esta dívida de elevada subordinação significa que estas obrigações são as primeiras a responder em caso de bail-in (resgate).

Este processo, apesar de ter sido iniciado por António Domingues, vai ser levado a cabo por Paulo Macedo.

O novo CEO da Caixa tem, entretanto, de fechar as contas de 2016, que deverão revistar o maior prejuízo da banca nacional, tal como avançou o Expresso (acesso pago) — as perdas deverão rondar os dois a três mil milhões de euros.

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Trump compromete-se com política “uma só China”

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2017

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou o compromisso de Washington com o princípio "uma só China", numa conversa telefónica com o homólogo chinês, Xi Jinping.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou o compromisso de Washington com o princípio “uma só China”, numa conversa telefónica com o homólogo chinês, Xi Jinping, após uma polémica que gerou protestos de Pequim.

A Casa Branca e a televisão estatal chinesas CCTV revelaram hoje que os dois líderes conversaram na quinta-feira à noite. Os chefes de Estado das duas maiores potências económicas do planeta abordaram várias questões e Trump concordou em acatar com o apelo de Xi para que Washington mantenha apenas relações de caráter não oficial com Taiwan. Pequim considera Taiwan parte do seu território e não uma entidade política soberana.

Após ser eleito e antes de tomar posse, Trump disse que poderia rever o princípio “uma só China”, visto pelo regime comunista como uma garantia da manutenção do estatuto da ilha. A Casa Branca descreveu a chamada como “extremamente cordial” e ambos os líderes endereçaram convites um ao outro para uma visita de Estado. Trump acusou várias vezes Pequim de práticas comerciais desleais e de fazer pouca pressão para que a Coreia do Norte abandone o seu programa nuclear.

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Tribunal: Muçulmanos podem continuar a entrar nos EUA

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2017

Um tribunal de apelo norte-americano recusou hoje a aplicação da ordem executiva do Presidente Donald Trump que proíbe a entrada nos EUA de viajantes provenientes de sete países de maioria muçulmana.

Um tribunal de apelo norte-americano recusou hoje a aplicação da ordem executiva do Presidente Donald Trump que proíbe a entrada nos EUA de viajantes provenientes de sete países de maioria muçulmana.

Em decisão unânime, o painel de três juízes do 9.º Tribunal do Circuito de Apelo, baseado em São Francisco, declinou bloquear a decisão de um tribunal de escalão inferior que suspendeu a interdição e autorizou a entrada nos EUA àqueles viajantes que estavam proibidos de o fazer. Agora, é possível a apresentação de um recurso desta decisão ao Supremo Tribunal.

"Não há precedente que suporte esta pretensa falta de autoridade, que vai ao arrepio da estrutura fundamental da nossa democracia constitucional”

9.º Tribunal do Circuito de Apelo

O 9.º Tribunal recusou a pretensão da presidência Trump de que não tinha autoridade para rever a ordem executiva presidencial. “Não há precedente que suporte esta pretensa falta de autoridade, que vai ao arrepio da estrutura fundamental da nossa democracia constitucional”, argumentou o tribunal. Os juízes salientaram que os Estados que tinham contestado a ordem de Trump tinham levantado alegações sérias sobre discriminação religiosa.

Donald Trump, o presidente dos EUA, já reagiu à recusa do tribunal… no Twitter. Através da rede social dos 140 carateres, lançou a ameaça: “Vemo-nos em tribunal”, disse. E acrescentou que “a segurança da nossa Nação está em risco”, reiterando o que já havia afirmado aquando da suspensão da proibição à entrada de imigrantes nos EUA.

O juiz James Robart, em Seattle, emitiu uma ordem de restrição temporária que suspendeu a interdição de Trump na semana passada, depois de os Estados de Washington e Minnesota terem levado o assunto à Justiça. A ordem presidencial suspendeu temporariamente o programa norte-americanos de refugiados e de imigração de países de maioria muçulmana, alegando preocupações com o terrorismo.

Os advogados do Departamento de Justiça apelaram ao 9.º Circuito, argumentado que o Presidente tem o poder constitucional de restringir a entrada nos EUA e que os tribunais não podem atribuir segundas intenções à sua invocação de que tal passo é preciso para prevenir o terrorismo. Os Estados argumentaram que a interdição de entrada prejudicou pessoas, empresas e universidades.

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Bial alia-se a empresa dos EUA para comercializar o seu medicamento para Parkinson

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2017

A farmacêutica portuguesa anunciou uma parceria com a Neurocrine para comercializar o seu medicamento para Parkinson. Este acordo pode chegar aos 145 milhões de dólares.

A farmacêutica portuguesa Bial anunciou hoje uma parceria que pode chegar aos 145 milhões de dólares (perto de 136 milhões de euros) com a norte-americana Neurocrine para desenvolver e comercializar o seu medicamento para Parkinson na América do Norte.

Os termos do contrato, de acordo com a Bial, preveem que a empresa norte-americana Neurocrine Biosciences faça um pagamento inicial de 30 milhões de dólares (cerca de 28 milhões de euros) pela concessão da licença e que suporte as atividades necessárias para garantir a aprovação da FDA – Food and Drug Administration (órgão do governo dos Estados Unidos responsável pelo controle dos alimentos e medicamentos).

“Estão previstos outros pagamentos à Bial “, que podem “atingir o valor adicional de 115 milhões de dólares” (à volta de 108 milhões de euros), “mediante o cumprimento de várias etapas ao longo do processo de desenvolvimento, registo e comercialização”.

Para além disso, a empresa norte-americana deve fazer um pagamento adicional “pela percentagem das vendas como contrapartida da produção e fornecimento da opicapona que serão assegurados” pela farmacêutica portuguesa, lê-se na nota informativa.

A opicapona, aprovada em julho de 2016 pela Comissão Europeia e comercializada desde novembro do mesmo ano na Alemanha e no Reino Unido, com a marca Ongentys, permite reduzir durante duas horas o estado de rigidez e incapacidade nos doentes com Parkinson, bem como retardar a progressão da doença.

Este é um fármaco de toma única diária, indicado como terapêutica auxiliar da levodopa (utilizada para alívio dos sintomas) em pacientes adultos com doença de Parkinson e flutuações motoras, que não são controlados com outros tratamentos.

Segundo o presidente-executivo da Bial, António Portela, a Neurocrine Biosciences tem uma vasta experiência no desenvolvimento de terapêuticas para desordens motoras e partilha a visão de longo prazo da farmacêutica portuguesa para este medicamento.

Para o responsável do Departamento Médico da Neurocrine Biosciences, Christopher O’Brien, citado pela Bial, a opicapona vem aumentar o horizonte temporal em que os sintomas motores estão controlados de forma adequada e simplificar o regime de tratamento, por ser um medicamento de toma única.

O presidente-executivo da Neurocrine Biosciences, Kevin C. Gorman, também referido pela empresa portuguesa, considera que garantir os direitos de comercialização da opicapona para os Estados Unidos e para o Canadá é um passo importante visto que o medicamento representa uma resposta muito significativa na doença de Parkinson, com resultados notáveis e um período longo de exclusividade.

O acesso a este fármaco, após aprovação da FDA, vai “impulsionar” a estrutura comercial da empresa norte-americana e pode chegar aos cerca de um milhão de pessoas que sofrem de Parkinson nos EUA, acrescentou.

Em janeiro, a BIAL e o Estado português assinaram um contrato de investimento no valor de 37,4 milhões de euros para investigação científica nas áreas dos sistemas nervoso central e cardiovascular, que se estende até 2018.

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Marcelo: Solução governativa “é original”, mas estrutura é estável

Em Madrid, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou a estabilidade política e social que diz existir em Portugal, enaltecendo as boas relações com o país vizinho que é "o nosso principal parceiro económico".

Esta quinta-feira, em Madrid, Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de reiterar o seu “otimismo moderado”, garantindo, por um lado, que existe “constância” e estabilidade política e social no país e, por outro, que as relações entre Portugal e Espanha, cada vez mais reforçadas, são um exemplo para o resto da Europa.

O Presidente da República discursava num jantar organizado pela Câmara de Comércio Hispano Portuguesa: “Nos sindicatos e no patronato há uma grande constância”, disse, acrescentando que “o sistema político português é [estável], mesmo quando parece que a solução governativa é original. E é original, nunca tentada no passado. Mas as linhas estruturais são muito estáveis”, garantiu. Uma estabilidade que, disse, “é um contributo importante para a Europa”.

Marcelo Rebelo de Sousa falou também da saída do Reino Unido da União Europeia, indicando que nenhuma das partes “estava preparada” para isso. “A Europa tem de ter um ano de estabilidade”, reiterou, para mais tarde alertar que “este equilíbrio implica diálogo, bom senso, aproximação”.

“Conhecemos os britânicos desde o tempo em que precisámos deles para colocarmos os nossos amigos espanhóis — amigos, mas um bocadinho menos amigos”, brincou. “Foi assim possível ficarmos amigos como somos, na base da independência. E nós devemos isso aos britânicos”, lembrou o Presidente da República.

Sobre as relações com Espanha, frisou que existe “um exemplar entendimento político e institucional”. “Trilhamos uma agenda comum na União Europeia, mas também no espaço ibero-americano e nas Nações Unidas. Uma agenda comum que se afirma pela positiva num modelo de articulação das nossas políticas externas e que se refletiu, por exemplo, no apoio fraterno de Espanha à eleição de António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas”, disse.

E conclui o raciocínio, reconhecendo que “esta relação única na Europa assenta no facto de termos em Espanha o nosso principal parceiro económico. Julgo mesmo que não encontrarão termo de comparação em qualquer outro caso de vizinhança no nosso continente, na União Europeia a que pertencemos”, indicou.

O ECO viajou para Espanha a convite da COTEC Portugal.

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BPI fora do PSI-20. E quem completa os… 18?

O CaixaBank ficou com 84,52% na OPA. A Allianz não vendeu, a liquidez do BPI desapareceu. E a bolsa excluiu o banco do índice de referência. Sobram 17. Quem será a 18ª? É complicado.

Pablo Forero, Fernando Ulrich, Gonzalo Gortázar, Artur Santos Silva e Penal Amaral à saída da conferência de imprensa de apresentação do resultado da OPA do CaixaBank ao BPI. Paula Nunes / ECO

O CaixaBank conseguiu quase 85% do capital do BPI na OPA. Reduziu de tal forma a liquidez das ações do banco ainda liderado por Fernando Ulrich que a Euronext Lisboa teve de excluir as ações do índice de referência. É menos visibilidade para o banco, mas também mais um problema para a bolsa nacional que tem agora de encontrar um substituto. É uma tarefa complicada. Mas há uma candidata que poderá conquistar o acesso à “primeira liga” da praça lisboeta, a Sonae Indústria.

Se o banco catalão ficasse com os 84,52% após a OPA, e não houvesse outro investidor de referência que permanecesse no capital, como aconteceu, o BPI ainda poderia militar no PSI-20 já que garantia liquidez. Mas a “Allianz não vendeu”, disse Gonzalo Gortázar. A seguradora alemã que detém cerca de 8% do capital não aceitou a proposta do CaixaBank, ficando com uma posição que reduz fortemente o número de títulos do banco disponíveis para negociação, de tal forma que a gestora da bolsa portuguesa teve de avançar com a exclusão das ações para evitar problemas no funcionamento do índice — um título sem liquidez pode impedir a correta formação de preço do PSI-20.

O BPI cumpre esta sexta-feira a última sessão na principal montra do mercado nacional, deixando depois o mercado de referência lisboeta com apenas 17 cotadas — já tinha acontecido o mesmo no final de 2015 aquando da resolução do Banif. O mínimo, segundo as regras do PSI-20, que são iguais às dos restantes mercados europeus da Euronext (Bruxelas, Amesterdão e Paris), são 18 cotadas (sendo que deveriam ser 20). Essa 18ª cotada só será incorporada na revisão anual, efetivada em março (dia 20), mas com base em dados dos 12 meses de negociação até 31 de janeiro.

As regras, que foram revistas em 2014, definem alguns critérios para a promoção de uma cotada ao índice nacional, essencialmente relacionados com a liquidez. O primeiro critério é o do free float, ou seja, as ações disponíveis para negociação (que não são detidas por acionistas de referência), que terá de ser superior a 15%, sendo o outro o da negociação de pelo menos 25% do capital disponível num período de 12 meses. Estes dois critérios afastam grande parte das cotadas portuguesas do PSI-20. E o último também: valor de mercado com base nos títulos disponíveis acima dos 100 milhões de euros.

As regras do PSI-20, em resumo:

  • “As empresas que tenham um free float inferior a 15 % não serão selecionadas na revisão anual”, diz a Euronext. Ou seja, é necessário que estejam disponíveis para negociação pelo menos 15% das ações de forma a garantir a liquidez dos títulos.
  • “As ações de uma empresa devem ter uma free float velocity de, pelo menos, 25%”, ou seja, o número total de ações transacionadas deve representar, no mínimo, 25% do número total de ações cotadas disponíveis para negociação (…) nos 12 meses relevantes para a revisão”.
  • As empresas que cumprirem as regras de liquidez, devem também ter um valor de mercado com base no capital em bolsa de mais de 100 milhões de euros. “Por princípio, [devem] ter” esta capitalização mínima, diz a Euronext. Mas no final caberá ao Comité do PSI-20 a decisão.

Passadas as “pente fino” todas as cotadas nacionais — na revisão anual do índice partem todas as empresas em pé de igualdade, as do índice geral e as do PSI-20 — há duas empresas que se destacam, de acordo com os cálculos do ECO. Por um lado, a Ibersol. Por outro, a Sonae Indústria. São as melhores posicionadas para uma promoção, embora nem uma nem outra cumpram todos os requisitos. A dona de cadeias de restaurantes passa no free float, mas falha na negociação: no espaço de um ano, de acordo com dados da Bloomberg, apenas rodou 17% do capital disponível em bolsa. A Sonae Indústria não vale 100 milhões.

Mesmo sem os 100 milhões

Ambas têm falhas, mas a da Sonae Indústria é menos preocupante para a Euronext. A gestora quer garantir que tem sempre no índice de referência as empresas mais líquidas de forma a que não existam problemas com o funcionamento da “montra” da bolsa de Lisboa, pelo que a Ibersol deverá ser preterida apesar de ter uma capitalização acima dos 100 milhões. A Sonae Indústria tem um valor em bolsa reduzido, mas já no passado foram promovidas empresas com o mesmo problema. Está nas regras o patamar dos 100 milhões, mas no final caberá ao Comité do PSI-20 a decisão.

A Sonae Indústria não é uma estreante nas lides do índice de referência português. Já militou no mercado principal durante alguns anos, sendo que o seu regresso poderia engrossar a presença de empresas do universo Sonae no PSI-20 — não seria, mais uma vez, algo inédito tendo em conta que a própria Sonae Indústria já fez parelha com a Sonae e a Sonaecom. No índice principal estão, atualmente, a Sonae e a Sonae Capital, sendo que esta última entrou na revisão feita em 2016, juntamente com a Corticeira Amorim e as unidades de participação do fundo do Montepio.

Belmiro de Azevedo e Paulo AzevedoJosé Coelho / Lusa

A empresa que tem Paulo Azevedo como presidente fez em 2014 um aumento de capital que teve uma participação limitada, levando ao aumento da participação da Efanor, a holding do empresário Belmiro de Azevedo. Esta operação afundou o valor das ações para uma cotação muito reduzida. Atualmente, está a valer 0,006 euros, ou seja, 0,6 cêntimos. Apesar da queda acumulada este ano, sobe mais de 25% no espaço de um ano, acompanhando a recuperação das contas. Registou prejuízos de 21,3 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2016, uma melhoria de 24,7% face ao período homólogo.

Visibilidade… nos fundos

Só nas próximas semanas é que a gestora da bolsa portuguesa irá fazer a avaliação das empresas que podem ser promovidas ao índice principal. A Sonae Indústria será uma solução de recurso para ocupar o lugar deixado vago pelo BPI, completando assim as 18 cotadas, o mínimo exigido num índice que deveria ter 20 — chama-se PSI-20. Ainda há mais duas vagas, mas os cálculos realizados pelo ECO não apontam para mais candidatos à altura da entrada para a “montra” da bolsa de Lisboa.

Se a saída do BPI levou à queda acentuada das ações — parte da dimensão da queda é explicada também pela reduzida liquidez, que amplia os movimentos nos títulos –, a promoção ao índice tende a puxar pelas cotações. A integração de uma empresa no PSI 20 traz maior visibilidade e liquidez à ação, permitindo que um maior número de investidores, nacionais mas principalmente internacionais, procurem as ações. Estas ações são especialmente procuradas por fundos de investimento que procuram replicar o comportamento dos índices, aumentando a pressão compradora.

Nem todas as cotadas tendem a sair beneficiadas pela promoção ao PSI-20: a Teixeira Duarte, que várias vezes entrou e saiu do índice criado em 1993, raramente tirou partido desta “montra”. Contudo, empresas como a Corticeira Amorim e a Sonae Capital, as últimas a entrarem, registam bons desempenhos, sendo esses também resultado da capacidade que ambas têm tido em apresentar contas positivas, em crescimento, que se estão a traduzir em dividendos para os acionistas.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

BPI e BCP voltam a centrar atenções dos investidores. Por razões diferentes. O primeiro está de saída do PSI-20, após a OPA espanhola. Já o segundo livrou-se esta quinta-feira da ajuda do Estado.

O BPI diz adeus ao PSI-20 esta sexta-feira na sequência da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank. Com isto, o principal índice português volta a emagrecer: até março, será composto por apenas 17 cotadas. Uma destas cotadas surge transfigurada quando se der início à última sessão da semana nos mercados. É o BCP que, depois do aumento de capital, já devolveu tudo o que devia ao Estado.

Adeus BPI, olá PSI-17

O BPI abandona esta sexta-feira o clube das cotadas de referência em Portugal. E isto depois de a OPA do CaixaBank ter deixado o banco português sem liquidez suficiente para preencher os requisitos exigidos pelo PSI-20. As ações tombaram esta quinta-feira mais de 12%. Entretanto, o principal índice de referência volta a ser desmembrado, ficando apenas com 17 membros. A revisão anual da Euronext para recompor o PSI-20 apenas ocorrerá em março.

BCP livra-se do Estado

Estão aí mais 14 mil milhões de novas ações do maior banco privado português. Um mundo de liquidez adicional que surge depois do aumento de capital no valor de 1.330 milhões de euros que o BCP concretizou no início deste mês. Com este dinheiro, Nuno Amado já pagou tudo o que devia ao Estado. Há uma nova vida à frente da instituição agora controlada pelos chineses da Fosun e pelos angolanos da Sonangol.

Os preços em Portugal

O INE atualiza esta sexta-feira a evolução do índice de preços no consumidor, a chamada taxa de inflação, relativo a janeiro. Na Zona Euro, os preços terão acelerado no arranque do ano, motivo pelo qual o Banco Central Europeu (BCE) tem recebido pressões no sentido de reduzir os estímulos monetários que têm ajudado a controlar os juros da dívida portuguesa. Ao mesmo tempo, a autoridade estatística nacional divulga o volume de negócios no setor da construção.

Trump meets Abe

No dia em que Donald Trump recebe o primeiro-ministro Shinzo Abe na Casa Branca, são divulgados indicadores importantes a propósito da economia norte-americana no arranque do ano. A confiança dos consumidores americanos deverá ter recuado em janeiro, depois de ter atingido um máximo de 13 anos em dezembro. O Governo apresenta ainda dados relativos à execução orçamental.

Chuva de ratings

É sexta-feira, dia de ratings. Enquanto a Standard & Poor’s atualiza a notação financeira de Angola, a Moody’s revê os ratings de França, Itália e República Checa. E a canadiana DBRS divulga as suas avaliações em relação ao Mecanismo Europeu de Estabilidade.

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Está perdido? Quem disse o quê na polémica da CGD

Já não sabe quem disse o quê, quem mentiu, disse inverdades, o que existe e inexiste? Não se preocupe. O ECO dá-lhe os factos.

Parecia que o assunto já estava arrumado: António Domingues saiu da Caixa Geral de Depósitos por não concordar com a obrigação de entregar uma declaração de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional. O banco público ganhou uma nova liderança, encabeçada por Paulo Macedo. Mas as cartas que chegaram à comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da CGD, e que foram reveladas pelo ECO, reacenderam a polémica. Afinal, o ministro das Finanças comprometeu-se com António Domingues sobre esta dispensa, ou não? O que disse Centeno? E o que disse Domingues? Quem disse o quê? Venha daí, o ECO dá-lhe os factos.

Mário Centeno

“Reitera-se todas as declarações públicas que o ministro das Finanças fez sobre esta matéria”.

Esta foi a resposta do Ministério das Finanças ao Expresso esta quarta-feira, 8 de fevereiro, face à revelação do conteúdo das cartas escondidas.

“A ideia é a CGD ser tratada como qualquer outro banco. Essa foi a razão para que fosse retirada do Estatuto do Gestor Público. Está sujeita a um conjunto de regras mais profundo, como estão todos os bancos. Não faz sentido estar sujeita às duas coisas. Não foi lapso. O escrutínio já é feito.”

A frase é do gabinete de imprensa do Ministério das Finanças a 25 de outubro, e foi enviada a vários jornais na sequência da questão suscitada pelo social-democrata Marques Mendes. O comentador tinha explicado que, ao retirar os administradores da Caixa do Estatuto do Gestor Público, dispensava-os da entrega das declarações de rendimento e património ao Tribunal Constitucional.

“O único compromisso que existe é o de que se manterá um banco público, capitalizado de maneira a poder desempenhar o papel que tem de desempenhar no sistema financeiro e na economia portuguesa e um banco que seja competitivo. Esse é o compromisso, foi assumido de forma muito explícita interna e externamente. É esse o único compromisso que temos neste momento assumido em relação à Caixa Geral de Depósitos.”

Estas foram as declarações do ministro das Finanças, Mário Centeno, numa conferência de imprensa com o comissário europeu Pierre Moscovici no Ministério das Finanças.

“O Governo garantiu ao dr. António Domingues todas as condições para que o dr. António Domingues pudesse ter um mandato de quatro anos à frente da Caixa com os objetivos para a missão da CGD que o Governo estabeleceu.”

Esta foi a resposta dada pelo ministro das Finanças numa entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, a 4 de janeiro, perante a pergunta direta dos jornalistas sobre se “o Governo garantiu ou não, em algum momento e de que forma, a António Domingues, que ele estaria dispensado da apresentação da famosa declaração de rendimentos?”

Nessa entrevista, o ministro acrescentou ainda:

“O dr. António Domingues pôs várias condições. Essas condições foram todas conversadas entre o acionista e o dr. António Domingues. Foi muito claro, para todos, quais eram as condições com que o dr. António Domingues entrava. A legislação que foi passada, a esse propósito, teve como objetivo principal este que eu acabei de dizer — permitir alinhar os incentivos e as remunerações e, no fundo, o estatuto do gestor da Caixa com os do restante setor bancário…”

E continuou:

“E, nesse contexto, da legislação decorreria isso. Acontece que há entendimentos diversos sobre a legislação e a vida é o que é. E, quando estamos à frente de uma instituição da dimensão da CGD ou de outras entidades que mesmo não sendo públicas ou sendo públicas ou privadas têm uma dimensão muito significativa na vida pública nacional, temos de ser capazes de reagir àquilo que são as interpretações que fazem…”

António Domingues

“Foi uma das condições acordadas para aceitar o desafio de liderar a gestão da CGD e do mandato para convidar os restantes membros dos órgãos sociais, como de resto o Ministério das Finanças publicamente confirmou”. “Foi, desde logo com grande surpresa que vimos serem suscitadas dúvidas sobre as implicações da exclusão dos membros do conselho de administração da CGD do Estatuto do Gestor Público (EGP), concretamente sobre a possível necessidade de envio de tais declarações ao Tribunal Constitucional”.

São estas as declarações do gestor, na carta de 15 de novembro, que afirmam a existência de um compromisso entre o Ministério das Finanças e António Domingues.

“Não, por amor de Deus, porque é que haveria de sair zangado?”

Foi assim que António Domingues reagiu quando os jornalistas, a 16 de dezembro, lhe perguntaram se saía da Caixa Geral de Depósitos zangado com o Governo.

“Se me dissessem ‘não’, eu ia à minha vida. Mas tenho o direito de defender os meus interesses. Essas condições foram postas à cabeça.”

Disse, segundo o Observador, o já presidente executivo demissionário na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, a 4 de janeiro de 2017. Na mesma sessão dessa comissão, Domingues acrescentou:

“Considerava que não se devia aplicar à Caixa o estatuto de gestor público, porque manter esse estatuto significa que o Estado continuava a ter direitos especiais diferentes de um acionista normal e isso iria criar dificuldades”

“O que estava em causa era um afastamento da aplicação do Estatuto do Gestor Público”, porque manter esse estatuto poderia “dificultar as negociações com Bruxelas”, já que o Estado teria “poderes especiais” face aos outros acionistas, afirmou na mesma ocasião António Domingues.

Ricardo Mourinho Félix

“Sim, foi intencional, sabíamos que isto [o fim do escrutínio público dos rendimentos dos novos gestores da CGD] seria uma consequência da sua retirada do Estatuto do Gestor Público”. “Não haverá acesso do público em geral às suas declarações de rendimentos. Será um processo entre o gestor e o regulador [Banco de Portugal]”.

A 28 de outubro, o Diário de Notícias, citando declarações do secretário de Estado, noticia que Mourinho Félix assumiu que não tinha sido por lapso que o Governo isentara os novos administradores do banco público do dever — imperativo para todos os outros gestores públicos — de apresentarem declarações de rendimentos no Tribunal Constitucional. Mais tarde, segundo o mesmo jornal, o Governo voltava atrás remetendo para a lei de 83.

“Não existe nenhum acordo. [As afirmações sobre a existência de um acordo escrito] são falsas, não têm nenhum fundamento, não existe nenhum acordo, esse acordo não existe. (…) Não assinei nenhum acordo, nenhum acordo aludia a essa questão.”

Foi esta a reação de Mourinho Félix, à TSF, a 18 de novembro, sobre as afirmações de Lobo Xavier que diz haver um “compromisso escrito” entre o Governo e António Domingues sobre a dispensa de entrega das declarações de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional.

Pedro Nuno Santos

“Aos gestores da CGD não se aplica o estatuto do gestor público, mas eles têm de apresentar a declaração de rendimentos porque a lei de 83 — invocada pelo Presidente da República — diz isso mesmo e essa não foi alterada.”

Foi assim que o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares esclareceu o seu ponto de vista sobre o assunto, numa entrevista à TSF e Diário de Notícias, a 7 de novembro de 2016.

António Lobo Xavier

“Havia uns senhores que tinham belíssimos lugares nos sítios onde estavam e foram desafiados pelo governo para tratar da CGD. [Os gestores] Puseram as suas condições, como acontece sempre, e foi-lhes prometido, foi-lhes até escrito, foi-lhes até escrito.”

Lobo Xavier falava na Quadratura do Círculo, na SIC Notícias, a 18 de novembro, e referia-se à existência de um compromisso escrito, por parte do Governo, de que estariam dispensados da entrega de declarações de rendimento e património ao Tribunal Constitucional. Lobo Xavier acrescentou ainda:

“Os governos não funcionam assim, os compromissos eram do conhecimento de todos, e toda a gente tinha era a ideia de que bastava alterar o Estatuto do Gestor Público para resolver todos os problemas colocados, ou seja, quer o salário, quer o da revelação das declarações.”

António Costa

“O ministro das Finanças não mentiu. Não tiro conclusões sobre a posição do ministro com base em compromissos que terceiros alegam que ele tem sem que haja qualquer prova”.

Esta quarta-feira, dia 8 de fevereiro, no debate parlamentar, o primeiro-ministro respondeu aos deputados do PSD e CDS sobre a polémica da correspondência.

“A interpretação que faz o senhor Presidente da República, a interpretação que os gestores da CGD fazem e a interpretação que fará o Tribunal Constitucional respeita a cada um. Respeitaremos a interpretação que for feita.”

Esta foi a resposta do primeiro-ministro, quando confrontado pela Lusa, a 5 de novembro, sobre se os administradores da Caixa têm de apresentar as declarações de rendimentos.

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Marcelo: “Era favorável a uma presença espanhola forte na banca. É o que acontece”

O Presidente da República não está preocupado com uma eventual 'espanholização' da banca e até vê com bons olhos uma "presença espanhola forte" nos bancos nacionais.

O Presidente da República está satisfeito com a OPA do CaixaBank ao BPI. Em Madrid, à entrada de um jantar organizado pela Câmara de Comércio Hispano Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “a presença espanhola num banco português” é “um passo importante no reforço das relações financeiras entre Portugal e Espanha”. “Isso foi muito bom”, reiterou.

Questionado pelos jornalistas sobre se ainda receia a chamada espanholização da banca portuguesa, o Presidente clarificou que a “preocupação” era que “houvesse em Portugal um monopólio espanhol ou de qualquer outro país”: “Era favorável a uma presença espanhola forte na banca portuguesa. É o que acontece, com diversificação, uma vez que há um forte banco público e há outros bancos privados”, disse.

“Temos um fortíssimo banco público português. Isso foi possível garantir. E depois temos, num tempo de globalização, presença de vários países. Temos o caso espanhol, temos o caso angolano, temos o caso chinês, temos capitais americanos, presentes na banca portuguesa”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

Por fim, sobre a polémica das mensagens de António Domingues, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos (CGD) ao ministro das Finanças Mário Centeno, o Presidente da República preferiu não acrescentar mais nada ao que já tinha dito anteriormente. “Para mim sempre foi uma evidência aquilo que tive ocasião de dizer. Não tenho nada a acrescentar, sobretudo em território que não é português. O que eu disse está dito. Disse em Portugal, aqui em Espanha não vou comentar”, concluiu.

O ECO viajou para Espanha a convite da COTEC Portugal.

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Lobo Xavier sobre a CGD: “Já não há ninguém em Portugal que não perceba o que aconteceu”

Lobo Xavier disse, esta noite, na Quadratura do Círculo, que "já não há ninguém em Portugal que não perceba o que aconteceu". "Não percebo porque é que o Governo continua agarrado à semântica", disse.

António Lobo Xavier, futuro vice-presidente do BPI, criticou o Governo pelo modo como tem gerido a polémica à volta da correspondência trocada com António Domingues. O centrista disse, esta quinta-feira, na Quadratura do Círculo, na SIC Notícias, que “já não há ninguém em Portugal que não perceba o que aconteceu”. “Não percebo porque é que o Governo continua agarrado à semântica”, disse, afirmando que os documentos revelados “mostram que houve obviamente troca de correspondência sobre as condições de exercício do cargo”.

Já não há ninguém em Portugal que não perceba o que aconteceu.

Lobo Xavier

Vice-presidente do BPI

Segundo Lobo Xavier, que já anteriormente tinha vindo revelar pormenores sobre o processo e diz manter “tudo o que disse”, a então nova equipa de gestão da Caixa Geral de Depósitos “impôs condições por escrito e oralmente”, mas o Ministério das Finanças “foi negligente a corresponder a essas condições”. De acordo com o centrista, “os técnicos de ambos os lados foram discutindo sobre se bastaria ou não alterar o Estatuto do Gestor Público”. “Os jornais não trazem tudo”, avisou.

Lobo Xavier chama a atenção para um pormenor: o comentador da Quadratura do Círculo refere que essa alteração no Estatuto era da “competência do Governo”, ou seja, “podia legislar sobre essa matéria”, “coisa que fez ao abrigo das férias de verão disfarçadamente”. Contudo, a lei de 1983 que viria a obrigar a apresentação das declarações está no âmbito das competências da Assembleia da República e, por isso, “o Governo não podia mudar sozinho”.

Assim, o Executivo teria de levar a alteração a discussão parlamentar e, argumenta o comentador, “não tinha a certeza que podia fazer passar a lei”. Lobo Xavier refere que o Governo optou por uma “via mais disfarçada” na esperança de que “ninguém levantasse a lebre”. No entanto, foi Marques Mendes que, no seu comentário semanal da SIC, alertou para este problema e o Presidente da República reiterou essa preocupação.

Vai-se perceber que há uma troca abundante de conversas.

Lobo Xavier

Vice-presidente do BPI

Mas para Lobo Xavier há algo claro: “Vai ser muito difícil se estes documentos e outros que eu sei que existem (…) vão ser do conhecimento do público e vai-se perceber que há uma troca abundante de conversas e diligências”. Para o centrista o Governo não tinha necessidade de se sujeitar a uma situação destas, mas também “agora já é tarde”. “As posições estão tão extremadas que é preciso ir às últimas consequências”, afirmou.

Esta quinta-feira, o CDS acusou o ministro das Finanças de entrar em contradição no caso da correspondência da Caixa Geral de Depósitos. O Ministério das Finanças já respondeu à acusação que dizem ser uma “tentativa vil de assassinato de caráter”.

(Notícia atualizada pela última vez às 23h36)

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Trump empurra Nasdaq para recorde

  • Marta Santos Silva
  • 9 Fevereiro 2017

Os principais índices da bolsa de Nova Iorque fecharam a subir com a notícia de que o presidente dos EUA reserva para breve reformas para a economia norte-americana.

Com uma promessa sem pormenores, Donald Trump voltou a impulsionar a bolsa norte-americana, incluindo o índice tecnológico Nasdaq que atingiu níveis recordes. Desde a tomada de posse que os investidores esperavam novidades do presidente norte-americano acerca das reformas fiscais que este prometera na campanha para o setor empresarial. Agora, com a promessa de que um plano fiscal “fenomenal” vem aí, Wall Street pulou.

O índice tecnológico Nasdaq fechou no valor recorde, a subir 0,58% para os 5715,18 pontos. A subida foi acompanhada pelos outros dois índices, o de referência S&P 500, que terminou a sessão a subir 0,62% para os 2308,87 pontos após ter atingido um pico, e o industrial Dow Jones que continuou acima dos 20 mil pontos, subindo 0,59% para os 20172,40 pontos.

Entre as ações que mais subiram graças ao anúncio de Donald Trump? As da aviação, que subiram 2,5% quando o presidente prometeu cortar as regulamentações nesse setor.

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CIP reelegeu António Saraiva como presidente até 2019

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 9 Fevereiro 2017

Cerimónia da tomada de posse dos novos órgãos sociais da CIP decorrerá a 23 de fevereiro.

António Saraiva foi hoje reeleito presidente do Conselho Geral e da Direção da CIP – Confederação Empresarial de Portugal para o triénio 2017-2019, divulgou a confederação patronal.

De acordo com um comunicado da CIP, as eleições para os seus corpos sociais decorreram hoje e a lista única que se candidatou, liderada por António Saraiva, foi eleita por 84% do universo eleitoral.

A lista eleita conta com Salvador de Mello como presidente da Mesa da Assembleia Geral e com Bruno Bobone como presidente do Conselho Fiscal.

Os vice-presidentes da direção são João Almeida Lopes, Armindo Monteiro, José Eduardo Carvalho, Rafael Campos Pereira, Carlos Cardoso e Jorge Henriques.

António Saraiva vai cumprir o seu terceiro mandato como presidente da confederação e assumiu “como missão reforçar a posição da CIP enquanto confederação de empregadores”.

“Inicio este mandato ao lado de uma equipa em que acredito, e que assume, comigo, perante as empresas e o país, três compromissos: o compromisso com o crescimento económico, o compromisso com uma Europa unida em torno da competitividade, e o compromisso com um movimento associativo sólido e com valor para as empresas”, declarou o presidente reeleito, citado no comunicado.

A cerimónia da tomada de posse dos novos órgãos sociais da CIP decorrerá a 23 de fevereiro, no encerramento da Conferência Moldar o Futuro – O Imperativo do Crescimento, e contará com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

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