Vieira da Silva garante que não vem aí uma “reforma radical” da lei laboral

  • ECO
  • 6 Março 2018

"Se pergunta se é intenção do Governo proceder a uma reforma radical do que é a legislação laboral, eu direi que não. Isso não está no programa do Governo", afirmou o ministro do Trabalho à Reuters.

Vieira da Silva garante que não prepara qualquer “reforma radical” da legislação laboral, embora venham aí alterações, como o Governo já tem feito, acrescentou. Numa entrevista à Reuters, o ministro do Trabalho e da Segurança Social esclareceu que já têm sido introduzidas alterações, e isso continuará “sempre que possível, com um forte suporte na concertação social”.

Perante exigências de reversão das mudanças implementadas pelo anterior Governo durante o período de ajustamento, vindas também dos partidos à esquerda do PS que suportam o Governo no parlamento, o Executivo de António Costa não prevê fazer alterações tão profundas. “Se me pergunta se é intenção do Governo proceder a uma reforma radical do que é a legislação laboral, eu direi que não. Isso não está no programa do Governo, nem é essa a nossa ambição”, disse o ministro.

Vieira da Silva assinalou, no entanto, que existem campos concretos no mercado de trabalho que precisam da intervenção do Governo, entre eles o “falso emprego independente, os chamados recibos verdes, e o contrato a termo fixo”, que tem um peso especialmente marcado em Portugal relativamente ao resto da Europa. Embora o desemprego tenha vindo a cair, o Governo quer ainda “produzir políticas para que o mercado de trabalho seja (…) moderno, justo e competitivo”, continuou.

 

Essa queda do desemprego tem mesmo sido superior àquilo que se esperava para esta altura. É possível que “as metas que o Governo fixou possam ser hoje consideradas algo conservadoras no que toca ao crescimento do emprego e à taxa de desemprego”, afirmou o ministro, e não é apenas devido ao turismo. “É, mas não só, porque se olharmos para o norte e litoral do país, há dinâmica industrial. E há as áreas de inovação. Mesmo nos setores ditos tradicionais como o calçado ou os têxteis, o potencial de inovação é muito grande.”

Salários têm de subir em Portugal

Para o ministro Vieira da Silva, não só o salário mínimo mas os restantes salários deverão continuar a subir. É “inevitável”, disse o ministro, e não é mau numa altura em que “Portugal tem uma relação entre a qualificação da sua mão-de-obra e o seu custo que continua a ser competitiva”. Assim o aumento dos salários não é necessariamente prejudicial para a competitividade externa nesta fase, podendo antes valorizar a economia “do lado da procura interna”, acrescentou.

“Julgo que [a subida de salários] não é um problema, é um fator positivo. Até porque só isso é que permitirá reter em Portugal competências que hoje, com alguma facilidade encontram alternativas de emprego com um diferencial significativo” no estrangeiro, continuou o ministro. “Temos que criar condições não apenas para reter, mas também para inverter o ciclo migratório, ou seja, Portugal tem de voltar a ser um país que atrai e não um país que repele.”

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BCP pressiona Lisboa. Energéticas evitam maiores perdas

A bolsa de Lisboa contrariou a tendência das pares europeias, encerrando em queda. O BCP pesou no índice ao cair mais de 2%, mas o setor energético travou as perdas na bolsa.

A bolsa de Lisboa recuou esta terça-feira, contrariando a tendência nas principais praças europeias. O índice foi pressionado pelo setor financeiro e do retalho, enquanto a energia travou as perdas, numa sessão em que o Stoxx 600 avançou 0,25%.

Neste contexto, o PSI-20 recuou 0,21% para 5.354,25 pontos. A pressionar o índice nacional esteve, sobretudo, o banco BCP. Os títulos da instituição liderada por Nuno Amado caíram 2,19% para 29,54 cêntimos. Já a segunda maior queda teve o carimbo da Jerónimo Martins. A dona do Pingo Doce desvalorizou 2,08% para 15,075 euros.

A travar a desvalorização do índice esteve o setor energético. A EDP contrariou o sentimento negativo e avançou 0,36% para 2,81 euros, enquanto a EDP Renováveis valorizou 0,28% para 7,185 euros. A Galp Energia subiu 0,17% para 14,83 euros.

No dia em que a Euronext vai anunciar a revisão da lista de empresas que compõem o principal índice da bolsa, o ECO avançou que a Ibersol e a Novabase estarão de saída, cerca de um ano depois de terem passado a integrar o PSI-20. Estas duas cotadas tiveram comportamentos díspares: a Ibersol fechou a valorizar 1,79%, enquanto a Novabase recuou 1,02%.

Ao mesmo tempo, a Sonae Indústria surge bem colocada para uma eventual promoção à principal liga da bolsa portuguesa. As ações, cotadas no índice geral, valorizaram 2,56% para 4,01 euros.

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José Costa Pinto leciona Governo Societário em Masters in Finance no ISEG

José Costa Pinto, sócio fundador da Costa Pinto & Associados, é convidado do Master in Finance do ISEG – Lisbon School of Economics & Management para lecionar um módulo sobre “Governo Societário”.

José Costa Pinto, sócio fundador da Costa Pinto & Associados, é convidado do Master in Finance do ISEG – Lisbon School of Economics & Management para lecionar um módulo sobre “Governo Societário” (Corporate Governance) no qual abordará em particular os modelos de governo das sociedades anónimas.

O Master in Finance do ISEG – Lisbon School of Economics & Management é um dos mais prestigiados programas da especialidade, na qual participam alunos dos mais variados cantos do Mundo (como sejam, Alemanha, Brasil, Itália, Indonésia, China, Croácia, entre outros).

A cadeira de Corporate Governance é da responsabilidade da Professora Maria João Guedes, Professora Auxiliar com Agregação do ISEG – Lisbon School of Economics & Management e PhD em Corporate Finance pelo Imperial College Business School.

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Banca europeia ainda “atolada” em malparado, diz BCG

  • Lusa
  • 6 Março 2018

Já na América do Norte, por oposição, o BCG diz que os bancos continuam rentáveis, ainda que em 2016 tenham interrompido anos de recuperação.

A consultora The Boston Consulting Group (BCG) considera que os bancos europeus ainda continuam a lutar pela recuperação, uma década após a crise financeira, e que o elevado crédito malparado é dos maiores problemas que enfrentam.

Na Europa, os balanços bancários continuaram atolados em crédito malparado em 2016, mantendo os custos de risco elevados”, refere o estudo ‘Global Risk 2018: Future-Proofing the Bank Risk Agenda’, divulgado esta terça-feira. Para Grasshoff, um dos autores do estudo, seria benéfico para resolver o problema do malparado “padronizar o tratamento legal do crédito malparado nas várias jurisdições da Europa”. Já na América do Norte, por oposição, o BCG diz que os bancos continuam rentáveis, ainda que em 2016 tenham interrompido anos de recuperação.

A análise à rentabilidade do setor bancário é feita tendo em conta o lucro ajustado pelos custos do risco, que o BCG denomina de lucro comercial. A nível mundial, o BCG diz que o lucro comercial do setor bancário diminuiu em 2016, depois de cinco anos positivos. O estudo destaca ainda a crescente regulamentação em torno do negócio bancário, estimando que, por dia, os bancos têm de lidar com 200 alterações regulamentares, o triplo das de 2011.

O volume global de revisões regulamentares que os Diretores de Risco devem monitorizar e implementar aumentou para uma média de 200 por dia, um nível que permaneceu estável nos últimos dois anos mas que representa o triplo do nível de 2011”, segundo a informação divulgada.

Ainda segundo o BCG, a criação de valor dos bancos diminuiu a nível mundial devido à regulamentação, aos crescentes riscos, aos custos das atividades de ‘compliance’ e ainda às multas com que muitos foram admoestados. Desde 2009 e até final de 2017, as penalizações por não cumprimento de regras atingiram os 345 mil milhões de dólares (cerca de 278 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual).

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Venda das revistas atira Impresa para prejuízo de 21,7 milhões

A Impresa apresentou um prejuízo de 21,7 milhões de euros em 2017, um valor resultante de imparidades com o negócio da venda das revistas. Sem esta operação, lucro teria caído 44%.

A Impresa IPR 0,00% registou um prejuízo de 21,65 milhões de euros no ano de 2017, um resultado negativo que resulta do reconhecimento de imparidades na sequência do negócio da venda das esmagadora maioria das revistas do grupo ao empresário Luís Delgado. Francisco Pedro Balsemão reconhece o resultado negativo, mas assinala melhorias operacionais. E reitera o compromisso de tornar a Impresa mais eficiente.

“No mês de janeiro de 2018, a Impresa alienou o seu portefólio de revistas por 10,2 milhões de euros, operação que se enquadra no âmbito do Plano Estratégico para o triénio 2017-2019, e tem como objetivo o reposicionamento da atividade da Impresa, com um maior enfoque nas componentes do audiovisual e do digital. Esta operação obrigou a um registo de provisão para perda de imparidade no valor de 21,9 milhões de euros, nas contas de 2017, refletindo a diferença entre o valor de alienação e o valor do goodwill registado em balanço desses ativos”, explica a Impresa.

No relatório enviado à CMVM, o grupo de media explica que as imparidades de ativos não correntes, resultantes desta operação, prenderam-se em 23,2 milhões de euros, atirando a empresa para prejuízos. No ano anterior, a dona da SIC tinha registado lucros de 2,75 milhões de euros, sendo que o resultado agora apresentado surpreendeu os analistas. Enquanto o CaixaBI antecipava um aumento dos resultados líquidos para 4,8 milhões, o BPI apontava para um valor ainda mais alto: 6,8 milhões.

"Esta operação [venda do negócio das revistas à Trust in News] obrigou a um registo de provisão para perda de imparidade no valor de 21,9 milhões de euros, nas contas de 2017, refletindo a diferença entre o valor de alienação e o valor do goodwill registado em balanço desses ativos”

Francisco Pedro Balsemão

Presidente executivo da Impresa

“2017 foi um ano fundamental porque iniciámos o cumprimento do nosso Plano Estratégico, com o objetivo de recentrar o nosso negócio, focando-o no audiovisual e no digital. Para isso, como foi público, vendemos a nossa área de revistas, um processo de racionalização operacional que teve como consequência elevados custos de reestruturação e o registo de imparidades. Estes valores, não recorrentes, tiveram um impacto negativo sobre o resultado líquido”, nota Francisco Pedro Balsemão.

Sem essas imparidades, a Impresa teria registado um lucro de 1,5 milhões de euros, isto é, uma queda de 44% face ao ano de 2016. Ainda assim, o presidente executivo da empresa salienta que “2017 revelou indicadores positivos na prossecução dos objetivos do grupo”. “As receitas publicitárias cresceram em 2,6%, o EBITDA [excluindo os efeitos extraordinários] subiu 5,6% para 19,2 milhões de euros e a dívida foi reduzida para o valor mais baixo dos últimos dez anos, indicadores que nos permitem perspetivar o futuro com confiança.”

Enquanto as receitas só de publicidade subiram, as totais caíram 2% para 201,8 milhões de euros, com um recuo de 1,6% nas receitas com o negócio da televisão, o core da companhia. Já o EBITDA caiu para 13,8 milhões de euros, isto num ano em que a Impresa conseguiu cortar nas despesas em 1,3%, reduzindo-as para 188 milhões de euros.

Em 2017, a dívida remunerada líquida da Impresa foi reduzida em 2,6% e cifrou-se em 178,4 milhões de euros, o valor mais baixo da década. O compromisso de Francisco Pedro Balsemão é continuar a “melhorar os resultados operacionais, através de uma maior eficiência operacional e do crescimento das receitas”.

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PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados integra JDS Advogados

A sociedade integra a JDS Advogados e recebe Joana de Sá, que assume o lugar de sócia responsável pelo departamento Laboral do escritório do Porto.

A PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados integra a JDS Advogados e recebe Joana de Sá, que assume o lugar de sócia responsável pelo departamento Laboral do escritório do Porto, assumindo também a responsabilidade pelo desenvolvimento da recém-criada Unidade Económica de Farmácia e Medicamento.

A PRA-Raposo, Sá Miranda e Associados conta agora com 15 sócios e mais de uma centena de profissionais, organizados por dez áreas de prática. E tem escritórios próprios em Lisboa, Porto, Algarve, Açores e Leiria. No plano internacional, a PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados tem parceiros na Cidade da Praia, Dili, Luanda, Macau, Maputo, Rio de Janeiro e São Paulo.

A PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados é uma sociedade pluridisciplinar, vocacionada para as áreas de Corporate, Fiscal, Laboral, Família e Sucessões, Propriedade Intelectual e Privacidade, Imobiliário e Veículos de Investimento, Administrativo e Contratação Pública, Contencioso e Arbitragem, Comercial, Contratos e Concorrência, Recuperação de Crédito e Insolvência.

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EDP vai ter acesso a estudo dos CMEC, decide Tribunal

  • Lusa
  • 6 Março 2018

No final de setembro, o regulador do setor energético estimou em 510 milhões de euros o acréscimo pago à EDP pela introdução do regime dos CMEC. O tribunal obrigou a ERSE a mostrar o estudo à EDP.

O tribunal obrigou a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) a mostrar à EDP o estudo sobre os Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), pagos à elétrica desde 2007, que detetou uma sobrecompensação de 510 milhões de euros.

No final de setembro, o regulador do setor energético estimou em 510 milhões de euros o acréscimo pago à EDP pela introdução do regime dos CMEC, entre 1 de julho de 2007 e 31 de dezembro de 2017 – em substituição dos Contratos de Aquisição de Energia (CAE) -, e calculou o valor a pagar nos próximos dez anos, isto é, até 31 de dezembro de 2027 (data do último contrato). Neste caso, a ERSE propôs ao Governo o pagamento de 154 milhões de euros, enquanto o grupo de trabalho técnico EDP/REN – Redes Energéticas Nacionais apurou um valor de ajustamento final de 256 milhões de euros para o mesmo período.

Além do diferendo nos valores, a elétrica liderada por António Mexia reclamou o acesso integral ao estudo para “contribuir para esclarecimento do diferencial”, mas a ERSE recusou, adiando “até à tomada de decisão de determinação do ajustamento final dos CMEC”, segundo noticiou o Jornal de Negócios em 17 de novembro.

Entretanto, o tribunal acabou por dar razão à EDP, que, no início de fevereiro, “teve acesso ao referido estudo […] na sequência de decisão judicial favorável relativa à intimação movida em novembro de 2017″, adiantou à Lusa fonte oficial do grupo, sendo que ainda em novembro a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) enviou o ajustamento final (relativo aos próximos dez anos) sobre o qual a EDP se tinha de se pronunciar.

Na passada quinta-feira, na conferência de imprensa de divulgação de resultados, o presidente da EDP, António Mexia, tinha referido o acesso ao estudo, reiterando a discordância face às contas do regulador, sobre as quais o Governo ainda não se pronunciou. Contactada pela Lusa, fonte oficial do regulador explicou que a EDP veio a obter, “por decisão do Tribunal, a análise mais ampla efetuada pela ERSE, que incluía uma análise retrospetiva das dúvidas suscitadas pela ERSE nos seus pareceres anteriores sobre o diploma que instituiu o regime dos CMEC”.

Por seu lado, o tribunal declarou a inutilidade da parte respeitante ao pedido de acesso ao estudo da revisibilidade final, por entretanto este já ter sido enviado à empresa. Como solicitado na lei do Orçamento do Estado para 2017, o regulador fez as contas sobre o apoio à produção de 16 centrais hídricas da EDP e chegou a um montante de 15,4 milhões de euros por ano a pagar ao produtor (EDP) durante os próximos dez anos.

O apuramento dos CMEC, pagos à EDP, deixou de ser feito pela REN, e passou a ser responsabilidade de uma unidade especializada da ERSE, cabendo ao secretário de Estado da Energia fixar o montante do ajustamento final dos CMEC, o que ainda não aconteceu. Os CMEC estão a ser objeto de uma investigação do Ministério Público, que tem como arguidos o antigo ministro da Economia Manuel Pinho e o presidente executivo da EDP, António Mexia, entre outros, que visa apurar “o processo legislativo bem como os procedimentos administrativos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos CMEC”.

Os CMEC são uma compensação relativa à cessação antecipada de CAE, o que aconteceu na sequência da transposição de legislação europeia no final de 2004, tendo depois sido revistos em 2007. Ainda assim, mantiveram-se dois CAE – Turbogás e Tejo Energia – que são geridos pela REN Trading.

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Rede privada de bicicletas em Lisboa durou menos de um mês

  • ECO
  • 6 Março 2018

Câmara Municipal obrigou à retirada das bicicletas da "oBike" por "ocupação abusiva" da via pública, avançou o jornal Público. Bicicletas amarelas e cinzentas eram abandonadas na rua.

Menos de um mês depois da chegada das “oBike” a Lisboa, a autarquia mandou retirar das ruas as bicicletas que faziam parte deste novo serviço partilhado. O serviço “oBike” nasceu há umas semanas em Lisboa, praticamente de um dia para o outro, e sem autorização da Câmara Municipal. Tinha sido importado de Singapura e, rapidamente, as bicicletas amarelas e cinzentas começaram a aparecer nas ruas de Lisboa em sítios completamente aleatórios, sem necessidade de uma estação fixa como acontece na rede pública da EMEL.

Em causa, cerca de 350 bicicletas que foram trazidas para Portugal e que estão agora a ser retiradas das ruas. Algumas destas bicicletas acabaram, várias vezes, abandonadas no chão ou deixadas em cima de passeios, algumas vezes amontoadas. Ora, segundo avançou esta terça-feira o jornal Público [acesso condicionado], a autarquia achou por bem avançar com esta medida, justificando-a com a “ocupação abusiva do espaço público” alegadamente perpetrada pelas bicicletas da “oBike”.

A Câmara Municipal teve dificuldades em notificar os responsáveis da empresa, assim como o próprio jornal. No entanto, o executivo camarário terá conseguido chegar, finalmente, à fala com a startup: “Contactámo-los da forma que nos foi possível”, afirmou Miguel Gaspar, vereador da Mobilidade, citado pela mesma publicação. A ordem foi para a retirada das bicicletas até ao início desta semana.

O ECO constatou esta terça-feira que ainda existem bicicletas da “oBike” nas ruas, embora em menor quantidade, sendo que a Polícia Municipal já terá ordem para recolher estes veículos, caso os encontre. Segundo a autarquia, a decisão de pôr fim à atividade da empresa privada “oBike” não está relacionada com o facto de a própria autarquia, através da EMEL, estar a implementar um serviço de bicicletas partilhadas em estação fixa, o Gira.

A justificação principal é, segundo o Público, o facto de a empresa ter operado sem “permissão administrativa necessária” para este tipo de atividade. Não é só em Portugal que o serviço de bicicletas partilhadas da “oBike” tem gerado problemas. No Twitter, por exemplo, dezenas de utilizadores partilham fotografias de bicicletas abandonadas, vandalizadas e, em alguns casos, completamente destruídas e deixadas na via pública.

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Melom e Querido Mudei a Casa faturam com as renovações. Receitas disparam

  • Lusa
  • 6 Março 2018

As empresas de remodelação de imóveis viram a faturação disparar em 2017. A rede contou com 51 novas aberturas no ano passado.

As empresas de remodelação de imóveis Melom e Querido Mudei a Casa Obras registaram em 2017 um volume de negócios de 27.703 milhões de euros, segundo um comunicado divulgado esta terça-feira, que dá conta do crescimento da faturação em 56%.

A Melom e o Querido Mudei a Casa Obras registaram um “aumento de 56% da sua faturação em 2017, na comparação homóloga, atingindo um volume de negócios de 27.703 milhões de euros. A rede contou com 51 novas aberturas registadas no ano passado.

O mesmo comunicado indica que o valor médio de obra “triplicou em remodelações gerais” para 24.033 euros em obras de maior dimensão. A rede Melom contabilizou a abertura de 15 novas franquias, enquanto esse número no Querido Mudei a Casa Obras foi de 36.

Em termos geográficos, a faturação registou um aumento significativo, de 72,2%, em intervenções realizadas no Norte, “a par da liderança do Sul em valor de faturação, 15.619 euros em 2017”.

No ano passado, o tipo de intervenção mais solicitado foi a remodelação geral, num aumento de 57,1%, à frente de obras de menor dimensão, como pequenas obras de reparação, pintura ou mudança de pavimentos. O total de pedidos de intervenção foi de 19.532, numa subida de 20,6% face ao ano anterior.

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Os grandes processos liderados por Pedro Pidwell

Soares da Costa, Espírito Santo Financial, Urbanos e, mais recentemente, Ricon. Estas são algumas das empresas em insolvência ou em processo de revitalização que Pedro Pidwell está a gerir.

Pedro Pidwell tem sido responsável pela gestão de alguns dos maiores processos de insolvência e de revitalização em Portugal. Da lista de empresas insolventes ou em dificuldades sob a sua gestão contam-se nomes como a Espírito Santo Financial, a Soares da Costa ou, mais recentemente, a Ricon.

O administrador judicial garante que “ninguém é indiferente” ao despedimento de centenas de pessoas, mas ressalva também que não há alternativas previstas na lei quando a viabilização das empresas já não é possível. Entre as maiores empresas cujos processos geriu, tem ambos os exemplos: insolvências e grupos que acabaram por recuperar.

Espírito Santo Financial Portugal: a financeira que caiu antes do banco

A Espírito Santo Financial Portugal era a holding através da qual a Espírito Santo Financial Group detinha o BES.Robert Steinhofel

Um dos maiores processos de insolvência geridos por Pedro Pidwell é também parte de um dos maiores colapsos financeiros da história nacional. A 1 de agosto de 2014, dois dias antes de o Banco de Portugal anunciar a resolução do Banco Espírito Santo (BES), a Espírito Santo Financial Portugal (ESFP) deu o pontapé de saída para a queda do universo Espírito Santo. A holding financeira portuguesa através da qual a Espírito Santo Financial Group detinha o BES comunicou a insolvência à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a 1 de agosto de 2014 e, em novembro desse ano, o Tribunal de Instrução Criminal da Comarca de Lisboa declarou a sua insolvência.

Passaram-se mais de três anos e este processo não tem fim à vista. “É um processo que depende do resultado da litigância sobre a questão da resolução, não se sabe quanto tempo vai demorar a resolver”, diz Pedro Pidwell.

RS Holdings: a holding da Ongoing que também não resistiu ao BES

Nuno Vasconcellos era o presidente da Ongoing.Tiago Petinga / Lusa

Foi uma das empresas que não resistiu ao colapso do BES. A Rocha dos Santos (RS) Holdings, controlada por Nuno Vasconcellos, era uma holding do grupo Ongoing que detinha participações noutras sociedades. Em novembro de 2016, decretou a dissolução, acabando por declarar oficialmente a insolvência em dezembro do ano passado.

O grupo Ongoing era o dono do já falido Diário Económico e chegou também a deter uma participação de 10% na Portugal Telecom, através da RS Holdings. Com a queda do BES e da PT, as empresas do grupo foram fechando portas.

Finpro: a gestora de capitais públicos e privados

Horácio Roque, presidente do já falido Banif, era um dos acionistas da Finpro.António Cotrim / Lusa

Foi mais uma insolvência de grande dimensão no setor financeiro. A Finpro, sociedade de investimentos em infraestruturas, tinha como principais acionistas Américo Amorim (25,4%), Banif (32%), Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social (10%) e Caixa Geral de Depósitos (17,2%). Com participações em ativos como o maior operador portuário de Espanha, a gestora de resíduos inglesa Cory e a Companhia de Papel do Prado, a Finpro começou a acumular resultados negativos em 2010.

Chegou a 2013 com prejuízos de 125 milhões de euros e, no ano seguinte, entrou em rutura financeira, aderindo ao Processo Especial de Revitalização (PER), com uma dívida de 224 milhões de euros. Falhou este plano inicial e ainda tentou um segundo, que voltou a falhar. Acabou por declarar insolvência, mas, também aqui, o processo ainda está pendente.

Este é um dos processos que mais marcou Pedro Pidwell, que admite ter “pena” de não ter visto aprovado o plano de revitalização. “Era um processo importante e emblemático. Por outro lado, em termos pessoais, foi muito interessante porque participei em negócios de venda internacionais, uma coisa que não tinha feito e que dificilmente faria. Foi um processo à séria, foi muito interessante”, recorda.

Fundação Horácio Roque: mais uma arrastada pelo colapso da banca

A Fundação Horácio Roque, instituição particular de solidariedade social (IPSS) fundada pelo banqueiro madeirense em 1991, entrou em insolvência em janeiro. Foi mais uma das vítimas das derrocadas do sistema financeiro português. Neste caso, foi a queda do Banif, em 2015, que resultou na insolvência desta fundação que apoiava o desenvolvimento de atividades nas áreas educativa, social e cultural.

A fundação praticamente não tinha atividade desde 2010, ano em que Horácio Roque morreu, mas só em janeiro deste ano foi declarada insolvente. Os únicos bens da IPSS eram ações do Banif, da holding Rentipar Financeira (sociedade da família Roque) e de fundos detidos pelo banco madeirense, todos eles sem qualquer valor.

Urbanos: o grupo de logística que recuperou

Esta foi uma das empresas que, pelo menos para já, conseguiu salvar-se. Em setembro de 2016, o grupo de logística Urbanos entrou em processo de revitalização, depois de anos de maus resultados, com uma dívida total de 44 milhões de euros (onde se incluíam 8,5 milhões ao Estado). Em julho do ano seguinte, a Urbanos anunciava ter chegado a acordo com a maioria dos credores, depois de ter falhado a primeira tentativa de acordo. Finalmente, em dezembro de 2017, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa aprovou o plano de recuperação apresentado pela empresa.

“Diria que é um caso de sucesso”, resume Pedro Pidwell, admitindo também que é “gratificante” conseguir fechar acordos com credores em casos como este.

Soares da Costa: a construtora arrastada pela crise

O Tribunal da Comarca do Porto aprovou o plano de recuperação da Soares da Costa no mês passado.Estela Silva / Lusa

É mais um dos casos que Pedro Pidwell classifica de bem-sucedido, mas está longe de estar terminado. A Soares da Costa não escapou à crise que assolou o mercado da construção. Em 2015, a administração decidiu despedir 500 trabalhadores em Portugal e Angola, numa altura em que acumulava prejuízos superiores a 60 milhões de euros. Foi só em agosto de 2016 que iniciou o PER.

O primeiro plano de recuperação foi travado pelo Tribunal do Comércio de Gaia, que considerou que o mesmo não tratava por igual todos os credores. Assim, no ano passado, a construtora voltou a apresentar um plano em que propunha a todos os credores o perdão de metade da dívida de 700 milhões de euros que tem registada. Este segundo plano acabou por ser aprovado por credores e pelo tribunal, já em fevereiro deste ano.

“Em princípio, o processo vai andar pelo bom caminho”, antecipa Pedro Pidwell.

Ricon: o processo que despediu 800 trabalhadores

Pedro Silva, presidente e dono do grupo Ricon.Rui Apolinário / T Jornal

É o mais recente e também um dos casos que mais “dores de cabeça” dá. O grupo Ricon, constituído por oito empresas e 20 lojas da marca Gant, apresentou o pedido de insolvência em dezembro do ano passado, depois de o grupo sueco que detém a Gant ter rejeitado todas as soluções para viabilizar a empresa portuguesa, incluindo a entrada direta no capital da Ricon, a entrada de investidores terceiros ou a reestruturação da dívida, que ultrapassa os 32 milhões de euros. Depois do anúncio de insolvência, os cerca de 800 trabalhadores do grupo receberam cartas de despedimento.

Entretanto, há duas têxteis de Barcelos, a Sonix e a Valérius, interessadas em comprar os ativos da Ricon, incluindo as instalações e as máquinas da empresa. Mas, enquanto o processo não se desenvolve e estas compras não são concretizadas, os trabalhadores da Ricon mantêm-se com futuro incerto.

“Ninguém é indiferente ao despedimento de 800 pessoas, ao encerramento de quatro fábricas, mais uma rede de lojas. Mas, na verdade, uma vez decretada a insolvência e frustrada a viabilização das empresas, a alternativa que a lei nos dá é a liquidação, é isso que tem que ser feito”, frisa Pedro Pidwell. Ainda assim, sublinha, tem tido “muita colaboração” dos envolvidos. Mas alerta que o processo não terá final rápido: “Agora está tudo centralizado numa só pessoa, que sou eu e, portanto, é muito difícil dar resposta com a rapidez e a celeridade que uma empresa normal tem quando está em funcionamento”.

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Pedro Pidwell, o gestor de insolvência das grandes empresas: “Ninguém é indiferente ao despedimento de 800 pessoas” na Ricon

O administrador de insolvência da Ricon diz que a preocupação, em todos os processos de insolvência, é "salvaguardar os interesses dos trabalhadores". Mas adianta que faz "o que tem que ser feito".

Quem é Pedro Pidwell, o administrador judicial a quem tem sido atribuído o futuro de algumas das mais mediáticas empresas portuguesas? Construtora Soares da Costa, Finpro, empresa controlada pelo Estado, Banif e Grupo Amorim, ou a Espírito Santo Financial Portugal, Fundação Horácio Roque, Urbanos e, mais recentemente, a Ricon, são algumas das empresas com o seu cunho. Mas o que tem Pidwell de especial para “albergar” no seu escritório, na pacata localidade de Anadia tantos processos famosos?

Licenciado pela Universidade Lusíada do Porto, onde tirou também o mestrado, Pidwell rejeita a ideia de ser o administrador de insolvência com mais processos de grande dimensão. E aponta mesmo Jorge Calvete e Areias Duarte como os líderes desse top. Em entrevista ao ECO, nega “um estatuto especial”, mas reconhece que por via do grande volume de trabalho, que nos últimos tempos tem crescido imenso, o doutoramento, que entretanto começara em Coimbra, pode estar em risco.

Apesar de hoje os administradores de insolvência serem, em muitos casos, nomeados por sorteio, os casos maiores são sempre por indicação. “Estes processos maiores são sempre por indicação”, refere Pidwell que, recentemente, foi apontado para o caso da Ricon. Com um currículo vasto, Pedro Pdiwell reconhece que este “é um processo que dá visibilidade por uma situação infeliz, uma vez que as empresas tiveram mesmo que encerrar, o que levou ao despedimento de 800 pessoas, uma coisa muito pesada, muito grave”.

E como lida um administrador de insolvência com esses processo? Como é que se dorme depois de “carimbar” o despedimento a 800 famílias? Pidwell ajeita-se na cadeira e responde com uma pergunta: “Faz parte do trabalho, não é? É uma coisa que tem que ser feita”.

Apesar de negar momentos de angústia, o administrador reconhece que “a preocupação é sempre salvaguardar, ou defender o mais que for possível os interesses dos trabalhadores”. É por isso que reforça: “quando decidi que devia ser feito o despedimento acautelei o máximo possível que fossem salvaguardados os direitos relativamente ao fundo de desemprego. Foram entregues todos os documentos, houve uma grande articulação com o Instituto de Emprego e Formação Profissional”. O que não impede o desabafo. “Mas, enfim, as pessoas ficam privadas do seu emprego. Vamos ver…”

“Está tudo centralizado numa só pessoa, que sou eu”

“Ninguém é indiferente ao despedimento de 800 pessoas, ao encerramento de quatro fábricas, mais uma rede de lojas mas, na verdade, uma vez decretada a insolvência e frustrada a viabilização das empresas, a alternativa que a lei nos dá é a liquidação. É isso que tem que ser feito”, diz Pidwell, lembrando que o que se segue é um processo moroso. Mas está confiante na salvaguarda dos interesses dos trabalhadores.

O processo de insolvência é todo ele lento, moroso e burocrático. Os credores, entre os quais se incluem os trabalhadores, têm agora de esperar pelo resultado da liquidação e da venda dos ativos. Para Pidwell, há fundadas “expectativas de que os trabalhadores recebam uma parte importante ou a totalidade dos seus créditos”. Mas, adianta, essa “é uma questão que está completamente em aberto”.

A dimensão do grupo Ricon, que tinha quatro fábricas 800 trabalhadores é, per si, complicada. Pidwell está ciente das dificuldades e da responsabilidade que tem sobre os ombros. “Relativamente à Ricon, é um problema muito grave. Havia uma estrutura administrativa que mantinha aquela empresa em funcionamento e que se desagregou em virtude do encerramento. Agora está tudo centralizado numa só pessoa, que sou eu e, portanto, é muito difícil dar resposta com a rapidez e a celeridade que uma empresa normal tem quando está em funcionamento”.

Apesar das dificuldades, a administração da Ricon, presidida por Pedro Silva, tem colaborado. “Tenho tido muita colaboração das várias pessoas que, até a título gracioso, têm facultado a sua colaboração e a sua ajuda aos processos“, admite o gestor de insolvência. “Há a envolvência dos tribunais, da comissão de credores, e ainda podem existir decisões que tenham que ser tomadas no âmbito de uma assembleia de credores. Tramitações que levam o seu tempo”, nota.

Ainda assim, Pedro Pidwell diz que, caso existam interessados no ativos da Ricon, esta é uma decisão que não tem forçosamente de ir a assembleia de credores. A venda pode acontecer mediante a autorização da comissão de credores. A “comissão de credores é um órgão independente, que não está sob alçada nem do tribunal, nem da assembleia, nem do administrador judicial. É evidente que decisões mais delicadas sobre determinados processos podem justificar que seja convocada uma assembleia de credores”.

“Felizmente, as notícias que tenho é que existem alternativas”

E há interessados. Há alternativas para a Ricon. “Felizmente, as notícias que tenho é que existem alternativas“, diz. Alternativas a que não é alheia a boa conjuntura económica que o país atravessa, com o desemprego a descer e, sobretudo, com o bom momento que se vive na indústria têxtil, com os últimos indicadores a darem conta de que 2017 foi mesmo o melhor ano de sempre para o setor.

Números que fazem com que haja grande procura de mão-de-obra especializada. Pidwell diz mesmo que este facto “vai fazer com que, eventualmente, uma parte significativa das pessoas despedidas da Ricon encontre trabalho a breve prazo, pelo menos são essas as informações que o IEFP, através de Isabel Cruz, me tem transmitido. É a pessoa que tem estado a mover o céu e a terra para tornar a coisa o mais suave possível para aquela gente que ficou privada do seu trabalho”.

Na linha da frente está a Valérius, mas há ainda outro interessado, a Sonix. “É verdade que a Valérius está interessada na Ricon e estamos a trabalhar nisso”. E acrescenta: “pelo que julgo saber, a Valérius já esteve envolvida em outros processos semelhantes”. A Valérius “manifestou interesse em explorar um ângulo de entrada no negócio daquele acervo patrimonial. Cada um está a fazer o seu trabalho de casa para ver se é possível no mais curto espaço de tempo. Agora, pergunta-me se há outros interessados? Para além da Valérius, a Sonix também já demonstrou o seu interesse nos ativos da Ricon. Diria que são os dois grandes interessados”.

Questionado sobre se existem outros grupos interessados na Ricon, não ligados ao setor têxtil, o administrador de insolvência desvaloriza completamente a questão. “Não me preocupa muito se eles estão ligados ao setor, o que me interessa é saber se há viabilidade no negócio, se chegamos a acordo e se a comissão de credores ou a assembleia de credores autoriza a venda. Se são ligados ao negócio ou se vão iniciar a ligação ao negócio, para mim é irrelevante”.

Isso quer dizer que a viabilidade futura da empresa não é uma preocupação dos administradores de insolvência? Pidwell reage: “Não é isso que estou a dizer. Claro que me interessa que os investimentos sejam bem-sucedidos e que as empresas sejam viáveis. O que digo é que, em termos de liquidação, para a massa insolvente que vende, a primeira preocupação é chegar a um valor que seja correto e que reúna as condições para ser autorizado”.

De resto, Pidwell volta a frisar que, enquanto administrador judicial, não tem sequer o poder de ser ele a decidir, uma vez que existe a Comissão de Credores. “Se esta não se pronunciar, ou não chegar a uma deliberação, haverá ainda a assembleia de credores — na verdade, são os credores que vão decidir. Eu faço a minha parte, que é a de reunir os elementos necessários para que o negócio esteja em condições de ser feito. A tomada de decisão, sobre o mérito da proposta que vier a ser apresentada e a avaliação do mérito, não é minha. Posso, quanto muito, dar a minha opinião. Mas a decisão é dos credores”.

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Wall Street em alta com abertura da Coreia para “desnuclearização”

A Coreia do Norte mostrou-se disponível para dialogar com os Estados Unidos e os investidores aplaudem.

As bolsas norte-americanas voltaram a abrir em alta esta terça-feira, prolongando os ganhos da última sessão. Apesar da retaliação europeia às taxas sobre a importação anunciadas por Donald Trump, o medo de uma guerra comercial está atenuado e os investidores concentram-se noutras notícias: a Coreia do Norte estará disponível para dialogar com os Estados Unidos e iniciar um programa de desnuclearização.

O índice de referência S&P 500 sobe 0,31%, para os 2.729,15 pontos, enquanto o Dow Jones avança 0,37%, para os 24.965,03 pontos. Já o tecnológico Nasdaq soma 1,49%, para os 7.365,97 pontos.

A contribuir para este movimento estão as notícias de que a Coreia do Norte estará disponível para desenvolver conversações com os Estados Unidos e iniciar um programa de desnuclearização, caso seja garantida a segurança do regime de Kim Jong-un. A indicação foi dada pelo Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, que deverá reunir-se com o homólogo norte-coreano numa cimeira em abril na fronteira entre as duas Coreias, com o objetivo de normalizar as relações entre os países.

Poucas horas depois, Donald Trump já reagiu, novamente na sua conta de Twitter: “Estão a ser alcançados possíveis progressos nas negociações com a Coreia do Norte. Pela primeira vez em muitos anos, existe um esforço real de todas as partes envolvidas. Pode ser uma esperança falsa, mas os Estados Unidos estão prontos para seguir em força em qualquer direção”, escreveu o presidente norte-americano.

Também no mercado das matérias-primas a sessão está a ser positiva. O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, valoriza 0,5% e aproxima-se da casa dos 63 dólares por barril.

Já o dólar desvaloriza em torno de 0,5% e o euro vale perto de 1,24 dólares.

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