Cuatrecasas obtém do Financial Times o prémio de sociedade de advogados mais inovadora da Europa continental

A firma ibérica é premiada também pela sua prestação em “Strategy & Changing behaviours” e “Collaboration” e mereceu também louvor as áreas “New products & services” e outras.

A Cuatrecasas foi considerada uma das sociedades de advogados europeias líderes em inovação em serviços jurídicos, de acordo com a publicação britânica Financial Times Innovative Lawyers. Na edição 2018, o júri reconheceu a sociedade presidida por Rafael Fontana e dirigida em Portugal por Maria João Ricou como a mais inovadora da Europa (excluindo o Reino Unido), destacando-se sobretudo nos aspectos de “Strategy & Changing behaviours” e “Collaboration”, bem como “New products & services”, “Technology” e “New business & service delivery models”.

Jorge Badía, director-geral da Cuatrecasas, foi considerado um dos 10 advogados mais inovadores da Europa por levar a cabo o processo de transformação da sociedade, especialmente ao nível do sistema de avaliação dos profissionais, pelo impulso dado às políticas de diversidade e igualdade e por dar voz às novas gerações. Por tudo isso, a Cuatrecasas situa-se na décima posição no ranking das sociedades de advogados mais inovadoras da Europa, sendo a primeira, no ranking deste ano, entre as que não são anglo-saxónicas.

A Cuatrecasas recebeu prémios nas categorias de “Strategy & changing behaviours” (Estratégia e mudança de comportamentos) e de “Collaboration” (Colaboração). O primeiro destes prémios, deve-se à Cuatrecasas Ventures, a sociedade que investe em startups e iniciativas de LegalTech. O segundo, deve-se às sinergias entre a Cuatrecasas e a Ogayar, na aposta na indústria citrícola.

A Cuatrecasas conseguiu também a qualificação de “highly commended” (altamente louvável) na categoria de “New products & services” (Novos produtos e serviços) graças a uma aplicação informática que permite medir o risco em operações de fiscalidade, consoante o tipo de imposto e o ano.

Igualmente da área fiscal, a sociedade é distinguida em “New business & service delivery models” (Desenvolvimento de negócio e modelos de prestação de serviços). A Cuatrecasas fez parte do reduzido número de entidades aderentes ao projecto piloto da Administração tributária de Espanha e da SAP para a implementação do Suministro Inmediato de Información (submissão imediata de informação) relativo ao IVA.

Finalmente, a categoria “Technology” (Tecnologia): a firma apostou na inteligência artificial para transformar a prestação de serviços no sentido de uma maior produtividade e eficiência, especialmente em áreas como o Imobiliário. É o caso da aplicação do Xray, uma aplicação baseada em “machine learning” e dedicada a operações de Due Diligence e registo maciço de dados.

Os Financial Times Innovative Lawyers são publicados anualmente desde há 13 anos. A iniciativa contempla um relatório, um ranking e prémios que avaliam e distinguem a inovação na advocacia de negócios e nos serviços jurídicos de empresas na Europa. Um júri independente encarrega-se de fazer a avaliação das candidaturas apresentadas.

A entrega dos prémios teve lugar no dia 4 de Outrobro, em Londres.

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Antas da Cunha Ecija integra Of Counsel em novo departamento de FinTech

María Ruiz de Velasco irá liderar o departamento de FinTech & Regulação Financeira da Antas da Cunha Ecija, integrando a sociedade como Of Counsel.

María Ruiz de Velasco irá liderar o departamento de FinTech, Regulação Financeira da Antas da Cunha Ecija, integrando a sociedade como Of Counsel. Especialista em Direito dos Valores Mobiliários, Regulação Financeira & FinTech, conta com uma vasta experiência adquirida em diferentes instituições financeiras, no Reino Unido e em Portugal, entre as quais a Morgan Stanley, LaSalle Investment Management, Alliance Bernstein e o Banco Espírito Santo.

Previamente à sua integração na Antas da Cunha Ecija, foi Diretora Adjunta no Departamento Internacional e de Política Regulatória e no Departamento de Inovação Financeira da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Desde 2017, é Chartered Fellow no Chartered Institute for Securities and Investment.

Pela primeira vez, e sob a liderança de María Ruiz de Velasco, foi criado um departamento ibérico do grupo Ecija que ficará sediado em Lisboa. O departamento de FinTech & Regulação Financeira foi concebido numa lógica de consolidação da estratégia de desenvolvimento das áreas ligadas ao Direito Digital e na qual se incluem os sectores de mercado de capitais, banca e seguros. Esta área irá potenciar novas estratégias de crescimento da Antas da Cunha Ecija.

Para a Sociedade, a chegada de María Ruiz de Velasco representa uma enorme satisfação, não só pelo reconhecimento de competências, mas também, pelo indicador de aposta da Ecija no escritório de Lisboa.

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Benfica bate FC Porto quatro anos depois e sobe à liderança da I Liga

  • Lusa
  • 7 Outubro 2018

Um golo de Seferovic deu ao Benfica o triunfo em casa sobre o FC Porto, por 1-0, no 'clássico' da sétima jornada da I Liga portuguesa de futebol.

Um golo de Seferovic deu hoje ao Benfica o triunfo em casa sobre o FC Porto, por 1-0, no ‘clássico’ da sétima jornada da I Liga portuguesa de futebol, que permitiu aos ‘encarnados’ igualar o Sporting de Braga na liderança.

O Benfica, que não vencia os ‘dragões’ desde dezembro de 2014, impôs-se no Estádio da Luz, em Lisboa, com um golo do avançado suíço, marcado aos 62 minutos, proporcionando ao treinador Rui Vitória o seu primeiro triunfo de sempre sobre o FC Porto, atual campeão nacional.

Com este triunfo, o Benfica passa a somar 17 pontos e salta para a liderança do campeonato, em igualdade com o Sporting de Braga, enquanto o FC Porto fica em terceiro, com 15, e sob ameaça do Sporting (13), que visita hoje o Portimonense.

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Bloco de Esquerda quer alargamento e maior atualização do abono de família

  • Lusa
  • 7 Outubro 2018

Catarina Martins, coordenadora do BE, diz existirem condições, no próximo Orçamento do Estado, para o "alargamento e atualização do abono de família muito além da atualização dos indexantes sociais.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, considerou este domingo existirem condições, no próximo Orçamento do Estado (OE2019), para o “alargamento e atualização do abono de família muito além da atualização dos indexantes sociais”.

“É necessário avançar no abono de família (…). No próximo OE, existem as condições para aprofundar o acesso ao abono de família, aprofundar o acesso a mais famílias, com mais condições e com uma atualização que vá bem além da atualização do indexante de apoio social a que lei já obriga”, argumentou Catarina Martins, em Lisboa.

Recordando que o acordo com o PS possibilitou, nomeadamente, a criação de um “abono especial até aos 3 anos e a reposição do quarto escalão do abono de família, que tinha acabado em 2010”, a coordenadora bloquista defendeu agora o “alargamento e atualização do abono de família muito além da atualização dos indexantes sociais”.

A aposta no abono, assim como no alargamento dos manuais escolares gratuitos a todo o ensino obrigatório e o acesso aos passes sociais “são a única forma de contributo para as políticas de família ou políticas de natalidade”, considerou.

Catarina Martins criticou que a direita, nesta área, reduza as suas propostas à criação de comissões e a benefícios fiscais, já que “descontos no IRS são para as famílias com mais dinheiro, mas que deixam a generalidade das pessoas de fora”.

As posições do BE foram defendidas esta tarde numa sessão pública sobre rendimento básico incondicional (RBI), emprego e segurança social, a decorrer num hotel de Lisboa.

Sobre o RBI, Catarina Martins escolheu fazer críticas através de uma analogia com o cheque escola criado pelo anterior executivo do PSD/CDS-PP.

“É o cheque escola ao nível do cheque vida. Em vez de termos escola pública, serviço nacional de saúde, saneamento básico, justiça e proteção civil, iremos comprar, no mercado, com o RBI o que o mercado nos puder fornecer”, disse.

A coordenadora recusou que o RBI seja uma “forma de liberdade de escolha”, mas antes o “mercado a ordenar”.

“Será o mercado a determinar o que oferece, em que local e para quem e, depois com o tal rendimento, veremos quem chega a aceder ao que hoje nós sabemos que é parte do nosso direito, da nossa democracia, do nosso salário indireto, que é o Estado social”, argumentou.

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Banca ainda tem 5,5 mil milhões em casas para vender. Um terço são do Novo Banco

No final de junho, o valor dos imóveis que os seis maiores bancos nacionais tinham em carteira ascendia a 5.533 milhões de euros. Há uma quebra de 2,5% face ao final de 2017.

Oito anos após o estalar da crise, os bancos ainda continuam a tentar desfazer-se dos imóveis entregues pelas famílias que deixaram de conseguir cumprir com o pagamento das prestações. Os imóveis que ainda têm em carteira estão avaliados em mais de 5,5 mil milhões de euros.

Este é o montante global a que os seis maiores bancos nacionais — Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Novo Banco, Santander Totta, BPI e Montepio Geral — avaliavam no final de junho os imóveis que tinham em carteira, segundo os respetivos relatórios e contas do primeiro semestre. Mais especificamente, 5.533 milhões de euros.

Mais de um terço desse valor está no balanço do Novo Banco. A carteira de imóveis do banco liderado por António Ramalho estava avaliada no final do primeiro semestre em perto de dois mil milhões de euros. Mais especificamente, 1.923 milhões, correspondentes a 35% do valor global.

Valor dos imóveis na carteira dos bancos em junho

Fonte: Relatórios e contas dos bancos

Segue-se-lhe o BCP com uma carteira avaliada em 1.664 milhões de euros, em junho. Ainda assim, a instituição financeira liderada por Miguel Maya foi aquela que mais conseguiu reduziu o valor dos imóveis no balanço. Nos primeiros seis meses de 2018, a carteira encolheu em 118 milhões de euros, ou em 6,6%.

Em termos percentuais, foi contudo, o BPI que apresentou a maior quebra da sua carteira de imóveis, mas cujo valor global também é o menos representativo do universo de bancos considerado. A instituição financeira liderada por Pablo Forero registou uma diminuição de 15% (12,3 milhões de euros) na sua carteira de imóveis que passou a ser de 67,7 milhões de euros e a representar apenas 1,2% da carteira total dos bancos.

Já o Santander Totta conseguiu baixar em 12% (15,4 milhões de euros), para em torno de 113 milhões de euros, o valor dos imóveis detidos. Também o Montepio Geral conseguiu baixar a sua carteira de casas, mas em apenas 1% (8,4 milhões de euros), para 789 milhões de euros.

Apenas a CGD não o conseguiu fazer baixar o valor da sua carteira de imóveis na primeira metade do ano. No final de junho, esta estava avaliada em 976 milhões de euros, a terceira maior do universo de bancos considerados. Este montante representa um acréscimo de 8% (73,5 milhões de euros) quando comparado com os 902,5 milhões detidos em casas pelo banco público no final de 2017.

Momento positivo para vendas

A tendência observada na CGD não foi, contudo, suficiente para impedir que o saldo global seja positivo no que respeita à evolução da carteira de imóveis. Face ao final do ano passado, o valor global dos imóveis detidos por aquelas seis instituições financeiras caiu em 147 milhões de euros, ou 2,6%, face aos 5.680 milhões de euros a que estavam avaliados em dezembro do ano passado.

Essa tendência não é alheia ao bom momento que o setor imobiliário. O BCP justifica a quebra do valor dos imóveis que tem em carteira precisamente com esse argumento. “Salienta-se que no primeiro semestre de 2018 foram alienados mais 36% de imóveis do que no primeiro semestre de 2017, sendo que o valor de venda dos mesmos tem vindo a situar-se acima do respetivo valor contabilístico de forma consistente e com ganhos crescentes“, explica a instituição financeira no relatório e contas do primeiro semestre.

Em média, no primeiro semestre de 2017 o valor de venda foi cerca de 11,5% acima do valor contabilístico, enquanto no primeiro semestre de 2018 esse ganho médio foi de 13,8%, especifica o banco, salientando ainda que “esta performance positiva enquadra-se num contexto de evolução favorável do mercado imobiliário”.

"Salienta-se que no primeiro semestre de 2018 foram alienados mais 36% de imóveis do que no primeiro semestre de 2017, sendo que o valor de venda dos mesmos tem vindo a situar-se acima do respetivo valor contabilístico de forma consistente e com ganhos crescentes.”

BCP

O Novo Banco também denota estar a tentar tirar partido do bom momento a que se assiste no mercado imobiliário. Nesse período, conseguiu encolher o valor dos imóveis em carteira em 66,6 milhões de euros. Ou 3,35% face aos 1.989 milhões em imóveis que detinha no final do ano passado. “Temos implementado um plano com vista à venda imediata dos imóveis registados em outros ativos, continuando a desenvolver todos os esforços com vista à concretização do programa de alienações estabelecido”, especifica o banco nos seus resultados relativos ao primeiro semestre.

No seguimento dessa estratégia, o Novo Banco anunciou em meados do último mês que iniciou a venda de uma carteira composta por nove mil imóveis avaliados em 700 milhões de euros, a maioria dos quais situados em Lisboa e no Porto. Com a designação de “Project Viriato”, esta operação imobiliária é assessorada pela Alantra, sendo que a carteira representa cerca de 30% do total de imóveis que a instituição presidida por António Ramalho pretende vender. Esta será uma das duas operações que o banco tem, previstas para este ano para limpar o balanço.

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Ir além dos 50 milhões nos aumentos à Função Pública? “Temos sempre de fazer opções”, avisa António Costa

Questionado sobre haver ou não margem para ir além de 50 milhões de euros para aumentar os salários dos funcionários público, António Costa fala na necessidade de "fazer opções".

Temos sempre de fazer opções“. Foi desta forma que António Costa reagiu quando questionado sobre a existência ou não de margem para ir além de um investimento de 50 milhões de euros para aumentar os salários dos funcionários públicos. A afirmação foi feita pelo primeiro-ministro este domingo, depois de Mário Centeno ter afirmado que “não há margem para ir além dos 50 milhões” em entrevista ao Público no sábado.

“O que foi dito e tem sido explicado é que, sem mais nenhuma medida, nós teremos já inscrito no Orçamento do Estado, um aumento de 3,1% do valor da massa salarial que são mais 750 milhões de euros“, começou por dizer António Costa em declarações aos jornalistas na Azinhaga do Ribatejo.

“O que tem sido dito é que, para além desse aumento de 750 milhões, temos uma margem de mais 50 milhões de euros que é possível alocar a este objetivo“, acrescentou, para logo depois esclarecer que no que respeita à elaboração da proposta do Orçamento do Estado “temos sempre de fazer opções”.

“Obviamente esses 50 milhões podem também ser canalizados para outros fins“, justificou o Primeiro-Ministro. “Consideramos, contudo, que depois de termos reposto os cortes nos vencimentos, termos reposto o horário e depois de termos descongelado as carreiras, é altura de os funcionários públicos passarem a ter também a normalidade que qualquer trabalhador deve ter de anualmente os salários poderem ser revistos em função da inflação”, acrescenta.

Em relação à possibilidade de distribuir esses 50 milhões de euros pelos salários dos funcionários, António Costa diz que “é um primeiro passo no sentido de restabelecer essa normalidade“.

O Primeiro-Ministro salienta que “a margem não é muita” e que por isso o que tem sido apresentado aos sindicatos “são cenários vários de como podemos utilizar essa verba”.

“Obviamente que, se dermos o mesmo a todos é pouco para cada um, e sobretudo para aqueles onde se justificaria haver um maior aumento”, explica António Costa, salientando a existência de “outros cenários onde há aumentos diferenciados, reforçando mais quem tem um vencimento inferior”.

“É por isso que se tem falado quer de aumentos de 50 euros para quem está hoje a ganhar o salário mínimo na função pública, mas podemos ir mais longe até aos 835 euros, e aí o aumento será maior, ou uma distribuição por todos, e aí fica pouco para todos”, concluiu, acrescentando que é isso que está a ser negociado com os sindicatos.

(Notícia atualizada às 13h25 com mais informação)

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“A proposta de lei do OE será a proposta do Governo e não da maioria parlamentar”

  • ECO
  • 7 Outubro 2018

Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, fala em "respeito mútuo" nas negociações do OE de 2019, mas salienta que a proposta de lei será do Governo e não da maioria parlamentar.

Respeito mútuo“. É este o tom que marca o clima das negociações entre o Governo e os partidos que o suportam no que respeita ao Orçamento do Estado para 2019, afirma Augusto Santos Silva em entrevista ao Diário de Notícias/TSF (acesso livre) neste domingo. Contudo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, e número dois do executivo de António Costa, faz questão de salientar que a proposta de lei para o Orçamento é do Governo e não da maioria parlamentar.

Numa entrevista que tem como ponto central o OE 2019 e a relação com o PCP e o Bloco de Esquerda (BE), partidos que suportam o Governo, uma das questões com que Augusto Santos Silva foi confrontado é sobre o recente afastamento do PS sobretudo em relação ao BE e se existe uma deterioração das relações com os parceiros.

O número dois do Governo nega que tal seja assim, preferindo falar num clima de “respeito mútuo”. “Julgo que a forma como a proposta de Orçamento está ou não a ser negociada, na parte em que é negociada, mostra que o clima é de respeito mútuo, de lealdade recíproca e de trabalho empenhado”, afirma Augusto Santos Silva.

Mas o membro do Governo fala ainda assim de “conceções políticas diferentes e, às vezes, em certas áreas, até antagónicas”, salientando que “há um trabalho de convergência que é preciso fazer”.

Augusto Santos Silva vai ainda mais longe no que respeita às negociações, chamando ao Governo o papel central. “A proposta de lei do Orçamento do Estado será a proposta do Governo e não da maioria parlamentar”, faz questão de frisar. “Não nos eximimos às responsabilidades específicas que temos nem nos esquecemos que esta fórmula política é a fórmula de um governo do Partido Socialista que beneficia de apoio parlamentar maioritário em áreas essenciais, mas ainda é um governo do Partido Socialista“, salienta ainda.

Relativamente a uma eventual participação dos dois partidos numa próxima legislatura, Augusto Santos Silva, suporta a manutenção do modelo atual. “Entendemos que esta fórmula [apoio parlamentar do PCP e BE] provou bem, trouxe a estabilidade política e institucional, trouxe políticas progressivas, quer no plano económico quer nos planos social e outros”, diz o número dois de António Costa.

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AEP: Subida dos preços da eletricidade é “uma machadada” nas empresas

  • Lusa
  • 7 Outubro 2018

O presidente da Associação Empresarial de Portugal alerta que a subida do preço da eletricidade é "uma machadada" nas empresas. Há associados que estarão a ser confrontados com aumentos acima de 25%.

O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) alertou este domingo que a subida do preço da eletricidade é “uma machadada” nas empresas, referindo que associados estão a ser confrontados com aumentos superiores a 25%.

Em declarações à Lusa, Paulo Nunes de Almeida disse que a AEP “está preocupada”, porque começaram a chegar por parte das empresas associadas indicações de que estavam a renegociar as tarifas anuais de eletricidade com os vários comercializadores e que eram confrontados com aumentos entre 25% a 30% comparativamente à tarifa que tinham no contrato anual anterior.

“Estamos a falar nas empresas que não estão no mercado regulado e que fazem acordos com os distribuidores”, explicou o presidente da AEP, realçando que “foram confrontadas com situações incomportáveis” e que algumas optaram, durante o período de verão, por comprar energia ao dia no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL).

No entanto, “inclusivamente essa estratégia acabou por não resultar, porque acabaram por pagar preços ainda mais altos do que aqueles que teriam se tivessem feito logo a renovação do contrato”.

E, neste momento, “estão a ser confrontados com aumentos ainda maiores do que os 25% a 30% a que estavam anteriormente”, lembrou o responsável.

No fundo, “isto é uma machadada que está a ser dada às empresas e que lhes vai retirar competitividade nos mercados internacionais”, advertiu o dirigente empresarial, dando como exemplos particulares a cerâmica, os plásticos e uma parte do setor têxtil, designadamente o que tem a ver com acabamentos, embora reconheça que o problema “é transversal” a todo o setor industrial.

A AEP, refere, já fez sentir ao secretário de Estados da Energia, Jorge Seguro Sanches, esta preocupação que “também é [a preocupação] dele e que está a desenvolver contactos com várias entidades no sentido de ver como é que se consegue minimizar este impacto”.

O presidente da AEP acrescentou que em Espanha “o problema é o mesmo”, o que já levou o Governo espanhol a eliminar um imposto sobre a produção (de 7%), criado há uns anos para reduzir o défice tarifário, que depois os produtores repercutiram sobre os consumidores.

“Urge tomar medidas, de outra forma a competitividade das empresas pode ser colocada em risco”, alertou.

De acordo com os dados disponibilizados pelo Ministério da Economia, em julho de 2018 o preço de eletricidade no MIBEL fixou-se em 61,87 euros, que comparam com 48,52 euros registado no mesmo mês do ano anterior.

Em agosto, os governos de Portugal e Espanha anunciaram que vão “pôr em marcha” um grupo de trabalho para analisar a subida de preços no MIBEL, ressalvando que não descartam a possibilidade de reforma do mercado.

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Tudo o que já se sabe que vai mudar para a Função Pública, pensionistas, contribuintes e ministérios

  • Lusa e ECO
  • 7 Outubro 2018

Aumentos das pensões e dos salários da função pública, alívio fiscal para emigrantes que regressem ao país e reforço de verbas para a Cultura e Ciência são algumas medidas dadas como certas.

Além das medidas já anunciadas pelo Governo, há ainda matérias a marcar a discussão do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) que estão em negociação com os partidos que apoiam a maioria parlamentar, nomeadamente o Bloco de Esquerda (BE) e o PCP, como é o caso do valor e método da atualização salarial no Estado, o aumento extraordinário das pensões, a revisão das reformas antecipadas e os impostos da energia.

No Programa de Estabilidade 2018-2022, o Governo definiu como meta para o próximo ano um crescimento económico de 2,3%, um défice de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) e a redução da dívida pública para 118,4% do PIB.

Eis algumas das medidas que deverão marcar o OE2019:

Desconto de 50% no IRS de emigrantes

Foi uma das primeiras medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, António Costa que, em agosto, afirmou que o OE2019 terá “incentivos fortes” para fazer regressar a Portugal quem emigrou entre 2011 e 2015, desde benefícios fiscais a deduções dos custos do regresso.

“No próximo Orçamento do Estado iremos propor que todos aqueles que queiram regressar, jovens ou menos jovens, mais qualificados ou menos qualificados, mas que tenham partido nos últimos anos e queiram regressar entre 2019 e 2020 a Portugal, fiquem, durante três a cinco anos, a pagar metade da taxa do IRS que pagariam e podendo deduzir integralmente os custos da reinstalação”, disse o primeiro-ministro e líder dos socialistas, em Caminha, na “Festa de Verão” do PS.

Reforço de verbas para Cultura e Ciência

O Governo vai propor “o maior orçamento de sempre na Cultura” para o próximo ano e a Ciência “vai ter o maior aumento orçamental”, disse António Costa, em Caminha.

Na área da Ciência, o Governo afirma que vai “cumprir o compromisso de criar cinco mil lugares de emprego científico, entre setor público e privado”.

Já em 13 de julho, no debate sobre o estado da Nação, Costa tinha avançado que as verbas para investigação e desenvolvimento vão atingir 1,5% do PIB em 2019, “reforçando a convergência com o objetivo de 3% do PIB em 2030″.

António Costa já disse que o Governo vai propor “o maior orçamento de sempre na Cultura” para o próximo ano e a Ciência “vai ter o maior aumento orçamental”.TIAGO PETINGA/LUSA

Aumento das pensões

Em janeiro, as pensões voltam a ser atualizadas de acordo com a lei que tem em conta a inflação (sem habitação) e o crescimento do PIB. Esta atualização, permitirá, segundo o Governo, que 98% dos pensionistas tenham em 2019 um aumento superior ao valor da inflação.

Além deste acréscimo previsto na lei, o Governo e os partidos que apoiam a maioria parlamentar estão a negociar um aumento extraordinário para os pensionistas, pelo terceiro ano consecutivo, que tem sido atribuído em agosto e que varia entre seis e 10 euros.

Tanto o BE como o PCP exigem que no próximo ano este aumento seja atribuído logo em janeiro. Em causa está uma atualização extraordinária por pensionista cujo montante global das pensões seja igual ou inferior a 1,5 vezes o valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS), ou seja, de 643,35 euros em 2018. ESte aumento é aplicado, sendo subtraída a atualização de janeiro.

Ainda sobre este tema, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, comprometeu-se em 04 de julho, no parlamento, a corrigir uma “divergência” através da inclusão de uma norma no OE2019 para que o aumento extraordinário das pensões seja incorporado no referencial dos valores mínimos das pensões.

Revisão das reformas antecipadas

Outro dos temas que marcam a discussão é a revisão do regime das reformas antecipadas, nomeadamente o fim do fator de sustentabilidade para as carreiras longas, uma das prioridades para o BE e que o primeiro-ministro já admitiu negociar em 2019.

Até agora foi dado um primeiro passo que garantiu o fim da penalização para quem tem pelo menos 46 anos de contribuições e começou a descontar para a reforma aos 16 anos de idade ou antes. Mas os partidos da esquerda parlamentar exigem que o fator de sustentabilidade (que este ano corta 14,5% do valor das pensões) seja eliminado para quem tem 60 anos de idade e 40 de contribuições, tal como foi inicialmente acordado tanto no parlamento como na Concertação Social.

Fim da reforma obrigatória aos 70 anos no Estado

O Governo prepara-se para acabar com a regra que obriga os funcionários públicos a reformarem-se aos 70 anos de idade. A intenção de o Governo pôr fim a este regime que existe há quase um século foi noticiada pelo jornal Público em 15 de agosto.

O gabinete do ministro das Finanças, que tem a tutela desta área, adiantou ao jornal que está “a ultimar o projeto de diploma” para equiparar o regime do setor público ao do setor privado.

Vieira da Silva já avançou com o fim da penalização para quem tem pelo menos 46 anos de contribuições e começou a descontar para a reforma aos 16 anos de idade ou antes.Paula Nunes/ECO

 

Contagem do tempo de serviço para carreiras especiais

O Governo aprovou em Conselho de Ministros na quinta-feira (04 de outubro) o decreto-lei que define que os professores vão recuperar dois anos, nove meses e 18 dias do tempo de serviço efetuado no âmbito do descongelamento das carreiras.

Porém, o BE já disse que vai avançar com uma apreciação parlamentar do decreto-lei caso o diploma seja promulgado pelo Presidente da República.

As estruturas sindicais dos professores reclamam a contabilização de nove anos, quatro meses e dois dias, mas o Governo tem defendido que a medida teria um impacto orçamental difícil de comportar no Orçamento do Estado do próximo ano.

À exigência de contagem do tempo de serviço dos professores juntam-se outras carreiras especiais da função pública, como enfermeiros, funcionários judiciais, guardas prisionais, polícias e profissionais da GNR.

Aumentos para a função pública

Os sindicatos da função pública exigem aumentos salariais para 2019 entre 3% e 4%, além do descongelamento das progressões que está a decorrer de forma faseada desde janeiro de 2018. Os trabalhadores do Estado não são aumentados desde 2009.

Sobre os aumentos na função pública, o primeiro-ministro defendeu, em entrevista à TVI em 01 de outubro, que a margem financeira disponível em 2019 deverá ser concentrada nos vencimentos mais baixos.

Segundo fontes ligadas às negociações, as propostas iniciais apresentadas pelo executivo variavam entre cinco e 35 euros, dependendo do número de trabalhadores abrangidos. Ou seja, quanto menor o universo de funcionários abrangidos, maior será o valor do aumento, dando prioridade aos que têm remunerações mais baixas.

Porém, o processo ainda não está fechado.

No sábado, em declarações ao Público, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse que o Governo tem disponíveis 50 milhões de euros para aumentar os salários dos funcionários públicos.

“Não há margem visível, estamos a debater um adicional de 50 milhões de euros em cima dos 750 milhões de euros que já vão estar no Orçamento do Estado para despesas com pessoal”, afirmou o ministro ao jornal.

Entretanto, o BE voltou a propor este ano uma redução das contribuições para a ADSE em 2019 (atualmente 3,5% por mês) que, caso seja aprovada, resultará num aumento do rendimento líquido disponível para funcionários e pensionistas do Estado.

Progressões na carreira faseadas

Na negociação com os sindicatos da administração pública, o Ministério das Finanças apresentou um anteprojeto de diploma no âmbito do OE2019 que prevê o pagamento faseado das progressões na carreira em 2019, à semelhança do que aconteceu este ano.

Assim, quem tem direito a progredir por ter reunido dez pontos na avaliação de desempenho (progressões obrigatórias) ou por opção gestionária em 2019 verá o pagamento do acréscimo salarial repartido em quatro vezes até 2020 da seguinte forma: 25% em 01 de janeiro de 2019, 50% em 01 setembro, 75% em 01 de maio de 2020 e 100% em 01 de dezembro.

Já os prémios de desempenho voltam a ser possíveis no próximo ano, mas será paga apenas metade do valor. Além disso, apenas os trabalhadores que não progredirem em 2018 e 2019 poderão ter direito a prémios ou a progressões por opção gestionária.

Quanto às progressões de 2018, o documento replica o OE2018 e estipula que 50% do acréscimo salarial terá de ser pago até 30 de abril de 2019, sendo 75% pagos em 01 de maio e 100% em 01 de dezembro.

No sábado, o ministro das Finanças disse que o Governo tem disponíveis 50 milhões para aumentar os salários dos funcionários públicos.Paula Nunes / ECO

Contratação de mil funcionários qualificados

Durante o debate sobre o estado da Nação, em 13 de julho, António Costa anunciou a contratação de mil funcionários públicos para o próximo ano.

“A administração pública tem também um papel essencial na sociedade da inovação. Assim, honrando os compromissos do Governo de valorizar, rejuvenescer e capacitar a administração, procederemos, no próximo ano, ao concurso de recrutamento para os quadros do Estado de mil jovens com formação superior, de modo a reforçar os centros de competências e as áreas estratégicas de conceção e de planeamento de políticas públicas e de digitalização da administração”, afirmou o primeiro-ministro.

Mexidas nos impostos sobre a energia

A descida do IVA sobre a eletricidade e o gás, uma taxa sobre as renováveis e alterações no imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP) são matérias em cima da mesa das negociações.

“Estamos disponíveis para debater a fiscalidade da energia no quadro do Orçamento do Estado”, declarou no parlamento o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, em 21 de julho, durante a discussão de iniciativas para o fim do adicional ao ISP.

Apesar de já ter sido chumbada no parlamento, o BE e o PCP asseguram que vão insistir na redução do ISP durante as negociações do OE2019, nomeadamente o fim do adicional a este imposto que foi criado em 2016.

Em 09 de agosto foi publicada uma resolução da Assembleia da República a recomendar ao Governo a “redução imediata” do ISP e “a sua adequação face ao aumento do preço do petróleo”.

Quanto à criação de uma taxa sobre as empresas produtoras de energias renováveis, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, admitiu em maio, em entrevista ao Jornal de Negócios, que o tema “não é assunto encerrado”.

Já sobre a redução do IVA da eletricidade e do gás proposto pelo BE e pelo PCP, o primeiro-ministro afastou na segunda-feira, em entrevista à TVI, essa possibilidade, defendendo que teria um impacto estimado na ordem dos 500 milhões de euros, mas as negociações continuam.

A subida da taxa do IVA de 6% para 23% entrou em vigor em 01 de outubro de 2011. A medida constava do programa da ‘troika’ para o resgate português.

Alterações no Adicional ao IMI

O Governo admitiu alterações às regras do Adicional ao IMI (AIMI) no próximo ano. O imposto foi criado em 2017 e incide sobre a soma dos valores patrimoniais tributários (VPT) dos prédios urbanos situados em território português.

Aos contribuintes singulares com imóveis de valor entre 600 mil e um milhão de euros é aplicada uma taxa de 0,7%, enquanto para as empresas a taxa é de 0,4% sobre a totalidade do VPT (sem a dedução de 600 mil euros).

No parlamento, vários partidos denunciaram que alguns bancos estavam a exigir aos clientes de ‘leasing’ imobiliário os custos com este imposto, mesmo em situações cujo montante contratualizado se situava abaixo do limiar de 600 mil euros.

Na resposta aos deputados, o Ministério das Finanças confirmou a situação e garantiu que “o Governo está a ponderar uma iniciativa em sede de proposta de lei de Orçamento do Estado para 2019 que possa enquadrar a questão colocada”.

O PCP defende a criação de mais um escalão no AIMI para prédios de valor acima de 1,5 milhões de euros.

Pagamento do IMI em três prestações

Em cima da mesa está uma proposta do Governo com vista a permitir que os contribuintes possam passar a pagar o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) em três prestações, quando o valor deste imposto for superior a 100 euros. Essa possibilidade só é possível atualmente quando o valor do imposto é superior a 500 euros.

A proposta do executivo foi apresentada à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), como avançou o Jornal de Notícias na sua edição de 26 de setembro.

Atualmente, a totalidade do IMI tem de ser paga em abril quando não excede 250 euros. Acima dessa valor e até 500 euros pode ser pago em duas prestações, uma em abril e outra em novembro. Acima de 500 euros é possível pagar em três vezes (abril, julho e novembro).

O PCP defende a criação de mais um escalão no AIMI para prédios de valor acima de 1,5 milhões de euros.Paula Nunes / ECO

Segunda fase da alteração dos escalões do IRS

Não estão previstas novas alterações ao IRS no próximo ano, mas este imposto voltará a baixar em 2019 devido ao desagravamento que ficou estabelecido com o OE2018. De acordo com o Programa de Estabilidade apresentado em abril, as alterações aos escalões do IRS terão um impacto de 155 milhões de euros no próximo ano, que se somam aos 230 milhões de euros previstos para 2018.

Esta nova descida em 2019 está relacionada com o facto de as alterações aos escalões não terem sido totalmente refletidas na retenção na fonte durante este ano.

Já o mínimo de existência (valor de rendimento livre de IRS) será atualizado em linha com o novo Indexante de Apoios Sociais, mas o PCP reclama uma maior abrangência da isenção.

O primeiro-ministro referiu em entrevista à TVI que o próximo orçamento elevará a fasquia do “mínimo de existência social”, o que permitirá a mais famílias estarem isentas de IRS em 2019.

Os escalões de IRS também serão atualizados em linha com a inflação.

Alterações na retenção na fonte no trabalho suplementar

O Governo está a estudar uma nova forma de aplicar a retenção na fonte do IRS aos valores que os trabalhadores recebem por terem realizado trabalho suplementar, uma medida avançada por Mário Centeno aos parceiros sociais em 28 de setembro, segundo o Diário de Notícias.

O objetivo da alteração fiscal é evitar que os trabalhadores subam de escalão nos meses em que têm este tipo de rendimentos.

Atualização das tabelas do imposto automóvel

O Ministério das Finanças confirmou que as tabelas do Imposto Único Automóvel (IUC) e do Imposto sobre Veículos (ISV) serão atualizadas no OE2019, no âmbito do novo sistema de medições poluentes dos automóveis (medições WLTP).

Segundo um despacho de 01 de agosto do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, citado pelo jornal Expresso no início do mês, a Autoridade Tributária “deve apresentar, no âmbito dos trabalhos de preparação do Orçamento do Estado para 2019, uma proposta de revisão das atuais tabelas de ISV e de IUC e das normas que consagram isenções fiscais condicionadas a limites de emissões de CO2, ajustando-as aos níveis de emissões decorrentes do novo sistema WLTP”.

O novo sistema WLTP (Worldwide Harmonized Light Vehicles Teste Procedure) entra em vigor em setembro, em substituição do atual NEDC (New European Driving Cycle).

Fim da obrigatoriedade da entrega do PEC

O ministro das Finanças, Mário Centeno, confirmou que o OE2019 irá eliminar a obrigatoriedade da entrega do Pagamento Especial por Conta (PEC), uma medida muito reivindicada pelas empresas e que deverá chegar às que têm a sua situação contributiva regularizada.

“Prevemos terminar com a obrigatoriedade da entrega do PEC que neste momento é uma das grandes reivindicações desses setores, substituindo essa obrigatoriedade por um conjunto de outros instrumentos que nalguns casos já existem para que as empresas possam cumprir com as suas obrigações fiscais”, disse Centeno.

O OE2017 já previa que o limite mínimo do PEC fosse “reduzido progressivamente até 2019, sendo substituído por um regime adequado de apuramento da matéria coletável (…) através da aplicação de coeficientes técnico-económicos por atividade económica a publicar em portaria”.

Investimento na saúde, educação e transportes

Perante as críticas dos vários partidos sobre a falta de investimento público, o primeiro-ministro sinalizou que o Governo vai “dar continuidade ao investimento na saúde, educação e infraestruturas”.

Durante os comícios de Verão do BE, em 26 de julho, a coordenadora do partido, Catarina Martins, defendeu um investimento na saúde próximo dos 6% do PIB e o fim das taxas moderadoras.

Também o PCP e o PEV exigem o reforço do investimento nos serviços públicos, como a saúde, transportes ou educação no OE2019, enquanto o CDS tem elevado o tom das críticas sobre o desinvestimento nos transportes, nomeadamente na ferrovia.

Na entrevista à TVI, o primeiro-ministro afirmou que o próximo orçamento terá uma “inovação radical” com a introdução do passe único de transportes em Lisboa e Porto.

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147 milhões de eleitores decidem hoje futuro do Brasil

  • Lusa
  • 7 Outubro 2018

Um total de 147,3 milhões de brasileiros são chamados este domingo a votar nas eleições em que estarão em disputa o cargo de Presidente.

Um total de 147,3 milhões de brasileiros são chamados este domingo a votar nas eleições em que estarão em disputa o cargo de Presidente mas também representantes no parlamento (Câmara dos Deputados e Senado) e nos governos regionais.

As urnas serão abertas pelas 08:00 (12:00 em Lisboa) e têm o seu encerramento previsto para as 17:00 de cada fuso horário. As últimas urnas eletrónicas a fechar serão no Estado do Acre, 21:00 em Lisboa.

Se houver uma falha na urna eletrónica e na impossibilidade de substituição por outra do mesmo tipo, será utilizado o sistema tradicional de voto de boletim em urna.

Jair Bolsonaro, candidato do Partido Social Liberal (PSL) é quem lidera, de acordo com as últimas sondagens, a corrida às presidenciais, com 35% das intenções de voto dos brasileiros, contra 22% do segundo colocado, Fernando Haddad, que encabeça o Partido dos Trabalhadores (PT).

Esta é já considerada uma das eleições mais atípicas das últimas décadas, com uma forte polarização política entre a extrema-direita e a esquerda.

Caso nenhum candidato atinja este domingo a marca de 50% dos votos válidos, haverá uma segunda volta com os dois primeiros colocados, que está marcada para o dia 28 deste mês.

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Dá para prever o Nobel da Economia? Nos últimos cinco anos, deu

  • Marta Santos Silva
  • 7 Outubro 2018

A ciência não é misteriosa -- os mais influentes destacam-se pelas citações do seu trabalho nas obras de outros. Este ano, há novos "Laureados das Citações", que muitas vezes acabam por ser o Nobel.

Prever os Prémios Nobel não é um trabalho fácil. Não existem listas oficiais de candidatos nem de finalistas, o que deixa, em teoria, as hipóteses abertas para qualquer membro do campo em causa. Mas se a vitória de Bob Dylan, por exemplo, no campo da Literatura em 2016 surpreendeu muitos, houve quem já apostasse nele (e tenha ganho muito em troca). E nas áreas científicas, os possíveis vencedores estão mais limitados: quem cria métodos inovadores ou ideias influentes acaba por ver o seu trabalho repercutido no dos pares, que não podem deixar de o citar. É daí que vêm os “Laureados das Citações”.

Esta segunda-feira, a Real Academia das Ciências da Suécia vai apresentar o vencedor do Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel, e nos escritórios da Clarivate Analytics poderá voltar a haver motivo de comemoração — desde 2013 que não há um vencedor deste prémio que os analistas não tivessem já previsto. Com base nas citações feitas em todos os trabalhos científicos publicados nas revistas da enorme base de dados Web of Science, a Clarivate Analytics procura os nomes mais influentes e atribui os Nobel das Citações. Nos últimos cinco anos consecutivos um desses laureados, na área da economia, tem acabado a discursar na Suécia para agradecer o Prémio Nobel.

A Clarivate Analytics não prevê apenas o Nobel da Economia. Desde 2002, foram identificados 46 cientistas por esta empresa que ganharam mais tarde o prémio Nobel — nalguns casos não logo no ano em que foram Laureados das Citações. Por exemplo, os vencedores deste ano do Nobel da Medicina surgiram na lista da Clarivate Analytics em 2016.

Mas é no campo da Economia que o seu método de escolha dos cientistas mais influentes tem sido mais bem sucedido. “O que mais nos interessa são os autores de estudos extremamente citados”, lê-se na descrição da Clarivate Analytics. “Cada citação é um marcador de influência, (…) e uma citação é um pagamento de uma dívida intelectual, já que os autores usam as citações para reconhecer o trabalho anterior e fundacional sobre o qual estão a construir”.

Este ano, a Clarivate Analytics tem dois pares de cientistas e um terceiro nos favoritos para vencer o Nobel da Economia. Quem são, e o que fizeram?

O método Arellano-Bond dos favoritos europeus

Os principais favoritos este ano são a dupla Manuel Arellano, investigador em Madrid, e Stephen R. Bond, da Universidade de Oxford, que criaram, numa publicação de 1991, aquele que é conhecido como o método Arellano-Bond. Os dois economistas têm-se mantido com este artigo, desde então, perto do topo dos mais citados no campo da economia, chegando este a ser considerado o mais citado entre 1991 e 2015 pela plataforma digital francesa Hal.

O método de estimativa Arellano-Bond permite contornar alguns dos problemas que provocam erros nas estimativas de cálculo de uma mudança de política ou de outra variável. O método de Arellano e Bond usa os dados temporais de forma astuta para evitar problemas que existem noutros métodos, permitindo manter uma amostragem grande sem perder a quantidade de instrumentos de análise inicial. Ou seja, é um método muito útil para os economistas, que o continuam a usar até hoje.

O papel da capacidade de absorção na inovação

Outros candidatos sublinhados pela Clarivate Analytics são os investigadores Welsey M. Cohen, da Universidade de Duke em Durham, Carolina do Norte, e Daniel A. Levinthal, da Universidade da Pensilvânia. Estes cientistas são responsáveis pelo conceito da capacidade de absorção.

Este conceito, criado pelos investigadores num artigo seminal, significa a capacidade de uma empresa — ou país, ou organização — assimilar nova informação considerada valiosa e utilizá-la para chegar a melhores resultados.

Os investigadores assinalam a importância da capacidade de absorção no sucesso de uma empresa, pelo que estas devem investir na Investigação e Desenvolvimento para melhorar nesta frente. E acrescentam: “A cumulatividade da capacidade de absorção e o seu efeito na formação de expectativas sugerem um caso extremo de dependência de caminho, no qual uma vez que uma empresa deixa de investir na sua capacidade de absorção num campo que se move rapidamente, pode nunca mais assimilar nem explorar nova informação nesse campo, independentemente do valor dessa informação”.

Cohen e Levinthal também sublinham a importância de uma força de trabalho diversa, ou seja, contratando pessoas de diferentes backgrounds sociais e culturais, o que ajuda a expor os trabalhadores de uma empresa a novas formas de ver o mundo.

Kreps e os fenómenos económicos dinâmicos

Finalmente, isolado, David M. Kreps, da Universidade de Stanford, é reconhecido pela organização por um trabalho vasto que vai desde os fenómenos económicos dinâmicos até à teoria dos jogos e das organizações. O investigador, já premiado repetidamente por outras instituições, faz parte de uma onda de economistas que procura abranger áreas anteriormente excluídas da disciplina como a reputação e a motivação.

Kreps foi considerado pelo economista Andy Skrzypacs, citado num artigo publicado pela Universidade de Stanford, como “o mestre da modelação formal de fenómenos económicos”. Aplicando a sua capacidade de estudar fenómenos complexos e variáveis e aplicá-los a diferentes áreas da economia e das finanças, o grande forte de Kreps é, assim, a sua multidisciplinaridade que lhe permitiu deixar uma marca em diversos campos.

Esta segunda-feira de manhã, vamos saber se foi suficiente, quando o prémio Nobel for anunciado.

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Fogo na serra de Sintra dominado

  • Lusa e ECO
  • 7 Outubro 2018

O incêndio fez 21 ferimentos ligeiros e obrigou à retirada de 47 pessoas de casa. Foram ainda retiradas 300 pessoas do parque de campismo de Cascais.

O incêndio que deflagrou no sábado na serra de Sintra e que se alastrou a Cascais, no distrito de Lisboa, está dominado, anunciou hoje a Proteção Civil na sua página na internet.

O fogo foi dado como dominado cerca de 12 horas depois de ter deflagrado na zona da Peninha, tendo alastrado ao concelho de Cascais, num combate às chamas muito dificultado pelos ventos, que chegaram a ter rajadas de 100 quilómetros por hora.

O incêndio provocou 21 ferimentos ligeiros, entre os quais dez bombeiros, e obrigou à retirada de 47 pessoas de casa e de 300 pessoas do parque de campismo de Cascais, informou hoje a Proteção Civil.

O incêndio que deflagrou no sábado à noite na zona da Peninha, serra de Sintra, tendo-se alastrado, entretanto, ao concelho de Cascais, num combate às chamas muito dificultado pelos ventos que se fazem sentir, obrigou à retirada preventiva de casa de 47 pessoas de várias localidades em toda a área do incêndio, como Biscaia, Figueira do Guincho, Almoínhas.

Relativamente à retirada das pessoas do parque de campismo de Cascais, o comandante André Fernandes disse que foi “a maior evacuação por precaução” e que decorreu “dentro da normalidade, não havendo vítimas a registar nem danos materiais”. Entretanto, segundo a Proteção civil, estes já terão começado a receber indicação para poderem regressar ao parque de campismo.

Segundo a informação publicada no site da Autoridade nacional da Proteção Civil (ANPC), atualizada às 11h18, o incêndio estava a ser combatido por 611 operacionais, 181 meios terrestres e cinco meios aéreos.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h37)

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