EUA sanciona empresas russas e chinesas por apoio à Coreia do Norte

Dezasseis empresas e indivíduos de nacionalidade chinesa e russa vão sofrer sanções da parte dos EUA. São acusados de colaborarem no fabrico de mísseis e armas nucleares para a Coreia do Norte.

A administração de Trump decretou esta terça-feira que qualquer contacto entre os EUA e dezasseis empresas russas e chinesas “deverá ser bloqueado”. Estas empresas são acusadas pelos Estado Unidos de contribuírem para o fabrico de armas de destruição maciça na Coreia do Norte.

Os cidadãos americanos estão “proibidos na generalidade de manterem ligações com elas [as empresas sancionadas]“, pode ler-se no comunicado do departamento do Tesouro americano. “É inaceitável que indivíduos e empresas na China, Rússia e em qualquer lugar permitam que a Coreia do Norte gere receita que será usada para desenvolver armas de destruição maciça e destabilize a região”, declara Steven Mnuchin, o secretário deste departamento.

As sanções recaem sobre as dez empresas e seis indivíduos que ajudaram a Coreia do Norte a desenvolver estas armas. As acusações que justificam as sanções vão desde a “assistência a indivíduos que apoiam os programas de armamento da Coreia do Norte” até à facilitação da “exportação de empregados” ou do “acesso ao sistema financeiro americano e internacional”.

Estas diretivas vêm complementar as lançadas pelas Nações Unidas — por proposta dos EUA — que querem levar o dirigente norte-coreano Pyongyang a negociar. O Governo americano assume ainda como objetivo atingir as receitas da Coreia do Norte nas indústrias do carvão, energia e serviços financeiros.

As sanções da ONU, que ganham agora um novo reforço, estima-se que penalizem a economia do país chefiado por Pyongyang em cerca de 850 milhões de euros por ano, no caso de serem cumpridas pelos Estados membros. Também o banco chinês Bank of Dangong, sedeado na fronteira entre a China e a Coreia do Norte, já sofreu sanções da parte dos Estados Unidos no passado mês de junho por alegada colaboração com a Coreia do Norte em operações de lavagem de dinheiro.

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Europa puxa pelo PSI-20. Só BCP e Novabase destoam

  • Marta Santos Silva
  • 22 Agosto 2017

Todas as cotadas no índice de referência lisboeta acabaram o dia no verde, menos duas: o BCP e a Novabase. A maré positiva ajudou a Jerónimo Martins e a EDP a ganharem mais de 1%.

Esta terça-feira foi um dia em alta na Europa e em Lisboa com uma clara cor dominante: o verde, com a acalmia das tensões políticas que trouxe um alívio generalizado também ao outro lado do Atlântico. Em Portugal, a Jerónimo Martins, a EDP, a Ibersol e a Altri ganharam mais do que 1%. A perder, destaca-se o BCP, que caiu 0,66% na sua sexta sessão no vermelho.

O PSI-20 juntou 0,47% esta terça-feira, chegando aos 5.191,24 pontos, com a ajuda de quase todas as suas cotadas. A Jerónimo Martins deu por si a subir 1,64% esta terça-feira para chegar aos 16,73 euros, com a EDP também em alta: 1,10% de crescimento levaram a energética para os 3,22 euros. Ainda nas energias, a EDP Renováveis cresceu 0,26% para os 6,86 euros, e a Galp ficou ligeiramente acima da linha de água, com uma subida de 0,04% para os 13,88 euros.

Do lado negativo, o BCP tem a sua sexta sessão consecutiva em queda, fechando esta terça-feira a valer menos 0,66%, para 0,22 euros. Iguala assim o maior ciclo de quedas desde abril. Também a Novabase, ainda relativamente recente no índice PSI-20, caiu ligeiramente esta terça-feira, 0,16% para os 3,18 euros.

Na Europa, as principais praças subiram, com a única exceção vermelha a ser a bolsa de Milão. O índice de referência europeu Stoxx 600 juntou 0,83%, subindo para os 375,80 pontos.

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“Declarações de intenções” não chegam. Greve do SEF avança com “adesão massiva”

A ANA aconselha os passageiros a chegarem com quatro horas de antecedência nos dias de greve, um aviso que o sindicato considera adequado. "Será uma situação normal".

Os inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) mantêm-se disponíveis para dialogar com a ministra da Administração Interna, mas deixam claro que, para travar a greve convocada para os dias 24 e 25 de agosto, terá de haver compromissos por escrito. De outra forma, o protesto vai mesmo avançar e deverá ter uma “adesão massiva”, o que levará a tempos de espera nas partidas e chegadas aos aeroportos ainda mais prolongados do que os que se têm verificado nos últimos tempos.

No pré-aviso de greve publicado no início deste mês, o SEF exige a contratação de 200 novos inspetores, além do investimento nos meios informáticos, considerados “obsoletos”. Os inspetores reivindicam ainda a revisão do Estatuto de Pessoal do SEF, bem como a publicação do Regime de Piquete e Prevenção da Carreira de Investigação e Fiscalização do SEF. Contudo, acusam os inspetores, o Ministério não tem estado disposto a negociar e tudo o que há são “promessas que não satisfazem as reivindicações do SEF”.

“Temos vindo a assistir a sucessivos anúncios de novos inspetores para o SEF. Na verdade, desde 2014, foram admitidos 45 novos inspetores em regime de mobilidade interna, por via de concurso interno. Mais do que isso, não houve. Há um estágio que está a decorrer, também de cerca de 40 inspetores, e há a promessa de abertura de um concurso semelhante. Fala-se também da abertura de um concurso externo. Mas continuamos no domínio do abstrato, mais do que isso não há. Há declarações de intenções”, critica Acácio Pereira, presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização (SCIF), em conferência de imprensa realizada, esta tarde, nas instalações do SEF no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

Acácio Pereira garante que Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna, “ainda está a tempo de evitar” os previsíveis constrangimentos nos aeroportos nacionais nos dias da greve. Não havendo compromissos “materializados da forma escrita”, a greve irá mesmo avançar. “Pela informação que os meus colegas me têm transmitido, prevê-se uma adesão massiva“, adianta o responsável do sindicato.

Para esses dias, a ANA Aeroportos aconselha os passageiros que tenham de passar pelo controlo de passaportes a chegarem ao aeroporto quatro horas antes do voo, um aviso que os inspetores do SEF consideram adequado. “Essa será uma situação normal”, admite Acácio Pereira, tendo em conta que os aeroportos estarão a funcionar com um terço dos inspetores que habitualmente estão destacados para este serviço.

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Qual o impacto do “apagão” do eclipse na energia?

  • Marta Santos Silva
  • 22 Agosto 2017

De costa a costa nos Estados Unidos, o Sol foi escondido pela Lua e os painéis solares produziram energia como se fosse de noite. Qual o impacto deste grande teste à energia nos EUA?

O eclipse total que atravessou os Estados Unidos assustou mas não fez tremer a produção e distribuição energética nos Estados que mais dependem da energia solar. Qual o balanço? “Foi um testamento à capacidade dos nossos operadores de gerir quedas e subidas drásticas na produção de energia solar na rede energética mais ligada à parte solar do país”, disse a porta-voz da grelha californiana ao portal especializado Axios.

a Bloomberg tinha descrito o eclipse como “um bom dia para ter uma central de produção de energia elétrica a gás natural”. Porquê? O eclipse solar total atravessou todos os Estados Unidos de ponta a ponta, desde a sua costa oeste à este, deixando deficiências graves na produção em centrais de energia solar pelo país fora.

Como o eclipse estava já previsto com ampla antecedência, os Estados tinham-se preparado da maneira que podiam, escolhendo outras fontes de energia para manter acesas as luzes e ligados os frigoríficos de ponta a ponta dos Estados Unidos. Não se antevia, assim, que houvesse falhas no fornecimento, mas apenas que fontes de energia como o gás natural, a energia nuclear e o carvão, por exemplo, fossem utilizados em vez dos painéis que tanto dependem do sol, que produziriam a mesma energia que conseguem juntar durante a noite — muito pouca.

 

Para os fornecedores de energia nos Estados Unidos, este eclipse que atravessou todo o país foi considerado o primeiro teste a larga escala de como os sistemas de fornecimento podem gerir a transferência para outras fontes quando necessário, agora que as energias renováveis ganham destaque.

Para Steve Greenlee, porta-voz do California Independent System Operator (CISO), que controla o direcionamento da energia no Estado da Califórnia, o teste é de uma magnitude sem precedentes. “Já tinha sido testado antes”, afirmou à Reuters, “mas nunca a esta magnitude”.

Tendo o eclipse atravessado o estado da Califórnia, a diretora executiva do CISO disse à Bloomberg que o sistema perdeu menos energia do que o esperado — cerca de 3.400 megawatts, em vez dos 4.600 megawatts que se previam. “Correu muito, muito bem”, disse Eric Schmitt, vice-presidente do CISO.

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Concorrência europeia ataca mega negócio da Bayer

  • Lusa e ECO
  • 22 Agosto 2017

A Comissão Europeia receia uma redução da concorrência em diferentes mercados na sequência da aquisição da Monsanto, uma produtora de sementes geneticamente modificadas, pela Bayer.

A Comissão Europeia anunciou esta terça-feira a abertura de uma investigação aprofundada sobre a compra da norte-americana Monsanto, produtora de sementes geneticamente modificadas (OGM), pelo grupo farmacêutico e agroquímico alemão Bayer. A decisão será conhecida até ao dia 8 de janeiro do próximo ano.

O executivo europeu refere “preocupações preliminares” relacionadas com a possibilidade de a aquisição “poder reduzir a concorrência em diferentes mercados, levando a preços mais altos, menos qualidade, menos escolha e menos inovação“. A investigação de mercado inicial identificou preocupações nomeadamente nas áreas dos pesticidas e das sementes. O projeto de aquisição da Monsanto pela Bayer, uma operação no valor de 66 mil milhões de dólares (cerca de 56 mil milhões de euros), anunciada em setembro de 2016, “levará à criação da mais importante empresa integrada mundial nos setores dos pesticidas e das sementes”, realça a Comissão.

Por outro lado, acrescenta, a operação iria ocorrer em áreas de atividade “já concentradas a nível mundial”. A Comissão foi notificada sobre esta aquisição em 30 de junho, e tem agora 90 dias úteis, até 8 janeiro de 2018, para tomar uma decisão. A 31 de julho, a Bayer e a Monsanto entregaram declarações direcionadas para as preocupações listadas pela Comissão, no entanto, esta considera aquelas informações insuficientes para clarificar as suas dúvidas.

A Comissária Europeia à frente da pasta da Competição, Margrethe Vestager, diz ter recebido várias reações de cidadãos preocupados com as consequências da mega aquisição da Bayer. Responde diretamente àqueles que a interpelaram através de uma carta, de conteúdo semelhante ao comunicado e imprensa partilhado pela conta oficial da EU Competition, o departamento sobre a sua tutela.

Desde o início do ano, a Comissão Europeia já autorizou duas mega fusões no setor agroquímico, sob condições. No final de março, Bruxelas autorizou a fusão dos grupos norte-americanos Dow e Dupont, que vai dar origem à DowDuPont, um gigante que vale 130 mil milhões de dólares (110,6 mil milhões de euros) no mercado bolsista. Dez dias depois, foi a decisão sobre a compra da suíça Syngenta pelo grupo chinês ChemChina por 43 mil milhões de dólares (40 mil milhões de euros, na altura, ou 36,5 mil milhões de euros atualmente), a maior compra de sempre lançada por um grupo da China no estrangeiro.

As novas empresas comprometeram-se junto da União Europeia a vender algumas das suas atividades de modo a garantir a concorrência no mercado europeu. No ano passado, a Bayer teve um lucro de 4,5 mil milhões de euros e um volume de negócios de 46,8 mil milhões de euros. A Monsanto apresentou no exercício 2015/2016 um resultado líquido de 1,3 mil milhões de dólares (850 milhões de euros), para um volume de negócios de 13,5 mil milhões de dólares (11,5 mil milhões de euros).

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Spotify quer ir para a bolsa, mas pela porta das traseiras

O serviço que mais música dá aos clientes quer estar na bolsa até ao fim do ano, mas não quer realizar uma oferta pública inicial. Método é pouco comum, mas tem vantagens.

A empresa reportou 140 milhões de utilizadores em julhoPixabay

O Spotify deverá chegar a Wall Street e passar a ser uma cotada até ao final do ano. No entanto, o maior serviço de streaming de música quer entrar para a bolsa saltando a parte da oferta pública inicial (IPO), de acordo com fontes citadas pela Bloomberg.

A empresa tem planos para levar a cabo uma entrada direta na bolsa (eventualmente listando só as ações já existentes e sem venda direta), um método pouco ortodoxo neste tipo de operações. A agência explica que uma empresa pode escolher esta via se não tiver como principais objetivos a angariação de capital e a obtenção de reconhecimento. Em contrapartida, é uma operação menos dispendiosa, evita restrições na venda de títulos pelos atuais acionistas e não dilui as atuais participações.

No entanto, de acordo com a agência, uma entrada direta acarreta um maior grau de incerteza. É na IPO que se define o preço a que as ações vão ser vendidas no arranque da primeira sessão. Ainda não é certo em que termos tenciona o Spotify recorrer a uma entrada direta na bolsa norte-americana, mas os bancos Goldman Sachs, Morgan Stanley e Allen & Co. já foram mandatados para assessorar a empresa sueca no processo.

De acordo com a Bloomberg, ainda não houve luz verde por parte da SEC (equivalente à CMVM nos Estado Unidos) para esta operação. Aliás, a empresa só recentemente reuniu com responsáveis do regulador no sentido de apresentar o projeto. A reunião ocorreu no mês passado e teve como objetivo a recolha de mais dados para que a SEC possa pôr as intenções do Spotify na balança.

A avançar, será a maior empresa a entrar diretamente para a bolsa dos Estados Unidos sem recorrer a uma IPO. O Spotify revolucionou a indústria da música e é, atualmente, o maior serviço de streaming de áudio, permitindo o acesso a milhões de músicas mediante uma subscrição mensal, ou gratuitamente com publicidade à mistura. Em julho, a empresa reportou 140 milhões de utilizadores no total e receitas de 2,93 mil milhões de euros.

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“Não vamos armados em campeões” para negociar o Orçamento

  • Lusa
  • 22 Agosto 2017

Apesar de "não ser uma matéria fácil", Jerónimo de Sousa diz que as reuniões estão a decorrer com "normalidade" e que não é altura “para parar ou voltar para trás” nas políticas do Governo.

O secretário-geral do PCP disse hoje que as negociações com o Governo sobre o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) estão “a decorrer normalmente” e que o seu partido não leva “pedras no sapato” para as reuniões. Acrescenta que este não é o momento “para parar ou voltar para trás” nas políticas que têm sido seguidas.

No quadro do calendário existente, creio que não há atraso” e trata-se de “um processo que está a decorrer normalmente”, afirmou o líder do PCP, em declarações aos jornalistas, à margem de um almoço em Elvas (Portalegre), com os candidatos autárquicos da CDU neste concelho. Questionado pelos jornalistas sobre as negociações com o Governo sobre o OE2018, o secretário-geral comunista revelou que “se iniciaram as reuniões” e que estas vão “continuar até à apresentação da proposta, depois da apresentação da proposta e mesmo após a própria votação na generalidade”.

Segundo Jerónimo de Sousa, no âmbito deste processo, o que importa saber é se “o Governo minoritário do PS está disponível para alcançar o máximo de convergência” em torno do objetivo de prosseguir no país com o “caminho de reposição, de defesa e de conquista de direitos e de rendimentos”. “Portanto, não vamos para ali com pedras no sapato, não vamos para ali armados em campeões, mas a certeza vai ser esta: é que o PCP, nesse exame comum que está a ser feito, tudo fará para manter esta linha estratégica de conseguir uma melhoria no plano económico, no plano social, no plano de afirmação da nossa própria soberania, incluindo da nossa soberania orçamental”, argumentou.

Essa, “possivelmente, não vai ser uma matéria fácil”, admitiu, mas é com “esta visão construtiva” que o PCP encara as negociações do OE2018 e deseja “que o Governo acompanhe este grande objetivo”. O líder do PCP defendeu que, apesar de o seu partido ainda não conhecer qualquer proposta do OE2018, este não é o momento “para parar ou voltar para trás” nas políticas que têm sido seguidas.

O que é preciso, continuou, é que, “nas políticas orçamentais, se defina este grande objetivo, tendo em conta que se demonstrou” que o desenvolvimento económico do país faz-se “com a reposição de salários, rendimentos e direitos”, pondo fim “aos cortes que atazanaram a cabeça aos portugueses durante anos”. Para o PCP, frisou, é possível “continuar este caminho, seja em termos da valorização geral dos salários, seja em relação a uma outra política fiscal, em que se atenda àqueles que são mais injustiçados”, designadamente através do “aumento do número de escalões” do IRS.

E, argumentou Jerónimo de Sousa, é bom que o Governo do PS tenha noção de que o seu “atual prestígio não foi por mérito próprio”, mas sim “por ter respondido a alguns anseios mais urgentes dos trabalhadores e do povo”. Nas eleições autárquicas de 01 de outubro, a CDU avança com a candidatura à Câmara de Elvas da dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) Manuela Cunha, que desempenha as funções de assessora no grupo parlamentar do PEV, desde 1988. O município alentejano é liderado pelo socialista Nuno Mocinha, que está a cumprir o primeiro mandato, tendo já anunciado a sua recandidatura ao cargo.

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François Hollande vem a Lisboa e vai ser orador na Web Summit

  • Marta Santos Silva
  • 22 Agosto 2017

O ex-presidente francês vai subir ao palco em Lisboa para falar aos representantes de startups e tecnológicas por todo o mundo, entre 6 e 9 de novembro, confirmou a organização do evento.

O ex-presidente de França, François Hollande, vai estar presente na Web Summit deste novembro em Lisboa, uma das mais influentes conferências de startups e inovação tecnológica, segundo anunciou a organização num comunicado citado pela AFP.

A conferência, intitulada por alguns como a “Davos dos geeks“, traz também a Lisboa o ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, os responsáveis executivos da Intel, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore e a editora internacional da Vogue, Suzy Menkes. Já foram divulgados mais de 200 nomes, incluindo o banqueiro Horta Osório.

De acordo com a AFP, a presença mediática de François Hollande tem sido recatada desde que deixou a presidência a 14 de maio. No final do verão, Hollande deverá começar a presidir a fundação “La France S’Engage”, (a França envolve-se), que servirá para “recompensar os projetos mais inovadores ao serviço da sociedade, acrescenta a agência noticiosa francesa.

No ano passado, a Web Summit trouxe a Lisboa mais de 50.000 pessoas para assistir, vindas de 165 países do mundo, e cerca de 1.500 investidores. Em 2016, havia 660 oradores nesta série de conferências, além de noites preenchidas com pub crawls para networking.

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Barcelona processa Neymar e reclama 8,5 milhões de euros

A equipa catalã processou o seu ex-jogador e reclama o pagamento de 8,5 milhões de euros, garantindo que o contrato não foi cumprido.

Neymar protagonizou a transferência mais cara da história do futebol. O PSG pagou 222 milhões de euros ao FC Barcelona por ele este verãoWikimedia Commons

O FC Barcelona anunciou que vai processar o jogador brasileiro Neymar, reclamando o pagamento de 8,5 milhões de euros por alegados “danos e prejuízos”, mais 10% de juros. O futebolista completou este verão a transferência do clube catalão para o Paris Saint-German por um valor recorde: 222 milhões de euros.

Em comunicado, o Barcelona garante que o jogador não cumpriu algumas obrigações que estavam contratualizadas. O processo decorrerá ao abrigo da Justiça espanhola. No caso de Neymar não se responsabilizar pelo pagamento, o clube exige que seja o próprio PSG a desembolsar o valor.

A atribulada transferência de Neymar foi um dos temas quentes no futebol internacional este verão. Até ao momento, o jogador já cumpriu dois jogos com a camisola do PSG, tendo marcado três golos. Neymar tem 25 anos e nasceu em São Paulo, Brasil. É considerado um dos três maiores jogadores de futebol do mundo.

(Notícia atualizada às 16h com mais informação)

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Numa economia em crise, já nem as kinguilas têm dólares

  • Rita Atalaia
  • 22 Agosto 2017

Kinguilas, roboteiros ou zungueiros. São os vários nomes dados às vendedoras de moedas nas ruas de Luanda. Um negócio que já não é rentável pela escassez de kwanzas e dólares neste mercado paralelo.

Kinguilas, roboteiros ou zungueiros. São nomes diferentes para identificar o mesmo: são pessoas que se dedicam ao negócio das moedas na rua, o chamado mercado informal. Em Angola, com o país em crise devido à queda do petróleo que fez afundar a economia, arrasando o valor da divisa do país, o kwanza, o negócio das kinguilas prosperou: o dólar chegou a valer quase quatro vezes mais que a divisa angolana nas ruas. Mas já nem o mercado negro consegue resistir. Não há dólares, nem kwanzas, reflexo das restrições de capital.

Angola é um dos países fortemente dependentes da evolução do petróleo. O “ouro negro” corresponde a 30% do PIB, a 50% das receitas públicas e 95% das exportações totais. Por isso, a quebra dos preços da matéria-prima para os 50 dólares acabou por pressionar a economia, arrastando a moeda nacional para mínimos. O Banco Nacional de Angola (BNA) permitiu que a divisa desvalorizasse perto de 20% face ao dólar nos últimos 12 meses. Neste momento, são precisos 166 kwanzas para comprar um dólar, segundo a taxa de câmbio oficial. E é possível que esta desvalorização continue, sobretudo depois das eleições de 23 de agosto.

Precisa de 166 kwanzas para comprar um dólar

O governador do Banco Nacional de Angola garantiu que o banco central não vai considerar desvalorizar ainda mais a divisa ou fazer alterações ao regime cambial. Segundo a Reuters, Valter Filipe disse que a estabilidade do sistema financeiro depende do controlo das taxas de juro e do abrandamento da inflação, que acelerou mais de 40%. E condena o mercado paralelo de venda de dinheiro, feito pelas kinguilas. Não podemos ter, no nosso país, determinadas ruas que definem a referência do preço, onde se vendem dólares ou euros. Não podemos ter este nível de fluxo financeiro no mercado informal, que tem um grande impacto sobre o sistema financeiro.”

Não podemos ter, no nosso país, determinadas ruas que definem a referência do preço, onde se vendem dólares ou euros. Não podemos ter este nível de fluxo financeiro no mercado informal, que tem um grande impacto sobre o sistema financeiro.

Valter Filipe

Governador do Banco Nacional de Angola

Há um mercado de venda de dinheiro, que acontece em plena luz do dia nas ruas de Angola e que ganhou força à medida que o kwanza perdeu o brilho. No mercado paralelo, são necessários 390 kwanzas para comprar um dólar. A moeda norte-americana está, por isso, a ser “transacionada” ao dobro da taxa de câmbio oficial. Isto num cenário em que as casas de câmbio praticamente não vendem dólares e o envio de remessas para o estrangeiro por transferência bancária apresenta vários constrangimentos, nomeadamente atrasados nas autorizações do BNA.

Na origem das dificuldades está a crise económica, financeira e cambial que afeta Angola, provocada pela quebra na cotação do barril de crude no mercado internacional, o que fez reduzir para menos de metade as receitas fiscais com a exportação de petróleo. Como consequência, os dólares começaram a desaparecer. Em novembro, o banco central começou a limitar o acesso aos dólares, restringindo o montante que disponibilizava aos bancos comerciais.

Sem dólares, os bancos comerciais começaram a limitar os levantamentos ao balcão, mesmo de contas em moeda estrangeira, tornado o mercado de rua como única alternativa. Mas nem este negócio das kinguilas é tão rentável como antes. Não há kwanzas nem dólares nas ruas, atirando estas cambistas do mercado negro para outros negócios obscuros. E a cotação não oficial está estabilizada. As taxas de câmbio tocaram quase os 600 kwanzas por cada dólar em agosto e julho do ano passado, depois de máximos de 630 kwanzas em junho, face à falta de dólares nos bancos. Agora estão a a pouco mais de metade.

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Dívida nacional aumenta de novo. Está nos 132,4%

  • Lusa
  • 22 Agosto 2017

De acordo com o Banco de Portugal a dívida pública atingiu os 132,4% em junho, acima dos 130,5% do trimestre anterior.

A dívida pública aumentou até junho, para os 132,4% do Produto Interno Bruto (PIB), acima dos 130,5% registados no primeiro trimestre e dos 130,3% verificados no final de 2016, segundo o Banco de Portugal.

De acordo com o boletim estatístico de agosto hoje publicado pelo Banco de Portugal, a dívida das administrações públicas na ótica de Maastricht, a que conta para Bruxelas, subiu para os 249.084 milhões de euros, acima dos 243.487 milhões registados até março. Comparando com o ‘stock’ da dívida pública registado em dezembro do ano passado, de 241.061 milhões de euros, verifica-se que, nos primeiros seis meses deste ano, esta aumentou 8.023 milhões de euros. Já excluindo os depósitos da administração pública, a dívida na ótica de Maastricht situou-se nos 229.379 milhões de euros na primeira metade do ano, o que representa um acréscimo de 2.567 milhões de euros face a março e de 5.164 milhões de euros em relação ao final do ano passado.

No Programa de Estabilidade deste ano, apresentado em abril, a meta com que o Governo se comprometeu para a dívida pública apontava para que esta descesse para os 127,9% do PIB, depois de ter fechado o ano de 2016 nos 130,3%. Quanto ao financiamento das administrações públicas, este foi de 3.380 milhões de euros no primeiro semestre do ano, valor que compara com os 2.694 milhões de euros registados no mesmo período de 2016.

De acordo com uma nota explicativa do Banco de Portugal, “o financiamento obtido pelas administrações públicas junto dos bancos e de outros financiadores residentes foi de 1,6 mil milhões de euros e de 3,4 mil milhões de euros, respetivamente”. Em contrapartida, “o financiamento obtido no exterior foi de -1,6 mil milhões de euros, refletindo essencialmente reembolsos antecipados de empréstimos ao Fundo Monetário Internacional no montante de 2,7 mil milhões de euros”. Finalmente, o financiamento através de títulos foi de nove mil milhões de euros, que mais do que compensou a redução de 5,6 mil milhões de euros nos empréstimos líquidos de depósitos”.

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Gaspar e Constâncio em Lisboa a falar de desigualdades

O diretor dos Assuntos Orçamentais do Fundo Monetário Internacional revelou esta terça-feira, numa conferência no ISCTE, que o Fiscal Monitor de outubro será dedicado ao tema da desigualdade.

Presente numa conferência internacional de economia realizada em Portugal, o ex-ministro das Finanças revelou esta terça-feira que o próximo Fiscal Monitor — o relatório sobre as finanças públicas dos países, cuja última versão foi publicada em abril — terá um capítulo dedicado à desigualdade. Vítor Gaspar mostrou a uma plateia especializada o que tem vindo a trabalhar nos últimos meses sobre a medição deste indicador.

Este é um tema que se enquadra no trabalho que estamos a fazer no FMI“, disse um dos altos quadros da instituição liderada por Christine Lagarde, num debate sobre a “Desigualdade e impacto distributivo das políticas macroeconómicas”. Gaspar avançou que tem estado pessoalmente a estudar formas de pensar de medir de forma mais simples e direta a desigualdade e quais os efeitos das políticas macroeconómicas.

O Governo de Vítor Gaspar, então ministro das Finanças, tem sido responsabilizado por um agravamento das desigualdades em Portugal durante o programa de ajustamento da troika. Houve igualdade na austeridade? Esta tem sido uma questão estudada em Portugal — um estudo da FFMS dá os pobres como os mais castigados –, mas também pela OCDE e pelo próprio FMI.

Tudo se encaminha no sentido de agravamento da desigualdade.

Vítor Constâncio

Vice-governador do Banco Central Europeu

Também presente no painel, o vice-governador do Banco Central Europeu, Vítor Constâncio, fez questão de assinalar que os preços das casas e o desemprego são os dois principais fatores que têm interferência na desigualdade das populações. O ex-governador do Banco de Portugal referiu ainda que os efeitos da política monetária na desigualdade são modestas, ainda que intervenham nas oscilações da inflação — que, se for alta, pode ter efeitos negativos na redistribuição da riqueza, acrescentou.

Constâncio revelou-se “cético” e “pessimista” quanto à evolução das desigualdades, uma vez que estima que as economias avançadas não vão conseguir compensar os efeitos da globalização, por exemplo. “Tudo se encaminha no sentido de agravamento da desigualdade”, considerou.

À esquerda, Vítor Constâncio, vice-governador do BCE. À direita, Vítor Gaspar, diretor dos Assuntos Orçamentais do FMI.PAULA NUNES / ECO

Mas, em jeito de conclusão, o vice-governador de Mario Draghi deixou uma mensagem mais positiva, recordando uma citação que ouvira noutro congresso de economistas, há muitos anos: “O mundo está cheio de injustiças. Os economistas estão cheios de oportunidades para acabar com elas”.

Ambos foram questionados no final da conferência, mas recusaram fazer qualquer comentário sobre a situação económica portuguesa.

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