Lisboa arranca pintada de verde. Mota-Engil regressa às perdas

Em linha com o sentimento vivido nas restantes praças europeias, o PSI-20 iniciou a sessão em terreno positivo, à boleia da Sonae Capital e da EDP Renováveis. A Mota-Engil volta às perdas.

Lisboa arrancou a sessão em terreno positivo com ligeiros ganhos, mas rapidamente o PSI-20 reforçou a valorização. EDP Renováveis e Sonae Capital são as empresas que mais brilham na praça lisboeta. Já a Mota-Engil, por sua vez, cujos títulos têm subido fortemente nas últimas sessões, regressa agora às perdas.

O PSI-20, o principal índice de referência nacional, abriu a sessão a subir 0,61% para os 4.865,84 pontos, acompanhando o sentimento que se vive nas restantes praças europeias. O Stoxx 600 está a avançar 0,42% para os 358,90 pontos.

Por cá, destaque para a EDP Renováveis, que é a empresa que mais dá força ao PSI-20. A energética está a somar 1,84% para 7,75 euros. Ainda no setor energético, também a Galp dá cartas. Os títulos da empresa liderada por Carlos Gomes da Silva estão a valorizar 1,18% para 14,575 euros.

A Sonae Capital, ao contrário da empresa mãe, está também a puxar pela bolsa de Lisboa, valorizando 1,47% para 0,758 euros.

Em terreno vermelho, a Mota-Engil foi a maior surpresa. A construtora, animada pelo entusiasmo dos investidores com emissão de dívida para o retalho, tem registados ganhos consecutivos — subiu mais de 16% em apenas três sessões — mas esta quarta-feira regressou às quedas. Está a recuar 0,88% para os 1,796 euros.

A Sonae e a EDP estão também a evitar ganhos maiores. A retalhista desce 0,36% para os 0,842 euros, enquanto a energética recua 0,16% para os 3,065 euros.

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Brasil, Cabo Verde e Marrocos: os preferidos para o reveillon no estrangeiro

  • Lusa
  • 28 Novembro 2018

Portugueses continuam a eleger Brasil, Cabo Verde e Marrocos, assim como as ilhas, Algarve, Lisboa e Porto para a passagem do ano. Número de reservas mantém-se, a preços "ligeiramente" mais altos.

Os portugueses continuam a eleger Brasil, Cabo Verde e Marrocos, assim como as ilhas, Algarve, Lisboa e Porto para a passagem do ano, com o número de reservas a manter-se, a preços “ligeiramente” mais altos, segundo a APAVT.

“Os dados que temos – que nos foram entregues pelo mercado – indiciam um final de ano ao nível do ano anterior”, disse o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Pedro Costa Ferreira, à agência Lusa. Já em termos de destinos, as reservas para a passagem do ano mostram que “não existem surpresas”.

“Digamos que temos este ano uma consolidação de movimentos de anos anteriores. Já sabemos que […] os portugueses escolhem muito Portugal para passar o fim de ano e à cabeça, naturalmente, a Madeira, mas também os Açores, o Algarve, Lisboa e o Porto são hoje bons pontos de referência de passagem de fim de ano do mercado emissor português”, acrescentou.

Para os que preferem sair de Portugal, “o Brasil tem uma boa venda este ano, juntamente com Cabo Verde e Marrocos. São as principais referências”, e a contarem com voos especiais nos três casos, ou seja, operações ‘charter’, explica ainda Pedro Costa Ferreira. Questionado se, à semelhança dos outros anos, se sente uma atualização dos preços no mercado, o presidente da APAVT admite que “estarão, na generalidade, ligeiramente superiores ao ano passado”.

Quanto à oferta, sobretudo de operações ‘charter’ disponibilizada no mercado, e já tendo em conta que o nível das reservas se mantém estável face ao registado no ano passado, “a expectativa é que esgotem”, refere. “No final teremos, com certeza, todas as operações especiais esgotadas“, sublinhou Pedro Costa Ferreira.

Tal como a agência Lusa noticiou em 22 de novembro, o setor das agências de viagens deverá no final do ano ter recuperado totalmente do início da crise, estimando o presidente da APAVT que o volume de negócios cresça no global entre 9% a 10%.

“O histórico recente das agências de viagens é um histórico de crescimento. As agências de viagens cresceram nos últimos anos mais do que a economia nacional, cresceram mais do que o setor turístico, cresceram mais do que o transporte aéreo e, este ano, apesar de todas estas novas dificuldades e atmosferas normativas, contamos acabar o ano com um crescimento no lazer de cerca de 10% e no ‘corporate’ [segmento de viagens de negócios] não estaremos longe dos 8% ou 9%”, acrescentou, na altura.

No entanto, hoje, sobre as reservas de final de ano, refere que “o que os operadores [turísticos] falam é de manutenção das reservas face ao ano passado“.

Confrontado se este pode ser um indicador de que, tal como as estatísticas têm vindo a mostrar relativamente ao número de hóspedes e de dormidas em Portugal, a procura interna possa também estar a desacelerar, refere: “Pode ser um indicador de […] de menores crescimentos, sim. Por outro lado, podemos admitir que o universo que faz as reservas de fim de ano é um universo que se o compararmos com as férias de todos os portugueses ao longo do ano é um ‘bocadinho’ mais restrito e, portanto, devemos admitir que seja um universo mais estável”.

Em resumo, explica Pedro Costa Ferreira, a manutenção da procura neste final de ano “não é incompatível” com um “crescimento do mercado de ‘lazer'” no próximo ano, mas, na verdade, também “pode acontecer que esteja aqui mais uma referência a um desacelerar da procura e um desacelerar da procura de ‘lazer’ pelos portugueses”.

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Portos espanhóis ganham terreno aos portugueses

  • ECO
  • 28 Novembro 2018

Os portos de Lisboa e Setúbal já registaram quebras na carga contentorizada em setembro, de 26,8% e 14,7%, respetivamente. Os portos do país vizinho apresentam-se como alternativas.

A greve dos estivadores em Setúbal, que se arrasta desde 5 de novembro, está a desviar as empresas exportadoras para outros portos. Para algumas, as infraestruturas portuárias em Espanha são também uma opção, que começam a ganhar terreno em relação às nacionais.

As empresas da região que utilizavam o porto de Setúbal estão a recorrer a Sines e Aveiro para embarcar as cargas. Mas os portos espanhóis de Vigo e até de Santander ou Algeciras têm-se mostrado cada vez mais atrativos, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

Em setembro, o movimento de cargas nos portos de Lisboa e Setúbal já sofreu quebras, de 26,8% e 14,7%, respetivamente, segundo dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes relativos à carga contentorizada. Também no mês anterior se tinham verificado recuos.

Para além de Setúbal, o sindicato dos estivadores está, até 1 de janeiro do próximo ano, em greve ao trabalho suplementar. A paralisação foi convocada para os oito portos portugueses, mas o impacto é maioritariamente sentido em Lisboa, Setúbal e na Figueira da Foz.

A greve dos estivadores em Setúbal está a afetar empresas exportadoras como a Autoeuropa, a Navigator e a Siderurgia Nacional. A Autoeuropa, que chegou a ter cerca de cinco mil veículos retidos no porto, começou esta segunda-feira a escoar a sua produção através do Porto de Leixões.

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Hoje nas notícias: polícias e militares, Tancos, portos

  • ECO
  • 28 Novembro 2018

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Depois de o Governo ter sido obrigado a voltar às negociações com os professores, os polícias e militares esperam também conseguir fazer-se ouvir. Quem também quer ser ouvido são os estivadores do Porto de Setúbal, que continuam em greve. Perante a paralisação nesta infraestrutura portuária, algumas empresas já recorrem a portos espanhóis para escoar a produção. Na justiça, Tancos volta a estar na ordem do dia. Desta vez são umas declarações de António Costa que geram polémica. O primeiro-ministro terá dito algo que contraria a linha de investigação seguida pelo Ministério Público.

Polícias e militares sobem as reivindicações à boleia dos professores

Está reaberto o processo negocial entre Governo e professores. Polícias, militares, juízes e procuradores posicionam-se e ganham, agora, uma “nova esperança”. A Associação Nacional de Sargentos (ANS) esteve na terça-feira reunida com o novo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, numa audiência para apresentação de cumprimentos, que já estava marcada há vários dias. A prioridade da agenda da ANS é a questão da contagem do tempo de serviço. Mário Ramos, presidente da associação, refere que o ministro lhes disse que “a questão está a ser avaliada” para que a soluções dos professores “possa servir de exemplo para outros setores da função pública”. Leia a notícia completa em Público (acesso condicionado).

“PS tem estratégia grotesca para captar eleitorado do BE”

Se, num primeiro momento, as declarações de dirigentes socialistas, sobre a eventual ida do Bloco de Esquerda (BE) para um Governo de esquerda, ficaram sem resposta, agora, os bloquistas acusaram o Partido Socialista (PS) de ter uma estratégia “grotesca” e “soberba”, com o objetivo de “captar eleitorado do BE”. “Há muito que o PC vê no BE a força política que mais dificulta a obtenção de maioria absoluta pelo PS”, referiu o deputado bloquista José Manuel Pureza. Pedro Filipe Soares, o líder parlamentar do Bloco, também não poupou nas palavras, dizendo que quando o BE diz que está pronto para governar, não está a fazer “um pedido de autorização ao PS, nem um convite de casamento”, disse. Leia a notícia completa em Público (acesso pago).

Tancos. Declarações de Costa contrariam linha de investigação do MP

Em resposta a uma pergunta de um estudante de relações internacionais — que queria saber se o roubo do material militar de Tancos e o facto de ainda haver material que não foi recuperado não poderia levar a que Portugal pudesse ser visto “como um país facilitador de movimentos terroristas” — o primeiro-ministro disse que esse cenário não se coloca. “Logo no dia a seguir à constatação do furto, as autoridades nacionais e, em particular, a secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, reuniram a Unidade de Coordenação Antiterrorista que identificou que o furto nada tinha que ver com qualquer ligação a criminalidade organizada, muito menos a atividade de terrorismo”, explicou. Estas declarações do primeiro-ministro vêm contrariar a linha de investigação de um inquérito, em segredo de justiça, que está, precisamente, a investigar “suspeitas da prática dos crimes de associação criminosa, tráfico de armas internacional e terrorismo internacional”. Leia a notícia completa em Diário de Notícias (acesso pago).

Portos espanhóis já estão a ganhar quota a Portugal

Perante a greve dos estivadores, no porto de Setúbal, as exportadoras nacionais que utilizam esse porto estão a recorrer a outras soluções — que já não passam apenas pelo recurso a outros portos nacionais — para escoarem a sua produção. Ainda que muitas empresas da região optem por embarcar as cargas em Sines, Aveiro e Leixões, outras já escolhem infraestruturas portuárias no país vizinho. Há empresas que começaram a recorrer ao porto de Vigo, podendo vir a utilizar outros portos espanhóis como Santander ou Algeciras. Leia a notícia completa em Jornal de Negócios (acesso pago).

Construção da pediatria do São João acelera sem concurso

A polémica já se arrasta há meses, desde que foram noticiadas as más condições das salas do Hospital de São João, no Porto, onde são tratadas crianças com cancro. Seguiram-se os protestos dos pais dessas mesmas crianças e, finalmente, o Parlamento aprovou a solução vista como mais rápida para o assunto: contratar serviços para construir novas instalações por ajuste direto. Esses serviços serão contratados sem concurso. Leia a notícia completa em Jornal de Notícias (acesso pago).

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Com regresso às negociações para professores, polícias e militares reforçam reivindicações

  • ECO
  • 28 Novembro 2018

Os polícias, militares, juízes e procuradores encontram no caso dos professores uma "nova esperança". Os polícias vão entregar um ofício ao ministro Eduardo Cabrita para serem ouvidos.

Depois de o Governo ser obrigado a voltar às negociações com os professores, os polícias e militares esperam também conseguir fazer-se ouvir. Entre as reivindicações está a contagem do tempo de serviço para a recolocação dos índices e o descongelamento de carreiras.

Os polícias, militares, juízes e procuradores encontram no caso dos professores uma “nova esperança”, escreve o Público (acesso condicionado).

A Associação Nacional de Sargentos (ANS) já se reuniu com o novo ministro da Defesa. João Gomes Cravinho terá indicado que “a questão está a ser avaliada” para que a solução dos professores “possa servir de exemplo para outros setores da função pública”, relata o presidente da ANS à publicação.

Os militares querem que o tempo de serviço conte para a recolocação nos índices a que teriam direito a 1 de janeiro de 2018 se não tivessem havido congelamentos.

Já no caso dos polícias, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) vai entregar nesta quarta-feira um ofício ao ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, a pedir para ser recebida para discutir o descongelamento de carreiras. A associação propõe janeiro para o início das negociações.

Para os dirigentes do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, a ministra Francisca Van Dunem tinha indicado que a recuperação do tempo de serviço congelado teria por referência a solução que fosse encontrada para os professores. O presidente do sindicato vê o regresso às negociações com os docentes como um “sinal positivo”, mas reforça que “deve ser recuperado todo o tempo de serviço em que as carreiras estiveram congeladas”.

A aprovação dos estatutos é, por sua vez, a prioridade dos juízes, que deixam no entanto a garantia de que não esquecem a recuperação do tempo de carreira congelado.

As propostas do PSD e do CDS que impõem o regresso às negociações para a contagem do tempo integral de serviço que esteve congelado nas carreiras especiais foram aprovadas no Parlamento, obrigando o Governo a voltar à mesa.

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5 coisas que vão marcar o dia

No último dia de debate do OE, há IPO da Science4you e dados sobre a avaliação bancária às casas. A nível internacional, há novos dados sobre os riscos do Brexit e o impacto da guerra comercial.

O Parlamento realiza o terceiro e último dia de debate e votação na especialidade de quase mil propostas de alterações ao Orçamento do Estado 2019, no mesmo dia em que serão conhecidos dados da avaliação bancária às habitações em outubro. No mercado de capitais português, o foco está no início da oferta pública inicial (IPO) da Science4You. A nível internacional, serão conhecidos relatórios sobre a estabilidade financeira no Reino Unido e sobre o impacto do protecionismo no comércio global.

IPO da Science4you arranca hoje

Começa esta quarta-feira a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da startup portuguesa Science4You. A operação de venda de ações a 2,45 euros cada irá decorrer até 14 de dezembro e dirige-se a investidores de retalho em Portugal. Irá incluir a emissão de novas ações, mas também títulos dos atuais acionistas. Vendendo os títulos a 2,45 euros, a empresa prevê obter cerca de 8,25 milhões de euros com os novos títulos, sendo que a venda de ações por parte dos atuais acionistas gerará um encaixe de 6,75 milhões de euros. Tendo em conta a avaliação no IPO, a Science4you entrará no mercado de capitais (a 21 de dezembro) avaliada em 34 milhões de euros.

Parlamento termina debate e votos na especialidade sobre o OE

Esta quarta-feira é o último dia de debate e votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2019. O Parlamento vai continuar a debater as quase 1.000 propostas de alteração ao documento apresentadas pelos partidos, com a votação final global marcada para quinta-feira. Esta terça-feira, foi decidido que o adicional ao ISP e ao IMI se mantêm, os incentivos fiscais a fundos imobiliários chegam ao fim, as propinas vão mesmo baixar, os escalões de IRS não vão ser atualizados, a taxa Robles foi chumbada e o aumento de imposto sobre os carros das empresas foi travado.

Avaliação da banca às casas em outubro

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga, esta quarta-feira às 11h, dados sobre a Avaliação Bancária na Habitação em outubro de 2018, com base nos pedidos de concessão de crédito para comprar casa. Em setembro, o valor médio subiu nove euros face ao mês anterior, situando-se em 1.205 euros por metro quadrado. Os apartamentos são os mais caros, com uma avaliação de 1.264 euros por metro quadrado, enquanto as moradias são avaliadas em média para 1.111 euros por metro quadrado. A nível regional, a maior subida aconteceu no Alentejo (1,5%) e a única descida na Madeira (menos 0,4%).

Estabilidade financeira no Reino Unido pressionada pelo Brexit

O Comité de Política Financeira do Banco de Inglaterra publica esta quarta-feira o relatório bi-anual de estabilidade financeira no Reino Unido. No documento, o banco central irá apresentar quais os maiores riscos e avaliar quão preparado está o sistema financeiro para os enfrentar, bem como analisar as mais recentes decisões tomadas e o seu impacto. A divulgação acontece numa altura crítica, em que Theresa May ultima os pormenores do acordo para o Reino Unido sair da União Europeia. Um estudo da London School of Economics (LSE), do King’s College de Londres e do Instituto de Estudos Fiscais conhecido esta terça-feira indica que o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido pode recuar 5,5% numa década com o atual acordo do Brexit e 8,7% com uma saída sem acordo.

Impacto da guerra comercial na OCDE

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) apresenta esta quarta-feira dados sobre o comércio internacional que poderão dar novas indicações em relação ao impacto global das políticas protecionistas levadas a cabo pelo Estados Unidos. Na semana passada, a OCDE tinha já alertado que a economia mundial ultrapassou o pico e irá começar a desacelerar no próximo ano devido a disputadas comerciais e subidas das taxas de juro dos bancos centrais. Na altura, reviu em baixa a projeção para o crescimento económico global em 2019, para 3,5%, dos anteriores 3,7%.

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Dos melhores na saúde e infraestruturas, dos piores na estabilidade económica. Somos o 34.º país mais competitivo do mundo

Saúde e infraestruturas são as áreas em que Portugal obtém as melhores classificações no ranking global da competitividade. Estabilidade macroeconómica e dimensão do mercado de capitais são as piores.

Portugal é o 34.º país mais competitivo do mundo. O ranking abrange 140 países e os cálculos são feitos com base em 12 critérios, que vão desde as instituições e infraestruturas até à capacidade de inovação e dinamismo de negócios, passando pelo mercado laboral e pela adoção de tecnologias digitais. E se, na área da saúde e nas infraestruturas, Portugal está entre os melhores do mundo, na estabilidade macroeconómica e na dimensão do mercado de capitais o país cai vários lugares.

O ranking é elaborado pelo Fórum Económico Mundial, no “The Global Competitiveness Report“, que este ano alterou a metodologia para calcular quais os países mais competitivos do mundo. A nova classificação agrupa os 12 critérios em quatro grandes grupos: ambiente económico, capital humano, mercados e sistema de inovação. Nestes grupos, englobam-se os seguintes critérios: instituições, infraestruturas, adoção de tecnologias de informação e comunicação, estabilidade macroeconómica, saúde, competências, mercado de produto, mercado laboral, sistema financeiro, dimensão do mercado, dinamismo de negócios e capacidade de inovação.

A pontuação de Portugal difere em cada um destes indicadores. A área das infraestruturas, indicador que avalia a “qualidade e extensão das infraestruturas de transportes e de serviços, é aquela em que aparece mais bem classificado, no 19.º lugar do ranking. Mas é na saúde, onde se mede a esperança média de vida com boas condições de saúde, que consegue a pontuação mais alta, de 95 pontos num total de 100.

Por outro lado, é na estabilidade económica e na dimensão do mercado de capitais que Portugal se sai pior. Na estabilidade económica, o Fórum Económico Mundial avalia a evolução da inflação e a dinâmica da dívida (em 121% do PIB este ano), de forma a medir a sustentabilidade das finanças públicas. Aqui, Portugal é o 58.º do ranking, enquanto na dimensão do mercado de capitais ocupa o 52.º lugar.

Já a capacidade de inovação, que mede a quantidade e qualidade da investigação e desenvolvimento, bem como a forma como um país fomenta a colaboração, conectividade, criatividade e confronto de ideias, é a área em que o país obtém a pontuação mais baixa, de 53 pontos num total de 100.

Fonte: “The Global Competitiveness Report 2018”, Fórum Económico Mundial

Cada um destes 12 indicadores é composto por uma série de outros fatores e, em alguns deles, Portugal surge mesmo entre os primeiros do mundo. É o caso, por exemplo, da incidência de terrorismo, em que Portugal obtém a pontuação máxima (não regista qualquer incidência de terrorismo) e surge no primeiro lugar, juntamente com outros 23 países. Também partilha o primeiro lugar do pódio com outros países no que toca à taxa de eletrificação e à evolução da inflação.

De resto, está entre os melhores do mundo quanto à inexistência de barreiras fiscais no mercado de produto, a facilidade de recrutamento de trabalhadores estrangeiros e o enquadramento regulatório para as insolvências.

O que têm os melhores?

Com uma pontuação global de 70,2 pontos, Portugal fica acima da pontuação mediana do ranking, de 60 pontos. Mas fica vários pontos atrás dos cinco países mais competitivos do mundo: Estados Unidos (85,6 pontos), Singapura (83,5), Alemanha (82,8), Suíça (82,6) e Japão (82,5).

Os Estados Unidos surgem no pódio de sete dos 12 critérios para a elaboração do ranking. Ocupam o primeiro lugar no dinamismo de negócios, “graças à cultura empreendedora vibrante”, e ainda no mercado de trabalho e no sistema financeiro, “devido à sua profundidade, amplitude e relativa estabilidade”. Na dimensão de mercado, tem uma pontuação quase perfeita: 99,2 (ainda assim, atrás da China).

“Todos estes fatores contribuem para o ecossistema de inovação vibrante do país, fazendo com que seja um super inovador”, aponta o relatório. Questões como uma “malha social enfraquecida” e uma “deterioração da segurança” são aquelas que mais puxam os Estados Unidos para baixo.

Na Ásia, Singapura e Japão são os mais competitivos. No primeiro caso, a “abertura” é o ponto que mais contribui para a classificação no ranking daquele que é considerado um “hub do comércio global”. Também nas infraestruturas Singapura consegue uma pontuação quase perfeita, uma área onde o Japão também é líder. A infraestrutura digital “de primeira categoria” do Japão é outra das características que levam o país para o topo.

Já Europa, é a Alemanha quem se destaca e é na inovação que os alemães tomam a liderança, “resultado de uma performance forte nas patentes e nas publicações de investigação, da existência de instituições de investigação de topo e de um elevado nível de sofisticação dos compradores, o que leva as empresas a serem constantemente desafiadas pelos seus clientes a inovarem”.

Os inovadores baseados na Alemanha beneficiam ainda de um “setor de negócios vibrante” e de “fatores fundamentais muito sólidos, como um ambiente macroeconómico estável e uma população saudável, educada e altamente qualificada”.

Também a Suíça, “casa de grandes multinacionais que são muitas vezes líderes nos seus setores”, entra no lote dos “super inovadores”.

O que eles têm e nós não?

Portugal podia ser um país mais competitivo? Podia. Como? Se imitasse os melhores. Seríamos os primeiros se tivéssemos a percentagem de utilizadores de Internet da Islândia, um serviço de saúde igual a Espanha, uma oferta de comboios idêntica à da Suíça, o sistema judicial da Finlândia ou uma tolerância ao risco das startups semelhante a Israel. E há mais, muito mais.

Para assinalar os dois anos do ECO, olhamos para Portugal no futuro. Estamos a publicar uma série de artigos, durante três semanas, em que procuramos saber o que o país pode fazer, nas mais diversas áreas, para igualar os melhores do mundo.

Segundo o World Economic Forum, Portugal está em 34.º no ranking da competitividade de 2018. Vamos “visitar” os mais competitivos do mundo, nas mais diversas áreas, e tentar perceber “O que eles têm e nós não?”. Clique aqui para ver todos os artigos da série.

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iQ: os novos produtos da Talkdesk têm inteligência artificial

Nova solução da startup portuguesa combina produtos e funcionalidades, integrando a inteligência artificial.

O prometido é devido. Depois de, durante o evento anual Opentalk, a Talkdesk ter revelado que estava a desenvolver alterações a plataforma e novos produtos para a experiência do consumidor, o mais recente unicórnio fundado por portugueses anunciou esta terça-feira o lançamento da iQ, a estreia da empresa com inteligência artificial.

O produto vai ser integrado na plataforma Enterprise e explora mil milhões de interações. Tudo para apresentar recomendações que permitam aos operadores e aos contact centers otimizarem as suas funções.

“Com mais de 500 funcionalidades adicionadas só no ano passado, a Talkdesk inova mais rapidamente e adiciona mais valor aos clientes do que qualquer outro fornecedor de soluções para centros de contacto. Com a nossa plataforma Enterprise com inteligência artificial, os centros de contacto podem agir mais rapidamente, exceder as expectativas dos consumidores e superar a concorrência”, explica Tiago Paiva, CEO e cofundador da Talkdesk, citado em comunicado.

A iQ divide-se em várias funções, entre as quais a omnicanal, que “permite aos centros de contacto identificar, rastrear e responder rapidamente a clientes e fornece apoio integrado ao operador, através de SMS, chat ao vivo, email e dezenas de aplicações de redes sociais e de mensagens, garantindo uma resposta personalizada ao consumidor” e que inclui a construção de um chatbot que atende os clientes ou, o Talkdesk Mobile, que permite que os representantes de vendas e serviços interajam com os clientes em qualquer momento, através do Callbar (interface dos operadores), que funciona num dispositivo iOS ou Android.

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Falência da Toys “R” Us deixou dívida de 770 mil euros nas contas da Science4you

Science4You apresentou contas pela primeira vez. Após lucro de 206 mil euros 2017, registou prejuízo superior a um milhão até agosto. Ativos e capital poderão estar sobreavaliados em 800 mil euros.

A Toys “R” Us faliu. Com a queda da empresa norte-americana, o negócio ibérico — foi, entretanto, comprado por investidores portugueses — arrastou consigo as contas da startup portuguesa que agora se prepara para entrar em bolsa. A cadeia de brinquedos deixou uma dívida 769.980,00 euros à sucursal espanhola da empresa liderada por Miguel Pina Martins. E poderá fazer afundar as receitas da Science4you este ano, agravando ainda mais os resultados líquidos que passaram de positivos para negativos antes de a empresa avançar com o IPO.

“Existe uma dívida da Toys “R” Us Espanha à Science4you no montante de 769.980 euros, com referência a 31 de agosto de 2018″, alerta o prospeto da oferta pública inicial de ações aprovado pela CMVM. Perante este cheque em falta, a Science4you Espanha apresentou prejuízos. Fechou 2017 com um resultado líquido negativo de 566 mil euros, sendo que o capital próprio passou para -547 mil euros.

“Para este resultado negativo contribuiu principalmente a falência da Toys “R” Us, na medida em que a Science4you Espanha provisionou créditos no valor de cerca de 500 mil euros, baseado no princípio da prudência e tendo em conta as notícias da falência e fecho efetivo da insígnia noutras geografias”, refere o prospeto.

Apesar deste impacto, a expectativa é de que seja possível recuperar esse cheque que ficou por pagar. Prevê-se que a maioria da dívida não provisionada seja liquidada através da devolução de mercadoria cujas vendas ocorreram em 2017″, lê-se no documento de admissão da empresa à bolsa.

Efeito Toys “R” Us. Vendas podem cair 45%

A falência da Toys “R” Us está a custar milhares de euros à Science4you, através da subsidiária espanhola, mas pode custar muito mais pelo efeito negativo que tem no setor. “É expectável que o mercado de brinquedos apresente uma retração por referência ao final de 2018”, diz a empresa.

A explicação para esta quebra assenta nos “resultados apresentados pelas duas empresas de referência no mercado dos brinquedos, a Mattel e a Hasbro, que anunciaram um decréscimo das vendas no segundo trimestre de 2018 de 13,7% e 7%, respetivamente”. “Uma das justificações apresentadas foi o impacto negativo causado pela falência da Toys “R” Us em vários países, com a venda de todo o stock a desconto que originou uma redução das vendas dos retalhistas concorrentes por via do preço e, consequentemente, uma redução das vendas dos distribuidores em virtude da redução das compras por parte dos retalhistas”.

"É expectável que o mercado de brinquedos apresente uma retração por referência ao final de 2018.”

Science4you

Assim, a Science4you “estima que o impacto global se possa traduzir numa quebra de vendas em 2018 entre 10% e 45% relativamente às vendas do ano anterior, o que poderá ter um impacto negativo na rentabilidade e na condição financeira da sociedade”, explica, apontando este como risco um dos riscos do IPO.

Prejuízos antes da entrada em bolsa

A perspetiva de quebra de receitas surge após um aumento de 52% para 20,9 milhões de euros em 2017 face a 2016. Um forte crescimento que permitiu à Science4you apresentar um resultado positivo (em termos consolidados) de 206 mil euros no ano passado. O EBITDA — lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — foi de 2,18 milhões de euros.

Resultados positivos para os quais contribuiu o negócio no Reino Unido, que gerou lucros de 72,3 mil libras esterlinas (cerca de 81,5 mil euros), registando um capital próprio positivo de 30 mil libras esterlinas (equivalente a cerca de 34 mil euros). Mas de lucros, a Science4you passou para prejuízos.

No prospeto, a Science4you apresentou as contas referentes aos primeiros oito meses deste ano. E entre janeiro e agosto de 2018, teve um prejuízo de 1,05 milhões de euros, que compara com um lucro de 105 mil euros em igual período do ano passado. O EBITDA passou de 281 mil euros positivos, no período homólogo, para 813 mil euros negativos.

Sobreavaliação de 800 mil euros

A Sicence4you sublinha que as contas relativas aos primeiros oito meses de 2018 não são auditadas, tendo sido efetuadas com base nas contas individuais da Science4you, Science4you Espanha e Science4you UK — não havendo números para a atividade das duas subsidiárias até agosto. E no Relatório de Revisão Limitada publicado no prospeto são apresentadas conclusões com reservas e ênfases às contas de 31 de agosto de 2018 da Science4you.

“No período em análise, não foram registadas amortizações e as depreciações dos ativos intangíveis e dos ativos fixos tangíveis. Assumindo que o valor das depreciações e amortizações do período intercalar correspondem ao valor do ano anterior, ajustado para o período de oito meses, consideramos que ativo e capital próprio encontram-se sobreavaliados em valor estimado de pelo menos 800 mil euros”, alerta o revisor.

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Aumento de capital da Vista Alegre vai permitir pagar dividendo de 30% do lucro de 2019

A Visabeira vai fazer um aumento do capital da Vista Alegre através da emissão de 21,77 milhões de novas ações a partir de quinta-feira, de forma a reforçar o capital disperso em bolsa para 25%.

A oferta pública de venda (OPV) de ações e oferta pública de subscrição de novas ações da Vista Alegre foi aprovada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A operação dirige-se ao público em geral e vai começar já na próxima quinta-feira, de acordo com o prospeto publicado no site do regulador. O reforço do capital irá ter impacto na política de dividendos já no próximo ano.

A operação será composta pela venda de 8.709.094 ações da VAA – Vista Alegre Atlantis, SGPS já existentes, representativas de 5% do capital social que serão alienadas pela Visabeira Indústria, bem como pela admissão à negociação em mercado regulamentado de 21.772.735 ações, representativas de 12,5% do capital social. As ações serão vendidas entre 1 euro e 1,30 euros, sendo o valor final definido com base na procura registada.

O aumento de capital serve para reforçar o capital disperso em bolsa (free float) para os 25%, dos atuais 2,5%. Assim, o grupo Visabeira irá diminuir a participação para 70% (de 94,14%). Este irá decorrer em duas fases: a primeira decorrerá entre 29 de novembro e 5 de dezembro e a segunda a partir de 6 de dezembro até 12 de dezembro de 2018.

Todas as ações da VAA (incluindo as novas ações) são da mesma categoria. Os seja, tanto os atuais acionistas como os novos investidores que seja detentores de títulos têm direitos como participação nos lucros, participar na assembleia geral, partilha do património em caso de dissolução, preferência na subscrição de novas ações em casos de aumentos de capital por entradas em dinheiro em que o respetivo direito não seja limitado ou suprimido, receber novas ações da VAA em operações de aumento de capital por incorporação de reservas, e direito à informação.

Nos últimos anos, os prejuízos acumulados, os investimentos na reestruturação e – especialmente – as restrições do empréstimo sindicado contraído junto da Caixa Geral de Depósitos e do BCP obrigam a que não sejam distribuídos dividendos aos acionistas até 2026. O sucesso do aumento de capital poderá determinar uma mudança na política de remuneração dos acionistas da empresa.

A Visabeira explicou no prospeto que “pretende aplicar parte do produto líquido da oferta de subscrição” para reembolsar o empréstimo à banca. Sujeito ainda a avaliação, o Conselho de Administração da VAA aprovou uma política de crescimento “estável e sustentado dos dividendos relativos aos exercícios de 2019” que representem, pelo menos, 30% do lucro líquido.

“O Conselho de Administração da VAA poderá ajustar a referida política de dividendos no futuro, caso seja necessário ou conveniente ao interesse social, de modo a refletir, entre outros aspetos, alterações à estratégia de negócio e às necessidades de capital, dependendo eventuais dividendos futuros das condições verificadas no momento, pelo que não pode ser dada qualquer garantia que num determinado ano serão propostos, declarados e/ou distribuídos dividendos. Considerando ainda o âmbito da atividade da VAA, a sua capacidade de pagar dividendos depende substancialmente de as suas subsidiárias operacionais obterem lucros e os distribuírem à VAA”, sublinhou.

O lucro da Vista Alegre subiu 41% no primeiro semestre, face a igual período de 2017, para 1,9 milhões de euros. O EBITDA – lucros antes de impostos, juros, depreciações e amortizações – cresceu 11% para sete milhões de euros.

(Notícia atualizada às 22h45)

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Wall Street recupera após encontro entre EUA e China

Os mercados reagiram em baixa às declarações de Donald Trump sobre um aumento das tarifas aplicadas à China, mas recuperaram depois de o encontro entre os dois países ter, alegadamente, corrido bem.

As bolsas norte-americanas recuperaram das quedas apresentadas na abertura desta sessão e encerraram em terreno positivo. As preocupações criadas nos mercados após as declarações de Donald Trump sobre um aumento das tarifas aplicadas à China foram substituídas por uma acalmia, depois de o assessor económico da Casa Branca ter dito que o encontro entre o Presidente norte-americano e o chinês foi uma oportunidade para “virar a página” da guerra comercial. Nas cotadas tecnológicas, o destaque vai para a Microsoft, que se tornou a cotada mais valiosa do mundo, ultrapassando a Apple.

Os três principais índices de Wall Street iniciaram no vermelho, mas acabaram por inverter a tendência. O índice de referência S&P 500 fechou a subir 0,32% para 2.682,12 pontos, enquanto o industrial Dow Jones valorizou 0,44% para 24.748,73 pontos. O tecnológico Nasdaq acompanhou e somou 0,01% para 7.082,70 pontos.

Embora tenham iniciado em queda, as bolsas terminaram no verde. Donald Trump disse esta segunda-feira, em entrevista ao The Wall Street Journal, que esperava aumentar em 25% as tarifas aplicadas aos bens importados da China, que devem entrar em vigor a partir de 1 de janeiro, levando os investidores a recearem pelas consequências desse aumento.

Contudo, após o encontro entre os Estados Unidos e a China, que decorreu no sábado, Larry Kudlow, assessor económico da Casa Branca, disse que esta reunião foi uma oportunidade para “virar a página” da guerra comercial. Ainda assim, Kudlow afirmou que a Casa Branca ficou desiludida com as respostas que a China tem face às questões comerciais.

Estas declarações de Donald Trump e do seu assessor surgem dias antes da cúpula do G20, que decorre sexta-feira e sábado, em Buenos Aires. Encontro no qual os investidores depositam confiança sobre o possível fim da guerra comercial. “As pessoas querem acreditar que o G20 vai trazer algo de bom”, diz Robert Pavlik, da Slate Stone Wealth, citado pela Reuters (conteúdo em inglês). “Mas, quanto mais isso demora, mais preocupações sentem os mercados sobre a possibilidade de isso nunca vir a acontecer”.

Nas cotadas tecnológicas, também a novidade sobre a Microsoft animou os investidores. A empresa fundada por Bill Gates destronou a Apple e tornou-se a cotada mais valiosa do mundo, avaliada em 822,51 mil milhões de dólares.

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SNS precisa de mais 5.500 médicos, 30 mil enfermeiros e 140 farmacêuticos

  • Lusa
  • 27 Novembro 2018

"Os hospitais vivem das horas extra. Os hospitais fecham portas se os médicos deixarem de fazer horas extra", disse Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos.

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) precisa de mais 5.500 médicos, 30 mil enfermeiros e de 140 farmacêuticos para os hospitais, segundo um retrato apresentado esta terça-feira em Lisboa pelas ordens profissionais.

Da parte da Ordem dos Médicos, o bastonário estima que seriam necessários mais 5.500 médicos, a avaliar pelos 120 milhões de euros pagos a prestadores de serviços médicos no ano passado e tendo em conta que as horas extraordinárias representam 21% da remuneração dos médicos. “Os hospitais vivem das horas extra. Os hospitais fecham portas se os médicos deixarem de fazer horas extra”, sublinhou Miguel Guimarães, durante um debate sobre os recursos humanos no SNS promovido pela consultora multinacional IASIST.

Quanto ao crescimento de médicos no SNS que tem sido referido pelos dados oficiais, o bastonário frisa que são sobretudo médicos internos, ainda em formação.

No que respeita aos enfermeiros, a Ordem que os representa estima que estejam em falta 30 mil profissionais. A bastonária Ana Rita Cavaco recorda que o rácio de enfermeiros por mil habitantes está nos 4,2 quando a média dos países da OCDE é de 9,2. “Não temos nenhum hospital que cumpra a dotação segura relativamente ao número mínimo de enfermeiros. Há muitos hospitais com um enfermeiro sozinho por turno”, indicou a bastonária.

Também no caso dos enfermeiros, as horas extraordinárias assumem um peso significativo e, segundo as contas da Ordem, o “Estado deve mais de dois milhões de horas” a estes profissionais. Ana Rita Cavaco renovou o apelo para que os enfermeiros deixem de fazer horas extraordinárias.

Aquando da mais recente passagem, em julho, das 40 para as 35 horas de trabalho semanais foram contratados 1.100 enfermeiros, mas seriam necessários pelo menos mais 600 apenas para suprir as alterações das horas contratuais. “Esses 600 não entraram”, recorda Ana Rita Cavaco.

Quanto aos farmacêuticos, a Ordem diz que faltam nas farmácias hospitalares pelo menos 140 profissionais, a que acrescem naqueles serviços 140 técnicos de diagnóstico e terapêutica em falta e também entre 60 a 70 assistentes operacionais. Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, lembrou ainda a importância das carreiras para os profissionais de saúde, salientando que a dos farmacêuticos ainda não avançou na prática. “A falta de profissionais ou a sua falta de organização faz com que haja tensões desnecessárias e um clima de enorme conflitualidade”, salientou a bastonária.

Ordem dos enfermeiros avisa que SNS não tem capacidade para reprogramar “milhares de cirurgias” adiadas

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) avisa que o SNS não terá capacidade para reprogramar nos próximos anos as “milhares de cirurgias” canceladas devido à greve dos enfermeiros em blocos operatórios.

“Estamos a falar de milhares de cirurgias adiadas nos blocos operatórios dos cinco hospitais aderentes à greve cirúrgica e nem uma palavra sobre o assunto [incluindo de partidos políticos]. Toda a gente percebe que o SNS não vai ter capacidade para reprogramar nos próximos anos essas cirurgias”, afirmou esta terça-feira Ana Rita Cavaco aos jornalistas. A greve começou na quinta-feira e dura até 31 de dezembro, com a OE a estimar que estejam a ser canceladas ou adiadas cerca de 500 cirurgias por dia.

A bastonária acusa o Ministério da Saúde de estar “completamente capturado pelo Ministério das Finanças” e considera que a proposta que o Governo apresentou aos sindicatos de enfermeiros não é uma proposta da saúde. “Esta proposta, na verdade, é da equipa das Finanças, que teima em não ter sensibilidade nenhuma para perceber que se a Ordem atribui um título de especialista, essa categoria tem de estar numa carreira. Não podemos continuar a ter enfermeiros sem carreira”, declarou.

Para a bastonária, a equipa do Ministério da Saúde “está completamente de mãos e pés atados”. “Não basta mudar de ministro. Se a obsessão pelo défice zero continuar na mesma, não há proposta que se consiga fazer e chegar a consensos. Hoje não temos Ministério da Saúde”, adiantou. Ana Rita Cavaco diz que a equipa anterior da Saúde, no tempo do ministro Adalberto Campos Fernandes, tinha uma proposta “que era boa para os enfermeiros”, mas que “não foi aceite pelas Finanças”.

Segundo a bastonária da OE, a proposta da equipa ministerial anterior contemplava a categoria de enfermeiro especialista e valorizava as competências acrescidas dos enfermeiros que lhes são reconhecidas pela Ordem.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde considerou que estas declarações “não correspondem a uma análise factual”, frisando que o Governo apresentou uma proposta que tentou ir ao encontro das aspirações sindicais, em termos de estrutura de carreira e de desenvolvimento profissional, reconhecendo a figura do enfermeiro especialista e as funções de gestão.

Os sindicatos já têm dito que reconhecer a figura do enfermeiro especialista não corresponde a integrá-la na carreira, como é a pretensão sindical. Quanto às cirurgias adiadas, o secretário de Estado Francisco Ramos disse que serão “naturalmente reprogramadas na primeira oportunidade, preferencialmente no SNS”.

O Governo mantém, segundo Francisco Ramos, a expectativa de que os sindicatos reconheçam a tentativa de chegar a um acordo e apela à responsabilidade dos enfermeiros. “Sabemos que os enfermeiros são uma profissão responsável e farão todos os possíveis para resolver a questão e minimizar as consequências para os portugueses”, declarou Francisco Ramos aos jornalistas, no final da atribuição dos prémios “TOP 5” da IASIST aos hospitais do SNS.

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