INE confirma desaceleração da economia no terceiro trimestre

O INE confirmou que o PIB travou no terceiro trimestre. Economia cresceu 2,1% em relação ao período homólogo e 0,3% em cadeia. A procura interna deu um contributo mais fraco.

A economia portuguesa abrandou no terceiro trimestre, devido a um contributo menos positivo da procura interna, confirmou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). A taxa de variação homóloga registada de 2,1% é a mais baixa desde o segundo trimestre de 2016.

O PIB cresceu 0,3% entre julho e setembro em relação aos três meses anteriores e 2,1% face ao período homólogo. No segundo trimestre, a economia tinha apresentado uma taxa de variação em cadeia de 0,6% e um crescimento homólogo de 2,4%.

Em 2015, a economia cresceu 1,8%, tendo acelerado para 1,9% em 2019 e para 2,8% em 2017. Para este ano, o Governo prevê um crescimento económico de 2,3%.

O INE divulgou a 14 de novembro o valor provisório do PIB no segundo trimestre. Na altura, os economistas ouvidos pelo ECO consideraram que a economia tem de crescer 2,5% na reta final do ano para que a meta do Governo para o conjunto do ano se confirme.

Para 2019, o Executivo de António Costa espera um crescimento do PIB de 2,2%, o que permite um défice de 0,2%. Esta projeção acontece numa altura em que várias instituições têm apontado para um abrandamento económico na Zona Euro para onde Portugal dirige a maior fatia das suas exportações.

Famílias travam na compra de bens duradouros

Para esta desaceleração do PIB contribuiu principalmente o consumo privado, nomeadamente, a compra de bens duradouros. O INE revela que as “despesas em bens duradouros desaceleraram para uma variação homóloga de 5,3% (8,8% no segundo trimestre)“. Em termos globais, no terceiro trimestre, “o consumo privado desacelerou em volume, passando de um crescimento homólogo de 2,7%, no 2º trimestre, para 2,3%”.

O investimento voltou a registar uma taxa de variação homóloga de 4,4%, embora a Formação Bruta de Capital Fixo – uma medida mais afinada do investimento efetivamente feito naquele trimestre – tenha acelerado entre o segundo e o terceiro trimestre. “A FBCF em material de transporte passou de uma variação homóloga de -5,6%, no segundo trimestre, para 9,3%, compensando a desaceleração verificada nas restantes componentes“, acrescenta o INE.

O consumo público cresceu 0,7%, contra os 0,9% observados no trimestre anterior (também em termos homólogos).

No total a procura interna passou de uma taxa de variação homóloga de 2,7% para 2,4%, o que levou a um contributo mais fraco do atual motor da economia para o desempenho no terceiro trimestre.

Assim, segundo as contas do INE, para este crescimento de 2,1% em termos homólogos contribuiu um aumento de 2,4 pontos percentuais na procura interna. Já a procura externa líquida deu um contributo negativo de 0,3 pontos percentuais.

Tanto as exportações como as importações abrandaram em termos homólogos, uma tendência visível no caso das vendas para o exterior quer ao nível dos bens quer ao nível dos serviços.

“As exportações de bens e serviços em volume registaram um crescimento menos intenso no terceiro trimestre, passando de uma variação homóloga de 7,1%, no segundo trimestre, para 3,1%”, avança o INE. O instituto acrescenta que, no período em análise assistiu-se, igualmente, a uma “desaceleração significativa das importações de bens e serviços, com uma variação homóloga de 3,5% em volume, após um aumento de 7,5% no segundo trimestre.

Comparativamente com o segundo trimestre de 2018, o PIB aumentou 0,3% em termos reais, menos 0,3 pontos percentuais (p.p.) que no trimestre anterior. O contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB passou de nulo a negativo, refletindo uma diminuição das exportações de bens e serviços mais intensa que a das importações de bens e serviços. O contributo positivo da procura interna aumentou no terceiro trimestre, traduzindo um crescimento mais elevado do consumo privado e do investimento“, acrescenta o INE.

(Notícia atualizada às 11h49 com mais informação)

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Portugal tem a terceira maior queda do desemprego na Europa

A taxa de desemprego fixou-se, em outubro, em 6,7% na União Europeia. Portugal é dos países que conseguiu uma redução homóloga mais acentuada.

A confirmar-se a estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE) de que a taxa de desemprego em Portugal foi de 6,7% em outubro, o país terá conseguido, nesse mês, a terceira maior queda homóloga do desemprego entre os 28 países da União Europeia.

Os dados divulgados esta sexta-feira pelo Eurostat mostram que a taxa de desemprego se fixou, em outubro, em 6,7% na União Europeia, o mesmo valor registado em setembro e uma quebra de 0,7 pontos percentuais face a outubro do ano passado. Já considerando apenas os países da Zona Euro, a taxa de desemprego sobe para 8,1%, a mesma que foi registada em setembro e uma redução de 0,7 pontos em relação a outubro do ano passado.

Portugal apresenta, assim, uma taxa de desemprego que fica em linha com a média europeia, mas destaca-se entre os países que mais reduziram o desemprego no espaço de um ano. Só a Croácia e Espanha conseguiram quebras homólogas mais acentuadas, de 2,1 pontos percentuais para uma taxa de 8,1% e de 1,8 pontos para uma taxa de 14,8%, respetivamente.

Apesar desta evolução positiva, Portugal é o país com a nona taxa de desemprego mais elevada, entre os 28 países da União Europeia. Com taxas de desemprego mais elevadas do que Portugal estão a Grécia (18,9%), Espanha (14,8%), Itália (10,6%), França (8,9%), Chipre (8,5%), Croácia (8,1%), Finlândia (7,2%) e Letónia (6,9%).

Do lado oposto, República Checa (2,2%), Alemanha (3,3%) e Hungria (3,7%) apresentam as taxas de desemprego mais baixas da Europa.

Taxa de desemprego na União Europeia foi de 6,7% em outubro

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Depois do chumbo de Carlos Pereira, Governo nomeia Pedro Verdelho para a ERSE

O ministro do Ambiente e da Transição Energético nomeou Pedro Verdelho para vogal do Conselho de Administração da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.

O ministro do Ambiente e da Transição Energético nomeou Pedro Verdelho para vogal do Conselho de Administração da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Isto depois da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas ter dado um parecer desfavorável ao deputado socialista Carlos Pereira, que acabou por renunciar à sua nomeação, deixando vago o lugar que deverá agora ser ocupado por Verdelho.

Em comunicado, o Governo explica que a Comissão de Recrutamento e Seleção da Administração Pública “considerou o perfil de Pedro Geraldes Martins Verdelho adequado às funções a desempenhar”. O Ministério sublinha ainda que já foi solicitada à Comissão de Economia, Inovação e Obras públicas a audição prevista na lei.

Pedro Verdelho é doutorado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. A concretizar-se, esta não será a primeira vez que o engenheiro passa pela ERSE, tendo sido diretor de tarifas e preços entre 1999 e 2018.

No início de outubro, o Governo anunciou que tinha escolhido o deputado socialista Carlos Pereira para o cargo em causa. Na altura, a nomeação foi confirmada pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública, mas acabou por ser chumbada pela Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas.

“Das opiniões e considerações dos partidos expressas durante as audições, pode concluir-se que não reúne consenso a personalidade indicada pelo Governo para o cargo de vogal do Conselho de Administração da ERSE, emitindo-se assim parecer desfavorável à nomeação”, lia-se na nota, que acabou por levar Pereira a renunciar ao cargo em causa.

Apesar dessa decisão, o socialista fez questão de frisar que considerava a “conclusão desadequada”, já que partiu de “pressupostos político-partidários”. Isto porque o parecer negativo da comissão em causa teve origem num relatório do PCP que recomendava um parecer desfavorável à nomeação.

(Notícia atualizada às 10h58).

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Novo Banco vende carteira de malparado de 400 milhões em Espanha até ao final do ano

O Novo Banco quer vender crédito em incumprimento em Espanha no valor de 400 milhões de euros até final do ano, isto quando está em curso a alienação de outra carteira de malparado de 1,7 mil milhões.

O Novo Banco está a vender uma carteira de crédito malparado em Espanha no valor de 400 milhões de euros, numa operação que deverá acontecer até final do ano. E isto numa altura em que o banco liderado por António Ramalho se prepara para alienar outro conjunto de NPL (Non Performing Loans) avaliados em 1,7 mil milhões.

A venda “está em curso e deverá ficar finalizada até final do ano”, adianta o Novo Banco citado pela agência Bloomberg, que avança a notícia.

A agência informa ainda que o banco português está a aceitar propostas pela carteira designada “Albatros” até meados do próximo mês, pretendendo concluir o processo nas semanas seguintes.

De acordo com as últimas contas apresentadas pela instituição, o Novo Banco detinha cerca de 8,8 mil milhões de euros em NPL no final de junho deste ano, menos 784 milhões de euros face ao final do ano passado. Este montante correspondia a um rácio de crédito não produtivo de 28,7%. Mas o objetivo de António Ramalho passa por baixar ainda mais a exposição do banco a estes ativos problemáticos.

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A instituição deverá fechar até final do ano a venda da maior carteira de malparado de sempre no mercado português, o chamado projeto “Nata”, que engloba NPL no valor de 1,7 mil milhões de euros. São três os candidatos que estão na corrida para comprar este portefólio: KKR, Deutche Bank e Cerebrus.

Para a instituição detida em 75% pelo Lone Star e 25% pelo Fundo de Resolução, a venda dos empréstimos problemáticos representa “mais um importante passo no processo de desinvestimento de ativos não estratégicos, prosseguindo a sua estratégia de foco no negócio bancário”, segundo afirmou António Ramalho recentemente.

Recentemente, o banco também vendeu uma carteira de 9.000 imóveis aos americanos do Anchorage Capital Group por 716 milhões de euros, com a gestão deste portefólio a ficar a cargo da Finsolutia e da Hipoges.

(Notícia atualizada às 11h01)

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Inflação em Portugal abranda. E na Zona Euro também

  • Lusa e ECO
  • 30 Novembro 2018

Novembro trouxe uma ligeira desaceleração do crescimento dos preços no país. Mas também na Zona Euro a inflação deverá abrandar, ainda que com expressão menor. 

Novembro trouxe uma ligeira desaceleração do crescimento dos preços no país. Mas não só, também na zona da moeda única a inflação deverá abrandar, ainda que com expressão menor.

O Índice de Preços no Consumidor (IPC) subiu 0,9% em novembro, face ao mesmo mês de 2017, mas desacelerando face à variação de 1,0% em outubro, segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira divulgada. A variação homóloga estimada do indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) situou-se em 0,6%, quando em outubro tinha sido de 0,4%, refere o INE.

A taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos terá diminuído de 7,3% em outubro para 4,9% em novembro.

Já a variação mensal do IPC terá sido -0,4%, quando em outubro o valor apurado foi -0,1% e em novembro de 2017 tinha sido -0,3%, estimando-se uma variação média nos últimos doze meses de 1,1%, valor idêntico ao registado no mês precedente. Contudo, os dados definitivos referentes ao IPC do mês de novembro serão publicados a 12 de dezembro.

Na Zona Euro, a inflação relativa ao mês de novembro deverá situar-se em 2,0%, valor que compara com os 2,2% registados no passado mês de outubro, mostram os dados da estimativa rápida do Gabinete de Estatísticas da União Europeia, o Eurostat.

“Analisando as principais componentes da inflação na Zona Euro, espera-se que a energia registe a maior taxa [de inflação]”, pode ler-se na nota informativa. No mês de novembro, este setor deverá atingir uma taxa de 9,1%, que contrasta com os 10,7% verificados em outubro.

Seguem-se os alimentos, o álcool e o tabaco, com estimativa de taxa de inflação que aponta para os 2,0%, em comparação com 2,2% em outubro. Apenas os bens industriais deverão manter-se relativamente estáveis em comparação com o mês anterior.

Um novo boletim, já com dados para os Estados-membros, está agendado para 17 de dezembro.

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Altice dispara 15% após venda em França de 1,8 mil milhões

A Altice Europe vendeu 49,99% do seu negócio de fibra ótica em França por 1,8 mil milhões de euros, levando as ações a disparar 15% na quinta sessão de ganhos.

A Altice Europe, dona da Meo em Portugal, está a brilhar na bolsa holandesa esta sexta-feira, isto depois de o grupo multinacional ter anunciado a venda de 49,99% do seu negócio de fibra ótica a três fundos de investimento por 1,8 mil milhões de euros.

As ações da companhia de telecomunicações subiam mais de 15% esta manhã, estando há momentos a valorizar 9,19% para 2,02 euros. Trata-se da quinta sessão de ganhos seguida, período durante o qual a Altice Europe já acumula um ganho de 32%.

De acordo com a agência Reuters, a Altice Europe alienou aquela participação na SFR a um grupo de investidores que inclui a Allianz Capital Partners, a AXA Investment Managers e a Omers Infrastructure, numa operação que avalia a unidade de fibra ótica francesa em 3,6 mil milhões de euros.

“Com estas transações, a Altice France e a Altice Europe vão reduzir a sua dívida e vão ter acesso a nova e mais barata liquidez para investir na sua infraestrutura de fibra”, disse Patrick Drahi, fundador do grupo, num comunicado citado pela agência.

A Altice procura reconquistar a confiança dos mercados, depois de há um ano ter entrado no olho do furacão com os investidores bastante preocupados com a capacidade da companhia para pagar a sua dívida de 30 mil milhões de euros.

"Com estas transações, a Altice France e a Altice Europe vão reduzir a sua dívida e vão ter acesso a nova e mais barata liquidez para investir na sua infraestrutura de fibra.”

Patrick Drahi

Patrick Drahi

Este ano, a Altice já conseguiu arrecadar quatro mil milhões de euros com a venda dos seus negócios de torres de telecomunicações em França e Portugal, dinheiro que vai servir para reduzir o seu endividamento enquanto o mercado começa a dar sinais positivos em relação à estratégia que está a ser implementada pelo grupo.

Altice avança na bolsa de Amesterdão

(Notícia atualizada às 10h19)

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Dos touros aos professores. O Orçamento pelos olhos do deputado mais desalinhado

Nos três dias de debate do Orçamento, Paulo Trigo Pereira apresentou 20 declarações de voto. Dos professores aos touros, o ECO põe debaixo da lupa as explicações do deputado "mais desalinhado".

“Oiço castanholas. Deve ser o senhor deputado Paulo Trigo Pereira”, atirou a presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administração. “Quero dar um bocadinho de música à sessão para não ser tão monótona”, respondeu-lhe esse mesmo parlamentar, confirmando-lhe as suspeitas. Queria anunciar que ia apresentar duas declarações de voto sobre as propostas que os deputados acabavam de votar. As primeiras duas daquelas que haveriam de ser duas dezenas, nos três dias de debate e votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2019.

De segunda a quinta-feira, o Parlamento passou a pente fino o plano apresentado por Mário Centeno e as quase mil propostas avançadas por todas as bancadas parlamentares. Foram quatro longos dias de trabalho, que ficaram marcados por maiorias “alternativas”, chumbos custosos aos cofres do Estado e apartes como este das “castanholas” que, por duas vezes, na primeira tarde de votações, assinalaram a entrega de explicações por parte de Paulo Trigo Pereira. Nos restantes dias, a entrega das declarações em causa foi feita já sem música, mas sem falhar.

Não fosse este deputado submetido a disciplina de voto na segunda bancada mais robusta do Parlamento, a posição que teria tomado, em diversas ocasiões, teria sido bem diferente. Entre estes temas que lhe asseguram, mais uma vez, o título de “deputado mais desalinhado” (as estatísticas divulgadas pelo Hemiciclo já tinham apontado essa sua característica), estão a contabilização do tempo de serviço dos professores, a redução do IVA dos eventos tauromáquicos, a baixa do teto máximo das propinas do ensino superior e até a tributação do leite com chocolate.

Importa sublinhar que os sindicatos reivindicam retroativos relativamente a todos os anos que as carreiras estiveram congeladas. Em nosso entender, o descongelamento já é um progresso.

Paulo Trigo Pereira

Deputado

“Integrando o grupo parlamentar do Partido Socialista (GPPS), cumpro a disciplina de voto relativamente a matérias cruciais como seja o Orçamento do Estado. Importa, porém, assinalar algumas matérias que, tendo votado de forma idêntica ao GPPS, necessitam a meu ver de fundamentação, ou que na inexistência dessa disciplina votaria de forma diversa“, lê-se na cabeça do agrupamento diário das declarações de votos feitas pelo deputado e enviadas à imprensa.

A primeira medida a figurar nesse guião é a contabilização do tempo de serviço dos professores, uma matéria em que Paulo Trigo Pereira acompanha o sentido de voto do PS (isto é, é contra as propostas apresentadas pelo CDS, PSD, BE e PCP), mas julga ser necessário apresentar justificações. Recorde-se que as duas primeiras propostas foram aprovadas, levando o Executivo de António Costa a regressar às negociações com os sindicatos, apesar de o Conselho de Ministros já ter dado “luz verde” à contabilização de apenas dois anos, nove meses e 18 dias do tempo de serviço destes profissionais.

“Importa sublinhar que os sindicatos reivindicam retroativos relativamente a todos os anos que as carreiras estiveram congeladas. Em nosso entender, o descongelamento já é um progresso, sendo que a verdade é que a questão dos retroativos não consta do programa do PS ou do programa do Governo, sendo algo injusto relativamente a outras carreiras atendendo, designadamente, ao facto de a progressão dos professores ser mais rápida que a existente no plano das carreiras gerais”, nota o deputado, na sua declaração de voto.

Na opinião de Trigo Pereira, “adiar despesa pública com promessas para o futuro” é um “erro” que, diz, o país não deve repetir.

De maneira nenhuma poderia apoiar a baixa do IVA nas touradas, equiparando-a a esses espetáculos. Não é uma questão de gosto, é uma questão de processo civilizacional.

Paulo Trigo Pereira

Deputado

Da polémica contabilização do tempo de serviço dos professores para os touros que tanta tinta têm feito correr, Paulo Trigo Pereira diz ter opinião contrária à da bancada que integra e garante que votaria contra qualquer descida do IVA dos eventos tauromáquicos (uma medida que acabou por ser aprovada).

“Deve, sim, haver uma progressiva sensibilização social para as condições em que se realizam as touradas”, defende o deputado. “Não equiparo as touradas a espetáculos de canto, dança, música e teatro, pela simples razão que destes espetáculos as touradas são o único que inflige sofrimento aos animais “, reforça o político, referindo que não está em causa uma questão de gosto, mas de processo civilizacional.

Outra matéria em que, a não haver disciplina de voto, Paulo Trigo Pereira posicionar-se-ia de modo diferente é a da redução do teto máximo das propinas do ensino superior. “Trata-se de uma proposta com a qual discordo veementemente, pois não se adequa em nada aos seus alegados objetivos”, começa por explicar o deputado.

O político defende que esta medida representa uma “interferência na autonomia das instituições do ensino superior” e tem um “efeito regressivo na distribuição de rendimento”, porque os principais custos dos estudantes, diz, não são as propinas mas as despesas de alojamento e alimentação, o que significa que esta redução beneficia mais as famílias com rendimentos superiores do que as mais necessitadas.

Não deixa de ser curioso, e paradoxal, que os partidos da esquerda aprovem uma proposta de direita e que os partidos de direita aprovem uma proposta de esquerda. A política, definitivamente, já não é o que era.

Paulo Trigo Pereira

Deputado

“Se o Estado considera que a administração central deve e pode abdicar de receitas públicas, melhor faria se não abdicasse dessas receitas e aumentasse a despesa nesse montante dirigida à ação social escolar apenas para os estudantes que dela necessitam“, enfatiza ainda o parlamentar. Esta foi, de resto, uma das principais críticas dirigida pela direita ao Governo e aos seus parceiros, neste ponto.

Daí que Trigo Pereira note: “Não deixa de ser curioso, e paradoxal, que os partidos da esquerda aprovem uma proposta de direita e que os partidos de direita aprovem uma proposta de esquerda. A política, definitivamente, já não é o que era”. O deputado refere-se às propostas apresentadas pela direita para eliminar o artigo da proposta de Orçamento que baixa o limite máximo de propina.

Além disso, Paulo Trigo Pereira esclarece que daria “luz verde” à proposta do PAN para retirar as isenções aplicadas ao leite achocolatado ou aromatizado, tributando-o como qualquer outra bebida não alcoólica.

“A introdução do imposto sobre o açúcar nas bebidas, nesta legislatura, fez já com que a indústria se adaptasse rapidamente e colocasse no mercado produtos com menor teor de açúcar, com benefícios para a saúde pública. O mesmo poderá e deverá suceder quanto às bebidas achocolatadas com elevados teores de açúcar”, ressalva o deputado.

Esta é uma medida particularmente importante atendendo, também, ao facto de o leite achocolatado ser um produto consumido principalmente por crianças e jovens, uma faixa etária marcada por elevados níveis de obesidade e excesso de peso.

Paulo Trigo Pereira

Deputado

Apesar de apoiar a medida (que acabou por ser chumbada pelos deputados), Paulo Trigo Pereira critica a ausência de uma proposta relativa à tributação das bebidas à base de soja, que “também têm níveis de açúcar demasiado elevados”.

Nesta declaração de voto, o parlamentar aproveita ainda para deixar uma tabela comparativa do teor de açúcar de um conjunto de bebidas não alcoólicas, do Ice Tea ao leite achocolatado, invocando a própria intervenção de André Silva, que levou ao plenário dois pacotes dessas bebidas como adereços… que não falharam em chamar a atenção.

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El Corte Inglés junta-se à Alibaba para fazer frente à Amazon

Para além de vender os produtos através das plataformas do grupo, como o Tmall e o AliExpress, o El Corte Inglés terá acesso a tecnologias da Alibaba, nomeadamente de análise de dados.

O El Corte Inglés está a preparar-se para fazer frente à Amazon. O grupo espanhol fez uma parceria com o Alibaba, de forma a poder vender os produtos na plataforma online chinesa. Já o grupo fundado por Jack Ma terá acesso a infraestruturas em Espanha.

O pré-acordo assinado entre as empresas determina uma troca de tecnologias, espaços de vendas e estratégias nos dois países, avança o El País (acesso livre/conteúdo em espanhol). As empresas vão partilhar infraestruturas e canais logísticos, de forma a facilitar a logística das operações em cada um dos locais.

Para além de vender os produtos através das plataformas do grupo, como o Tmall e o AliExpress, o El Corte Inglés terá acesso a tecnologias da Alibaba, nomeadamente de análise de dados. Em troca, o Alibaba poderá utilizar os centros do grupo espanhol como pontos de recolha para os clientes e também exposição de produtos. Existem mais de 90 centros comerciais do El Corte Inglés em Espanha, bem como centros logísticos.

Este não é o primeiro contacto entre as duas empresas. O El Corte Inglés assinou, em março, um acordo com o Alipay, o sistema de pagamento associado ao grupo Alibaba, para tornar as compras mais fáceis para os turistas chineses que visitam a Espanha. Mais recentemente, no início do mês, o AliExpress abriu um espaço temporário num dos centros comerciais do grupo, em Madrid, para celebrar o Dia dos Solteiros, um evento anual de descontos.

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Hoje é o último dia para proprietários com montante superior a 250 euros pagarem o IMI

  • Lusa
  • 30 Novembro 2018

Nos casos em que o montante é superior a 250 euros e igual ou inferior a 500 euros, trata-se da segunda e última prestação do IMI a pagar este ano.

O prazo para o pagamento das últimas prestações do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), que se aplica a todos os casos em que o montante é superior a 250 euros, termina esta sexta-feira, segundo informação da Autoridade Tributária (AT).

Nos casos em que o montante é superior a 250 euros e igual ou inferior a 500 euros, trata-se da segunda e última prestação do IMI a pagar este ano. Para os proprietários que têm que pagar um montante superior a 500 euros, esta sexta-feira é o último dia para liquidar a terceira e última prestação do IMI.

Fixadas anualmente pelos municípios, as taxas do IMI podem variar entre 0,3% e 0,45% para os prédios urbanos (casas para habitação e terrenos para construção), enquanto no caso dos prédios rústicos (terrenos com fins agrícolas) a taxa aplicável é de 0,8%.

De acordo com a AT, apenas 17 dos 308 municípios portugueses comunicaram ao Fisco que vão aplicar a taxa máxima do IMI e 143 declararam que optaram pela taxa mínima.

Em termos de prazos, este imposto pode ser pago “em uma prestação, durante o mês de abril, quando o seu montante seja igual ou inferior a 250 euros; em duas prestações, nos meses de abril e novembro, quando o seu montante seja superior a 250 euros; e em três prestações, nos meses de abril, julho e novembro, quando o seu montante seja superior a 500 euros”.

Neste âmbito, as câmaras municipais podem aplicar deduções consoante a composição do agregado familiar (desconto de 20 euros por um filho, de 40 euros por dois filhos e de 70 euros por três ou mais filhos) e foram 225 os concelhos onde as famílias com filhos vão ter descontos no IMI.

Aveiro, Évora, Santarém e Setúbal são as capitais de distrito que aplicaram a taxa máxima de 0,45% de IMI e optaram por não dar desconto familiar aos seus munícipes. Já Lisboa aplicou a taxa mínima de 0,3% e reduz o IMI às famílias consoante o número de filhos, enquanto o Porto aplica uma taxa de 0,3240%, sem direito a redução para os agregados familiares.

Até esta sexta-feira, apenas oito dos 308 municípios não tinham declarado qual a taxa de imposto que vão aplicar: Pampilhosa da Serra (Coimbra), Arraiolos e Redondo (Évora), Aljezur e Lagos (Faro), Sabugal (Guarda), Constância (Santarém) e Mangualde (Viseu).

Vila Nova de Poiares (Coimbra) e Alandroal (Évora) vão aplicar a taxa de 0,5% de IMI por estarem ainda abrangidos por programas de apoio à economia local.

Para saber quanto vai pagar de IMI, um contribuinte terá de multiplicar o Valor Patrimonial Tributário do imóvel de que é proprietário pela taxa aplicada no respetivo concelho e deduzir o desconto familiar, caso tenha direito e essa ajuda seja aplicada no seu município. O IMI pago em 2018 tem por base o património do contribuinte até 31 de dezembro de 2017.

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Revista de imprensa internacional

O IPO do negócio das telecomunicações do Softbank, a parceria do El Corte Inglés com a Alibaba e as suspeitas do Facebook sobre Soros fazem manchetes na imprensa internacional.

O negócio das telecomunicações do Softbank está a caminho de um IPO multimilionário. Aqui ao lado, o El Corte Inglés fez uma parceria com o grupo Alibaba para fazer frente à Amazon. Já na Google, os trabalhadores exigem que os planos que contemplam um motor de busca para a China sejam cancelados. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes internacionais.

Financial Times

Negócio de telecomunicações do Softbank avaliado em 63 mil milhões

O SoftBank estabeleceu um preço de 1.500 yen por ação para a oferta pública inicial (IPO) do negócios de telecomunicações, o que avalia o negócio em 63 mil milhões de dólares. O IPO, que tem como objetivo angariar capital para pagar dívidas e para investir, está marcada para 19 de dezembro. As previsões dos analistas apontam para que o grupo japonês consiga arrecadar 23 mil milhões de dólares, já que o interesse nesta operação é bastante elevado.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

The Guardian

Lugar de Carlos Ghosn não será preenchido. Pelo menos, para já

Os líderes da Renault, Nissan e Mitsubishi não vão nomear um diretor interino para substituir Carlos Ghosn, depois de este ter sido detido. A aliança formada pelas fabricantes de automóveis será assim chefiada pelos três diretores, por agora, ao invés de ter uma figura central. Carlos Ghosn ainda deverá ficar detido em Tokyo mais dez dias, altura em que irão decidir formalmente se será acusado de crime.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

El Economista

El Corte Inglés fecha acordo com a Alibaba

O El Corte Inglés quer fazer frente à Amazon, e por isso vai juntar forças com a Alibaba. A empresa espanhola e a gigante asiática assinaram um pré-acordo para troca de tecnologias, espaços de vendas e estratégias nos dois países. Para além de vender os produtos para consumidores na China através da plataforma, o El Corte Inglés terá acesso à análise de dados da Alibaba. Em troca, o Alibaba poderá utilizar os centros do grupo espanhol como pontos de recolha para os clientes. As empresas vão também partilhar infraestruturas e canais logísticos.

Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Business Insider

Sheryl Sandberg pede ao staff para investigar Soros

A diretora de operações do Facebook pediu à equipa de comunicação para investigar os investimentos e negócios do multimilionário George Soros, de forma a perceber o que este tinha a ganhar com as críticas à rede social. O pedido surgiu depois de um discurso de Soros no World Economic Forum, em que disse que empresas como a Google e o Facebook eram uma ameaça para a sociedade e deviam ser reguladas.

Leia a notícia completa no Business Insider (acesso livre, conteúdo em inglês).

El País

Trabalhadores da Google pedem cancelamento do motor de busca para a China

“Somos trabalhadores da Google. A Google deve interromper o Dragonfly”, assim começa a declaração dos 187 colaboradores da gigante tecnológica que exigem o cancelamento do projeto que visa desenvolver o motor de busca para a China. Esta versão, adaptada ao país, permite que o Estado controle as pesquisas dos utilizadores e que censure certos conteúdos. Os quase 200 trabalhadores consideram que esta variante do motor de busca viola os direitos humanos.

Leia a notícia completa no El País (acesso livre, conteúdo em espanhol).

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O box logo que é o logótipo mais poderoso de 2018

Há uma nova geração de leilões a pensar nos consumidores digitais.. Em maio deste ano, aconteceu a primeira venda de cultura urbana do mundo e com foco nos “art-lennials”.

Podemos pensar em Londres ou em Nova Iorque, depois das filas à porta da Abercrombie & Fitch. Hoje o fenómeno mudou-se para a porta da Supreme. Talvez alguns sejam skaters mas, na grande maioria, são jovens, millennials, vestidos com t-shirts, hoodies, gorros ou bonés da marca. Para ser Supreme já não é preciso andar de skate na mão.

A marca norte americana fundada em 1994 e que se tornou a casa da cultura do skate em Downtown Manhattan é, em 2018, o “logótipo mais poderoso” na indústria da moda. É seguida pela americana Champion e pela italiana FILA, o que prova que o streetwear continua a ser uma tendência. Na lista, só depois surgem nomes icónicos na indústria da moda como Prada, Gucci ou Versace.

O famoso box logo vermelho é destacado no Year In Fashion Report, o novo relatório produzido pela plataforma de pesquisa sobre moda Lyst. O resultado tem por base uma análise de 100 milhões de pesquisas online, referências em redes sociais e visualizações de páginas, feitas por 80 milhões de consumidores de 120 países, que usaram a Lyst para pesquisas de moda.

“Acho que uma marca que vende praticamente tudo o que faz com o seu logo em 10 ou 11 segundos, seja um bilhete de metro, a capa de um jornal, uma pinball machine ou um tijolo, merece essa distinção. As peças que usam o famoso box logo da Supreme sejam hoodies, crewnecks ou gorros são os mais procurados, pois o seu valor muitas vezes no resell quadruplica. E a colaboração com a Louis Vuitton deu ainda mais expressão a este fenómeno pela junção de duas marcas aparentemente antagónicas”, comenta Pedro Lima, diretor criativo da agência Partners e assumido fã da marca.

A qualidade, o estilo e a autenticidade deram à Supreme uma identidade muito própria, a que se junta o trabalho com artistas, músicos e a colaboração com marcas de luxo como foi a parceria com a Louis Vuitton ou, mais recentemente, com a North Face. Cresceu nas ruas de Nova Iorque e cedo entendeu como construir uma marca hype, numa paisagem de consumo a ser transformada pelos millennials e num mundo onde “a regra é não haver regras”, como escreveu o Financial Times.

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Galp multada em Espanha por manipular preços do gás

A CNMC aplicou uma coima de 80.000 euros à Galp Gas Natural em Espanha, por manipulação do mercado.

A Comissão Nacional dos Mercados e da Competência (CNMC) multou a Galp Gas Natural, empresa da Galp Energia, por manipulação do mercado organizado de gás. A coima aplicada à petrolífera nacional será de 80.000 euros.

De acordo com a nota de imprensa, está em causa uma “infração grave”, que viola a “integridade e a transparência do mercado”. “A CNMC comprovou que a Galp Gas Natural, S.A. levou a cabo uma série de comportamentos anómalos, no dia 17 de janeiro de 2017, aquando da negociação” no mercado de gás, refere o regulador.

“A empresa comprou o gás com entrega a 18 de janeiro de 2017 por um preço 7% mais elevado ao que tinha vendido apenas minutos antes. Isto com o objetivo de fixar o preço final diário do produto num nível artificialmente alto“, através de transações pelo volume de negociações mínimo permitido, explica o regulador.

Esta operação aconteceu apenas três segundos antes do fecho da negociação do mercado, marcando, assim, um preço do produto diário acima do resto dos preços de referência.

Inicialmente, a sanção imposta foi de 100.00 euros, consoante as multas que a Lei prevê para estes casos. Contudo, o valor foi reduzido em 20% (para os 80.000 euros), “por ter sido [logo] voluntariamente pago pela Galp Gas Natural”.

Em declarações ao ECO, a Galp referiu que a operação em causa foi realizada em condições normais de mercado, “sem qualquer intenção de manipulação dos preços do gás natural” e “da qual não decorreu qualquer benefício para a empresa ou prejuízo para o mercado”.

Para a petrolífera, o valor da multa revela ainda “o reduzido grau de gravidade que o próprio regulador atribuiu a esta situação”.

No mesmo processo, foi também multada a Multienergía Verde, comercializadora de luz e gás, por motivo semelhante. À empresa espanhola foi aplicada uma coima de 120.000 euros, por “manipulação e tentativa de manipulação do mercado de gás”.

(Notícia atualizada com mais informação às 13h14)

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