A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

A Altice pediu a insolvência da ONI, uma empresa da Nowo, o grupo que negociou os direitos de futebol para Portugal com a Eleven Sports. A um mês da entrega do OE no Parlamento, a instituição presidida por Teodora Cardoso aponta para uma situação orçamental melhor do que a prevista pelo Governo este ano, mas deixa alertas.

A Altice Portugal requereu a insolvência da ONI, uma empresa de telecomunicações grossista controlada pela Nowo, a operadora que tem um acordo com a Eleven Sports para a distribuição de direitos do futebol como a Liga dos Campeões e a liga espanhola. Este pedido de insolvência entrou formalmente esta terça-feira na Comarca de Lisboa, apurou o ECO.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) melhorou a previsão de défice para este ano. A um mês da entrega do Orçamento do Estado para 2019 no Parlamento, a instituição liderada por Teodora Cardoso revela um quadro de projeções para este ano mais favorável, mas não antecipa que esta trajetória se traduza em avanços nos próximos anos: Portugal vai demorar mais a apresentar saldos orçamentais positivos e já não vai conseguir atingir o objetivo de médio prazo até 2022.

O endividamento da economia voltou a aumentar em julho, depois da queda observada no mês anterior. O total da dívida do setor público, empresas e famílias portuguesas atingiu os 721,9 mil milhões de euros, segundo os dados revelados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal. Representa cerca de 367,2% da riqueza produzida em Portugal.

Os certificados mantêm o ritmo de captação de poupanças. Em agosto, as famílias aplicaram 164 milhões de euros nos produtos de poupança do Estado. Trata-se do patamar mais elevado dos últimos dez meses, com as aplicações em certificados do Tesouro a serem mais do que suficientes para compensar mais um mês em que os certificados de aforro perderam dinheiro.

A manifestação do setor do táxi levou à concentração de centenas de taxistas em Lisboa, que estiveram parados em protesto contra a “lei da Uber”. Do outro lado da barricada, quem beneficiou da paragem foram mesmo as plataformas eletrónicas, apurou o ECO.

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War room? É a mais recente iniciativa do Facebook para evitar manipulações nas eleições

A sala física vai ter lugar na sede da rede social, na Califórnia, e terá 20 pessoas a trabalhar. Para além disso, existe também uma equipa a monitorizar as atividades relativas às eleições.

O Facebook está dedicado a evitar interferências nas eleições, particularmente as próximas do Brasil e dos Estados Unidos. Para isso, juntou uma equipa que vai ter uma sala física para monitorizar todas as atividades na rede social que possam espalhar informações erradas pelos eleitores.

Apelidada de “war room” (literalmente, sala de guerra), será em Menlo Park, na sede da empresa na Califórnia, adianta o El País (acesso livre / conteúdo em castelhano). Era uma sala de conferências que vai estar agora equipada com computadores e televisões ligadas em canais de notícias. Terá cerca de 20 pessoas a trabalhar, entre eles engenheiros, cientistas e executivos, para poderem fazer decisões em tempo real.

A plataforma vê esta iniciativa como um grande passo. “Será o maior esforço transversal de todos os departamentos que esta empresa já viu desde a passagem do computador para o telemóvel”, afirmou Samidh Chakrabarti, responsável pelo departamento de Eleições e Compromisso Cívico na rede social.

São mais de 300 pessoas na equipa dedicada a combater a manipulação dos eleitores, e já foram apagadas ou bloqueadas 1,3 mil milhões de contas falsas no Facebook entre os meses de outubro e março. Uma das formas que Chakrabarti exemplifica como possível interferência é evitar que as pessoas votem, ao espalhar métodos falsos de registar a votação, por exemplo através de mensagem de texto.

As eleições presidenciais norte-americanas de 2016, das quais Donald Trump saiu vitorioso, estiveram na origem das preocupações relativamente a manipulações através das redes. Terão sido alvo de interferência de agentes russos, que criaram contas falsas para divulgar anúncios, que atingiram cerca de 126 milhões de norte-americanos.

As próximas eleições nos Estados Unidos serão realizadas a 6 de novembro deste ano, enquanto as eleições no Brasil ocorrem a 7 de outubro.

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Transporte aéreo desacelera. Metropolitano atinge recorde

Enquanto o crescimento do número de passageiros nos aeroportos nacionais abrandou, no segundo trimestre do ano, o uso dos comboios e do metropolitano acelerou.

Quase 16 milhões de passageiros passaram pelos aeroportos portugueses, entre abril e junho deste ano. De acordo com os dados divulgados, esta quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no segundo trimestre, registou-se uma desaceleração deste tipo de movimento face ao primeiro semestre. Contrária evolução verificaram os transportes ferroviários (tanto comboio como metropolitano).

Na segunda metade do primeiro semestre, o número de passageiros movimentados (embarques, desembarques e trânsitos diretos) nos aeroportos nacionais atingiu os 15,5 milhões, o que representa uma subida homóloga de 6,8%, mas equivale a um abrandamento face ao aumento de 11,9% dos primeiros três meses do ano.

Destes 15,5 milhões de passageiros, 7,7 milhões passaram pelo aeroporto de Lisboa, o que reflete um aumento homólogo do movimento de 10,7% e uma desaceleração face à subida de 15,9% do primeiro trimestre. No Porto, a evolução registada ficou na mesma linha: 3,2 milhões de passageiros foram movimentados no Aeroporto Sá Carneiro, o que corresponde a uma subida homóloga de 11,1% e a um ligeiro abrandamento face ao avanço de 12%, no primeiro trimestre.

Já nos aeroportos de Faro, Ponta Delgada e Funchal, o número de passageiros recuou, neste segundo trimestre: diminuiu 1,4%, 0,6% e 4,7% respetivamente.

No total, no segundo trimestre, foram contabilizadas 58,6 mil aterragens nos aeroportos nacionais, o que representa uma subida de 4,7% e um abrandamento face à subida de 7%, dos primeiros três meses do ano.

Transporte ferroviário continua a aumentar

Movimento de passageiros na ferrovia acelerou.Paula Nunes / ECO

Depois de ter aumentado 3,2% nos primeiros três meses do ano, o transporte de passageiros por comboios voltou a crescer, neste segundo trimestre. Subiu 4,2% e atingiu os 37,5 milhões de utentes. “Este resultado reflete uma continuidade no andamento positivo iniciado no terceiro trimestre de 2014“, sublinha o INE.

Dentro deste modo de transporte, o suburbano foi o único a registar uma evolução positiva (cresceu 5,1% para 33,4 milhões de passageiros), tendo o tráfego interurbano e internacional encolhido, respetivamente, 2,2% e 11,6%.

Por sua vez, o número de passageiros que usaram o metropolitano acelerou, tendo crescido 5,4% para 62,9 milhões de passageiros, o que compara com a subida de 0,4% do primeiro trimestre.

“Este número de passageiros foi o mais elevado desde o início da série com as três redes de metro [Lisboa, Porto e Sul do Tejo]”, salienta o INE. O instituto realça que, só em abril, por efeito do “desfasamento do calendário do período de férias da Páscoa”, o número de passageiros disparou quase 10%.

Das três redes de metro portuguesas, foi a do Sul do Tejo a que mais cresceu: aumentou 6,6%, no segundo trimestre do ano. A lisboeta subiu 5,3% e a portuense aumentou 5,2%.

Subiu movimento de mercadorias nos portos

Movimento de mercadorias nos portos aumentou, na segunda metade do primeiro semestre.Pixabay 14 outubro, 2016

No segundo trimestre do ano, 3.878 embarcações de comércio deram entrada nos portos nacionais, o que equivale a uma subida modesta de 0,8%, que compara com o recuo de 4% registado de janeiro a março.

Quanto às mercadorias movimentadas, totalizaram-se 24 milhões de toneladas, representando um aumento de 2,3% e uma aceleração face à queda de 9,8% do trimestre anterior. Destas 24 milhões de toneladas, 11,3 milhões de toneladas foram movimentadas por Sines (recuando 0,8%). Lisboa e Leixões apresentaram uma subida de, respetivamente, 10,3% e 6,6%.

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Juros da casa voltam a subir. Tocam máximos de quase dois anos

A taxa de juro implícita no crédito à habitação fixou-se, em agosto, nos 1,039%. Trata-se do valor mais elevado desde setembro de 2016. Subida também atingiu os novos contratos de crédito.

Os juros implícitos nos créditos à habitação fixaram-se nos 1,039%, em média, em agosto. Trata-se do valor mais elevado em quase dois anos, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira. Nos contratos mais recentes, também se registou uma subida do juro exigido pela banca nos créditos da casa.

“A taxa de juro implícita no crédito à habitação subiu de 1,038% em julho para 1,039% em agosto. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro foi 1,498% no mês em análise (1,471% em julho)”, refere o INE.

Taxas implícitas em máximos de setembro de 2016

Fonte: INE

Para a totalidade dos empréstimos da casa, trata-se do terceiro mês consecutivo de aumentos, sendo que seria necessário recuar até setembro de 2016 para assistir a uma taxa de juro mais elevada. No caso dos novos contratos, a taxa fixada em agosto é a mais elevada dos últimos três meses.

Apesar do aumento do juro médio, a prestação manteve-se inalterada para o histórico dos contratos, nos 242 euros, face ao mês anterior, com a maioria do valor pago mensalmente a servir para amortizar os montantes em dívida face aos bancos.

Já o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos aumentou 68 euros face ao mês anterior, fixando-se em 52.084 euros, em agosto. Essa tendência é explicada pelos valores mais elevados associados aos novos financiamentos: nos contratos celebrados nos últimos três meses, o montante médio do capital em dívida subiu 616 euros para 98.374 euros. Trata-se de um máximo de pelo menos o início de 2009, período a que remonta o início do histórico do INE.

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Antigo Cinema Olympia pode vir a ser empreendimento de luxo

  • ECO
  • 20 Setembro 2018

O antigo Cinema Olympia -- que reproduzia filmes pornográficos -- é um dos oito edifícios na Avenida da Lisboa em risco de perder utilidade pública.

O antigo Cinema Olympia está em risco de perder a sua utilidade pública para se transformar num empreendimento de luxo. O espaço — onde outrora se reproduziam filmes pornográficos — é um dos oito imóveis na Avenida da Liberdade que, de acordo com a proposta do vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, podem vir a ser habitações de luxo, avança o Correio da Manhã (acesso pago).

A proposta de Manuel Salgado foi aprovada a 28 de fevereiro, mas tem sido amplamente contestada pelo Executivo de Medina e pela Assembleia Municipal. “A estratégia é errada, não vai servir os lisboetas, mas sim os turistas”, sublinha, nesse sentido, a vereadora comunista Ana Jara, referindo que essa “desafetação vai fazer disparar os preços”.

A medida deverá agora passar pela Assembleia Municipal, estando a sua entrada em vigor dependente do crivo desse órgão. A presidente desse órgão, Helena Roseta, já pediu esclarecimentos ao vereador do Urbanismo sobre “os valores em causa, contrapartidas para a cidade e impacto”, não tendo recebido resposta.

Questionado sobre o mesmo jornal, a autarquia explica, por sua vez, que os “edifícios em causa deixaram de cumprir a função de uso público” pelo que agora poderão servir para “habitação, turismo, serviços e comércio”. De facto, o Executivo de Medina realça que uma decisão contrária à desafetação seria sinónimo de “a existência de mais oito imóveis devolutos no centro da cidade”.

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Revista de imprensa internacional

O Facebook anuncia uma nova estratégia para que a rede não interfira com as eleições brasileiras e norte americanas. Por falar em EUA, as negociações com a Coreia do Norte poderão ser agora retomadas.

A empresa de Mark Zuckerberg vai implementar uma estratégia que será o maior esforço que o Facebook já viu, transversal a todos os departamentos. O objetivo é não interferir com as eleições brasileiras e norte-americanas. E por falar em EUA, Mike Pompeo está pronto para retomar as negociações com a Coreia do Norte, com vista à desnuclearização. Na China, a gigante Alibaba anunciou a criação de uma nova empresa dentro do grupo. Qual o negócio? Faz chips de inteligência artificial.

El País

Facebook não quer voltar a interferir com eleições. Anuncia maior esforço estratégico desde a passagem do telemóvel para o smartphone

A empresa liderada por Mark Zuckerberg está prestes a dar um passo que é equivalente à estratégia aplicada em 2011, de passar do computador para o smartphone. “Será o maior esforço transversal a todos os departamentos que esta empresa já viu, desde a passagem do computador ao telemóvel”, disse Samidh Chakrabarti, diretor de gestão de produto no Facebook. O objetivo é prevenir as interferências eleitorais da rede social nas próximas eleições no Brasil e nos Estados Unidos.

Leia a notícia completa em El País (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Reuters

EUA estão prontos para retomar negociações com Coreia do Norte. Querem desnuclearização até 2021

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, convidou o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte para uma reunião em Nova Iorque, durante a próxima semana. O objetivo do encontro é completar a desnuclearização, até janeiro de 2021. Depois de Pyongyang ter prometido desmantelar as suas principais instalações de mísseis, os EUA disseram estar prontos para retomar as negociações com a Coreia do Norte.

Leia a notícia completa em Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

El Economista

Pingtouge, a nova empresa da Alibaba que fabrica chips de IA

Jack Ma, presidente da gigante Alibaba, anunciou a criação de uma empresa dentro do grupo dedicada à fabricação de chips de inteligência artificial (IA). Um setor que, até agora, é liderado por empresas norte americanas. A Pingtouge, assim se chama a empresa, já “estava a ser pensada e preparada há cinco anos”, disse Ma, que em setembro de 2019 deverá abandonar a direção da Alibaba e delegar as suas atuais responsabilidade ao atual diretor executivo, Daniel Zhang.

Leia a notícia completa em El Economista (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Bloomberg

Aston Martin quer ultrapassar Ferrari com avaliação de 6,7 mil milhões de dólares

A fabricante de carros está focada em entrar na bolsa de Londres, e a avaliação pode superar a sua única rival na lista, a Ferrari NV. A Aston Martin avançou com uma oferta pública inicial (IPO), que valoriza a empresa britânica em cerca de 5,07 mil milhões de libras, o equivalente a 6,7 mil milhões de dólares. O valor a que será feito a operação, aproxima a avaliação da Aston Martin da da Ferrari.

Leia a notícia completa em Bloomberg (acesso livre, conteúdo em inglês).

Folha de São Paulo

Números do investimento brasileiro em infraestruturas continuam a cair

No Brasil, as infraestruturas são, há anos, um setor que não vê investimento, Para os especialistas nas áreas relacionadas com transporte, telecomunicações, energia, água e saneamento básico, será um grande desafio para o próximo presidente retomar o investimento. No ano passado, os recursos aplicados nas infraestruturas do país caíram 12,4%, chegando a 1,69% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Este valo, que em 2014 era de 2,31%, foi caindo ano após anos com o avançar da crise.

Leia a notícia completa em Folha de São Paulo (acesso livre, conteúdo em português).

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Depois de 40 anos de docência, é hoje a última aula do “Professor” Marcelo

  • Lusa
  • 20 Setembro 2018

O Presidente da República, que completa 70 anos em dezembro, irá presidir à sessão solene de abertura do ano académico 2018/2019 da Universidade de Lisboa e proferir a sua última lição na Aula Magna.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai dar hoje a sua última aula como professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde também foi aluno. Marcelo preside à sessão solene de abertura deste ano académico e dá a sua última lição na Aula Magna, neste que é o adeus a 40 anos de docência, que começaram em 1972, quando se tornou assistente de duas cadeiras.

Pelo meio teve interrupções na altura em que foi deputado à Assembleia Constituinte, entre 1975 e 1976, e quando exerceu funções governativas, entre 1981 e 1983, no executivo chefiado por Francisco Pinto Balsemão – teve como seus alunos, entre outros, o atual primeiro-ministro, António Costa, e a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas.

De resto, manteve sempre a atividade docente em paralelo com a política, mesmo quando esteve na liderança do PSD, entre 1996 e 1999, e com o comentário na comunicação social.

Foi na faculdade de Direito que escolheu acompanhar a noite eleitoral das presidenciais de 24 de janeiro de 2016 e onde acabou por fazer o discurso de vitória, no átrio de entrada, como “gesto simbólico de profundo reconhecimento” para com esta instituição, tendo lecionado ainda o primeiro semestre do ano letivo 2016/2017.

Como aluno, Marcelo Rebelo de Sousa entrou na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa em 1966 e licenciou-se com média de 19, em 1971. Concluiu o mestrado em 1972 e, mais tarde, o doutoramento, em 1984. Foi no ano letivo de 1972/1973 que se tornou professor assistente das cadeiras de Economia Política e de Direito Internacional Público. Já doutorado, fez o concurso para professor associado, em 1986, para agregação, em 1988, e o concurso para professor catedrático em 1990, com nomeação definitiva em 1992.

Entre as cadeiras que lecionou mais tempo estão as de Direito Constitucional e Direito Administrativo, embora também tenha dado aulas de Introdução ao Estudo do Direito, Ciência Política, Economia, Finanças, Direito Fiscal, Direito Internacional Público, Direito Internacional Económico e Direito Público Comparado.

Como Presidente da República eleito, esteve num jantar de despedida na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa em fevereiro de 2016 e no dia 01 de março desse ano deu uma “aula de despedida” aos seus alunos de Direito Administrativo II do segundo ano, “uma aula simples”, que decorreu à porta fechada.

Já em agosto, o chefe de Estado anunciou aos jornalistas que tinha aceitado um convite do reitor da Universidade de Lisboa para dar a sua última aula na Faculdade de Direito na abertura do ano letivo 2018/2019. “É a última aula, é a última aula”, realçou.

Marcelo Rebelo de Sousa, que terá 72 anos em 2021, no final do seu mandato, fez este anúncio ao ser questionado se pensava voltar a dar aulas quando deixar de ser Presidente, isto após ter sido conhecida a intenção do Governo de acabar com a obrigatoriedade de reforma na função pública aos 70 anos.

Na quarta-feira, em Portalegre, o Presidente da República adiantou: “Esta última aula vai ser um bocadinho o retrato da minha vida, da minha vida académica. Como é um balanço, é um bocadinho olhar para trás e tentando não ser muito maçador, muito enfadonho, muito longo, recordar esse ritmo galopante à medida que o mundo mudava, a Europa mudava, o país mudava e a minha vida também mudava”.

Em maio de 2017, durante um debate sobre a Europa na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que ainda estava ligado àquela escola e pensava voltar a dar aulas de Direito “mais cedo ou mais tarde”.

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Endividamento da economia volta a subir em julho. Atinge 721.886.000.000 euros

Economia portuguesa voltou a endividar-se em julho. Endividamento do Estado, empresas e famílias atingiu os 722 mil milhões de euros. Representa cerca de 367,2% da riqueza produzida em Portugal.

O endividamento da economia voltou a aumentar em julho, depois da queda observada no mês anterior. O total da dívida do setor público, empresas e famílias portuguesas atingiu os 721,9 mil milhões de euros, segundo os dados revelados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal. Representa cerca de 367,2% da riqueza produzida em Portugal.

“Em julho de 2018, o endividamento do setor não financeiro situou-se em 721,9 mil milhões de euros, dos quais 318,7 mil milhões referentes ao setor público e 403,2 mil milhões ao setor privado”, adianta o banco central em comunicado.

“Relativamente a junho de 2018, o endividamento do setor não financeiro aumentou 700 milhões de euros, devido, sobretudo, ao acréscimo do endividamento do setor público”, explica ainda a instituição.

O principal responsável pela subida mensal registada em julho foi o setor público não financeiro, onde o endividamento totaliza os 318,7 mil milhões de euros, mais 700 milhões face a junho. Nesse mês, o IGCP avançou com um duplo leilão de Obrigações do Tesouro a 10 anos e 16 anos, através do qual obteve um financiamento de 950 milhões de euros. Também obteve 1.750 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro e ainda 1.000 milhões de euros em Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável.

Endividamento da economia volta a subir

Fonte: Banco de Portugal

Enquanto isso, o setor privado registou uma dívida de 403,2 mil milhões de euros, sem observar grandes oscilações em relação ao mês anterior.

O montante em dívida por parte do setor não financeiro representa quase cinco vezes o valor da riqueza bruta produzida pelos portugueses num ano. Em junho, a dívida de setor público e privado situava-se nos 367,2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional — quando há um ano estava acima dos 380% do PIB.

(Notícia atualizada às 11h24)

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Certificados captam 164 milhões de euros em agosto. É um máximo de dez meses

Em agosto, o investimento nos produtos de poupança do Estado voltaram a crescer. Famílias investiram 164 milhões de euros, com os certificados do Tesouro a sustentarem o crescimento das aplicações.

Os certificados mantêm o ritmo de captação de poupanças. Em agosto, as famílias aplicaram 164 milhões de euros nos produtos de poupança do Estado. Trata-se do patamar mais elevado dos últimos dez meses, com as aplicações em certificados do Tesouro a serem mais do que suficientes para compensar mais um mês em que os certificados de aforro perderam dinheiro.

De acordo com os dados do Boletim Estatístico do Banco de Portugal, os certificados de aforro viram sair 2 milhões de euros, enquanto os certificados do Tesouro, os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC), captaram 166 milhões de euros. Em termos líquidos, através das famílias, o Estado conseguiu 164 milhões de euros de financiamento, em agosto.

Aplicações em certificados no último ano

Fonte: Banco de Portugal

O montante captado em agosto pelos certificados é o mais elevado desde outubro. Ou seja, o mês que marcou a “descontinuação” das subscrições de Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) e a sua substituição pelos CTPC, produto que oferece uma taxa bruta anual média de 1,38% (a que se junta um bónus em função do PIB) mas inferior face ao juro de 2,25% permitido pelo seu antecessor. Nesse mês, as famílias colocaram 572 milhões de euros em certificados do Tesouro, aproveitando a última oportunidade para procurar rentabilizar o seu dinheiro através dos CTPM.

A fraca atratividade da remuneração oferecida também ajudou a ditar o 22.º mês consecutivo de perda de aplicações para os certificados de Aforro, em agosto.

Apesar dessa quebra, o montante total aplicado nos produtos de poupança do Estado atingiu um novo máximo de sempre. Em agosto, as famílias tinham 237.189 milhões de euros investidos em certificados.

(Notícia atualizada às 11h25 com mais informação)

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Dos avisos para este Governo aos alertas para o próximo. CFP dispara recados a um mês do último OE

Risco político, necessidade de fazer mais do que baixar o défice nominal e economia a crescer apoiada no consumo. O CFP deixa alertas para este Governo e para o que sair das eleições de 2019.

O relatório “Finanças Públicas: Situação e Condicionantes 2018-2022” não se refere diretamente nenhuma vez ao Orçamento do Estado para 2019, mas é como se o fizesse. A um mês da entrega do último Orçamento da legislatura, o documento do Conselho das Finanças Públicas (CFP) identifica riscos para a economia e para as contas públicas e está cheio de recados para a equipa de Mário Centeno. E não só. Quem vencer as legislativas de 2019 fica já de sobreaviso.

A economia cresce mas com a ajuda do consumo

Primeiro, a parte boa. Apesar de alguns sinais de arrefecimento económico já este ano, o CFP manteve a previsão de crescimento económico em 2,2%, igual à que tinha feito em março, e apenas uma décima abaixo do número do Governo. No entanto, a instituição diz que a “composição” do crescimento mudou. A procura interna contribui com 2,6 pontos percentuais (p.p.) e a procura externa líquida com -0,4 p.p.. Face a março esta tendência agravou-se em 0,2 p.p. em cada um dos contributos. O consumo privado e o consumo público ganham destaque face às exportações e ao investimento.

“As exigências de aumento da produtividade e da competitividade da economia, assim como a sua reconhecida vulnerabilidade externa, apontam para a importância de inverter esta tendência”, avisa a instituição presidida pela economista Teodora Cardoso, lembrando de seguida que “estímulos dirigidos ao consumo têm efeitos positivos no imediato, mas, ao não induzirem ganhos de competitividade, tornam-se insustentáveis”. Avisos que surgem na reta final de um Governo cuja política assentou na recuperação de rendimentos.

Não basta cumprir metas quanto ao défice orçamental

O “défice mais baixo da história da democracia”. O Governo já reclamou para si esta conquista e prepara-se para apresentar objetivos ainda mais ambiciosos. O CFP valida os números do Governo e para 2018 até pensa que o Executivo pode alcançar um resultado melhor com um défice de 0,5% (o Governo fixou 0,7%). No entanto, estes poderão ser ganhos de curto prazo. Para conseguir um controlo eficiente das despesas públicas – para onde o CFP pede que os governos olhem – “não basta cumprir metas quanto ao défice orçamental, que beneficia de conjunturas favoráveis, mas é altamente vulnerável à sua reversão“. O CFP admite a complexidade técnica e “a instabilidade nas avaliações estruturais” de indicadores de caráter estrutural usados pela União Europeia, mas pede que estes não sejam descurados.

Próximo Governo vai ter de fazer mais para cumprir metas de Centeno

Ninguém sabe quem será o sucessor de Mário Centeno no Terreiro do Paço (ou se será ele mesmo), mas quem estiver à frente das Finanças nos próximos anos vai ter a adotar mais medidas para atingir as metas que Portugal assumiu em abril. No Programa de Estabilidade, o Executivo acreditava passar a ter um excedente orçamental já em 2020, ano em que considerava que atingiria o Objetivo de Médio Prazo (OMP) que corresponde a um saldo estrutural positivo de 0,25% do PIB potencial. No entanto, o CFP projeta que até 2022 isso não será possível. Além disso, Portugal não cumprirá a regra de correção do saldo estrutural em 0,6 pontos de ano para ano.

“A melhoria anual projetada agora para saldo estrutural no período 2018-2022 é, em termos cumulativos, inferior em 0,6 p.p. do PIB ao apresentado no exercício de março”, estimam os economistas do CFP, que nos seus cálculos têm em conta as medidas já adotadas, as que ainda não foram adotadas mas estão detalhadas, as que são renovadas anualmente nos Orçamentos (como, por exemplo, as contribuições extraordinárias sobre a banca, a energia e outros) e não têm em consideração receitas ou despesas elencadas pelo Executivo mas que não estão concretizadas.

Com as medidas atuais, o consumo público vai voltar a subir

Um dos pontos que o relatório analisa é a evolução do consumo público. Depois de uma quebra de 0,2% em 2017, esta rubrica cresceu 0,4% no primeiro semestre, acima dos 0,2% verificados no período homólogo. Aliás, o CFP antecipa uma “forte recuperação” este ano, para uma taxa de variação de 1,2%, mais 1,4 pontos percentuais do que no ano passado. Em março, a instituição apontava para um recuo de 0,1%. Um dos fatores que levou a esta forte revisão em alta resulta da evolução das despesas com pessoal.

Depois do primeiro relatório de março, o CFP já identificou novas medidas do lado da despesa, como outros efeitos remuneratórios no Estado (subsídios de enfermeiros especialistas, horas extra e horas qualidade, reposicionamento nas tabelas dos assistentes operacionais, outros) e o aumento do número de efetivos (35 horas para os contratos individuais de trabalho no SNS e reforço de contratações nas administrações públicas). O conjunto de novas medidas tem um peso no défice deste ano avaliado em 0,16% do PIB. Aliás, o total de medidas já tomadas vale 0,9% do PIB até 2022.

Riscos internos são políticos

Com três eleições à porta (europeias, Madeira e legislativas) – e numa altura em que o próprio Presidente da República admite que Portugal já está em clima de pré-campanha -, o CFP identifica que “no plano interno, os riscos são essencialmente políticos e decorrem da capacidade para manter a política económica focada no aumento do espaço orçamental e no desenvolvimento de políticas coordenadas de transformação da economia e incentivo ao investimento para aumentar o produto potencial da economia”. O aviso para futuro fica feito: “Uma degradação do desempenho orçamental poderia ter consequências negativas nas condições de financiamento da economia, enquanto o diferimento de reformas pode refrear o ritmo de investimento, em particular em setores orientados para a exportação”.

Protecionismo, abrandamento do turismo e BCE

O CFP quer a economia a crescer apoiada nas exportações e no investimento. Mas avisa quais são os riscos que incidem sobre estes fatores de crescimento. “O incremento das políticas protecionistas, nomeadamente por iniciativa dos EUA, com consequências negativas para o comércio internacional”, “o abrandamento da economia no setor do turismo, traduzindo a maior maturidade desse mercado” e “o eventual impacto da normalização da política monetária do BCE, atendendo aos níveis de endividamento elevados existentes na economia portuguesa” são as sombras que podem chegar a Portugal vindas de fora.

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PIB cresce cada vez mais à boleia do consumo. É importante “inverter essa tendência”, avisa CFP

O CFP mantém as projeções de crescimento para a economia portuguesa face a março, mas os motores de crescimento estão a mudar. E na direção errada. Instituição pede inversão de tendência.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) mantém as projeções de crescimento para este ano e os próximos, mas coloca pressão sobre o Governo que, a um mês da entrega do último Orçamento da legislatura, tem de decidir se revê em baixa a previsão para 2019 que tem em cima da mesa, de 2,3%. Além disso, a instituição liderada por Teodora Cardoso mostra-se preocupada com o peso que o consumo privado e público estão a assumir para a evolução do PIB e fala da “importância de inverter esta tendência”.

Os números e recomendação constam da atualização do relatório “Finanças Públicas: Situação e Condicionantes 2018-2022”, que o CFP publicou esta quinta-feira.

De acordo com os técnicos que acompanham as contas públicas, o PIB deverá crescer este ano 2,2% e 1,9% em 2019. Esta era a previsão de março. Um mês depois, o Governo entregou a Bruxelas uma previsão de crescimento de 2,3% em cada um dos anos. Os números do CFP, entre os de outras instituições podem pressionar o Governo a assumir uma trajetória de abrandamento para 2019.

“Apesar de as previsões mais recentes apontarem para um nível de crescimento do PIB (2,2%) idêntico ao projetado pelo CFP em março, observa-se uma alteração na sua composição com implicações importantes para a evolução subsequente“, refere a instituição.

“Enquanto em março o investimento – através da formação bruta de capital fixo (FBCF) – e as exportações surgiam como os principais motores do crescimento, a evolução observada até agora indica um maior peso do consumo, público e privado“, acrescenta o CFP.

A instituição presidida por Teodora Cardoso explica que a manutenção do perfil de crescimento do PIB real apresentado no exercício de março “é alicerçada no aumento do peso da procura interna, que contribui com 2,6 pontos percentuais em 2018 (revisão de +0,2 p.p.)”. Por outro lado, “as exportações líquidas deverão apresentar um contributo negativo de 0,4 p.p. em 2018, que implica uma revisão em baixa de 0,2 p.p”.

"O investimento nos setores transacionáveis e o reforço da abertura da economia são a chave do crescimento da economia portuguesa, da sustentabilidade das suas finanças públicas e proporcionam, por isso, uma base sólida para o crescimento do consumo.”

Conselho de Finanças Públicas

“Embora estas alterações se afigurem moderadas, as exigências de aumento da produtividade e da competitividade da economia, assim como a sua reconhecida vulnerabilidade externa, apontam para a importância de inverter esta tendência.”

O CFP alerta depois para as implicações que esta situação pode ter também ao nível das finanças públicas. “O investimento nos setores transacionáveis e o reforço da abertura da economia são a chave do crescimento da economia portuguesa, da sustentabilidade das suas finanças públicas e proporcionam, por isso, uma base sólida para o crescimento do consumo.”

“Pelo contrário, os estímulos dirigidos ao consumo têm efeitos positivos no imediato, mas, ao não induzirem ganhos de competitividade, tornam-se insustentáveis. A reforçar esse efeito está o facto de tais estímulos favorecerem temporariamente as receitas orçamentais, o que viabiliza medidas contraproducentes do lado das despesas quando as metas orçamentais privilegiam os défices observados, em detrimento de indicadores estruturais com enfoque na evolução da despesa”, alerta a instituição.

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Conselho das Finanças Públicas aponta para défice de 0,5% este ano, mas adia excedentes orçamentais

A um mês da entrega do OE no Parlamento, a instituição presidida por Teodora Cardoso aponta para uma situação orçamental melhor do que a prevista pelo Governo este ano, mas deixa alertas.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) melhorou a previsão de défice para este ano. A um mês da entrega do Orçamento do Estado para 2019 no Parlamento, a instituição liderada por Teodora Cardoso revela um quadro de projeções para este ano mais favorável, mas não antecipa que esta trajetória se traduza em avanços nos próximos anos: Portugal vai demorar mais a apresentar saldos orçamentais positivos e já não vai conseguir atingir o objetivo de médio prazo até 2022.

As novas projeções constam da atualização do relatório “Finanças Públicas: Situação e Condicionantes 2018-2022”, cuja primeira versão foi publicada em março.

Para 2018, o CFP projeta um défice de 0,5% do PIB, abaixo dos 0,7% considerados em março pela mesma instituição e previstos em abril pelo Governo.

Para esta evolução contribuíram duas razões de sinal contrário: se, por um lado, houve uma revisão em alta das despesas com pessoal — assumida este mês pelas Finanças durante as reuniões com os sindicatos da Função Pública –, por outro, uma nova composição do PIB, mais assente no consumo privado beneficia mais a evolução orçamental.

Esta melhoria pode, no entanto, não se traduzir num progresso real face ao previsto em março. É que o relatório do CFP indica também que o défice, excluídas as medidas temporárias e não recorrentes, deverá ficar em 0,3% do PIB. E nesse caso, a aproximação face aos cálculos do Executivo pode ser maior, já que os 0,7% previstos pela equipa de Mário Centeno também contam com efeitos de medidas pontuais – só o Novo Banco pesará 0,4% do PIB nas contas.

Apesar da melhoria da situação orçamental este ano, os próximos exercícios não deverão beneficiar deste novo enquadramento orçamental. Para 2019, o CFP espera um défice de 0,2% do PIB, uma melhoria de uma décima face aos números de março, mas alinhando com a projeção assumida pelo Governo no Programa de Estabilidade e que o Executivo se prepara para confirmar no OE2019.

"Não obstante a melhor perspetiva quanto ao saldo orçamental do corrente ano, considera-se que apenas nos dois últimos anos do horizonte temporal (2021 e 2022) existirão excedentes, embora menores do que o projetado em março.”

Conselho de Finanças Públicas

A partir de 2020, a fotografia tirada pelo CFP às contas públicas, e tendo em conta um cenário de políticas invariantes, piora. “Não obstante a melhor perspetiva quanto ao saldo orçamental do corrente ano, considera-se que apenas nos dois últimos anos do horizonte temporal (2021 e 2022) existirão excedentes, embora menores do que o projetado em março“, lê-se no relatório.

A confirmarem-se estas projeções, Portugal apenas vai apresentar um excedente orçamental em 2021, de 0,6%, ao passo que o Governo aponta para um saldo positivo um ano antes e de 0,7%. Este adiamento acaba por ter consequências no cumprimento de outras regras a que Portugal está obrigado no âmbito do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

“A melhoria anual projetada agora para saldo estrutural no período 2018-2022 é, em termos cumulativos, inferior em 0,6 pontos percentuais do PIB ao apresentado no exercício de março. Estes desenvolvimentos colocam o cumprimento do objetivo de médio prazo fora do horizonte de projeção, contrariamente ao avançado na projeção de março”, revela o relatório.

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