Ricardo Salgado: Novo Banco “foi entregue gratuitamente”

O antigo presidente do BES critica a atuação do anterior Governo e do Banco de Portugal. Mas atira as culpas do colapso do BES para outros nomes: Álvaro Sobrinho e Helder Bataglia.

A venda do Novo Banco “foi uma desgraça” e “o banco foi entregue gratuitamente”. Quem o diz é Ricardo Salgado, antigo presidente do banco alvo de uma resolução em agosto de 2014, que duvida da capacidade do fundo norte-americano Lone Star para responder às necessidades da economia portuguesa.

"[O Lone Star] não tem certamente cultura para o desenvolvimento e a manutenção das operações às pequenas e médias empresas portuguesas.”

Ricardo Salgado

Antigo presidente do BES

À entrada do tribunal de Santarém, onde decorre o julgamento do pedido de impugnação da contraordenação de quatro milhões de euros aplicada pelo Banco de Portugal a Ricardo Salgado e Amílcar Pires, o antigo presidente do BES admitiu que desconhece o Lone Star, que ficou com 75% do Novo Banco, mas não tem dúvidas sobre a má escolha. “[O Lone Star] não tem certamente cultura para o desenvolvimento e a manutenção das operações às pequenas e médias empresas portuguesas. É um mercado muito particular“, disse o antigo banqueiro, em declarações transmitidas pela TVI.

"Aquilo que estou a trabalhar para comprovar é que o BES foi destruído pelo Banco de Portugal e pelo Governo anterior.”

Ricardo Salgado

Antigo presidente do BES

Para Ricardo Salgado, “é evidente que o que está na origem de tudo isto foi a resolução”, que, acredita, “foi um erro monumental do Governo anterior e do Banco de Portugal”. Aliás, o antigo banqueiro diz estar “a trabalhar para comprovar que o BES foi destruído” pelo supervisor da banca e pelo governo de Passos Coelho.

Na visão de Salgado, o “banco começou a desfazer-se” depois de ter sido aplicada a resolução. No prazo de um ano, refere, o Novo Banco perdeu 21% dos depósitos, 27% do crédito e 46% das receitas de serviços. O ex-presidente do BES aproveitou ainda para lamentar a recusa do regulador em dar mais tempo ao BES para limpar o balanço. “Mais tempo foi o que pedimos ao Banco de Portugal. Foi aquilo que não conseguimos”.

"Não quero com isto dizer que não foram cometidos erros de julgamento durante o período da gestão, mas atravessámos uma crise terrível.”

Ricardo Salgado

Antigo presidente do BES

Sobre a sua própria atuação na gestão do BES, Ricardo Salgado descarta responsabilidades de maior e atira as culpas para a crise financeira. “Não quero com isto dizer que não foram cometidos erros de julgamento durante o período da gestão, mas atravessámos uma crise terrível“, admitiu.

Mas os grandes culpados do colapso do BES, acredita Salgado, são outros: Álvaro Sobrinho e Helder Bataglia. “O banco foi arruinado com a colaboração do senhor Helder Bataglia. O que acontece é que, segundo a imprensa diz, estão ambos multimilionários e o grupo foi destruído”, atirou.

Notícia atualizada às 12h20 com mais declarações de Ricardo Salgado.

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“Como é que garantimos o direito ao esquecimento quando a blockchain é imutável?”

No painel sobre blockchain, os três oradores concordaram que é prematuro regular o setor da Fintech. Há questões jurídicas por resolver. Por exemplo, "como é que garantimos o direito ao esquecimento"?

“Os millennials não querem andar com cartões e com moedas. Querem circular e não se preocupar com problemas de conversão.” A frase é de Joaquim Lambiza, fundador da Bitcoin Já. Usou-a para explicar, em parte, a popularidade da bitcoin que já a fez subir acima da linha dos mil dólares cada unidade. Mas não é a bitcoin o tema central do segundo painel da conferência NEWmoney, promovida pelo ECO esta segunda-feira. O verdadeiro tema é o sistema que permite que a bitcoin exista: a blockchain.

Não vamos explicar novamente o que é — já o fizemos neste artigo. Guardemos a tinta para aprofundar o tema, também com a ajuda de Helena Correia Mendonça e de Tiago Correia Moreira, do escritório de advogados Vieira de Almeida & Associados. Ambos falaram de um ponto de vista jurídico. Mas já lá vamos.

Joaquim Lambiza recordou, no painel no Museu do Dinheiro, em Lisboa, que a bitcoin “é só uma moeda”, pois “há milhares delas”. E a blockchain? É uma tecnologia disruptiva e que, transposta a outras aplicações, permite que todos os intervenientes “participem no processo de validação”. É tão importante que “o Banco Central Inglês lançou um acelerador de fintech [só de] blockchain“, comentou Joaquim Lambiza. “Nos EUA, a DARPA está a usar a blockchain para garantir segurança de armas nucleares”, acrescentou Helena Correia Mendonça.

Por sua vez, Tiago Correia Moreira explicou que, em conjunto com Helena Correia Mendonça, “fomos sendo cada vez mais confrontados por clientes que queriam entrar no mercado e queriam saber o que podiam encontrar em termos normativos“. E referiu: “No Museu do Dinheiro, dizer que os bancos vão deixar de existir parece-me arriscado e pouco correto. Nós não sabemos como é que explica o algoritmo.”

Os oradores foram ainda unânimes em salientar que é prematuro regular o setor das fintech e que, primeiro, é preciso saber o que se está a regular. “Quando a internet foi criada, não se pensou logo em fazer regulação. Pensou-se em ver primeiro como funciona”, reiterou o advogado. Sobre isso, Joaquim Lambiza interveio para subscrever essa ideiam um ponto de vista que “infelizmente não é partilhado por muitos”.

O painel não terminou sem antes Helena Correia Mendonça recordar algumas das questões jurídicas que têm de ser resolvidas. “Como é que garantimos o direito ao esquecimento quando a blockchain é imutável?”, questionou, a título de exemplo. Mais: “São os smart contracts [contratos automáticos feitos por computadores] verdadeiros contratos?” E terminou: “É prematuro regular as fintech“.

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Trump: Brexit vai ser bom para o Reino Unido e UE

  • ECO
  • 3 Abril 2017

O presidente dos EUA disse estar confiante relativamente ao desfecho das negociações entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) no âmbito do Brexit, em entrevista ao Financial Times.

Donald Trump está confiante relativamente ao desfecho das negociações entre o Reino Unido e a União Europeia (UE), que irão culminar com o Brexit. O presidente dos EUA assim o afirmou em entrevista ao Financial Times, ocasião onde também destacou a capacidade da UE em manter-se unida durante o processo que decorre.

“Penso que vai ser um grande acordo para o Reino Unido, e acho que vai ser realmente, muito bom também para a UE”, disse Donald Trump ao jornal britânico. O presidente norte-americano também se mostrou ansioso por dissipar as ideias de que os Estados Unidos ficariam satisfeitos com uma eventual dissolução da UE em consequência da decisão de saída do Reino Unido. “Quando algo sério aconteceu [a vitória da saída num referendo no ano passado], pensei que mais países fariam o mesmo, mas acho que a União Europeia está a agir unida”, afirmou Donald Trump.

Na entrevista ao Financial Times, Donald também procurou afastar a ideia de que as relações com Angela Merkel não seriam as melhores, estando em causa o episódio em que eventualmente se terá recusado a apertar a mão da chanceler alemã perante os jornalistas na recente visita da líder europeia à Casa Branca.

“Tive uma grande reunião com a chanceler Merkel”, disse Trump. “Apertei as mãos cerca de cinco vezes, e estávamos sentados em dois assentos… e acho que um jornalista disse ‘aperte a mão dela’. Eu não o ouvi“, justificou-se Donald Trump.

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Portugal quer vender até 1,25 mil milhões de dívida por leilão no segundo trimestre

O IGCP divulgou o programa de financiamento para o segundo trimestre, onde pretende vender até 1,25 mil milhões por leilão e realizar operações sindicadas.

O Governo pretende realizar emissões de obrigações do Tesouro (OT) através de sindicatos e leilões. Por leilão, são esperadas colocações entre mil e 1.250 milhões de euros, revelou esta segunda-feira a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).

“No próximo trimestre, o IGCP prevê emissões de OT através da combinação de sindicatos e leilões, sendo esperadas colocações de 1.000 a 1.250 milhões de euros por leilão”, diz o comunicado da entidade liderada por Cristina Casalinho. Contudo, para este segundo trimestre, o governo não revela o total que pretende colocar em OT. No programa de financiamento está, para já, prevista a realização de três leilões de bilhetes do Tesouro (BT), com montantes indicativos entre um mínimo de mil e um máximo de 1.500 milhões de euros, por leilão. O primeiro leilão de BT acontece a 19 de abril.

A maior parte das operações serão reaberturas de linhas, mas a 17 de maio está previsto o lançamento de uma nova linha a 12 meses. Este é o leilão com o montante indicativo mais elevado. Espera-se colocar entre 1.250 e 1.500 milhões de euros, por comparação com os mil a 1.250 milhões de euros dos outros leilões.

O IGCP ressalva que “acompanhará ativamente a evolução das condições de mercado, podendo introduzir ajustamentos às presentes linhas de atuação”.

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O lugar do incumbente nas Fintech? Para o BCP, é na frente

  • Marta Santos Silva
  • 3 Abril 2017

O painel sobre o negócio das Fintech centrou-se na fronteira: qual o papel da rivalidade entre os incumbentes deste setor e as startups que trazem novas propostas e estratégias? Os players respondem.

Miguel Maya, vice-presidente do BCP, não tem dúvidas: não é na rivalidade que os incumbentes do setor financeiro devem focar a sua relação com as startups fintech, empresas que se dedicam à tecnologia para a área financeira. O objetivo, sim, deve ser estar na linha da frente destes avanços tecnológicos. “Acho que um incumbente, se fizer bem as coisas, parte da frente e não de trás”, referiu, no primeiro painel da conferência NEW Money, organizada esta segunda-feira pelo ECO no Museu do Dinheiro, em Lisboa.

A partilhar o painel estavam três das figuras mais marcantes no campo da fintech portuguesa, que também se pronunciaram para esta rivalidade. Pedro Fonseca, CEO da CrowdProcess, que se dedica à área do crédito malparado, foi o que mais se procurou aproximar à perspetiva de Miguel Maya, referindo que na área das fintech “as startups que têm um grande sucesso” não são tanto as mais disruptivas, mas sim “as que ajudam os incumbentes” a enfrentar o novo mundo digital em que têm de fazer negócio.

Também a Feedzai, representada no painel pelo seu diretor financeiro Filipe Neves, trabalha diretamente com esses incumbentes, ajudando a detetar fraudes financeiras com a ajuda de um algoritmo de inteligência artificial. “O nosso único cliente em Portugal é o Novo Banco”, referiu, dizendo que 90% do volume de negócio da startup com sede em Coimbra vem do estrangeiro.

Carlos Silva, da Seedrs, está numa posição diferente por não colaborar nem competir diretamente com os bancos, mas sim com outros players financeiros. “Neste momento somos o investidor mais ativo do Reino Unido em empresas não cotadas em bolsa”, assinala o cofundador desta startup dedicada ao investimento através do financiamento coletivo, ou equity crowdfunding. Mas a Seedrs também está preocupada com uma regulação que permita uma concorrência leal e uma garantia da segurança do consumidor. O desafio é tirar partido das vantagens para fazer melhor: “Os players tradicionais fazem assim, será que conseguimos atingir os mesmos objetivos fazendo as coisas de maneira ligeiramente diferente?”.

Filipe Neves, diretor financeiro da Feedzai, Pedro Fonsenca, CEO da CrowdProcess, Carlos Silva, cofundador da Seerds, Miguel Maya, vice-presidente do BCP, e Pedro Sousa Carvalho, diretor do ECO.Paula Nunes/ECO

Qual o papel de Portugal no panorama internacional?

Para Carlos Silva, Portugal posiciona-se agora de forma muito positiva para ser líder no campo das fintech. O país está “numa posição extremamente interessante para se colocar nessa linha da frente”, reconhece o cofundador da Seedrs, e sublinha: o Brexit é uma oportunidade fundamental para Portugal, ao deixar espaço para que o país se afirme na Europa na área das fintech.

O CEO da CrowdProcess, Pedro Fonseca, acrescenta uma área específica onde Portugal deve apostar: “Temos o país perfeito para ser o backend da fintech, afirma. Para se tornar sinónimo de fintech, Portugal não deve tentar ser como grandes países mas sim como Israel. “Portugal compara bem com Israel, e temos a possibilidade de ser o Israel da fintech“, disse Pedro Fonseca, sublinhando que esse país, como Portugal, é pequeno e esgota rapidamente o seu mercado inteiro, pelo que se volta rapidamente para o exterior.

Para Miguel Maya, do BCP, a pergunta deve ser colocada de outra forma. Não nos perguntamos se Portugal é líder na área das fintech, mas sim se o deve ser. “Nesse caso, a resposta é sim”, afirma. “O incumbente, ou neste caso o BCP, está totalmente a favor disso”.

Continue a acompanhar os restantes painéis da conferência NEW Money no liveblog do ECO, aqui.

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Catarina Martins: “A entrega do Novo Banco é um erro”

Líder do Bloco de Esquerda diz que quarta-feira o partido vai levar o tema ao Parlamento. Mas exige uma votação na Assembleia.

“Foi tudo mal feito até agora”, disse Catarina Martins, em declarações aos jornalistas durante esta manhã, referindo-se à venda do Novo Banco, anunciada na última sexta-feira.

O negócio do Novo Banco, defende Catarina Martins, deve ir ao Parlamento e ser votado nesse local. A líder bloquista garantiu ainda que o Bloco fará “tudo o que está ao alcance”. “Garantimos que esta semana o Parlamento vai ter um debate sobre o tema. Defendemos que o Parlamento deve votar esta decisão”, disse, sublinhando que “a entrega” do Novo Banco “é um erro”.

O fundo norte-americano Lone Star vai injetar 1.000 milhões de euros no capital do Novo Banco. A decisão, anunciada pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, criou também um “mecanismo de capital contingente” no valor de 3,98 mil milhões de euros.

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Desemprego na Zona Euro cai para 9,5% em fevereiro

Portugal foi o país da Zona Euro com a segunda maior queda homóloga da taxa de desemprego, só atrás de Espanha.

A taxa de desemprego na Zona Euro fixou-se nos 9,5% em fevereiro, abaixo dos 9,6% registados em janeiro. Já o conjunto da União Europeia viu a taxa de desemprego cair para 8% em fevereiro, dos 8,1% que tinham sido registados em janeiro. A Europa mantém, assim, os níveis de desemprego mais baixos desde 2009, revelam os dados divulgados, esta segunda-feira, pelo Eurostat.

Ao todo, contabilizavam-se 19,7 milhões de pessoas desempregadas na União Europeia, em fevereiro, das quais 15,4 milhões apenas na Zona Euro, número que representa uma queda de 140 mil pessoas face a janeiro. Em termos homólogos, o número de pessoas desempregadas caiu 1,8 milhões na União Europeia e 1,2 milhões na Zona Euro.

Na comparação entre países, Portugal continua a surgir entre os que apresentam uma das taxas de desemprego mais elevadas, mas destaca-se, também, por ter sido o país da Zona Euro que conseguiu a segunda maior queda homóloga do desemprego em fevereiro, ficando atrás apenas de Espanha. Nesse mês, Portugal registou uma taxa de desemprego de 10%, abaixo dos 12,2% que tinha registado em fevereiro de 2016. Já Espanha conseguiu reduzir a taxa de desemprego, em termos homólogos, de 20,5% para 18%.

Do lado dos países com as menores taxas de desemprego, estão a República Checa (3,4%), Alemanha (3,9%) e Malta (4,1%). Grécia e Espanha mantêm-se como os países com as maiores taxas de desemprego.

Desemprego na Zona Euro em fevereiro

Valores para a Grécia e a Estónia não disponíveis. Dados ajustados de sazonalidade. Fonte: Eurostat

Desemprego jovem recua dois pontos

O desemprego jovem registou melhorias mais acentuadas, em termos homólogos. Em fevereiro, a taxa de desemprego entre os jovens fixou-se em 17,3% na União Europeia (contra os 19,3% de fevereiro do ano passado) e em 19,4% na Zona Euro (face aos 21,6% registados um ano antes).

Os países mais afetados pelo desemprego jovem são a Grécia, Espanha e Itália, com taxas de 45,2%, 41,5% e 35,2%, respetivamente.

Portugal conseguiu reduzir ligeiramente a taxa de desemprego entre os jovens, de 25,6% para 25,4%.

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Fintech: A “uberização dos serviços financeiros”

Hélder Rosalino, do Banco de Portugal, considerou que as fintech representam "a uberização dos serviços financeiros". João Vasconcelos, secretário de Estado, diz que Portugal pode liderar a mudança.

A conferência NEWmoney, organizada pelo ECO e que decorre na manhã desta segunda-feira no Museu do Dinheiro (Lisboa), arrancou com o reconhecimento, por parte do Governo e do Banco de Portugal, da importância do papel das fintech na transformação digital do setor tecnológico em Portugal e no mundo.

Fintech é o termo que descreve as startups que desenvolvem tecnologias inovadoras capazes de mudar o paradigma da banca e da finança. Sobre o tema, Hélder Rosalino, administrador do Banco de Portugal, aproveitou a intervenção inicial para referir que “o Banco de Portugal tem dedicado atenção aos temas da banca digital” e que já “criou um grupo de reflexão interno e multidisciplinar” para avaliar estes temas da desmaterialização do dinheiro. Entre eles, a regulação e supervisão, a cibersegurança e a gestão de reservas.

É um tema central da estratégia do Banco de Portugal para os próximos anos“, assumiu Hélder Rosalino. Mais à frente, indicou que “é reconhecido que as fintech assumem um papel ativo no incremento digital de soluções financeiras”. “Estão em crescimento e vieram para “mudar as instituições”, sublinhou.

A “uberização dos serviços financeiros”

Foi Hélder Rosalino quem recordou o conceito, citando “vários autores”: esta transformação digital é a “uberização dos serviços financeiros”, disse, aludindo às mudanças que a Uber está a desencadear no setor dos transportes. “É neste contexto que nós estamos. Estamos é muito no início”, acrescentou.

Sobre os riscos, o administrador do Banco de Portugal apontou que, entre tantas startups a desenvolver tecnologia, “não é certo que a maior parte venha a sobreviver”, “não é ainda claro que áreas de negócio vão prosperar” e também “não é certo como o sistema bancário vai integrar esta nova realidade”. Concluiu, indicando que este “é um tema de maior relevância para o Banco de Portugal”.

Facebook contactou Banco de Portugal

João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, também interveio neste painel inicial e avançou que o Facebook já terá contactado o Banco de Portugal no sentido de obter licenciamento para operar no setor: “O Facebook pediu uma licença bancária ao Banco de Portugal“, disse o governante.

Sobre a conferência do ECO, João Vasconcelos referiu que “Portugal pode estar na linha da frente” do setor das fintech e que tem “a certeza de que os passos mais difíceis já foram dados”. “Falta o fine tune“, acrescentou.

“Há aqui um esforço que é preciso fazer do lado do legislador. Não é só do regulador. Não é fácil o legislador acompanhar [toda esta transformação]. É um desafio que o Governo assume e vai acompanhar”, indicou o secretário de Estado. Por fim, João Vasconcelos desafiou a criação de “um grupo de trabalho com o Banco de Portugal, com a Autoridade Tributária, com startups”, entre outros players no sentido de perceber como alavancar o progresso e perceber como Portugal o pode liderar.

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Recusa de Londres não trava interesse da Euronext pela Clearnet

A Euronext reiterou o interesse estratégico em adquirir à LSE a câmara de compensação LCH.Clearnet, independentemente do chumbo da fusão entre a bolsa londrina e de Frankfurt.

A Euronext reiterou o seu interesse em adquirir a LCH. Clearnet, independentemente do chumbo da Comissão Europeia à fusão entre a bolsa londrina e de Frankfurt na semana passada. A intenção é confirmada da dona da gestora da bolsa de Lisboa, em comunicado disponível no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“A 3 de janeiro de 2017, a Euronext anunciou que lhe tinha sido garantida a exclusividade para a aquisição de 100% do capital social e dos direitos de voto da LCH.Clearnet SA (“Clearnet”), dependente do fecho da fusão entre a Deutsche Börse AG e o grupo LSE. A Euronext comunicou à gestão e ao conselho de administração, tanto do grupo LSE como do grupo LCH, que a transação continua a ser uma prioridade estratégica para a Euronext e que a Euronext vai continuar a ser um potencial comprador da Clearnet, independentemente do desfecho da fusão entre o grupo LSE e o Deutsche Börse AG, de acordo com os termos acordados”, diz o comunicado da Euronext publicado no site da CMVM.

Este anúncio acontece depois de, a 29 de março, ter sido conhecido o chumbo da Comissão Europeia ao casamento entre as bolsas de Londres e de Frankfurt, tendo no mesmo dia o grupo LCH ter atribuído a esse chumbo o motivo para que a venda da Clearnet, no valor de 510 milhões de euros, fosse cancelada, de acordo com a Bloomberg.

No comunicado hoje divulgado, a Euronext afirma que, perante a proibição da fusão e a recusa do Grupo LSE (London Stock Exchange) e do grupo LCH, esta “está agora obrigada a assegurar que os seus clientes obtêm as melhores, as mais rentáveis e competitivas soluções de compensação para além de 31 de dezembro de 2018, altura em que o atual acordo de serviços de compensação com a Clearnet caduca”.

A vontade da Euronext em adquirir a Clearnet foi conhecida a 20 de dezembro de 2016, altura em que o grupo LSE e o grupo LCH confirmaram estar em negociações exclusivas com a dona da gestora da bolsa de Lisboa. Já no início deste ano foi conhecido que a Euronext estava a oferecer 510 milhões de euros em numerário para comprar a LCH.Clearnet.

A LCH.Clearnet é uma instituição de crédito de direito francês que oferece serviços de câmara de compensação e contraparte central para as operações no mercado de capitais nacional, assegurando que todas as operações de mercado são cumpridas e liquidadas, evitando situações de incumprimento. Por exemplo, é esta entidade que determina a margem que exige aos investidores quando são dados títulos de dívida portuguesa como garantia para negociações que a Clearnet certifica.

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O futuro do dinheiro discute-se aqui

A primeira conferência temática do ECO arrancou esta manhã no Museu do Dinheiro. Releia aqui cada intervenção sobre as tendências que estão a moldar o futuro do dinheiro.

O futuro do dinheiro está aí à porta e é preciso estar pronto para ele. A primeira conferência temática do ECO foca-se precisamente em quem está na linha da frente a preparar esses novos caminhos: as Fintech, alcunha das startups que se dedicam ao mundo financeiro. Numa conferência em seis momentos, fique a conhecer as novas tendências e aquelas que já ganham forma há algum tempo. Vamos falar de Bitcoin, ficar a conhecer as oportunidades oferecidas pelo Blockchain, e saber qual o futuro das finanças pessoais e dos sistemas de pagamento em constante evolução.

Entre as 9h00 e as 13h00, esta segunda-feira, o Museu do Dinheiro recebeu painéis e conferências sobre as tendências futuras do dinheiro. O BCP, a Feedzai, a Seedrs e CrowdProcess debateram o lugar dos incumbentes e das startups num panorama de crescente cooperação, e o lugar de Portugal no panorama internacional das fintech. Hélder Rosalino, administrador do Banco de Portugal, falou sobre a “uberização” dos serviços financeiros, à qual o Banco de Portugal está atento, tanto do ângulo da regulação bancária como da política monetária. Dois juristas e o dirigente da Bitcoin Já falaram sobre a importância da regulamentação para o setor — mas só a seu tempo, e com muito cuidado. Os sistemas de pagamentos e a instantaneidade das transferências estiveram no centro de uma discussão acesa entre SIBS, CTT, EasyPay e Multicert, e James Dickerson, dirigente da aceleradora de fintechs londrina da Accenture, deu uma conferência sobre a importância da colaboração entre incumbentes e startups, que se vê mais desenvolvida na área dos seguros do que da banca.

Veja o programa completo aqui, e releia abaixo o minuto a minuto de todas as intervenções desta segunda-feira.

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Revista de imprensa internacional

  • Marta Santos Silva
  • 3 Abril 2017

Trump está pronto para enfrentar a Coreia do Norte sozinho, Temer tem mais uma ameaça à sua presidência do Brasil, eleições no Equador e na Sérvia, e outras notícias que marcam a atualidade mundial.

Temer arrisca ter de sair da presidência do Brasil se um processo que começa a ser julgado esta terça-feira for para a frente, enquanto o Equador e a Sérvia têm novos presidentes esta segunda-feira, cada um com a sua controvérsia. Nos EUA, um presidente que diz não temer agir sozinho contra a Coreia do Norte, e na União Europeia um conflito diplomático que se avizinha: Bruxelas mostra que vai ser firme na questão de Gibraltar nas negociações do Brexit. Leia as seis notícias que marcam a atualidade mundial esta segunda-feira.

Financial Times

Trump: EUA agirá sozinho contra Coreia do Norte se China não agir

Donald Trump afirma estar pronto para enfrentar a ameaça personificada pelo líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, sozinho, se a China não decidir pressionar o país do qual é a única aliada. Numa entrevista exclusiva com o Financial Times, o presidente norte-americano afirmou estar pronto para discutir esta questão com o presidente chinês Xi Jinping, que estará na Florida esta semana para o seu primeiro encontro com Trump. “Se a China não resolver a Coreia do Norte, nós resolveremos. Só vou dizer isto”, disse Donald Trump. Leia a notícia completa no Financial Times. (Conteúdo em inglês / Acesso condicionado)

El País

Candidato apoiado por Correa vence eleições no Equador

Lenín Moreno declarou-se vencedor das eleições presidenciais no Equador, com 51% perante o seu opositor, o banqueiro Guillermo Lasso, que pede uma recontagem dos votos. Moreno, o candidato escolhido por Rafael Correa, prometeu ser o “presidente de todos”, mas existe algum receio de que a sua eleição represente apenas uma continuidade da governação de Correa. O seu opositor, Lasso, afirmou mesmo que uma presidência de Moreno seria “ilegítima”, acusando-o de fraude. Leia a notícia completa no El País. (Conteúdo em espanhol / Acesso gratuito)

Le Figaro

Ex-ministro de Milosevic torna-se presidente da Sérvia

O primeiro-ministro conservador Aleksandar Vucic é o novo presidente sérvio. É um papel principalmente cerimonial mas que já valeu a Vucic acusações de tendências autoritárias — enquanto primeiro-ministro, foi criticado por alguns por ter feito campanhas propagandísticas contra os seus opositores, e alguns acreditam que tentará usar a presidência para escolher um sucessor no cargo de primeiro-ministro. O antigo ministro da Informação do presidente Slobodan Milosevic, julgado por crimes de guerra no conflito dos Balcãs, será agora presidente até 2022 do país candidato à entrada na União Europeia. Leia a notícia completa no Le Figaro. (Conteúdo em francês / Acesso gratuito)

The Guardian

UE não vai “ser delicada” na questão de Gibraltar

O Brexit coloca em causa a situação da província de Gibraltar, o pequeno território britânico na península ibérica que Espanha pretende recuperar há séculos. Após um antigo líder do partido conservador britânico ter vindo dizer que a primeira-ministra Theresa May poderia estar disposta a recorrer ao conflito armado para proteger a soberania britânica da província, agora é o Conselho Europeu quem surpreende ao avisar que o território só poderá ser incluído num acordo comercial entre a UE e o Reino Unido com aprovação espanhola. Leia a notícia completa no The Guardian. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Bloomberg

Bombardier adia pagamento a chefias para 2020 após escândalo

A fabricante de aviões Bombardier adiou para 2020 o pagamento aos seus mais altos quadros, após uma vaga de indignação com os salários altos dos executivos de uma empresa que teve de ser resgatada com dinheiro dos contribuintes no Canadá. Assim, os pagamentos adiados só serão entregues aos executivos, em 2020, se a empresa atingir os seus objetivos. Após ter recebido mil milhões de dólares em ajuda financeira pública e anunciar planos de cortar 14 mil empregos, a empresa viu-se a braços com escândalo por ter revelado um aumento salarial para os seus executivos. Leia a notícia completa na Bloomberg. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

A Folha de São Paulo

Campanha de Dilma e Temer recebeu 112 milhões de reais de forma irregular

Terão sido 36 milhões de euros em dinheiro irregular, segundo o vice-procurador Geral Eleitoral que avalia o caso, que a campanha presidencial de Dilma Rousseff, com Michel Temer como seu vice, recebeu. É um “formidável volume de dinheiro empregado na campanha” que “evidencia abuso de poder económico que comprometeu a legitimidade e a normalidade do pleito eleitoral presidencial”, destacou o procurador num documento a que A Folha de São Paulo teve acesso. A cassação da candidatura de 2014 faria com que Michel Temer tivesse de sair da presidência. Leia a notícia completa na Folha de São Paulo. (Conteúdo em português / Acesso gratuito).

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BCP e Jerónimo Martins ditam o vermelho em Lisboa

A praça lisboeta abriu em queda, após sete sessões de ganhos. O PSI-20 contraria o sentimento positivo das ações europeias.

A bolsa nacional entrou em abril com o pé esquerdo. O PSI-20 abriu no vermelho, interrompendo o maior ciclo de ganhos desde agosto do ano passado. O índice de referência da praça lisboeta está a ser arrastado pelas perdas dos títulos do BCP e da Jerónimo Martins. Lisboa segue em contraciclo face aos ganhos que se registam nas ações europeias.

Esta segunda-feira, o PSI-20 abriu a desvalorizar 0,34%, caindo novamente abaixo da fasquia dos 5.000 pontos suplantada na sessão anterior, seguindo nos 4.990,88 pontos. Grande parte da responsabilidade pelo arranque negativo em Lisboa está o BCP, cujas ações deslizam 2,6%, para os 19,1 cêntimos. Trata-se da quebra mais avultada da sessão. A pesar também fortemente no desempenho negativo do índice bolsista de referência nacional, está a Jerónimo Martins. As suas ações recuam 1,73%, para os 16,48 euros, isto depois de o Deutsche Bank ter revisto em baixa a sua avaliação do título, ao baixar a respetiva recomendação de “manter” para “vender“.

PSI-20 novamente abaixo dos 5.000 pontos

Apesar da queda acentuada destes dois títulos, a maior parte das cotadas do PSI-20 até abriram em alta, com referência para a subida de 0,6% das ações da EDP, para os 3,19 euros, mas também para a valorização de 0,39% dos títulos da Galp Energia, para os 14,28 euros, que ajudam a travar o recuo do índice luso. Este avanço acontece numa sessão marcada pela subida das cotações do petróleo nos mercados internacionais.

Em alta, de salientar também o avanço de 0,98%, para os 14,14 euros, das ações da Semapa. Trata-se da cotada do PSI-20 que mais acelera.

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