Constâncio defende aumentos salariais mais elevados

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

A ideia defendida pelo ex-governador do Banco de Portugal é que os salários devem aumentar a um maior ritmo de forma a que a inflação normalize.

O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, defendeu esta sexta-feira que é necessário que se produzam “aumentos salariais mais elevados” para normalizar a inflação, numa altura em que a economia está mais forte.

Em conferência de imprensa, na sede do BCE, em Frankfurt, Constâncio, citado pela agência Efe, disse que ainda é necessária uma política monetária muito expansiva para que suba a inflação subjacente, que desconta os elementos mais voláteis como a energia e os alimentos, e que apoie a taxa de inflação a médio prazo.

O BCE tem como objetivo uma taxa de inflação próxima de 2%, mas atualmente a inflação na zona euro está em 1,5%. Segundo o BCE, a inflação na zona euro pode ficar em 0,9% no primeiro trimestre de 2018, de acordo com um artigo do seu último relatório económico, dedicado à evolução dos preços.

A instituição liderada por Mario Draghi tem aplicado fortes estímulos monetários, com taxas de juro muito baixas, cobrando aos bancos por excessos nas suas reservas e comprando grandes quantidades de dívida pública e privada, para impulsionar a economia da zona euro e para que a inflação suba.

Draghi anunciou após a última reunião de política monetária do BCE que em outubro a instituição vai discutir se reduz esses estímulos.

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Miradouro na Ponte 25 de Abril abre na quarta-feira

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

A plataforma mais alta para apreciar Lisboa, a seguir ao Cristo Rei, vai abrir na próxima quarta-feira.

Um miradouro junto ao tabuleiro por onde circulam os carros na Ponte 25 de Abril, a 80 metros de altura, junto ao pilar 7, abre na quarta-feira, permitindo uma vista privilegiada de Lisboa até à outra margem. O Experiência Pilar 7 – Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril, na Avenida da Índia, abre ao público no Dia Mundial do Turismo e partiu de uma ideia da Infraestruturas de Portugal (IP), aquando dos 50 anos da Ponte 25 de Abril, comemorados no ano passado.

À semelhança do que já acontece noutras pontes do mundo, como a Golden Gate Bridge, em São Francisco (Estados Unidos da América (EUA), a Harbour Bridge, em Sydney (Austrália), e a Tower Bridge, em Londres (Reino Unido), o objetivo é “poder explicar e tornar acessível às pessoas como é a história [da ponte], qual o objetivo, como funciona, como é por dentro”, disse esta sexta-feira o diretor-geral do Turismo de Lisboa, Vítor Costa.

Antes de chegar ao miradouro, com chão e paredes de vidro, a visita começa numa sala onde está a maquete original da infraestrutura, a que se segue uma espera pela subida num primeiro elevador na Sala dos Trabalhadores, onde, numa homenagem aos que construíram a ponte, são projetados, a 360º, quatro pequenos filmes que mostram a construção e intervenções na ponte sobre o Tejo.

A visita passa ainda por uma sala com espelhos, para dar a ilusão de profundidade do pilar, e por um passadiço com vista para a zona ribeirinha, que vai até a um outro elevador panorâmico. Este levará o visitante até à altura do tabuleiro rodoviário, a cerca de 80 metros.

O ponto que se destaca é o elevador, que permite experiências interessantes. Há todo um centro de interpretação dentro do pilar da ponte, onde as pessoas podem saber as técnicas utilizadas, ver pequenos filmes da época da construção, como é que os operários fizeram a ponte”, explicou Vítor Costa, numa apresentação para a imprensa.

Após a descida está disponível um simulador que permite ao visitante acompanhar, através de realidade virtual, uma equipa de manutenção da ponte. “Dá mesmo a sensação de que estamos lá”, salientou o responsável.

O projeto custou 5,3 milhões de euros, assegurados parcialmente pela taxa turística que é cobrada aos turistas que visitam Lisboa. O equipamento vai ser gerido pela Associação de Turismo de Lisboa por um período de 15 anos e espera 150 mil visitantes anuais.

Os bilhetes variam entre os quatro euros (estudantes, seniores ou por pessoa em grupos de 10 ou mais visitantes) e os seis euros. Para crianças até aos cinco anos é de graça. A sessão de realidade virtual custa 1,5 euros. O centro está aberto entre as 10:00 e as 20:00 de maio a setembro e entre as 10:00 e as 18:00 entre outubro e abril.

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Revisão em alta do PIB salva bolsa. Galp brilha

  • ECO
  • 22 Setembro 2017

A bolsa de Lisboa encerrou no verde, no dia em que o crescimento do PIB foi revisto em alta. A Galp Energia deu fôlego ao PSI-20.

No dia em que o crescimento do PIB foi revisto em alta para 3% entre abril e junho deste ano, a bolsa nacional fechou a sessão quase inalterada. O PSI-20 esteve a negociar abaixo da linha de água durante quase todo o dia mas acabou por encerrar com ganhos ligeiros, ajudado sobretudo pelo desempenho da Galp Energia.

O principal índice português somou 0,08% para os 5.310,06 pontos, acompanhando a tendência da generalidade dos mercados de capitais europeus. Apesar da subida ligeira, o saldo na semana acabou por ser bastante positivo, com o PSI-20 a somar mais de 2% num período marcado pelo otimismo dos investidores depois de a S&P retirar o país de “lixo”.

A puxar pela bolsa esteve a Galp Energia que avançou 2,51% para os 14,90 euros, um desempenho expressivo numa sessão em que os preços do petróleo subiram ligeiramente. O Brent, em Londres, somou 0,27% para os 56,57 dólares, desempenho que vai levar a uma subida dos preços do gasóleo nos postos nacionais na próxima semana.

A ajudar esteve também a EDP Renováveis, que somou 0,01% para os 7,20 euros, enquanto a EDP perdeu 0,87% para os 3,20 euros. A REN fechou também em queda, recuando 0,29% para 2,74 euros.

Em terreno negativo, destaque também para os títulos dos CTT, que recuaram 0,90% para 5,05 euros, já a travar o efeito negativo esteve o BCP que acabou a última sessão da semana a valorizar 0,09% para 23,12 cêntimos.

(Notícia atualizada às 16h59 com mais informação)

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Novas regras de crédito? “Já se encontram estabelecidas”, diz a APB

  • Rita Atalaia e Lusa
  • 22 Setembro 2017

Há novas regras para os bancos na hora de concederem crédito. Estas novas regras só entram em vigor no arranque do ano ano, mas as normas, diz a APB, já estão implementadas.

Os bancos vão ter, a partir de janeiro, novos critérios de avaliação da capacidade dos consumidores de pagarem créditos à habitação, segundo um aviso do Banco de Portugal. Regras que “já se encontram estabelecidas” nos bancos portugueses, afirma a Associação Portuguesa de Bancos (APB) ao ECO. A entidade liderada por Faria de Oliveira diz que estas alterações vão permitir “melhores práticas” e a “harmonização” das normas.

“O aviso do Banco de Portugal nº 4/2017 relativo ao dever de avaliação de solvabilidade reflete, numa abordagem geral, as práticas que já se encontram estabelecidas nas instituições de crédito em termos de avaliação da solvabilidade dos clientes bancários“, refere a APB ao ECO. Para a representante das instituições financeiras nacionais, esta iniciativa “vem institucionalizar, no quadro regulamentar, melhores práticas em termos de avaliação de solvabilidade e assegurar a sua manutenção e aplicação de uma forma harmonizada“.

No aviso, publicado em Diário da República, o supervisor começa por esclarecer sobre o que chama “deveres gerais” das instituições que concedem crédito: “No cumprimento das disposições do presente aviso, as instituições devem proceder com diligência e lealdade, promovendo a concessão de crédito responsável, tendo em consideração a situação financeira, os objetivos e as necessidades dos consumidores e a natureza, montante e características do contrato de crédito”.

O Aviso do Banco de Portugal nº 4/2017 relativo ao dever de avaliação de solvabilidade reflete, numa abordagem geral, as práticas que já se encontram estabelecidas nas instituições de crédito em termos de avaliação da solvabilidade dos clientes bancários.

Associação Portuguesa de Bancos

O aviso determina que o dever de avaliação da solvabilidade dos consumidores acontece previamente à celebração do contrato de crédito, mas também em momento anterior a qualquer aumento do montante total do crédito que ocorra na vigência do contrato de crédito, exceto quando o aumento tenha sido inicialmente convencionado pelas partes, aquando da celebração do contrato de crédito.

O diploma esclarece que são os bancos que têm de comprovar terem cumprido este dever: “Compete às instituições fazer prova do cumprimento dos deveres previstos no presente Aviso”.

O Banco de Portugal define ainda que a avaliação da solvabilidade “deve basear-se preferencialmente nos rendimentos auferidos pelo consumidor que, pelo seu montante e periodicidade, apresentam um caráter regular, incluindo, nomeadamente, os rendimentos auferidos a título de salário, a remuneração pela prestação de serviços ou as prestações sociais”.

Para conceder o crédito, o banco “deve ter em consideração” o rendimento auferido pelo consumidor, pelo menos, nos três meses anteriores ao momento em que procede à avaliação da solvabilidade, bem como a evolução que o rendimento registou nesse período. “A avaliação da solvabilidade não deve basear-se na expectativa de aumento dos rendimentos auferidos pelo consumidor”, esclarece o supervisor da banca.

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Imperial investe seis milhões para inovar (ainda mais) no chocolate

No dia do 85º aniversário, a maior produtora nacional de chocolates inaugura uma nova fábrica com capacidade para 3 mil toneladas de chocolate/ano. Empresa vai fechar o ano com receita de 34 milhões.

A Imperial, produtora nacional de chocolates conta a partir de hoje com uma nova fábrica de drageias, num investimento de seis milhões de euros. Manuela Tavares de Sousa, presidente executiva da Imperial, adianta ao ECO que “este investimento com tecnologia de última geração é muito relevante para a empresa e, sobretudo, é muito vocacionado para os mercados externos”.

A cerimónia de inauguração da nova unidade industrial está associada ao 85º aniversário da empresa e conta com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

A CEO da Imperial refere: “o nosso objetivo é direcionarmo-nos para alguns mercados europeus, mas também para Ásia-Pacífico e Médio Oriente”. E acrescenta: “recentemente, entramos no Médio Oriente, na Rússia e na Austrália, e refiro apenas estes três mercados devido à sua dimensão e estamos a abrir novos mercados no Golfo. Mercados onde o consumo de chocolate é elevado e onde se perspetivam grandes crescimentos”.

O nosso objetivo é direcionarmo-nos para alguns mercados europeus, mas também para Ásia-Pacífico e Médio Oriente

Manuela Tavares de Sousa

Presidente executiva da Imperial

A Imperial que detém marcas como a Regina, Pintarolas e Pantagruel está presente em mais de 50 países, repartidos por cinco continentes.

Para 2017, a presidente da empresa estima “um volume de negócios de 34 milhões de euros, um crescimento de seis milhões de euros face ao exercício do ano anterior“. O mercado nacional é responsável por 70% da faturação.

“A perspetiva dentro da empresa é de crescimento pelo que até 2020 devemos estar a faturar 40 milhões de euros, diz a presidente da Imperial. Sobre resultados, a Imperial mantém a informação em segredo.

Com cerca de 200 empregados, a Imperial prevê contratar mais 30 pessoas nos próximos dois anos.

Manuela Tavares de Sousa relembra que, apesar de a empresa “estar muito apostada em produtos inovadores, tem em simultâneo feito renascer os seus produtos mais “revivalistas” e mais icónicos”.

A Imperial foi comprada pelo fundo Vallis Sustainable Investments I em julho de 2015. Manuela Tavares de Sousa diz que “este investimento foi decidido dois meses após essa aquisição o que é revelador da visão de longo prazo” do novo acionista.

No total, nos últimos dez anos, a Imperial investiu 20 milhões de euros, valor que já inclui o investimento desta nossa fábrica.

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PGR abre inquérito ao caso dos 10 mil milhões das offshores

Depois de meses a recolher elementos sobre o caso dos 10 mil milhões de euros transferidos para offshores que escaparam ao controlo do Fisco, a PGR abriu um inquérito.

Desde fevereiro que o Ministério Público está a recolher elementos para decidir se abriria um inquérito às transferências para paraísos fiscais que não foram alvo de controlo pela Autoridade Tributária. A decisão foi tomada este verão: em agosto, a PGR decidiu abrir um inquérito, mas ainda não existem arguidos. A notícia foi avançada esta sexta-feira pelo Jornal Económico e foi confirmado pelo ECO.

“Os elementos recolhidos deram origem a um inquérito, o qual foi remetido ao DIAP de Lisboa”, esclarece a Procuradoria-Geral da República, em resposta ao ECO. Segundo o gabinete de Joana Marques Vidal, “o inquérito foi instaurado em agosto de 2017, encontra-se em investigação, não tem arguidos constituídos e está em segredo de justiça“.

Em causa estão os dez mil milhões de euros que terão sido transferidos para jurisdições offshore sem terem sido vigiados pela Autoridade Tributária. A auditoria da Inspeção Geral das Finanças, revelada no final de junho, não foi totalmente conclusiva. “Não foi encontrada explicação” para o ‘apagão’ seletiva das offshores, concluía o relatório da IGF.

Por um lado, a IGF afirmou que não conseguiu apurar uma explicação informática para o erro, ainda que tenha escrito que tudo aponta para um problema no software. Por outro lado, o relatório da Inspeção-Geral das Finanças dizia ser “extremamente improvável” que tenha existido mão humana no ‘apagão’ dos 10 mil milhões de euros denunciado no início deste ano.

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“Não podemos ver estes trimestres como exceção, mas como regra”

O PIB foi revisto novamente em alta. Cresceu 3% no segundo trimestre, um resultado que António Costa diz que deve ser "regra". E admite que tem "a ambição de fazer melhor" do que o projetado.

António Costa congratulou-se com os números do crescimento, mas também da consolidação orçamental. O primeiro-ministro defende que os resultados alcançados não devem ser a exceção, mas sim a regra. E admite que quer fazer melhor do que o que está estimado para este ano.

A economia e a consolidação mostram que estamos no caminho certo. Quando assim, é, temos de continuar. Não podemos ver estes trimestres como exceção, mas como regra“, disse António Costa, reagindo assim ao crescimento revisto em alta de 3% no segundo trimestre, mas também ao défice de 1,9% até junho.

O crescimento económico do segundo trimestre foi revisto em alta para os 3%, ao contrário dos 2,9% inicialmente divulgados pelo INE na segunda estimativa, em agosto. Há cerca de um mês, o INE tinha revisto a subida do PIB no segundo trimestre para os 2,9%, depois da primeira estimativa apontar para os 2,8%.

Questionado pelos jornalistas sobre se acredita que será capaz de fechar o ano com resultado melhores do que o estimado, o primeiro-ministro diz ter “ambição de fazer melhor. O que estamos a constatar é que estamos a crescer de forma mais sólida dos que as nossas expectativas”. O crescimento previsto para este ano é de 1,8%, enquanto o défice de 1,5%.

O défice registado na primeira metade do ano, de 1,9%, representa uma melhoria significativa quando comparado com o mesmo período do ano passado, embora continue acima da meta traçada pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, para o conjunto de 2017. E não tem em conta a recapitalização da CGD.

António Costa diz, em declarações transmitidas pelas televisões, que “já é claro que o eventual efeito estatístico não terá impacto no desempenho orçamental português. Independentemente de como venha a ser classificado, não terá impacto na avaliação do desempenho da consolidação orçamental de Portugal”.

(Notícia atualizada às 15h36 com mais declarações de António Costa)

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Marcelo é sonhador? Não, PIB a subir 3,2% “é possível”

  • Lusa e ECO
  • 22 Setembro 2017

Marcelo Rebelo de Sousa falou da revisão em alta do crescimento no segundo trimestre de 2017 para os 3%, lembrando que ele próprio já tinha avançado a meta de 3,2%.

O Presidente da República disse esta sexta-feira que Portugal vai poder cumprir o défice de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) estabelecido como meta pelo Governo para 2017, congratulando-se com as “boas notícias” para a economia agora divulgadas. Em declarações transmitidas pela SIC Notícias, Marcelo Rebelo de Sousa classificou a notícia do PIB de “magnífica” e a do défice de “muito boa”.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o défice orçamental foi de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre deste ano, uma diminuição face aos 3,1% registados no período homólogo. “Isso quer dizer que vamos poder cumprir, no mínimo, 1,5 % do défice este ano, em termos do exercício orçamental“, afirmou o chefe de Estado, durante a cerimónia de inauguração de uma nova área produtiva da fábrica da Bosch Security Systems, em Ovar.

Quanto ao receio do efeito da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, Marcelo alinhou com o Governo: “Mesmo que seja contabilizado, e o défice fique acima dos 3%, essa parte não conta para efeitos do PDE [Procedimento por Défices Excessivos]”. O Presidente da República classificou o potencial efeito no défice de “mera soma aritmética”.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se ainda à revisão em alta do crescimento no segundo trimestre de 2017 para os 3%, lembrando que ele próprio já tinha avançado a meta de 3,2%. “Quando eu, na Croácia, tinha dito que se devia apontar para 3,2%, houve quem dissesse que o Presidente é um otimista, é um sonhador, imagina realidades impossíveis. Pois, é possível”, sublinhou.

O Presidente considera que estes valores estão mais próximos daquilo que considera ser o “fundamental” para o país. E Marcelo prevê que as metas do Governo sejam atingidas sem problemas, uma vez que não sentiu “durante o verão, sinais de quebra do turismo, sinais de profunda desaceleração da economia ou sinais da execução orçamental diferente da anterior”.

“Olhando para o turismo, os investimentos programados e os que se anunciam, a evolução das exportações… não vejo razões para dizer que não vamos atingir as metas”, considerou Marcelo em resposta aos jornalistas presentes no Porto. Quanto às negociações do Orçamento do Estado para 2018, o Presidente da República pediu que os partidos encontrem um “meio-termo entre as euforias e as tragédias”. “Os dados devem ser encarados com bom senso, nem com pessimismo nem com euforia”, aconselhou.

O Presidente da República associou ainda estes dados aos resultados obtidos pela Bosch em Portugal, referindo que as três unidades de produção da multinacional alemã, em Ovar, Aveiro e Braga, “contribuem com quase 1% do PIB português”.

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Theresa May quer parceria criativa e ambiciosa com a Europa

Em Florença, a chefe do governo britânico falou sobre as negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia e assinalou a vontade de manter a proximidade económica e estratégica com a Europa.

O Reino Unido está a sair da União Europeia, não a voltar-lhe as costas, garantiu, esta sexta-feira, Theresa May, num discurso proferido em Florença, Itália, sobre o Brexit. A primeira-ministra britânica deixou clara a vontade de manter a cooperação económica e estratégica com a Europa. May apelou à criatividade e ambição no desenho da nova parceria.

Segurança, migração e economia foram os principais tópicos da intervenção da chefe do governo britânico que pediu um período de transição de dois anos após a saída do Reino Unido da União Europeia.

1. Parceria económica criativa

Há boas razões para o Reino Unido estar otimista, explicou Theresa May. Os britânicos, diz a chefe do governo, são o maior parceiro comercial da União Europeia e é a Europa, por sua vez, a maior parceira comercial do Reino Unido. É, portanto, do interesse de todos encontrar uma parceria criativa que promova a prosperidade de ambos, realçou.

“Uma nova parceria económica criativa, abrangente, sublinhada por elevados padrões e com uma abordagem prática à regulamentação” é, por isso, a proposta da primeira-ministra britânica.

Theresa May enfatizou, ainda, a importância dos valores comuns do Reino Unido e da União Europeia, como o comércio livre e a concorrência, na construção de um novo projeto. A chefe do governo britânico comprometeu-se, também, a evitar fricções nas fronteiras.

“Queremos trabalhar em conjunto com a União Europeia, não afastados dela”, destacou a responsável. O Reino Unido está, portanto, interessado numa parceria estreita em termos económicos com a Europa.

2. Unidos pela segurança da Europa

O Reino Unido está comprometido de forma incondicional com a União Europeia”, disse Theresa May em relação às matérias de segurança e luta contra o terrorismo. A primeira-ministra garantiu que é do interesse do Reino Unido manter a aliança e trabalho sobre “questões que podem ser de vida ou de morte”.

May apelou ainda a um diálogo constante baseado na crença histórica na paz, Estado de direito e democracia partilhada pelo Reino Unido e União Europeia. “É a nossa ambição trabalhar de forma estreita com a UE para proteger os nossos povos”, sublinhou.

Um acordo único em termos de profundidade e aberto a parcerias dinâmicas para melhorar a segurança de toda a Europa foi o desejo expresso pela chefe de governo, em Florença.

3. Reino Unido valoriza imigrantes

Desde o referendo de 23 de junho de 2016 (em que a saída da União Europeia conquistou a vitória) que a incerteza passou a fazer parte do dia-a-dia dos imigrantes a viver, no Reino Unido.

“Queremos que fiquem, valorizamo-vos e agradecemos o vosso contributo para a vida nacional”, declarou Theresa May sobre esses cidadãos. A primeira-ministra britânica assegurou que uma das prioridades no processo de Brexit é a garantia dos direitos dos trabalhadores.

A 29 de março de 2019, o Reino Unido deixa, oficialmente, de ser membro da União Europeia.

(Notícia atualizada às 16h20)

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3 gráficos, 3 boas notícias: PIB, défice e poupança

Mário Centeno tem razões para celebrar. Três dos principais indicadores macroeconómicos divulgados esta sexta-feira pelo INE surpreenderam pela positiva.

O INE atrasou-se a publicar os dados estatísticos calendarizados para esta sexta-feira, mas quando os publicou trouxe uma série de boas notícias para o país. O PIB cresceu ainda mais no segundo trimestre, o défice do primeiro semestre foi ainda mais baixo e a taxa de poupança, afinal, não está tão má como os dados mostravam nos últimos trimestres.

Nas contas trimestrais por setor institucional divulgado esta sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatística explica que este destaque incorpora nova informação com revisões anteriores. Os principais dados novos divulgados surpreenderam pela positiva: o PIB cresceu 3% no segundo trimestre, o défice ficou pelos 1,9% no primeiro semestre e a taxa de poupança fixou-se nos 5,2%.

À segunda revisão, PIB já cresce 3%

Fonte: INE e Eurostat

Inicialmente a economia tinha crescido 2,8% no segundo trimestre. Na segunda estimativa, o INE reviu em alta para os 2,9%. Um mês depois, há uma nova revisão em alta para os 3%. Este desempenho da economia portuguesa no segundo trimestre representa ainda uma aceleração face ao primeiro trimestre de 2017, período em que o PIB cresceu 2,8%.

Défice de 1,9% nos primeiros seis meses do ano

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

O défice orçamental registado no primeiro semestre deste ano foi de 1,9%. O número fica abaixo da estimativa que tinha sido avançada pelos peritos da UTAO. O défice do primeiro trimestre deste ano foi revisto em baixa, da anterior estimativa de 2,1% para 1,7% do PIB. O número divulgado esta sexta-feira pelo INE não conta ainda com o impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, que pode atingir 2,1% do PIB.

Poupança em mínimos? Afinal não

Fonte: INE. Contas ECO

É uma surpresa que vem com a atualização dos dados. O gráfico até ao trimestre anterior mostrava a taxa de poupança das famílias a cair para lá dos 4%, mas afinal as famílias estão a poupar mais de 5%. O novo gráfico mostra que a taxa de poupança caiu entre 2013 e 2015, dos 9% para os 6%, mas depois manteve-se nessa fasquia até ao momento. No segundo trimestre de 2017, a taxa de poupança estabilizou nos 5,2%, igual à do trimestre anterior.

Os dados atualizados mostram que os piores trimestres para este indicador foram o segundo trimestre de 2015, o terceiro trimestre de 2015 e o primeiro trimestre de 2016. Nestes três períodos a taxa de poupança das famílias portuguesas foi de 5%.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), houve um aumento do rendimento dos portugueses neste período que é justificado sobretudo com os reembolsos antecipados do IRS. “A redução dos impostos sobre o rendimento pagos pelas famílias traduziu sobretudo o efeito positivo da antecipação de reembolsos do IRS. Este efeito tenderá a ser compensado no trimestre seguinte”, explica ainda a autoridade de estatística nacional.

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Macron promulga controversa reforma da lei do trabalho em cerimónia em direto na TV

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

Segundo Macron, todos os diplomas serão aplicados “o mais tardar até 1 de janeiro”.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, promulgou esta sexta-feira a controversa reforma do Código de Trabalho, uma das suas grandes promessas eleitorais, que está a gerar controvérsia e protestos em França. A cerimónia da assinatura dos diplomas da reforma laboral aconteceu no Palácio do Eliseu, sede da Presidência francesa, e foi transmitida em direto na televisão.

Esta “reforma inédita”, que visa “a transformação” do país e pretende aumentar a flexibilidade das leis do trabalho, foi “realizada num tempo recorde”, saudou o chefe de Estado francês, eleito em maio passado. Estes textos “consagram uma reforma profunda (…) do mercado de trabalho que é indispensável para a nossa economia e para a nossa sociedade”, sublinhou Macron, logo após ter rubricado os diplomas.

A reforma, aceite pelos patrões franceses, traz “soluções pragmáticas para as muito pequenas empresas e para as pequenas e médias empresas”, afirmou o chefe de Estado francês, lembrando que “são estas que criam mais empregos”. “Os efeitos serão estruturantes sobre o emprego, especialmente para os mais jovens”, prometeu Emmanuel Macron, que sempre apresentou esta reforma como um remédio contra o “desemprego em massa”.

Em França, a taxa de desemprego situa-se atualmente nos 9,6%, um número superior à taxa média verificada na Europa (7,8%). Numa resposta indireta aos sindicatos que organizaram no passado dia 12 de setembro e na quinta-feira duas jornadas de manifestações em França para contestar as novas leis de trabalho, Macron assegurou que a reforma “introduz novos direitos e proteções para os trabalhadores e para os respetivos representantes”.

“Mais de 300 horas de concertação com todos os parceiros sociais” foram consagradas, recordou ainda o chefe de Estado francês. Na última manifestação, realizada na quinta-feira, participaram 16 mil pessoas segundo a polícia e 55 mil segundo os sindicatos.

Cerca de 200 manifestações estão convocadas para esta sexta-feira a nível nacional e o desafio que a Confederação Geral do Trabalho (CGT) propõe é aumentar ou pelo menos igualar a mobilização de 12 de setembro, quando saíram às ruas 223 mil pessoas em todo o país segundo a polícia, e 500 mil segundo os sindicatos.

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Coreia deixa Wall Street sob tensão

O crescendo da tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte ditou um arranque negativo das ações norte-americanas. Investidores procuram refúgio no ouro e no iene.

As ações norte-americanas arrancaram a sessão em queda, com os investidores a revelarem a sua aversão ao risco perante a subida de tom na guerra de palavras entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.

O Dow Jones arrancou a perder 0,11%, para os 22.334,07 pontos, enquanto o S&P 500 inaugurou a sessão a desvalorizar 0,13%, para os 2.497,26 pontos. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq desliza 0,33%, para os 6.401,441 pontos.

O recuo desta sessão dos principais índices bolsistas dos Estados Unidos, dá continuidade às perdas registadas na sessão de quinta-feira, quando os investidores reagiram com alguma surpresa à antecipação da Fed que poderá subir juros ainda este ano, bem como irá arrancar com a retirada dos estímulos económicos em outubro.

Contudo, a sessão de hoje está a ser condicionada sobretudo pelo crescendo da tensão entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte. O país liderado por Kim Jong avançou que poderá testar uma bomba de hidrogénio sobre o Oceano Pacífico, em resposta à ameaça do Presidente Donald Trump, no seu discurso perante as Nações Unidas, de destruir o país. Para além disso, o Presidente norte-americano colocou mais pressão económica sobre a Coreia do Norte ao ordenar sanções adicionais, incluindo sobre as suas redes de transporte e comércio.

Essa aversão ao risco está a levar os investidores a procurarem refúgio no ouro e no iene, ativos que valorizam nesta sessão.

"O elevado ruído da Coreia do Norte continuará a manter a negociação de hoje defensiva, já que esta ameaça aos mercados está a fazer as manchetes do dia.”

Peter Cardillo, economista-chefe da First Standard Financial

“O elevado ruído da Coreia do Norte continuará a manter a negociação de hoje defensiva, já que esta ameaça aos mercados está a fazer as manchetes do dia”, disse Peter Cardillo, economista-chefe da First Standard Financial, citado pela Reuters.

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