Reunião de sindicatos de enfermeiros termina sem acordo

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

Sindicatos estiveram reunidos na Ordem dos Enfermeiros, por proposta da bastonária. Encontro não resolveu impasse relativo ao futuro da carreira dos profissionais.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) revela que a reunião de quinta-feira entre as estruturas sindicais acabou sem acordo, mas manifestou abertura para continuar a debater com vista a um entendimento sobre o futuro da carreira destes profissionais.

Numa mensagem divulgada no seu Facebook, a dirigente sindical Guadalupe Simões, afirma que o SEP se recusa a assinar um memorando de entendimento sem antes discutir a matéria com os profissionais, mas mantém a intenção de reunir-se com os outros sindicatos “no sentido da convergência relativamente à discussão da futura carreira”.

A CNESE (federação de sindicatos que inclui o SEP), “como sempre, não apresenta nenhuma proposta de carreira sem a discutir com os enfermeiros. A carreira negociada em 2009 esteve em discussão pública durante dois anos (2003 e 2004) com dezenas reuniões, em todas as instituições e em todo o país. E não assina documentos sem que os órgãos próprios sejam auscultados e sobre eles decidam”, refere Guadalupe Simões.

Os quatro sindicatos que representam os enfermeiros, organizados em duas federações (FENSE e CNESE), estiveram na quinta-feira reunidos na Ordem dos Enfermeiros, por proposta da bastonária Ana Rita Cavaco, mas o encontro terminou sem acordo.

No texto que publicou na rede social Facebook, Guadalupe Simões explica que “o SEP não abandonou a reunião” e que, no encontro, “a Ordem exigia que a CNESE assinasse um memorando de entendimento onde constava uma estrutura de carreira e grelhas salariais”, proposta que, considera, “poderia ter sido enviada previamente para que as direções dos sindicatos pudessem decidir”.

Diz ainda que a CNESE recordou que, fruto da mobilização dos colegas nas últimas semanas, “nas reuniões negociais de 12 e 14 esta questão foi discutida com o Ministério da Saúde, que assumiu o compromisso (explicito na proposta enviada a 18 de setembro) de rever/negociar a carreira em 2018”.

“A CNESE, como sempre, não apresenta nenhuma proposta de carreira sem a discutir com os enfermeiros. A carreira negociada em 2009 esteve em discussão pública durante dois anos (2003 e 2004) com dezenas reuniões, em todas as instituições e em todo o país. E não assina documentos sem que os órgãos próprios sejam auscultados e sobre eles decidam”, sublinha Guadalupe Simões.

Perante este impasse, “a CNESE saiu da reunião não sem antes continuar a demonstrar toda a sua disponibilidade para se reunir com a FENSE (a outra federação sindical) no sentido da convergência relativamente à discussão da futura carreira”.

Diz ainda que a CNESE “afirmou também a sua disponibilidade para continuar a articular e convergir com a Ordem sobre as temáticas que são da sua esfera de competências”.

A agência Lusa tentou contactar com o Sindicato dos Enfermeiros e com a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, mas não foi possível até ao momento obter qualquer posição.

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Emagrecer empresas à custa dos trabalhadores mais velhos é uma lógica “perdedora”, diz Vieira da Silva

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 22 Setembro 2017

Vieira da Silva entende que a resposta da economia aos desafios do futuro será "pior" se não conseguir integrar pessoas mais velhas. Envelhecimento é tema de debate na conferência da UNECE.

O ministro do Trabalho acredita que o emagrecimento das empresas feito à custa de trabalhadores mais velhos é uma lógica “perdedora” mas diz que ainda há “sinais contraditórios” por parte das empresas.

“A lógica não muito antiga de que o downsizing, o emagrecimento, pondo fora do mercado de trabalho aqueles que já tinham uma certa idade, e que foi durante muito tempo considerada uma lógica de sucesso, tende a ser hoje uma lógica perdedora porque desvaloriza contributos essenciais”, afirmou Vieira da Silva aos jornalistas no âmbito da conferência da UNECE sobre envelhecimento. Para o governante o “potencial de viver mais tempo” não é apenas um direito individual mas uma necessidade do “futuro e das jovens gerações”.

E será que as empresas têm feito isso? “Temos sinais contraditórios”, respondeu o ministro, acrescentando que “seria arriscado dizer que existe uma compreensão generalizada” sobre o tema.

O ministro entende que a resposta ao desafio do envelhecimento passa sobretudo pela “dinâmica do mercado” mas as políticas públicas podem ajudar. E aqui, Vieira da Silva destacou os apoios à contratação, que privilegiam a integração de desempregados de longa duração ou de inativos menos jovens. Paralelamente, apontou para o reforço das redes de apoio à família e de equipamentos sociais.

A secretária executiva da UNECE, Olga Algayerova, salientou, por seu turno, a possibilidade de as empresas terem um esquema de gestão mais flexível no que toca a trabalhadores mais velhos. Já a comissária europeia para o Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade Laboral, Marianne Thyssen, apontou para a importância da adaptação de espaços de trabalho.

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As dez maiores empresas do mundo são tecnológicas

  • ECO
  • 22 Setembro 2017

As empresas tecnológicas ocupam os dez primeiros lugares das maiores do mundo dos últimos dez anos. A Apple lidera e a Microsoft mantém-se novamente nas cinco primeiras.

As dez maiores empresas do mundo dos últimos dez anos são tecnológicas. A Apple lidera a tabela e a Microsoft mantém-se nas cinco primeiras, pela segunda década consecutiva. As empresas energéticas e petrolíferas perderam o pódio.

Um estudo realizado pelo site alemão de estatísticas Statista (acesso livre, conteúdo em alemão, francês e espanhol) mostrou que as dez maiores empresas do mundo dos últimos dez anos (2007-2017) são todas tecnológicas.

A Apple ocupa o primeiro lugar, sendo atualmente a maior empresa do mundo, avaliada em 836 mil milhões de dólares. Um pódio que se deve ao décimo aniversário do iPhone (conteúdo em inglês), segundo a Bloomberg.

A Alphabet, a Microsoft, o Facebook e a Amazon ocupam os restantes lugares das cinco maiores. A Alphabet, a matriz da Google, é avaliada em 646 mil milhões de dólares, um valor que supera ligeiramente todo o valor da Bolsa Espanhola (ligeiramente acima dos 500 mil milhões).

A Microsoft conseguiu manter a posição de terceira maior empresa do mundo nas últimas duas décadas. Liderada por Bill Gates, a empresa tem uma capitalização bolsista de 582 mil milhões de dólares.

Por sua vez, a empresa fundada por Mark Zuckerberg ocupa o quarto lugar deste ranking, valendo 500 mil milhões de dólares. O Facebook conseguiu subir até esta posição em apenas cinco anos, altura em que entrou para a Bolsa (2012).

A Amazon encerra esta tabela das cinco maiores, avaliada em 400 mil milhões de dólares. As ações da transportadora negoceiam perto dos 990 dólares (cerca de 831 euros), no entanto, há uns meses, já conseguiram ultrapassar a fasquia dos mil dólares. Estes dados traduzem-se numa valorização de 5.400% desde que empresa entrou para a bolsa. Na estreia as suas ações valiam 18 dólares (cerca de 15 euros).

Contrariamente ao verificado no período anterior a dez anos, quatro das cinco maiores empresas do mundo pertenciam ao setor da energia (General Electric) e do petróleo (ExxonMobil, PetroChina e Royal Dutch Shell). A única exceção foi mesmo a Microsoft.

As dez maiores empresas do mundo dos últimos dez anos

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Descongelamento das carreiras faseado? Sim, mas só “em dois anos”

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

Catarina Martins desenhou uma linha vermelha para o descongelamento das carreiras da função pública. O Bloco de Esquerda aceita que o processo seja faseado, mas não dará mais de dois anos ao Governo.

A coordenadora do BE, Catarina Martins, rejeitou esta sexta-feira que o descongelamento de carreiras dos funcionários públicos seja faseado em mais de dois anos, recordando que o acordo com o PS é para o fazer durante a legislatura.

O Governo garantiu na quinta-feira que o descongelamento das progressões das carreiras, em 2018, beneficiará “a maioria” dos funcionários públicos e o processo será concluído “em poucos anos”, tendo o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) revelado que este será feito entre 2018 e 2021.

Nós sabemos que não é possível fazer tudo ao mesmo tempo, mas o acordo que nós temos é um acordo para descongelar as carreiras durante esta legislatura e, portanto, podendo ser faseado, deve ser faseado em dois anos e não mais de dois anos”, respondeu Catarina Martins aos jornalistas à margem da primeira ação de campanha para as eleições autárquicas do dia, uma visita ao mercado de Guimarães, distrito de Braga.

A líder bloquista recordou que os funcionários em causa “estão há mais de uma década a perder poder de compra todos os anos”, que “há três escalões da função pública que são ultrapassados pelo aumento do salário mínimo nacional” e “toda gente em Portugal quer serviços públicos que funcionem”. “A reivindicação do descongelamento de carreiras é uma reivindicação muito justa e necessária”, reiterou.

O estudo dos economistas “da área do PS” que foi conhecido na quinta-feira foi de novo referido por Catarina Martins, que sublinhou que este “fala da possibilidade de se fazer melhor do que esta proposta do Governo”.

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União Europeia recebe cada vez menos pedidos de asilo

  • ECO
  • 22 Setembro 2017

Pelo terceiro trimestre consecutivo, os Estados-membros da Europeia receberam menos pedidos de asilo. Alemanha e Itália são os países que registam mais processos.

Foram 149.000 as pessoas que pediram asilo, no segundo trimestre deste ano, pela primeira vez à União Europeia, representando uma redução 11% comparado com os três primeiros meses do ano. Os números revelados esta sexta-feira pelo Eurostat dão conta de um decréscimo nos pedidos pelo terceiro trimestre consecutivo.

Primeiros pedidos de asilo registados nos Estados-membros

 

O país que registou mais candidaturas foi a Alemanha, com 28% dos pedidos, seguindo-se a Itália com 23% e França, com 14%. Entre os países com mais de 2.000 pedidos de primeiro asilo, as maiores descidas face ao trimestre anterior registam-se na Grécia, com menos 36%, e na Alemanha, com menos 14%.

Dos 145 países de origem apurados, a nacionalidade síria continua a predominar nos registos da Eurostat, com 21.100 de candidaturas de asilo feitas pela primeira vez. Seguem-se os nigerianos, com 9.800 dos pedidos, os afegãos com 9.700 solicitações, e os iraquianos com 9.300 pedidos. Apenas oito nacionalidades ocupam cerca de metade dos registos.

Fonte: Eurostat

No que toca aos pedidos pendentes, o instituto de estatística avança que no final de junho deste ano, 958.300 solicitações ainda estavam sob consideração das autoridades nacionais, 13% abaixo do registado em período homólogo. Mais uma vez a Alemanha detém o destaque, com 474.500 pedidos pendentes. Itália segue com 134.300 pedidos sem conclusão.

Em Portugal foram recebidos 110 casos de primeiro asilo no segundo trimestre deste ano, sendo que 65 estão relacionados com migrantes da República Democrática do Congo, 25 casos dizem respeito a asilo da Ucrânia, e os restantes 20 têm como país de origem o Congo. Com a nova lei da imigração, que dá acesso a vistos apenas com uma promessa de contrato de trabalho, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras registou um aumento de 1.300% de novos casos de vistos de residência, após terem entrado no sistema 4.073 pedidos no espaço de uma semana. No dia seguinte, Passos Coelho admitiu estar a planear uma revogação das alterações em questão.

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“Portugal é pequeno.” Startups apelam à união do ecossistema nacional

Na conferência do ECO sobre startups e empreendedorismo, responsáveis de quatro empresas portuguesas apelaram a mais união. Porque "não faz sentido ter vários ecossistemas".

Da esquerda para a direita: Hugo Oliveira (Indie Campers), Joana Lemos (Freakloset), Pedro Lucena (Yoochai) e Miguel Loureiro (Uniplaces).Paula Nunes / ECO 22 Setembro, 2017

O ecossistema empreendedor português deveria ser mais unificado, pelo menos na ótica de quatro startups que já carimbam o panorama nacional. O ECO promoveu esta sexta-feira a conferência Start Tech – Empreendedorismo e Tecnologia, mas a conversa acabou por tomar um rumo mais alargado, passando pela força de trabalho e pela humanização do serviço prestado aos clientes — afinal, não pode ser só tecnologia.

“É uma falta de foco brutal ter cada ecossistema com a sua agenda, ter cada um o seu trator”, alertou Hugo Oliveira, da Indie Campers, uma plataforma de aluguer de caravanas. Antes, Pedro Lucena, da Yoochai, uma plataforma de pop-up e de retalho, deixava a sugestão de se unificar ramos como a Startup Lisboa, Startup Porto ou Startup Braga e passar tudo a atuar sob a chancela da Startup Portugal, dada a pequena dimensão do país face a outros mercados. Na plateia, João Borga, da Startup Portugal, escutou e registou as sugestões.

Hugo Oliveira, Indie Campers.Paula Nunes / ECO 22 Setembro, 2017

“A nossa noção de distância, não quero dizer que é errada, mas é interessante. Noutros países há pessoas a fazerem 300 quilómetros para irem trabalhar. Acho que deveria haver maior integração entre Porto e Lisboa. Ligar Portugal numa unidade, porque Portugal é pequeno, e não faz sentido ter vários ecossistemas”, defendeu Miguel Loureiro, da Uniplaces, a empresa de aluguer de quartos a estudantes.

A Uniplaces é, muitas vezes, dada como exemplo nacional, mas Miguel Loureiro alertou também que, “numa perspetiva de investimento, o complicado para uma VC [venture capital, capital de risco] é entender” os empreendedores que escolhem gerir as operações a partir de território nacional. “Dizer que queremos ter a sede cá em Portugal, para eles, é um bocado complicado. O problema é a burocracia. Não sei se Londres é mais fácil, mas eles já têm o processo todo montado”, referiu.

“Presença offline” é importante

As startups representadas no evento do ECO têm a tecnologia como denominador comum. No entanto, para Joana Lemos, da Freakloset, uma nova plataforma digital de personalização de calçado, destacou que “as pessoas precisam de tocar, ver que a pele é boa e que [o calçado] serve”. Ou seja, a tecnologia desempenha um papel de relevo, mas para criação de brand awareness, “é preciso te presença offline“, “até as pessoas se habituarem a ver a marca”.

Hugo Oliveira, da Indie Campers, falou no mesmo sentido: “Apesar de sermos uma empresa que nos assumimos digital, o nosso foco continua nas pessoas. Queremos que as pessoas nos telefonem. A tecnologia vai a par do serviço ao cliente. Não usamos a tecnologia para nos afastarmos do cliente. A tecnologia serve para acompanhar o cliente na sua experiência connosco. O digital é importante, mas não serve de nada se não houver um lado humano.”

O digital é importante, mas não serve de nada se não houver um lado humano.

Hugo Oliveira

Indie Campers

Pedro Licena, Yoochai.Paula Nunes / ECO 22 Setembro, 2017

Procura de profissionais supera muito a oferta

Outro tema bem presente no primeiro painel da conferência Start Tech foi a questão da falta de mão-de-obra no setor das tecnologias da informação. “Portugal tem engenheiros muito bons. É muito fácil encontrar engenheiros que não trabalham por dinheiro. É muito fácil encontrar profissionais que entram numa empresa para fazer algo e não para ter algo”, afirmou Miguel Loureiro.

O responsável da Uniplaces acrescentou ainda: “Existe amor à camisola e é um bocado diferente do que se vê noutros mercados. Portugal está muito forte nesse sentido, tem qualidade, mas não tem quantidade. Uma empresa tem de ser mesmo atrativa, tem de puxar, tem quase de se vender e não ser o próprio candidato a vender-se.”

Miguel Loureiro, Uniplaces.Paula Nunes / ECO 22 Setembro, 2017

Pedro Lucena aproveitou para defender que o que há, na realidade, é falta de disponibilidade dos próprios profissionais, uma vez que a procura supera bem a oferta. “O que sinto é que uma startup, no início de vida, não tem meios para contratar alguém tão bom quanto precisa, porque há outras pessoas a contratar — e bem, ainda que a preços inferiores aos de lá fora”, sinalizou o responsável da Yoochai. “A nossa concorrência são outras startups, empresas nacionais e internacionais”, sublinhou.

A dificuldade nem é só reter [profissionais]. Primeiro, é captar.

Hugo Oliveira

Indie Campers

Já na Freakloset, ainda não se recruta engenheiros para a equipa, mas trabalha-se com freelancers, “com vários programadores”. “Até agora temos conseguido”, garantiu Joana Lemos, reforçando que o custo só aumenta muito caso haja a necessidade de se proceder a uma “implementação mais específica”. “Em condições normais, é mais acessível”, destacou. A Freakloset ainda não passou à fase de atração de investimento, ainda que já tenha tudo “alguns contactos”. “Estamos neste momento a financiar com o apoio da família e do Portugal 2020”, avançou.

Joana Lemos, Freakloset.Paula Nunes / ECO 22 Setembro, 2017

Da parte da Indie Campers, a situação é semelhante. “Temos usado serviços subcontratados, mas agora o objetivo é criar uma equipa que tenha especialização em todas as áreas. É muito difícil, porque são profissionais que é difícil de encontrar. Têm ordenados bastante acima da média. Mas esse salário acima da média reflete que há uma procura bastante superior à oferta. Temos de explicar à pessoa porque é que aquele é o projeto é o projeto certo para ela”, referiu Hugo Oliveira.

“Os programadores falam uma linguagem própria entre eles, também é preciso dar-lhes condições para tal. A dificuldade nem é só reter. Primeiro, é captar. Apesar destes profissionais nos parecerem muito caros, aos olhos de outras grandes empresas até são baratos. Hoje, para alguns profissionais, começa a ser requisito ter dois ou três dias por semana em que se trabalha a partir de casa”, concluiu.

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Fundos dizem adeus à dívida portuguesa e olá à grega

  • Juliana Nogueira Santos
  • 22 Setembro 2017

Com os juros da dívida portuguesa a descer e as obrigações a subir, os fundos de investimento começam a escolher dívidas de maior retorno como a grega ou a cipriota.

A Standard & Poor’s retirou a dívida portuguesa do “lixo”, considerando-a agora uma dívida de qualidade. Os juros da dívida atingiram mínimos de dois anos e as obrigações subiram. E embora estas pareçam boas notícias para os portugueses, para alguns fundos de investimento não são. É o caso do Blue Bay Asset Mangement e da Old Mutual Global Investors, que veem agora retornos mais altos em dívidas de mais risco, como a grega ou a cipriota.

A taxa a dez anos está a subir, mas continuam abaixo dos 2,50%, tendo já atingido os 2,387%, o valor mais baixo desde o final de setembro de 2015. E esta tendência de queda é transversal à maioria das maturidades, com a taxa do prazo a dois anos abaixo de zero. Mark Downing, investidor do Blue Bay, afirma à Bloomberg que “o dinheiro fácil” poderá já ter acabado. “Muitos dos retornos que tivemos vieram de Portugal e há mais a retirar de outras dívidas”, considera Dowding. “Temos fundos nos quais podemos investir, mas temos preferido o Chipre ou a Grécia a Portugal.”

"Muitos dos retornos que tivemos vieram de Portugal e há mais a retirar de outras dívidas. Temos fundos nos quais podemos investir, mas temos preferido o Chipre ou a Grécia a Portugal.”

Mark Dowding

Investidor do Blue Bay Asset Management

A dívida portuguesa continua a ser considerada “lixo” por duas das três principais agências de rating, mas também estas mantêm uma perspetiva positiva, com muitos a preverem uma subida de rating nos próximos 12 meses. Para Nicholas Wall, gestor de portefólio do Old Mutual, o fundo não está preparado para voltar a apostar nas obrigações nacionais, visto que “já aproveitámos a melhor parte do rally”. “Com estes spreads e tendo outras dívidas como da Grécia e do Chipre, não vamos atrás [da dívida portuguesa] por agora”, considera.

Ainda que existam dúvidas acerca da sustentabilidade da dívida grega quando o país terminar o programa de resgate, no próximo ano, os investidores têm contado com um retorno de 17% durante este ano, o valor mais alto da Europa, enquanto a dívida portuguesa tem gerado 11% de retorno.

Com o custos de financiamento a descer, os mercados estarão atentos à próxima emissão de dívida. A última vez que Portugal foi a mercado para se financiar em 1.750 milhões de euros obteve taxas negativas recorde. No prazo a 12 meses, a taxa ficou nos -0,345%. “Algumas pessoas que acompanham a história portuguesa poderão deixar de ser credores a longo prazo”, conclui Nicholas Wall, acrescentando que estes “se voltarão a envolver” se a pressão vendedora aumentar.

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Centeno: “Objetivo orçamental será alcançado”

  • Rita Atalaia
  • 22 Setembro 2017

O Ministério das Finanças está confiante de que as metas orçamentais vão ser "alcançadas", depois de o INE ter revelado que o défice ficou nos 1,9%.

O défice orçamental ficou nos 1,9% nos primeiros seis meses do ano, um valor que vai permitir que o “objetivo orçamental do corrente ano seja assim alcançado”, afirma o Ministério das Finanças, num comunicado enviado às redações. O número fica abaixo da estimativa que tinha sido avançada pelos peritos da UTAO. Para Mário Centeno, o número divulgado esta sexta-feira e o facto de o défice do ano passado ter sido revisto em baixa pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) comprova a “credibilidade da estratégia orçamental”.

“O objetivo orçamental do corrente ano será assim alcançado. A redução equilibrada do défice, com reforço do investimento e das políticas sociais, permitirá a diminuição sustentada da dívida pública, fator essencial para garantir o financiamento do Estado, das empresas e das famílias”, lê-se no comunicado.

O INE também reviu em baixa o défice de 2016. Neste sentido, o ministério refere ainda que “comprova-se, assim, a credibilidade da estratégia orçamental. A complementaridade da estratégia de gestão criteriosa dos recursos públicos e do fomento do crescimento inclusivo, baseado no investimento de qualidade, revela-se a melhor forma de assegurar crescimento económico socialmente equitativo a médio e a longo prazo”.

O objetivo orçamental do corrente ano será assim alcançado. A redução equilibrada do défice, com reforço do investimento e das políticas sociais, permitirá a diminuição sustentada da dívida pública, fator essencial para garantir o financiamento do Estado, das empresas e das famílias.

Ministério das Finanças

O défice orçamental na contabilidade que interessa a Bruxelas ficou em 1,9% no primeiro semestre de 2017. O número, divulgado esta sexta-feira pelo INE, fica, ainda assim, acima da meta traçada pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, para o conjunto deste ano.

O número não conta ainda com o impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, que pode atingir 2,1% do PIB. Tal como o Ministério das Finanças adiantou ao ECO, o diálogo entre as autoridades nacionais e as europeias “está neste momento em curso.” Já o Eurostat disse esperar uma conclusão da discussão técnica “nas próximas semanas”.

Esta sexta-feira, o crescimento económico do segundo trimestre foi também revisto em alta para os 3%, ao contrário dos 2,9% inicialmente divulgados pelo INE na segunda estimativa, em agosto. Há cerca de um mês, o INE tinha revisto a subida do PIB no segundo trimestre para os 2,9%, depois da primeira estimativa apontar para os 2,8%.

(Notícia atualizada às 11h47 com mais detalhes)

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Reembolsos de IRS travam queda da poupança no trimestre

A taxa de poupança das famílias portuguesas estabilizou no segundo trimestre do ano. Reembolsos antecipados do IRS justificam estabilização.

A taxa de poupança das famílias portuguesas estabilizou nos 5,2% do rendimento disponível no segundo trimestre do ano, igual à observada no trimestre anterior. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), houve um aumento do rendimento dos portugueses neste período que é justificado sobretudo com os reembolsos antecipados do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS).

“O crescimento do rendimento disponível das famílias resultou principalmente da diminuição em 7,7% dos impostos sobre o rendimento pagos pelas famílias e do aumento de 1,1% das remunerações recebidas”, refere o destaque do INE sobre as Contas Nacionais do segundo trimestre.

“A redução dos impostos sobre o rendimento pagos pelas famílias traduziu sobretudo o efeito positivo da antecipação de reembolsos do IRS. Este efeito tenderá a ser compensado no trimestre seguinte”, explica ainda a autoridade de estatística nacional.

Taxa de poupança estabilizou no segundo trimestre.INE

A taxa de poupança das famílias mede a parte do rendimento disponível que não é utilizado em consumo final, sendo calculada através do rácio entre a poupança bruta e o rendimento disponível dos lares portugueses.

No primeiro trimestre do ano, o INE tinha revelado que a taxa de poupança havia caído para mínimos de sempre, nos 3,8%. Mas estes dados foram revistos em alta: afinal, ficou nos 5,2% nos três primeiros meses do ano. E não está em mínimos históricos.

Aliás, o instituto procedeu a uma revisão desta série desde 2015 em função da “incorporação de nova informação” nestas Contas Nacionais, que apresentam assim “as consequentes revisões das estimativas anteriores de alguns agregados”. “Assim, comparativamente com a publicação anterior referente ao primeiro trimestre de 2017, são de destacar a incorporação dos resultados finais relativos a 2015”, esclarece o INE.

As diferenças face aos dados publicados anteriormente pelo INE são evidentes. No reporte anterior, efetuado a 23 de junho, o INE dava conta de que a taxa de poupança nunca se tinha situado acima dos 5% desde 2015 até esta parte. Estes dados foram agora revistos em alta.

Dados foram publicados a 23 de junho. Mas já estão desatualizados.INE

(Notícia atualizada às 12h06)

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Uber perde licença para circular em Londres

  • ECO
  • 22 Setembro 2017

As autoridades não renovaram a licença de operações da Uber na capital inglesa.

As autoridades dos transportes londrinas decidiram não renovar a licença de atividade da Uber na capital do Reino Unido, argumentando que a empresa de transportes não tem legitimidade para operar este tipo de atividade. A atual licença da Uber na cidade expira a 30 de setembro. A empresa vai avançar com o caso para os tribunais.

De acordo com o comunicado emitido pela Autoridade de Transportes de Londres, “a abordagem e conduta da Uber demonstram uma falta de responsabilidade corporativa numa série de casos com potenciais implicações na segurança pública”. Em causa está também o uso de software Greyball, utilizado para bloquear o acesso das autoridades a informações relativas à aplicação móvel, impedindo as autoridades de garantir o cumprimento da lei.

A decisão conta com “total” apoio de Sadiq Khan, presidente da Câmara de Londres, que afirma o fornecimento de um serviço inovador não deve ser feito “à custa da segurança dos consumidores”, cita o Financial Times.

A Uber tem 21 dias para recorrer da decisão da autoridade dos transportes e continuar a operar em Londres. Em comunicado, a empresa de transportes refere que vai avançar com o caso para os tribunais, sublinhando os 3,5 milhões de londrinos e os mais de 40.000 condutores registados na plataforma afetados pelo caso. No mesmo documento, a empresa garante que “Os motoristas que viajam com a aplicação da Uber são licenciados pela Transport for London e passaram pelas mesmas certificações que os black cabs (táxis locais).”

Como resposta às acusações das autoridades, a Uber refere que monitoriza e regista as suas viagens por GPS de forma a garantir a segurança do serviço. “Seguimos sempre as regras da TfL ao relatar incidentes graves e temos uma equipa dedicada que trabalha em estreita colaboração com a Polícia Metropolitana de Londres”, argumenta a empresa.

(Notícia atualizada às 14h45)

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Concursos das obras públicas atingem máximos de 2011

  • Lusa
  • 22 Setembro 2017

Valor ultrapassa, pela primeira vez desde 2011, barreira dos 2.000 milhões de euros. Níveis atuais estão, no entanto, ainda longe dos considerados normais, garante a AICCOPN.

Os concursos de obras públicas promovidos até agosto aumentaram 105% em valor e ultrapassaram, pela primeira vez desde 2011, a barreira dos 2.000 milhões de euros, embora continuem ainda “longe dos valores normais”, divulgou hoje a associação setorial.

Em comunicado, a Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) adianta que, nos primeiros oito meses deste ano, o total de concursos de empreitadas de obras públicas promovidos atingiu os 2.108 milhões de euros, sendo esta “a primeira vez que se supera a barreira dos 2.000 milhões desde 2011, ano em que se registou o lançamento de concursos no valor de 2.730 milhões de euros, no cômputo do ano”.

No entanto, nota, “em termos médios, entre 2001 e 2016 a promoção de procedimentos situou-se em 3.026 milhões de euros,” o que demonstra que, apesar do elevado ritmo de crescimento, os níveis atuais ainda estão longe de valores considerados normais”.

No que se refere aos contratos celebrados e reportados no Observatório das Obras Públicas, somaram 739 milhões de euros até agosto, mais 69% em termos homólogos.

Para a AICCOPN, esta é uma evolução que, “apesar de positiva, fica muito aquém do que se verifica ao nível dos concursos promovidos, pelo que o diferencial entre ambos ascende já a 1.369 milhões de euros”.

No período, o total de contratos celebrados e reportados aumentou 52% em termos homólogos e atingiu os 1.292 milhões de euros, tendo os ajustes diretos subido 41%, para 475 milhões de euros, e os concursos públicos progredido 69%, para 739 milhões de euros.

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Défice fica em 1,9% na primeira metade do ano

  • Margarida Peixoto
  • 22 Setembro 2017

O défice orçamental registado no primeiro semestre deste ano foi de 1,9%. O número fica abaixo da estimativa que tinha sido avançada pelos peritos da UTAO.

Mário Centeno, ministro das Finanças, com João Leão, secretário de Estado do Orçamento, na apresentação do Orçamento de 2017.Paula Nunes / ECO 14 Outubro,2016

O défice orçamental na contabilidade que interessa a Bruxelas ficou em 1,9% no primeiro semestre de 2017. O número representa uma melhoria significativa quando comparado com o mesmo período do ano passado, embora continue acima da meta traçada pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, para o conjunto de 2017. Os dados foram publicados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O número divulgado hoje pelo INE não conta ainda com o impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, que pode atingir 2,1% do PIB. Tal como o Ministério das Finanças adiantou ao ECO, o diálogo entre as autoridades nacionais e as europeias “está neste momento em curso.” Já o Eurostat disse esperar uma conclusão da discussão técnica “nas próximas semanas.”

Seja como for, os resultados parecem bem encaminhados. O défice do primeiro trimestre deste ano foi revisto em baixa, da anterior estimativa de 2,1% para 1,7% do PIB. No segundo trimestre o défice passou para 2,1%, mas olhando para o período de janeiro a junho (1,9%), o défice orçamental registou um valor melhor do que a expectativa: a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), estimou um valor central de 2,5%.

Avaliando a evolução anualizada do défice, a tendência também é de melhoria: o número caiu para 1,4% do PIB. Esta forma de análise permite atenuar a sazonalidade habitual da execução do Orçamento, uma vez que inclui o segundo semestre de 2016 e o primeiro deste ano. Assim, basta que o ano orçamental corra pelo menos tão bem na segunda metade deste ano como correu em 2016 para que Mário Centeno consiga cumprir a meta de 1,5% a que se propôs.

Aliás, na reação aos dados do INE o ministro das Finanças garante que se não fossem efeitos temporários, o défice do primeiro semestre seria de 1,33% do PIB.

No gráfico abaixo estão as duas óticas de análise. Na legenda, pode selecionar apenas uma delas.

Como tem corrido a consolidação orçamental?

Fonte: INE

Economia dá gás à receita, despesa fica contida

Tanto na análise do défice trimestral, como na do valor anualizado, sobressaem os mesmos motivos para justificar a evolução das contas. O INE explica que a receita pública aumentou (em termos anualizados cresceu 0,3%, olhando para o trimestre subiu 1,3%) e que a despesa ficou contida (caiu 0,1% no ano terminado em junho, 0,3% se forem considerados apenas os meses de abril a junho).

Os motivos para a subida da receita estão fortemente ligados à evolução da atividade económica: subiu a coleta de impostos sobre a produção e importação — o INE destaca o crescimento trimestral do IVA — e as contribuições sociais, um reflexo da melhoria do emprego. No segundo trimestre, também se destaca a recuperação dos créditos garantidos no âmbito do acordo celebrado entre o Estado, o Banco Privado Português (BPP) e o BPP Cayman.

os impostos sobre o rendimento e património caíram. Olhando apenas para o segundo trimestre, o INE explica que o valor está muito influenciado pela antecipação do pagamento dos reembolsos de IRS face ao prazo verificado em 2016.

Do lado da despesa, os gastos com pessoal subiram (em termos anualizados o aumento foi de 0,1%) o que se pode justificar pelo pagamento durante um ano completo dos salários dos funcionários públicos sem cortes. Contudo, esta evolução foi compensada pela diminuição da despesa de capital. Em termos anualizados, verifica-se ainda uma redução dos gastos em várias componentes da despesa corrente, como é o caso das prestações sociais, juros, consumo intermédio e subsídios.

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