Petróleo puxa pela Galp. BCP faz PSI-20 brilhar na Europa

O índice de referência nacional fechou com ganhos ligeiros, com a Galp e o BCP a destacarem-se. Europa fecha mista e juros das dívidas caem.

A bolsa nacional fechou em terreno positivo, numa sessão mista nos restantes mercados europeus. O PSI-20 ganhou 0,73% para 4.905,49 pontos, com 13 das 18 cotadas no verde, com a Galp Energia a ser impulsionada pela recuperação dos preços do petróleo. O BCP foi determinante para que Lisboa brilhasse entre as bolsas da Europa.

A petrolífera portuguesa deu força ao índice e fechou a sessão com um ganho de 1,09% para 14,440 euros por ação. A empresa liderada por Carlos Gomes da Silva seguiu a tendência do preço do petróleo — que chegou a negociar abaixo dos 50 dólares esta manhã — e recuperou ao longo da sessão. Às 16h40, o WTI ganha 2,60% em Nova Iorque para 51,60 dólares por barril, enquanto o Brent de Londres sobe 1,67% para 59,68 dólares.

Ainda em destaque pela positiva estiveram as ações dos CTT, que ganharam 3,82% para 3,59 euros, e as do BCP, que ganharam 1,06% para 0,2475 euros.

A EDP fechou a sessão a subir 0,39% para 3,07 euros e a EDP Renováveis somou 0,59% para 7,65 euros, no dia em que o grupo anunciou que irá recomprar dívida própria. A empresa liderada por António Mexia avançou esta quinta-feira com uma oferta de aquisição de obrigações antes do prazo. Dispõem-se a recomprar 400 milhões de euros em dívida, pagando aos investidores que aceitarem alienar os títulos antes da maturidade em dinheiro.

No retalho português, a tendência foi negativa, com a Sonae a perder 0,24% para 0,841 euros e a Jerónimo Martins a deslizar 0,09% para 10,59 euros. Foi, no entanto, a Pharol a liderar as quedas entre as empresas do PSI 20, com um tombo de 3,18% para 0,189 euros por ação.

Europa mista, euro sobe e juros caem

A praça portuguesa fechou no verde, num dia misto para a Europa. Tal como o PSI-20, também o francês CAC 40 (0,46%), o britânico FTSE 100 (0,49%) e o italiano FTSE MIB (0,23%) fecharam com ganhos. O índice pan-europeu Euro Stoxx 600 ganhou 0,31%. Em contraciclo, o espanhol IBEX 35 perdeu 0,04% e o alemão DAX deslizou 0,01%.

O sentimento positivo gerado após as declarações do principal conselheiro económico da Casa Branca sobre o encontro entre o presidente dos EUA Donald Trump e o presidentes da China Xi Jinping foi atenuado por novos comentários do líder norte-americano. Trump afirmou que será necessário um “longo caminho” para chegar a um possível acordo que ponha fim à guerra comercial e as bolsas perderam ânimo em ambos os lados do Atlântico.

No mercado cambial, o euro aprecia-se 0,13% contra a par norte-americana, para 1,1381 dólares. Já no mercado secundário de dívida, os juros na zona euro caíram para mínimos de três meses.

As yields europeias seguiram a tendência dos juros das Treasuries norte-americanas, que seguem em baixa após os comentários do presidente da Reserva Federal norte-americana Jerome Powell terem sinalizado aos investidores que o ritmo de subidas na federal funds rate poderá desacelerar.

A yield das Bunds alemãs a 10 anos recuou 2,8 pontos para 0,321%. No caso de Portugal, o juro da dívida benchmark cedeu 3,6 pontos para 1,835%, numa sessão que ficou marcada pelo anúncio de António Costa de que o Governo português irá pagar a totalidade do empréstimo remanescente ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

(Notícia atualizada às 17h10)

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Excedente orçamental encolhe para 259 milhões até outubro

As contas públicas deste ano continuaram a apresentar um excedente em outubro. O saldo está melhor do que um ano antes, mas o excedente encolheu face a setembro.

O saldo das Administrações Públicas registou um excedente de 259 milhões de euros até outubro, revelam as Finanças em comunicado. Este resultado representa uma melhoria face ao registado há um ano, mas piorou em relação ao saldo acumulado até setembro.

“A execução orçamental em contabilidade pública das Administrações Públicas (AP) registou até outubro um excedente global de 259 milhões de euros, representando uma melhoria de 2.072 milhões de euros face ao período homólogo“, diz o Ministério das Finanças num comunicado divulgado esta quinta-feira.

Em setembro, a execução do Orçamento do Estado para este ano entrou em terreno positivo, apresentado um saldo orçamental de 1.338 milhões de euros. Na altura, o Governo antecipou que este desempenho favorável iria degradar-se até final do ano, com o pagamento do subsídio de Natal aos trabalhadores da Função Pública e os pensionistas do Estado a representar um peso no lado da despesa avaliado em quase 3.000 milhões de euros.

As contas até outubro continuam a beneficiar do facto de esta despesa ainda não se ter concretizado. “A evolução da despesa beneficia do fim do pagamento dos duodécimos do Subsídio de Natal nos salários e pensões, que são pagos em novembro e dezembro no valor de 2.980 milhões de euros“.

Para o desempenho registado até outubro contribuiu “um crescimento da receita (5,4%) superior ao aumento da despesa (2,1%)”, explicam as Finanças em comunicado.

Do lado da receita, o ministério de Mário Centeno destaca que a “receita fiscal do subsetor Estado cresceu 5%, com o aumento da receita líquida do IVA (4,8%), do IRC (11,1%) e do IRS (4,4%). Os reembolsos fiscais cresceram 2,1%. A receita fiscal reflete o bom momento da atividade económica e a receita contributiva beneficiou do comportamento do mercado de trabalho, visível no crescimento de 7% das contribuições para a Segurança Social”.

O Governo salienta do lado da despesa a aposta nas áreas prioritárias: “A despesa das AP cresceu 2,1%, explicada em grande parte pelo forte aumento da despesa de 4,6% do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que atinge máximos anteriores ao período do Programa de Ajustamento, e das prestações sociais, em particular com a prestação social para a inclusão. Destaca-se ainda o crescimento significativo da despesa (que não em pessoal) nas empresas de transporte público, como a Comboios de Portugal (+15,3%) e a Infraestruturas de Portugal (+6,8%), na Cultura (8,4%) e nas forças de segurança, nomeadamente na Polícia Judiciária (40,9%) e GNR (30,3%)”.

O Governo prevê para este ano um défice em contabilidade nacional de 0,7% do PIB, que deverá baixar para 0,2% em 2019.

(Notícia atualizada às 16h34 com mais informação)

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Portugal livra-se do FMI. Falta pagar mais de 50 mil milhões do resgate

Fundo liderado por Christine Lagarde deixará de realizar avaliações pós-programa ao país e reembolso irá permitir poupança com juros. No entanto, Portugal mantém a ligação aos credores europeus.

António Costa anunciou que Portugal vai concluir o pagamento antecipado da dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI) ainda este ano. O reembolso irá ter um impacto positivo nos custos de financiamento do país, pôr fim às visitas do FMI ao país e baixar o rácio da dívida pública face ao produto interno bruto (PIB). No entanto, Portugal continua longe de cortar relações com a troika.

Era maio de 2011 quando José Sócrates pediu ajuda financeira para evitar que o país caísse na bancarrota. Mais de sete anos depois, Portugal prepara-se para se afastar de um dos credores internacionais.

Do total de 78 mil milhões de euros concedidos no âmbito do resgate, 26,3 mil milhões foram emprestados pelo FMI, segundo dados da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP. No final de outubro, faltava liquidar 4,7 mil milhões de euros, o equivalente a 17% do total.

“Sabemos que há muito caminho pela frente. E estamos cá para o continuar. Com a mesma determinação com que temos governado e que me permite hoje anunciar que, até ao final do corrente ano de 2018, pagaremos a totalidade da dívida ao FMI, com todo o significado que comporta mais este virar de página” afirmou Costa, no Parlamento, esta quinta-feira.

Os mesmos dados do IGCP indicam que, no final do mês passado, a dívida pública no âmbito do Programa de Assistência Financeira, ascendia a 56,3 mil milhões de euros (28,5% do PIB). Pagando os 4,7 mil milhões de euros referentes ao FMI, ficam ainda por pagar 27,3 mil milhões de euros de dívida ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira e 24,3 mil milhões de euros ao Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira. Portugal deverá entrar em 2019 com uma dívida de 51,6 mil milhões aos credores europeus.

Poupança com juros à vista

Este ano, Portugal já pagou 831 milhões de euros ao FMI, que se seguem aos 10 mil milhões de dívida recomprada pelo Tesouro em 2017. A estratégia das Finanças de amortizar antecipadamente o empréstimo ao FMI tem levado a uma redução dos custos da dívida portuguesa. Portugal paga uma taxa de juro de referência de cerca de 1,7% pelo empréstimo do FMI, a que se soma um spread (prémio de risco) superior a 100 pontos base dado o elevado montante da dívida face à quota do país no fundo.

Assim, o juro pago por esta tranche da dívida — que chegou a ser superior a 4% e foi baixando com a política de reembolsos — situa-se próximo de 3%. Nos mercados, o país tem-se financiado com um juro abaixo de 2% ao longo de todo o ano.

O Governo antecipa que os gastos com juros totalizem 6.968,1 milhões de euros em 2018, o que representa 3,5% do PIB português e uma diminuição de 6,3% face ao ano anterior. Para 2019, o Orçamento do Estado determina 6.867,2 milhões de euros, ou seja, 3,3% do PIB e menos 1,4% que em 2018. O Governo não explicou, no entanto, se esta quebra já prevê o pagamento da totalidade do empréstimo ao FMI.

Acabaram-se as visitas do FMI

Além da redução nos custos de gestão da dívida, o Governo irá ainda beneficiar do fim das visitas da instituição liderada por Christine Lagarde. O FMI, que por várias vezes se revelou uma voz crítica face a algumas opções políticas do atual Governo, tem duas regras para manter maior vigilância em relação a um país: se o país detém um montante de dívida com o FMI superior a 200% da quota ou se o país deve mais de 1,5 mil milhões de SDR (cerca de 1.750 milhões de euros).

As duas condições deixam de se verificar quando o pagamento foi concluído e a sétima avaliação pós programa, que decorre esta semana e cujas conclusões serão conhecidas no início da próxima semana, poderá ser a última a contar com o FMI. A Comissão Europeia irá continuar o acompanhamento bi-anual.

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Nesta plataforma, as startups podem receber feedback em tempo real

A plataforma terá disponível uma amostra inicial de 20 startups, com quem os utilizadores e investidores podem interagir, nomeadamente nas áreas de medtech, nanotecnologia e digital business.

O feedback é um dos elementos que pode fazer a diferença no crescimento das empresas. Para potenciar isso, a Startup Braga criou uma plataforma para dar a conhecer as startups da comunidade aos utilizadores e investidores que podem, por sua vez, dar feedback em tempo real.

O principal objetivo da plataforma é que as startups consigam perceber “o que faz com que alguns utilizadores não comprem os seus produtos, ou que os investidores não os contactem”, explica o hub de inovação, em comunicado. A Startup Braga foca-se principalmente nas áreas de medtech, nanotecnologia e digital business.

O ecossistema deste hub bracarense alberga 123 startups, mas a amostra inicial é de 20 startups. A plataforma de “beta-testing“, ligada ao site da entidade, vai estar em constante atualização até que sejam todas representadas.

Para Alexandre Mendes, diretor da Startup Braga, esta plataforma vai “aproximar ainda mais as startups dos seus clientes, ao criar um canal direto onde estes últimos podem dar um feedback real e direto às startups da comunidade da Startup Braga, que será muito importante para que os empreendedores possam melhorar os seus produtos”.

A Startup Braga, que é gerida pela InvestBraga, dedica-se ao apoio e desenvolvimento de projetos empreendedores, através da criação, incubação e aceleração de startups.

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Portugal gastou 9,1% do PIB na saúde em 2016. Está no Top10 europeu

Nenhum dos países da União Europeia (UE) atribuiu menos de 5% do PIB às despesas na saúde. Em Portugal, os gastos com esta área corresponderam a 9,1% do PIB.

Quanto gasta Portugal com a saúde? Esta é uma área que tem um peso avultado no riqueza gerada anualmente pelo país, correspondendo a 9,1% do PIB. É mais do que o que acontece em Espanha, mas fica bastante aquém dos gastos das maiores economias europeias. Entre os países da União Europeia (UE), França é a que gasta mais.

Apesar das disparidades, nenhum dos países da UE atribuiu menos do que 5% do PIB às despesas na saúde, revelam os dados do gabinete de estatísticas da UE referentes a 2016. No ponto mais alto deste indicador na UE encontra-se França, que alocou 11,5% da sua riqueza para a saúde, contrastando com a Roménia, que despendeu 5% do PIB.

Em Portugal os gastos na área corresponderam a 16,8 milhões de euros. Já os custos da saúde para os franceses fixaram-se nos 257 milhões de euros, de acordo com o Eurostat. Na vizinha Espanha, cujo serviço de saúde é visto como uma referência, os gastos ascenderam aos 100 milhões de euros. As despesas espanholas na saúde corresponderam a 9% do PIB, ligeiramente abaixo do que se registou em Portugal.

Gastos com a saúde em percentagem do PIB, em 2016.Eurostat

Portugal posiciona-se mais abaixo na tabela quando se olha para os gastos per capita. O valor não chegou aos dois mil euros por habitante, enquanto em Espanha, as despesas ultrapassaram esta fasquia, bem como na Itália, Reino Unido e França. Em três Estados-membros (Luxemburgo, Suécia e Dinamarca), os gastos com a saúde por habitante foram superiores a cinco mil euros.

Na UE, verificou-se uma diferença de mais de cinco mil euros entre o valor mais baixo e o mais alto verificado em 2016. No Luxemburgo, gastaram-se 5.600 euros por habitante, enquanto na Roménia os custos fixaram-se nos 400 euros por habitante. Apesar de os luxemburgueses serem dos que gastam menos em comparação com o PIB, a população nacional ronda os 600 mil habitantes.

Gastos na saúde por habitante, em 2016.Eurostat

Em Portugal, o Orçamento do Estado para 2019 prevê um reforço de verbas para a Saúde em relação a 2018. A despesa do Serviço Nacional de Saúde crescerá 556 milhões de euros no próximo ano, e vai equivaler a 12,1% da despesa primária das Administrações Públicas.

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Wall Street em baixa à espera da cúpula do G20

Depois de uma sessão onde se registaram os ganhos mais elevados dos últimos oito meses, as bolsas norte-americanas abriram no vermelho com os investidores à espera da cúpula do G20.

As bolsas norte-americanas deslizaram esta quinta-feira, depois de terem registado os ganhos mais elevados dos últimos oito meses na sessão anterior. A contribuir para este cenário vermelho em Wall Street está o aproximar da cúpula do G20, com os investidores mais cautelosos sobre os acordos que poderão surgiu desse encontro. O foco serão as disputas comerciais entre os Estados Unidos e a China.

Depois de terem subido mais de 2% na última sessão, nenhum dos três principais índices escapou às perdas: o S&P 500 abriu a cair 0,25% para 2.736,97 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq iniciou a recuar 0,33% para 7.267,37 pontos. O industrial Dow Jones, que valorizou quase 3% na sessão anterior, abriu a desvalorizar 0,09% para 25.343,65 pontos, com vários pesos pesados da indústria a caírem: a Caterpillar recua 1,25% para 129,14 dólares e a 3M Company cai 0,08% para 204,18 dólares.

Este desempenho acontece depois do discurso de Jerome Powell, que deixou no ar a sensação de que os próximos aumentos de juros não deverão ser tão intensivos. O presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos disse que as taxas de juro estão num nível abaixo do neutro e longe dos valores históricos.

“O mercado está a fazer uma pequena pausa depois de uma alta significativa ontem e está, assim, a antecipar a cúpula do G20”, diz Art Hogan, da B. Riley FBR, citado pela Reuters (conteúdo em inglês). “É muito difícil fazer uma previsão do G20. Quando não se sabe, a tendência é assumir uma postura de risco”.

Os investidores assumem, então, uma posição mais cautelosa quanto à cúpula do G20, que decorre sexta-feira e sábado em Buenos Aires. Donald Trump e Xi Jinping, Presidente da China, vão estar presentes e serão, certamente, o centro das atenções.

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Costa afasta-se da esquerda: dívida é para pagar já e toda

Depois das contas certas, o primeiro-ministro quer mostrar que PS paga dívidas. Costa afasta PS da restante esquerda e tenta entrar no terreno do centro/direita.

O debate do Orçamento do Estado para 2019 fechou com alguma ironia. O último OE da legislatura foi aprovado com os votos a favor da esquerda do PS e com o primeiro-ministro a anunciar o pagamento da totalidade da dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI) já este ano. Uma novidade que permite a António Costa exibir um PS distante da sua esquerda e concentrado em bandeiras que habitualmente agradam o eleitorado de centro/direita.

“Até ao final do corrente ano de 2018 pagaremos a totalidade da dívida ao FMI”, disse o primeiro-ministro no encerramento do debate na especialidade do OE2019. Minutos depois, as bancadas do Bloco de Esquerda, PCP e Verdes — e até o deputado único do PAN — levantavam-se para viabilizar o último OE da legislatura. PSD e CDS votaram contra.

Em maio, no congresso do PS, Costa defendeu que o mito de que só a direita tem contas certas tinha terminado. Agora, o chefe do Governo quer acrescentar mais um louro dado pelo ministério de Mário Centeno. O PS paga as dívidas.

Apesar do tema já não estar tão presente nos discursos oficiais dos partidos à esquerda do PS, a renegociação da dívida pública não deixou de ser uma bandeira do Bloco e do PCP.

Os comunistas continuam a falar em como os portugueses são penalizados pelas restrições de Bruxelas — e a defender uma política “patriótica de esquerda” — e o Bloco de Esquerda mantém uma versão menos insistente do discurso da renegociação da dívida. “Aqui em Lisboa o Governo insiste no défice zero em vez de tratar o investimento público que urge, tudo isto em nome da tese de que a dívida portuguesa não precisa de renegociação”, disse Catarina Martins no encerramento do debate na especialidade do OE.

Mas Costa precisava de ter uma resposta que agradasse ao eleitorado mais ao centro e à direita. A menos de um ano das eleições legislativas, marcadas para o outono de 2019, não há tempo a perder. E ao anúncio de que a dívida é para pagar — toda e já –, o chefe do Executivo acrescentou que este OE “prepara o futuro”, permite o “equilíbrio da Segurança Social” e “abre a porta” a reformas importantes — como a do transporte público — para dar resposta aos desafios que se seguem — como o das alterações climáticas, um ponto da estratégia de Costa aprovada no congresso socialista de maio deste ano.

Ao mesmo tempo, o líder do Executivo falou da agenda pós-Orçamento do Governo e anunciou que na próxima semana vai já levar à concertação social o programa para conciliar a vida profissional com a vida pessoal.

Minutos antes, a líder bloquista tinha avisado que a campanha não começa já e deixou um caderno de encargos para a reta final da legislatura — temas onde os entendimentos com o PS não têm sido fáceis até agora. O pós-OE não se antecipa sereno.

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Apenas 8% dos chineses consomem café e, mesmo assim, Delta está no Alibaba. “É que esses 8% representam 110 milhões”

Delta Cafés, Parfois e Aptoide são algumas das empresas portuguesas que já estão no Tmall. Todas elas apontam a dimensão da China como um fator crucial aquando da aposta neste mercado.

Com a China cada vez mais próxima do ambiente de negócios e empresarial português, seja na banca, na energia, no café ou nos brincos, já várias empresas portuguesas fazem parte dos vendedores no Tmall, do Alibaba Group. A Delta Cafés, a Parfois e a Aptoide são exemplos disso mesmo. Foram à aventura num mercado tão diferente do português, ou mesmo do europeu, apostando na internacionalização e conscientes da necessidade de apostar na China.

“Apenas 8% dos chineses consomem café, mas esses 8% de chineses representam 110 milhões de consumidores”, explica Rui Miguel Nabeiro, CEO da Delta Cafés. A dimensão é, de facto, um fator que o líder da empresa portuguesa de torra e empacotamento de café reforça, não estivéssemos a falar do país mais populoso do mundo (com mais de mil milhões de habitantes). “O potencial é imenso”, diz, durante a sua intervenção no painel de debate da primeira conferência oficial do grupo Alibaba em Portugal.

A Parfois, por sua vez, também consciente da importância e da dimensão do mercado chinês, dá cartas na área da moda na plataforma de e-commerce. Para Frederico Pulido, e-commerce director da Parfois, a pergunta deve ser feita ao contrário: “Como é que é poderíamos não estar ainda na China?”. Contudo, antes de vender para consumidores chineses, é preciso “estudar muito bem o mercado”, reforça.

Dois mercados, duas estratégias distintas

O consumidor chinês não é igual ao consumidor europeu. Os chineses, nas palavras de Frederico Pulido, querem mais detalhes. Nas malas, por exemplo, enquanto em Portugal os consumidores veem umas fotografias e ficam satisfeitos, na China é preciso mais: material, composição, dimensão, fotografias a utilizar o produto.

“Não podemos ir para China a pensar que as soluções que funcionam em Portugal, e na Europa, também vão funcionar lá”, alerta Paulo Trezentos, CEO e cofundador da startup portuguesa Aptoide.

"Não podemos ir para China a pensar que as soluções que funcionam em Portugal, e na Europa, também vão funcionar lá.”

Paulo Trezentos

CEO e cofundador da Aptoide

Adaptação é uma palavra-chave neste processo. Olhar para o consumidor chinês e testar, experimentar e implementar as soluções mais adequadas à cultura oriental. Foi, precisamente, o que fez a Delta, quando estudou as cores que mais agradam aos chineses ou a Parfois, quando abriu uma loja física em Xangai.

Mas, atenção, uma loja física com algumas particularidades. Trata-se de uma pop-up, onde os clientes entram, veem os produtos e depois fazem a compra online. “Não podem comprar na loja, fazem-no através de um QR code”, explica Frederico Pulido.

A ideia foi experimentar uma loja diferente num local onde também o consumidor age de maneira diferente. “Quisemos experimentar ali [em Xangai] porque os clientes chineses passam todo o dia com o telemóvel”.

A marca portuguesa não esquece, porém, a importância de comunicar para os millennials. Sendo a China um país onde os jovens são, cada vez mais, influenciados pelos chamados influenciadores digitais, há que adaptar a comunicação, recorrendo, por exemplo, — como faz a Parfois — a influencers.

Há que ter a paciência dos chineses

Ainda que as três empresas sinalizem a sua presença no Alibaba como positiva, importante e necessária, todas reforçam — para as marcas que possam estar interessadas em vender a consumidores chineses — que há que ter paciência. “Os chineses são conhecidos por terem muita paciência. Não podemos ir para lá a querer mundos e fundos”, refere o CEO da Delta Cafés.

Paulo Trezentos não podia estar mais de acordo, acrescentando que pensar a curto prazo é um erro na China. No caso da Aptoide, “demorou muito tempo até começarmos a ver resultados”, conta. “Só ao final de dois anos é que conseguimos uma parceria fundamental”. E sobre as parcerias, Rui Miguel Nabeiro refere que considera que são um pilar crucial para o sucesso na plataforma. “O fator chave para se trabalhar bem no Tmall é escolher muito bem o parceiro”, um escolha que, aliás, é auxiliada pelo próprio Tmall.

Importante, ainda, é conciliar o português com o mandarim. A Aptoide, que tem um escritório em Xangai com quatro pessoas, fê-lo da seguinte forma: “Temos dois portugueses com afinidade com a cultura chinesa e dois chineses com afinidade com a cultura ocidental”, revela Paulo Trezentos.

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A saída do armário, a direita protetora, o lance a primeira-ministra e o aviso. Orçamento está aprovado

Entre ataques da direita à esquerda, o lance de Cristas a primeira-ministra e o alerta do Bloco de que o Governo não está livre de si, o Orçamento sai do Parlamento aprovado, mas diferente.

Chegou ao fim o debate do Orçamento do Estado para 2019, aprovado esta quinta-feira, em votação final global, na Assembleia da República. Antes da votação, cada partido teve tempo para as declarações finais sobre o Orçamento. Entre ataques da direita à esquerda, o lance de Assunção Cristas a primeira-ministra e o alerta de Catarina Martins de que o Governo não está livre do Bloco de Esquerda, o Orçamento do Estado sai do Parlamento aprovado, mas com várias alterações face à versão original proposta pelo Executivo de António Costa.

A marcar os discursos de encerramento estiveram algumas das medidas que estiveram no centro do debate político nas últimas semanas. A redução do IVA para a tauromaquia não passou em branco. “António Costa saiu do armário em relação a este tema”, arrancou André Silva, deputado do PAN, elogiando o primeiro-ministro pelo “humanismo” que demonstrou. Tal não chegou, contudo, para impedir a redução do IVA destes eventos, graças aos votos do PSD, CDS, PCP e vários deputados do PS. “Gente capaz de pegar touros pelos cornos não falta, falta gente capaz de os pegar pelo coração“.

Também Catarina Martins deixou espaço para a tauromaquia no seu discurso. “É pena que uma parte da bancada do PS tenha resolvido impor as touradas como bem de primeira necessidade. Era bem melhor que o tivessem feito com a eletricidade que ilumina e aquece as casas das nossas famílias”, atirou.

É pena que uma parte da bancada do PS tenha resolvido impor as touradas como bem de primeira necessidade. Era bem melhor que o tivessem feito com a eletricidade que ilumina e aquece as casas das nossas famílias.

Catarina Martins

Bloco de Esquerda

Mas o discurso da líder do Bloco de Esquerda ficou marcado por um outro aviso deixado a António Costa. “Esta legislatura não acaba com a votação deste Orçamento. Não pense que se vê livre de nós”. Entre as matérias que o Bloco considera urgentes para 2019, Catarina Martins destacou o Plano Ferroviário Nacional, a correção do erro no processo de descentralização acordado com o PSD, a criação de uma Entidade da Transparência, a criação de um Estatuto do Cuidador Informal e a habitação. “A inexplicável decisão do PS de abandonar o trabalho que estava a ser feito é irresponsável. Há já idosos a receber cartas com data de fim de contrato para 1 de abril”.

Ainda sobre a antecipação de 2019, ano de eleições, Catarina Martins reforçou que “o Bloco não abdicará de nenhum dos dias que faltam para lutar pelos direitos de quem tem menos e por serviços públicos de qualidade para que esses direitos sejam efetivos”. “Erra quem pensar que a legislatura terminou e que hoje começa a campanha eleitoral.”

Do lado do PCP, não faltaram críticas aos momentos em que PS, PSD e CDS deram as mãos. Foi Jerónimo de Sousa quem subiu ao púlpito pelos comunistas para sublinhar que este Orçamento é reflexo “de uma legislatura que permitiu inverter a liquidação de direitos que PSD e CDS tinham em curso e que projetavam ampliar”. Foi desmentida, diz, “a ideia de que ao país restava apenas o caminho do empobrecimento”, afirmou.

O líder do PCP criticou a “demagogia” de PSD e CDS, que propuseram “mundos e fundos que no passado recente negaram”, mas apontou armas também ao Governo. “Em momentos decisivos deste debate, PSD e CDS foram a mão protetora do Governo, da sua fixação numa trajetória do défice que voltou a não permitir os níveis de financiamento e de investimento que o país precisa. Quando foi preciso, lá estiveram PSD e CDS a dar jeito ao Governo”.

Em momentos decisivos deste debate, PSD e CDS foram a mão protetora do Governo, da sua fixação numa trajetória do défice que voltou a não permitir os níveis de financiamento e de investimento que o país precisa.

Jerónimo de Sousa

PCP

Tal como os restantes partidos que suportam a maioria parlamentar do Governo, também José Luís Ferreira, dos Verdes, fez questão de salientar as virtudes de uma maioria não absoluta. “Este Orçamento não mostra apenas que havia alternativas, mostra também a importância de avocar para este plenário o centro das decisões. Nem tão pouco se avançaria o que se avançou no que diz respeito à devolução de direitos e rendimentos às famílias, se o PS tivesse maioria absoluta“, disse o parlamentar.

À direita, os discursos do CDS e do PSD alinharam-se nas críticas a um Orçamento que consideram ser uma “ilusão”. Pelo CDS, Assunção Cristas apontou que, em três anos, Costa não virou a página da austeridade. “A austeridade mudou de roupa”, disse, acrescentando que “são tempos de ilusão para as pessoas e de prejuízo para as empresas, quando o Governo dá descontos nos passes e oferece manuais escolares gratuitos e depois não paga, deixando empresas de transportes ainda em maiores dificuldades e livrarias à beira de fechar a porta“.

Este Orçamento tem uma marca essencial, a ilusão. A segunda marca do Orçamento é a do eleitoralismo mal disfarçado.

Adão Silva

PSD

Foi a mesma palavra escolhida por Adão Silva, do PSD. Nos últimos três anos, disse, o primeiro-ministro tentou “iludir” os portugueses. “Tudo historietas com sabor requentado. Este Orçamento tem uma marca essencial, a ilusão. A segunda marca do Orçamento, disse ainda, é “a do eleitoralismo mal disfarçado”, referindo, como exemplo, o novo regime das pensões antecipadas.

Mas houve também tempo para Assunção Cristas se lançar, mais uma vez, ao cargo de primeira-ministra, perante os risos das bancadas da esquerda e os aplausos dos democratas-cristãos. A líder do CDS criticava a ausência de António Costa “nos momentos críticos”, como foi o caso de Borba. “Se eu fosse primeira-ministra, aliás, se um dia os portugueses me derem a confiança para ser primeira-ministra, garanto-lhe, a si, a esta câmara e a todos que nos veem lá em casa, que eu estarei presente para as notícias boas, mas também para as más”.

Se eu fosse primeira-ministra, aliás, se um dia os portugueses me derem a confiança para ser primeira-ministra, garanto-lhe que eu estarei presente para as notícias boas, mas também para as más.

Assunção Cristas

CDS-PP

Coube a Carlos César, líder parlamentar do PS, defender o Orçamento do Estado, que, garante, continua equilibrado, apesar das perto de mil propostas de alteração que foram apresentadas. “A proposta inicial do Governo manteve a sua coerência política e o seu equilíbrio financeiro“.

Até porque, disse ainda, os partidos foram “pródigos nas promessas”, mas tornaram-se “mais acanhados quando se tratou de as fazer valer”. “Não faltando as propostas, faltaram, evidentemente, tal como o PS tinha avisado, os mínimos de certeza sobre a sua racionalidade e a comportabilidade da sua aprovação. No trocadilho premeditado das votações, com a consciência ou a subconsciência disso, os partidos acabaram por sufragar o que, de modo responsável, eram, no essencial, as propostas do Governo”, referiu Carlos César.

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Nowo e Oni vão integrar operações. Vai haver despedimentos

  • Lusa
  • 29 Novembro 2018

"As empresas estão a oferecer um pacote de indemnização acima dos requisitos legais", referem as operadoras do grupo Nowo/Oni. Não avançaram o número de pessoas afetadas.

A Nowo e a Oni anunciaram esta quinta-feira que vão integrar as operações das duas empresas para obter sinergias e “um crescimento sustentável”, sendo que tal terá impacto nos recursos humanos, mas não avançaram o número de pessoas afetadas.

“A integração resultará na otimização dos recursos das duas empresas, de acordo com os ‘benchmarks‘ do setor, e permitirá que o grupo responda efetivamente às necessidades dos consumidores, oferecendo o melhor serviço a preços competitivos para todos os clientes, indivíduos e empresas”, referem as operadoras do grupo Nowo/Oni à Lusa.

“As empresas estão a oferecer um pacote de indemnização acima dos requisitos legais, assim como serviços de ‘outplacement‘”, acrescentam. Questionado pela Lusa qual o número de pessoas afetadas por esta integração de operações, fonte oficial escusou-se a avançar números.

As empresas garantem que ambas as operadoras “manterão a sua identidade legal separada e as respetivas marcas”.

“A administração permanece totalmente focada noutras iniciativas para fortalecer a competitividade do grupo e responder efetivamente às necessidades dos consumidores”, concluem.

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Paulo Macedo: “Quando acionista deu ordens à CGD… deu mau resultado”

Paulo Macedo lembra que quando a CGD foi utilizada como "instrumento de política económica", isso "deu mau resultado". E diz que não se assegurar interesse público se tiver mais ou menos agências.

Questionado sobre qual é a missão do banco público, Paulo Macedo disse que há uma “grande confusão” sobre o papel da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e lembrou que, quando foi a instituição foi usada como instrumento de política económica pelos Governos do passado, isso “deu mau resultado”.

“Há grande confusão do que é um banco público. É um instrumento da política económica? Na Caixa parece que deu mau resultado. O que dizem é que quando o acionista deu ordens à Caixa para fazer isto e aquilo, parece que essas operações nestes dez anos… Aqui eram algum tipo de orientações e parece que esses negócios, ou uma parte deles, foram objeto de uma auditoria especial que não os conclui particularmente favorável”, revela o presidente da CGD no Fórum Banca, organizado pelo Jornal Económico e pela PwC, em Lisboa.

Por outro lado, e numa altura em que se encontrar a cumprir o plano de reestruturação acordado com Bruxelas no âmbito da recapitalização, Paulo Macedo sublinhou ainda que não é pelo facto de a CGD ter mais ou menos agências, ser mais barato ou não do que os outros bancos, que o interesse público está salvaguardado.

“No interesse nacional há uma certeza que eu tenho: não é por ter uma agência ou por ser o banco mais barato do que os outros que isso seja do interesse nacional”, disse.

No âmbito desse plano, foram injetados na CGD cerca de 4,9 mil milhões de euros, com uma parte deste dinheiro a vir dos cofres públicos. Macedo sugeriu que se o banco não tivesse o Estado como acionista dificilmente se manteria “português”.

“Se a CGD não fosse pública, seria portuguesa? Eu tenho uma certeza sobre isto, face a tudo o que se passou”, considerou.

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A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

O PS, Bloco de Esquerda, PCP e Verdes aprovaram o último Orçamento da legislatura, com um défice de 0,2% e uma previsão de crescimento económico de 2,2%, numa altura em que a economia europeia dá sinais de abrandamento. PSD e CDS votaram contra o documento da geringonça.

O país vai concluir o pagamento dos 26,3 mil milhões de euros da dívida ao FMI até ao final deste ano, anunciou o primeiro-ministro.

Depois de subir em agosto, a taxa de desemprego caiu em setembro, para um novo mínimo de 16 anos. O efeito é, no entanto, passageiro, já que oINE antecipa uma subida para 6,7% em outubro.

A partir de agora as grandes mutualistas passam a ser supervisionadas pelo regulador dos seguros. No caso da Associação Mutualista Montepio, nova supervisão financeira pode influenciar eleições.

O excesso de oferta no mercado petrolífero mundial continua a arrastar as cotações do “ouro negro”. O barril de crude está a negociar abaixo dos 50 dólares, o que não acontecia há mais de um ano.

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