Multibanco procura parceiro estratégico

  • ECO
  • 26 Maio 2017

Entre as possibilidades em aberto está a escolha de um parceiro estratégico ou a venda de 100% do capital da empresa.

Os bancos acionistas da Sociedade Interbancária de Serviços (Sibs) estão à procura de um investidor estratégico e, no limite, a empresa pode ser vendida.

Depois da tentativa falhada de compra da Unicre, os bancos acionistas da Sibs preparam-se para designar o assessor financeiro que vai liderar o processo de adaptação da empresa a um negócio com sinergias de escala, noticia o Público [acesso pago]. E que permita tirar partido de uma vaga de concentração de entidades que prestam serviços aos bancos no âmbito do sistema de pagamentos europeu.

É o Deutsche Bank tem surgido como o consultor seleccionado para apoiar os bancos, adianta ainda o jornal. O dossiê será liderado pela Sibs, mas a decisão final tem de ser tomada pelos accionistas presentes em Conselho de Administração.

O diário ouviu fontes da CGD e do BCP, com fortes participações na Sibs, que se mostraram disponíveis para equacionar a venda das suas acções se surgir um interessado credível, notando que se tratam de “activos não estratégicos”. O CaixaBank, que acaba de assumir o controlo do BPI, também já admitiu desfazer-se desta plataforma.

Um responsável oficial da gestora de caixas multibanco garante que “a Sibs não contratou nenhuma entidade, pois necessitaria de ter mandato dos seus accionistas para o fazer, o que não possui”. Mas acrescenta que “qualquer accionista pode decidir alienar as suas acções e adjudicar a operação”.

Entre as possibilidades na mesa, apurou o jornal junto da banca, está a venda de 100% do capital da Sibs; a escolha de um parceiro estratégico; ou, no limite, nada mudará.

O jornal explica que este processo de procura de um parceiros decorre da mudança de regras europeias e quer potenciar o desenvolvimento do grupo.

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PCP: posição conjunta com o Governo não precisa de ser renovada durante a legislatura

  • ECO
  • 26 Maio 2017

João Oliveira, líder parlamentar do PCP, salienta que a "posição conjunta pode ter criado algum fetiche", que "se pode ter ido desvanecendo" com o passar do tempo.

O líder parlamentar do PCP diz que a posição conjunta com o Governo não precisa de ser renovada ainda durante a legislatura e salienta que foram tomadas muitas medidas que extravasam este acordo. É o caso do aumento das pensões.

Em entrevista ao Jornal Económico, João Oliveira salienta que a “posição conjunta pode ter criado algum fetiche” que “se pode ter ido desvanecendo” com o passar do tempo. “O fetiche construído com a centralidade da posição conjunta resulta muito do contexto em que o anterior Presidente da República exigia um papel assinado, que dissesse ao que se ia, e o PS assumiu esse esforço para haver”, adianta ainda João Oliveira, salientando que esta solução “tem o seu valor próprio”. Mas “não podemos é ficar limitados por ela”, notou.

João Oliveira deixa, no entanto, a nota: já em 2015 os comunistas avisaram que a duração dos governos, incluindo o atual, “só depende da política que é executada”. Para o líder da bancada parlamentar, “os portugueses já tiveram maiorias absolutas suficientes para perceber que não servem o interesse de ninguém”.

Os portugueses já tiveram maiorias absolutas suficientes para perceber que não servem o interesse de ninguém.

João Oliveira

Llíder parlamentar do PCP

No âmbito do Orçamento do Estado, o PCP já defendeu o aumento — de cinco para dez — dos escalões de IRS e João Oliveira diz estar convencido de que “haverá condições para avançar”. Mas não apoia a taxa sobe empresas com elevada rotatividade de trabalhadores. “Nunca defendemos isso. Não temos nenhuma simpatia por essa ideia porque coloca a predefinição do que é ou não rotação excessiva”, afirma.

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Dividendo pressiona Galp, bolsa cai após semana sem perdas

Galp negoceia sem dividendo e está a pressionar o arranque em Lisboa. Isto depois de uma semana sem perdas para os investidores nacionais.

Com o destaque do dividendo em relação às ações da Galp, a bolsa nacional abriu em terreno negativo na última sessão de uma semana francamente positiva para Lisboa. No plano europeu, o dia começa igualmente em baixa, adicionando alguma pressão à praça portuguesa.

O PSI-20, o principal índice português, cai 0,16% para 5.235,82 pontos. É um arranque condicionado sobretudo pela petrolífera nacional, uma das cotadas com maior influência no desempenho geral do índice e cujas ações estão a desvalorizar 2,23% para 13,83 euros, no dia em que o dividendo de cerca de 0,25 euros é descontado do título.

“O mercado nacional deverá abrir em linha com os pares europeus, sendo que o índice PSI-20 deverá sofrer um impacto adicional negativo de cerca de 0,19% em virtude das acções da Galp iniciarem hoje a negociação sob a forma de ex-dividendo. De lembrar que o peso que a ação tem no índice PSI-20 é de 11,04%”, referem os analistas do BPI no seu Diário de Bolsa.

Galp resistiu à queda do petróleo mas não ao ex-dividendo

Ainda do lado negativo, mais quatro cotadas ditavam perdas por cá. Com nota de destaque para a Novabase. As ações da tecnológica desvalorizam 3,68% para 3,27 euros. É o pior desempenho. E o BCP corrige em baixa de 1,04% depois do máximo do ano atingido esta quinta-feira.

Assim, com grande parte das cotadas em alta, Lisboa consegue estar perto de uma zona de inversão. Se inverter a marcha para terreno positivo, não será propriamente uma novidade esta semana em que o PSI-20 nunca fechou abaixo da linha de água. Os avanços, ainda que ligeiros, de outros dois pesos pesados como a EDP Renováveis e a Jerónimo Martins podem ajudar.

No plano internacional, depois da queda abrupta dos preços do petróleo esta quinta-feira, na sequência de uma reunião da OPEP que não trouxe surpresas e mesmo assim defraudou as expectativas dos analistas, os principais índices europeus abriram o dia em baixa. Eram os casos de Londres, Frankfurt e Paris, cujas descidas não iam além dos 0,5%. Ponto do dia na agenda dos investidores: a reunião do G7, que começa hoje em Itália.

“Os mercados europeus negociavam com uma tendência negativa, após a decisão da OPEP de prolongar a redução da produção de petróleo durante nove meses ter, de alguma forma, desiludido os intervenientes nos mercados financeiros que esperavam que fossem anunciados cortes adicionais na produção. Este sentimento provocou de imediato uma queda nos preços do petróleo e uma deterioração do sentimento dos investidores”, frisa o BPI.

“Sem indicadores económicos na agenda de hoje, os investidores irão acompanhar a reunião do G7 na Sicília, Itália, a qual irá abranger temas como o comércio e as alterações climáticas”, reforçaram os analistas.

"Sem indicadores económicos na agenda de hoje, os investidores irão acompanhar a reunião do G7 na Sicília, Itália, a qual irá abranger temas como o comércio e as alterações climáticas.”

Analistas do BPI

Diário de Bolsa

(Notícia atualizada às 8h28)

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Adesão dos lesados do BES supera os 90%

  • Lusa
  • 26 Maio 2017

Os clientes lesados do papel comercial do BES têm até esta sexta-feira para indicarem se aceitam aderir ao mecanismo que os visa compensar pelas perdas sofridas.

Os clientes lesados do papel comercial do BES têm até esta sexta-feira para indicarem se aceitam aderir ao mecanismo que os visa compensar pelas perdas sofridas, tendo fonte do processo indicado à Lusa que a adesão já supera os 90%.

Para já, esta auscultação não tem caráter vinculativo, mas servirá para saber quantos clientes lesados querem de facto assinar o contrato de adesão à solução encontrada para minimizar as perdas e que foi encontrada pelo grupo de trabalho que reuniu durante mais de um ano com a Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o Banco de Portugal, o ‘banco mau’ BES e o Governo, através do advogado Diogo Lacerda Machado.

O mecanismo encontrado visa compensar parcialmente os 4.000 clientes que investiram, aos balcões do Banco Espírito Santo (BES), 434 milhões de euros nas empresas Espírito Santo Financial e Rio Forte, e cujo investimento perderam com o colapso do Grupo Espírito Santo (no verão de 2014).

Os clientes que aceitem a solução irão recuperar 75% do valor investido, num máximo de 250 mil euros, isto se tiverem aplicações até 500 mil euros. Já acima desse valor, irão recuperar 50% do valor investido.

Por exemplo, quem fez uma aplicação de 400 mil euros receberá 250 mil euros, o valor máximo possível para esse montante, ainda que seja abaixo dos 75%. Já para uma aplicação de 600 mil, serão pagos 300 mil euros. Ou seja, os clientes assumem perdas, mas recebem dinheiro por que teriam de esperar anos, provavelmente, para recuperar em processos em tribunal e de forma incerta.

O pagamento será feito por parcelas, sendo que 30% do total será recebido logo após o cliente assinar o contrato de adesão, que agora se prevê que aconteça entre junho e julho, enquanto o restante valor será pago em mais duas parcelas, em 2018 e 2019. Segundo informação avançada por fonte envolvida neste processo, a adesão deverá ser superior a 90%.

O jornal Público avançou na terça-feira que quase todos os lesados que tinha até à altura respondido (80%) à proposta de pagamento de parte das poupanças aceitaram a solução encontrada.

Esta quinta-feira, o presidente do Novo Banco, que está a organizar esta recolha de intenções dos clientes lesados, disse que a proposta está a ser “muito bem recebida”.

“As intenções parecem ser em número muito significativo, o que significa basicamente que a proposta terá sido muito bem recebida por parte das pessoas a quem foi oferecida”, afirmou António Ramalho, em declarações aos jornalistas à margem de uma conferência no Porto.

Emigrantes lesados entregam petição no Parlamento Europeu

A Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP) entregou uma petição no Parlamento Europeu em que considera que a resolução do Banco Espírito Santo (BES) é ilegal ao pôr em causa o direito de propriedade sem dar qualquer compensação.

No texto enviado para o Parlamento Europeu, a que a Lusa teve acesso, os peticionários consideram que quando as autoridades de um país decidem pela resolução de um banco, como aconteceu no BES, querem proteger o sistema bancário como um todo, mas esquecem-se que nesse processo “prejudicam, de forma catastrófica, a vida de milhares de cidadãos”.

O mecanismo de resolução dos bancos é uma ferramenta que serve os mercados, mas deixa os seres humanos para trás”, consideram cerca de 500 emigrantes que investiram em produtos do BES e que, no resgate deste, sofreram perdas.

Após a resolução do BES, a 4 de agosto de 2014, mais de 10.000 clientes emigrantes (sobretudo de França e Suíça) vieram reclamar mais de 720 milhões de euros, acusando o banco de lhes ter vendido produtos arriscados (ações de sociedades veículo) quando lhes tinha dito que se tratavam de depósitos a prazo para não residentes.

A responsabilidade sobre estes produtos ficou, na resolução do BES, no Novo Banco – o banco de transição então criado -, que em 2015 propôs uma solução comercial que teve a aceitação de cerca de 6.000 (80% do total) emigrantes.

Contudo, houve centenas de clientes que não aceitarem, por considerarem que a proposta era injusta e arriscada (até por incorporar obrigações do Novo Banco que têm o seu vencimento apenas daqui a 30 anos e sem cupão anual) e a outros milhares de clientes o Novo Banco não fez qualquer proposta, argumentando que não era possível devido ao tipo de instrumentos financeiros abrangidos.

Desde então, a AMELP tem intensificado as suas ações de luta, com vista a conseguir uma solução que minimize as perdas sofridas, à semelhança do que aconteceu com o mecanismo de compensação criado para os clientes lesados do papel comercial. Já este mês, a AMELP anunciou mesmo que colocou na Justiça ações contra os funcionários do BES (que agora estão no Novo Banco) que venderam os produtos que levaram a perdas financeiras.

Ainda na petição entregue no Parlamento Europeu, os emigrantes citam a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, em específico o artigo 17 sobre o direito de propriedade, que diz que “todas as pessoas têm o direito de fruir da propriedade dos seus bens legalmente adquiridos, de os utilizar, de dispor deles e de os transmitir em vida ou por morte” e que “ninguém pode ser privado da sua propriedade, exceto por razões de utilidade pública, nos casos e condições previstos por lei e mediante justa indemnização pela respetiva perda, em tempo útil”.

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PJ bloqueou 96 milhões de euros por suspeita de branqueamento de capitais

  • ECO
  • 26 Maio 2017

Número de alertas em relação a suspeitas de branqueamento de capitais disparou na banca em 2016. Unidade de Informação Financeira da PJ bloqueou 96 contas suspeitas.

A Polícia Judiciária (PJ) bloqueou um total de 105 operações suspeitas de branqueamento de capitais, envolvendo montantes de 96 milhões de euros, nos últimos dois anos.

De acordo com o Jornal Económico (acesso pago), citando números da Unidade de Informação Financeira, as contas bloqueadas abrangem 61 processos de suspensão em 2015 e outros 44 processos em 2016, estando em causa 57 milhões de euros e 39 milhões de euros, respetivamente.

Acrescenta ainda que esta unidade criada em 2003 no âmbito da atividade desenvolvida na área de prevenção do branqueamento e terrorismo recebeu da parte dos bancos um número recorde de comunicações suspeitas em 2016, com um total de 2.698 alertas, mais 17% face ao ano anterior.

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PT paga comissão para pertencer ao mundo Altice

  • ECO
  • 26 Maio 2017

Em causa está uma taxa de franchising que se aplica a cada uma das empresas detidas. Em Portugal, a comissão já vigora. Em França foi chumbada.

A Portugal Telecom tem de pagar uma anuidade para fazer parte do clube Altice, que permite partilhar competências entre membros. Em causa está uma comissão de franchising, a cobrar ao longo de 2017, noticia hoje o Público [acesso pago].

Os responsáveis da Altice consideram o modelo “justo, directo e transparente”, mas não revelam o valor em causa. Ao diário, o presidente executivo da Altice afirmou: “O que estamos a tentar é apanhar os diferentes fluxos e os negócios desenvolvidos por cada país, para depois monetizar esses fluxos dentro do grupo”. “É um método usado por muitos grupos, a Vodafone tem o mesmo para a Vodafone em Portugal”, adiantou ainda Michel Combes.

De acordo com Combes, Portugal beneficia de pertencer a um grupo que tem empresas em França, Estados Unidos, Israel e República Dominicana. E para isso tem de pagar. O jornal aponta ainda para valores entre 50 e 70 milhões de euros por ano assumindo a comissão de 2% e 3% sobre as receitas locais, noticiada no final do ano passado pelo jornal suíço Le Temps. E adianta que os números que não foram desmentidos por Combes, já que este não quis revelar valores.

Na conferência de imprensa dos media internacionais, a questão foi levantada por uma jornalista francesa: em França não existe esta comissão de franchising porque foi travada pelo regulador. Combes  acredita porém a comissão será implementada.

As marcas PT e Meo desapareceram esta semana, que passaram a estar debaixo de uma única marca, a Altice. A mudança que chegará às operações do grupo em Portugal até ao final do segundo trimestre de 2018.

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Greve da Função Pública: Muitos hospitais com 100% de adesão

  • Lusa e ECO
  • 26 Maio 2017

No balanço do meio-dia, Ana Avoila afirmou que, especialmente nos campos da saúde e da educação, a adesão à greve tem sido alta, sinal de que "os trabalhadores acreditam que é preciso mudar.

A greve nacional da Função Pública está a ter especial impacto na saúde, afirmou esta sexta-feira a dirigente sindical Ana Avoila, numa conferência de imprensa transmitida em direto pela RTP, ao meio-dia. Em vários hospitais a adesão é de 100% ou muito próxima por todo o país, e nas escolas a adesão ronda os 80%, acrescentou. Adesão essa que subiu com o turno da manhã, numa greve que continua até à meia-noite.

Ana Avoila, da Frente Comum, afirmou ainda que em vários distritos, incluindo os de Évora e Beja, todas as escolas estavam encerradas. “Nos serviços desconcentrados da Segurança Social, da Justiça, da Cultura e de outras áreas da Administração Central do Estado, registam-se encerramentos de serviços ou funcionamentos deficientes devido à adesão à greve da totalidade ou quase totalidade dos trabalhadores”, lê-se ainda no comunicado enviado pela Frente Comum às redações.

No Porto, o balanço também era positivo, afirmou outro responsável: “Temos 160 agrupamentos de escolas no distrito do Porto, ainda é um pouco cedo para sabermos o número em concreto de escolas encerradas, mas, pelo que já pudemos confirmar, há pelo menos dez estabelecimentos encerrados”, afirmou Orlando Gonçalves, coordenador dos Sindicatos dos Trabalhadores da Função Pública, que falava junto à Escola Clara de Resende, uma das que encerrou.

Segundo Orlando Gonçalves, há casos de escolas que, não estando encerradas, funcionam só parcialmente, como é o caso da Fontes Pereira de Melo, onde apenas os alunos do 7.º ano e cursos profissionais estão a ter aulas.

A norte, o hospital Pedro Hispano (Matosinhos) tem uma adesão de 70% nos primeiros turnos, o hospital de São João (Porto) 60% e o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa de 65%, enquanto nos restantes hospitais da região do Porto a adesão ronda “80 a 90%”, afirmou a mesma dirigente sindical. Já em outros centros hospitais do país, como em Coimbra, Aveiro, Leiria, Figueira da Foz, os dados indicam que “está tudo a 100%, só com serviços mínimos”.

Para Ana Avoila, da federação afeta à central CGTP, esta adesão no arranque da greve “responde às expectativas” que havia face ao “descontentamento dos trabalhadores” perante o congelamento dos salários e carreiras.

Para a dirigente sindical, com o país a melhorar “não há razão para os trabalhadores da Administração Pública continuarem com rendimento reduzido e com cada vez mais dificuldades”.

Nos hospitais, esta greve abrange assistentes operacionais, funcionários administrativos, técnicos de diagnóstico e de laboratórios, entre outros. “Não é greve de médicos e enfermeiros, mas as equipas têm de funcionar em coletivo e a greve tem o mesmo efeito como se parassem todos”, explicou Ana Avoila.

"Não é greve de médicos e enfermeiros, mas as equipas têm de funcionar em coletivo e a greve tem o mesmo efeito como se parassem todos.”

Ana Avoila

Coordenadora da Federação dos Sindicatos da Função Pública

Para o setor da educação, a coordenadora da federação dos sindicatos da função pública disse que a expectativa para hoje é que estejam “encerradas centenas de escolas”.

Também serviços da Segurança Social deverão estar fechados hoje face à paralisação de trabalhadores, assim como serviços de finanças e equipamentos de cultura, afirmou, antecipando “uma grande greve”. A greve nacional da Função Pública convocada para sexta-feira pela Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSTFPS) arrancou hoje às 00:01.

O protesto foi anunciado no início de abril para reivindicar aumentos salariais, pagamento de horas extraordinárias e as 35 horas de trabalho semanais para todos os funcionários do Estado. O regime das 35 horas foi reposto em julho de 2016, deixando de fora os funcionários com contrato individual de trabalho, sobretudo os que prestam serviço nos hospitais EPE. A FNSTFPS, afeta à CGTP, é composta pelos sindicatos do norte, centro, sul e consulares e representa 330 mil funcionários. A última greve geral convocada pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais com vista à reposição das 35 horas semanais realizou-se em janeiro do ano passado e teve, segundo a estrutura, uma adesão média entre 70% a 80%, incluindo os hospitais.

Notícia atualizada às 13h00 com mais informações. 

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Galp sem dividendo vai condicionar a abertura da bolsa nacional. Destaques internacionais para o início da cimeira do G7 e para os números do crescimento económico nos EUA.

Em Portugal, no dia em que a Glintt apresenta contas, a bolsa portuguesa deverá abrir pressionada pela Galp. A petrolífera passa a negociar sem dividendo. Em termos internacionais, inicia-se em Itália a cimeira G7, que reúne os líderes das principais economias do mundo. Nos EUA, divulgam dois indicadores: a economia e o número de novas plataformas que começaram a explorar petróleo.

Galp pressiona sem dividendo

Ocorre esta sexta-feira o destaque do dividendo da Galp, situação que deverá condicionar a abertura da bolsa nacional. A petrolífera portuguesa paga um dividendo de cerca de 0,25 euros no dia 30 de maio, valor este que é descontado da cotação do título.

Glintt apresenta contas

A tecnológica detida pela ​Associação Nacional das Farmácias apresenta as contas do primeiro trimestre do ano. Em 2016, a Glintt registou uma descida do lucro de 4% para 66,1 milhões de euros. As ações desvalorizam 10% desde o início do ano.

Líderes do G7 reunidos em Itália

A pitoresca localidade de Taormina, na Sicília, acolhe até este sábado a cimeira do G7. O encontro inicia-se oficialmente com um almoço de trabalho esta sexta-feira e vai contar com os líderes das principais economias mundiais. Donald Trump (EUA), Theresa May (Reino Unido) e Emmanuel Macron (França) juntam-se a Angela Merkel (Alemanha) e outros líderes mundiais. No sábado há uma conferência de imprensa que fecha a cimeira.

A maior economia do Mundo em alta?

A economia norte-americana deverá ter crescido a um ritmo anual de 1% no primeiro trimestre, acima dos 0,7% estimados inicialmente, segundo as estimativas da Bloomberg. O Departamento do Comércio apresenta esta sexta-feira a segunda leitura relativa à evolução da maior economia do mundo no arranque do ano, período que já inclui a permanência de Donald Trump na Casa Branca.

OPEP não convence

Os analistas sentiram-se de alguma forma desapontados com os resultados que saíram do encontro da OPEP. O barril de petróleo caiu mesmo depois de o cartel ter decidido prolongar os cortes na produção por mais nove meses para eliminar finalmente o excesso global de petróleo. Um dos fatores que tem atrasado o cumprimento dos objetivos OPEP reside nos EUA, onde a produção de petróleo de xisto acelerou nos últimos meses. Esta sexta-feira é atualizado o número de de novas explorações que iniciaram atividade na última semana com a contagem da Baker Hughes.

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O que querem os funcionários públicos parados hoje?

  • Marta Santos Silva
  • 26 Maio 2017

Conheça os motivos que vão, esta sexta-feira, fechar escolas, museus, serviços hospitalares e repartições das finanças, segundo esperam os dirigentes sindicais do setor.

O mote é “Soluções já”. Numa altura em que o Governo está aberto para negociar muitas das preocupações dos sindicatos da Função Pública, o que se pretende não é protestar, mas sim acelerar, explica Ana Avoila, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública (FNSTFPS). As principais reivindicações são cinco, que o ECO desmonta aqui: o que é que o Governo já se comprometeu a fazer, e o que pedem mais estes sindicatos afetos à CGTP?

 Descongelamento das carreiras

O compromisso já estava no primeiro Orçamento do Estado do Governo de António Costa: descongelar as carreiras da Função Pública a partir de 2018. Agora, no entanto, há receios entre os sindicalistas de que o descongelamento seja progressivo, e que para muitos possa chegar só até ao final da legislatura.

O que se sabe? O Governo já pediu aos serviços que enviem informação sobre os funcionários que estão em condições de progredir — aqueles que, ao longo dos anos, quase uma década, com um intervalo, em que as carreiras estiveram congeladas juntaram pelo menos dez pontos nas suas avaliações de desempenho anuais. Aqueles que tenham acumulado 20 pontos, ou mais, poderão mesmo subir dois escalões, avançou recentemente o Público. Essa informação será usada para preparar o Orçamento de Estado do próximo ano, quando as carreiras começarão a ser descongeladas e haverá progressões. Mas quantas?

Numa entrevista ao ECO, o dirigente sindical da FENPROF, Mário Nogueira, afirmou ter receio de que o descongelamento não seja igual para todos. “Olhamos para as verbas previstas no âmbito do chamado Programa de Estabilidade até 2021, e somos levados a concluir que aquelas verbas não contemplam o descongelamento das carreiras dos professores tal como elas existem, o que seria absolutamente inaceitável”, afirmou. Esta é uma das razões que leva a Função Pública a parar esta sexta-feira.

? Aumentos salariais

Também Ana Avoila se apoia no Plano Nacional de Reformas para referir a reivindicação seguinte: este aponta que “os trabalhadores da função pública só vão ter aumentos de salários a partir de 2021”. Apesar da reposição dos cortes salariais que tiveram lugar durante o período da troika, os sindicatos argumentam que os salários dos funcionários públicos, agora repostos, estão no seu montante de 2009, sem terem mesmo sido ajustados para a inflação atual, o que significa, afirmam, uma perda de poder de compra no setor público.

Mesmo a FESAP, afeta à UGT e que não vai fazer greve esta sexta-feira, reivindica o mesmo. Esta quinta-feira, após uma reunião da assembleia-geral da FESAP, os sindicalistas reivindicaram um aumento de 2,5% nos salários e pensões da Função Pública já para 2018. O dirigente, José Abraão, afirmou que a FESAP está sempre disponível para negociar a exigência com o Governo, mas assinalou que os trabalhadores da administração pública “não aceitarão mais congelamentos de salários e mais degradação das suas remunerações”.

35 horas para todos

A regulação das 35 horas também leva os funcionários públicos a parar esta sexta-feira. Em muitos dos serviços, a reposição das 35 horas já tomou efeito — um dos grandes reversos do Governo e da coligação parlamentar de esquerda, devolvendo à função pública o horário que antes cumpria. No entanto, as 35 horas de trabalho ainda não se aplicam a muitos, entre eles os funcionários com contrato individual de trabalho, e em especial aos enfermeiros nos hospitais EPE, que têm continuado a fazer greves para reivindicar este direito.

Ana Avoila afirmou à Lusa que “muitos chegam a fazer dez a 12 horas seguidas”, por não poderem cumprir horários menores visto que é necessário garantir que o trabalho é realizado.

? Fim da precariedade

O Governo já está a negociar e a preparar a integração dos trabalhadores precários da Administração Pública, mas os sindicatos não concordam com a forma como o processo está a decorrer. Desde 11 de maio que aqueles que considerem que cumprem necessidades permanentes na Função Pública com contratos ou vínculos precários podem candidatar-se para ter a sua situação avaliada, de maneira a ser decidido se têm direito a entrar nos quadros. No entanto, a forma como vão ser integrados na Administração Pública — quando, como, com que vencimento, entre outras questões — ainda não está regularizada, porque ainda não existe lei que a estruture.

Ana Avoila, dirigente sindical da Frente Comum, afeta à CGTP, disse ao ECO: “Nós não concordamos com este processo assim, achamos que está todo ao contrário”. Os dirigentes dos outros dois principais sindicatos da Função Pública, a FESAP e o STE, ecoaram esta preocupação junto do ECO, já que a portaria aprovada que explicita de que forma os trabalhadores precários se devem candidatar a esta segunda fase do PREVPAP nada diz sobre a fase seguinte, a da integração nos quadros em si, que deverá acontecer em 2018. Falta é saber como.

? Reforço dos efetivos

Os sindicalistas também pedem um reforço dos efetivos em certas áreas consideradas críticas, em especial a da Saúde e da Educação, onde são necessários mais enfermeiros e funcionários não docentes de forma prioritária. Até março, de acordo com a Síntese Estatística do Emprego Público publicada este mês, o Estado engrossou 1%, em especial com a contratação de docentes e de médicos e enfermeiros. O número de funcionários públicos, a 31 de março, ascendia a 669,3 mil, mais 6.761 postos de trabalho nas administrações públicas, seja ao nível da Administração Central, seja da Local.

Apesar de existir uma regra informal para a redução do Estado de que para cada duas saídas só deve haver uma entrada, essa regra nunca chegou a ser totalmente aplicada, como referiu o Expresso em fevereiro: apesar de ter sido uma das bandeiras da troika, mesmo na altura em que o número de funcionários públicos mais encolhia, entre 2011 e 2014, o rácio nunca caiu abaixo de 1,6 saídas por cada entrada.

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Mediobanca, Deutsche e JP Morgan. Os escolhidos de Ramalho para negociar com os fundos

O presidente do Novo Banco escolheu o Mediobanca, o Deutsche Bank e o JP Morgan para negociar com os fundos internacionais a troca de obrigações séniores.

António Ramalho já escolheu os assessores financeiros do Novo Banco para negociar a troca de obrigações séniores com os fundos internacionais, apurou o ECO junto de fontes de mercado. O presidente do banco de transição escolheu a Mediobanca, o Deutsche Bank e o JP Morgan.

A operação de troca de obrigações – que ‘vale’ 500 milhões de euros e é uma condição necessária para fechar em definitivo o acordo de venda do Novo Banco ao fundo Lone Star – é da responsabilidade formal da instituição, porque é ela que tem de responder aos seus obrigacionistas. O Banco de Portugal e o Fundo de Resolução estão envolvidos diretamente nesta operação, claro, mas é o Novo Banco que tem a competência de negociar as condições do chamado LME (Liability Management Exercise) com os obrigacionistas.

A contratação destes bancos de investimento, com mandatos formais desde a passada sexta-feira, era o passo que faltava para abrir contactos formais com os fundos, particularmente com a Pimco e a BlackRock. Até ao momento, não foi possível obter uma confirmação oficial do Novo Banco.

De acordo com informações recolhidas pelo ECO, que confirmam a notícia do Jornal de Negócios desta semana, é provável que estes bancos abram negociações com os obrigacionistas até ao final do mês, desde logo para testar a sensibilidade do mercado a uma proposta que, até este momento, desconhecem, apesar de ter sido anunciada há quase dois meses.

Ainda assim, a proposta do Fundo de Resolução/Novo Banco ainda não está estabilizada. Há discussões sobre o modelo a seguir entre os responsáveis das duas instituições e caberá ao Novo Banco tomar uma decisão, neste momento, sobre a proposta que está em cima da mesa. O objetivo é apresentação de um prospeto ao mercado durante o mês de junho, condição necessária para a realização da operação.

O tema é sensível. Depois da retransferência de 2.200 milhões de euros de obrigações séniores do Novo Banco para o ‘BES mau’ em dezembro de 2015, os fundos internacionais estão pouco recetivos a uma nova operação que lhes custará 500 milhões de euros, de um total de obrigações de 2,9 mil milhões que estão ‘vivas’. O ponto de partida dos fundos, apurou o ECO, é rejeitar qualquer proposta.

Ainda esta semana, Sérgio Monteiro anunciou no Parlamento, que há um Plano B, uma alternativa ao falhanço das negociações com os obrigacionistas, mas não acrescentou qual é.  O ECO já avançou em primeira mão o que está previsto: uma nova resolução do Novo Banco, um ‘bail in‘ forçado. Uma opção que, para os fundos, não é legalmente possível num banco de transição, como escreveu no ECO o advogado Nuno Pena, da CMS, Rui Pena & Arnaut, que representa fundos internacionais que têm obrigações do Novo Banco.

Com esta operação — neste momento situado no quadro de ‘voluntária’ — resultará numa contribuição dos fundos com 500 milhões de euros nos rácios de capital do Novo Banco e, depois, o Lone Star obrigou-se a injetar, já 750 milhões de euros, e mais 250 milhões no prazo de três anos.

Em paralelo, o Fundo de Resolução ficará com 25% do Novo Banco e prestará uma garantia de 3,9 mil milhões de euros sobre os ativos a integrar no ‘side bank‘.

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Centeno quer rácio da dívida nos 100% do PIB em dez anos

O ministro das Finanças acredita num crescimento económico "consistente", que deverá permitir reduzir o rácio da dívida. E espera para breve uma subida do rating de Portugal.

Se a economia portuguesa mantiver o atual ritmo de crescimento, o rácio da dívida pública sobre o produto interno bruto (PIB) poderá cair para 100% em dez anos. É este o objetivo de Mário Centeno, que acredita que o país tem reunidos “todos os ingredientes” para que a dívida possa diminuir e que garante que o crescimento a que estamos a assistir é consistente.

“Temos de colocar o rácio da dívida sobre o PIB a cair”, começou por dizer, sobre este assunto, o ministro das Finanças, em entrevista à RTP 3, concedida esta quinta-feira. Esse é, segundo Mário Centeno, “o indicador fundamental para medir a capacidade do país de crescer, mesmo com um nível de dívida elevado”. E o ministro das Finanças assegura que Portugal já reúne as duas condições essenciais para alcançar esse objetivo: “O Estado gera saldos primários positivos, ou seja, antes de pagar juros, o Estado tem mais receita do que despesa; e o crescimento da economia deverá superar o que se paga em juros”.

"Temos a equação com todos os ingredientes necessários para que a dívida sobre o PIB possa diminuir e para que, também nessa dimensão, a economia portuguesa possa ser vista como sustentável.”

Mário Centeno

Ministro das Finanças

Somados estes dois fatores, Portugal tem “a equação com todos os ingredientes necessários para que a dívida sobre o PIB possa diminuir e para que, também nessa dimensão, a economia portuguesa possa ser vista como sustentável”, diz Mário Centeno.

O ministro antecipa, assim, que se Portugal mantiver “a tendência que está inscrita no programa de estabilidade, em dez anos podemos colocar o rácio da dívida em 100% do PIB”. Recorde-se que o PIB nacional cresceu 2,8% no primeiro trimestre e, para já, todas as previsões apontam para que este ritmo se mantenha. Centeno espera um crescimento de 3% no segundo trimestre e um crescimento anual superior a 2%.

Saída do PDE vai facilitar subida do rating de Portugal

Sobre a saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo (PDE), o ministro das Finanças aponta que o país “está num processo de convergência para os seus objetivos de médio prazo, que são definidos com o pressuposto de criar um contexto de previsibilidade”. Até que esse processo de convergência fique concluído, Portugal ainda tem de “cumprir um conjunto de critérios importantes para melhorar os custos de financiamento”. Seja como for, reconhece Mário Centeno, a saída do PDE vem melhorar a reputação de Portugal e deverá acelerar o processo de subida do rating atribuído pelas agências internacionais.

"Temos estado em contacto com as agências de rating de forma permanente e quase todas avaliam os fundamentos de crescimento económico e a capacidade produtiva da economia portuguesa num patamar acima do que se vulgarizou chamar de lixo.”

Mário Centeno

Ministro das Finanças

“Temos estado em contacto com as agências de rating de forma permanente e quase todas avaliam os fundamentos de crescimento económico e a capacidade produtiva da economia portuguesa num patamar acima do que se vulgarizou chamar de lixo”, disse Mário Centeno. Contudo, ressalvou, “o processo de ajustamento e a dificuldade que a economia teve para ganhar credibilidade nesse processo levou a que essas agências reduzam de forma discricionária as suas avaliações abaixo desse nível de investimento”.

Assim, a subida do rating deverá acontecer, mas não será para já. “Esperamos que, com a saída do PDE, possa materializar-se essa alteração nas próximas revisões, que ocorrerão no fim do verão e no princípio de 2018”, apontou Centeno, sublinhando que a subida não será “abruta”, já que, primeiro, terá de ser alterada a perspetiva.

“Há consistência neste crescimento”

Mário Centeno foi ainda confrontado com as declarações do economista João Salgueiro, que considera que nada foi feito, a nível político, para que o PIB crescesse 2,8% no primeiro trimestre. “Aconteceu”, graças aos conflitos no Médio Oriente, que desviaram para Portugal um grande fluxo de turistas, acredita Salgueiro.

Esta é, para o ministro das Finanças, uma “visão niilista da realidade da economia”. Não só porque o crescimento do turismo se deu graças ao “investimento e à criatividade” dos portugueses, mas porque o crescimento da economia não é “um epifenómeno”.

“Crescemos no terceiro e no quarto trimestres do ano passado, muito acima da média dos últimos anos, e voltámos a crescer no primeiro deste ano. Já são três trimestres de crescimento. Temos assistido a uma dinâmica muito consistente, centrada no investimento e nas exportações. Há consistência neste crescimento”; garante Centeno.

O ministro volta, por isso, a antecipar que Portugal tem “todas as condições para poder crescer acima de 2%, em média anual, em 2017”.

“Temos boas razões para ser otimistas e essas razões são o que a economia e a sociedade portuguesas têm feito para dar a volta, concluiu o ministro.

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Fed compensa trambolhão do petróleo. Wall Street sobe há seis sessões

O petróleo afundou mais de 5% depois do anúncio de prolongamento do corte da produção por parte da OPEP, mas os investidores continuam animados com os sinais vindos da Fed.

O ânimo dos investidores para com os sinais transmitidos pela Reserva Federal norte-americana, que mostrou estar preparada para voltar aumentar a taxa de juro, compensou a desvalorização expressiva dos preços do petróleo. As bolsas norte-americanas somaram assim a sexta sessão consecutiva de ganhos e voltaram a renovar máximos históricos.

O índice de referência S&P 500 subiu 0,44%, para os 2.415,05 pontos, enquanto o industrial Dow Jones somou 0,34%, para os 21.082,95 pontos. O tecnológico Nasdaq registou o ganho mas expressivo, ao valorizar 0,69%, para os 6.205,26 pontos, num dia em que grandes tecnológicas como a Netflix, Alphabet, Facebook e Amazon fecharam todas no verde. Destaque para a Amazon, que se aproxima do marco dos mil dólares por ação.

Em sentido inverso estiveram as ações das energéticas, com o índice do S&P 500 que reúne as cotadas do setor a afundar mais de 15%. Isto num dia em que os preços do petróleo afundaram mais de 5%, depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter anunciado que vai prolongar o corte de produção por mais nove meses. O mercado já antecipava este prolongamento, mas queria mais e os investidores ficaram desiludidos com a ausência de medidas adicionais para equilibrar o mercado do petróleo.

O resultado foi um dia de quedas acentuadas do petróleo. O West Texas Intermediate perde por esta altura 5,2%, para os 48,69 dólares por barril, e o Brent recua 5%, para os 51,25 dólares por barril.

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