Sabe programar? A Mercedes tem uma oportunidade para si

  • ECO
  • 9 Maio 2017

O Web Summit atraiu a Mercedes a Portugal e os resultados estão à vista: há um novo investimento num centro digital e de software que precisa de 155 programadores.

“Uma Autoeuropa do digital”, apelidou o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos. Lisboa vai ser a casa do primeiro centro mundial de competências a nível digital e de software. A Mercedes está à procura de 115 programadores para integrar a equipa da Digital Delivery Hub, sendo que já existem 10 jovens talentos da programação a trabalhar no espaço. Segundo o Dinheiro Vivo, se a estratégia for bem-sucedida, o centro poderá empregar mais de 300 pessoas.

O anúncio do investimento a realizar pela marca alemã contará com a presença do primeiro-ministro António Costa. Numa publicação na sua página de Facebook, o secretário de Estado da Indústria confessou que este é “um dia muito especial para mim e para o Governo”. “Um investimento que nos orgulha não só pela dimensão e pela empresa que é, mas por se ter tornado uma realidade graças ao Web Summit e muitas dezenas de reuniões”, revela João Vasconcelos.

Vasconcelos vê este investimento como uma oportunidade para “reter e atrair a geração mais qualificada de sempre”. Segundo o secretário de Estado da Indústria, “a Mercedes escolheu Lisboa em detrimento de muitas outras cidades europeias para localizar o departamento que desenvolverá muitos dos softwares dos veículos do futuro”.

Um investimento que nos orgulha não só pela dimensão e pela empresa que é, mas por se ter tornado uma realidade graças ao Web Summit e muitas dezenas de reuniões.

João Vasconcelos

Secretário de Estado da Indústria

Ainda não é certo, mas segundo o jornal o centro pode passar da Second Home, no Mercado da Ribeira (Cais do Sodré), para o novo Hub Criativo do Beato que está a ser construído. Este novo centro da Mercedes terá como tarefas a criação de aplicações ligadas aos automóveis e o desenvolvimento de tecnologias que permitam ter carros com condução autónoma num futuro próximo.

As necessidades de contratação da Mercedes passam pelas áreas de desenvolvimento de software, programação de aplicações (apps), Big Data, Cloud computing (computação em nuvem), tecnologia Java, solução de programação Java Script e programadores de Adobe Experience Manager (AEM), escreve o Dinheiro Vivo.

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Manuel Valls é candidato de Macron às legislativas

Valls anunciou esta terça-feira que vai ser candidato às legislativas de junho pelo novo partido do Presidente Emmanuel Macron. O ex-primeiro-ministro diz que “os velhos partidos estão a morrer".

O ex-primeiro-ministro socialista francês Manuel Valls anunciou esta terça-feira que vai ser candidato às legislativas de junho pelo novo partido do Presidente eleito, Emmanuel Macron.

Numa entrevista à rádio RTL disse que o Partido Socialista “não tem futuro”. “Os velhos partidos estão a morrer ou estão mortos”, frisou Valls.

Valls acrescentou que vai ser “candidato da maioria presidencial” através do República em Marcha — a nova designação do movimento En Marche — o novo partido recentemente constituído por Macron que serviu de base política às presidenciais do passado domingo. Emmanuel Macron, um candidato centrista, venceu no domingo a segunda volta das presidenciais francesas, com 66%, derrotando a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen (34%).

Valls, na mesma entrevista, disse que se vai inscrever no movimento e apelou “a todos os deputados cessantes, os progressistas, aqueles que apelaram ao voto em Emmanuel Macron antes da primeira volta” a fazerem o mesmo. E explica porquê.

“Porque sou um republicano, porque sou um homem de esquerda, porque continuo a ser um socialista, não vou renunciar a 30 anos da minha vida política, porque exerci responsabilidades, porque sei que governar França é difícil. Quero o sucesso de Emmanuel Macron”, acrescentou o ex-primeiro-ministro que, depois de se demitir de funções, em dezembro, passou a ser deputado em Evry.

"Sou um republicano, porque sou um homem de esquerda, porque continuo a ser um socialista, não vou renunciar a 30 anos da minha vida política, porque exerci responsabilidades, porque sei que governar França é difícil. Quero o sucesso de Emmanuel Macron.”

Manuel Valls

Ex-primeiro-ministro francês

“Falemos francamente: revemo-nos na maior parte das propostas do projeto de Emmanuel Macron, sim ou não? Sim”, responde Valls à sua própria pergunta.

Contudo, esta inscrição tem de ocorrer num espaço de 24 horas, como alertou Benjamin Griveaux, o porta-voz do En Marche, em declarações à Europe 1, sublinhando assim que a comissão nacional de investidura ainda não deu posse ao antigo primeiro-ministro.

Jean-Paul Delevoye, responsável da comissão de investiduras, precisou que, “neste momento existem 500” candidatos. “Portanto, estamos a trabalhar, a comissão vai reunir-se uma última vez para terminar esta lista e quinta de manhã estaremos a postos”, afirmou em declarações à France 2.

 

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Commerzbank com lucros acima do esperado

Banco alemão aumentou resultado líquido devido aos ganhos com a atividade de trading na bolsa.

A Commerzbank registou um lucro de 217 milhões de euros nos três primeiros meses do ano, um resultado que compara com os 169 milhões de euros do ano anterior. O banco conseguiu superar o consenso do mercado, que apontava para um resultado líquido de apenas 74 milhões de euros.

A dar força ao desempenho do Commerzbank esteve sobretudo a sua unidade de negociação de títulos financeiros, já que as atividades de banca de retalho e corporate viram as receitas cair no primeiro trimestre. No total, as receitas antes de provisões para perdas com créditos aumentaram muito ligeiramente para 2,37 mil milhões de euros.

“Esta tendência positiva nas receitas deve-se sobretudo ao aumento das receitas com comissões líquidas no âmbito do maior volume de títulos financeiros transacionados”, justifica o banco no comunicado.

“Estamos a caminho da implementação da estratégia 4.0. É claro que vai demorar algum tempo para que o crescimento seja suficiente para ofuscar o fardo que resulta do ambiente de juros negativos”, referiu o CEO Martin Zielke, que em setembro passado anunciou uma reestruturação do banco que passa pela eliminação de 9.000 postos de trabalho até 2020 e a venda da unidade de mercados e commodities.

As ações do Commerzbank avançam 0,72% para 9,472 euros, acumulando uma valorização de 30% desde o início do ano.

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Economia chinesa vai abrandar com transição para novo modelo económico

  • ECO e Lusa
  • 9 Maio 2017

O FMI alerta para riscos como o envelhecimento da população, um fenómeno que partilha com grande parte da região, e a tendência protecionista dos EUA. China vai abrandar para os 6,6% em 2017.

O ritmo de crescimento da economia chinesa continua a abrandar e deverá crescer 6,6%, em 2017, à medida que Pequim enceta uma transição para um modelo económico baseado no consumo interno, afirmou esta terça-feira o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“O crescimento chinês continuará a desacelerar na sua transição para uma economia mais baseada no consumo“, afirma o FMI, no seu último relatório sobre a economia na região Ásia-Pacífico. “No entanto, apesar do abrandamento, a China continuará a liderar o crescimento mundial, representando um terço do total”, acrescenta o FMI.

Segundo o relatório apresentando pela instituição, o Produto Interno Bruto chinês vai crescer 6,6%, em 2018, e 6,2%, em 2019.

Os especialistas do FMI creem que a transição terá “efeitos negativos” a curto prazo para a maioria dos países exportadores, como a Coreia do Sul ou a Malásia, mas que trará benefícios a longo prazo.

O abrandamento dos grandes investimentos e importações chinesas, que compra atualmente 40% dos metais e 10% do petróleo no mundo, afetarão os preços das matérias-primas, segundo o relatório.

O índice de preços ao consumidor cresceu no país asiático 2% em 2016, e em 2017 deverá aumentar 2,4%.

O FMI adverte ainda para alguns riscos para a economia chinesa, como o envelhecimento da população, um fenómeno que partilha com grande parte da região, e a tendência protecionista dos Estados Unidos.

Atenção ao protecionismo

A curto prazo, o FMI advertiu para o risco “substancial” que representa uma eventual mudança em direção ao protecionismo relativamente ao qual a região é particularmente vulnerável por causa do grau de abertura comercial das suas economias e de participação na cadeia de abastecimento a nível global.

“A tensão acrescida e a incerteza no clima do comércio mundial poderia afetar negativamente as exportações da Ásia e Estados Unidos”, nota a instituição.

Também alertou para a incerteza relativamente à política fiscal que os Estados Unidos vão promover e às medidas reguladoras e comerciais que a nova administração norte-americana liderada por Donald Trump pretende impulsionar.

A médio prazo, o FMI assinalou as implicações que o fim do “dividendo demográfico” terá para vários países da Ásia Oriental à medida que a população envelhece. O Fundo frisou que o ritmo de envelhecimento na região é superior ao que experimentaram a Europa e os Estados Unidos, advertindo que várias partes da Ásia correm o risco de “se tornarem velhas antes de se tornarem ricas”.

Para isso, o FMI instou a região a proteger a terceira idade com o fortalecimento dos sistemas de pensões, e a favorecer a incorporação ao mercado laboral de mulheres e imigrantes para atenuar o impacto do envelhecimento.

Segundo a instituição financeira, a Ásia Pacífico — que vai continuar a liderar o crescimento mundial — conserva uma perspetiva económica robusta e irá manter o impulso no seu crescimento com uma previsão de 5,5% em 2017 – acima dos 5,3% do ano passado. Os resultados melhoram a média global, cujo crescimento se calcula em 3,5% em 2017 e em 3,6% em 2018, contra 3,1% do ano passado.

No documento, a instituição destaca a robustez demonstrada nos últimos anos pelos mercados financeiros da Ásia, mas instou os países da região a tomar medidas face a futuros riscos. Outro risco identificado pelo Fundo prende-se com o abrandamento da produtividade de que padecem sobretudo as suas economias mais desenvolvidas desde o estalar da crise financeira global em 2008.

O FMI advertiu que a falta de melhoria da produtividade tem repercussões no progresso do bem-estar e das condições de vida, exortando os países da região a tomar medidas como potenciar a liberalização e integração comercial.

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BCP dá gás a Lisboa, Europa também avança

Ações do banco liderado por Nuno Amado avançam 3% depois de ter apresentado resultados acima do esperado. Lisboa e os seus pares regressam esta terça-feira aos ganhos.

A bolsa portuguesa regressa aos ganhos depois de ter fechado na segunda-feira em queda. O despertar positivo em Lisboa surge muito por culpa do BCP. O banco apresentou resultados acima do esperado e esta manhã prossegue o bom momento. Também grandes cotadas como a Galp e Jerónimo Martins estão em terreno positivo e sustentam o índice nacional.

O PSI-20 abriu com um ganho tímido. Avança 0,33% para 5.249,61 pontos, mantendo-se em terreno bull market. É a quinta sessão de ganhos em Lisboa nas últimas seis sessões. De forma algo inesperada, os índices europeus fecharam ontem em perda, apesar da vitória de Macron nas eleições francesas. Mas regressam aos ganhos esta terça-feira, com o CAC-40 a somar 0,49%.

Por cá, destaque para as ações do BCP. O banco liderado por Nuno Amado aumentou os lucros no primeiro trimestre do ano, para 50 milhões de euros, contra as expectativas dos analistas. As ações estão em alta de 3,29% para 0,23 euros.

“O banco, que na semana passada apresentou uma valorização das suas ações superior a 12%, informou que nos primeiros três meses do ano o resultado líquido atingiu os 50 milhões de euros (vs 42 milhões estimados pelo consenso dos analistas) e que a margem financeira aumentou 3% face ao trimestre anterior para 332 milhões”, comentam os analistas do BPI no seu Diário de Bolsa.

BCP destaca-se em Lisboa

Em relação ao desempenho europeu, destacam que “depois das eleições presidenciais em França, os investidores voltam agora a recentrar as suas atenções na Época de Resultados, numa altura em que o preço do petróleo não deixa de ser monitorizado”.

Há mais notas positivas no principal índice português. São 12 as cotadas que seguem com sinal mais. A Pharol, por exemplo, ganha quase 3% para 0,28 euros. Galp e Jerónimo Martins, dois dos pesos pesados em Lisboa, estão em alta ligeira de 0,07% e 0,29%, performances que ofuscam as quedas (também ligeiras) da EDP e EDP Renováveis.

Acompanhando Lisboa nos ganhos estão, além da praça de Paris, o Ibex-35 de Madrid (+0,15%) e o índice de referência europeu Stoxx 600 (0,21%).

No mercado petrolífero, o barril de Brent valoriza 0,45% para 49,59 dólares, depois de a Arábia Saudita ter admitido prolongar a redução da produção para lá de 2017, num esforço da OPEP para reduzir o excesso de oferta de ouro negro que tem condicionado a cotação.

(Notícia atualizada às 8h20)

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OE2018: BE exige mais dinheiro para saúde e educação

  • ECO
  • 9 Maio 2017

António Costa quer que as linhas mestres do Orçamento do Estado para 2018 fiquem fechadas antes do verão. A estratégia do Governo é evitar uma confusão em cima das autárquicas.

Já há acordo à esquerda para o Orçamento do Estado para 2018, pelo menos quanto ao momento em que deve estar já numa fase avançada: antes do verão, António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa querem ter o OE2018 alinhado para evitar conflitos em tempo de eleições autárquicas. O mês de julho é a indicação do primeiro-ministro e, segundo o jornal Público, a primeira reunião bilateral com o Bloco de Esquerda ocorreu a 26 de abril. Os bloquistas pedem mais investimento no SNS e na escola pública.

Depois de ter aprovado dois Orçamentos do Estado no ano passado, a atual solução governativa caminha para o terceiro Orçamento do Estado. As negociações ainda agora começaram, mas a exigência do BE é que exista um reforço do investimento nas áreas da educação e saúde pública, dado que estão “com grandes problemas de funcionamento”, revelou fonte da direção bloquista ao Público.

Segundo o jornal, não é certo que o Orçamento do Estado fique já fechado antes do verão, mas pelo menos as suas linhas orientadoras vão ficar delineadas. Em causa estão as negociações difíceis entre os quatro partidos da maioria de esquerda, tais como a revisão dos escalões do IRS, o descongelamento das carreiras da função pública ou a integração dos precários do Estado.

O cenário macroeconómico com que o Partido Socialista está a trabalhar com o Bloco de Esquerda, Partido Comunista Português e Partido Ecologista ‘Os Verdes’ é o que consta do Programa de Estabilidade, documento apresentado em abril pelo Governo. Nas negociações existem reuniões oficiais entre a liderança dos partidos e o primeiro-ministro, mas também reuniões setoriais com os Ministérios. O elo de ligação entre partidos e Executivo continua a ser o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos.

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Orçamento da Polícia Municipal de Lisboa aumenta 600%

  • ECO
  • 9 Maio 2017

Polícia Municipal de Lisboa conta com o maior efetivo de sempre, depois de herdar algumas competências da PSP. Orçamento para 2017 aumenta sete vezes para 3,3 milhões de euros.

A Polícia Municipal de Lisboa viu o seu orçamento para 2017 aumentar 600% para os 3,3 milhões de euros, depois de ter herdado algumas das competências que estavam atribuídas à PSP, como a patrulha e gestão do trânsito na capital lisboeta.

O Diário de Notícias (acesso livre) adianta que a autarquia reforçou o este novo “exército” da cidade. Além de um orçamento sete vezes superior aos 470 mil euros do ano passado, a Polícia Municipal passou a contar com o maior efetivo de sempre, com 602 polícias, 257 dos quais entrados este ano, todos vindos da PSP. No total, juntamente com 98 civis, esta força tem 700 elementos.

Apesar do aumento do número de agentes, a Polícia Municipal registou um decréscimo de infrações e respetivos autos de contraordenação de trânsito. Lisboa tem 21 radares de controlo de velocidade espalhados pela cidade e também estes painéis registaram menos condutores em excesso de velocidade.

Para Carlos Castro, vereador da Câmara Municipal de Lisboa que tutela este setor, “há uma clara consciencialização dos condutores para o cumprimento das regras de velocidade e resultados muito positivos das campanhas de sensibilização efetuadas”.

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PERES deu receita, mas teve um custo: 168 milhões de euros

  • ECO
  • 9 Maio 2017

O perdão fiscal introduzido pelo Governo no final do ano passado rendeu mais de 500 milhões de euros, mas veio com um custo associado, revelaram as Finanças em resposta ao Parlamento.

O Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES) deu ao Estado, em 2016, mais cerca de 500 milhões de euros de receita fiscal adicional, o que contribuiu para baixar o défice para os 2%. Contudo, este perdão fiscal também teve um custo avaliado em 168,4 milhões de euros. Este foi o montante que o Fisco perdoou às empresas entre juros de mora e compensatórios, custas processuais e coimas. O dado consta da resposta do Ministério das Finanças a pedido do PSD, adianta esta terça-feira o Jornal de Negócios.

A resposta das Finanças revela ainda que quase dois terços do montante total correspondem a juros de mora perdoados, sendo que a maior parte relativos à cobrança coerciva. Além disso, dos 168,4 milhões de euros perdoados com o PERES, os juros compensatórios totalizaram os 37 milhões de euros, as custas corresponderam a 12 milhões de euros e as coimas a um total de dez milhões de euros.

Segundo o Jornal de Negócios, 7% da receita fiscal gerada pelo PERES — tanto de dívidas à Segurança Social como ao Fisco — foi da responsabilidade das oito empresas com maiores lucros tributáveis. Dentro do PSI-20 foram cinco as cotadas que aderiram ao perdão fiscal atingindo 72 milhões de euros de receita e 36 milhões de euros perdoados.

Entre as maiores empresas que aderiram aos PERES está a Caixa Geral de Depósitos (21 milhões de euros) e a EDP (20 milhões de euros).

A resposta do Ministério das Finanças revela ainda que este ano já foram perdoados 1,4 milhões de euros também no âmbito do PERES.

Esta terça-feira, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais vai à Assembleia da República, à Comissão de Orçamento e Finanças (COFMA), para um audição sobre os resultados e consequências do PERES – Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado e do regime de Reavaliação de Ativos.​​

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Polémica do fecho de balcões marca primeiros 100 dias de Paulo Macedo

  • ECO e Lusa
  • 9 Maio 2017

Os primeiros 100 dias da nova administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), liderada por Paulo Macedo, ficam marcados pela polémica relativa ao encerramento de agências em vários pontos do país.

Foi no início de dezembro do ano passado que o Governo confirmou oficialmente que tinha convidado Paulo Macedo para presidente executivo da CGD e Rui Vilar para ‘chairman’ (presidente não executivo) e que ambos tinham respondido positivamente. Contudo, só a 1 de fevereiro é que a nova equipa de gestão assumiu funções, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter dado a necessária ‘luz verde’.

Depois da passagem curta, mas conturbada, de António Domingues pela CGD, os oito membros da nova administração – que só conta com uma mulher – finalmente arregaçaram mangas para colocar em prática o plano de reestruturação acordado com Bruxelas ainda pela anterior equipa, e que tinha como ponto central uma forte recapitalização do banco estatal (em torno de cinco mil milhões de euros).

Assim que entraram no banco, os novos presidentes escreveram uma carta aos trabalhadores na qual consideram que a recapitalização e reestruturação é uma “oportunidade” que não pode falhar e que dificilmente voltará a acontecer.

Apenas dois dias depois, a 3 de fevereiro, Paulo Macedo falou com os jornalistas no âmbito de uma visita à agência da CGD nas Amoreiras, em Lisboa, considerando o plano de reestruturação do banco “bastante robusto” e garantindo a disponibilidade da sua equipa para o executar.

Paulo Macedo na visita à agência da CGD nas Amoreiras.Paula Nunes/ECO

Já no final de fevereiro, começaram a surgir os primeiros ruídos relacionados com o encerramento de agências previsto no plano de negócios acordado com a Comissão Europeia e que permitiu que a injeção de capital público no banco não fosse considerada como ajuda de Estado.

Paulo Macedo e Rui Vilar ‘dão a cara’ pelos resultados de 2016 da CGD (exercício em que o banco teve José de Matos, primeiro, e depois António Domingues como presidentes executivos), a 10 de março. E revelaram que o banco público teve um prejuízo histórico de 1,9 mil milhões de euros no ano passado, no sexto ano consecutivo de prejuízos para o líder do mercado bancário português.

Na ocasião, os gestores avançaram que a CGD vai cortar 2.200 postos de trabalho, através de pré-reformas e rescisões amigáveis, e fechar mais de metade dos balcões até 2020, no âmbito do acordado com Bruxelas.

CGD, Paulo Macedo, Maria João Carioca, Rui Vilar na apresentação de resultados da Caixa.Paula Nunes/ECO

Antes deste anúncio, já a nova administração tinha sido contestada publicamente, sobretudo pelo poder político local, devido aos encerramentos de balcões já feitos ou previstos.

Na altura, já se destacavam os casos de Almeida, no distrito da Guarda, Marvão, no Alto Alentejo, freguesia do Teixoso, na Covilhã, Santa Margarida, concelho de Constância, e Golegã, ambas no distrito de Santarém.

Mas Paulo Macedo assinalou aquando da divulgação das contas que o banco não conseguirá regressar aos lucros se mantiver a atividade sem alterações e que não pode manter presença em todas localidades em que outros bancos não veem viabilidade económica: “Ninguém peça à CGD para ficar em todos os sítios onde os outros bancos não querem ficar. Se isso acontecesse, então a Caixa não saía dos seis anos de prejuízos que teve”, afirmou.

Ninguém peça à CGD para ficar em todos os sítios onde os outros bancos não querem ficar. Se isso acontecesse, então a Caixa não saía dos seis anos de prejuízos que teve.

Paulo Macedo

Presidente executivo da CGD

Além da contestação interna, também pela voz dos sindicatos devido à forte redução de pessoal anunciada, também surgiram críticas de fora do país, depois de ter sido anunciado pelo banco que será dada “prioridade” à saída de Espanha e da África do Sul.

A comunidade portuguesa na África do Sul manifestou a sua preocupação, considerando que revela o interesse de Portugal somente nas remessas dos emigrantes.

Mas, internamente, o ‘barulho’ foi ainda maior, uma vez que, além das estruturas representativas dos trabalhadores, também a oposição (PSD e CDS) condenou publicamente o fecho de agências da CGD.

Passos Coelho (líder do PSD) considerou o fecho de balcões um “cinismo atroz” do PS, BE e PCP.

Assunção Cristas (líder do CDS), por seu turno, defendeu que os critérios para a reestruturação da CGD “não podem ser iguais ao da banca privada”, sublinhando que o partido quer uma CGD 100% pública e que a entidade “tem de fazer o que os outros bancos não fazem”.

Face à crescente contestação das populações das localidades afetadas, a CGD veio alertar no final de março para que o não cumprimento do plano estratégico negociado com a Comissão Europeia, como contrapartida da recapitalização, teria “implicações muito graves”.

Mais tarde, Paulo Macedo, ouvido pelos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República, em 12 de abril, avançou que a CGD pediu autorização ao Banco de Portugal para ter um serviço móvel de balcões, com carrinhas que vão a zonas rurais e com populações envelhecidas prestar serviços bancários.

 

No meio de tudo isto, no parlamento, decorrem as duas comissões de inquérito sobre a CGD, que aumentam ainda mais o volume de ruído em torno do banco público.

Aqui ficam algumas das frases mais emblemática que marcaram os primeiros cem dias de mandato de Paulo Macedo:

“Parece-me um plano [de recapitalização] bastante robusto, um plano que já foi aprovado, submetido, divulgado e partilhado com diversos stakeholders [interessados] e, nesse sentido, estamos confiantes de que é um bom plano para a Caixa [Geral de Depósitos].”

Paulo Macedo, presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos — 3-2-2017

“Nós trabalhamos em horizontes de quatro anos. A nossa visão da gestão é estrutural, não é para um mês ou dois.”

Paulo Macedo — 3-2-2017

“O que se passa é que a Caixa não será nem um novo BES nem um novo Banif porque já não é tutelada por V. Exas [PSD e CDS-PP] mas por um Governo que não esconde os problemas financeiros do setor bancário.”

António Costa, primeiro-ministro — 8-2-2017

“[A atual administração da Caixa Geral de Depósitos assume] o compromisso (…) de retomar plenamente o seu lugar de instituição de referência [no sistema financeiro português].”

Rui Vilar, presidente do Conselho de Administração da CGD — 2-3-2017

“[A polémica em torno da gestão de António Domingues foi um] acidente de percurso. Uma coisa é a espuma dos dias, é o combate político, outra coisa é a realidade e o bom senso com que as pessoas avaliam a luta política e a sabem distinguir dos interesses fundamentais do país.”

Rui Vilar — 2-3-2017

“Estou muito confiante em relação a essa instituição [Caixa Geral de Depósitos], como em relação a todas as instituições financeiras. Portanto, estou muito confiante naquilo que é o próximo passo de recapitalização dessa instituição financeira.”

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República — 6-3-2017

“A Caixa Geral de Depósitos [CGD] é o banco líder em Portugal e vai manter-se assim. A CGD está num processo de solidez, de recapitalização, mas também está num processo de reestruturação, para apoiar melhor as empresas, para apoiar melhor os particulares.”

Paulo Macedo — 7-3-2017

“O plano de negócios apresentado por Portugal prevê uma transformação estrutural da CGD e permitirá ao banco tornar-se rentável a longo prazo. A nossa apreciação revelou que o Estado português, enquanto acionista único da CGD, investe nas mesmas condições que um proprietário privado estaria disposto a aceitar. Por conseguinte, a recapitalização pelo Estado não constitui um novo auxílio estatal.”

Margrethe Vestager, comissária da Concorrência — 10-3-2017

“Que fique claro, há aqui um agravamento drástico dos resultados [da Caixa Geral de Depósitos] e esse agravamento deve ser explicado a todos os portugueses.”

Duarte Pacheco, deputado do PSD — 10-3-2017

“Eu diria desagravados (…) Os prejuízos [da Caixa Geral de Depósitos] não são três mil milhões, são 1.900 milhões, o que significa que os portugueses terão de entrar com menos dinheiro e que a recapitalização feita pelo Estado será ligeiramente abaixo daquilo que estava previsto.”

Marcelo Rebelo de Sousa — 10-3-2017

“Em 2016 temos um conjunto de imparidades que foram feitas de mais de 3.000 milhões de euros que deram origem ao prejuízo de 1.859 milhões de euros no exercício. É um resultado que, em termos estruturais, é positivo, porque revela que os clientes quiseram continuar com a CGD em 2016.”

Paulo Macedo — 10-3-2017

“Na CGD entendemos que as questões dos órgãos de soberania são questões dos órgãos de soberania. Agora, se me perguntar se é normal um banco ser todos os dias referido por questões que não têm a ver com o serviço aos clientes e à sua atividade, claro que eu respondo que não.”

Paulo Macedo — 10-3-2017

“Ninguém peça à Caixa Geral de Depósitos (CGD) para ficar em todos os sítios onde os outros bancos não querem ficar. Se isso acontecesse, então a Caixa não saía dos seis anos de prejuízos que teve.”

Paulo Macedo — 10-3-2017

“A recapitalização da CGD é um passo importante na afirmação desta instituição enquanto banco público. É condição necessária mas não suficiente para assegurar as suas funções. O papel que deve desempenhar não deve ser diminuído por um qualquer plano de negócios imposto a partir de Bruxelas ou Frankfurt, que reduza a sua intervenção e abra espaço à banca privatizada.”

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP — 11-3-2017

“No meu tempo ele [CGD] era público e essas agências existiam por que é que agora têm de encerrar, agora que o banco tem de ser defendido como um banco público apoiado por comunistas, bloquistas e socialistas, isto é de um cinismo atroz, um cinismo atroz.”

Pedro Passos Coelho, presidente do PSD — 18-3-2017

“Se há um banco 100% público é para poder fazer diferente do que outros bancos fazem. Se for para fazer exatamente igual, nomeadamente a presença em território português então não faria sentido estar a defender a caixa 100% pública.”

Assunção Cristas, presidente do CDS-PP — 20-3-2017

“O plano de reestruturação da CGD garante a presença da Caixa em todo o país, em todos os concelhos. Mas, o Estado ser acionista da Caixa não significa que o Governo se deva meter na vida do dia-a-dia da CGD. Temos uma administração que deve exercer as suas funções com independência, com autonomia – e o Governo tem toda a confiança na Caixa para assegurar a boa gestão.”

António Costa — 20-3-2017

“A dimensão espacial é seguramente uma dimensão relevante, e estou completamente seguro que todos os portugueses vão ter acesso a serviços bancários também através da CGD.”

Mário Centeno — 20-3-2017

“Tenho a convicção de que se chegará a uma solução que permitirá reduzir a presença da instituição [CGD] no país, mas mantê-la presente em todo o território português em termos concelhios.”

Marcelo Rebelo de Sousa — 20-3-2017

“Não me parece bem começar uma casa pelo telhado. O que devia ser feito era uma restruturação que implicasse primeiro ir aos locais averiguar as necessidades, ao nível da informática e métodos de organização do trabalho, e fortalecer estes aspetos, e não ao contrário: começar por fazer uma reestruturação por redução de custos e agências.”

Jorge Canadelo, coordenador da Comissão dos Trabalhadores da CGD — 21-3-2017

“É dele [António Costa] a decisão de fazer uma emissão obrigacionista perpétua em que vai pagar quase 11% de juros para que isto não tenha impacto no défice e para que o Governo possa dizer que a operação foi um sucesso, mas a culpa tem de ser minha, não é dele, que tomou a decisão.”

Pedro Passos Coelho — 23-03-2017

“Conclui-se hoje a segunda fase do processo de recapitalização da CGD, com a subscrição e realização do aumento de capital em dinheiro pelo Estado Português, no montante de 2.500 milhões de euros.”

Comunicado do Ministério das Finanças — 30-3-2017

“A Caixa Geral de Depósitos não precisava de um aumento de capital desta ordem [2.500 milhões de euros]. A recapitalização da Caixa é um manifesto exagero e mostra a forma leviana como o Governo trata o dinheiro dos contribuintes.”

Maria Luís Albuquerque, vice-presidente do PSD — 31-3-2017

“Se houver uma decisão de aumentar o défice [por causa da recapitalização da CGD], seja em 2016 seja em 2017, pode fazer ultrapassar os 3% e, nessa altura, [o encerramento do Procedimento por Défices Excessivos] fica em causa outra vez.”

Teodora Cardoso, presidente do Conselho de Finanças Públicas — 31-3-2017

“É um assunto que está em aberto, o impacto que esta recapitalização possa ter nas contas públicas.”

Mário Centeno — 31-3-2017

“O que os senhores jornalistas deviam gostar de saber é: há um plano ou não há? Há. Há vontade de o executar ou não? Há. Há uma monitorização ou não? É bom ter que prestar contas trimestralmente. Vai haver desvios ou não? Vai haver de certeza. Vamos conseguir depois em termos globais, ou não, atingir? É para isso que todos temos que trabalhar.”

Paulo Macedo — 10-4-2017

“Serão cerca de 200 reformas antecipadas e 200 acordos por pré-reforma e o número adicional de rescisões por mútuo acordo.”

Paulo Macedo — 12-4-2017

“A Caixa contratará pessoas: o que está previsto é a entrada de cerca de 100 efetivos por ano ao longo do período do plano de negócios [até 2020]. Esses efetivos irão suprimir competências que a Caixa não tem.”

Ricardo Mourinho Félix, secretário de Estado Adjunto e das Finanças — 26-4-2017

“Estou a acompanhar de perto o que se passa e estou naturalmente a compreender o estado de espírito que ali existe [com o protesto da população de Almeida contra o encerramento do balcão local da Caixa Geral de Depósitos.”

Marcelo Rebelo de Sousa — 28-4-2017

“Vamos dar um dia à administração da CGD no sentido de perceber que a nossa união está forte, que as nossas razões são muitas, que a nossa situação é única, que é uma discriminação.”

Alberto Morgado, vice-presidente da Câmara Municipal de Almeida — 2-5-2017

“Ontem [terça-feira] o país assistiu a um ato que empobrece a democracia. Quando uma administração da Caixa, um banco público, se recusa a receber um eleito, um autarca eleito por um povo de Almeida com um argumento de que não podem recebê-lo porque estava o povo concentrado na agência que a CGD quer encerrar, queria pedir à administração da Caixa que peça desculpa ao presidente da câmara de Almeida e, nele, a todos os autarcas.”

Álvaro Amaro, presidente dos Autarcas Social Democratas — 3-5-2017

“A ocupação da agência bancária, promovida e mantida com o apoio dos responsáveis autárquicos, em inequívoca violação da lei, comprometeu irremediavelmente o ambiente para a concretização do encontro, que se consideraria reposto, se, e logo que, cessasse a ocupação.”

Comunicado da administração da CGD — 3-5-2017

“O presidente da câmara [António Baptista Ribeiro] e o executivo estão disponíveis para dialogar, simplesmente com as condições mínimas exigíveis. Quais são? São todos os serviços assegurados na sede do concelho, em Almeida, incluindo o serviço de tesouraria”,

Alberto Morgado, vice-presidente da câmara de Almeida — 4-5-2017

“Acusam-nos de querermos a privatização da Caixa, mas lembro que tivemos quatro anos e meio no governo e não tomámos uma única iniciativa para o fazer. Dizerem que queremos quando tivemos oportunidade e não o fizemos parece um bocadinho abusivo.”

Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças — 7-5-2017

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5 coisas que precisa saber antes de abrirem os mercados

Os investidores têm uma agenda preenchida. Desde o relatório do BdP sobre a concessão de crédito, aos dados sobre o setor industrial da Alemanha, passando pelos discursos de responsáveis da Fed.

Por cá, o setor bancário estará em foco. Se, por um lado, o Banco de Portugal revela os números para a concessão de crédito pelos bancos às empresas e às famílias, por outro, a Associação Mutualista Montepio Geral delibera a passagem a sociedade anónima do banco Montepio. Lá fora, os investidores vão estar atentos ao que a Reserva Federal dos EUA tem a dizer sobre a economia e a política monetária, assim como à evolução do mercado petrolífero, numa altura em que as cotações da matéria-prima estão abaixo dos 50 dólares.

Como vai o malparado?

Vão ser reveladas as estatísticas de instituições financeiras monetárias, referentes aos três primeiros meses do ano. Com estes dados, que serão apresentados pelo Banco de Portugal, será conhecida a evolução da concessão de crédito pelos bancos às empresas e às famílias. Ao mesmo tempo também será divulgada a evolução do malparado nesse período. A entidade liderada por Carlos Costa divulga ainda na sua base de estatísticas o relatório da Central Responsabilidade Crédito, onde será possível saber quantas famílias estavam em incumprimento com os créditos no final de março.

Montepio decide passagem a sociedade anónima

É hoje que os associados da Associação Mutualista Montepio Geral decidem sobre a passagem do banco Montepio a sociedade anónima. Na prática, quem detém unidades de participação passará a ter em carteira ações do banco liderado por Félix Morgado, caso esta mudança seja aprovada. Esta alteração já teve luz verde na assembleia-geral do banco, assim como os novos estatutos, e falta agora a ratificação dos associados da casa-mãe para concluir o processo.

Indústria deve continuar a dar força à Alemanha

A produção industrial alemã tem dado sinais de recuperação, com o mês de fevereiro a registar um aumento de 2,2%. Mas esta recuperação não se deve manter. No dia em que o banco central da Alemanha vai divulgar os dados sobre o setor, os analistas não estão muito otimistas. Segundo a Bloomberg, a produção industrial deve ter abrandado. Uma queda provocada pelo recuo da construção. O indicador deve ter crescido apenas 0,8%.

O que vais fazer a seguir, Fed?

Os responsáveis da Reserva Federal dos EUA deixaram a ideia no mercado de que deveriam proceder a mais duas subidas das taxas até final do ano. Isto depois de o banco central ter aumentado os juros em março. Mas os investidores ainda têm dúvidas. Vão, por isso, estar atentos aos próximos eventos, que podem vir a dar mais pistas sobre os próximos passos a dar na política monetária. Nesse sentido, o foco vira-se hoje para os discursos do presidente do banco da Fed de Boston, Eric Rosengren, e para o presidente do banco da Fed de Dallas, Robert Kaplan.

Petróleo abaixo dos 50 dólares… e pode descer mais

A perspetiva de que a OPEP vai prolongar o corte de produção até ao final do ano, ou mesmo além disso, está a puxar pelos preços do petróleo nos mercados internacionais. Apesar da ligeira recuperação, as cotações continuam abaixo dos 50 dólares. E podem descer mais depois de o Departamento de Energia dos EUA divulgar o outlook para o setor. Se a entidade revelar que a produção continuará a crescer nos EUA, os preços podem regressar às quedas.

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Vêm aí previsões pessimistas de Bruxelas? Carta sugere que sim

  • Margarida Peixoto
  • 9 Maio 2017

As projeções da Comissão Europeia para a evolução do saldo estrutural português deverão ser mais pessimistas do que as do Governo.

Esta quinta-feira, a Comissão Europeia prepara-se para apresentar as Previsões Económicas de primavera – um relatório fundamental para definir as recomendações de política económica e orçamental que os comissários aprovarão para cada país. E os primeiros sinais, no que diz respeito aos resultados do esforço de consolidação orçamental, apontam para projeções mais pessimistas do que as que o Governo português inscreveu no seu Programa de Estabilidade.

Na semana passada, Mário Centeno, ministro das Finanças, juntou-se aos homólogos de Espanha, Itália e França e os quatro enviaram uma carta para o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, e para o comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici.

Na missiva, noticiada pela Bloomberg e depois avançada na íntegra pelo Dinheiro Vivo, os líderes criticam a metodologia utilizada pela Comissão Europeia para calcular o PIB potencial – um indicador não observável e que procura estimar qual será o potencial de crescimento subjacente de uma economia, excluindo os impactos do ciclo económico concreto que esta atravessa.

Os governantes defendem que o método de cálculo que está a ser usado por Bruxelas prejudica particularmente os países que atravessaram uma crise económico-financeira profunda e prolongada, não refletindo adequadamente os ganhos potenciais que advêm da implementação de reformas estruturais.

No final, pedem claramente aos comissários que tenham estes argumentos teóricos em conta nos planos dos próximos meses, que vão servir de base às recomendações de política económica e orçamental específicas para os diferentes países. O valor do PIB potencial é particularmente determinante para definir as políticas futuras: é com base nele que se calcula o saldo orçamental estrutural, um indicador chave para orientar a dimensão do esforço de consolidação (em tempos, sinónimo de austeridade em Portugal) que cada país precisa de fazer.

E é aqui que aquilo que parece uma mera questão teórica, digna de académicos, se transforma num debate com implicações no dia-a-dia dos cidadãos. O ECO sabe que o Governo seguiu as regras de Bruxelas para desenhar o seu Programa de Estabilidade, mas apenas no que diz respeito às do Procedimento por Défices Excessivos.

Traduzindo, quando o documento português diz “refira-se que o cálculo do produto potencial segue a metodologia da Comissão Europeia” estará, na verdade, apenas a referir-se às regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento que ajudam a identificar o que são medidas extraordinárias com impacto no défice, e a excluí-las das contas.

Mas quanto ao modo de estimação do próprio produto potencial, uma fonte próxima do Executivo garantiu ao ECO que as Finanças estão a usar a sua metodologia. Ou seja, não é uma divergência na aplicação de regras comunitárias, mas antes uma diferença de métodos econométricos.

“Não há nenhum mecanismo que assegure uma sincronização com a estimativas da Comissão”, confirma outra fonte próxima do Executivo, ao ECO. No final das contas, a evolução que o Governo português estima para o saldo estrutural nos próximos anos sai mais otimista do que a de Bruxelas, porque os vários PIB potenciais que o Executivo está a assumir para Portugal são mais elevados.

Aliás, quando avaliou o esboço de Orçamento do Estado para 2017, a Comissão Europeia calculou que com as medidas identificadas o saldo estrutural ficaria inalterado face a 2016 e pediu ao Governo português que intensificasse o esforço de consolidação, de forma a cumprir a correção de 0,6 pontos percentuais. No Programa de Estabilidade, o Governo português aponta para uma correção de apenas 0,3 pontos percentuais este ano.

É por isto que o Governo estará a antecipar que os números de Bruxelas serão menos favoráveis do que os seus, sabe o ECO. É esta a expectativa também de um perito em contas públicas e de uma fonte próxima do Governo, que preferiram não ser identificadas, mas que garantiram que a leitura que faziam da carta era esta. E não é que com a carta os quatro ministros das Finanças acreditem poder mudar, na prática, alguma coisa nas Previsões de primavera que serão apresentadas já na quinta-feira.

Nas nossas avaliações a Comissão Europeia aplica as regras e a metodologia que foram definidas de comum acordo por todos os Estados-membros para assegurar que todos são tratados da mesma forma.

Annika Breidthardt

Porta-voz da Comissão Europeia para os Assuntos Económicos e Financeiros

Aliás, a reação de Bruxelas à missiva foi perentória: “Nas nossas avaliações a CE aplica as regras e metodologia que foram acordadas de comum acordo por todos os Estados-membros para assegurar que todos são tratados da mesma forma”, disse a porta-voz Annika Breidthardt, repetindo a garantia que já tinha dado ao ECO de que a Comissão vai responder.

Porém, este documento, como explicou outra fonte próxima do Governo ao ECO, serve para manter elevada a pressão sobre a Comissão Europeia para mudar a metodologia. Este é um diálogo que tem vindo a ser feito desde que o Executivo socialista assumiu funções e apresentou o seu primeiro esboço de Orçamento do Estado (na altura para 2016) à Comissão Europeia.

Conforme explicou outra fonte ao ECO, o debate fica sempre mais aceso no âmbito dos Orçamentos do Estado do que no contexto dos Programas de Estabilidade. Como o Programa de Estabilidade projeta números para um horizonte temporal, os dados utilizados vão incorporando as melhorias económicas dos anos seguintes, num efeito de arrastamento. Já no âmbito do Orçamento do Estado, como se trata de projetar o PIB potencial para um único exercício, o PIB potencial é calculado com base em exercícios que ainda estão muito afetados pela crise económica e financeira, resultando num enviesamento conservador dos números.

Apesar desta divergência nos números do saldo estrutural dos próximos anos, a saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos está bem encaminhada. Depois de Moscovici ter dito que a Comissão deverá tomar a decisão em breve, e de o Governo vir reafirmando essa expectativa, este domingo o comentador Marques Mendes disse ter informação de que a saída será anunciada pelo Executivo no final deste mês.

Contactada, a Comissão Europeia remeteu para os comentários da porta-voz Annika Breidthardt e declinou fazer mais comentários sobre os motivos que terão levado os países a enviar a missiva. O Ministério das Finanças também não fez comentários.

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AdC avança com consulta pública para clarificar informações confidenciais

  • Lusa
  • 8 Maio 2017

A Autoridade da Concorrência (AdC) colocou em consulta pública um projeto de orientações para clarificar que informações podem ser consideradas confidenciais, no âmbito de processos sancionatórios.

A Autoridade da Concorrência (AdC) colocou em consulta pública um projeto de orientações que visa clarificar que informações podem ser consideradas confidenciais, no âmbito de processos sancionatórios e procedimentos de supervisão, foi anunciado esta segunda-feira.

Em comunicado, a AdC informou que o “projeto de linhas de orientação sobre proteção de confidencialidades no âmbito de processos sancionatórios e procedimentos de supervisão” pretende aclarar sobre que informações podem ser “consideradas confidenciais e protegidas, bem como o procedimento a seguir na submissão à AdC de pedidos de proteção de confidencialidades”.

No documento lê-se que entre as boas práticas na submissão de pedidos de proteção de confidencialidades não se deve, nomeadamente, identificar como “confidencial informação pública, disponível contra pagamento através de serviços de informação especializados, com determinada antiguidade e/ou divulgada em círculos especializados”.

Também não se deve “invocar confidencialidade para a integralidade de documentos ou secções inteiras dos mesmos”, enquanto na lista de tarefas está, por exemplo, a submissão de “versões não confidenciais e/ou fundamentações que permitam apreender o teor do documento ou, em alternativa, incluir resumo ou descrição concisa das partes suprimidas” e de uma “versão não confidencial na mesma forma e estrutura que o documento original”.

O projeto em consulta pública, por 20 dias úteis, “reflete a prática” da AdC, bem como os “critérios de interpretação e aplicação do direito da concorrência da União Europeia”.

A AdC pode obter segredos de negócio e informação considerada confidencial nas diligências de investigação que realiza, acautelando, porém, o “legítimo interesse das empresas, associações de empresas e outras entidades, abstendo-se de divulgar a terceiros os segredos de negócio”.

“A AdC pode ainda considerar confidencial informação cuja transmissão a terceiros cause prejuízo sério, na condição de que os interesses lesados pela divulgação sejam objetivamente dignos de proteção”, acrescenta o comunicado.

O documento está disponível na página eletrónica da AdC.

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