Depois do travão, Costa confia que o PIB vai acelerar
O primeiro-ministro já reagiu aos dados do crescimento do PIB no primeiro trimestre. Diz que a evolução de 0,4% em termos reais está em linha com o previsto e mostrou-se confiante numa aceleração.
O primeiro-ministro afirmou esta terça-feira que os dados do crescimento da economia portuguesa no primeiro trimestre deste ano estão em linha com as previsões do Governo e manifestou-se confiante numa aceleração do crescimento até ao fim de 2018. António Costa falava aos jornalistas no quartel da Pontinha, concelho de Odivelas, depois de confrontado com os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), segundo os quais a economia portuguesa terá crescido 2,1% no primeiro trimestre em termos homólogos e 0,4% em cadeia.
Para o primeiro-ministro, esses dados “estão em linha com o previsto” pelo Governo, já que se antevia para este ano “um menor ritmo do crescimento da economia portuguesa, em linha com a evolução da economia europeia”. “Mas o Governo tem a expectativa com o trimestre que já está a decorrer que a economia venha a registar um melhor resultado”, disse.
Na perspetiva do primeiro-ministro, há dois indicadores que levam o executivo minoritário socialista a sustentar esse otimismo em relação ao resto do ano. Em primeiro lugar, segundo o líder do executivo, “está o facto de logo no primeiro trimestre o investimento ter possuído um crescimento significativo, o que é importante”. “Por outro lado, verifica-se pela evolução das contribuições para a Segurança Social que o ritmo de redução do desemprego e de criação de emprego continua bastante acelerado”, apontou.
No entanto, António Costa insistiu que a estimativa do Governo para 2018 prevê “um ritmo de crescimento menor do que no ano passado, em linha com aquilo que acontece na economia europeia”.
De acordo com a estimativa rápida divulgada pelo INE, o Produto Interno Bruto (PIB), em termos homólogos, aumentou 2,1% em volume no primeiro trimestre de 2018 (2,4% no trimestre anterior) e, comparativamente com o quarto trimestre de 2017, o PIB aumentou 0,4% em termos reais (0,7% no trimestre anterior).
CDS preocupado com aumento da carga fiscal
O CDS-PP registou “com preocupação” os dados que apontam para o aumento da carga fiscal e para o abrandamento da economia, salientando que Portugal já está a divergir da Zona Euro e da União Europeia.
“Infelizmente, este não é o caminho que nós defendemos do ponto de vista de recuperação da economia: um dos caminhos para a economia crescer mais era reduzir a carga fiscal e não aumentá-la”, defendeu o deputado e porta-voz do CDS-PP João Almeida, em declarações aos jornalistas, no parlamento.
O deputado do CDS-PP lamentou que os dados revelados na segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística tenham confirmado 2017 como o ano em que Portugal “registou a maior carga fiscal” desde que há registos, em 1995.
“Nunca houve registo de uma carga fiscal tão elevada, nunca aquilo que o país produziu num ano ficou, numa parte tão grande, do lado do Estado”, criticou.
O deputado democrata-cristão salientou que este aumento da carga fiscal se registou numa altura em que se assiste “à degradação dos serviços públicos”, apontando como “exemplo mais gritante” o setor da saúde.
“Como é que na altura em que o Estado fica com a maior parte do que algum dia ficou se assiste a esta degradação dos serviços públicos?”, questionou, recusando os argumentos do Governo de que o aumento da carga fiscal se explica pelo crescimento do emprego.
João Almeida considerou ainda “perigoso” que esse aumento se verifique num período de crescimento económico, outra área em que apontou dados preocupantes.
“O pior é que a economia já começou a desacelerar e ainda mais do que o previsto. O indicador mais preocupante é que, em termos homólogos, já estamos a divergir da zona euro e da União Europeia”, alertou João Almeida.
O deputado centrista alertou ainda que, uma vez que um dos principais fatores de abrandamento económico é a evolução das exportações, poderá “estar em causa uma das conquistas do anterior Governo”, que equilibrou o saldo da balança comercial e tornou-o positivo.
“Voltaremos a um dos principais problemas da economia portuguesa, que é o défice da balança comercial”, alertou.
De acordo com a estimativa rápida hoje divulgada pelo INE, o Produto Interno Bruto (PIB), em termos homólogos, aumentou 2,1% em volume no primeiro trimestre de 2018 (2,4% no trimestre anterior) e, comparativamente com o quarto trimestre de 2017, o PIB aumentou 0,4% em termos reais (0,7% no trimestre anterior).
Na segunda-feira, o INE confirmou que a carga fiscal aumentou em 2017 face ao ano anterior 0,4 pontos percentuais, representando 34,7% do PIB e atingindo o valor mais alto desde 1995, o início da série.
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